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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.2 D ESENVOLVIMENTO S USTENTÁVEL NUM CONTEXTO DE TURISMO

2.2.2 Turismo Sustentável

Segundo Angelkovaa e colaboradores (2012), o turismo sustentável tem muitas qualidades que devem ser aproveitadas para proporcionar uma experiência memorável aos visitantes. Nesses momentos pode haver uma variedade da hospitalidade das comunidades recetoras em particular no que concerne à qualidade e ao gosto da comida que é servida, a higiene local e à disponibilidade de necessidades básicas como água potável.

Nunes (2008) refere que, o turismo apresenta um crescimento dinâmico, devido ao surgimento de novas atividades, novos destinos, ao desenvolvimento tecnológico, novos mercados. Todos estes fatores, modificam as comunidades locais e alteram-nas económica e socialmente.

O turismo pode usar objetos, espaços e instalações que não tem interesse para outras atividades. Desta forma o turismo valoriza os picos rochosos como pontos de visualização de paisagens, pântanos, praias de areia e rochas, algumas experiências, como viagens, memórias e monumentos são fatores vantajosos para os turistas um pouco por toda a parte (Angelkovaa et al, 2012).

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Na perspetiva de Nunes (2008:15-16), o turismo rural permite reviver as práticas, valores, tradições culturais e gastronómicas das sociedades rurais sendo um acolhimento personalizado. Traduziu-se num crescimento regular que vem mostrando um crescimento regular da procura destes serviços, por parte de clientes com poder económico superior à média, que procuram vários tipos de atividades como caça, pesca, feiras e romarias, cultos religiosos, festivais de folclore e gastronómicos. Estas atividades permitem assegurar o crescimento económico do meio rural, salientamos apenas a importância de fatores como:

 Interesse pela paisagem;

 Especificidade da fauna e flora autóctones;

 Respeito e harmonia pelas construções rústicas e material utilizado;

 Interesse cultural por locais históricos, festas e romarias;

 Condições para a prática desportiva ou de lazer;

 Possibilidade de participação na vida ativa das explorações agrícolas.

Angelkovaa e colaboradores (2012) confirmaram que o desenvolvimento sustentável de um destino turístico e da sua região é parte integrante do desenvolvimento económico de uma sociedade. Esse é o objetivo principal de todos os países que se preocupam com o futuro da sua região e população, uma vez que não se protege só o meio ambiente mas também o desenvolvimento económico, social e um estilo de vida saudável.

O turismo e o ambiente têm de estar presentes nas empresas turísticas de forma a mostrar o seu papel fundamental e os valores usados nas tomadas de decisões para perceber todo o seu contexto social (Thomas, Shawb e Page, 2011).

O desenvolvimento sustentável de um destino turístico não pode ser visto de forma isolada pelo que se deve considerar a relação com os aspetos ambientais e com o desenvolvimento da agricultura, dado que a capacidade do sistema deve-se ao comportamento da população local ou da comunidade podendo-se tornar um vasto suporte com os recursos disponíveis de determinado sistema (Angelkovaa et al, 2012).

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Nunes (2008) afirma que o turismo rural é uma forma de turismo sustentável, uma vez que o seu desenvolvimento permite manter as características que marcam ruralmente a região, utilizando os recursos e os saberes locais, mostrando uma diversidade ambiental, económica e histórica das tradições e culturas das populações locais, o que não sucede nos processos de urbanização. O turismo sustentável condiz com um indicador básico da obtenção dos objetivos económicos, sociais e estéticos, protegendo assim os valores culturais, sociais e os principais processos ecológicos e biológicos (Angelkovaa et al, 2012).

Nunes (2008) refere ainda que o turismo rural promove a fixação da população em locais despovoados, melhorando a diversificação económica rural, melhorando a conservação dos recursos naturais; conduzindo a um aumento das oportunidades de trabalho; a uma melhoria de infraestruturas de transporte e saneamento básico, o que se traduz numa melhoria da qualidade de vida das populações locais.

Em termos ambientais, o desenvolvimento turístico só é possível quando as despesas energéticas e a sua degradação ambiental diminuem em absoluto. Na maioria das situações os turistas pensam que os seus desejos podem ser concretizados com recompensas económicas (Angelkovaa et al, 2012).

Segundo Vinhais (2008), o desenvolvimento do turismo baseia-se em critérios de sustentabilidade, ou seja, tem que haver uma sustentabilidade ecológica a longo prazo e tem de ser, economicamente viável. Desta feita, os recursos têm de ser orientados de forma a garantir a durabilidade do capital natural e cultural, aqui incluem- se as áreas protegidas.

O desenvolvimento sustentável do turismo não indica necessidade de alcançar um rápido e curto desenvolvimento económico, mas abrange efeitos que são acompanhados por aspetos económicos, sociais e ambientais ao fim de um determinado período de tempo pois é a única forma de garantir o contínuo contentamento relativamente às necessidades básicas, tanto pelos turistas como pela população local (Angelkovaa et al, 2012). De acordo com Vinhais (2008), este desenvolvimento sustentável só acontece caso haja um envolvimento cultural, natural, humano bem como o respeito às fragilidades dos destinos turísticos (áreas ambientalmente sensíveis).

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O turismo sustentável suporta a integridade dos viajantes aos locais de uma determinada região, compreendendo as ofertas dos destinos que destaca o caráter local das populações, bem como da arquitetura, gastronomia, património, valores estéticos e ecologia desses locais. Em contrapartida, os benefícios do turismo são o aumento da experiência local e de um grande benefício para a população, como por exemplo os estabelecimentos turísticos (Casas de Turismo Rural/Habitação, restaurantes, empresas de desporto e lazer, agricultores, produtores florestais e a economia local) que contratam e ensinam as pessoas da região, de forma a venderem os produtos e usarem os Serviços locais (Angelkovaa et al, 2012).

O desenvolvimento sustentável do turismo ainda é caraterizado, segundo Vinhais (2008), pela solidariedade, respeito mútuo e a participação dos intervenientes no processo, baseando-se numa cooperação a nível local, regional, nacional e internacional, uma vez que o seu desenvolvimento acontece sem colocar em causa a identidade cultural das comunidades.

Muitas das pequenas empresas de turismo ainda não se uniram aos compromissos ambientais para reduzir a pegada de carbono referente às atividades turísticas de forma a contrariar as emissões de CO2 e consequentemente as alterações

climáticas (Thomas, Shawb e Page, 2011).

Segundo Martins (2009), um dos fatores essenciais ao desenvolvimento rural sustentável consubstancia-se na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, que tem como principais objetivos:

 A conservação da natureza e a biodiversidade, enquanto ciclos biológicos;

 A utilização racional dos ciclos biológicos;

 A cooperação internacional na área da conservação da natureza e

biodiversidade;

Contudo, para concretizar os objetivos acima referidos, é necessário seguir determinadas estratégias:

 Promover investigação científica sobre o património da região;

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 Conservar e assegurar a valorização do património natural;

 Criar boa cooperação entre a administração central, regional e local;

 Promover educação e formação sobre a conservação da natureza e da biodiversidade;

 Aumentar a cooperação internacional;

 Sensibilizar a participação pública e mobilizar e incentivar a sociedade civil.

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