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Avaliação das potencialidades do turismo agroflorestal no concelho de Celorico de Basto

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Avaliação das potencialidades do turismo agroflorestal

no concelho de Celorico de Basto

Dissertação de Mestrado em Engenharia Florestal

Autor: Eugénio Manuel Fernandes da Costa Carvalho

Orientador: Professora Filipa Conceição S. F. Torres Meneres

Co-Orientador: Professor Domingos Lopes

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Avaliação das potencialidades do turismo agroflorestal

no concelho de Celorico de Basto

Dissertação de mestrado em Engenharia Florestal

Autor: Eugénio Manuel Fernandes da Costa Carvalho

Orientador: Professora Filipa Conceição S. F. Torres Meneres

Co-Orientador: Professor Domingos Lopes

Composição do júri:

(3)

I

Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Florestal pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

(4)

II

AGRADECIMENTOS

Apesar do processo solitário a que qualquer investigador numa dissertação de mestrado está destinado, este reúne contributos de várias pessoas. Desde o início da mesma contei com a confiança, o apoio e o contributo de inúmeras pessoas e instituições, sem os quais, esta investigação não teria sido possível. Dedico este espaço àqueles que deram a sua contribuição para que esta dissertação fosse realizada.

A todos eles deixo aqui o meu sincero e profundo agradecimento.

Ao Professor Doutor João Bento, enquanto coordenador do 2º Ciclo de Estudos em Engenharia Florestal, acompanhou grande parte do meu percurso neste ciclo e demonstrou todo o apoio, disponibilidade e amizade para com a minha pessoa enquanto aluno do seu departamento.

À Professora Doutora Simone Varandas, atual coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em Engenharia Florestal por toda a sua disponibilidade, amizade e motivação demonstrada para com a minha pessoa de forma a poder concluir esta etapa da minha vida académica.

À Professora Doutora Filipa Torres, orientadora desta dissertação, pela motivação que me transmitiu, pela colaboração com conselhos e sugestões, pelas notas dominantes da sua orientação e utilidade das suas recomendações, pelo seu profissionalismo, pela partilha do saber e valiosas contribuições para este trabalho e acima de tudo pela enorme paciência que teve para com a minha pessoa mesmo quando não demonstrei maturidade organizacional.

Ao Professor Doutor Domingos Lopes, por me ter acompanhado nesta jornada e por estimular o meu interesse pelo conhecimento e pela vida académica, bem como, pela ajuda, paciência, disponibilidade, dedicação, ensinamentos transmitidos e acima de tudo pela sua amizade.

(5)

III

À UTAD, instituição universitária que me acolheu e onde realizei o meu percurso de ensino superior.

Ao Dr.º Joaquim Mota e Silva, Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto pela atenção que me dedicou, colaboração, e acima de tudo pela confiança que em mim demonstrou. Por tudo isto e ainda pela cordialidade com que sempre me recebeu.

Ao Senhor Paulo Mota, Presidente da Casa do Agricultor – Cooperbasto, instituição que me acolheu para a minha primeira experiência profissional na área da Engenharia Florestal, pelo acolhimento e simpatia que desde sempre me devotou.

À Eng.ª Paula Bessa, Coordenadora da Secção Florestal da Casa do Agricultor-Cooperbasto e também enquanto orientadora do meu estágio profissional, pela paciência, amizade, boa disposição, espírito positivo, por todos os ensinamentos relevantes que me transmitiu marcantes para o resto da minha vida profissional e pessoal.

No decorrer da elaboração deste trabalho foi necessário proceder à realização de entrevistas a agentes, empresários e representantes de instituições que amavelmente me receberam e comigo colaboraram. A todas essas pessoas que prescindiram de algum do seu precioso tempo diário para responder ao questionário e aos responsáveis organizacionais que autorizaram a realização do estudo, o meu reconhecimento e gratidão também:

Artur Machado – CBT Adventure Sandro Freitas - Montes de Encanto

Eng.º Francisco Martins – Qualidade de Basto E.M.

Eng.ª Paula Bessa – Coordenadora da secção Florestal da Casa do Agricultor- CooperBasto

Dr.º Peixoto Lima – Chefe de Divisão e Planeamento Territorial Câmara Municipal de Celorico de Basto

(6)

IV

Filipe Marinho Gomes – Responsável do Parque de Campismo e Estruturas Hospedeiras

José Ribeiro – Presidente do Clube de Caça e Pesca de Celorico de Basto Manuel Meireles Leite – Turismo de Habitação “Casa do Campo”

Manuel Moura – Turismo Rural “ Casa dos Mouras” Sandra Brás – Turismo Rural “Casa de Mosqueiros” Glória Campos – Turismo de Habitação “ Casa de Canedo” Eng.º Paulo Vasconcelos “Associação Basto Move.te” Filipe Antunes – Empresa Mimos d´Arnoia

João Pinto – Turismo “Quinta da Fontinha”

Aos meus colegas e amigos de mestrado, em especial à Ana Furtado e ao Leandro Dias, que se tornaram pessoas importantes, prestáveis e presentes neste percurso da minha vida.

Aos meus companheiros e amigos, pelos momentos de entusiasmo partilhados em conjunto: André Meireles, Cristian Cunha, Christophe Machado, João Magalhães, Daniel Costa, Márcia Magalhães, José Gomes, Tiago Almeida, João Fraga, Igor Nora, Vasco Brandão Cerqueira, por toda a vossa ajuda, paciência, companhia e motivação durante a elaboração deste trabalho. Às minhas outras importantes amigas Gué e Tiza, o meu muito obrigado.

Estou igualmente grato a todos os meus familiares de Celorico, passando por Fafe até Vila Nova de Cerveira pelo incentivo recebido ao longo destes anos.

Gratidão especial e em particular para a minha tia-avó materna, Prudência de Jesus Silva e Moura, que enquanto viveu foi um dos meus principais apoios proporcionando-me mimos complementares, para que nada me faltasse.

À minha irmã, mana Rita, complemento do meu ser, alegria da minha vida, por todos os conselhos e apoio, o meu muito obrigado.

Aos meus pais que sempre me acompanharam e se mostraram incansáveis para que o sucesso da minha formação académica fosse uma realidade, o meu eterno obrigada, a eles devo a minha vida.

(7)

V

A todos Vós, muito obrigada pela oportunidade que me possibilitaram de aprender e contribuir para o meu crescimento académico e pessoal.

O meu profundo e sentido agradecimento a todas as pessoas, mesmo àquelas que porventura não mencionei o nome, mas que de alguma outra forma contribuíram para a concretização desta dissertação, estimulando-me intelectual e emocionalmente.

«À memória de Barinho Peixoto, amigo e companheiro de sempre, que cativou em mim o ingresso na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro assim como a paixão pela natureza e todo o seu meio envolvente».

«À memória de Prudência de Jesus Silva Moura, tia-avó que desde sempre foi o meu grande apoio».

(8)

VI

RESUMO

Este trabalho teve como principal objetivo de estudo a avaliação das potencialidades do turismo agroflorestal no concelho de Celorico de Basto.

Celorico de Basto é um concelho do interior, situado no distrito de Braga, percorrido pelo rio Tâmega na parte Este do concelho e sendo limitado por Amarante e Mondim de Basto. A Sul faz fronteira com Amarante e Felgueiras, a Oeste com Fafe e a Norte com Cabeceiras de Basto.

Durante este estudo, começamos por inventariar as infraestruturas, as associações, as empresas e os empreendimentos que fomentam o turismo no concelho de Celorico de Basto. Posteriormente entrevistamos os agentes inventariados sobre as atividades desenvolvidas e futuras, tradições e saberes locais bem como a sustentabilidade das suas práticas. Finalmente foi realizado um inquérito à população sobre as estratégias de reconhecimento do concelho de Celorico de Basto a nível nacional, as tipologias de turismo e a potencialização destas assim como os agentes, os monumentos e as infraestruturas mais importantes e com maior capacidade de desenvolvimento.

O desenvolvimento das potencialidades turísticas quer ao nível agroflorestal, ecoturismo e de aventura é um facto devido às condições edafo-climáticas que o concelho apresenta, assim como as suas estruturas e monumentos históricos e culturais que possui. Contudo, os agentes turísticos denotam falta de organização e colaboração conjunta trabalhando cada um de forma individualizada.

Palavras-chave: Celorico de Basto, Desenvolvimento local, Sustentabilidade, Turismo Agroflorestal, Ecoturismo, Turismo de Aventura.

(9)

VII

ABSTRACT

The principal objective of this study was to evaluate the potential of the agroforestry tourism in the region of Celorico de Basto.

Celorico de Basto is a town located in the interior of Portugal, county of Braga, traversed by the river Tâmega on the east separating it from Amarante and Mondim de Basto By south form a boarder with Amarante and Felgueiras, by west with Fafe and by north form a boarder with Cabeceiras de Basto.

During the study, we began as catalogue the infrastructures, associations, firms and enterprises which promote tourism in Celorico de Basto. Afterwards we interviewed the catalogued infrastructures about their main activities and future plans, traditions and local knowledge’s as well as the sustainability of their actions. Finally an inquiry about the strategies to improve the level of recognition of Celorico de Basto at a national level, types of tourism and how to potentiate them, monuments and the most important infrastructures with more capacity of development was made to the population.

The development of the touristic potentialities at the agroforestry level, ecotourism level and adventure level is a fact well established not only due to the soil and climate of this specific region, but also due the structures and historical and/or cultural monuments that it possesses. However these touristic stakeholders of organization and do cooperate, as each one works individually.

Keywords: Celorico de Basto, Local Development, Sustainability, Agroforestry Tourism, Ecotourism, Adventure Tourism.

(10)

VIII

ÍNDICE

ÍNDICEDEFIGURAS ... XI ÍNDICEDETABELAS ... XV

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ... XVI

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 3

2.1 ALGUMAS TIPOLOGIAS DE TURISMO ... 3

2.1.1 Turismo Cultural ... 6

2.1.2 Turismo em Espaço Comunitário ... 8

2.1.3 Ecoturismo ...10

2.1.4 Turismo AgroFlorestal ...12

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NUM CONTEXTO DE TURISMO ...22

2.2.1 Conceito de Sustentabilidade ...22

2.2.2 Turismo Sustentável ...23

2.2.3.Desenvolvimento Rural Sustentável ...27

2.2.4 Integração entre a ecologia e a economia ...30

2.3 IMPACTOS DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO SUSTENTÁVEL ...32

2.3.1 Impactos económicos ...32

2.3.2 Impactos sócio-culturais ...33

2.3.3 Impactos ambientais ...34

2.4 CONTEXTO ATUAL DO MUNDO RURAL ...35

3. A ÁREA DE ESTUDO ...39

3.1 ENQUADRAMENTO TERRITORIALDOCONCELHO ...39

3.1.1 Enquadramento regional ...39

(11)

IX 3.2 CARATERIZAÇÃOBIOFÍSICA ...46 3.2.1 ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO ...46 3.2.2 ENQUADRAMENTO CLIMÁTICO ...47 3.2.2.1 Temperatura ...48 3.2.2.2 Precipitação ...49 3.2.3 Rede hidrográfica ...50

3.3CARACTERIZAÇÃODAOCUPAÇÃODOSOLO ...53

3.4CARACTERIZAÇÃODAVEGETAÇÃO ...58

3.5EXPLORAÇÕESDOCONCELHODECELORICODEBASTO ...63

3.6ÁRVORES NOTÁVEIS E DE INTERESSE PÚBLICO ...69

4. METODOLOGIA ...72

5. RESULTADOS PRÉVIOS ...75

5.1.CARATERIZAÇÃO DAS INFRA- ESTRUTURAS, ASSOCIAÇÕES, EMPRESAS E EMPREENDIMENTOS DE CARIZ TURÍSTICO: ...75

5.2. RESULTADOS DOS INQUÉRITOS AOS DIRIGENTES INSTITUCIONAIS...84

5.2.1 Entrevista realizada ao responsável pela empresa CBT Adventure ...84

5.2.2 Entrevista realizada ao Presidente do Clube de Caça e Pesca ...85

5.2.3 Entrevista realizada ao coproprietário Mimos D’Arnoia ...87

5.2.4 Entrevista realizado ao chefe de divisão do planeamento do território do Município de Celorico de Basto ...87

5.2.5 Entrevista ao responsável pelo parque de Campismo, praias fluviais e outras estruturas hospedeiras em Celorico de Basto ...89

5.2.6 Entrevista com o responsável pela empresa Qualidade de Basto ...90

5.2.7 Entrevista realizada á Associação Basto Move-te ...91

5.2.8 Entrevista realizada ao responsável pela Casa do Campo ...92

(12)

X

5.2.10 Entrevista realizada à responsável pela Casa de Mosqueiros...93

5.2.11 Entrevista realizada ao responsável pela Quinta dos Mouras ...94

5.2.12 Entrevista realizada ao responsável pela Quinta da Fontinha ...94

5.2.13 Entrevista realizada ao Departamento Florestal da Cooperbasto ...95

5.3. RESULTADOS DOS INQUÉRITOS INDIVIDUAIS ...96

6. ANÁLISESWOT ... 108

7. PROPOSTAS DE TURISMO AGROFLORESTAL ... 109

7.1CRIAÇÃO DE NOVOS TRILHOS PEDESTRES ASSOCIANDO O PATRIMÓNIO NATURAL COM O CULTURAL/HISTÓRICO ... 109

7.1.1 Classificação dos trilhos quanto ao nível de dificuldade ... 110

7.1.2 Classificação dos trilhos quanto à forma ... 111

7.2LOCAL PROPOSTO... 111

7.2.1 Apresentação do trilho: ... 112

7.2.2 Desenvolvimento e orientação: ... 113

7.3CRIAÇÃODEUMAREDETURÍSTICA ... 122

7.4 CRIAÇÃODEEVENTOSDESPORTIVOSDEÁGUASBRAVAS ... 122

8. CONCLUSÕES... 124

ANEXOS ... 126

(13)

xi

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Esquema relativo às diferenças entre Visitante, Turista e Visitante do dia 4

Figura 2: Enquadramento geográfico de Celorico de Basto 40

Figura 3: Mapa relativo às freguesias do Concelho de Celorico de Basto 41

Figura 4: Evolução da população no Concelho de Celorico de Basto 44

Figura 5: Valores médios da temperatura do ar durante os meses do ano 49

Figura 6: Distribuição mensal da Precipitação nos postos udométricos de Celorico de

Basto 50

Figura 7: Bacia Hidrográfica do Rio Tâmega 51

Figura 8: Cartografia relativa à distribuição da rede hidrográfica para o concelho de

Celorico de Basto 53

Figura 9: Mapa relativo às cotas altitudinais no Concelho de Celorico de Basto 54

Figura 10: Mapa de declives do Concelho de Celorico de Basto 55

Figura 11: Mapa relativo à distribuição da ocupação do solo, no concelho de Celorico

de Basto 56

Figura 12: Mapa relativo ao tipo de solo e às culturas praticadas pela população do

Concelho 57

Figura 13: Retirada a partir do Castelo de Arnoia onde é possível verificar que o

Eucalipto é a espécie mais representada 60

Figura 14: Povoamentos mistos presentes concretamente na freguesia de Borba da

Montanha 61

Figura 15: Povoamento privado de produção de Carvalho americano na freguesia de

Corgo 61

Figura 16: Fotografia obtida nas margens do rio Tâmega na freguesia de Veade, onde é possível verificar a floresta desordenada e aproveitamento de silvopastorícia (Foto de

Adão Cachurreiro) 62

Figura 17: Esquema referente às potencializações do turismo agroflorestal no

(14)

xii

Figura 18: Rio Tâmega no Inverno (Foto DiaboFotografia) 64

Figura 19: Atividade de rafting no Rio Tâmega promovida pela empresa CBT

Adventure (Foto DiaboFotografia) 64

Figura 20: Fotografia de parte do parque de lazer do Freixieiro em pleno centro da

Vila de Celorico de Basto (Foto DiaboFotografia) 65

Figura 21: Castelo de Arnoia – Celorico de Basto(Foto Eugénio Carvalho) 66

Figura 22: Carta arqueológica do Concelho de Celorico de Basto 66

Figura 23: Mapa de árvores notáveis 70

Figura 24: Eucalipto de Interesse Público na freguesia de Ribas 71

Figura 25: Diagrama da Metodologia seguida 73

Figura 26: Esquema resumido da interpretação obtida através das entrevistas aos

agentes turísticos; 84

Figura 27: Nacionalidade dos inquiridos 96

Figura 28: Ilustra o género dos inquiridos; 97

Figura 29: A idade dos inquiridos 97

Figura 30: A Naturalidade dos inquiridos 98

Figura 31: O concelho de residência dos inquiridos; 99

Figura 32: Conhecimento dos inquiridos sobre o Concelho de Celorico de Basto 100

Figura 33: O motivo de conhecer o Concelho de Celorico de basto por parte dos

inquiridos 100

Figura 34: Motivo do conhecimento dos inquiridos sobre o Concelho de Celorico de

Basto, não sendo morador 101

Figura 35: A opinião dos inquiridos sobre Celorico de Basto ser conhecido a nível

nacional 102

Figura 36: Qual a estratégia que os inquiridos aconselhariam para Celorico de Basto

(15)

xiii

Figura 37: A opinião dos inquiridos sobre as potencialidades do desenvolvimento

turístico no Concelho de Celorico de Basto 103

Figura 38: A opinião dos inquiridos sobre o tipo de turismo com mais potencialidades

para desenvolver 103

Figura 39: A opinião dos inquiridos sobre a infraestrutura mais importante para o

desenvolvimento turístico no Concelho de Celorico de Basto 104

Figura 40: Figura comprovativa da opinião dos inquiridos sobre o empreendimento

turístico mais conhecido no Concelho de Celorico de Basto 105

Figura 41: Ilustração da opinião dos inquiridos sobre o conhecimento de várias

associações/empresas/biblioteca no Concelho de Celorico de Basto 106

Figura 42: A opinião dos inquiridos sobre a festa ou romaria com maior capacidade de

desenvolvimento turístico no Concelho de Celorico de Basto 107

Figura 43: Resumo do trilho pedestre proposto 112

Figura 44: Imagem caraterizadora do povoamento misto de Carvalhos e Azevinhos 113 Figura 45: Zona envolvente ao povoamento misto demonstrado na figura anterior 113

Figura 46: Imagem pormenorizada de Azevinho no povoamento 114

Figura 47: Paisagem envolvente observada no trajeto entre o povoamento misto de

Azevinhos e Carvalhos e a vila de Gandarela 114

Figura 48: Paisagem envolvente observada no trajeto entre o povoamento misto de

Azevinhos e Carvalhos e a vila de Gandarela 115

Figura 49: Vista exterior da Casa de Gandarela na Vila de Gandarela 115

Figura 50: Eucalipto de Interesse Público 116

Figura 51: Eucalipto de Interesse Publico 116

Figura 52: Zona Envolvente à Igreja de S. Salvador de Ribas 117

Figura 53: Igreja de S. Salvador de Ribas 117

(16)

xiv

Figura 55: Paisagem: Paisagem observada entre as freguesias de Ribas e Vale de

Bouro observada entre as freguesias de Ribas e de Vale de Bouro 118

Figura 56: Rio Veade na freguesia de Vale de Bouro 119

Figura 57: Casa Brasonada situada na freguesia de Vale de Bouro 119

Figura 58: Troço do rio Veade que separa as freguesias de Vale de Bouro e Corgo 120 Figura 59: Imagem de um moinho de milho situado junto ao troço do rio Veade,

elemento separador das freguesias de Vale de Bouro e Corgo 120

Figura 60: Açude na freguesia de Gagos 121

(17)

xv

ÍNDICEDETABELAS

Tabela 1: Área e população em Celorico de Basto ... 39

Tabela 2: Informação relativa à área (km2) e ao número de habitantes ... 43

Tabela 3: Tabela referente à população residente, alojamentos e edifícios no Concelho de Celorico de Basto ... 44

Tabela 4: Informação resumida sobre as festas e romarias no Concelho de Celorico de Basto... 45

Tabela 5: Características dos postos udométricos existentes no concelho de Celorico de Basto... 49

Tabela 6:Resumo das culturas praticadas (ha) no concelho de Celorico de Basto ... 57

Tabela 7: Área (ha) de espécies divididas pelas várias freguesias ... 59

Tabela 8: Superfícies Agroflorestais no Concelho de Celorico de Basto ... 67

Tabela 9: Contabilização das explorações agro -florestais no Concelho de Celorico de Basto... 68

Tabela 10: Entrevista tipo, realizada a cada responsável das infra estruturas identificadas ... 74

Tabela 11: Resumo das Estruturas e serviços turísticos inventariados ... 83

(18)

xvi

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

CAOP: Carta Administrativa Oficial de Portugal CO2:Dióxido de Carbono

DOP: Denominação de Origem Protegida

FCMP: Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal FSC: Forest Stewardship Council

IAA: Indústria Agroalimentar

ICNF: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas IEFP: Instituto de Emprego e Formação Profissional

INE: Instituto Nacional de Estatística ONG’s: Organizações não Governamentais PAC: Política Agrícola Comum

PIB: Produto Interno Bruto

PMFCI: Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios PNTN: Programa Nacional de Turismo de Natureza

SAER: Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco TER: Turismo em Espaço Rural

THR: Asesores en Turismo, Hotelaría y Recreación, S.A TIC: Tecnologias de Informação e Comunicação

WOOF: World-Wide Opportunities on Organic Farms SAU: Superficie Agrícola Útil

SANU: Superficie Agrícola Não Útil CBT: Celorico de Basto

ZIF: Zona de Intervenção Florestal

(19)

1

1. INTRODUÇÃO

O êxodo rural que tem acontecido ao longo dos últimos anos em Portugal constitui uma realidade na nossa sociedade contemporânea.

Neste contexto, a floresta e a agricultura são vistas como uma alternativa num presente e num futuro mais próximo para o desenvolvimento e modernização do nosso país. Neste estudo procura-se analisar a possibilidade de se associar as condições edafo-climáticas e as boas práticas das atividades agroflorestais com o trabalho dos agricultores, dos silvicultores e produtores agroalimentares e ainda com a potencialização do turismo, o que conduz a um consequente desenvolvimento das áreas rurais. O turismo nestas zonas promove o aproveitamento e a vivência da natureza, bem como o contacto com pessoas cujos valores éticos e sociais, que em tudo diferem dos valores das comunidades visitantes.

O presente trabalho, dissertação de mestrado em Engenharia Florestal da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), intitulado “Avaliação das Potencialidades do Turismo Agroflorestal no Concelho de Celorico de Basto” debruça-se sobre a avaliação das potencialidades do turismo agro-florestal no Concelho de Celorico de Basto. Esta dissertação compreende um conjunto de objetivos, tais como, promover o desenvolvimento rural, assente num turismo sustentável, direcionado para a conservação da natureza, para a manutenção da biodiversidade e, ainda, para a competitividade e desenvolvimento económico do concelho de Celorico de Basto.

Assim, este trabalho de investigação tem como objetivo principal analisar as potencialidades turísticas agroflorestais no concelho de Celorico de Basto. Centra-se basicamente, numa melhor interpretação e num conhecimento pormenorizado das empresas/associações concelhias que fomentam a prática do turismo quer no meio Florestal, quer no meio agrícola. Dessa forma procura-se perceber a reação das comunidades recetoras para com os seus visitantes e também a reação dos visitantes perante as culturas, tradições, hábitos e conhecimentos das comunidades de acolhimento, analisando a responsabilidade comunitária, social e ambiental de cada grupo de pessoas mencionada “à priori”.

(20)

2

É de referir ainda que Celorico de Basto está localizado no interior do país, por consequência é considerado um dos concelhos de Portugal situados em zona desfavorecida.

A presente dissertação encontra-se estruturada em três partes distintas, uma parte pré-textual, uma textual e, finalmente, uma parte pós textual. A parte pré-textual é a que insere todos os elementos que antecedem o corpo de texto nomeadamente, a capa, a página de rosto, dedicatórias, agradecimentos, o índice, resumo, abreviaturas entre outros. No que concerne à parte textual do trabalho esta está dividida em capítulos. Cada capítulo encerra algumas noções inerentes aos conceitos teoréticos abordados bem como a apresentação de dados estatísticos que justificam o assunto exposto. A parte pós textual contém todos os elementos posteriores à parte textual como é o caso da bibliografia, apêndices e/ou anexos.

(21)

3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ALGUMAS TIPOLOGIAS DE TURISMO

O turismo surge quando há uma deslocação temporária de pessoas para locais diferentes dos seus locais de trabalho e residência. As atividades desenvolvidas no âmbito turístico têm de preencher as necessidades dos turistas. Tal como defende Dinis (2005), estas deslocações e permanências não podem ser causadas por uma atividade lucrativa principal, permanente ou temporária.

O Turismo é um dos setores que mais cresce no mundo, fenómeno que é fomentado pela globalização e aumento das comunicações a nível mundial. Este setor tem sido fundamental para os países que apresentam potencial turístico, como é o caso de Portugal, que é altamente reconhecido pelas suas praias, gastronomia e herança cultural e patrimonial.

O estudo “A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa”, elaborado pela SAER (Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco), em 2010, sublinha que “após a crise económica atual, o setor do turismo será um dos motores do desenvolvimento – talvez mesmo o principal… por ser uma atividade global esta contribui para a globalização da economia portuguesa, sendo fator de captação de investimentos, formação especializada, atração de capitais e criação de emprego” (Carvalho, 2010).

De facto, tal como esclarece a Organização Mundial do Turismo citada por Dinis (2005:13). “O turismo compreende as atividades desenvolvidas por pessoas ao longo de viagens e estadias em locais situados fora do seu enquadramento habitual por um período consecutivo que não ultrapasse um ano, para fins recreativos, de negócios ou outros” e apresenta também uma definição de turismo nacional segundo a qual o “visitante nacional” é “toda a pessoa, qualquer que seja a sua nacionalidade, que reside num país e que se desloca a um lugar situado nesse país e cujo motivo principal da visita é diferente do de aí exercer uma atividade remunerada”.

Neste sentido, e tal como nos apresenta Cunha (2006: 24-25), no turismo existe um paralelismo entre visitante, turista e excursionista tal como se pode perceber pela Figura 1:

(22)

4

Figura 1: Esquema relativo às diferenças entre Visitante, Turista e Visitante do dia Fonte: Adaptado de Cunha, 2006

Araújo, Posenatto e Nascimento (2010) chamam a atenção para o facto de o turismo não se restringir exclusivamente ao ato de viajar e ao facto da sua classificação não se veicular apenas ao tempo de estadia do turista num determinado local ou à movimentação na economia que este setor promove.

Estes autores acrescentam que o turismo

Não pode ser visto tão-somente como uma atividade económica, mas principalmente como agente de desenvolvimento e inclusão, que tem como caraterística fundamental as relações de troca cultural entre os diferentes intervenientes, aproximando realidades díspares. É importante ter em mente a dimensão, o potencial e o crescimento da atividade turística; porque, assim como a tecnologia e a ciência, o turismo evolui em grande velocidade. (…) Se anteriormente as pessoas viajavam apenas por necessidade de sobrevivência ou com o foco exclusivo no lazer, atualmente, as motivações são as mais variadas e abrangentes possíveis (p.124).

(23)

5

De acordo com Cunha, 1997 citado por Dinis (2005:20), podemos distinguir diversos tipos de turismo:

 Turismo de recreio: realizado por pessoas que têm gosto em viajar para mudar de lugar, para observar paisagens bonitas ou para observar as movimentações das grandes cidades. Este tipo de turismo é delimitado como diversificado devido às divergentes conceções de prazer de acordo com o gosto, com o meio socioeconómico e com a personalidade das pessoas;

Turismo de repouso: executado por pessoas que precisam de recuperar do stress e da vida do quotidiano, e que pretendem um descanso físico e mental. Consequentemente procuram zonas calmas e em contacto com a natureza. Este tipo de turismo é principalmente realizado por pessoas provenientes de grandes centros urbanos.

 Turismo cultural: realizado por pessoas que desejam elevar os seus

conhecimentos, especialmente a arte nacional, regional ou rural. É caracterizada por um contacto mais próximo com a comunidade local. Selecionam-se de preferência os centros culturais, os museus, os locais históricos e os locais de peregrinação.

 Turismo religioso: tem como objetivo central a visita a locais sagrados e a participação em rituais de culto. Em Portugal, estima-se que 10% do turismo corresponde ao turismo religioso o que consequentemente produz receitas para a economia nacional dado que aumenta o fluxo turístico em épocas que não são consideradas como altas.

 Turismo de negócios: circulação cada vez mais usual, na qual se podem referenciar as reuniões, feiras internacionais, artesanais, gastronómicas, exposições. Este turismo tem importância para os serviços turísticos, por ser efetuado fora das épocas altas. No entanto, há quem não considera as viagens de negócios como um tipo de turismo, uma vez que não há liberdade na escolha do destino, nem na altura da deslocação, por isso salientam que, nessas viagens há

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6

sempre tempos livres que são usados para a utilização de serviços turísticos das regiões em causa.

 Turismo político: tipo de turismo em que há uma relevante movimentação de pessoas para reuniões e/ou marcos políticos.

 Turismo étnico e de carácter social: efetuado por pessoas que desejam visitar amigos, parentes e organizações ou cooperar na vida comum de certas localidades. Inserem-se neste grupo, as viagens de lua-de-mel e lazer que são feitas por motivos de prestígio social.

2.1.1 Turismo Cultural

O turismo cultural, mais conhecido como Touring paisagístico e cultural, tem como principal objetivo descobrir, conhecer e explorar os atrativos de uma região através de percursos em tours, rotas ou circuitos de diferente duração e extensão. Segundo Lopes (2012), os centros culturais, os grandes museus, os locais onde se desenvolveram no passado as grandes civilização do mundo, os monumentos, os grandes centros de peregrinação ou os fenómenos naturais ou geográficos constituem a preferência destes turistas e incluem-se também neste grupo as viagens de estudo e aquelas viagens realizadas para a aprendizagem de línguas. A principal motivação de um turista que procura locais históricos, é conhecer a cidade e as suas atrações monumentais, arquitetónicas, culturais, comerciais e gastronómicas.

De acordo com o estudo realizado por THR (2006) para o Turismo de Portugal, os City breaks baseiam-se numa estadia de curta duração para visitar várias atrações de uma cidade, vila ou aldeia.

Tendo em linha de conta que existem vários mercados de City breaks começamos por abordar o Standard. O mercado City breaks Standard é quando os turistas viajam para um local com o objetivo de visitar atrações relacionadas com uma variedade de temas (histórico, cultural, e social). Durante a sua estadia ficam alojados em Hotéis/ Casas de Turismo Rural ou de Habitação. Normalmente escolhem os hotéis/Casas de Turismo de 2-3 estrelas e procuram produtos e serviços com preços acessíveis.

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De acordo com o estudo supracitado (THR, 2006), estas viagens independentes e organizadas, podem ser consideradas como:

Touring genérico: Tours, rotas ou circuitos de conteúdo abrangente e diverso. Este touring representa cerca de 90% das viagens.

Touring temático: Tours, rotas ou circuitos focados num determinado tema que constitui o centro da experiência. Exemplo: rota de castelos medievais. Este touring representa cerca de 10% do total de viagens. Este “tipo” de forma de realizar turismo pode ser feito de forma independente, ou seja pode ser realizado em carro próprio ou em grupo através de viagem e/ou transporte coletivo.

City Breaks Upscale: os turistas viajam para uma cidade com o objetivo de visitar atrações relacionadas com uma variedade de temas (histórico, cultural e social) (Ferreira, 2007). Durante a sua estadia desejam serviços personalizados de boa qualidade, como menus de degustação e provas de vinho, como confirma o estudo realizado por THR (2006) para o Turismo de Portugal.

City Breaks temáticos: de acordo com o estudo elaborado pelo THR (2006) para o turismo de Portugal, este tipo de turistas viajam para uma cidade com o objetivo de conhecer novas atrações e de presenciar práticas relativas a um tema específico, como por exemplo, assistir a um evento musical, teatral, cinematográfico, desportivo, de moda.

Em Celorico de Basto, cidade em estudo, o Turismo cultural, associa-se aos valores patrimoniais e históricos que estão presentes, nas mais diversas freguesias, quer ao nível religioso, histórico e/ou patrimonial. Destaca-se, um pouco por todo o concelho, o estilo românico.

Desde março de 2010, Celorico de Basto integra a Rota do Românico,

Neste concelho, a Rota do Românico distribui-se por várias freguesias. Os monumentos possuem arquitetura que remonta aos séculos XII e XIII e tem uma natureza patrimonial e religiosa, como são os casos do Castelo de Arnoia, Igreja Santa

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Maria de Veade, Igreja do Salvador de Ribas e a Igreja do Salvador de Fervença. Há aqui forte potencial para o desenvolvimento do turismo cultural.

2.1.2 Turismo em Espaço Comunitário

O património comunitário é composto por valores e crenças, bem como por conhecimentos, práticas, técnicas e habilidades, instrumentos e artefactos, lugares e representações, terras e territórios, por todos os tipos de manifestações atingíveis e intocáveis existentes numa determinada região. Deste modo, reflete o modo de vida de uma determinada comunidade assim como a sua organização social, a sua identidade cultural e as suas afinidades com a natureza. O turismo descobre várias perspetivas orientadas para a valorização do seu património a um nível comunitário. Este revela, às suas comunidades, o potencial dos seus bens patrimoniais, ou seja, o conjunto de recursos humanos, culturais e naturais que envolve formas inovadoras de gestão dos seus territórios (Bartholo, Sarsolo e Burszty, 2009).

Segundo Pereira e Barreto (2012), a comunidade local está sujeita ao desenvolvimento, pelo que tem de cooperar desde a conceção do turismo passando pelo seu desenvolvimento e gestão, o que revela uma grande complexidade devido à diversidade das diferentes realidades locais.

Para Bartholo, Sarsolo e Burszty (2009), a base do capital social designa o conjunto de valores, conhecimentos coletivos, técnicas de produção, formas de organização, capazes de originar comportamentos de cooperação entre os seus membros, com a finalidade de preservar a união social e garantir meios de vida capazes, para assegurar a sobrevivência do grupo de turistas.

A comunidade tem que se sentir parte integrante deste processo, uma vez que os membros da comunidade, se sentem donos do seu património, isto é, o turismo, de base comunitária, exige planeamento, entendimento e envolvimento. A comunidade tem de gerir o seu negócio em prol do bem comunitário e que está de acordo com o Turismo de base comunitária (Pereira & Barreto, 2012).

A afirmação cultural sucede quando o fascínio da realidade sobre a natureza incide sobre motivações pessoais do turismo internacional. A riqueza cultural é exposta através de um conjunto de rituais, celebrações e festividades municipais, religiosas e comerciais (como são os exemplos de feiras agrícolas, de pecuária, artesanais,

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gastronômicas e medicinais). Estes fatores conduzem o turista ao gosto pela natureza (Bartholo et al, 2009).

Porém, de acordo com os autores supracitados, o turismo na base comunitária apresenta algumas restrições:

 Uma oferta dispersa, fragmentada, e com estruturas deficientes;

 Pouca diversificação de produtos turísticos;

 Uma gestão profissional limitada;

 Serviços heterogéneos com qualidade média e baixa;

 Pouca divulgação do turismo comunitário;

 Fragilidade dos serviços públicos, como são os casos de estradas, saneamento e água potável;

Celorico de Basto é um concelho rico em valores patrimoniais, históricos e religiosos e ao longo dos últimos anos tem-se notado um ligeiro avanço ao nível turístico com as respetivas consequências ao nível do desenvolvimento local.

Assim, a população deste concelho detém um elevado conjunto de valores, que passam pela preservação do património local e que consideramos que deveria ser ainda mais incentivado. No nosso entender, este património deveria ser preservado como se fosse uma propriedade privada incentivando as práticas agrícolas e florestais, de forma a potenciar uma união sociável agradável capaz de receber de forma saudável grupos de turistas.

Consideramos que, na comunidade local, todos os habitantes, dos mais novos até aos mais velhos, deveriam ser incentivados a conhecer e a interpretar mais pormenorizadamente os rituais, como são os casos da festa de S. Tiago (Feriado Municipal), Feira Anual de Santa Catarina, Festa Internacional das Camélias associado com o Fim-de-semana Gastronómico, Feira de Artesanato e Gastronomia, de forma a conseguir transmitir os seus saberes e valores locais com o objetivo de envolver as comunidades visitantes para fomentar ainda mais o interesse pela cultura local.

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2.1.3 Ecoturismo

Segundo Cândido (2008) Ecoturismo provém do desenvolvimento do Turismo através do uso ecológico e racional do meio ambiente e cujas atividades se desenvolvem com o menor impacto ambiental possível. Assim surgiram novos destinos com ligações à natureza e contra a poluição ambiental e que, automaticamente, são mais ligados à simplicidade rural e às origens culturais (gastronomia, práticas sociais, folclores e identidade cultural).

Segundo o Turismo de Portugal (2006), o turismo de natureza baseia-se na vivência de experiências com enorme valor simbólico, de forma a contactar e usufruir com a Natureza. Este tipo de turismo é uma importante atividade económica presente em áreas naturais por todo o mundo e que proporcionam várias oportunidades para os visitantes experienciarem fortes declarações da natureza e da sua cultura. Desta feita é induzida a compreensão da importância da conservação da biodiversidade e das culturas locais, simultaneamente, o ecoturismo provoca receitas para a conservação e benefícios das comunidades locais.

Segundo Drumn e Moore (2003:3) o turismo de natureza pode provocar:

 O aumento do valor económico em serviços do ecossistema proporcionadas pelas áreas protegidas, sendo que a realização de turismo em áreas protegidas tem o seu valor automaticamente inflacionado;

 Benefícios diretos para a conservação das áreas protegidas, protegendo a biodiversidade, proporcionando recreação e educação ambiental;

 Benefícios diretos e indiretos para os principais interesses locais, desenvolvendo incentivos para a conservação nas comunidades locais, dado que o entendimento entre os serviços de ecossistema, permite uma melhor gestão da floresta, agricultura e proteção contra desastres e riscos naturais;

 Promoção do uso sustentável dos recursos naturais, reduzindo o uso dos recursos naturais de forma desnecessária e melhorar a produtividade;

 Redução das ameaças à biodiversidade, uma vez que a realização de turismo de natureza, inclui um conjunto de valores éticos, de forma a permitir a variabilidade de organismos de uma espécie;

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De acordo com Kinker (2002), o Ecoturismo, que é desenvolvido na natureza, necessita de compreender três objetivos principais: a conservação do ambiente local (quer seja natural ou cultural); a consciencialização ambiental (quer do turista quer da comunidade local) e o desenvolvimento local e regional.

O ecoturismo surgiu como forma de alternativa de turismo na década de 1990 para minimizar os erros do turismo convencional e unir-se às prioridades do turismo sustentável (Bunruamkaew & Muryana, 2011).

O Turismo, em especial na sua abordagem de Ecoturismo, pode ser parte da estratégia de gestão de uma área protegida. A intensidade com que se procura as atividades turísticas depende da prioridade a elas cedida pelos gestores da área em causa que, por sua vez, devem ser guiados por um documento de planeamento elaborado com esse objetivo (Drumn & Moore, 2003).

Freitas (2013), sócio-gerente da empresa “Montes de Encanto” afirma que, o Turismo pode ser realizado na Natureza, sobre a Natureza e ainda existe Turismo de Natureza, isto é, no Turismo sobre a Natureza são utilizados, meios naturais para a realização das atividades de turismo ativo, como (escalada, rappel, canyoning, rafting) e existe um maior impacto sobre a natureza; O Turismo na Natureza são atividades de recreio e lazer, efetuadas “na natureza”.

Turismo de Natureza ou Ecoturismo é efetuado “pela natureza”, contribuindo para a conservação da natureza, através de uma quantia, paga pelos turistas para projetos de conservação, sendo considerada uma contribuição direta, ou através da promoção do desenvolvimento local, com o apoio dos restaurantes locais, e produtores locais, em que os habitantes locais sentem-se, assim, motivados para preservar a natureza, sendo considerada contribuição indireta (Freitas, 2013).

O Ecoturismo é um setor de rápido crescimento no interior da indústria turística pelo que é premente a necessidade de conservar regiões naturais como as paisagens, os animais selvagens e as plantas uma vez que são esses locais que os visitantes procuram durante a realização deste tipo de turismo (Bunruamkaew & Muryana, 2011).

Segundo o Turismo de Portugal (2006), toda a atividade turística exige um espaço físico, quer seja natural e/ou cultural, para o seu desenvolvimento, provocando

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atrações turísticas baseadas na sustentabilidade, por isso, foi criado o PNTN (Programa Nacional de Turismo de Natureza). Este programa visa o desenvolvimento sustentável das áreas, permitindo a recuperação e a conservação do património natural e cultural com base em quatro fatores: a conservação da natureza; o desenvolvimento local; a qualificação da oferta turística; e a diversidade da atividade turística.

Atualmente, tanto para empreendimentos turísticos como para as atividades de animação turística, o turismo de natureza pode ser qualquer atividade turística realizada em áreas classificadas ou em áreas com valores naturais, desde que sejam reconhecidas pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas como se pode verificar através do seu Programa Nacional de Turismo de Natureza (ICNF, 2013).

Drumn e Moore (2003) referem que as comunidades locais podem retomar ou fortalecer o papel tradicional de administração das áreas naturais, que tem sido muito comprometido pelas condições económicas desfavoráveis impostas às comunidades rurais em alguns países. Porém estas têm um papel importante na conservação da biodiversidade determinada na sua incorporação nos interesses nos mecanismos de planeamento e gestão das áreas protegidas.

O Ecoturismo baseia-se em atrações naturais e belas paisagens com a arquitetura e o habitat rural conservados sendo o centro da atenção para os visitantes. Exemplos como florestas amplas, diversidade de fauna e flora assim como prados são consideradas áreas de lazer ideal como também a atração histórico-cultural potencializam o turismo nessas áreas (Yurudura & Dicleb, 2011).

No concelho de Celorico de Basto, podemos associar o Ecoturismo a várias associações e/ou empresas de desportos radicais que desenvolvem atividades como rafting, paintball, escalada, rappel, BTT, observação de fauna e flora e caminhadas pedestres.

2.1.4 Turismo AgroFlorestal

De acordo com Cruz (2005) as explorações agroflorestais caracterizam-se por uma associação das componentes agrícolas e florestais que passam a designar sistemas agroflorestais.

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Santos (2009) afirma que Portugal é um país cujo território tem uma ocupação de 85,4% de áreas rurais, sendo que 75% é para o uso agro-florestal. O Produto Interno Bruto (PIB) Português, que é a riqueza total produzida em Portugal, é aproximadamente de 170 mil milhões de euros, como se pode comprovar na tabela seguinte. Atualmente, o sector agrícola representa cerca de 2,4% do PIB (valores para 2010), muito abaixo dos 8,8% que representava em 1990, tal como se pode verificar na tabela 1.

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14 Tabela 1: Comparação do PIB Português com alguns países da Europa, desde 2010 até 2017

País Descrição Unidades Scale 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Finlândia

PIB, Preço corrente

Moeda

Nacional Mil milhões

178.796 189.368 195.221 203.540 212.902 221.964 231.029 240.299 França 1,937.300 1,996.600 2,037.786 2,074.567 2,125.664 2,194.540 2,277.835 2,374.356 Alemanha 2,496.200 2,592.600 2,658.870 2,722.876 2,803.197 2,886.464 2,970.652 3,055.804 Grécia 227.318 215.088 201.373 190.418 189.943 195.167 203.499 212.831 Irlanda 156.487 158.993 161.673 165.904 172.401 180.197 188.293 196.895 Itália 1,553.166 1,580.221 1,564.093 1,577.083 1,605.594 1,646.040 1,692.453 1,741.902 Holanda 588.740 602.348 608.297 619.183 636.785 657.146 678.438 700.759 Portugal 172.670 170.928 166.341 166.782 170.394 176.070 182.019 188.092 Espanha 1,048.883 1,063.355 1,058.498 1,058.309 1,081.578 1,112.566 1,145.479 1,179.794

Fonte: International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, October 2012

Tendo como referência a tabela 1 podemos comprovar que, atualmente, somos dos países da Europa que menos produzimos. Contudo, prevê-se um aumento da riqueza produzida.

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Como referido anteriormente, a riqueza agroflorestal assume um importante fator de desenvolvimento do país, facto este que se verifica na tabela 2 e na qual podemos constatar que o valor do contributo do sector agrícola/primário subvaloriza o contributo das atividades primárias (entre as quais agricultura e silvicultura). Se analisarmos a estrutura dos saldos comerciais externos por tipo de produto para 2012, verificamos que apesar de um balanço de mercadorias negativo em cerca de € 10 774 795, alguns setores agrícolas contribuem de forma positiva para este valor, dos quais realçamos as bebidas alcoólicas (dos quais o vinho), a cortiça e seus derivados, e o papel e produtos de celulose.

Tabela 2: Entre 96 produtos, os mais importantes do setor agroflorestal

Posição Produtos Balanco em 2012,Moeda:

Euro Todos os produtos -10774795.93 3 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinhos 725835.77 4 Cortiça e derivados de cortiça 711262.08 6 Papel e produtos de celulose 673606.69 8 Mobiliário, iluminação, sinalização, construções pré-fabricadas 607327.99 10 Pastas de madeira, material celulósico fibroso e resíduos 476937.63 23 Vegetais, frutas, nozes e alimentos preparados 68649.47 Fonte: http://www.trademap.org/tradestat/Product_SelCountry_TS.aspx

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Nesta senda, e pela continuação da análise à tabela 2, podemos verificar que no Concelho de Celorico de Basto, por ser uma região de vinhos verdes, há uma forte presença de vinho. Este produto encontra-se na terceira posição sendo assim um dos produtos que mais contribuem para a riqueza em Portugal.

Finalmente, também é verificável através da análise da tabela 2, que a produção de vegetais, frutas e alimentos preparados, constitui uma riqueza para o nosso país, estando na vigésima terceira posição. Este tipo de produtos encontram-se com frequência no concelho celoricense uma vez que o uso do solo é em grande parte agrícola e os agricultores locais aproveitam essa capacidade para realizarem as suas produções e consequentes comercializações.

Tabela 3: Informação sobre PIB em Portugal

País CódigoPaís Nome Indicador Código Indicador 2007 2008 2009 2010 Portugal PRT Agricultura, value added (% PIB) Agricultura 2,450810074 2,407990827 2,438145245 2,435787895

Portugal PRT Industria, value added (% PIB)

Industria 24,76472 24,019297 22,790767 23,064471

Portugal PRT Serviços, etc., value added (% of GDP1)

Serviços 72,78447 73,572713 74,771088 74,499742

Fonte: http://databank.worldbank.org/data/views/variableSelection/selectvariables.aspx?source=world-development-indicators

De seguida apresentam-se os cálculos que nos levam à perceção da contribuição dos setores da Agricultura, Indústria e dos Serviços para o PIB de 2010.

 Agricultura: 2,435787895 x 172.670= 4,2058749582965

Alertamos que estes dados subvalorizam o contributo do setor agrícola, dado que os valores dos derivados da madeira (indústria da madeira) estão incluídos no setor da indústria.

 Indústria: 23,064471 x 172.670=39,8254220757

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Podemos comprovar que os valores da indústria são muito superiores dado que engloba uma maior quantidade de produtos.

 Serviços: 74,499742 x 172.670=128,6387045114

Os serviços englobam (ver Tabela 4), os serviços públicos do setor agroflorestal e de outros setores.

Em suma, para estes dados serem verdadeiros, a soma destes três setores tem que ser idêntica ao valor total do PIB, no ano de 2010.

TOTAL: 4,2058749582965 + 39,8254220757 + 128,6387045114= 172,67 € (mil milhões)

Assim, o resultado total é próximo, do PIB total do ano de 2010 verificando-se a veracidade dos cálculos efetuados.

De referir que durante a realização destes cálculos utilizaram-se dados de várias fontes, conforme foram apresentados nas tabelas anteriores, provenientes dos sites www.databank.worldbank.org e International Monetary Fund (FMI).

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18 Tabela 4: Percentagem de funcionários na agricultura, indústria e serviços

País Código do país Nome indicador 2008 2009 2010

Portugal PRT

Funcionários, agricultura, feminino (%) 11,8999996 11,5 10,6999998 Funcionários, agricultura, masculino (%) 10,6000004 10,8999996 11,1000004 Funcionários, industria, feminino (%) 16,8999996 16,2999992 16,2000008 Funcionários, industria, masculino (%) 40 38,7000008 37,7999992 Funcionários, serviços, feminino (%) 71,1999969 72,1999969 73 Funcionários, serviços, masculino (%) 49,2999992 50,2999992 51,0999985

Fonte: http://databank.worldbank.org/data/views/reports/tableview.aspx

Em termos de emprego, o setor agrícola revela igualmente a sua importância dado que emprega mais de 10% do total de trabalhadores. Além disso, pela análise à tabela 4, podemos comprovar que o setor que mais funcionários emprega são os Serviços.

Em termos de potencial consideramos que a existência de défice alimentar (em termos de cereais e carne) abre perspetivas para a existência de investimento nesta área de forma a ajudar Portugal a equilibrar a sua balança de mercadorias (INE, 2013).

Uma vez que Celorico de Basto se apresenta como um concelho com características agrícolas e florestais podemos verificar que possui fatores de empregabilidade no concelho. Assim, através do desenvolvimento de atividades turísticas e com recurso aos bens agrícolas e florestais, é possível melhorar a qualidade de vida das comunidades locais, e devido ao seu grande potencial de investimento, pode-se incentivar o desenvolvimento local.

A esta participação do turista nas atividades agroflorestais e agropecuárias, nos costumes e tradições regionais, chamamos de turismo agroflorestal.

Trindade (2006) verificou uma evolução ao nível dos empreendedores turísticos desta área e valorizou o artesanato regional, a gastronomia local sem nunca deixar de alertar para os problemas ecológicos e para a necessidade de conservação e preservação do meio ambiente.

Segundo Nestoroska (2011), a variedade dos produtos tradicionais e regionais como os produtos agrícolas biológicos, formam a base do turismo rural como por exemplo as rotas dos vinhos. Uma vasta variedade de produtos agrícolas e florestais de qualidade são a potencialidade para o desenvolvimento do turismo agroflorestal.

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Segundo Bessa (2004), a silvicultura e o turismo estão associados à recreação com base em recursos naturais sendo dos mais reconhecidos em todo o mundo. Contudo, o seu papel é mais relevante no que toca à paisagem e às atividades recreativas de exterior que são implementadas no espaço florestal. Assim, verifica-se que a floresta e locais agrícolas devem ser um objeto de preservação, para que sejam mantidas as suas principais características ecológicas.

Tal como explica González (1995), o turismo agroflorestal insere-se no turismo em espaço rural, no entanto há algumas limitações:

 É um turismo difuso, por oposição ao turismo intensivo de sol e praia e ao turismo massificado, uma vez que há uma menor promoção dos meios rurais e mais oferta turísticas nestas zonas de praia e sol;

 É respeitador para com o património natural e cultural, devendo sempre preservar o património local;

 Existe uma implicação da participação ativa da população local, sendo estes, quem promovem a conservação dos seus bens históricos e patrimoniais, assim deve ser democraticamente decidido quais as atividades a desenvolver no local;

 Existe uma necessidade de associação e cooperação ao nível local, nacional e internacional, de forma a receber apoios das mais variadas instituições;

 Grande importância de cooperação entre todos os agentes participantes no processo, com serviços de informação quer pessoal, quer dos próprios turistas.

Celorico de Basto detém no seu concelho, e disperso pelas suas freguesias, vários parques de recreio, de lazer, arborizados e com a presença de ribeiros de água. O maior e mais funcional é o que se localiza no centro da vila de Celorico de Basto, com 37.000 m2.

Os parques florestais são espaços que circunscrevem áreas florestadas, matos e pastagens em regeneração espontânea, com águas interiores e terrenos incultos, que ocupam funções de produção de material lenhoso, cortiça, proteção do solo,

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fixação de carbono, avifauna selvagem, silvo pastorícia, apicultura e pesca. Estes parques apresentam um vasto conjunto de produtos turísticos em “espaço rural” e de “natureza” servindo para recreio e lazer das populações dos grandes centros urbanos (Parques Urbanos e Metropolitanos, 2006),

Segundo Monteiro (2008) os parques florestais, próximos de centros urbanos, são um bom local para fomentar o turismo e o lazer. Nestes parques, a informação deveria ser disponibilizada à população e aos turistas de forma a promover o interesse pela Natureza. A existência de percursos documentados seria uma boa forma de mostrar aos visitantes o parque florestal em causa, através da descoberta de exemplares das árvores existentes e as espécies em causa. Estes parques também deveriam possuir circuitos de manutenção física, para a realização da prática desportiva. Finalmente deveriam ser promovidas a imagem e a inovação dos parques, disponibilizando informação sobre espécies florestais de forma a conhecer as suas potencialidades.

De facto, os Parques florestais de usos múltiplos, localizados em zonas periurbanas apresentam valores estéticos e paisagísticos, com funções de produção de madeira, suporte de espécies bravias e cinegéticas, pastagens e explorações silvo-pastoris, bem como trilhos pedestres, caminhos para bicicletas e equipamentos de apoio para os visitantes (Parques Urbanos e Metropolitanos, 2006).

Tendo e, linha de conta que o turismo quer entre os países europeus quer no interior de um país, está em constante mudança devido ao desenvolvimento da propagação de novas atividades., a natureza dos espaços florestais implica a sua apreciação enquanto fatores potenciadores do turismo associado à natureza que é atualmente um mercado em crescimento. No entanto, as pressões sobre outros territórios, como parques naturais e áreas sensíveis pela fragilidade dos seus ecossistemas, levam a que os responsáveis pelo planeamento peçam a colaboração dos gestores de áreas florestais com experiência em áreas florestais sujeitas a elevadas pressões recreativas (Ribeiro, Uva & Borges, s/d.).

Segundo Santos (2009), a promoção do turismo agroflorestal e a sua relevância socioeconómica, deve-se, em grande parte, à venda dos produtos

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regionais. Esses produtos são confecionados localmente e comercializados nos estabelecimentos do Concelho de Celorico de Basto:

 Vinho Verde;  Mel;  Compotas;  Plantas aromáticas;  Doçaria regional;  Enchidos e Fumeiros;  Pão;  Artesanato;

 Produtos Hortícolas e Frutícolas;

 Produtos provenientes da floresta Celoricense, como a cortiça e produtos lenhosos;

 Carne de raça Frísia, Maronesa, Barrosa e Minhota produzida no Concelho;

 Leite e queijo proveniente de animais de raça Frísia produzidos no Concelho;

 Tordos, Perdizes e Coelhos provenientes da Caça no Concelho;

De acordo com Ribeiro, Uva e Borges (s/d.), Portugal aderiu à Ação COST E33 que se baseia na utilização recreativa e turística das florestas tendo como o objetivo a aquisição de conhecimentos sobre Recreio e Turismo ligado à Floresta e que estão associados em 3 grandes áreas:

- Socioeconómico em que os produtores são os proprietários e empresários dependentes economicamente da floresta e de outros recursos naturais e os consumidores são os habitantes e os turistas e, finalmente os decisores políticos locais e regionais, ONG’s, entre outros;

- Oferta e procura de recreio e turismo de natureza: através de métodos de inventários do recreio, modificações na procura e no tipo de recreio, desenvolvimento de uma melhor divulgação de informação sobre a oferta de recursos recreativos;

Planeamento e gestão do recreio associado à floresta:

- Avaliação de técnicas para determinar a capacidade de carga física e a sua relação com a deterioração do local; métodos para recolha e análise de dados em

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planeamento do turismo e recreio; criação de projetos florestais para recreio e turismo, com abordagens dedicadas à plantação de novas florestas e finalmente a criação de projetos de infraestruturas nos locais de recreio e turismo, uma vez que as presentes são antiquadas.

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NUM CONTEXTO DE TURISMO

O desenvolvimento sustentável impõe uma gestão racionalizada dos recursos naturais, e dos recursos socioculturais nos locais de destino. Os recursos construídos especialmente para o turismo são usados pelas comunidades locais e podem ser partilhados com as pessoas residentes na sua vida diária. Quando os recursos são sobreutilizados e degradados, o desenvolvimento sustentável é claramente ameaçado dado que posteriormente são verificados decréscimos do bem-estar económicos, as condições ambientais agravam-se, o atropelo social aumenta, e a satisfação turística diminui (Brianssoulis, 2002).

2.2.1 Conceito de Sustentabilidade

Segundo Sarmento (2001) o aumento do consumo dos recursos naturais faz com que haja necessidade de atuar com o objetivo de tentar prolongar a duração destes recursos na terra. Assim a economia e a ecologia são integradas em processos de proteção ambiental e de desenvolvimento. A introdução de políticas de prevenção, inclui áreas como a ecologia, o comércio, a energia ou a agricultura. Por isso, a sustentabilidade vai ao encontro das necessidades do presente sem colocar em causa as do futuro.

Assim, o conceito de sustentabilidade engloba vários valores sociais, ecológicos e económicos, para que se promova a igualdade inter e intra gerações, as boas necessidades básicas, a melhoria da qualidade de vida e a manutenção dos sistemas vivos. Assim, os principais objetivos são:

 A racionalização do consumo dos recursos de forma mais rápida do que aquela que os sistemas naturais os reconstituem;

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 A redução do consumo dos recursos não renováveis, nunca ultrapassando o ritmo do seu desenvolvimento;

 Evitar as emissões de poluentes que ultrapassam a capacidade atmosférica da água e do solo para os consumir e alterar;

 Manutenção da qualidade do ar, água e solo em níveis para sustentar a vida humana, animal e vegetal;

 Preservar e conservar a biodiversidade;

Em suma, a sustentabilidade terá que manter os processos biológicos e ecológicos essenciais à vida do homem, bem como também a preservação e conservação da diversidade genética dos recursos naturais e ainda manteve a utilização racional dos ecossistemas.

2.2.2 Turismo Sustentável

Segundo Angelkovaa e colaboradores (2012), o turismo sustentável tem muitas qualidades que devem ser aproveitadas para proporcionar uma experiência memorável aos visitantes. Nesses momentos pode haver uma variedade da hospitalidade das comunidades recetoras em particular no que concerne à qualidade e ao gosto da comida que é servida, a higiene local e à disponibilidade de necessidades básicas como água potável.

Nunes (2008) refere que, o turismo apresenta um crescimento dinâmico, devido ao surgimento de novas atividades, novos destinos, ao desenvolvimento tecnológico, novos mercados. Todos estes fatores, modificam as comunidades locais e alteram-nas económica e socialmente.

O turismo pode usar objetos, espaços e instalações que não tem interesse para outras atividades. Desta forma o turismo valoriza os picos rochosos como pontos de visualização de paisagens, pântanos, praias de areia e rochas, algumas experiências, como viagens, memórias e monumentos são fatores vantajosos para os turistas um pouco por toda a parte (Angelkovaa et al, 2012).

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Na perspetiva de Nunes (2008:15-16), o turismo rural permite reviver as práticas, valores, tradições culturais e gastronómicas das sociedades rurais sendo um acolhimento personalizado. Traduziu-se num crescimento regular que vem mostrando um crescimento regular da procura destes serviços, por parte de clientes com poder económico superior à média, que procuram vários tipos de atividades como caça, pesca, feiras e romarias, cultos religiosos, festivais de folclore e gastronómicos. Estas atividades permitem assegurar o crescimento económico do meio rural, salientamos apenas a importância de fatores como:

 Interesse pela paisagem;

 Especificidade da fauna e flora autóctones;

 Respeito e harmonia pelas construções rústicas e material utilizado;

 Interesse cultural por locais históricos, festas e romarias;

 Condições para a prática desportiva ou de lazer;

 Possibilidade de participação na vida ativa das explorações agrícolas.

Angelkovaa e colaboradores (2012) confirmaram que o desenvolvimento sustentável de um destino turístico e da sua região é parte integrante do desenvolvimento económico de uma sociedade. Esse é o objetivo principal de todos os países que se preocupam com o futuro da sua região e população, uma vez que não se protege só o meio ambiente mas também o desenvolvimento económico, social e um estilo de vida saudável.

O turismo e o ambiente têm de estar presentes nas empresas turísticas de forma a mostrar o seu papel fundamental e os valores usados nas tomadas de decisões para perceber todo o seu contexto social (Thomas, Shawb e Page, 2011).

O desenvolvimento sustentável de um destino turístico não pode ser visto de forma isolada pelo que se deve considerar a relação com os aspetos ambientais e com o desenvolvimento da agricultura, dado que a capacidade do sistema deve-se ao comportamento da população local ou da comunidade podendo-se tornar um vasto suporte com os recursos disponíveis de determinado sistema (Angelkovaa et al, 2012).

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Tabela 3: Tabela referente à população residente, alojamentos e edifícios no Concelho de Celorico de  Basto
Tabela 4: Informação resumida sobre as festas e romarias no Concelho de Celorico de Basto  Março Maio Junho Julho Agosto Setembro Novembro
Tabela 5: Características dos postos udométricos existentes no concelho de Celorico de Basto
Figura 6: Distribuição mensal da Precipitação nos postos udométricos de Celorico de Basto   Fonte: Município de Celorico de Basto
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Referências

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