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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

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Academic year: 2023

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Trabalho de conclusão de curso apresentado à Diretoria de Graduação em Medicina Veterinária do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária. 1 Professor Doutor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB. Mycobacterium spp. achado citológico em cão tratado com sulfato de vincristina para TVT - relato de caso, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, 2019.

² PhD Professor of the Veterinary Medicine course at the Federal University of Recôncavo da Bahia - UFRB. This paper aims to report the clinical case of a dog of unspecified breed rescued from the street by a guardian from Cruz das Almas - Ba, treated at the Federal University Hospital do Recôncavo da Bahia of Veterinary Medicine - with clinically confirmed suspicion and treated for Tumor transmissible venereal disease. in the perianal region.

INTRODUÇÃO

REVISÃO DE LITERATURA

Tumor Venéreo Transmissível – TVT

Porém, observa-se na rotina clínica, relatos de veterinários e alguns relatos na literatura de lesões de TVT na pele, nariz e tecidos oculares, o que amplia a forma de contágio, ou seja, não se limita ao contato sexual, mas também para entrar em contato. com secreções provenientes de lesões de animais contaminados, pois possuem células neoplásicas facilmente transplantáveis, que são capazes de aderir aos tecidos em contato, causando tumor ou estrutura neoplásica (FERREIRA et al., 2000). Conforme mencionado acima, as principais lesões do TVT incluem: vulva e região vaginal, pênis, prepúcio e escroto, além dos tecidos extragenitais: pele, garganta e olhos (SANTOS, 2008); entretanto, os do aparelho reprodutor são os mais comuns e relatados na literatura. Porém, após a puberdade e o primeiro cio as mulheres caracterizam-se como faixas etárias com maior predisposição (GONZALEZ et al., 1997).

Tais fatores, relacionados à transplantabilidade dessas células neoplásicas, aumentam significativamente as chances de uma mulher ser acometida por essa doença. Os sinais clínicos percebidos pelos proprietários são: sangramento prolongado - que inicialmente pode ser confundido com febre no sexo feminino - e edema na região da vulva, que revela um tumor semelhante a uma couve-flor ao exame clínico (SANTOS, 2008). A origem dessas células neoplásicas ainda não é conhecida, mas fazem parte de um grupo de células mesenquimais redondas (FERREIRA, 2010).

O diagnóstico diferencial desta doença é feito para lesões granulomatosas não neoplásicas, mastocitomas, piometra, histiocitoma e infecções sistêmicas. Porém, a cirurgia é pouco utilizada, pois há peculiaridades nesse tipo de tumor, com seu reimplante em outros locais em decorrência de manipulação durante o procedimento. Há casos relatados na literatura com o uso isolado de vincristina, o mais comum, e associado à doxorrubicina, nos casos em que o animal não apresenta melhora clínica com tratamento apenas com sulfato de vincristina.

Como qualquer medicamento quimioterápico, existem efeitos deletérios e adversos, principalmente quando são utilizadas combinações, o que justifica que alguns médicos optem por apenas um desses medicamentos (ZUCCARI et al., 2001; RODASKI & DE NARDI, 2006).

Sulfato de vincristina no tratamento do TVT

Entre os medicamentos utilizados para tratamento clínico estão o sulfato de vincristina, a doxorrubicina, a ciclofosfamida e o metotrexato, sendo os dois últimos associados à vincristina, para que ocorra a regressão completa da lesão, já que nenhum deles isoladamente dá resposta satisfatória. 17 A via de administração da vincristina é exclusivamente intravenosa, pois causa necrose em contato com músculo e tecido subcutâneo e a droga é inativada quando administrada por via oral. É um produto vendido a profissionais de saúde ou mediante receita médica, sendo proibida a aplicação por terceiros em ambientes que não sejam clínicas ou hospitais, conforme consta na bula do Vincizina®. O uso é limitado a hospitais ou ambulatórios especializados, com uso específico em neoplasias malignas e deve ser manuseado apenas por pessoal treinado.

Quanto ao manuseio e armazenamento do medicamento, este deve ser mantido sob refrigeração contínua entre 2 e 8ºC, sem contato com luz; o congelamento é proibido. O tratamento do TVT com sulfato de vincristina é realizado semanalmente em dose única IV sob infusão em solução salina NaCl 0,9% ou em bolus com variações na quantidade total de administração dependendo do quadro clínico de regressão tumoral, com média geral de 6 aplicações. Alguns efeitos colaterais podem ser observados em pacientes em tratamento com sulfato de vincristina, variando desde distúrbios digestivos (náuseas, vômitos), distúrbios gastrointestinais, reações durante a administração, problemas hematológicos, fragilidade vascular, leucopenia, trombocitopenia, toxicidade cardíaca, anemia, cistite hemorrágica, dermatológica problemas reprodutivos, como parestesia, constipação, alopecia, mielossupressão, neuropatia periférica, problemas reprodutivos como redução da produção de espermatozoides e até problemas neurológicos (ANDRIÃO, 2009).

Segundo autores como Dagli (2006), os antineoplásicos exercem efeitos negativos no indivíduo, que podem ser classificados como imediatos ou cumulativos, esta divisão está relacionada ao momento em que são observadas alterações no organismo. Partindo desse pressuposto, o sulfato de vincristina pode ser bastante prejudicial ao organismo, pois inclui efeitos colaterais imediatos e cumulativos (DALICK, 2009). Portanto, é fundamental que, concomitantemente ao tratamento, haja um acompanhamento contínuo do paciente, estabelecendo terapias assistidas de acordo com os sinais clínicos apresentados em decorrência dos efeitos colaterais do uso da vincristina, a fim de aliviar qualquer desconforto no animal tratado.

A avaliação hematológica semanal antes de cada administração é essencial, pois serve como diretriz quanto à resposta ao tratamento e orienta o médico veterinário quanto à saúde do paciente com base em parâmetros hematológicos, uma vez que, conforme amplamente descrito na literatura, a produção de células vermelhas também pois os leucócitos podem diminuir durante as aplicações (FERREIRA et al., 2017).

Mycobacterium spp. em cães

19 Por ser uma infecção rara na rotina clínica de pequenos animais, há poucas descrições na literatura. Diante disso, pareceu-nos adequado relatar a infecção por estar relacionada à quimioterapia administrada ao paciente, pois é justificada pelo efeito imunossupressor causado pelo medicamento antineoplásico. Camelo Junior et al (2019) relatam um caso clínico ocorrido em Pelotas – RS, em que um cão com lesões em ambas as orelhas apresentou infecção por micobacteriose.

O exame complementar utilizado foi a citologia aspirativa por agulha fina (CAAF), que obteve o resultado de Mycobacterium spp. confirmando o diagnóstico clínico compatível com síndrome do granuloma leproide. Como Conceição et al. aponta. 2011), esta é uma condição quase sempre subdiagnosticada, esta situação ocorre devido a vários fatores, incluindo infecção subclínica de animais imunocompetentes, ou devido à negligência de muitos proprietários, pois é uma doença que raramente gera sinais clínicos, especialmente o ausência de dor no paciente e autolimitada, com recuperação clínica, e o nódulo desaparece após um a três meses, alguns casos duram até seis meses. Gross et al (2009) ressaltam que esse tipo de bactéria tem preferência por áreas mais frias do corpo, como as pontas das orelhas.

As características gerais e morfológicas da lesão são bem definidas, ausência de dor, extremidades auriculares, apresentadas em forma de nódulos firmes, fibróticos, circulares, localizados entre a derme e tecido subcutâneo com alopecia na região afetada, canais externos isolados ou ambos próteses auditivas (CAMELO JÚNIOR et al., 2019). O tratamento farmacológico de escolha para esse tipo de condição é o uso de antibióticos, incluindo enrofloxacina, doxiciclina, claritromicina e rifampicina. Complicações maiores entre os pacientes não foram observadas na literatura entre os casos relatados, os tratamentos medicamentosos são responsivos, baratos e apenas levemente prejudiciais à saúde do paciente (CAMELO JÚNIOR et al., 2019).

RELATO DE CASO

Descrição do caso

MATERIAL E MÉTODOS

RESULTADOS E DISCUSSÃO

23 indicação de recidiva após 15 dias, com segunda aplicação de vincristina na dose de 0,4 ml no mesmo dia. Esfregaços citológicos mostrando celularidade moderada destacam a presença de células inflamatórias constituídas por macrófagos epitelióides, plasmócitos, neutrófilos, linfócitos e células gigantes multinucleadas. Presença discreta de células fusiformes com citoplasma azul claro fraco mostrando núcleo alongado com cromatina finamente granular, sugestivo de fibroplasia reativa.

Os achados citopatológicos das amostras avaliadas são compatíveis com processo inflamatório misto decorrente de micobacteriose. Lembrando que o animal também estava com ancilostomíase, que sabidamente causa perda de sangue no paciente. A trombocitopenia, que, segundo Couto (2010), é a segunda alteração mais comum, embora não seja muito grave, dificilmente causa sangramento, pois os níveis de plaquetas em animais tratados com terapias antineoplásicas não são inferiores a 50.000 plaquetas por microlitro, fato que está de acordo com a condição do paciente, com contagem total de plaquetas de 59.000 plaquetas por microlitro.

Em relação às lesões de micobacteriose localizadas na orelha externa, não foram realizados exames de biologia molecular para identificar o tipo de micobactéria presente e causador da infecção. É importante ressaltar que dentre a literatura revisada, casos de micobacteriose em cães afetaram pacientes imunodeficientes que estavam em tratamento para outras doenças. A primeira imagem (Figura 2) mostra o início da lesão antes do tratamento; na segunda (Figura 3) durante o protocolo terapêutico selecionado, utilizando o medicamento doxiciclina na dose de 10 mg/kg SID prescrito por 30 dias.

Porém, não havia mais lesão no local, significando a cura clínica do quadro pelo paciente. 30 Dependendo da avaliação clínica contínua do paciente, a estabilidade pode ser garantida, sem complicações e sinais clínicos que comprometam o tratamento. Quanto ao tratamento clínico dessa condição, micobacteriose, foi administrada doxiciclina 15 mg/kg SID por um total de 30 dias.

Figura  1.  Citologia  de  nódulos  em  orelhas.  A  e  B)  Células  gigantes  multinucleadas  apresentando  bacilos  lineares  acromáticos  intracitoplasmáticos  (Panótico,  1.000X)
Figura 1. Citologia de nódulos em orelhas. A e B) Células gigantes multinucleadas apresentando bacilos lineares acromáticos intracitoplasmáticos (Panótico, 1.000X)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Exame citológico como método diagnóstico de tumor genital transmissível na região de Botucatu, Brasil (Estudo retrospectivo. Quimioterapia com sulfato de vincristina no tratamento de tumor genital transmissível (TVT) em cão: Relato de caso. Epidemiologia, sinais clínicos, histopatologia e moleculares caracterização do granuloma lepróide canino: estudo retrospectivo de casos no Brasil.

Aspectos clínicos, hematológicos, bioquímicos e citopatológicos dos tumores venéreos transmissíveis em cães tratados com sulfato de vincristina. Resistência ao sulfato de vincristina em cão com tumor venéreo transmissível: revisão de literatura e relato de caso. Índices proliferativos de tumores venéreos caninos transmissíveis pelas técnicas CEC e KI-67 em citologia aspirativa por agulha fina.

Imagem

Figura  1.  Citologia  de  nódulos  em  orelhas.  A  e  B)  Células  gigantes  multinucleadas  apresentando  bacilos  lineares  acromáticos  intracitoplasmáticos  (Panótico,  1.000X)
Tabela 2: Hemograma 1 (15/07/2019) descrição da leucometria: Valores encontrados para leucócitos  totais(/µl),  metamielócitos,  neutrófilos  bastonetes,  neutrófilos  segmentados,  linfócitos,  eosinófilos,  monócitos, basófilos
Tabela  3:  Hemograma  2  (26/08/2019)  descrição  da  hematimetria:  Valores  encontrados  para  hemácias  (x10/µl),  hemoglobina  (g/dL),  hematócrito  (%),  VCM  (fL),  CHCM  (%),  PPT  (g/dL),  plaquetas(/µl), metarrubrícitos
Tabela 4: Hemograma 2 (26/08/2019) descrição da leucometria: Valores encontrados para leucócitos  totais(/µl),  metamielócitos,  neutrófilos  bastonetes,  neutrófilos  segmentados,  linfócitos,  eosinófilos,  monócitos, basófilos
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Referências

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