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universidade federal do recôncavo da bahia

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Academic year: 2023

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Trata-se de um estudo de revisão integrativa que teve como objetivo identificar os dilemas éticos vivenciados pelos enfermeiros durante a assistência à UTI e o objetivo específico de compreender a tomada de decisão da equipe de enfermagem frente a tais dilemas éticos. No que diz respeito à tomada de decisão, a importância da discussão conjunta entre os profissionais sobre os dilemas éticos na UTI foi destacada em todos os estudos. Diante disso, concluiu-se que, diante dos dilemas éticos que surgem no cenário da terapia intensiva, a participação do enfermeiro na tomada de decisão é fundamental.

Os dilemas éticos ocorrem quando há necessidade de decidir entre duas ou mais alternativas, todas com alguma questão ética. Muitos dos dilemas éticos vivenciados pelos enfermeiros na UTI estão, portanto, relacionados à terminalidade da vida do paciente hospitalizado, questões como eutanásia, distensão, ortodontia, transfusão de sangue em pacientes com restrições religiosas, escassez de recursos materiais e divergência de comportamento entre os profissionais são dilemas constantes na rotina do enfermeiro. Contudo, este estudo é relevante porque permite identificar dilemas éticos vivenciados pelos enfermeiros durante a assistência na UTI, levando esses profissionais a refletirem sobre sua prática.

Com base no exposto, definimos como objetivo geral: identificar dilemas éticos vivenciados pelos enfermeiros durante a assistência em UTI.

O CUIDADO DE ENFERMAGEM NA UTI

Contudo, apenas o cuidado como dever é ineficaz para lidar com os dilemas éticos apresentados na unidade de terapia intensiva. Na literatura analisada constatou-se que parcela significativa dos dilemas éticos que ocorrem na UTI está relacionada a conflitos relacionados à escassez de recursos materiais. No estudo A4 constatou-se que os enfermeiros se deparam com dilemas éticos quanto à distribuição justa desses recursos.

A tomada de decisão na unidade de terapia intensiva diante de dilemas éticos é um processo extremamente complexo, para Marquis e Huston (2005) a tomada de decisão deve ser. A distanásia como geradora de dilemas éticos em unidades de terapia intensiva: reflexões sobre a participação do enfermeiro.

DILEMAS ÉTICOS VIVENCIADOS POR ENFERMEIROS NA

  • Aspectos éticos e bioéticos
  • Dilemas éticos na UTI

PERCUSSO METODOLÓGICO

TIPO DE ESTUDO

  • Elaboração da pergunta norteadora
  • Busca ou amostragem na literatura
  • Coleta de dados e análise crítica dos estudos incluídos
  • Apresentação da Revisão Integrativa e discussão dos resultados

Para nortear a pesquisa foi formulada a seguinte questão: Quais os dilemas éticos vivenciados pelos enfermeiros durante a assistência na UTI. O período temporal da pesquisa ocorreu entre 2009 e 2014, devido às publicações sobre dilemas éticos vivenciados por enfermeiros na UTI que passaram a ser publicadas mais a partir de 2009. Quanto à publicação de artigos, nota-se que artigos que tratam de dilemas éticos em As UTIs lideradas por enfermeiras tornaram-se mais comuns em 2009.

Nessa questão, os enfermeiros do estudo A5 vivenciam dilemas éticos ao verem que um paciente com condições financeiras elevadas ocupa o lugar de um paciente com maior necessidade. Todos os artigos analisados ​​trouxeram considerações importantes sobre a família e sua participação nas decisões éticas na UTI, mas apenas os estudos A1, A2, A4 citaram dilemas éticos nesse aspecto. Nessa perspectiva, Orlando (2001) enfatiza que os especialistas no assunto, tanto na literatura nacional como internacional, concordam sobre a necessidade de discutir todas as alternativas terapêuticas possíveis com a família, para que esta possa contribuir para a resolução dos dilemas éticos inerentes. tratamento intensivo.

Portanto, fica evidente que a comunicação e o diálogo com a família fazem parte dos cuidados de enfermagem na unidade de terapia intensiva. Contudo, cabe ao enfermeiro, como profissional integrante do processo hemoterápico, conforme assegura a Resolução COFEN, estar atento aos conflitos e dilemas éticos que permeiam a transfusão sanguínea, atendendo à recomendação da Resolução COFEN nº. 311/2007, que tem por objetivo reconhecer e praticar ações que assegurem o direito da pessoa, ou de seu representante legal, de decidir sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem-estar, de se libertar de qualquer tipo de discriminação. Em todos os artigos analisados ​​notou-se que a tomada de decisão dos enfermeiros foi permeada por valores: princípios, convicção religiosa, espiritualidade, ética profissional e raciocínio lógico.

Portanto, para Piva e Carvalho (1993) apud Toffoletto et al (2005), muitos enfermeiros desejam participar da discussão dos dilemas éticos que surgem em sua prática, mas não há espaço para uma ação eficaz na tomada de decisão, o que acaba levando à insatisfação profissional. Constatou-se que os principais dilemas éticos emergentes na UTI descritos na literatura estão ligados à escassez de recursos materiais, ao diálogo com a família, à transfusão de sangue em pacientes com restrições religiosas e, sobretudo, relacionados ao uso indevido de material. e recursos tecnológicos, discordância com a gestão médica e distanciamento. Este estudo visa contribuir para a ampliação do conhecimento sobre os dilemas éticos vivenciados pelos enfermeiros na UTI, com o objetivo de apresentar novas perspectivas, especialmente aos enfermeiros, no que diz respeito à importância do cuidado ético na assistência de enfermagem, bem como para o enfrentamento dos dilemas éticos na UTI. baseado em princípios bioéticos.

Tabela 1 - Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa.
Tabela 1 - Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

DILEMAS ÉTICOS VIVENCIADOS PELOS ENFERMEIROS NA

  • Dilemas relacionados à escassez de recursos materiais
  • Dilemas relacionados a recursos materias e tecnológicos versus a
  • Dilemas relacionados à família
  • Dilema da transfusão de sangue em pacientes com restrições religiosas

No contexto em que as unidades de terapia intensiva conseguem atender pacientes por ordem judicial, identificou-se que muitas vezes os enfermeiros do estudo se deparam com a situação em que essas unidades já estão lotadas e que um paciente, portanto, por decisão judicial ordem, tem que sair mesmo que receba alta precoce sob risco de instabilidade hemodinâmica. Na análise dos estudos, nota-se que os dilemas em torno dos recursos materiais e tecnológicos nas unidades de terapia intensiva estão intimamente relacionados à discordância dos enfermeiros sobre abordagens terapêuticas que têm sido avaliadas como ineficazes ou fúteis diante da terminalidade da vida. Pacientes terminais são aqueles acometidos por uma série de situações em que as opções terapêuticas se esgotam ou em que há uma disfunção irreversível do sistema nervoso central (STEFANINI, 1998).

Por exemplo, um enfermeiro do estudo A4 relatou que quando confrontado com a abordagem médica de não reanimar, não tem certeza se esta é realmente a abordagem correta ou não, e se depara com o dilema de iniciar ou não manobras de reanimação. Dada a indignação e frustração da maioria dos enfermeiros com o uso excessivo da tecnologia com pacientes terminais, fica claro que eles reconhecem a importância da dignidade do paciente e estão assumindo uma postura mais ética em relação à vida do paciente terminal no CI. Por outro lado, nos estudos A1, A2 e A4, notou-se que alguns enfermeiros entrevistados, apesar de considerarem a distanásia como um comportamento inútil, priorizam a cura enquanto há vida, acreditando que ela beneficiará o paciente.

Os dilemas encontrados no estudo A2 são gerados pela falta de esclarecimento sobre o comportamento, condições de tratamento do paciente terminal e a não aceitação do processo de morrer do paciente pela família. Nesse sentido, no estudo A1, à semelhança dos estudos A2 e A4, verificaram-se dilemas relativamente às questões internas dos enfermeiros quando os familiares procuravam respostas para as suas preocupações. Verifica-se, portanto, que em muitos casos o enfermeiro se depara com o dilema de contar ou não informações sobre o paciente à família, principalmente quando a equipe médica ainda não finalizou o prognóstico, quando não há consenso entre os médicos sobre a conduta clínica. ou em situações onde não há mais nada para oferecer ao paciente.

Ao longo dos estudos, fica claro que os enfermeiros enfrentam o dilema do que dizer a um familiar, principalmente quando se deparam com um mau prognóstico. Sabe-se que os crentes da fé das Testemunhas de Jeová (TJ) não aceitam transfusões de sangue, mesmo que haja risco para suas vidas. Assim, o dilema ético surge em situações emergenciais quando a vida do paciente está em risco e não é possível transferi-lo para uma das Comissões de Ligação Hospitalar (CLH) ou não há tempo para fazer uma intervenção judicial, diante do recusa de TJ ou de seu responsável em aceitar uma transfusão de sangue (FRANÇA et al, 2008).

TOMADA DE DECISÃO DOS ENFERMEIROS FRENTE AOS DILEMAS

Perroca (1998) destaca que os valores às vezes podem ajudar ou atrapalhar o enfermeiro no processo de tomada de decisão devido aos conflitos internos criados pelas diferenças culturais e sociais entre eles, familiares, pacientes e demais profissionais. Portanto, embora o processo de trabalho na UTI seja complexo, os profissionais que ali atuam, independentemente da complexidade do dilema que enfrentam, devem ancorar sua tomada de decisão prioritariamente em princípios bioéticos (não maleficência, beneficência, autonomia e justiça). Quanto à participação dos enfermeiros na tomada de decisão, nos estudos (A1, A2, A3), constatou-se que a enfermagem, por ser a profissão que realiza a maior parte das terapêuticas prescritas, muitas das quais não concordam. com, deve participar ativamente do processo de tomada de decisão na unidade de terapia intensiva.

No estudo A1, considerando o enfermeiro como um profissional que pode contribuir nas decisões na UTI, os autores apontam que a participação do enfermeiro na tomada de decisão é modesta, abaixo do que seria desejável. Neste artigo, assim como no artigo A2, notou-se que muitos enfermeiros estão insatisfeitos porque não conseguem participar efetivamente na tomada de decisões. Fica claro, portanto, que o enfermeiro é um sujeito que busca naturalmente realizar-se como profissional e como indivíduo.

Portanto, existem muitos obstáculos à tomada de decisão dos enfermeiros de cuidados intensivos. No artigo A1, os enfermeiros entrevistados relatam que as dificuldades na tomada de decisão estão relacionadas com as opiniões divergentes entre as equipes multidisciplinares, a falta de discussão do caso com os enfermeiros, o vínculo que se desenvolve com o paciente terminal e o fato de terem que lidar com os diferentes sentimentos e percepções da família. As pesquisas A2 e A4 mostraram que alguns enfermeiros se distanciam de determinados dilemas éticos, às vezes até de forma consciente, devido ao sofrimento emocional que advém dos dilemas do fim da vida.

Nesse sentido, Tofoleto (2005) destaca que o distanciamento dos profissionais devido ao sofrimento emocional leva ao comportamento passivo ou à alienação na tomada de decisões. Contudo, o paternalismo médico (decisão isolada da equipe médica) foi documentado de forma unânime nos estudos analisados, principalmente quando se trata de tomada de decisão diante dos dilemas do fim da vida. Nessa perspectiva, Toffolletto (2005) afirma que a autoridade para tomar decisões é assumida pelos médicos intensivistas, que em alguns casos podem estar tão despreparados quanto os enfermeiros para enfrentar problemas éticos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, foi dada ênfase a uma série de problemas que os enfermeiros enfrentam na tomada de decisões, tais como: discordância no comportamento clínico, falta de discussão sobre assuntos entre médicos e enfermeiros, diferentes percepções da família e despreparo para desenvolver um diálogo. Esse profissional passa a maior parte do tempo cuidando do paciente, executando prescrições das quais muitas vezes discorda, conhecendo melhor as vontades e desejos do paciente, e deve participar da tomada de decisões diante de problemas éticos que atrapalham a assistência à saúde. esse fato foi constatado no estudo.

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Tabela 1 - Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa.

Referências

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