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4.1 Aspectos da cultura organizacional real

4.1.1 Valores e crenças

Os valores expressam o comportamento da organização, consistindo na essência da empresa. Devem ser usados de maneira estratégica a fim de atingir resultados e crenças; é o que a empresa acredita ser verdadeiro, o comportamento, a personalidade e o jeito de ser da organização. Segundo Schein (2009), o padrão de valores compartilhados se estabelece quando tem funcionado bem o suficiente para ser considerado válido e, consequentemente, para ser ensinado aos novos membros como o modo correto de perceber, pensar e sentir.

A Figura 7 apresenta a creche de uma das unidades do GA, construída para assistir aos filhos de colaboradores, já a Figura 8, representa o parque de lazer da creche.

Figura 7 - Instalação do primeiro berçário do GA na década de 20.

Figura 8 – Espaço de lazer para colaboradores do Grupo A em 1933.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Nos depoimentos dos colaboradores, pode-se observar que o GA tinha valores voltados ao bem-estar do trabalhador, oferecendo-lhes uma carteira de benefícios, preocupando-se com seus familiares, comunicando-se com a comunidade e mantendo uma relação estreita com o stakerholders. Uma longa história guardada nos corações e nas marcas do tempo dos colaboradores que pertenceram e acreditaram nesse grupo. Pode-se observar uma cultura pautada em lembranças positivas e construída diariamente com a força de trabalho de cada um.

Os valores proclamados pelos entrevistados levam a concluir o sentimento de orgulho por terem sido partes integrantes dessa história. Fica evidente a prioridade de alguns aspectos para o GA, a partir de algumas declarações, citadas abaixo:

…Valorizava o trabalho das pessoas, ou seja, ser humano e ser

profissional (E1, 24 anos de empresa).

...voltada para família [...] com a política interna da qualidade: agir com

atitude ética com os colegas, clientes e fornecedores, respeitar o meio ambiente (E2, 25 anos de empresa).

...Grupo muito bom [...] participava das melhorias da empresa, valorizava

muito as pessoas, clientes e meio ambiente (E3, 18 anos de empresa).

...com bastante benefícios [...] investia no crescimento dos colaboradores (E4, 17 anos de empresa).

...O GA priorizava as pessoas, moradia, saúde, ou seja, tinha um lado muito

humano (E5, 19 anos de empresa).

...A gestão sempre foi voltada ao bem estar dos colaboradores, onde aqui cresci e meu pai foi funcionário. Sua crença era no desenvolvimento das

pessoas (E6, 24 anos de empresa).

[...] Tínhamos um social muito bom, ele investia no colaborador (E7, 24 anos de empresa).

...Investia no ser humano e em benefícios (E8, 25 anos de empresa). ... A imagem da empresa no mercado como sendo muito organizada devido

aos valores, benefícios, cargos e salários [...] O grupo se preocupava com

dois pilares: crescimento e bem estar dos colaboradores, benefícios,

evolução de carreira ( E9, 15 anos de empresa).

...benevolente com seus colaboradores no sentido de ser mais solidária [...] com políticas voltadas a qualidade dos produtos, bem estar dos

colaboradores e bom relacionamento com clientes e fornecedores ( E10,

10 anos de empresa).

...Empresa que valorizava e investia no ser humano sem esquecer os lucros ( E11, 24 anos de empresa).

[...] levo um prazer muito grande em fazer parte dessa empresa. Políticas

voltadas para o social e qualidade que hoje o novo grupo (GB) absorveu (

E12, 18 anos de empresa).

Foi meu primeiro emprego. Devo tudo aos dois grupos A e B. Meu pai trabalhou em uma das unidades do grupo por 55 anos. Sua crença era na

qualidade dos produtos, bem estar das pessoas e excelente atendimento aos clientes (E13, 08 anos de empresa).

[...] muita dedicação, respeito e ética... ( E14, 14 anos de empresa).

Tenho meus filhos criados aqui. Imagine que grandiosa essa empresa! Indústria que trabalho foi quem começou a política de qualidade e gestão de

meio ambiente. Os benefícios eram parecidos como os de hoje. Ela deixou um legado muito bom ( E15, 31 anos de empresa).

Grupo conceituado em todo Brasil, e toda minha história foi nesse Grupo,

pois meu pai trabalhou aqui durante 25 anos. O GA conseguia extrair dos

colaboradores de forma prazerosa. Crescer com vontade. Sua crença era na satisfação dos colaboradores (E18, 10 anos de empresa).

... É o Grupo da família. Meu pai se aposentou aqui e nasci, cresci aqui (E19, 14 anos de empresa).

...O GA tinha como valores: ética, pessoas, clientes, fornecedores. Investia

em cursos, saúde e bem-estar do trabalhador (E20, 25 anos de empresa).

[...] grupo cujo valor perseguido era a ética. O foco era buscar lucro coisa

natural das empresas, tratando convenientemente e adequadamente o

A partir desses depoimentos, percebe-se que a cultura do GA passada de pai para filho; milhares de famílias formaram-se, cresceram e criaram seus filhos em torno dessa indústria, alicerçando essa visão humanitária. A interação e preocupação com os familiares e comunidade fazia parte do dia a dia dessa empresa. Para que o colaborador pudesse dar resultado, o GA oferecia condições como: creches, escolas, transporte, alimentação, plano de carreira e de aposentadoria, entre outros. Segundo SÁ e Lemoine (2006), concluem que a cultura organizacional, influencia, verdadeiramente, no comprometimento das pessoas em seus trabalhos e com a organização.

GA tinha como visão assegurar o crescimento, respeitado e reconhecido na comunidade onde atuava, com foco na maximização de valor econômico, ambiental e social através de: valores éticos que orientam uma conduta empresarial; busca de soluções criativas e inovadoras para seu portfólio e colaboradores motivados.

O GA possuía três pilares de sustentação: bem-estar do trabalhador, preservação ao meio ambiente e lucratividade. Nota-se nos discursos dos entrevistados sentimento de satisfação em ter pertencido ao GA.

Para Sá e Lemoine (1998, p.09) a cultura organizacional consiste num sistema de valores compartilhados ligados ao processo de trabalho de uma empresa, o que corrobora com os pilares de sustentação do GA acima mencionados. Na visão de Schein (2009, p.3) “cultura é uma abstração, embora as forças são criadas em situações sociais e organizacionais que dela derivam sejam poderosas.

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