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Q UADRO 33 | M ATRIZ SWOT AO D ESTINO A LQUEVA – O PORTUNIDADES E AMEAÇAS

NUT II N º E STABELECIMENTOS C APACIDADE DE ALOJAMENTO

Q UADRO 33 | M ATRIZ SWOT AO D ESTINO A LQUEVA – O PORTUNIDADES E AMEAÇAS

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Grande Lago Alqueva; Conjuntura económico-financeira desfavorável;

Criação de emprego; Não concretização dos projectos turísticos em carteira para a região do Alqueva;

Contribui para a fixação da população e combate a desertificação;

Componente imobiliária associada aos grandes projectos turísticos;

Contrariar o envelhecimento da estrutura etária; Fraca cooperação público-privada; O turismo estimula a produção local; Risco de crescimento não orientado; O desenvolvimento do turismo melhora o comércio da

região;

Deterioração dos recursos culturais e naturais;

Aumento da qualidade de vida das populações residentes;

Dependência de um leque restrito de produtos turísticos;

Valorização e preservação do património cultural e natural;

Excesso de população flutuante;

Integração na promoção turística da marca “Alentejo”; Subida de preços; Melhoria das parcerias público-privadas; Poluição da região;

Reforço da promoção turística; Concorrência de destinos semelhantes. Sensibilização ambiental de turistas e residentes;

Reforço da oferta de alojamento turístico; Mais oferta de equipamentos e serviços turísticos; Possibilidade de aparecimento de empresas de animação turística e operadores marítimo-turístico;

Reforço da oferta de animação cultural / eventos; EFMA;

Aeroporto de Beja;

Eixo ferroviário de alta velocidade do sudoeste da Europa;

Melhoria das acessibilidades e transportes; Aumento da massa crítica empresarial;

Qualificação dos recursos humanos no turismo; Desenvolvimento de sinergias com o “lado espanhol”.

7.2 | Desafios e factores críticos de sucesso

Tendo por base a análise SWOT efectuada, elencamos, de seguida, um conjunto de desafios e factores críticos de sucesso que consideramos fulcrais para que o destino turístico Alqueva se desenvolva de forma sustentável:

i) Preservar, valorizar e promover o património cultural e natural e implementar estratégias à sua protecção

Para garantir o desenvolvimento sustentado da região é fundamental que se continue a valorizar e preservar os seus recursos culturais e naturais, de forma a aproveitar convenientemente o seu potencial. Para se atingir este fim, devem ser implementadas estratégias que evitem os efeitos negativos decorrentes da actividade turística, como o conceito de capacidade de carga.

ii) Diversificar a base económica do destino através do turismo

Neste ponto assume especial destaque o desenvolvimento de projectos turísticos estruturantes susceptíveis de impulsionarem a criação de emprego, permitindo fixar e atrair população. Estes projectos devem compatibilizar os fins turísticos com os pressupostos do turismo sustentável:

A concretização de conjuntos turísticos integrados, onde predominem como suporte das actividades turísticas os empreendimentos turísticos e as infra-estruturas de apoio (nomeadamente, campos de golfe e respectivas instalações) deve estar associada à manutenção de valorização dos espaços naturais, à racionalização da utilização dos recursos hídricos e energéticos, à valorização das actividades rurais acautelando os valores cénicos e a identidade da paisagem. (RCM nº 53 / 2010; 3018).

Importa também realçar que estes projectos turísticos devem integrar políticas e práticas sustentáveis, desde a fase de construção até à gestão inerente à sua exploração.

Por sua vez, o turismo possibilita também a dinamização de outras actividades económicas como a agricultura e a pecuária, uma vez que permite desenvolver produtos endógenos, como por exemplo, o vinho, o azeite, o queijo ou o mel45, impulsionando, assim, a economia local.

iii) Melhoria das parcerias público-privadas

O desenvolvimento do Alqueva enquanto destino turístico deve passar pelo incremento das relações público-privadas numa óptica integrada de acção supervisionada por DMO, com todas as vantagens daí decorrentes, conforme enunciado na revisão da literatura (subcapítulo 3.4).

45 Alguns produtos já classificados como Denominação de Origem Protegida, como por exemplo o Azeite

de Moura e o Presunto de Barrancos; e vinhos com Denominação de Origem Controlada, nomeadamente CARMIM – Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz.

Como enfatiza o PROT Alentejo, “Competirá às entidades públicas centrais e locais a promoção de iniciativas com vista à definição e implementação de uma abordagem do desenvolvimento turístico desta sub-região visando o envolvimento e a mobilização dos municípios de Alqueva e de agentes turísticos numa estratégia integrada de base territorial para o turismo.” (RCM nº 53 / 2010; 3018).

iv) Necessidade de Planeamento integrado

É necessário elaborar um instrumento de planeamento turístico que defina as políticas e as estratégias para a região, bem como as acções e as medidas que devem ser desencadeadas a médio longo prazo. É através do planeamento que se geram as condições de sustentabilidade assentes numa integração com os sistemas envolventes, na estruturação adequada da oferta turística e na sua posterior comercialização e promoção. Enfatize-se a necessidade do mecanismo de planeamento conter a componente indispensável de monitorização.

v) Reforço da promoção turística (institucional e empresarial)

Criação das condições que permitam lançar as bases para um marketing eficaz na região através da junção de esforços entre os parceiros públicos e privados. O recurso progressivo às novas tecnologias e eventual criação de um sistema de gestão do destino permitirá a criação de soluções integradas e adequadas ao nível da promoção, mas também no plano das componentes informativa e comercial.

vi) Expandir e diversificar a oferta turística do destino Alqueva

Estruturar a diversificação da oferta turística ao nível dos produtos turísticos. Como enunciámos anteriormente (subcapítulo 5.5.1), o destino Alqueva possui um leque de recursos com forte potencial de desenvolvimento de produtos, muitos destes particularmente ancorados ao espelho de água. Foram assim elencados um conjunto de produtos turísticos emergentes que vão ao encontro do preconizado pelo PROT Alentejo:

A qualidade e a diversidade dos atractivos patrimoniais permitem que no Alentejo se possa desenvolver um turismo orientado para as mais variadas vertentes, com especial vocação para as formas menos convencionais e massificadas, nomeadamente, turismo de natureza, turismo

cultural, eno-turismo e gastronomia, turismo cinegético e turismo activo/desportivo

[sublinhado nosso]. O recreio, a pesca desportiva em águas interiores e o turismo cinegético [sublinhado nosso] constituem actividades que, associadas à diversidade e identidade das suas paisagens (…) fazem com que o Alentejo se diferencie das restantes regiões. (RCM nº 53 / 2010; 2979).

Realçamos que a formatação e a concepção destes produtos turísticos deverão ser baseadas nos princípios do turismo sustentável, envolvendo todos os agentes-chave.

Importa também desenvolver a oferta turística a outros níveis, garantindo-se a melhoria das infra-estruturas básicas e da sinalização turística, além da qualificação dos recursos humanos do sector, bem como o desenvolvimento da qualidade da oferta de alojamento turístico e dos equipamentos e serviços turísticos, nomeadamente na área da animação.

vii) Sensibilização ambiental das populações e turistas

As campanhas adequadas de sensibilização sobre as questões ambientais geram comprovadamente atitudes responsáveis individuais nas populações e nos turistas. Em relação aos turistas, as suas acções podem ainda influenciar as empresas a adoptar políticas de gestão ambiental.

viii) Melhorias das acessibilidades e transportes

Desenvolvimento das acessibilidades e transportes da rede ferroviária, especialmente as articulações à área metropolitana de Lisboa, ao Algarve e a Espanha; por outro lado, no plano rodoviário interessa melhorar as ligações intra-concelhias.

Ao nível da componente aérea, a futura dinamização do Aeroporto de Beja permitirá potenciar as ligações ao destino. Estas melhorias, por sua vez, beneficiarão social e economicamente a qualidade de vida das populações residentes.

7.3 | Adequação do modelo Alqueva às boas práticas do domínio da gestão integrada dos destinos

Em conformidade com a análise aos modelos conceptuais de gestão integrada de destinos turísticos elaborada anteriormente (subcapítulo 3.5), procede-se agora à sua adequação ao destino Alqueva.

QUADRO 34|ACOMPETITIVIDADE DOS DESTINOS TURÍSTICOS (MODELO ABSTRACTO) VERSUS A