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Workshop Internacional de Especialistas sobre a Integridade e

No documento Arquitetura, património e autenticidade (páginas 129-133)

CAPÍTULO IV – Conceitos

5.1 Enquadramento Internacional

5.1.5 Workshop Internacional de Especialistas sobre a Integridade e

PAISAGENS CULTURAIS (11-12 DEZ. 2007 – ARANJUEZ – ESPANHA)

O encontro seguido de trabalhos prévios em sede do Guia Operacional “Orientações Técnicas para Aplicação do Património Mundial”, e nomeadamente a indicação de “Exemplos de aplicação das condições de integridade das propriedades nomeadas sob os critérios (i) a (vi) em desenvolvimento” (2005, parágrafo 89) bem como as

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UNESCO – Comité do Património Mundial. Conservação do Património Mundial. Definição de Valor Universal Excecional. 2005. pág. 31.

Fig. 65 – Amazónia Brasil

“sugestões de acompanhamento” no Apêndice 1 do Documento de Nara indicado no Anexo 4 do referido Guia Operacional.

Os participantes sugerem que as conclusões e recomendações seguintes sejam consideradas em futuras reflexões pelo Comité do Património Mundial.

5.1.5.1 – INTRODUÇÃO DA DISCUSSÃO

Os participantes reveem a utilização da Autenticidade e Integridade como condições de Valor Universal Excecional através de várias apresentações chave, case studies e discussões alargadas.

Apresentam os principais estádios no desenvolvimento destes conceitos, através

de grupos de especialistas em

conferências internacionais (como Nara, Japão, 1994), bem como as discussões realizadas no Comité do Património Mundial.

A emergência de inscrições e definições sobre a paisagem cultural serve igualmente de base de trabalho do encontro.

A paisagem cultural é a interação entre as pessoas e o meio envolvente ao longo dos tempos, e é um dos conceitos fundamentais da Convenção do Património Mundial “como integrar o trabalho do homem e da natureza”.

As paisagens culturais ilustram a coexistência humana com a terra como foi realçado na Estratégia Global, mostram a abordagem entre o Património cultural e natural, relação importante em assuntos como a alteração climática.

Fazem ainda notar a demora no desenvolvimento dos textos específicos sobre Integridade e Autenticidade para integrar no Guia Operacional, “Orientações Técnicas para Aplicação da Convenção do Património Mundial” e também no acompanhamento da implementação prática desde a Convenção do Património Mundial em 1972.

Fig. 66 – Centro Histórico de Varsóvia Polónia

Admite-se igualmente que a Integridade apenas é indicada para qualquer critério natural e nunca para critério cultural. Concordam os participantes que a utilização atual dos conceitos Integridade e Autenticidade deve ser definida na aplicação como um critério específico; não estando claramente apreendidos os

processos nominativos da avaliação e revisão técnica, acompanhamento da gestão do sítio e monitorização de processos aprovados a Património Mundial.

Propõe-se que o critério de integridade do Património Cultural e Natural inscrito no Guia Operacional de 2005, “Orientações Técnicas para Aplicação da Convenção do Património Mundial” seja a resposta aos grupos de especialistas, inclusive aos provenientes dos encontros sobre paisagem cultural, porquanto deixa de existir diferença conceptual entre o Património Natural e Cultural.

Na medida em que o conceito de paisagem cultural integra agora os critérios de cultura e natureza, também a aplicação da noção de Autenticidade e Integridade deve ser totalmente incluída nos critérios do Património Cultural. A inclusão da noção de Integridade no bem património cultural, e não exclusivamente no património natural como até então acontecia, acaba por implementar uma melhoria na relação das condições manifestadas de Integridade e Autenticidade, uma vez que se harmonizam os critérios de análise do Património Mundial, também se conclui não fazer sentido a divergência sectorial na avaliação da Integridade e Autenticidade quanto aos critérios do Património Mundial.

Fig. 67 – Santuário de Machu Pichu Peru

Paisagem Cultural

Fig. 68 – Douro Vinhateiro Paisagem Cultural

Fig. 69 – Pintura “O Fado” Alfredo Moraes Património Imaterial

Compreende-se assim a razão porque os participantes enfatizam o facto da paisagem cultural exigir uma investigação e análise Internacionais para, de forma sustentada, identificar atributos, valores culturais e qualificar condições.

Podemos então dizer que o Valor Universal Excecional é definido em relação à análise dos critérios do Património Mundial, incluindo-se também valores de Integridade e Autenticidade, cuja importância se expressa através das Declarações respetivas de significado.

A Autenticidade e a Integridade só podem ser entendidas através dos atributos com significado atribuídos ao património, e são essencialmente, ferramentas ou utensílios que justificam o seu valor e a sua origem, nomeadamente valores imateriais intrínsecos à especificidade da propriedade do património cultural.

Atualmente, cada vez se torna mais importante a todos os níveis, o envolvimento da comunidade interagindo em todas as fases do processo de defesa e conservação do património.

A comunidade torna-se agora um objetivo estratégico do Comité Mundial, como a chave ideal para a gestão e monitorização da paisagem cultural.

Autenticidade é um termo qualificativo que corresponde à essência e espírito da propriedade, é um atributo importante do processo dinâmico, especialmente durante o período de inscrição na Lista do Património Mundial.

No que respeita à noção de Integridade, os especialistas admitem que as condições de integridade são especificamente aplicadas na monitorização e gestão do Valor Universal Excecional da propriedade do Património Cultural Mundial.

Reconhecem que a Integridade está intimamente relacionada à dualidade singularidade/intocável e sustentabilidade das propriedades património, sendo estas as questões a discutir em próximos encontros.

Os participantes consideram igualmente importante a discussão do conceito dos limites das alterações aceitáveis na paisagem Cultural do Património Mundial relativamente à Autenticidade e à Integridade.

Os limites às alterações devem ser estabelecidos considerando-se a classificação do Valor Universal Excecional, da Integridade bem como a sua Autenticidade, qualidades e atributos da propriedade Património Mundial.

5.1.5.2 – RECOMENDAÇÕES

Os participantes no workshop de Aranjuez recomendam:

Que este documento respeitante às paisagens culturais, autenticidade e integridade seja analisado pelo Comité do Património Mundial, em virtude da necessidade de desenvolver um mecanismo simplificado concebido para os Estados Parte no sentido de facilitar a preparação de Propostas para Valores Universais Excecionais para propriedades Património Mundial incluindo a noção de Integridade e Autenticidade. O formato deve obedecer aos parágrafos 78 a 155 do Guia Operacional, devendo naturalmente incluir os principais critérios de Autenticidade e/ou Integridade, proteção e gestão, reforçando esta intenção o Comité do Património Mundial exige as respetivas Declarações de Autenticidade e de Integridade.

5.1.6 – INTRODUÇÃO À GESTÃO E CONSERVAÇÃO DOS CENTROS

No documento Arquitetura, património e autenticidade (páginas 129-133)