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União: auditoria ambiental compulsória na prevenção e controle

públicas.

O estudo cronológico da legislação permite identificar as especificidades do

novo instituto jurídico. Na esfera federal, houve algumas tentativas infrutíferas para

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Conforme art.3º, V da lei nº 10.431 de 20 de dezembro de 2006, alterado pela lei nº12377/2011( BRASIL. Estado da Bahia, 2006).

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Conforme art.6º, VIII, XIX e XX da lei nº 10.431 de 20 de dezembro de 2006, alterado pela lei nº12377/2011(BRASIL. Estado da Bahia, 2006).

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Conforme Art. 75 da Constituição do Estado da Bahia promulgada em 05 de outubro de 1989(BAHIA. Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, 2009).

adicionar a auditoria ambiental entre os instrumentos da PNMA. Por último, foi

registrado o Projeto de Lei 1834/2003,

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onde incluía a Auditoria Ambiental no rol do

artigo 9º da Lei da PNMA. O projeto estabelecia que os órgãos públicos, empresas

públicas, empresas privadas, sociedade de economia mista, fundações e outras

instituições cujas atividades causassem significativo impacto ambiental deveriam

submeter-se periodicamente a auditoria ambiental, com o objetivo de verificar o

cumprimento da legislação, normas e técnicas destinadas à proteção do meio

ambiente (BRASIL, CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2003).

Além disso, caberia ao CONAMA estabelecer as qualificações mínimas

exigidas dos auditores, os critérios para realização de auditorias de passivos

ambientais e a obrigatoriedade de inclusão de plano de ações corretivas das

irregularidades apontadas. Estava previsto que os custos de realização da auditoria

ambiental correriam por conta da instituição auditada, a qual teria plena liberdade na

escolha do auditor, atendidas as exigências mínimas de qualificação estabelecidas

pelo CONAMA, mas o referido projeto foi arquivado (BRASIL, CÂMARA DOS

DEPUTADOS, 2003).

A Resolução nº 248, de 11 de fevereiro de 1999, ao tratar das diretrizes para

as atividades econômicas envolvidas com a utilização sustentada de recursos

florestais procedentes de áreas de regeneração da Mata Atlântica no Estado da

Bahia, tornou obrigatório para os empreendimentos de base florestal, auditoria

externa, com periodicidade semestral, nas áreas de exploração e de processamento

( Art. 1º, III , a).

Com o objetivo de estabelecer estratégias seguras de prevenção e gestão de

impactos ambientais gerados por estabelecimentos, atividades e instalações de

petróleo e derivados no país e diante do grave derramamento de óleo ocorrido na

Baía de Guanabara, a Resolução CONAMA n° 265 de 27/01/2000 apresentou

medidas emergenciais que tornava obrigatória a realização de auditoria ambiental

independente, no prazo de 06(seis) meses, em todas as unidades da Petrobrás

localizadas no Estado do Rio de Janeiro. Além disso, empresas com atividades na

área de petróleo e derivados deveriam apresentar, no prazo máximo de 180 dias,

programa de trabalho e respectivo cronograma para a realização de auditorias

ambientais independentes em suas instalações industriais de petróleo e derivados

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localizadas no território nacional. Trata-se do início de práticas de auditoria

ambiental no setor petrolífero (BRASIL. MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE, 2000).

A Lei Federal n° 9.966 de 28/04/2000, que dispõe sobre a prevenção, o

controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras

substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, passou a exigir

das entidades exploradoras de portos organizados e instalações portuárias e dos

proprietários ou operadores de plataformas e suas instalações de apoio, a realização

de auditorias ambientais bienais independentes, com o objetivo de avaliar os

sistemas de gestão e controle ambiental em suas unidades, conforme previsão

expressa no artigo 9

o

(BRASIL, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA,2000).

A Resolução CONAMA n° 306 de 05/07/2002, com as alterações introduzidas

pela Resolução CONAMA nº 381/06, estabelece os requisitos mínimos e o termo de

referência para realização de auditorias ambientais na indústria de petróleo, gás

natural e seus derivados. Pela Resolução, as auditorias ambientais têm por objetivo

verificar o cumprimento da legislação ambiental aplicável e avaliar o desempenho da

gestão ambiental da organização auditada. Devem ser independentes e realizadas

de acordo com escopo, metodologias e procedimentos sistemáticos e

documentados. As constatações de não conformidades devem ser comprovadas por

evidências objetivas de auditoria, que, por seu turno, serão objeto de um plano de

ação(BRASIL. MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE,2002).

O relatório e o plano de ação deverão ser apresentados a cada dois anos ao

órgão ambiental competente, para incorporação ao processo de licenciamento

ambiental da instalação auditada. O Plano de Ação deverá conter, no mínimo, ações

corretivas e preventivas associadas às não conformidades e deficiências

identificadas na auditoria ambiental; cronograma físico para implementação das

ações previstas; indicação da área da organização responsável pelo cumprimento

do cronograma estabelecido; e cronograma físico das avaliações do cumprimento

das ações do plano e seus respectivos relatórios (BRASIL. MINISTÉRIO DE MEIO

AMBIENTE, 2002).

A Portaria n° 319 de 15/08/2003, do Ministério do Meio Ambiente estabelece os

requisitos mínimos quanto ao credenciamento, registro, certificação, qualificação,

habilitação, experiência e treinamento profissional que os auditores ambientais

deverão cumprir para executarem as auditorias ambientais, de sistemas de gestão e

controle ambiental no setor petrolífero. Pela Portaria, os auditores devem ser

certificados ou registrados em Organismos de Certificação de Auditores Ambientais

credenciados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial-INMETRO e reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente (BRASIL.

MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE, 2003).

Recentemente foi editada a Lei Federal 11.284 de 02 de março de 2006, que

dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável, tratando da

obrigatoriedade de realização de auditorias nas concessões florestais.

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A lei passou

a exigir do concessionário, a suas expensas, auditorias florestais independentes nos

prazos máximos a cada 3 (três) anos. As conclusões da auditoria poderão apontar

regular cumprimento do contrato de concessão, devendo neste caso ser validado

pelo órgão gestor. As conclusões da auditoria poderão, ainda, constatar a existência

de deficiências sanáveis, devendo haver saneamento de todos os vícios e

irregularidades pelo concessionário, no prazo máximo de 6(seis)meses ou pode

indicar o descumprimento do contrato de concessão, culminando em aplicação de

sanções, inclusive a possibilidade de rescisão contratual. As entidades responsáveis

pelas auditorias florestais deverão ser submetidas a uma formalidade de

credenciamento, mediante reconhecimento por ato administrativo no órgão

gestor(BRASIL.Presidência da República, 2006).

No âmbito federal, a obrigatoriedade da auditoria ambiental se restringe apenas

a alguns setores específicos envolvidos com atividades ambientalmente

impactantes. A União trata da matéria na prevenção e controle dos impactos

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Conforme art. 42 Lei Federal 11.284 de 02 de março de 2006:

Art.42- Sem prejuízo das ações de fiscalização ordinárias, as concessões serão submetidas a auditorias florestais, de caráter independente, em prazos não superiores a 3 (três) anos, cujos custos serão de responsabilidade do concessionário.

§ 1o Em casos excepcionais, previstos no edital de licitação, nos quais a escala da atividade florestal torne inviável o pagamento dos custos das auditorias florestais pelo concessionário, o órgão gestor adotará formas alternativas de realização das auditorias, conforme regulamento.

§ 2o As auditorias apresentarão suas conclusões em um dos seguintes termos:

I - constatação de regular cumprimento do contrato de concessão, a ser devidamente validada pelo órgão gestor;

II - constatação de deficiências sanáveis, que condiciona a manutenção contratual ao saneamento de todos os vícios e irregularidades verificados, no prazo máximo de 6 (seis) meses;

III - constatação de descumprimento, que, devidamente validada, implica a aplicação de sanções segundo sua gravidade, incluindo a rescisão contratual, conforme esta Lei.

§ 3o As entidades que poderão realizar auditorias florestais serão reconhecidas em ato administrativo do órgão gestor. (BRASIL.Presidência da República, 2006)

ambientais no setor petrolífero e na gestão de florestas públicas, sem, entretanto,

tratar da modalidade como instrumento nacional de política pública ambiental.