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Fraturas transtrocantéricas - Avaliação dos dados da admissão à alta hospitalar.

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(1)

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Fraturas

transtrocantéricas

Avaliac¸ão

dos

dados

da

admissão

à

alta

hospitalar

Christiano

Saliba

Uliana

a,b,∗

,

Marcelo

Abagge

a,b

,

Osvaldo

Malafaia

c

,

Faruk

Abrão

Kalil

Filho

b

e

Luiz

Antonio

Munhoz

da

Cunha

b aHospitaldoTrabalhador,Curitiba,PR,Brasil

bHospitaldeClínicasdaUniversidadeFederaldoParaná,Curitiba,PR,Brasil

cFaculdadeEvangélicadoParaná,HospitalUniversitárioEvangélicodeCuritiba,Curitiba,PR,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem7demarçode2013

Aceitoem15demaiode2013

Palavras-chave:

Fraturasdoquadril/etiologia

Fraturasdoquadril/epidemiologia

Coletadedados

r

e

s

u

m

o

Objetivo:avaliarosdadosobtidosdepacientescomfraturatranstrocantéricaatendidosem

umhospitaldereferênciaterciáriadetrauma,desdeaadmissãoatéaaltahospitalar,

cole-tadosprospectivamentepormeiodoSinpe©.

Métodos:foramavaliados109pacientesconsecutivosadmitidosdeabrilde2011atéjaneiro

de2012.Usou-seumabaseeletrônicadearmazenamentoeanálisededados,osoftware

Sinpe©.Acoletadosdadosdeu-sedemaneiraprospectivaeinformac¸õessobredados

pes-soaisdopaciente,anamnese,classificac¸ãodasfraturas(Evans-Jensen,AO/OTAeTronzo),

tratamentoealtaforamavaliadas.

Resultados: aamostrafoicompostapor43homense66mulheres.Aidadevarioude20a105

anos,commédiade69.Aquedafoiomecanismodetraumaem92pacienteseosacidentes

detrânsitoforamem17.Asdoenc¸ascrônicasmaisprevalentesforamahipertensãoarterial

sistêmicaeodiabetesmellitus.Pelaclassificac¸ãoAO/OTA,otipomaiscomumdefraturafoi

a31A1.Pelaclassificac¸ãodeTronzo,atipoIIIfoiamaiscomum.Afraturafoifixadacom

hastecefalomedularem64casosecomplaca-parafusodeslizanteem44casos.Umafratura

foifixadacomplaca-parafuso95◦.Setepacientesapresentaramalgumacomplicac¸ãoclínica

etrêsforamaóbitoduranteointernamento.Todosospacientesquereceberamaltaforam

orientadosafazerapoioparcial.

Conclusão:pormeiodoSinpe©foipossívelavaliarasinformac¸õesrelacionadasadados

pes-soais,anamnese,classificac¸ão,tratamentoealtadepacientescomfraturatranstrocantérica

desdeaadmissãoatéaaltahospitalar.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora

Ltda.Todososdireitosreservados.

TrabalhodesenvolvidonoGrupodeTraumadoHospitaldoTrabalhadorenoServic¸odeOrtopediadoHospitaldeClínicasda

Univer-sidadeFederaldoParaná,Curitiba,PR,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:salibauliana@gmail.com(C.S.Uliana).

0102-3616/$–seefrontmatter©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.

(2)

Transtrochanteric

fractures:

evaluation

of

data

between

hospital

admission

and

discharge

Keywords:

Hipfractures/etiology

Hipfractures/epidemiology

Datagathering

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: toevaluatethedataobtainedfrompatientswithtranstrochantericfractureswho

wereattendedatatertiary-leveltraumareferralhospital,betweenadmissionanddischarge,

gatheredprospectivelybymeansoftheSINPE©software.

Methods:109consecutivepatientswhowereadmittedbetweenApril2011andJanuary2012

wereevaluatedusinganelectronicstorageandanalysisdatabaseinSINPE©.Thedatawere

gatheredprospectively,includingevaluationsonpersonalinformationaboutthepatients,

history-taking,fractureclassification(Evans-Jensen,AO/OTAandTronzo),treatmentand

discharge.

Results: thesamplewascomposedof43menand66women.Theiragesrangedfrom20to

105years,withamean of69 years.Fallingwasthetrauma mechanismfor92patients

andtrafficaccidentsfor17.Themostprevalentchronicdiseasesweresystemicarterial

hypertensionanddiabetesmellitus.AccordingtotheAO/OTAclassification,thecommonest

fracturetypewas31A1.AccordingtotheTronzoclassification,typeIIIwascommonest.The

fracturewasfixedbymeansofacephalomedullarynailin64casesandaslidingscrew-plate

in44cases.Onefracturewasfixedwitha95-degreescrew-plate.Sevenpatientspresented

someformofclinicalcomplicationandthreediedduringthehospitalstay.Allthepatients

whoweredischargedwereinstructedtoonlypartiallybearweightontherepair.

Conclusion: throughSINPE©,itwaspossibletoevaluatethepersonalinformation,

history--taking,classification,treatmentanddischargeofpatientswithtranstrochantericfractures,

fromhospitaladmissiontodischarge.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora

Ltda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

Aincidênciadasfraturasdofêmurproximaltemaumentado

significativamentee,porcausadamaiorexpectativadevida

da populac¸ão,espera-se quevenha adobrarnos próximos

25anos.1–3Osresultadosfuncionaisapósotratamentoainda

sãoinsatisfatórios,porqueumnúmerosignificativode

paci-entesnãoretomaostatusfuncionalprévioàfratura.4 Essas

fraturasimplicamimpactossociaisefinanceirosàpopulac¸ão

eaoEstado.5

Dentreasfraturasdofêmurproximal,astranstrocantéricas

representamumimportantegrupo,jáquesãocomunse

inci-demgeralmenteempacientesdebilitadosporcomorbidades

ecomidadecronológicaavanc¸ada.6,7

Acoletaadequadadosdadoscomrelac¸ãoàincidênciadas

fraturastranstrocantéricas,eaoperfildogruposuscetívela

elas,podeauxiliarnodesenvolvimentodepolíticaspúblicas

deprevenc¸ãoetratamentoetambémnaelaborac¸ãode

traba-lhoscientíficos,principalmenteseelaacontecersemfalhase

forobtidadearquivoseletrônicosatualizadosquefornec¸am

dadoscomrelevânciaestatística.8

Na área da informática médica, foi criado o software

Sinpe©(SistemaIntegradodeProtocolosEletrônicos),que

per-miteoregistrodedadosbaseadosemprotocoloseletrônicos.

OSinpe©éumaferramentausadaporváriasespecialidades

médicascomafinalidadedecoleta,aplicac¸ãoevalidac¸ãode

dadosrelacionadosàsdoenc¸as.9–11

Objetivo

Opresenteestudotemcomoobjetivoavaliarosdadosobtidos

depacientescomfraturatranstrocantéricaatendidosemum

hospitaldereferênciaterciáriadetrauma,desdeaadmissão

atéaaltahospitalar,coletadosprospectivamentepormeiodo

Sinpe©.

Materiais

e

métodos

Estetrabalhofoidevidamentesubmetidoaoeaprovadopelo

ComitêdeÉticadainstituic¸ãoeestáregistradosoboprotocolo

CEP-SESA/HTno294/2011.

Osdadosforamcoletadospeloprimeiroautoreusou-se

o software Sinpe© para o armazenamento eletrônico das

informac¸ões.Aanálisedosdadosparavalidac¸ãodos

resulta-dosfoifeitapormeiodaferramentaSinpeAnalisador©,que

fazpartedosoftwareSinpe©.12

Os dados foram coletados de 18 de abril de 2011 até

30 de janeiro de 2012. Todos os pacientes incluídos foram

admitidos e tratadosem umhospital de referência

terciá-ria em trauma, na cidade de Curitiba. A coleta deu-se de

maneiraprospectivaeforamavaliados109pacientes

conse-cutivosadmitidosnohospitalcomfraturatranstrocantérica

dofêmur.

(3)

Tabela1–Relac¸ãodosdadosavaliadosparacadapacientecomfraturatranstrocantérica:dadosdopaciente,anamnese, classificac¸ãodafratura,condic¸õesdotratamentoealta

Dadosdopaciente Anamnese Classificac¸ão Tratamento Alta

Sexo Intensidadedador Evans-Jensen Acessocirúrgico Apoiopermitido

Etnia Mecanismodotrauma AO/OTA Implantesusados

Idade Níveldaqueda Tronzo Complicac¸õesduranteinternamento

Doenc¸ascrônicasassociadas Óbitosduranteinternamento

Osdadosdospacientesforamcoletadospormeiode entre-vistacomopróprioindivíduo,comseusparentese/oucoma equipederesgate.

Entre os dados da anamnese, a intensidade da dor foi avaliadapelaescalanuméricaepelaverbal.Naescala numé-rica opaciente era estimulado aquantificar sua dor entre zero e 10. Foi considerada zero a ausência de dor e 10 a pior já experimentada pelo paciente. Na escala verbal ele era solicitado a classificar sua dor entre cinco categorias: insuportável/intolerável,forte,moderada,leveeausência.13,14

O mecanismo pelo qual o indivíduo sofreu o trauma foi

informadotantopelopacientecomopelaequipederesgate

pré-hospitalar.Esseitemfoisubdividoem“acidentede

trân-sito”, “queda”, “agressão física” e “ferimento por arma de

fogo”.O nívelda queda foi divididoem“quedade mesmo

nível”e“quedadenível”. Nocaso dequeda denível,ainda

seavaliou aalturada queda,emmetros.Na anamneseos

pacientes também foram perguntados quanto à presenc¸a

dedoenc¸ascrônicasconhecidasporeles,comohipertensão

arterialsistêmica,diabetesmellitusedoenc¸as

cerebrovascula-res.

Asfraturasforamclassificadaspeloprimeiroautor,com

basena análiseradiográfica.Foram usados os sistemasde

classificac¸ãodeEvans-Jensen,15AO/OTA16eTronzo.17

Quantoaotratamento,emtodososcasosfoiusadaamesa

de trac¸ãopara reduc¸ão da fratura. Somente nos casos em

que areduc¸ão namesa de trac¸ãofoi insatisfatória

optou--se pela reduc¸ão por abordagem direta da fratura. Para a

estabilizac¸ão da fratura, três acessos cirúrgicos foram

fei-tos:o lateral subvasto foi usado noscasos de fixac¸ãocom

placaeparafusodeslizante;olateralminimamenteinvasivo

proximalaotrocantermaiorfoiusadonoscasosdefixac¸ão

comhastecefalomedular; enos casosemquefoi

necessá-riaareduc¸ão direta,o acessopreviamente programado foi

estendidoaté a exposic¸ãodo focoda fratura,

independen-temente do tipo de implante usado. Os implantes usados

paraafixac¸ãodasfraturasforam:placa-parafusodeslizante

(DHS), haste cefalomedular (HCM) curta ou longa e

placa--parafuso95◦ (DCS). Ascomplicac¸õesclínicaseortopédicas

eosóbitosapresentadosduranteointernamentoforam

regis-trados.

Zero 1 Número de pacientes 0

0 0 1

2 5

13

25 29

33 35 30 25 20 15 10 5 0 Um Dois Trés Quatro Cinco Seis Sete Oito Nove Dez

Figura2–Representac¸ãodaintensidadedadorrelatada pelospacientesnaadmissão,pelaescalanuméricadador.

Naocasiãodaaltahospitalar,foramcoletadosdadosem

relac¸ãoaotipodeapoiopermitidoaopaciente–parcial,total

ousemapoio.

Resultados

Aamostrafoicompostapor43homens(39,45%)e66mulheres

(60,55%).Aidadevarioude20a105anos,commédiade69.

Amédiaentreoshomensfoide64,3(20-105)anos,menordo

queadas mulheres,de70,3 (20-104).Dos109pacientes da

amostra,90(82,5%)apresentavam-secommaisde54anosna

ocasiãodafratura.Deacordocomaetnia,100pacienteseram

brancos,doisnegros,doispardosecincoforamclassificados

comoindeterminados(fig.1).

Aescalanuméricaevidenciouqueamaiorpartedos

paci-entes referiu dornível 10 (30,28%),seguida de dornível 9

(26,61%)edornível8(22,94%)(fig.2).

Aescalaverbaldemonstrouqueamaioriadospacientes

classificou a dorcomo “forte”(53,21%), seguidospelos que

consideraramadorcomo“insuportável”(30,28%)(fig.3).

Aquedafoiomecanismodetraumamaisprevalentee

ocor-reuem92pacientes(84,40%),seguidadeacidentedetrânsito

em17(15,6%)(tabela2).

Feminino Masculino

Branca

De 20 a 37 anos

Distribuição por faixa etária Distribuição por raça

Distribuição por sexo

De 37 a 54 anos De 54 a 71 anos

De 71 a 88 anos De 88 a 105 anos Indeterminado

Negro Pardo 61%

39%

10% 8%

10%

30% 42%

92% 2% 2% 4%

(4)

Sem dor 1

0

17

58

33

70 60 50 40 30 20 10 0

Número de pacientes

Leve

Moderada

Forte

Insuportável/intolerável

Figura3–Representac¸ãodaintensidadedadorrelatada pelospacientesnaadmissão,pelaescalaverbaldador.

Tabela2–Mecanismodotraumaquegerouafratura, subdividoem“queda”,“acidentedetrânsito”,“agressão física”e“ferimentoporarmadefogo”

Mecanismodotrauma Númerodepacientes

Queda 92(84,40%)

Acidentedetrânsito 17(15,6%)

Agressãofísica 0(0,00%)

Ferimentoporarmadefogo 0(0,00%)

Tabela3–Distribuic¸ãodaamostraporníveldaqueda quegerouafratura

Níveldaqueda Númerodepacientes

Mesmonível 85(92,39%)

1a2metros 2(2,17%)

2a3metros 4(4,34%)

3a4metros 0(0,00%)

>4metros 1(1,08%)

Entreospacientesquesofreramqueda,85(92,39%)foram vítimasdequedademesmonívelcontrasete(7,60%)vítimas dequedadeoutronível(tabela3).

Hipertensão arterial sistêmica foi a doenc¸a crônica de

maior prevalência na amostra, relatada por 55 pacientes

(50,45%). O diabetes mellitus foi a segunda doenc¸a mais

prevalente da amostra, afetando 21 pacientes (19,26%).

Tabela4–Distribuic¸ãodasdoenc¸ascrônicas apresentadaspelospacientesdaamostra

Doenc¸acrônicaassociada Númerodepacientes

Hipertensãoarterialsistêmica 55(50,45%)

Diabetesmellitus 21(19,26%)

Cardiopatia 12(11%)

Doenc¸acerebrovascular 16(14,67%)

Doenc¸apulmonarobstrutivacrônica 2(1,83%)

Doenc¸arenalcrônica 1(0,92%)

Evans-jensen

13%

20%

26% IA

IB

IIA

IIB

III

29% 12%

Figura4–Distribuic¸ãopercentualdasfraturaspela classificac¸ãoEvans-Jensen.

Outras doenc¸as relatadas foram a cerebrovascular, cardio-patia, doenc¸a pulmonar obstrutiva crônica e doenc¸a renal crônica.Atabela4mostraaprevalênciadas doenc¸asenão

levaemcontaofatodealgunspacientesapresentaremmais

deumacomorbidade.

Emrelac¸ãoàclassificac¸ãodeEvans-Jensen, 60pacientes

(55%)apresentaramfraturatipoI,seguidospelafraturatipoII

em35pacientes(32%)epelafraturatipoIII,em14pacientes

(13%)(fig.4).

Pelaclassificac¸ãoAO/OTA,otipomaiscomumfoio31A1,

encontradoem45pacientes(41%),seguidospelotipo31A2,

em40(36%),epelotipoIII,em24(22%)(fig.5).

Quantoàclassificac¸ãodeTronzo,otipoIIIfoimaiscomum

eacometeu48pacientes(44%).OsegundofoiotipoII,em23

(21,1%)(fig.6).

AO/OTA

31A1 31A2 31A3

22% 41%

37%

Subdivisão AO típo 31 A1 Subdivisão AO típo 31 A2 Subdivisão AO típo 31 A3

25% 25%

33% 28%

47% 50%

13% 37% 42%

A1.1

A1.2

A1.3

A2.1

A2.2

A2.3

A3.1

A3.2

A3.3

(5)

Tronzo

20%

3%

7%

44%

21% 5%

I II III III-Variante IV V

Figura6–Distribuic¸ãopercentualdasfraturaspela classificac¸ãodeTronzo.

Tabela5–Distribuic¸ãodecadaacessousadoparaa fixac¸ãodafratura

Acessocirúrgico Númerodepacientes

Limitadominimamenteinvasivo proximalaotrocantermaior

62(56,88%)

Lateralsubvasto 44(40,36%)

Estendidoparareduc¸ãodireta 3(2,75%)

Quantoàabordagemcirúrgica,oacessolimitado minima-menteinvasivoproximalaotrocantermaiorfoiomaisusado (56,88%),seguidopeloacessolateralsubvasto(40,36%)(tabela 5).

Osimplantesusadosparafixac¸ãodafraturaforamoDHS

em44casos(40%),ahastecefalomedularcurtaem43(40%),

ahastecefalomedularlongaem21(19%)eoDCSemum(1%)

(fig.7).

Detodosos109pacientesestudados,82(75%)não

apresen-taramqualquertipodecomplicac¸ãoduranteointernamento.

Entreos20(18%)queapresentaramcomplicac¸õeslocais,16

(15%)evoluíramcominfecc¸ãosuperficial,três(3%)evoluíram

com infecc¸ão profunda eum (1%) apresentou umafratura

40%

HCM curta

Implantes usados

HCM longa DCS DHS 1%

19%

40%

Figura7–Distribuic¸ãopercentualdosimplantesusados parafixac¸ãodasfraturas.

7%

18%

75%

Sem complicação

Complicações durante internamento

complicações locais

intercorrências clinica

Figura8–Incidênciapercentualdascomplicac¸ões apresentadaspelospacientesduranteointernamento.

3%

97%

Óbito

Alta hospitalar

Óbitos durante internamento

Figura9–Relac¸ãoentreóbitosduranteointernamento epacientesquereceberamalta.

da corticallateral dofêmurnotransoperatório.Nessecaso,

emqueafixac¸ãocomDHShaviasidoplanejada,ocirurgião

optoupelamudanc¸adoplanoefixac¸ãocomDCS.Maissete

pacientes(7%)apresentaramintercorrênciasclínicasdurante

ointernamento(fig.8).

Duranteointernamento,trêspacientes(2,75%)evoluíram

aóbitoe106(97,25%)receberamaltahospitalar(fig.9).

Recomendou-seatodosos106pacientes(97,25%)que

rece-beramaltahospitalarquefizessemapoioparcialdomembro

(fig.10).

120

100

80

60

40

20

0

Total Parcial Sem Apoio

Apoio de carga

Apoio de carga

(6)

Discussão

Opresenteestudousoucomobasedearmazenamentodos

dadososistemaSinpe©,quepermiteoseuregistrodeforma

seguraeproporcionaaanáliseestatísticaapartirdomódulo

analisadorSinpe©.Outrosestudosquedãosuporteaousodo

prontuáriomédicodeformainformatizada,emdiversasáreas

damedicina,tambémusaramoSinpe©ecorroborama

eficá-ciaeofuncionamentodessesistema.9,10 Comonopresente

estudo,emoutrasocasiõesemqueoSinpe©foiusado,

pri-meiramentesedesenvolveuumabasededadoscomsuporte

bibliográficoedepoiselafoiincorporadaeletronicamenteao

protocolo.

Acoleta eletrônicateminúmerasvantagens emrelac¸ão

àmanual.Paracitaralgumas,osdadoscoletadosdeforma

manualgeralmentenão sãoestruturadosou padronizados,

demaneiraquepodemapresentarfalhasnomomentodasua

interpretac¸ão. O protocolo usado nesta pesquisa dispõeos

dadosdemaneiraestruturadaehierárquica.Asinformac¸ões

foramcoletadasdemaneiraprospectiva,cominserc¸ãodireta

no software por meio de um laptop de uso pessoal. Esse

métododecoletapermitequeasinformac¸õessejam

padroni-zadasevalidadascomaltopoderestatísticonomomentodas

avaliac¸õesepidemiológicas.8

Oprotocoloquefoidesenvolvidoeaplicadonesteestudo

permite a coleta de mais de 18 mil informac¸ões de cada

paciente com fratura transtrocantérica. Esse montante de

informac¸ãoquepodeserextraídodecadacasopermiteao

pes-quisadorinúmeraspossibilidades decruzamentodedados,

quepodemgerarumamploespectrodeanálises

estatistica-menterelevantes.

Apesardaaltaqualidadeemtermosestatísticosdosdados

coletados, o protocolo aplicado apresenta algumas falhas.

Algumas informac¸ões que são consideradas relevantes no

meioortopédico,comoplanejamentopré-operatório,datada

cirurgiaealta,tempoentreinternamentoecirurgiae

admis-sãoealtaemunidadedeterapiaintensiva,nãopuderamser

coletadasporqueo protocolo nãopermite aentrada delas.

Porém, essa foi a primeira vez em que esse protocolo foi

aplicadonaáreadaortopediaeespera-sequeaindaseja

sub-metidoacorrec¸õeseatualizac¸õesparadarsuporteaoutros

estudosnofuturo.Outroaspectoquepodeseruma

desvanta-geméqueacoletamuitasvezesébastanteextensaetorna-se

cansativaparaopaciente.

Os dados demográficos de predilec¸ão por sexo e idade

demonstraramqueapopulac¸ãofemininaecomidademaior

doque50anosfoiamaisprevalentedaamostra.Estudos

pre-viamentepublicadostambém evidenciaramessapredilec¸ão

porsexoeidadeparafraturasdofêmurproximal.6,7 Porém,

encontramosumaproporc¸ãode3:2entrepacientesdosexo

feminino e masculino. A literatura em geral aponta uma

proporc¸ão de 2:1. Esse achado pode ser interpretado pelo

fatodequeamaioriadosestudosrelacionadosàfraturado

fêmurproximalabordapacientesidosos,acimade65anos.

Quandohouveainclusãodepacientesmaisjovensna

amos-tra,apredilec¸ão pelo sexofemininoseinverteu, jáqueos

pacientes mais jovens sofrem trauma de alta energia e a

populac¸ãomasculinaémaissuscetívelaacidentesde

trân-sito ouquedas de nível. Entreas 24 vítimasde traumade

alta energia, encontramos 16 pacientes dosexo masculino

(66,66%).

Em relac¸ão à intensidade da dor que o paciente

apre-sentaapósumafraturatranstrocantérica,poucossãoosdados

encontrados naliteratura. A maioria dosestudosaborda a

dorpós-operatória.Ostextoscitamqueadorgeralmenteé

forte,maspodeserfracanocasodeafraturanãoapresentar

desvio.18Osdadosanalisadoscorroboramqueamaioriados

pacientesexperimentaepisódiosdedordeforteintensidade.

Curiosamente,osdoispacientesquerelataramamenor

inten-sidadededor(0e4naescalanumérica)eramportadoresde

fraturadesviadaecominuta.Comparando-seosdoissistemas

demedic¸ãodaintensidadedador,percebe-sequenãohouve

umacorrelac¸ãoentreelas,jáquenaescalanuméricaamaioria

dospacientesrelatoudornível9ou10enaescalaverbala

mai-oriarelatoudor“forte”,enão“insuportável/intolerável”,que

seriaotermocorrespondentea“9”e“10”.Essefatoevidenciaa

dificuldadedesemedirobjetivamenteumaqueixasubjetiva,

comoador.Outroaspectoaseranalisadoéqueospacientes

podemtermaisfacilidadedetraduziradorempalavras,como

“forte”ou“fraca”,doqueemnúmerosde0a10.

Morrisonet al.apontaramqueasquedasdebaixa

ener-gia são responsáveis por 86% a 95% das fraturas do osso

osteoporótico.19Emnossacasuística,omecanismodetrauma

maiscomumfoiaquedademesmonívele,em

concordân-ciacomaliteratura,representou84,4%doscasos.Emnosso

meio,Pereiraetal.fizeramumestudoqueincluiu246

paci-entesacimade65anosvítimasdefraturadofêmurproximal.

Naqueleestudo,apopulac¸ãofemininacorrespondeua72,7%

da amostra.20 No presenteestudo, quandosecruzaram os

dadosdequedademesmonívelcomosexo,encontramosque

78,8%dospacienteseramdosexofeminino,oquerepresenta

umaproporc¸ãodeaproximadamente4:1.

Entreos24pacientesvítimasdetraumadealtaenergia,a

médiadeidadefoide50anos,14(58,33%)tinhamidademenor

doque65anose16eramdosexomasculino(66,66%),oque

confirmaoperfilepidemiológicobimodaldospacientescom

fraturatranstrocantérica.

Gerberetal.,21emumestudoqueincluiu1.904pacientes

vítimasdefratura,levantaramdadosemrelac¸ãoàassociac¸ão

entre fraturasdofêmurproximal emidosos epresenc¸ade

comorbidades. Encontraram que a doenc¸a maisprevalente

foiahipertensãoarterialsistêmica(HAS)(66%),seguidapelas

doenc¸ascerebrovasculares(33%)epelodiabetesmellitus(16%).

Emnossaamostra,adoenc¸amaisprevalentetambémfoia

HAS(50,45%),porémasegundamaisprevalentefoio

diabe-tesmellitus(19,26%),seguidopelasdoenc¸ascerebrovasculares (14,64%).

As fraturas foram classificadas pelo primeiro autor em

trêssistemasconsagradosnaliteratura.15–17Comooprotocolo

podeserusadodemaneiramulticêntrica,osoftwarepermite

que opesquisadorclassifiqueasfraturas emsetesistemas

diferentes.Quandosecompararamasincidênciasdostiposde

fraturasAO31A3,TronzoVeEvan-JensenIIIdesteestudocom

osartigos quedescreveramesses sistemasde classificac¸ão,

percebeu-sequehouve umaumentoda prevalênciadesses

tipos mais graves de fraturas. Esse fato demonstra a

ten-dência nos dias atuais de que os traumas são produzidos

pormecanismosdemaiorenergia,comoacidentesde

(7)

Emrelac¸ão aos implantes usados para fixac¸ão,a

litera-turasugere quepara umafraturatranstrocantérica estável

afixac¸ãocirúrgica comDHS provêresultados similaresaos

dafixac¸ãocomhastescefalomedulares.22–24paraas

fratu-rasinstáveis,recomenda-seafixac¸ãocomhastesouDCS.25

Nesteestudohouvepredilec¸ãopelafixac¸ãocomHCM,jáque

59%dasfraturasforamfixadasdessamaneira.Provavelmente

adisponibilidadeeofácilacessoàshastesqueencontramos

emnossainstituic¸ãosejam aexplicac¸ãoparaque algumas

fraturasestáveis tambémtenham sidofixadascom hastes.

Todasasfraturasinstáveisoucomextensãoparadiáfiseforam

fixadascomhastescefalomedularesouDCS.

Ataxadeinfecc¸ãoprofundaencontradafoide3%,oque

estádentrodosparâmetrosesperadosemhospitaisde

refe-rênciaemtrauma.Harrisonetal.estudaram6.905casosde

fraturadoquadrileencontraramumataxadeinfecc¸ão

pro-fundade0,7%.26 Osrelatosdaliteraturademonstramquea

taxadeinfecc¸ãoprofundaapósumafraturatranstrocantérica

variade0,15%a15%.27 Ataxa demortalidadenaliteratura

éalta,variaentre12%e41%nosprimeirosseismeses

pós--operatórios.28,29Emnossacasuística,ocorreramtrêsóbitos

duranteointernamento,todosdecorrentesdecomplicac¸ões

clínicas.Ostrêspacienteseramtabagistas,etilistase

apresen-tavamcomorbidades.

Enquantointernados,ospacientesfizeramsessõesdiárias

defisioterapia,quandoeramestimuladosasairprecocemente

doleitoetrocarpassoscomauxíliodeandador.Comoumdos

objetivosdacirurgiaéoretornoaonívelpréviodeatividade

física,naocasiãodaaltahospitalartodosospacientesforam

orientadosafazerapoioparcialdomembrooperado.

Conclusão

PormeiodoSinpe©foipossívelavaliarasinformac¸ões

relacio-nadasadadospessoais,anamnese,classificac¸ão,tratamentoe

altadepacientescomfraturatranstrocantéricadesdea

admis-sãoatéaaltahospitalar.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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a

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