• Nenhum resultado encontrado

IV a faixa de 33 (trinta e três) metros ao longo da orla marítima e das margens

2.3. Plano Municipal de Saúde

2.3.2. Vigilância em Saúde Ambiental

Entre as ações da Vigilância em Saúde Ambiental capazes de prevenir os riscos à saúde da população, destaca-se o controle da qualidade da água de consumo e a balneabilidade das águas utilizadas para recreação.

O padrão de potabilidade da água de consumo humano no Brasil foi estabelecido primeiramente em 1977, por meio do Decreto Nº 79.367/1977, sob a competência do Ministério da Saúde. A partir dele, foram elaboradas e aprovadas legislações referentes ao assunto, entre elas a Portaria nº 56/Bsb/1977, primeira legislação federal sobre potabilidade de água para consumo humano, editada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2007).

A Portaria citada passou por revisão em 1990 resultando na publicação da Portaria MS Nº 36/1990 e, em 2000, na Portaria MS Nº 1.469/2000. Segundo o Ministério da Saúde, o último documento passa a ser um instrumento importante para assegurar a potabilidade da água, a partir do estabelecimento dos procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da água. Em 2000, a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, por meio da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental, cria o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano – SISAGUA e, em 2002, o Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano – VIGIÁGUA (BRASIL, 2007).

O VIGIÁGUA é coordenado no âmbito do Ministério da Saúde/Secretaria da Vigilância em Saúde, pela Coordenadoria Geral da Vigilância em Saúde Ambiental. Após nova revisão, os procedimentos e responsabilidades acerca do controle e qualidade da água para consumo passam a ser estabelecidos pela Portaria do MS Nº 518/2004, recentemente revogada pela de Nº 2.914/11 e os dados alimentam o SISAGUA.

Esta Portaria no seu artigo 5º, inciso I, define a água para consumo humano como “água potável destinada à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem” e padrão de potabilidade, o “conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano”. O número mínimo de amostras para análise e a frequência do controle da qualidade da água de sistema de abastecimento é determinado de acordo com o ponto de amostragem, população abastecida e tipo de manancial (Quadro 3).

No município de Florianópolis as ações relativas à referida Portaria, tais como as análises de potabilidade da água, são feitas pela Vigilância em Saúde desde março de 2009. A Portaria exige um mínimo de 54 amostras por mês, e a Prefeitura realiza um mínimo de 147 amostras/mês segundo um roteiro que muda a cada trimestre. Após a coleta, procede-se o trabalho de laboratório onde são analisados atualmente os seguintes parâmetros: Cloro residual, Flúor, Turbidez, Cor aparente, pH, Coliformes Totais e Fecais conforme estipulado pela Portaria (Quadro 3). Os sistemas que apresentam problemas recebem uma notificação da Vigilância Sanitária e Ambiental. Quando se constata irregularidade grave, como a presença de coliformes fecais, é efetuada a interdição, até a recuperação da potabilidade. No caso desta

água ser a única fonte a ser utilizada é feita uma cloração local e a água então é liberada para uso geral, exceção para beber ou preparar alimentos.

Atualmente a Vigilância em Saúde de Florianópolis trabalha na confecção de material educativo para distribuição11 às comunidades que utilizam água de sistemas alternativos, com o objetivo de conscientizar e orientar tecnicamente de forma a proporcionar uma melhora definitiva da água distribuída. No entanto, adverte-se que este material deve ser distribuído para toda a população, pois não são apenas os sistemas alternativos que apresentam problemas em relação à qualidade da água, haja vista que os resultados de análises da água distribuída pela CASAN também têm demonstrado problemas de potabilidade em determinados sistemas e situações, principalmente, após as chuvas.

Os dados do SISAGUA mostram que Florianópolis tem conseguido atingir as metas estipuladas pelo Ministério da Saúde em relação ao número de análises efetuadas nos sistemas de abastecimento de água. No entanto, verificou-se em campo a existência de muitos domicílios abastecidos por sistemas alternativos os quais não constavam daqueles sistemas já cadastrados pela Vigilância Municipal em Saúde. Ou seja, ainda há muito trabalho investigativo a ser feito nas comunidades para conhecer melhor a origem da água de consumo da população e, assim conhecer os riscos à saúde a que ela está exposta.

As análises para balneabilidade em Santa Catarina são realizadas pela FATMA por meio do monitoramento da qualidade da água do mar para banho. Com estas análises é determinado se as águas são próprias ou impróprias para o banho. São considerados impróprios os pontos que contenham em 60% dos últimos 5 (cinco) resultados um valor superior a 800 NMP (Número Mais Provável) por 100 mililitros de Escherichia coli nas amostras coletadas ou quando, na última amostragem, o valor obtido for superior a 2.000 NMP (Número Mais Provável) por 100 mililitros de água. A presença desta bactéria é um indicativo de poluição por fezes e, portanto de que a água do mar também oferece riscos à saúde (FATMA, 2012).

11 A distribuição será realizada pelos fiscais da Vigilância Sanitária, porém a data em que o trabalho será iniciado não foi informada.

Quadro 3 - Número mínimo de amostras e frequência para o controle da qualidade da água de sistemas de abastecimento, para fins de análises físicas, químicas e de radioatividade, em função do ponto de amostragem, da população abastecida e do tipo de manancial.

(1) Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado.

(2) As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no sistema de distribuição. (3) A definição da periodicidade de amostragem para o quesito de radioatividade será definido após o inventário inicial, realizado semestralmente no período de 2 anos, respeitando a sazonalidade pluviométrica.

2.4. Água e saúde