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Efeitos provenientes dos incentivos fiscais à importação oferecidos pelo Governo do Estado de Santa Catarina

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MAYRA GRASSIELE FAVARETO

EFEITOS PROVENIENTES DOS INCENTIVOS FISCAIS À IMPORTAÇÃO OFERECIDOS PELO GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Florianópolis 2012

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MAYRA GRASSIELE FAVARETO

EFEITOS PROVENIENTES DOS INCENTIVOS FISCAIS À IMPORTAÇÃO OFERECIDOS PELO GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e adequado à obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais e aprovado em sua forma final pelo curso de graduação em Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 02 de Julho de 2012.

_____________________________

Profª e orientadora Beatrice Maria Zanellato Fonseca Mayer, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina

_____________________________ Profª Tatiani Leal, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

_____________________________ Prof. Gustavo Gouvêa Villar, Esp. Universidade do Sul de Santa Catarina

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Dedico este trabalho aos meus pais, Olmir e Clarisse, aos meus irmãos, Larissa e David, e ao meu namorado, Guilherme. Amo muito todos vocês.

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AGRADECIMENTOS

É com imensa satisfação que finalizo este trabalho e não poderia deixar de agradecer a todos que durante esses anos me ajudaram e tanto me incentivaram a driblar as dificuldades para que pudesse chegar até este momento.

Primeiramente agradeço profundamente aos meus pais, Olmir e Clarisse Favareto, que tanto prezam pela minha felicidade e sucesso e por tudo que me ensinaram até hoje.

Ao meu namorado, Guilherme Capela, pelo companheirismo, paciência, dedicação e carinho nos momentos difíceis.

À minha querida professora e orientadora Beatrice Mayer, por ter-me ajudado com sua experiência e conhecimento.

Um agradecimento especial ao André Luiz Pereira, que atenciosamente respondeu a todos os meus questionamentos e dúvidas que surgiram durante a execução do trabalho.

Por fim, agradeço a todos os meus familiares, colegas de trabalho e amigos, pois sem a força de todos eles não conseguiria chegar aonde cheguei.

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RESUMO

Este trabalho faz um estudo da implantação dos benefícios fiscais oferecidos pelo estado de Santa Catarina às empresas importadoras, em função da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, causando com isso uma guerra entre os estados da federação brasileira. Para um melhor entendimento do assunto, no decorrer do trabalho são abordados temas como comércio exterior e os órgãos intervenientes, importação, considerando o processo como um todo, tributos incidentes e modalidades encontradas no momento de realizar uma importação. Além de caracterizar cada tipo de benefício fiscal, o trabalho vai identificar as vantagens e desvantagens dos incentivos oferecidos pelo governo catarinense às empresas importadoras. O presente estudo conta com dados de sites oficiais do governo, como o da Receita Federal do Brasil e da Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina, com fontes bibliográficas, e para complementar com a prática, foi aplicada uma entrevista semiestruturada com o Supervisor Fiscal da empresa Komport Comercial Importadora S.A., André Luiz Pereira, para, assim, responder aos objetivos e demonstrar que os programas de incentivos em questão podem ser considerados um potencial fator de atratividade às importações para o estado.

Palavras-Chave: Importação, Benefícios fiscais à importação, Políticas de importação em Santa Catarina.

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ABSTRACT

This paper studies the implementation of the tax benefits offered by the state of Santa Catarina to the importing companies due to the reduction of ICMS - Brazilian tax on the circulation of goods and services, thereby causing a war between the states of the Brazilian federation. For a better understanding of the subject in this paper are discussed topics such as foreign trade and agencies involved, importation, considering the whole process as well the taxes and the ways available when performing a import. Besides characterizing each type of tax benefits the paper will identify the advantages and disadvantages of tax benefits offered by the government of Santa Catarina to the importing companies. This study relies on data from official government web sites such as Brazilian IRS and the Department of Finances of the state of Santa Catarina and bibliographic sources. To complement the study a semi-structured interview was applied with the Fiscal Supervisor of Komport Comercial Importadora S.A. Mr. André Luiz Pereira then respond to the objectives and demonstrate that the incentive programs can be considered a potential factor in attracting imports to the state.

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LISTA DE SIGLAS

ABECE - Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior ACIF – Associação Comercial e Industrial de Florianópolis

AFRMM - Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante ALADI - Associação Latino-Americana de Integração

ALCA - Área de Livre Comércio das Américas ALF – Alfândega

BACEN – Banco Central do Brasil CAMEX - Câmara de Comércio Exterior CCM - Comissão de Comércio do Mercosul CI - Comprovante de Importação

COFINS – Contribuição Social para Financiamento de Seguridade Social COMPEX – Programa de Desenvolvimento e Modernização da Economia DARE - Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais

DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DECEX - Departamento de Operações de Comércio Exterior DECOM - Departamento de Defesa Comercial

DEINT - Departamento de Negociações Internacionais

DENOC - Departamento de Normas e Competitividade no Comércio Exterior DEPLA - Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior DI – Declaração de Importação

DRF – Delegacia da Receita Federal DVA - Declaração de Valor Aduaneiro

FIESP - Federação das Indústrias de São Paulo FMI - Fundo Monetário Internacional

GATT - General Agreement on Tariffs and Trade GMC - Grupo Mercado Comum

IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário

ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação

II – Imposto de Importação

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INCOTERM – Termos Internacionais de Comércio IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados IRF – Inspetoria da Receita Federal

LI – Licenciamento de Importação

MANTRA - Manifesto de Trânsito e Armazenamento

MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

MF – Ministério da Fazenda

NCM – Nomenclatura Comum do MERCOSUL OIC – Organização Internacional do Comércio OMC - Organização Mundial do Comércio PIB – Produto Interno Bruto

PIS – Programa de Integração Social

PRODEC - Incentivo à instalação e expansão das empresas PRS - Projeto de Resolução do Senado

RFB – Receita Federal do Brasil RFB – Receita Federal do Brasil

RICMS – Regulamento do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação RMCCI - Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais

ROF – Registro de Operações Financeiras RSF - Resolução do Senado Federal

SDR - Secretaria Regional de Desenvolvimento SECEX – Secretária do Comércio Exterior SEF – Secretária Estadual da Fazenda

SGPC - Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento SH – Sistema Harmonizado

SINDITRADE - Sindicato das Empresas de Comércio Exterior do Estado de Santa Catarina SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior

STJ - Supremo Tribunal Federal TEC - Tarifa Externa Comum

TIPI - Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados ULD - Unit Load Device

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ... 11

1.2 OBJETIVOS ... 13 1.2.1 Objetivo geral ... 13 1.2.2 Objetivos específicos ... 13 1.3 JUSTIFICATIVA ... 14 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 15 1.4.1 Caracterização da pesquisa ... 15

1.4.2 Teoria para coleta e análise de dados ... 16

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA ... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 19

2.1 COMÉRCIO EXTERIOR ... 19

2.2 ÓRGÃOS INTERVENIENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO ... 21

2.2.1 Receita Federal do Brasil - RFB... 22

2.2.2 Banco Central do Brasil - Bacen ... 22

2.2.3 Secretária de Comércio Exterior - Secex ... 23

2.2.4 Câmara de Comércio Exterior - Camex ... 26

2.3 IMPORTAÇÃO ... 27

2.4 ETAPAS DE UM PROCESSO DE IMPORTAÇÃO ... 28

2.4.1 Habilitação no Radar e acesso ao Siscomex ... 29

2.4.2 Negociação com o exportador ... 31

2.4.3 Licenciamento de Importação e embarque da mercadoria ... 32

2.4.4 Despacho aduaneiro de importação ... 33

2.5 CUSTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO ... 35

2.5.1 Tributos e taxas ... 36

2.5.2 Outras despesas ... 41

2.5.3 Planilha de custos para importação... 48

2.6 MODALIDADES DE IMPORTAÇÃO ... 49

2.6.1 Importação por conta e ordem de terceiros ... 50

2.6.2 Importação por encomenda ... 51

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3.1 OS PROGRAMAS DE INCENTIVOS FISCAIS À IMPORTAÇÃO NO ESTADO DE

SANTA CATARINA ... 54

3.1.1 Regime especial - DIAT ... 54

3.1.2 Pró-Emprego ... 55

3.1.3 Artigo 148-A ... 58

3.2 AS RESPOSTAS DE OUTROS ESTADOS BRASILEIROS CONTRA OS PROGRAMAS DE INCENTIVOS OFERECIDOS À IMPORTAÇÃO NO ESTADO DE SANTA CATARINA ... 59

3.2.1 A guerra fiscal do ICMS e a guerra dos portos ... 59

3.2.2 Resolução do Senado Federal - RSF 13/2012 ... 61

3.3 ANÁLISE COMPARATIVA DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS PROGRAMAS DE BENEFÍCIOS FISCAIS À IMPORTAÇÃO NO ESTADO DE SANTA CATARINA ... 63

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ... 68

REFERÊNCIAS ... 71

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1 INTRODUÇÃO

O processo de globalização econômica tem acelerado o ritmo do comércio mundial, intensificando as relações entre as nações e levando à inserção cada vez maior das empresas na comercialização em cenário internacional.

A participação do Brasil neste cenário iniciou-se a partir da década de 90, quando ocorreu a abertura do comércio exterior brasileiro e a consequente redução das taxas de importação e barreiras tarifárias. Neste contexto, o mercado brasileiro foi aberto à concorrência internacional, impulsionando a compra de mercadorias provenientes de outros países. Embora possa parecer desvantajosa a abertura do mercado, esse processo de comércio entre os países estimula a indústria nacional à inovação e à equiparação de seus produtos aos padrões de qualidade internacionais e permite a entrada de tecnologias que o país não possua ou em que ainda seja deficitário.

Apesar da abertura do mercado, a carga tributária brasileira prejudica o crescimento de qualquer negócio. Diante disto, o estado de Santa Catarina, no intuito de fomentar as atividades do comércio exterior e possibilitar um maior movimento econômico no estado, começou a oferecer benefícios fiscais às empresas importadoras estabelecidas no solo catarinense para que pudessem obter reduções de custos e, com isso, possibilitar um desenvolvimento socioeconômico do seu território.

Desta forma, o objetivo deste trabalho é realizar uma análise dos efeitos provenientes dos incentivos fiscais à importação oferecidos pelo governo do estado de Santa Catarina.

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

O mundo tem se tornado cada vez mais planificado, o que nos atesta fatos como o avanço das mercadorias para além das fronteiras nacionais através da crescente diminuição do protecionismo comercial e a tecnologia da informação, que estreita cada vez mais a distância entre os países.

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Para Silva (2008), os países necessitam buscar no comércio internacional fontes para suprir as suas carências, caracterizando, assim, uma interdependência econômica, também chamada de globalização.

A globalização, segundo Vazquez (1999), faz com que países troquem bens e serviços com mais rapidez e facilidade, em um fluxo que tende a ser cada vez mais ágil, propiciando às empresas a oportunidade de investir em novas tecnologias e, por consequência disso, tornando os produtos mais baratos e com uma maior qualidade.

Por causa da grande importância que o aumento do comércio exterior tem para o desenvolvimento e o crescimento de um país, a busca das empresas no intuito de alcançar novos mercados está aumentando cada vez mais e os governos, concomitantemente, estão concedendo benefícios, principalmente fiscais, para alavancar essas empresas, proporcionando assim um crescimento econômico essencial para o tão almejado desenvolvimento do estado.

Nesse trabalho de conclusão de curso são elencados, como meio para incentivar essas empresas, os benefícios fiscais catarinenses, em especial, do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, por meio do qual o governo do estado busca atrair investimentos e geração de empregos para Santa Catarina, a fim de impulsionar a economia catarinense, trazendo inclusive empresas de outros estados para efetuarem suas importações através dos portos e aeroportos catarinenses.

Esses benefícios, no que tange à importação, são de extrema relevância, pois além de recolherem um percentual de ICMS muito baixo, ainda possibilitam a entrada de mercadorias obrigatoriamente pelos portos e aeroportos de Santa Catarina, dessa forma recolhendo um valor mínimo na entrada ou até isentando as mercadorias dessa importância -, e cobrando o valor integral apenas na saída da mercadoria-, ou seja-, quando é repassado ao cliente, adquirente da mercadoria.

Essas operações estão dando um novo rumo às empresas importadoras catarinenses, em especial, às tradings companies e às comerciais importadoras, que por este motivo conquistam muitos clientes dos demais estados brasileiros, fazendo com que estes tenham um ganho maior em suas operações internacionais, especificamente nas importações.

O presente estudo apresenta como pergunta de pesquisa o seguinte questionamento: quais são os efeitos provenientes dos incentivos fiscais à importação oferecidos pelo governo do estado de Santa Catarina?

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1.2 OBJETIVOS

Para responder ao problema de pesquisa foram apontados o objetivo geral e os objetivos específicos do referente trabalho, com o intuito de detalhar sua finalidade e sequência.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral do presente trabalho é realizar uma análise dos efeitos provenientes dos incentivos fiscais à importação oferecidos pelo governo do estado de Santa Catarina.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

a) Caracterizar os programas de incentivos fiscais à importação no estado de Santa Catarina.

b) Analisar as respostas de outros estados brasileiros contra os programas de incentivos fiscais oferecidos à importação no estado de Santa Catarina.

c) Realizar uma análise comparativa das vantagens e desvantagens dos programas de benefícios fiscais à importação no estado de Santa Catarina para as empresas importadoras e para o governo do estado.

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1.3 JUSTIFICATIVA

A importação faz-se necessária e é tão importante quanto a exportação para a economia de um país. Desempenha um papel fundamental na complementação dos produtos disponíveis à população e, sobretudo, no desenvolvimento de novas tecnologias.

O crescimento da importação propicia uma expansão no mercado interno, fazendo com que ocorra um aumento significante na oferta de emprego e na renda da população, mobilizando recursos financeiros, dando possibilidade para as empresas crescerem em seus negócios e, por consequência disso, provocando um maior desenvolvimento da nação (VIEIRA, 2006).

Nos dias de hoje, é difícil o país que consegue se desenvolver e crescer isoladamente, visto que nenhuma nação possui recursos próprios para sua autossuficiência e, por isso, foi-se estabelecendo a exportação e a importação como importantes instrumentos para tais fins.

Diante disso, a pertinência deste trabalho consiste na elaboração de uma análise para avaliar os efeitos provenientes dos incentivos fiscais à importação oferecidos pelo governo do estado de Santa Catarina.

E, tendo em vista essa grande relevância e o impacto que os benefícios fiscais trazem para a população catarinense, além da importância que têm para manter a competitividade no mercado interno, o presente estudo objetiva que os leitores obtenham um conhecimento específico sobre os benefícios fiscais oferecidos pelo estado de Santa Catarina, e que utilizem como referência para futuros empreendimentos na área de Comércio Exterior. Além disso, desenvolver esse estudo poderá proporcionar aos leitores um maior conhecimento sobre as modalidades de importação existentes atualmente.

Para os bacharéis em Relações Internacionais, o trabalho de conclusão de curso tem a finalidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em todo o curso. Já para a acadêmica, servirá como referência para o aprendizado e formação da estudante, uma vez que, sendo esse um assunto atual, em discussão no Senado Federal, o desenvolvimento da monografia fornece à autora um grande conhecimento de áreas específicas, permitindo uma melhor colocação profissional.

Diante desses dados, o referido trabalho planeja servir de fonte de pesquisa para a universidade, seus estudantes, profissionais da área, empresas que venham a importar

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produtos através de portos e aeroportos catarinenses e a todas as pessoas que tenham interesse em conhecer os benefícios fiscais oferecidos por Santa Catarina.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os itens a seguir pretendem esclarecer o leitor sobre quais são os tipos de pesquisas e como eles foram utilizados no trabalho.

1.4.1 Caracterização da pesquisa

O presente trabalho de conclusão de curso, em relação a sua aplicabilidade, classifica-se em uma pesquisa aplicada, pois se trata de uma pesquisa que “requer leis mais amplas como ponto de partida, e tem como objetivo pesquisa, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos” (OLIVEIRA, 1999, p. 123).

Consoante Selltiz et al. (1967 apud GIL, 2002, p. 41), classifica também como uma pesquisa exploratória, pois tem como objetivo um maior esclarecimento do problema e o aprimoramento de ideias. Para o autor, na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que “estimulem a compreensão”.

Andrade (2003) afirma ainda que a pesquisa exploratória consiste no primeiro passo para a realização de todo estudo científico. É por meio dela que o pesquisador poderá obter maiores informações sobre determinado assunto, facilitando-lhe chegar a um tema de trabalho.

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1.4.2 Teoria para coleta e análise de dados

O presente estudo tem como método estrutural os tipos de pesquisa bibliográfica e documental, que compreendem a análise e coleta de dados do referido trabalho.

A pesquisa classificou-se em bibliográfica, pois foram consultados diversos livros e artigos para desenvolver o capítulo da revisão de literatura, abordando assuntos como comércio exterior; órgãos intervenientes no comércio exterior; importação; modalidades de importação; custos incidentes nas importações de mercadorias, e por fim, benefícios fiscais oferecidos pelo governo catarinense às importações.

Segundo Fachin (2002), a pesquisa bibliográfica constitui-se no ato de ler, selecionar, fichar, organizar e arquivar os tópicos de interesse para a pesquisa em estudo. Diz respeito ao conjunto de conhecimentos humanos reunidos em obras, e tem como base fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e à produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para desempenho da pesquisa.

Neste sentido, a pesquisa bibliográfica foi realizada por meio da leitura de livros, revistas e notícias publicadas em meios eletrônicos.

Por sua vez, a pesquisa documental fundamenta-se como sendo toda informação de forma oral, escrita ou visualizada. A pesquisa documental consiste na coleta, classificação, seleção e utilização de toda espécie de informações de modo a facilitar a busca e a identificação da informação (FACHIN, 2002).

Para Gil (2002, p. 45), a pesquisa documental é semelhante à pesquisa bibliográfica, sendo que a diferença entre elas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza de livros, revistas, monografias, jornais publicados por diversos autores sobre um determinado assunto, a pesquisa documental baseia-se na coleta de informações em documentos oficiais do governo, publicações administrativas, documentos jurídicos, estatísticos etc.

Cabe considerar que, por mais que os dois tipos de pesquisas sigam os mesmos passos, “na pesquisa bibliográfica as fontes são constituídas, sobretudo por material impresso localizado nas bibliotecas e na pesquisa documental, as fontes são muito mais diversificadas e dispersas” (GIL, 2002, p.46).

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Na coleta de dados, pretende-se obter os elementos necessários para responder ao problema, correlacionando os objetivos aos meios para alcançá-los, bem como justificar a adequação de um a outro (VERGARA, 2000).

A abordagem utilizada para a análise dos dados foi a qualitativa. Utiliza-se tal abordagem para apresentar de maneira ideal as informações do tema do estudo de forma a entender a relação de causa e efeito do fenômeno e, consequentemente, chegar ao entendimento do assunto (OLIVEIRA, 1999).

A pesquisa qualitativa tem a facilidade de poder descrever o problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos (GOLÇALVES, 2001).

Foi realizada também, para melhor entendimento do assunto, uma entrevista semiestruturada, para a qual se utilizou um roteiro com perguntas previamente formuladas contendo questões abrangentes referentes aos benefícios fiscais. A entrevista foi realizada com o Supervisor Fiscal da empresa Komport Comercial Importadora S.A., André Luiz Pereira, no dia 27 de abril de 2012, a qual pode ser vista no Apêndice A. A maioria das perguntas foi elaborada de modo a atender às necessidades de obtenção de dados não disponíveis nas fontes bibliográficas e documentais.

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA

O trabalho está dividido em quatro capítulos, os quais são detalhados nos parágrafos seguintes.

O primeiro capítulo denomina-se introdução, o qual engloba uma contextualização sobre o tema e o problema de pesquisa, os objetivos a serem alcançados e as justificativas para a realização do estudo, assim como os procedimentos metodológicos utilizados para a consecução deste trabalho.

No segundo capítulo será demonstrado o embasamento teórico, abordando os conceitos e teorias necessários para a compreensão do tema em estudo contendo os seguintes assuntos: comércio exterior e órgãos intervenientes, importação, etapas de um processo de

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importação e custos incidentes, uma planilha com os custos incidentes em uma importação e, para finalizar o capítulo, serão demonstradas as modalidades de importação.

O terceiro capítulo denomina-se apresentação e análise dos dados, em que inicialmente se caracterizam os programas de incentivos fiscais à importação no estado de Santa Catarina. Neste capítulo é explicado também o que é a “guerra fiscal e dos portos” e ainda são identificadas as vantagens e desvantagens dos benefícios em diversas visões, com o intuito de obter a resposta do objetivo geral proposto.

Por fim, no quarto capítulo são contempladas as conclusões obtidas ao longo do estudo realizado.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo visa posicionar um embasamento teórico ao trabalho, e nesse sentido buscou-se na literatura uma abordagem dos seguintes temas: comércio exterior brasileiro e seus órgãos intervenientes, importação, considerando as formas de importação e seu processo, assim como tributos incidentes.

A fundamentação teórica apresentada servirá como base para a apresentação e a análise dos dados empíricos apresentados posteriormente.

2.1 COMÉRCIO EXTERIOR

O comércio exterior diz respeito às relações comerciais entre empresas de diferentes países, conforme normas estabelecidas por cada um deles. Essas relações são representadas pelas exportações e importações.

A política de comércio exterior está voltada para o desenvolvimento econômico e social, tendo como principal objetivo o desenvolvimento de estratégias para que as empresas de diferentes países efetuem trocas comerciais recíprocas de bens, serviços, capitais e produtos em busca da elevação das receitas provenientes desta comercialização em níveis compatíveis com as exigências do crescimento do país (MALUF, 2000).

A sua importância econômica, social e política tornou-se crescente nos últimos tempos. O avanço industrial, a evolução dos transportes, a globalização, o surgimento das corporações multinacionais tiveram grande impacto no incremento do comércio internacional (MACEIO, 2011).

Como um instrumento do progresso econômico e social, o comércio exterior é fundamental para a manutenção da economia e o desenvolvimento de um país, e tem como objetivo resultados positivos e reais, para que as nações promovam trocas comerciais de bens, serviços, produtos, capitais e mercadorias (MALUF, 2000).

Soares (2004) relata que, para o comércio exterior se tornar evidente, deve-se ter como base alguns conceitos relevantes: um contrato de compra e venda internacional e esse tem que estar sujeito à legislação de mais de um país; o envolvimento de mais de uma moeda

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e/ou sistema econômico; o transporte de mercadoria entre fronteiras de diferentes países e, por fim, a sujeição dessa mercadoria transportada fora de seu território a um meio ambiente político, cultural, social econômico diferente.

Para estabelecer as regras do comércio internacional, foi criada a Organização Mundial do Comércio - OMC, uma das mais importantes convenções estabelecidas para reger o fluxo de produtos e serviços no mundo, criada em substituição ao Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade – GATT) em 1994 e que serve de tribunal para assuntos referentes à exportação e importação entre os países membros (TORRES, 2000).

De acordo com Lopez e Gama (2005, p.190-191), exportação, em um conceito mais abrangente, “é a venda de mercadorias nacionais ao exterior em local e prazo pré-estipulados em contrato de compra e venda internacional”.

Já a importação é a entrada de uma mercadoria originária do exterior, ocorrendo uma saída de divisas, a qual se configura perante a legislação brasileira, no momento do desembaraço (LOPEZ; GAMA, 2005).

Como se pode observar, o comércio exterior caracteriza-se pela troca de mercadorias entre países respeitando os critérios estabelecidos por cada um, e sob a égide de regras internacionais estabelecidas pela OMC.

O que leva uma empresa a ingressar no comércio exterior e negociar com outras empresas de diferentes países, em determinados casos, se dá em virtude da busca pela redução de custos, alternativa de mercado, aprimoramento da qualidade, tecnologia e status.

Vazquez (2003) ressalta ainda que o Comércio Exterior Brasileiro passou a ser mais bem administrado a partir da criação de órgãos competentes, com funções distintas, de modo a controlar as operações de importação e exportação de produtos, visando ao crescimento do Produto Interno Bruto - PIB brasileiro.

Portanto, cabe apresentar a estrutura do comércio exterior brasileiro representada por seus órgãos intervenientes responsáveis por controlar as operações de importação e exportação no Brasil.

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2.2 ÓRGÃOS INTERVENIENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

Neste tópico serão abordados os principais órgãos que intervêm nas operações de comércio exterior e a competência de cada um deles.

Conforme Maluf (2000, p. 41), órgãos gestores são “órgãos que irão efetuar os controles e garantir a operatividade do comércio exterior com base nas definições normativas”. O que compreende a Receita Federal, Banco Central do Brasil e a Secretária de Comércio Exterior.

Para melhor visualização da estrutura do comércio exterior, é apresentado na figura 1 o organograma dos órgãos do Comércio Exterior Brasileiro.

Figura 1: Estrutura administrativa do Comércio Exterior brasileiro. Fonte: Elaborado pela autora com base em Assumpção (2008).

Já os órgãos anuentes são os que, tanto na importação, como na exportação, emitem um parecer técnico do produto em razão da sua especificidade. Segundo Maluf (2000, p. 42), “cada órgão anuente responsabiliza-se, dentro da sua área de atuação, por atestar o cumprimento das exigibilidades nacionais em relação ao produto de sua área de competência”. Podem-se citar como exemplo o Banco do Brasil, Departamento de Operações de Comércio Exterior, Departamento da Policia Federal, entre outros.

Para finalizar os tipos de órgãos, temos os auxiliares, que, como o próprio nome já diz, são os órgãos que apoiam o comércio exterior. São exemplos de órgãos auxiliares as

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Embaixadas e Consulados Estrangeiros, Federação de Indústria e Comércio, Câmaras de Comércio, Ministério das Relações Exteriores etc.

2.2.1 Receita Federal do Brasil - RFB

A Receita Federal do Brasil - RFB, situada em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, é o órgão subordinado ao Ministério da Fazenda. A política, a administração, a fiscalização e o controle do comércio exterior são realizados por meio deste órgão (KEEDI, 2010).

Segundo Keedi (2010), a RFB é o órgão encarregado de controlar as entradas e saídas de mercadoria nos portos, aeroportos e pontos de fronteira, bem como em locais determinados na zona secundária, onde a guarda e despacho de mercadorias podem ocorrer, como também realizar a cobrança dos impostos devidos nessas operações e autorizar a sua nacionalização e desnacionalização.

A Receita está estruturada em unidades centrais. Dentre as que se destacam para a realização das importações estão as Delegacias da Receita Federal - DRF, as Inspetorias da Receita Federal - IRF e as Alfândegas - ALF. Essas unidades estão diretamente ligadas ao controle de despacho aduaneiro de importação, nos portos, aeroportos, fronteiras e locais alfandegados (BIZELLI; BARBOSA, 2002).

2.2.2 Banco Central do Brasil - Bacen

O Banco Central do Brasil - Bacen é o órgão executivo central do sistema financeiro nacional.

Compete ao Bacen desempenhar e fazer desempenhar as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional (MALUF, 2000).

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Segundo Marques (1999), cabe ao Bacen coordenar, normatizar, fiscalizar e executar as operações de entrada de divisas no país, além de atuar no controle de capitais estrangeiros, credenciamento e operações de câmbio nas instituições financeiras.

Esse controle é feito através do Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais – RMCCI, que contempla as operações em moeda, nacional ou estrangeira, realizadas entre pessoas físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2012).

Como pode ser observado, o Banco Central do Brasil é responsável por todo o controle cambial e financeiro do comércio exterior brasileiro.

2.2.3 Secretária de Comércio Exterior - Secex

Subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, a Secretaria de Comércio Exterior - Secex é responsável por toda a parte administrativa que envolve o comércio exterior.

A Secex é responsável por conduzir as atividades relativas à participação do Brasil em Acordos Internacionais, emitir licenças de importações e o registro de exportações e controlar as operações de comércio exterior (MALUF, 2000).

É o órgão que mais se destaca dentro do MDIC no que se refere ao comércio exterior, e é encarregado de formular as propostas de políticas e programas de comércio exterior e de estabelecer normas necessárias a sua implementação. É responsável por propor as medidas, no âmbito da política cambial, da fiscalização de preços, pesos, medidas, classificações, qualidades, transportes, bem como propor alíquotas para o Imposto de Importação e suas alterações (KEEDI, 2010).

Além disso, Vazquez (2003) afirma que compete também à Secex baixar normas, modificá-las, suspendê-las ou suprimir suas exigências, traçar orientações e estabelecer bases da política de seguros no comércio exterior.

Como foi visto, a Secex trata de toda a parte administrativa do comércio internacional, visando à participação do Brasil nos principais acordos internacionais.

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De acordo com Vasquez (2003), a Receita Federal, Secretaria do Comércio Exterior e Banco Central do Brasil, juntos, exercem o maior poder sobre o comércio exterior brasileiro, ou seja, são os órgãos gestores do comércio exterior.

Cada um com sua função, a Secex é responsável pelos controles de natureza comercial, a Receita Federal controla procedimentos aduaneiros e fiscais e o Bacen efetua o controle cambial das operações, tudo isso de forma integrada com o Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex (SECEX; DEPLA, 2012).

2.2.3.1 Departamentos da Secretária de Comércio Exterior

Dentro de sua estrutura administrativa, a Secex se subdivide em cinco departamentos:

O Departamento de Operações de Comércio Exterior – Decex, que é responsável por elaborar, acompanhar e avaliar os estudos da comercialização de produtos e mercados estratégicos para o comércio exterior brasileiro, com base nos parâmetros de competitividade setorial e disponibilidades mundiais, além de autorizar operações de importação e exportação, emitir documentos, inclusive quando exigidos por acordos bilaterais e multilaterais assinados pelo Brasil (MDIC, 2012).

O Decex tem também a finalidade de administrar o Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex no âmbito da Receita e coletar, analisar, sistematizar e disseminar dados e informações estatísticas do comércio exterior.

O Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior – Depla, responsável pelo desenvolvimento de estudos de mercados e produtos estratégicos para a expansão das exportações brasileiras, pela formulação de propostas de planejamento e execução de Programas de Capacitação em comércio exterior dirigidos às pequenas e médias empresas, bem como Programas de Desenvolvimento da Cultura Exportadora, pela proposição de diretrizes para a política de crédito e financiamento às exportações, pela apuração e divulgação de estatísticas de comércio pelo desenvolvimento e controle operacional do Siscomex e pela elaboração e o acompanhamento de estudos sobre a evolução da comercialização de produtos e mercados estratégicos, com base nos parâmetros de competitividade setorial e disponibilidades mundiais (MDIC, 2012).

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O Departamento de Defesa Comercial - Decom é a autoridade investigadora brasileira para fins de investigações de defesa comercial e é responsável por examinar a procedência e o mérito de petições de abertura de investigações de dumping, de subsídios e de salvaguardas, com vistas à defesa da produção doméstica; propor a abertura e conduzir investigações para a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas; recomendar a aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos correspondentes Acordos da Organização Mundial do Comércio - OMC; acompanhar as discussões relativas às normas e à aplicação dos Acordos de defesa comercial junto à OMC; participar em negociações internacionais relativas à defesa comercial; e acompanhar as investigações de defesa comercial abertas por terceiros países contra exportações brasileiras e ainda prestar assistência à defesa do exportador, em articulação com outros órgãos governamentais e com o setor privado (MDIC, 2012).

Departamento de Negociações Internacionais – Deint tem por finalidade promover estudos e iniciativas internas voltadas para apoiar, orientar e informar os trabalhos de preparação brasileira nas negociações de acordos internacionais de comércio. O Deint participa em negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio – OMC, da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD, da Associação Latino-Americana de Integração – ALADI, do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL, da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA, e das negociações do Mercosul com a Comunidade Andina – CAN, União Europeia, entre outras. Tem, ainda, como atribuição, o acompanhamento da aplicação de acordos de comércio do Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento – SGPC e do Sistema Geral de Preferenciais – SGP; a prestação de informações sobre concessões outorgadas e recebidas pelo Brasil nos acordos internacionais; a formulação, no plano interno, de propostas para o aperfeiçoamento das normas e disciplinas comerciais no âmbito dos acordos internacionais, como regime de origem, regimes aduaneiros especiais, incentivos às exportações, restrições não tarifárias, e solução de controvérsias; e a analise de pedidos de alteração da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, e da Tarifa Externa Comum – TEC. É o representante do MDIC junto à Comissão de Comércio do Mercosul – CCM e ainda apoia a Secex como representante do MDIC nas reuniões do Grupo Mercado Comum – GMC do Mercosul (MDIC, 2012).

O Departamento de Normas e Competitividade no Comércio Exterior - Denoc é o mais novo departamento da Secex, foi criado pelo art. 20 do Decreto nº 7.096, de 04 de fevereiro de 2010 e ocupa-se das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento da

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competitividade no comércio exterior brasileiro. Além disso, o Departamento é responsável pela consolidação das normas emanadas pela Secretária de Comércio Exterior. Desta forma, as principais de áreas de atuação do Denoc são o financiamento à exportação, a desoneração da produção de bens exportáveis, a melhoria da logística para o comércio exterior, a facilitação do comércio, a simplificação e consolidação das normas sobre comércio exterior e a normatização de atos da Secretaria de Comércio Exterior.

De acordo com o que foi apresentado, o Decex, o Depla, o Deint, o Decom e o Denoc são os órgãos subordinado à Secex, criados com a finalidade de trabalhar nas operações relacionadas ao comércio exterior brasileiro.

2.2.4 Câmara de Comércio Exterior - Camex

A Câmara de Comércio Exterior é um órgão integrante do Conselho de Governo e foi criada com o objetivo de implementar e coordenar políticas e atividades relativas ao comércio exterior.

Entre suas competências estão a de definir as diretrizes e os procedimentos relativos à implementação da política de comércio exterior visando à inserção competitiva do Brasil na economia internacional, como também a de coordenar e orientar os órgãos que têm competências no comércio exterior, negociar acordos e convênios relativos ao comércio exterior, orientar políticas de incentivo à melhoria dos serviços portuários, aeroportuários, de transporte e de turismo, fixar direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, e salvaguardas (SPÍNDOLA, 2007).

Com o intuito de permitir um exercício mais eficaz de suas atribuições, em dezembro de 2007, a Camex emitiu a resolução nº 70, de acordo com a qual passou a exercer o controle sobre os atos de órgãos governamentais que intervêm nas operações de comércio exterior (SCORZA, 2008).

Conforme abordado anteriormente, a Camex foi instituída com a finalidade de formular, adotar, implementar e coordenar todas as políticas que envolvem o comércio exterior na negociação de bens e serviços.

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2.3 IMPORTAÇÃO

A prática da importação é de primordial importância para o desenvolvimento de um país, já que, por meio dela, pode haver a troca de conhecimentos, além do incremento de novas tecnologias que possibilitam a modernização da indústria nacional e que, consequentemente, tornam o país mais competitivo no que concerne à pauta das exportações.

No Brasil foi através de uma nova política de comércio exterior que o processo de importação começou a se expandir, o que ocorreu a partir de 1988, com o objetivo de inserir o país no mercado internacional, com modificações que foram desde a redução das alíquotas de Imposto de Importação até a eliminação das restrições das barreiras não tarifárias, as quais são medidas que um país estipula para impedir ou dificultar uma importação (VIEIRA, 2006).

Apesar de as vantagens governamentais estarem voltadas para a exportação, a indústria nacional teve vantagens com o processo de abertura comercial do país, possibilitando o investimento em aquisições de bens de capital e de tecnologia avançada, na época disponível somente em outros países desenvolvidos (VIEIRA, 2006).

Por serem operações que ocorrem com outros países, as operações de importação necessitam de um controle governamental para que as empresas nacionais tenham algum tipo de proteção e até mesmo para um equilíbrio econômico nacional, que envolvem, além das arrecadações tributárias, as prevenções de evasões de divisas, o equilíbrio da balança comercial e até mesmo a concorrência com o similar estrangeiro (BIZELLI, 2006).

No entender de Baumann (2007, p. 19), “o maior uso de componentes importados no processo produtivo contribui para reduzir os custos de produção, possibilita aproximação à fronteira tecnológica e aumenta a competitividade da produção nacional”.

Entre os motivos para a existência das importações, Castro (2005) considera três fatores fundamentais: a) o comércio de troca ou acordos comerciais em que as importações garantem aos países mercados de compra para os produtos que desejam exportar; b) importação para suprimento, mercadorias prontas para o consumo, semielaborados, serviços e tecnologia; c) importação voltada para o estímulo da produção nacional, quanto à qualidade e preços praticados internamente.

Com base no que foi citado pelos autores anteriormente, a importação tem uma crescente importância no comércio exterior, podendo trazer grandes vantagens para uma nação. Além disso, o comércio estabelecido com outros países abre portas para as

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exportações, podendo equilibrar a balança comercial do país. Como próximo passo, para melhor entendimento do procedimento de importação, serão apresentadas as etapas que constituem um processo de importação.

2.4 ETAPAS DE UM PROCESSO DE IMPORTAÇÃO

O procedimento de compras no mercado internacional é mais complexo que o processo de compra no mercado nacional em virtude da burocracia imposta pelo governo. O processo de importação é realizado seguindo algumas etapas lógicas.

De acordo com Vieira (2006), o processo de importação divide-se em três etapas: a) administrativa: em que os procedimentos necessários para efetuar uma importação são realizados de acordo com o tipo de mercadoria a ser importada. Essa etapa envolve a autorização para importar, que se finaliza com a emissão do Licenciamento de Importação;

b) cambial: que compreende o pagamento da mercadoria ao exterior, cujo controle é feito pelo Banco Central;

c) fiscal: que acontece por meio do despacho aduaneiro, mediante o recolhimento dos tributos, e que se conclui com a retirada da mercadoria da alfândega.

Segundo Viana (2002), os procedimentos de compra, ou seja, de importação, consistem nas seguintes etapas:

a) análise da fatura pro forma;

b) registro do Licenciamento de Importação;

c) acompanhamento junto aos órgãos intervenientes à importação que deverão deferir o Licenciamento de Importação e autorizar o embarque;

d) compra de câmbio, para o pagamento ao exportador; e) solicitação de seguro de transporte internacional; f) recebimento da mercadoria;

g) nacionalização da mercadoria; h) pagamento das despesas aduaneiras;

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Como foi observado, na importação, uma etapa depende da outra, sendo assim não é possível dar sequência ao processo se houver uma pendência na etapa anterior. A seguir será abordada cada etapa deste processo.

2.4.1 Habilitação no Radar e acesso ao Siscomex

Para que a empresa possa realizar os processos de importação, deverá estar habilitada na Receita Federal, sob Instrução Normativa SRF 650/2006 e pelo Ato Declaratório da COANA nº 03 de 1º de junho de 2006.

Essa habilitação é denominada como Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros, mais conhecido como Radar, e pode ser solicitada em quatro diferentes modalidades conforme o setor de atuação da organização solicitante. Essas quatro modalidades de Radar são:

a) ordinária: para a pessoa jurídica atuante no Comércio Exterior Brasileiro, é a mais completa das habilitações, permitindo aos operadores realizar qualquer tipo de operação, sendo que, para adquirir essa modalidade, a empresa estará sujeita ao acompanhamento da Receita Federal com base na análise prévia da sua capacidade econômica e financeira;

b) simplificada: destinada à pessoa física e jurídica. Se for para pessoa jurídica, essa deverá se ater aos seguintes requisitos: apresentar, mensalmente, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF, conforme estabelecido no art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 786/07; ser denominada sociedade anônima de capital aberto, bem como suas subsidiárias integrais e estar habilitada a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul) ou atuar exclusivamente como pessoa jurídica encomendante, ou realizar apenas importações de bens destinados ao ativo imobilizado ou ainda atuar exclusivamente na modalidade pequena monta. Essa última é para as empresas que importam com cobertura cambial, em cada período consecutivo de seis meses, até o limite de 150 mil dólares norte-americanos, ou equivalente em outra moeda, para a importação CIF;

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c) especial: como definido em seu título, essa modalidade está restrita apenas aos órgãos da administração pública direta, autarquias e fundações públicas, organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais;

d) restrita: essa modalidade é exclusiva para a realização de consultas ou retificações de declarações aduaneiras de pessoas físicas ou jurídicas que tenham operado anteriormente no comércio exterior, mas que, no entanto, não estejam habilitadas em nenhuma das modalidades anteriores (RECEITA FEDERAL, 2012).

Após o registro da organização perante a Receita Federal, a empresa deverá registrar um representante legal, caso não possua departamento próprio para as atividades de importação. Normalmente esse representante é o despachante aduaneiro, que atuará nas áreas relacionadas ao despacho aduaneiro (VIEIRA, 2006).

Portanto, cabe à empresa importadora realizar o registro dos seus representantes legais no Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex, que é um software que interliga os importadores ou agentes credenciados (despachantes aduaneiros), exportadores, transportadores, agências bancárias, Secex, Banco Central e Receita Federal, entre outros.

O Siscomex foi instituído pela edição do decreto n.º 660, de 25/09/92 e implantado em 1993, para agilizar e desburocratizar as operações de exportação, e em 1997 começou a atuar também para as operações de importação (VIEIRA, 2006).

Na concepção de Bizelli (2006), o Siscomex é um instrumento administrativo que interliga as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de importação e exportação no comércio exterior, mediante fluxo único e computadorizado.

De acordo com Vieira (2006), o Siscomex permite processar os registros dos documentos eletrônicos das operações de importação e exportação.

No Siscomex – IMPORTAÇÃO - poderão ser efetuados:

a) formulação, registro, diagnóstico, consulta, extrato e cancelamento do Licenciamento de Importação – LI;

b) elaboração, análise, registro, diagnóstico, extrato e consulta da Declaração de Importação – DI, bem como sua retificação e respectivo extrato;

c) acompanhamento do despacho e do débito automático dos tributos federais; d) elaboração, registro e consulta da Declaração de Valor Aduaneiro - DVA; e) Registro do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS;

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f) emissão do Comprovante de Importação – CI;

g) Registro de Operações Financeiras – ROF (BIZELLI, 2006).

Na visão de Vieira (2006), a implantação do Siscomex propiciou uma redução do prazo de desembaraço de bens e mercadorias, além de uma diminuição significativa da burocracia que resultou na redução de custos e do trânsito de documentos entre os órgãos intervenientes no processo de importação e exportação.

Depois de realizada essa série de procedimentos, a empresa estará apta a realizar seus contatos no comércio internacional. A seguir será demonstrado como é realizada a negociação entre importador e exportador, contato esse que tem como objetivo proporcionar benefícios para ambas as partes.

2.4.2 Negociação com o exportador

A negociação com o potencial exportador é de suma importância na negociação internacional, pois é nesta hora que são definidos os termos pontuais do negócio, como: produto, preço, condições de pagamento, garantias, entre outros.

Quando o contato é iniciado pelo vendedor, as primeiras informações identificam apenas a empresa exportadora e o produto, deixando para um segundo momento a definição de todas as características da operação (BIZZELLI; BARBOSA, 2002).

Depois desse passo, será necessário que o exportador envie a proforma invoice ou fatura pró-forma. Neste documento constarão todos os trâmites da negociação. Uma vez assinada pelo exportador, a fatura pró-forma traz formalmente os direitos e obrigações que este assume na negociação (BIZZELLI, 2006).

O contato com o exportador é importante já que é necessário conhecer muito bem aquele de quem se compra e para quem se vende.

A fase inicial da negociação culmina então com a emissão e aceite do documento fatura pró-forma. Este documento é elaborado pelo vendedor do produto para formalizar o primeiro contato entre exportador e importador.

No caso específico da importação, a empresa exportadora envia a fatura pró-forma à empresa importadora para análise dos dados constantes. Qualquer alteração ou divergência deve ser anunciada nesse momento da negociação. Após toda a verificação da pró-forma é

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dado o “aceite”. O aceite é a confirmação do contrato internacional que se afirma com a assinatura da fatura comercial, que acompanhará o embarque da mercadoria (GARCIA, 1997).

Logo depois de identificar todos os dados importantes a serem extraídos da fatura pró-forma, será necessário efetuar a classificação fiscal da mercadoria, para então consultar o Tratamento Administrativo do produto e ver se esse exige o Licenciamento de Importação automático, ou não (BIZELLI, 2006).

Como foi observado, a fatura pró-forma é o primeiro documento que formaliza o comércio entre as empresas, e em seguida a sua negociação, a empresa importadora brasileira deve realizar o pedido de Licenciamento de Importação via Siscomex, caso o tratamento administrativo assim indique.

2.4.3 Licenciamento de Importação e embarque da mercadoria

O Licenciamento de Importação - LI é um documento exigido pelos órgãos governamentais quando o produto está sujeito ao controle destes órgãos.

O LI é o registro dos dados negociados entre as partes. No LI encontra-se já estabelecido o Incoterm, prazo de pagamento, modalidade de pagamento, mercadoria, quantidade, peso, características, entre outros dados.

Segundo Bizelli e Barbosa (2002), as operações que podem necessitar de LI antes do embarque são: sujeitas a cotas, a exame de similaridade, material usado, importações com redução ou isenção do Imposto de Importação, substâncias capazes de provocar modificações nervosas, substâncias causadoras de dependência física, produtos destinados à pesquisa clínica humana ou veterinária, produtos radioativos, petróleo bruto e seus derivados, medicamentos com plasma e sangue humano, produtos que prejudicam o meio ambiente, entre outros. Com isso, existem os órgãos intervenientes, que são os que darão anuência para as importações.

O LI pode ocorrer de duas formas, automática e não automática. O fator a ser levado em consideração para determinação do modelo de LI será o tipo de mercadoria. A mercadoria que precise de permissão dos órgãos intervenientes será classificada como não automática. A mercadoria classificada nesta opção terá que aguardar a avaliação destes

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órgãos. Por outro lado, a mercadoria classificada como automática terá a liberação no momento de seu registro (MDIC, 2012).

Para tanto, logo após o Licenciamento da Importação deferido, a mercadoria estará autorizada a embarcar em seu país de origem.

O embarque da mercadoria é autorizado, no caso de mercadorias que necessitam de LI não automático, no momento em que o órgão competente ao tipo de produto dá o deferimento ou autorização de embarque.

No caso de um LI não automático, o despachante aduaneiro deve buscar, dentro da classificação de mercadoria, o tratamento administrativo que dirá se essa exige anuência para autorização de embarque (BIZELLI, 2006).

Após a liberação do LI, o importador estará livre para entrar em contato com o exportador autorizando o embarque da mercadoria. Nesse ponto é preciso que o exportador mantenha o importador ciente dos fatos que ocorrem com sua mercadoria (VIEIRA, 2006).

Em tal momento poderá ser providenciado em uma Companhia de Seguradora o fechamento de um certificado de seguro ou apólice de seguro para a mercadoria, desde a origem até seu destino final. Também é necessário procurar um responsável pelo transporte internacional para que se providencie o frete da mercadoria (VAZQUEZ, 1999).

Uma observação importante a ser feita refere-se ao frete. O frete pode existir de duas maneiras: prepaid ou collect, que, respectivamente, significam frete pago previamente e embarque a cobrar. Assim como o frete, o seguro deve estar de acordo com o Incoterm acordado na negociação, que consequentemente define a responsabilidade do importador ou do exportador de pagar as respectivas despesas (BIZELLI; BARBOSA, 2002).

Como próximo passo de uma importação tem-se o despacho aduaneiro de importação, que trata da nacionalização da mercadoria importada e da sua liberação pela Receita Federal.

2.4.4 Despacho aduaneiro de importação

Toda mercadoria importada ou exportada, a título definitivo ou não, precisa obrigatoriamente passar pelo processo de despacho aduaneiro. No caso de mercadoria importada, o despacho aduaneiro tem por objetivo a nacionalização da mercadoria.

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De acordo com Maluf (2000, p. 204), “o despacho aduaneiro é o procedimento fiscal pelo qual se verifica a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação vigente no país, com o objetivo final de desembaraço aduaneiro”.

Após a chegada da mercadoria no país do importador e a sua liberação no Manifesto de Trânsito e Armazenamento - Mantra pelo fiscal da Receita Federal, o importador registra a Declaração de Importação - DI, documento base do despacho aduaneiro de importação.

O despacho aduaneiro inicia com o registro da DI no Siscomex e finaliza com o desembaraço, ou seja, a liberação da mercadoria pela Receita Federal (BIZELLI; BARBOSA, 2002).

Segundo Bizelli e Barbosa (2002), o despacho aduaneiro de importação está dividido nas seguintes etapas:

a) registro da DI no Siscomex: o qual deverá conter todas as informações da carga, importador e exportador, exigências legais e documentais indicadas na legislação vigente;

b) pagamento dos tributos: etapa integrante do registro da DI, efetuado através de débito automático em conta-corrente. Somente após a identificação do pagamento dos tributos é que a Receita Federal efetiva a DI registrada, dando-lhe um número de identificação;

c) parametrização: depois do registro efetivado da DI, essa será submetida à análise fiscal, e selecionada para um dos canais de conferência:

- verde: desembaraço automático; - amarelo: exame documental;

- vermelho: exame documental e físico da mercadoria;

- cinza: exame documental, físico e do valor aduaneiro da mercadoria. d) recepção: uma vez parametrizada a DI, essa deverá ser recepcionada no Recinto Alfandegado em que teve registro;

e) distribuição: a DI será distribuída a um Auditor Fiscal da Receita Federal para análise;

f) conferência: nesta etapa será feita a análise e conferência da DI, obedecendo ao canal de conferência determinado pela Receita Federal;

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g) desembaraço: ato final do despacho aduaneiro. Uma vez atendidas as exigências fiscais inerentes à importação, será emitido o Comprovante de Importação - CI e a mercadoria será liberada para o importador.

O despacho aduaneiro tem por finalidade assegurar a regularidade da operação em todos os aspectos, essencialmente no tributário. Na importação de mercadorias, a fase final de uma importação é o desembaraço pela autoridade fiscal e a emissão da CI. Essa liberação autoriza a mercadoria a entrar no território nacional (DIAS; RODRIGUES, 2004).

A mercadoria só será considerada nacionalizada depois do despacho aduaneiro. Enquanto estiver na alfândega, ainda é considerada estrangeira. O despacho é o ato de lidar com o processo de liberação de determinada mercadoria na alfândega e pagamento de impostos devidos pela movimentação da mercadoria (VIEIRA, 2006).

O importador deve procurar as leis que amparam a mercadoria a qual almeja importar, pois cada produto tem suas características específicas. E, muitas vezes a falta de informação leva o importador a embarcar a mercadoria sem que examine os procedimentos corretos, ficando passível de multas que vão onerar seu produto (DIAS; RODRIGUES, 2004). No despacho aduaneiro de importação, cada etapa deve ser respeitada e seguida corretamente, haja vista que a etapa posterior depende da anterior.

No processo de despacho aduaneiro que culminará na nacionalização da mercadoria, destaca-se a fase em que as empresas importadoras devem recolher os tributos incidentes na importação para poder equipará-la à nacional. Resumidamente, os tributos serão os federais (II, IPI, PIS, Cofins) e os estaduais (ICMS), abordados no item subsequente.

2.5 CUSTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO

Neste tópico serão apresentados os custos incidentes em uma importação, classificados em tributos e taxas englobando os impostos federais e estaduais e as taxas do Siscomex; e outras despesas, relativas a frete, seguro e armazenagem.

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2.5.1 Tributos e taxas

Os tributos e taxas de que trata esse tópico são os tributos federais e estaduais incidentes nas importações e demais taxas, como a de utilização do Siscomex.

2.5.1.1 Imposto de importação – II

As importações sofrem tributação no momento em que a mercadoria passa a ser nacionalizada. O Imposto de Importação - II é um tributo calculado sobre o valor aduaneiro da mercadoria, quando essa entra no país.

Consoante Vazquez (1999), o imposto de importação incide sobre a mercadoria vinda do exterior e tem como fato gerador da tributação a sua entrada no território nacional.

Ainda segundo o mesmo autor, considera-se estrangeira para efeito da incidência do imposto:

a) a mercadoria desnacionalizada, que vier a ser importada; b) a mercadoria nacional ou nacionalizada;

- reimportada, quando descumpridas as condições do regime de exportação temporária,

- que após o processo de beneficiamento ou transformação realizada no exterior; resultar em espécie diversa daquela previa no processo de exportação temporária.

O Regulamento Aduaneiro, conforme Maluf (2000), exclui da incidência do imposto situações em que:

a) mercadoria estrangeira declarada que chegou ao país por erro manifesto ou comprovado de expedição e que for redestinada ao exterior;

b) mercadoria em substituição a outra importada anteriormente que tenha apresentado defeitos após o despacho aduaneiro;

c) mercadoria que tenha sido objeto de pena de perdimento; d) mercadoria devolvida ao exterior antes da DI.

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A base de cálculo do imposto, segundo os autores citados anteriormente, se dá quando:

a) a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Externa Comum (TEC);

b) a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro definido segundo o artigo VII do GATT (MALUF, 2000).

Para a apuração do valor aduaneiro, o importador deverá utilizar o método correspondente segundo as disposições do Acordo de Valorização Aduaneira.

É possível concluir que para cada mercadoria vinda do exterior será cobrado um imposto sobre o valor da mercadoria. Na sequência será abordada a finalidade do Imposto sobre Produtos Industrializados.

2.5.1.2 Imposto sobre produtos industrializados – IPI

O Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI tem como base de cálculo o valor aduaneiro acrescido do imposto, conforme alíquota específica na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI.

Consoante Vazquez (1999), considera-se industrializado o produto que tenha sofrido qualquer tipo de operação que lhe modifique a natureza, finalidade ou o aperfeiçoe para o consumo.

“O imposto será calculado mediante a aplicação da alíquota da mercadoria, constante na tabela de incidência do IPI, sobre o valor que servir de base para o cálculo de tributo aduaneiro, por ocasião do despacho de importação, acrescido o montante desse tributo e dos encargos pelo importador ou dele exigíveis” (BIZELLI; BARBOSA, 2002, p. 141).

Segundo Maluf (2000), o fator gerador do IPI se dá pelo desembaraço aduaneiro, quando a mercadoria for importada e quando ocorre a saída do produto da indústria.

Conforme se pode observar, o IPI é o imposto que incide sobre qualquer mercadoria industrializada seja ela nacional ou importada. No tópico a seguir será abordado o ICMS.

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2.5.1.3 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS

O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS foi criado em 1988 pela Constituição Federal. Cabe aos Estados e Distritos Federais aplicar a tributação (BIZELLI; BARBOSA, 2002).

Conforme Bizelli e Barbosa (2002, p. 142), “o ICMS incide sobre entrada de mercadoria importada, ainda que se trate de bem destinado ao consumo ou ao ativo do estabelecimento”.

Em tese, o fato gerador do respectivo imposto é o desembaraço aduaneiro da mercadoria ou do bem importado. Existe ainda a ocasião em que a mercadoria poderá ser entregue antes do seu desembaraço, neste caso será considerada esta data como fato gerador do ICMS (MALUF, 2000).

A base de cálculo do ICMS, de acordo com Bizelli e Barbosa (2002), é feita mediante a soma dos seguintes valores:

a) o valor da mercadoria constante no documento de importação; b) II;

c) IPI;

d) demais despesas aduaneiras; e) o próprio ICMS.

O ICMS é o único imposto estadual que incide na importação. Será abordada a seguir a finalidade do PIS e COFINS Importação, impostos esses inseridos somente no ano de 2004 na tributação das importações.

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2.5.1.4 Programa de Integração Social - PIS Importação e Contribuição Social para Financiamento de Seguridade Social - Cofins Importação

O PIS Importação e o Cofins Importação são tributos que foram instituídos em 2004 para os produtos importados e atualmente são incidentes nas mercadorias (BIZELLI, 2006).

O PIS e o Cofins incidem no instante em que a mercadoria estrangeira entra no país. Assim como os outros impostos, este momento é definido pelo registro da Declaração de Importação - DI no Siscomex, exceto em casos regulamentados por Lei. Assim como o IPI, o PIS e o Cofins têm como data do fato gerador o vencimento do prazo de permanência no depósito alfandegado. O contribuinte deste imposto é caracterizado pelo importador, o qual efetuou a remessa da quantia destinada ao pagamento da mercadoria no exterior (BIZELLI, 2006).

No caso do PIS e do Cofins, não existe vinculação das alíquotas a serem utilizadas com o código da NCM da mercadoria a ser importada. Com isso utiliza-se 1,65% para PIS, e 7,60% para o Cofins. Contudo, existe a possibilidade de se utilizarem outras alíquotas, isto é, caso isso seja amparado por alguma legislação (BIZELLI, 2006).

Oliveira et al. (2006) ressaltam que no Brasil a tributação sobre produtos nacionais, em alguns casos, tende a ser muitas vezes maior que a tributação sobre os produtos importados, pois o PIS, o Cofins e o ICMS podem incidir várias vezes sobre o produto nacional dependendo do tamanho da cadeia produtiva do bem.

Conforme citado pelos autores, o processo de importação tem a incidência de cinco tipos de tributos. Além disso, tem-se para o importador, quando for o caso, despesas com frete e seguro. Serão abordados a seguir outros encargos que agregam custos de importação.

2.5.1.5 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM

O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante - AFRMM é uma taxa federal que incide nas importações marítimas.

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