• Nenhum resultado encontrado

Q UADRO 27 | PROT A LENTEJO – S UBSISTEMA DE D ESENVOLVIMENTO T URÍSTICO : S ÍNTESE DA Z ONA C

NUT II N º E STABELECIMENTOS C APACIDADE DE ALOJAMENTO

Q UADRO 27 | PROT A LENTEJO – S UBSISTEMA DE D ESENVOLVIMENTO T URÍSTICO : S ÍNTESE DA Z ONA C

ZONA C

• “A presença do maior lago artificial da Europa nesta Zona criou novas oportunidades de desenvolvimento, de que se destacam o turismo e o lazer.”

• “Nas zonas ribeirinhas podem-se identificar um conjunto de aldeias com significativo património cultural e ambiental (…) que, se associadas a um conjunto de infra-estruturas de apoio, apresentam um diversificado potencial de dinamização turístico associado ao plano de água: touring cultural e de natureza, pesca desportiva, turismo náutico de recreio, entre outros.”

• “Uma vez que o espelho de água também inclui terras de Espanha, podem ser desenvolvidas actividades turísticas entre os vários espaços, contribuindo para o fortalecimento da oferta turística do Alentejo no mercado espanhol.”

• “A presença de um património histórico – arqueológico significativo (com destaque para os núcleos urbanos fortificados de Monsaraz, Juromenha e Noudar), (…) pode contribuir para a realização de percursos turísticos que conjuguem os aspectos culturais e ambientais de excepção.”

• “O crescente interesse de investimentos turísticos ligados conjuntos turísticos (resorts) integrados, que respeitem as características culturais, ambientais e paisagísticas, associadas à paisagem única proporcionada não só pelo plano e água mas também pelos povoamentos de sobro e azinho explorados em sistema de montado e pela manutenção das actividades agrícolas, faz com que esta Zona se diferencie significativamente de outros destinos, constituindo - se como um dos seis novos pólos turísticos de desenvolvimento identificados no âmbito do PENT.”

• “Articulada com o investimento em conjuntos turísticos integrados encontra-se uma rede de campos de golfe que poderão, a prazo, colocar o Alentejo nas rotas do destino golfe. Para tal é necessário que estes equipamentos sejam sustentáveis, i.e. associados a uma diversidade de características desportivas e paisagísticas, bem como a uma oferta de alojamento de alta qualidade.”

FONTE: Produção própria a parir de RCM nº 53 / 2010; 2999 e 3000

Plano Regional de Ordenamento do Território da Zona Envolvente da Albufeira do Alqueva

O PROZEA foi aprovado pela RCM nº 70 / 2002 de 9 de Abril41, cuja área de intervenção abrange seis concelhos: Alandroal, Barrancos, Moura, Mourão, Portel e Reguengos de Monsaraz.

Teve a natureza de instrumento de desenvolvimento territorial e foi executado em articulação simultânea com o POAAP (primeira edição, RCM nº 95 / 2002, de 13 de Maio, revogado). E tinha como principais objectivos:

41 A elaboração do PROZEA foi determinada pela publicação da RCM nº 97 / 94 de 4 de Outubro, no

• Delimitar uma estratégia de ocupação da zona envolvente da albufeira do Alqueva;

• Garantir a diversificação e compatibilização de usos e actividades, definindo padrões de ocupação;

• Contribuir para a criação de uma solução integrada na envolvente de novas estruturas e reorganizar as infra-estruturas e acessibilidades (RCM nº 70 / 2002; 3391).

O grande repto do PROZEA consistia em “Promover o desenvolvimento económico e social desta sub-região, sem alterar o seu valor ecológico (…) [e] Tirar o maior benefício possível do novo empreendimento e, simultaneamente, reduzir os seus efeitos negativos.” (RCM nº 70 / 2002; 3391).

O modelo de ordenamento do território pretendia dar resposta aos subsequentes princípios:

• Garantir a sustentabilidade ecológica da zona, tirando o maior rendimento dos recursos existentes e gerados pela construção da albufeira;

• Promover o desenvolvimento das actividades económicas e do emprego, dentro de critérios de utilização racional do espaço, organização das infra-estruturas e conservação dos valores paisagísticos;

• Consolidar a identidade sub-regional construída em torno do aproveitamento equilibrado de uma infra-estrutura comum a cinco dos seis concelhos em causa (a albufeira do Alqueva), garantindo uma repartição equitativa dos benefícios;

• Reforçar as redes de equipamentos e infra-estruturas considerados básicos quer para o bem-estar da população residente, quer para o apoio a novas actividades económicas;

• Assegurar a integração da sub-região nos planos e programas de âmbito regional e nacional. (RCM nº 70 / 2002; 3391).

Em consonância com os princípios enunciados, o sector do Turismo foi encarado como uma actividade capaz de gerar efeitos positivos na dinâmica económica da zona envolvente à albufeira da barragem do Alqueva.

Assim, no tocante aos objectivos de natureza sectorial, o PROZEA determinava para o Turismo as “(…) actividades turísticas adequadas [sublinhado nosso] ao modelo de desenvolvimento da sub-região; [a] indicação e caracterização das áreas com mais recursos a utilizar; [e as] orientações quanto à natureza e localização de investimentos de apoio a estas actividades.” (RCM nº 70 / 2002; 3392).

O Plano enfatizava que a concretização dos objectivos supra requeriam “(…) grandes exigências de planeamento e de gestão do desenvolvimento, com recurso, designadamente, a uma forte intervenção do sector público”, uma vez que “(…) a construção de um destino turístico associado ao aproveitamento da albufeira do Alqueva não surgirá provavelmente de forma espontânea, como resultado do livre funcionamento dos mercados (…)” (RCM nº 70 / 2002; 3398). Desta forma, as autoridades públicas deveriam actuar a diversos níveis:

• Gestão do território e conservação da natureza;

• Rede de infra-estruturas, equipamentos e serviços de suporte; • Imagem e promoção institucional da área;

• Atracção, enquadramento e apoio financeiro a investimentos privados; • Sinalização e informação turística;

• Formação de recursos humanos (RCM nº 70 / 2002; 3398).

Identificaram-se como factores estratégicos para o desenvolvimento turístico da sub-região: a implantação de empreendimentos turísticos e de lazer; os usos do plano de água; e a valorização do património cultural e natural (RCM nº 70 / 2002).

Estabelecidos os objectivos no domínio do Turismo, definida a actuação do sector público e identificados os factores-chave, o PROZEA apresentava cenários de desenvolvimento turístico (conforme Figura 10) com o intuito de demonstrar as estratégias territoriais a seguir, através do cruzamento de duas variáveis: Intensidade turística, que “(…) corresponde à intensidade admitida para os usos do território em imobiliária e lazer, equipamentos de animação turística (incluindo o golfe) e estabelecimentos hoteleiros e complementares”; e o Aproveitamento da

albufeira, que “(…) corresponde às actividades de recreio náutico permitidas.” (RCM nº 70 /

2002; 3398).

FIGURA 10 |PROZEA-CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO