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USANDO A PLANILHA DE ATIVIDADES PARA AVALIAR A ACURÁCIA DAS PREVISÕES

Quando o paciente não acredita que o planejamento de atividades possa ajudar, você poderá pedir que ele faça uma previsão dos níveis de domínio e prazer ou humor em uma planilha de atividades e depois registre os níveis que realmente ocorreram em outra tabela. Essas comparações podem ser uma fonte de dados muito útil.

TERAPEUTA: Agora, vamos dar uma olhada nas suas previsões na primeira planilha de atividades e o que realmente aconteceu na segunda.

PACIENTE: (Concorda com um aceno de cabeça)

TERAPEUTA: Vamos ver... parece que você previu escores muito baixos, a maioria de 0 a 3, para estas três vezes em que você planejou se encontrar com seus amigos. O que realmente aconteceu?

PACIENTE: Na verdade, eu me diverti mais do que imaginava – os meus escores de prazer foram de 3 a 5.

TERAPEUTA: E o que isso lhe diz?

PACIENTE: Acho que não sou boa em previsões. Achei que não iria me divertir, mas me diverti, pelo menos um pouco.

TERAPEUTA: Você gostaria de planejar mais atividades para a próxima semana? PACIENTE: Sim, eu deveria.

TERAPEUTA: Ótimo. Você se dá conta do que poderia ter acontecido – e, na verdade, o que estava acontecendo antes de você começar a terapia? Você ficava prevendo que não se divertiria com os amigos, então não fazia planos; na verdade, você recusava os convites que eles lhe faziam. Parece que esse experimento de casa lhe ajudou a testar suas ideias; você descobriu que estava errada quanto a não se divertir, e agora parece que está mais disposta a programar mais atividades. É isso mesmo?

PACIENTE: Sim. Mas agora me lembrei de que eu queria conversar com você sobre uma previsão que na verdade acabou sendo pior.

TERAPEUTA: Ok, quando foi isso?

PACIENTE: Eu previ que obteria um 4 em realização e prazer quando fosse correr no fim de semana. Mas ambos foram classificados como 1.

TERAPEUTA: Você tem ideia do por quê? PACIENTE: Na verdade não.

TERAPEUTA: Como você estava se sentindo enquanto corria? PACIENTE: Frustrada na maior parte do tempo.

TERAPEUTA: E o que estava passando pela sua cabeça?

PACIENTE: Não sei. Eu não estava me sentindo muito bem. Eu fiquei sem fôlego rapidamente. Eu não estava acreditando no quanto aquilo estava sendo difícil.

TERAPEUTA: Você teve algum pensamento como estes – “Eu não me sinto muito bem”, “Eu estou sem fôlego”, “Isto é difícil”?

PACIENTE: É, acho que sim.

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PACIENTE: Eu me lembrei de como era antes. Eu conseguia correr de 3 a 5 quilômetros sem ficar sem fôlego.

TERAPEUTA: Você tinha alguma lembrança, uma imagem de como costumava ser?

PACIENTE: Sim. Era fácil. Eu estou realmente fora de forma agora. Não tenho certeza se um dia vou conseguir recuperar a boa forma.

TERAPEUTA: Ok, deixe-me ver se eu entendi. [resumindo] Aqui no consultório você achou que obteria uma sensação moderada de realização e prazer quando fosse correr. Entretanto, em vez disso, sentiu muito pouco. Parece que você tem a lembrança de como era antes e também teve pensamentos que interferiram, como: “Isto é difícil”, “Eu estou sem fôlego”, “Eu estou fora de forma”, “Talvez eu nunca consiga recuperar a boa forma”. E esses pensamentos fizeram você se sentir frustrada. Está correto assim?

PACIENTE: Sim.

Nesta última parte, a terapeuta usa a planilha de atividades como um veículo para identificar o número de pensamentos automáticos que estavam minando o prazer da paciente em alguma atividade. Na parte seguinte, a terapeuta irá:

Ajudá-la a avaliar uma cognição-chave: “Talvez eu nunca consiga recuperar a boa forma”. Ensiná-la a se comparar com o que ela era no seu pior momento, para que ela se sinta bem ao correr, em vez de ser tão autocrítica.

A ativação comportamental é essencial para a maioria dos pacientes deprimidos. Muitos pacientes precisam apenas receber uma explicação lógica, ter orientação na escolha e no planejamento das atividades e obter respostas a pensamentos automáticos previsíveis que poderiam interferir na realização das atividades ou na aquisição de um sentimento de prazer ou domínio sobre essas atividades. O terapeuta, em geral, precisa ser gentilmente persistente na ajuda para que o paciente seja mais ativo. Os pacientes que são muito inativos no início do tratamento beneficiam-se ao aprender como criar e aderir a um cronograma diário com graus crescentes de atividades. Os pacientes que são céticos quanto ao planejamento de atividades podem se beneficiar realizando experimentos comportamentais para testar suas ideias e/ou verificar a acurácia dos seus pensamentos automáticos ao compararem suas previsões com o que ocorre na realidade.

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SESSÃO 2 E POSTERIORES: ESTRUTURA E

FORMATO

sessão 2 usa um formato que é repetido em todas as sessões subsequentes. Este capítulo apresenta o formato e descreve o andamento geral da terapia a partir da Sessão 2 até se aproximar do término. A fase final do tratamento é descrita no Capítulo 18, e os problemas típicos que surgem ao familiarizar o paciente durante as sessões iniciais são apresentados no Capítulo 8.

A pauta típica da segunda sessão e posteriores é a seguinte:

Parte Inicial da Sessão

Fazer uma verificação do humor. Definir a pauta.

Obter uma atualização. Revisar o exercício de casa. Priorizar a pauta.

Parte Intermediária da Sessão

Trabalhar em um problema específico e ensinar habilidades da terapia cognitivo-comportamental naquele contexto.

Discutir o seguimento com a prescrição colaborativa de exercícios de casa relevantes. Trabalhar em um segundo problema.

Parte Final da Sessão

Apresentar ou solicitar um resumo.

Revisar as novas prescrições de exercícios de casa. Solicitar feedback.

Se você não estiver habituado com esse formato, poderá fazer uma cópia desse quadro para ter consigo. Você poderá mostrá-lo (ou uma versão simplificada) ao paciente para que ele possa ter uma ideia melhor de como será o tratamento, e assim vocês dois poderão monitorar onde estão na sessão.

Seus objetivos durante esta segunda sessão serão ajudar o paciente a identificar problemas importantes nos quais trabalhar, e, no contexto da solução do problema, você vai ensinar ao paciente habilidades relevantes, especialmente as de identificação e resposta aos pensamentos automáticos e, para a maioria dos pacientes deprimidos, o planejamento de atividades. Você continuará a familiarizar o paciente com a terapia cognitivo-comportamental: seguindo o formato da sessão, trabalhando colaborativamente, dando feedback e começando a examinar o seu passado e as experiências atuais à luz do modelo cognitivo. Se o paciente estiver se sentindo um pouco melhor, você também poderá começar o trabalho de prevenção de recaída (veja o

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