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3. A ÁREA DE ESTUDO

3.1 ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DO CONCELHO

3.1.2 Tradições Concelhias

Tabela 4: Informação resumida sobre as festas e romarias no Concelho de Celorico de Basto

Março Maio Junho Julho Agosto Setembro Novembro

Durante o segundo fim de semana decorre a feira da gastronomia e do

artesenato no centro da Vila de Celorico de Basto 15 - Festas em honra de Santa Barbara - Freguesia

de Carvalho

Quarenta dias depois da Páscoa festejam-se as festas em honra da Senhora da Rosa - Freguesia de Agilde No Domingo de pascoela festeja-se a Senhora da Goma - Freguesia de Gagos

No terceiro Domingo decorrem as festas em Honra da Senhora do Calvelo na freguesia de Fervença No primeiro domingo depois de dia 8 celebra-se as festas em honra da Nossa Senhora do Viso - Maior romaria católica no Concelho 25 e 26 - Feira anual de Santa Catarina - Centro da Vila de Celorico de Basto 4 - Festas em memória de Frei Bernardo Vasconcelos - Freguesia do Corgo No Domingo mais próximo de dia 7 realizam-se as Festas em Honra de S.Caetano - Freguesia de Gagos 24 - Festas em honra de S.Bartolomeu na freguesia do Rego Durante o segundo fim de semana decorrem as Festas em honra de Nossa Senhora da Oliveira ( Basto - S.Clemente) 23 - Festas em honra de Santa Tecla na freguesia de Santa Tecla Festas e Romarias 27 - Festas em honra de S.Pedro na freguesia de

Britelo concelho em honra 25 - Festas do de S.Tiago (Feriado Municipal) No domingo mais próximo de 22 decorre o Clamor da Roda na freguesia de Vale de Bouro Durante o segundo fim de semana decorre a Feira Internacional das Camélias No ultimo fim de semana decorrem as Festas em Honra de Nossa Senhora da Conceição em Fermil de Basto 23 - Festas em honra de S.João na Freguesia de Arnoia

Fonte: Município de Celorico de Basto e Lemos (1988)

Celorico de Basto é um concelho rico em biodiversidade agrícola e florestal e, como tal, as suas gentes organizam-se de forma a mostrar à sua população e à população visitante, o que de melhor produz demonstrando a sua riqueza, a sua cultura e as tradições das gentes deste concelho.

Realizam-se várias festas e romarias nas diferentes freguesias do concelho, como se pode confirmar na tabela 4, com destaque para a romaria da Nossa Senhora de Oliveira (S. Clemente), no segundo domingo de agosto; a de Santa Tecla, a 23 de setembro; a de São Bartolomeu (Rego), a 24 de agosto, Nossa Senhora do Viso (Caçarilhe) realiza-se no primeiro domingo após o 8 de Setembro. O Clamor da Roda na freguesia de Vale de Bouro realiza-se no domingo mais próximo do dia 22 de julho e o S. Tiago (festas concelhias) realiza-se no dia 25 de julho sendo este o feriado municipal.

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Destas romarias destaca-se a Romaria da Nossa Senhora do Viso, que é considerada a maior romaria do concelho de origem católica.

No segundo fim-de-semana de agosto, realiza-se a Feira da Gastronomia e do Artesanato. Durante este fim-de-semana, são expostas peças de artesanato e produtos comerciais de vários tipos, dos comerciantes locais e de vários pontos do país. Ao mesmo tempo, que decorre a feira de artesanato está em funcionamento, o serviço de restauração: vários restaurantes locais servem aos visitantes as suas especialidades gastronómicas regionais. Simultaneamente, há concertos musicais.

Nos dias 25 e 26 de novembro realiza-se anualmente a Feira de Santa Catarina que no segundo dia é destinada ao Concurso Pecuário destinado a produtores locais de diferentes raças de gado (Frísia, Minhota, Barrosã e Maronesa) que levam a conhecer tanto ao júri como à população local e visitantes as suas produções.

O Município, em colaboração com as infraestruturas do Concelho e da sua população, organiza, durante o segundo fim-de-semana de março, a Festa Internacional das Camélias que coincide com o fim-de-semana gastronómico, em que surge a possibilidade de mostrar aos visitantes, tanto a diversidade florística das Camélias como a qualidade da sua gastronomia local.

3.2 CARATERIZAÇÃOBIOFÍSICA

3.2.1 ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Segundo a Carta Geológica de Celorico de Basto (2013), o concelho apresenta em termos geomorfológicos, um relevo consideravelmente acidentado, com vastas áreas planálticas, alternando com vales estreitos que descem até ao rio Tâmega, à exceção da parte oriental do concelho, onde o relevo evolui de forma ondulada e o declive vai diminuindo gradualmente até ao rio Tâmega. Parte do concelho é condicionada pela falha geológica da Gandarela, com uma direção N-S, responsável pela existência de vales geralmente cavos e com direções idênticas.

Neste concelho dominam os terrenos de encosta, com declives acentuados na zona Centro e Sul do concelho, bem como, ao longo das margens do Rio Tâmega, formando vales, como o da freguesia de Infesta, ou outros, que estão localizados ao

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longo dos rios Veade e Freixieiro, junto aos quais se localizam, respetivamente, as vilas de Fermil e de Celorico de Basto.

A altitude máxima existente no concelho é de 851 metros e coincidente com o marco geodésico localizado na capela da Serra do Viso. As altitudes mais baixas são inferiores a 100 metros e localizam-se ao longo do vale do Tâmega na freguesia de Codessoso e lugar de Lourido.

As formas de relevo são condicionadas por fatores geológicos, nomeadamente pela composição litológica e tectónica, pois enquanto os xistos menos resistentes à erosão formam terrenos de menor elevação, os granitos e os quartzitos, mais resistentes constituem as partes mais elevadas, formando cristas agudas e recortadas.

As rochas metassedimentares de idade Paleozóica com maior representação no concelho são organizadas por alternâncias de filitos, xistos, metasiltitos com passagens a metagrauvaques, raros tufitos e quartzitos (Carta geológica de Celorico de Basto – fornecida pelo Município de Celorico de Basto).

As rochas ígneas estão representadas por granitos, tufos vulcânicos, filões e massas aplíticas e por filões de quartzo. Os granitos encontram-se divididos segundo a sua génese em granitos hercínicos de génese mesocrustal e granitos hercínicos de génese crustal profunda.

Os granitos apresentam-se afetados por famílias de diáclases verticais a subverticais com direções predominantes de N-S, NE-SW e NW-SE e menos predominantes E-W. Os granitos apresentam-se também com frequentes corpos filoneanos de quartzo e aplitos e, mais raramente, de pegmatitos.

3.2.2 ENQUADRAMENTO CLIMÁTICO

A característica climática mais marcante do Noroeste Português, onde está inserido o Concelho de Celorico de Basto, relaciona-se com as afinidades mediterrâneas mas, com forte influência atlântica que se traduz num clima de temperaturas amenas, com pequenas amplitudes térmicas e pluviosidade normal, resultante da sua posição geográfica, da proximidade do Atlântico e da disposição dos principais conjuntos

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montanhosos, apresentando valores pluviométricos, que variam entre os 1400 e os 3000 mm/ano.

De acordo com os dados fornecidos pelo Município de Celorico de Basto, a temperatura média diária da região varia entre os 12,5 e os 15°C, enquanto que os índices de humidade atmosférica médios anuais variam entre os 75 e os 80%.

A altitude e a disposição do relevo contribuem localmente para uma forte diferença na distribuição da precipitação.

No concelho de Celorico de Basto, as temperaturas médias, no mês de agosto, chegam perto dos 20º C e consequentemente, nos meses de inverno, nomeadamente no mês mais frio – janeiro, as temperaturas médias mensais nunca descem abaixo dos 8º C (Município de Celorico de Basto).

3.2.2.1 Temperatura

Segundo a informação meteorológica relativo aos valores médios de temperatura do ar, recolhida na Estação Climatológica de Braga -Posto Agrário no período de 1971 a 2000, localizada a 41° 33' de latitude Norte, ao 24' de longitude Oeste e a uma altitude de 190 metros, verifica-se que durante todo o ano há uma tendência evolutiva crescente de janeiro até ao mês de julho e decrescente até ao de Janeiro; isto no que se refere aos valores médios registados em horários distintos e atinge o pico no mês de julho.

49 Figura 5: Valores médios da temperatura do ar durante os meses do ano

Fonte: Município de Celorico de Basto

No que concerne à temperatura média/diária, verifica-se na figura 5 que os meses de janeiro (13,4°C), fevereiro (8,7°C) e dezembro (9,8°C) atingem os valores mais baixos, no oposto estão os meses de junho (18,6°C), julho (20,9°C), agosto (20,6°C) e setembro (19°C) com os valores mais elevados.

3.2.2.2 Precipitação

A análise à precipitação durante os anos em que foram procedidos os métodos de avaliação, tem por base os valores obtidos nos postes udométricos existentes no concelho, nomeadamente entre 1971 e 2000, sendo eles valores mensais e os restantes dados foram tratados pela estação meteorológica Braga/Posto Agrário.

As características dos dois postos udométricos do concelho de Celorico de Basto (tabela 5) são as seguintes:

Tabela 5: Características dos postos udométricos existentes no concelho de Celorico de Basto

Postos Udométricos Freguesia Altitude(m)

Freixieiro Britêlo 200

Carvalho Borba da Montanha 540 Fonte: Município de Celorico de Basto

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Posto isto, é fácil perceber que o posto udométrico de Carvalho possibilita a caracterização dos quantitativos mensais de precipitação para as zonas do concelho com altitudes mais altas, e o do Freixieiro poderá descrever as zonas mais baixas, junto ao rio Tâmega.

Com ajuda destes postos udométricos é possível concluir que, anualmente, o valor de precipitação é de 1847,2 mm/ano nas zonas elevadas e nas zonas mais baixas de 1697,5 mm/ano. Pela análise da figura 6 verifica-se que, para ambos os locais, é o mês de fevereiro que regista os valores de maior precipitação (Carvalho – 263,4 mm/ano e Freixieiro – 245,7 mm/ano), embora os meses de dezembro e janeiro ofereçam valores muito próximos (Carvalho nunca abaixo dos 255 mm e em Freixieiro nunca abaixo dos 240 mm).

Os meses de verão (julho e agosto) são os que registam os valores mais baixos, sendo mais uma vez nas zonas altas onde se registam os valores mais elevados. Assim, nestes meses, nas zonas baixas não ultrapassam os 50 mm, enquanto que nas zonas mais altas, não ultrapassam os 60 mm.

Figura 6: Distribuição mensal da Precipitação nos postos udométricos de Celorico de Basto Fonte: Município de Celorico de Basto

3.2.3 Rede hidrográfica

O concelho de Celorico de Basto está inserido quase na sua totalidade (95%) na bacia hidrográfica do Rio Tâmega (afluente da margem direita do rio Douro – figura 7)

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é apenas uma pequena parte na bacia do Rio Ave a qual rodeia parte significativa da freguesia do Rego e ainda uma pequena fatia da freguesia de Basto (S. Clemente).

Figura 7: Bacia Hidrográfica do Rio Tâmega Fonte: Município de Celorico de Basto

Relativa à bacia hidrográfica do Ave, o principal curso de água é o rio Bugio, em que o seu sentido N-S é até ao Lugar da Ponte em Argontim (freguesia de Rego) para depois assumir um sentido E-W em direção ao concelho de Fafe.

O principal e mais importante curso de água que atravessa o concelho é o rio Tâmega, que combina, simultaneamente, com o limite administrativo da parte Este, mais precisamente com o concelho de Mondim de Basto e parte de Amarante. São quatro os principais afluentes (Figura 8) deste curso de água:

Rio Veade – A Norte, forma o vale que separa a Serra do Ladário (na parte Nordeste) e a Serra de Caçarilhe (na parte Central) é também chamado de Rio Bouro, sendo que as suas cabeceiras situam-se em redor do marco geodésico de S. Pedro, no limite com a bacia hidrográfica do rio Ave;

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Rio Freixieiro – O troço inicial assume a designação de Rio da Vila, pois atravessa a sede do concelho, e o seu vale separa as elevações da Serra do Viso e Caçarilhe com o Monte de Calvelo e as elevações de Arnoia;

Ribeira de Santa Natália - Possui as suas cabeceiras na Serra do Viso, tendo grande parte do seu percurso dentro do concelho, indo depois desembocar ao Tâmega já no concelho de Amarante. Tem uma orientação inicial E-W até ao Lugar de Perraço na freguesia do Rego, alcançando depois uma direção N-S até ao limite concelhio, no lugar de Seixoso (Fervença) para depois assumir uma direção W-E até à sua foz;

Ribeira de Petimão - Na parte Norte, faz limite com o concelho de Cabeceiras de Basto e tem parte de um curso de água que tem origem em Fafe, mas que tem a denominação de ribeira de Várzea Cova.

Para além dos cursos de água referidos, existem outros com relativa importância, como são os casos de: ribeira de Infesta (afluente do rio Freixieiro), que tem uma orientação N-S, afastando o seu vale a Serra de Caçarilhe e a do Viso e as ribeiras de Fiães e Levadoiro que vão desembocar ao rio Tâmega na freguesia de Codeçoso e a Ribeira das Chedas em Canedo de Basto

53 Figura 8: Cartografia relativa à distribuição da rede hidrográfica para o concelho de Celorico de

Basto

Fonte: Mapa de elaboração própria com dados do Município de Celorico de Basto

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