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4 Resultados

4.2 Testes de diferenças entre médias de grupos

As análises a seguir apresentam os testes de diferenças de médias entre grupos da amostra, comparando os grupos de companhias cujo controle é familiar com companhias em geral (controle não familiar), companhias com controle familiar majoritário com companhias em geral, companhias controladas pela família fundadora com as companhias em geral e as companhias administradas pelo fundador com as demais companhias. Ou seja, foram comparados os grupos onde cada uma das variáveis dependentes de interesse (FAMC;

FAMAJ; FAFO e CEOF) são iguais a 1 com as que têm estas mesmas variáveis iguais a 0.

A Tabela 17 apresenta a comparação para as médias das variáveis de desempenho corporativo para os dois primeiros grupos (controle não familiar versus controle familiar). O Valor de

Mercado sobre o Valor Contábil é superior nas companhias cujo controle é familiar comparado às demais companhias, mas com fraca significância estatística20.

Não há diferença estatisticamente significante entre os Q de Tobin dos grupos.

Já para as variáveis de retorno contábil, as companhias cujo controle é familiar apresentam retornos sobre o ativo, tanto os medidos pelo o lucro líquido quanto pelo LAJIRDA, inferiores ao das companhias cujo controle não é familiar com p-valores menores que 5% e 1% respectivamente.

Tabela 17: Teste de médias para companhias cujo controle é familiar e não familiar

Variável de Desempenho Controle não Familiar Companhias com (n=253)

Controle Familiar

(n=230) Estatística

p valor p/ diferença

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão T de médias*

Valor de Mercado/Valor

Contábil 2,60 3,43 3,54 6,89 -1,921 0,055

Q de Tobin 1,21 0,75 1,17 1,01 0,476 0,635

Retorno sobre o Ativo

(LAJIRDA) 15,5% 10,7% 10,7% 8,6% 5,335 1,48E-07

Retorno sobre o Ativo (LL) 6,6% 8,8% 4,7% 7,8% 2,481 0,0134 *Hipótese nula: as médias são iguais

Testes de normalidade (Doornik-Hansen, Shapiro-Wilk; Lilliefors e Jarque-Bera) significantes no nível de 1% as variáveis dos grupos

A comparação (Tabela 18) entre as companhias cujo controle é familiar majoritário e as demais apontam que sue desempenho é igual melhor sob o ponto de vista de mercado com significância no nível de 10%.

Para o Q de Tobin não há diferenças entre o desempenho com significância estatística.

Por outro lado, há evidência forte (significância no nível de 1%) de que as variáveis de desempenho contábil são inferiores para as companhias com controle familiar majoritário versus companhias que não tem o controle familiar.

A seguir a Tabela 18 com os resultados.

20 Para esta seção foi utilizada a nomenclatura usual em estatística, como descrito por Keller e Warrack (2003): onde p-valores entre 10% e mais de 5% indicam evidência fraca ou ausência de significância estatística. Entre 5% e mais de 1% indica evidência forte ou significância estatística e p-valor menor que 1% indica evidência extrema ou alta significância estatística (p. 329).

Tabela 18: Teste de médias para companhias cujo controle é familiar majoritário e controle não familiar

Variável de Desempenho

Companhias com Controle não Familiar

(n=253)

Controle Familiar

Majoritário (n=170) Estatística diferença* p valor p/

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão T de médias

Valor de Mercado/Valor

Contábil 2,60 3,43 3,50 6,49 -1,853 0,06455

Q de Tobin 1,21 0,75 1,14 1,05 0,833 0,4056

Retorno sobre o Ativo

(LAJIRDA) 15,5% 10,7% 10,6% 8,5% 4,912 1,30E-06

Retorno sobre o Ativo (LL) 6,6% 8,8% 4,2% 8,5% 2,754 0,0062 *Hipótese nula: as médias são iguais

Testes de normalidade (Doornik-Hansen, Shapiro-Wilk; Lilliefors e Jarque-Bera) significantes no nível de 1% para as observações dos grupos

Já a comparação das médias de desempenho das companhias controladas pelas famílias fundadoras frente às demais é apresentada na Tabela 19. Constata-se desempenho inferior para as medidas de retorno contábil (medido pelo lucro líquido e pelo LAJIRDA) com significância no nível de 1%. As medidas de mercado não permitem concluir que exista diferença de desempenho.

Tabela 19: Teste de médias para companhias cujo controle é da família fundadora e controle não familiar

Variável de Desempenho

Companhias com Controle não Familiar

(n=253) Controle da Família Fundadora (n=179) Estatística p valor p/ diferença* Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão T de médias Valor de Mercado/Valor Contábil 2,60 3,43 3,41 6,97 -1,598 0,1109 Q de Tobin 1,21 0,75 1,12 1,02 1,134 0,2574

Retorno sobre o Ativo

(LAJIRDA) 15,5% 10,7% 9,9% 8,2% 5,814 1,19E-08

Retorno sobre o Ativo (LL) 6,6% 8,8% 4,4% 7,9% 2,616 0,0092 *Hipótese nula: as médias são iguais

Testes de normalidade (Doornik-Hansen, Shapiro-Wilk; Lilliefors e Jarque-Bera) significantes no nível de 1% para as observações dos grupos

Com relação ao desempenho dos CEO fundadores, a Tabela 20 indica que as companhias administradas por eles apresentam retorno médio sobre o ativo, medido pelo LAJIRDA, inferior aos demais com significância no nível de 5%. Para os demais indicadores de desempenho, a comparação entre médias não permite afirmar que existe diferença de desempenho entre os grupos.

Tabela 20: Teste de médias para para companhias administradas pelo fundador e não administradas por ele

Variável de Desempenho

Companhias não Administradas pelo CEO

Fundador (n=442)

Companhias Administradas pelo

CEO Fundador (n=48)

Estatística diferença* p valor p/

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão T de médias

Valor de Mercado/Valor

Contábil 2,95 5,17 3,67 6,80 -0,886 0,3758

Q de Tobin 1,18 0,84 1,30 1,17 -0,930 0,3529

Retorno sobre o Ativo

(LAJIRDA) 13,4% 10,1% 9,5% 10,4% 2,529 0,0118

Retorno sobre o Ativo (LL) 5,7% 8,7% 3,9% 7,9% 1,364 0,1733 *Hipótese nula: as médias são iguais

Testes de normalidade (Doornik-Hansen, Shapiro-Wilk; Lilliefors e Jarque-Bera) significantes no nível de 1% para as observações dos grupos

Em resumo, para os testes de médias, as companhias com controle familiar (majoritário ou não), as companhias controladas pela família fundadora e as administradas pelo CEO fundador apresentam Valor de Mercado sobre o Valor Contábil superior às demais companhias.

O desempenho superior é estatisticamente significante apenas para esta medida de desempenho nas companhias cujo controle é familiar (majoritário e não majoritário).

O valores de Q de Tobin foram ligeiramente inferiores para as companhias com controle familiar (majoritário ou não) e para as companhias controladas pela família fundadora e superior para as companhias administradas pelo CEO fundador, mas com todos os resultados sem significância estatística.

Já para os retornos contábeis, tanto calculados pelo lucro líquido como pelo LAJIRDA, as companhias com controle familiar (majoritário ou não) e as companhias controladas pela família fundadora apresentam desempenho inferior, estatisticamente significante, para comparação de médias. Para o caso do CEO fundador, há evidências significantes de desempenho inferior para o retorno calculado pelo LAJIRDA e não há evidências quando o cálculo é realizado pelo lucro líquido.