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Tratamento dos resultados: inferência e interpretação: fase que destaca as informações para análise As intuições e a crítica devem ser protagonistas fortes

nesse momento/ fase da análise. Aqui, o pesquisador precisa saber o que quer, os seus objetivos, quando for tratar ou analisar os dados. O pesquisador ou analista deve ter em mente o que quer encontrar e como analisá-lo. Esta fase de interpretação é a fase mais subjetiva do processo de análise de conteúdo. É um recorte informacional, que representará o conteúdo.

Vale destacar que o corpus “é o conjunto dos documentos tidos em conta para serem submetidos aos procedimentos analíticos. A sua constituição implica, muitas vezes, escolhas, seleções e regras” (BARDIN, 2011, p. 126). São os documentos ou conjunto de documentos selecionados pelo pesquisador sobre os quais se pode fazer a análise do conteúdo.

Vale salientar também sobre a possibilidade de não ter hipótese na primeira fase da pré-análise, segundo Bardin (2011, p. 123):

De fato, as hipóteses nem sempre são estabelecidas quando da pré- análise. Por outro lado, não é obrigatório ter como guia um corpus de hipóteses para se proceder à análise. Algumas análises efetuam-se “às cegas” e sem ideias preconcebidas. Uma ou várias técnicas são consideradas adequadas a priori, para fazerem “falar” o material, utilizando-se sistematicamente.

A Análise de Conteúdo, na maioria das vezes, é complementada pelas novas tecnologias, ou seja, criações de softwares que ajudar ou facilitam a AC, tanto na coleta, como na análise dos dados e, principalmente, agora, nas pesquisas qualitativas. Não obstante, não foi utilizado nenhum tipo de software para coleta ou análise dos dados desta pesquisa.

3.3. Procedimento de coleta de dados

O procedimento de coleta de dados ocorreu desde setembro de 2015, nas duas escolas: Municipal e Estadual. Optou-se por fazer uma triagem anterior das duas instituições, conversando com alunos, professores e funcionários. Somente no final do segundo semestre, depois que todos os alunos tiveram praticamente todas as aulas de ciências elaboradas no planejamento, então, os alunos foram submetidos ao Balanço do Saber Adaptado e participaram das Entrevistas de Grupo. Os dados foram coletados em dois momentos: em dezembro de 2015 nas duas escolas e janeiro de 2016 somente no Colégio da Rede Estadual. Os alunos do Colégio da Rede Estadual ainda tinham aula em janeiro, por causa das greves ocorridas nas instituições estaduais. A partir daqui, será utilizado o termo E1 para a Escola Municipal e E2 para o Colégio Estadual.

Mesmo por se tratar de uma pesquisa que se debruça sobre o sentido dos alunos e representações sobre o corpo humano através das aulas de ciências, não houve critério de gênero para ser considerado, pois participaram da pesquisa alunos que se manifestavam espontaneamente, tanto meninos como meninas. Sendo que há mais meninas do que meninos nas Entrevistas de Grupo e mais meninos do que meninas no Balanço do Saber Adaptado. Reitera-se que não foi considerado gênero do aluno. O único critério é que fossem alunos matriculados nos oitavos anos das escolas E1 e E2.

A escola E1 fica na parte periférica da cidade e tem nível socioeconômico “mais baixo”. A escola E2 fica na parte central da cidade e tem população com níveis socioeconômicos variados.

a. Entrevistas de Grupo; b. Balanço do Saber Adaptado.

3.3.1. Técnicas de coletas de dados

Como possibilidade de tentar responder às questões da pesquisa, ao objetivo geral e específico, tanto nas Entrevistas de Grupo quanto no Balanço do Saber Adaptado, foram feitas questões que mais se relacionavam com as impressões e sentidos dos indivíduos, bem como às possíveis descrições de suas experiências, utilidades, desejos, percepções e concepções acerca do corpo humano.

Com essas características, esta pesquisa aborda o aluno do oitavo ano do ensino fundamental na condição de um sujeito epistêmico na Relação com o Saber, pois se coloca na situação de que aprende um conhecimento nas aulas de ciências e também na condição da dimensão identitária e social, pois relatam seus desejos, experiências e representações sobre o corpo humano.

3.3.2. Entrevistas de Grupo e Balanço do Saber Adaptado

As questões abertas das Entrevistas de Grupo e Balanço do Saber Adaptado foram preestabelecidos, mas de forma flexível. Para as entrevistas com os grupos, os gravadores foram colocados em posições estratégicas e os roteiros/questões foram elaborados de modo que os alunos ficassem o mais confortável possível e o ambiente se tornasse o mais próximo do natural, de forma que, os alunos não ficassem inibidos para fazer as colocações das suas experiências pessoais e impressões (FLICK, 2009).

Sobre as condições da pesquisa, os alunos, responsáveis legais e as escolas foram esclarecidos quanto:

- ao caráter sigiloso das informações coletadas, que mesmo sendo expostas na pesquisa, seriam feitas de configuração anônima;

- à liberdade de colaborarem ou não com a pesquisa;

- à ciência das gravações necessárias nas Entrevistas e Grupo;

- à escolha de querer sair a qualquer momento da amostra da pesquisa.

Vale esclarecer que nem todos os alunos que participaram das Entrevistas de Grupo são os mesmos do Balanço do Saber Adaptado, pois alguns que responderam ao balanço não quiseram participar ou faltaram na entrevista, mas isso ocorreu apenas em

uma turma da escola E2, turma “3”, na qual faltaram dois alunos, mas outros alunos se manifestaram para participar com a devida autorização dos responsáveis.