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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.5 CUSTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO

2.5.1 Tributos e taxas

Os tributos e taxas de que trata esse tópico são os tributos federais e estaduais incidentes nas importações e demais taxas, como a de utilização do Siscomex.

2.5.1.1 Imposto de importação – II

As importações sofrem tributação no momento em que a mercadoria passa a ser nacionalizada. O Imposto de Importação - II é um tributo calculado sobre o valor aduaneiro da mercadoria, quando essa entra no país.

Consoante Vazquez (1999), o imposto de importação incide sobre a mercadoria vinda do exterior e tem como fato gerador da tributação a sua entrada no território nacional.

Ainda segundo o mesmo autor, considera-se estrangeira para efeito da incidência do imposto:

a) a mercadoria desnacionalizada, que vier a ser importada; b) a mercadoria nacional ou nacionalizada;

- reimportada, quando descumpridas as condições do regime de exportação temporária,

- que após o processo de beneficiamento ou transformação realizada no exterior; resultar em espécie diversa daquela previa no processo de exportação temporária.

O Regulamento Aduaneiro, conforme Maluf (2000), exclui da incidência do imposto situações em que:

a) mercadoria estrangeira declarada que chegou ao país por erro manifesto ou comprovado de expedição e que for redestinada ao exterior;

b) mercadoria em substituição a outra importada anteriormente que tenha apresentado defeitos após o despacho aduaneiro;

c) mercadoria que tenha sido objeto de pena de perdimento; d) mercadoria devolvida ao exterior antes da DI.

A base de cálculo do imposto, segundo os autores citados anteriormente, se dá quando:

a) a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Externa Comum (TEC);

b) a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro definido segundo o artigo VII do GATT (MALUF, 2000).

Para a apuração do valor aduaneiro, o importador deverá utilizar o método correspondente segundo as disposições do Acordo de Valorização Aduaneira.

É possível concluir que para cada mercadoria vinda do exterior será cobrado um imposto sobre o valor da mercadoria. Na sequência será abordada a finalidade do Imposto sobre Produtos Industrializados.

2.5.1.2 Imposto sobre produtos industrializados – IPI

O Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI tem como base de cálculo o valor aduaneiro acrescido do imposto, conforme alíquota específica na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI.

Consoante Vazquez (1999), considera-se industrializado o produto que tenha sofrido qualquer tipo de operação que lhe modifique a natureza, finalidade ou o aperfeiçoe para o consumo.

“O imposto será calculado mediante a aplicação da alíquota da mercadoria, constante na tabela de incidência do IPI, sobre o valor que servir de base para o cálculo de tributo aduaneiro, por ocasião do despacho de importação, acrescido o montante desse tributo e dos encargos pelo importador ou dele exigíveis” (BIZELLI; BARBOSA, 2002, p. 141).

Segundo Maluf (2000), o fator gerador do IPI se dá pelo desembaraço aduaneiro, quando a mercadoria for importada e quando ocorre a saída do produto da indústria.

Conforme se pode observar, o IPI é o imposto que incide sobre qualquer mercadoria industrializada seja ela nacional ou importada. No tópico a seguir será abordado o ICMS.

2.5.1.3 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS

O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS foi criado em 1988 pela Constituição Federal. Cabe aos Estados e Distritos Federais aplicar a tributação (BIZELLI; BARBOSA, 2002).

Conforme Bizelli e Barbosa (2002, p. 142), “o ICMS incide sobre entrada de mercadoria importada, ainda que se trate de bem destinado ao consumo ou ao ativo do estabelecimento”.

Em tese, o fato gerador do respectivo imposto é o desembaraço aduaneiro da mercadoria ou do bem importado. Existe ainda a ocasião em que a mercadoria poderá ser entregue antes do seu desembaraço, neste caso será considerada esta data como fato gerador do ICMS (MALUF, 2000).

A base de cálculo do ICMS, de acordo com Bizelli e Barbosa (2002), é feita mediante a soma dos seguintes valores:

a) o valor da mercadoria constante no documento de importação; b) II;

c) IPI;

d) demais despesas aduaneiras; e) o próprio ICMS.

O ICMS é o único imposto estadual que incide na importação. Será abordada a seguir a finalidade do PIS e COFINS Importação, impostos esses inseridos somente no ano de 2004 na tributação das importações.

2.5.1.4 Programa de Integração Social - PIS Importação e Contribuição Social para Financiamento de Seguridade Social - Cofins Importação

O PIS Importação e o Cofins Importação são tributos que foram instituídos em 2004 para os produtos importados e atualmente são incidentes nas mercadorias (BIZELLI, 2006).

O PIS e o Cofins incidem no instante em que a mercadoria estrangeira entra no país. Assim como os outros impostos, este momento é definido pelo registro da Declaração de Importação - DI no Siscomex, exceto em casos regulamentados por Lei. Assim como o IPI, o PIS e o Cofins têm como data do fato gerador o vencimento do prazo de permanência no depósito alfandegado. O contribuinte deste imposto é caracterizado pelo importador, o qual efetuou a remessa da quantia destinada ao pagamento da mercadoria no exterior (BIZELLI, 2006).

No caso do PIS e do Cofins, não existe vinculação das alíquotas a serem utilizadas com o código da NCM da mercadoria a ser importada. Com isso utiliza-se 1,65% para PIS, e 7,60% para o Cofins. Contudo, existe a possibilidade de se utilizarem outras alíquotas, isto é, caso isso seja amparado por alguma legislação (BIZELLI, 2006).

Oliveira et al. (2006) ressaltam que no Brasil a tributação sobre produtos nacionais, em alguns casos, tende a ser muitas vezes maior que a tributação sobre os produtos importados, pois o PIS, o Cofins e o ICMS podem incidir várias vezes sobre o produto nacional dependendo do tamanho da cadeia produtiva do bem.

Conforme citado pelos autores, o processo de importação tem a incidência de cinco tipos de tributos. Além disso, tem-se para o importador, quando for o caso, despesas com frete e seguro. Serão abordados a seguir outros encargos que agregam custos de importação.

2.5.1.5 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM

O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante - AFRMM é uma taxa federal que incide nas importações marítimas.

Segundo o art. 2º da Lei 10.206 de 20 de março de 2001, o AFRMM incide sobre o frete cobrado pelas empresas que operam nos portos brasileiros de acordo com o conhecimento de embarque e manifesto de carga, pelo transporte de carga de qualquer natureza, que constitui fonte básica do Fundo da Marinha Mercante (RECEITA FEDERAL, 2011).

De acordo com Maluf (2000), para fins de cálculo do AFRMM, considera-se como frete adicional,

[...] a remuneração do transporte mercante porto a porto, incluídas as despesas portuárias como manipulação de carga constantes do conhecimento de embarque, anteriores e posteriores a esse embarque, bem como outras despesas de qualquer natureza que constituam parcelas adicionais acessórias. Quando não houver a declaração do valor do frete, o AFRMM será calculado de acordo com normas gerais a serem estabelecidas pelo órgão competente.

Na importação, essa taxa refere-se a um adicional de 25% sobre o frete internacional marítimo. O fato gerador do AFRMM é o início efetivo da operação de descarregamento da mercadoria em porto brasileiro (BIZELLI, 2006).

A seguir será abordada a cobrança da taxa de utilização do Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex, que serve para fins de registro da LI, da DI e da CI.

2.5.1.6 Taxa de utilização do Siscomex

A ocorrência da taxa de utilização do Siscomex é independente dos tributos que serão recolhidos. Esta taxa terá como fato gerador o registro da DI no Siscomex. Sua base de cálculo será referente à DI, que terá valor fixo de R$ 185,00, somado ao valor preestabelecido para cada adição constante na DI. Para ocorrência do valor em cada adição na DI, considera- se o Quadro 1, a seguir, observando-se que o valor apresentado corresponde a cada adição (BIZELLI, 2006). Até a 2ª adição R$ 29,50 Da 3ª à 5ª R$ 23,60 Da 6ª à 10ª R$ 17,70 Da 11ª à 20ª R$ 11,80 Da 21ª à 50ª R$ 5,90 A partir da 51ª R$ 2,95

Quadro 1: Valores de utilização do Siscomex Fonte: Adaptado de Aduaneiras (2011).

Na ilustração apresentada anteriormente, pode-se observar o valor cobrado por adição na DI, sendo que o valor mínimo cobrado é R$ 214,50. Além das taxas e tributos, incidem na importação outros custos que são os custos logísticos e bancários. A seguir será abordado cada um deles.

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