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Artigo
Original
Estudo
epidemiológico
das
fraturas
do
tálus
夽
Marcos
Hideyo
Sakaki
∗,
Guilherme
Honda
Saito,
Rafael
Garcia
de
Oliveira,
Rafael
Trevisan
Ortiz,
Jorge
dos
Santos
Silva,
Túlio
Diniz
Fernandes
e
Alexandre
Leme
Godoy
dos
Santos
InstitutodeOrtopediaeTraumatologia,HospitaldasClínicas,FaculdadedeMedicina, UniversidadedeSãoPaulo(IOT-HCFMUSP),SãoPaulo,SP,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem13dejunhode2013 Aceitoem31dejulhode2013
On-lineem7dejulhode2014
Palavras-chave:
Tálus Epidemiologia Fraturasósseas
r
e
s
u
m
o
Objetivo:analisarascaracterísticasdosindivíduosedaslesõesencontradasempacientes comfraturasdetálus.
Métodos:análiseretrospectivadospacientesinternadosnoInstitutodeOrtopediae Trau-matologiadoHospitaldasClínicasdaFaculdadedeMedicinadaUniversidadedeSãoPaulo de2006a2011comfraturadetálus.Foramestudadosparâmetrosassociadosaoperfildo pacienteefatoresderisco,característicasdafratura,dadosdotratamentoecomplicac¸ões agudas.
Resultados:aanálisedos23casosmostrou queoshomensforammaisafetadosdoque asmulheres,comumarelac¸ãode4,8:1.Omecanismodetraumamaisfrequenteforam osacidentesdetrânsito,seguidopelasquedasdealtura.Otipodefraturamaisfrequente foiadocolodotálus,com17casos.Dos23casos,seteapresentavamluxac¸ãoperitalar nomomentodaapresentac¸ão,quatrotinhamfraturaexpostae11apresentavamoutras fraturasassociadas.Otempomédioentreotraumaeotratamentodefinitivofoideseisdias, enquantootempomédiodepermanênciahospitalarfoide11dias.Houvetrêspacientes queapresentaramcomplicac¸õespós-operatóriasagudas.
Conclusão:afraturadotálusfoimaiscomumnaregiãodocoloemaisfrequenteemjovens dogêneromasculinoquesofreramtraumatismosdealtaenergia.Emquasemetadedos casoshouvefraturasassociadaseotempodepermanênciahospitalarfoide11dias.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽
TrabalhodesenvolvidonoInstitutodeOrtopediaeTraumatologiadoHospitaldasClínicasdaFaculdadedeMedicinadaUniversidade deSãoPaulo(IOT-HCFMUSP),SãoPaulo,SP,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:sakakimh@terra.com.br(M.H.Sakaki).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2013.07.006
Epidemiological
study
on
talus
fractures
Keywords:
Talus Epidemiology Bonefractures
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective:toanalyzethecharacteristicsofpatientswithtalusfracturesandtheinjuriesthat theypresent.
Methods: retrospectiveanalysisonpatientshospitalizedintheInstituteofOrthopedics andTraumatology,HospitaldasClínicas,SchoolofMedicineoftheUniversityofSãoPaulo, between2006and2011,withtalusfractures.Patientprofileparameters,riskfactors,fracture characteristics,treatmentdataandacutecomplicationswereanalyzed.
Results:analysison23casesshowedthatmenweremoreaffectedthanwomen,witharatio of4.8:1.Themostfrequenttraumamechanismwastrafficaccidents,followedbyfallsfrom aheight.Themostfrequenttypeoffracturewasattheneckofthetalus,with17cases. Amongthe23cases,sevenhadperitalardislocationatthetimeofpresentation,fourhad exposedfracturesand11presentedotherassociatedfractures.Themeanlengthoftime betweenthetraumaandthedefinitivetreatmentwassixdays,whilethemeanlengthof hospitalstaywas11days.Threepatientspresentedacutepostoperativecomplications.
Conclusion:talusfracturesoccurredmostcommonlyintheregionofthetalarneckandmost frequentlyinyoungmaleswhosufferedhigh-energytrauma.Inalmosthalfofthecases, therewereotherassociatedfractures.Thelengthofhospitalstaywas11days.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Afraturadotáluséconhecidaporserumapatologiadifícile desafiadora.Váriossãoosfatoresquecontribuemparaessa reputac¸ão:aincidênciadecomplicac¸õescomgravelimitac¸ão funcional, sua anatomia ímpar, a grande variabilidade de padrõesdefraturaeoseupapelnafuncionalidadedomembro inferior.1Noentanto,nasúltimasdécadas,astécnicas
cirúrgi-cas,osmateriaisdesínteseemesmooconhecimentoacerca dabiologiadereparac¸ãoósseaedosuprimentovasculardo tálusevoluírammuitoemudaramopanoramadessetipode fratura.
Odiagnósticoéfeitoinicialmentepormeioda avaliac¸ão radiográfica,queincluiumasériedotornozelo (anteroposte-rior,lateralemortise)eumasériedopé(anteroposterior,perfil eoblíquas).Aincidência deCanale eKelly2,3 permite uma
boavisualizac¸ão doaspectomedialdocolodotálus. Além dessas,aincidêncialateral verdadeiradaarticulac¸ão subta-lareavisãooblíquadotálus podemfornecerinformac¸ões adicionaisacercadafratura.4Atomografiacomputadorizada
exercepapelimportantenodiagnósticodasfraturasdotálus, écapazde detectar fraturas difíceisde serem visualizadas emradiografiascomunseforneceumaboavisualizac¸ãoda congruênciaarticulardotálus,alémdecontribuirparao pla-nejamentocirúrgico.5Aressonânciamagnéticatemumpapel
importantenavisualizac¸ãodeosteonecrosedotálus,umadas complicac¸õesmaiscomunsetemidasdessetipodefratura.6,7
A classificac¸ão das fraturas do tálus leva em conta a localizac¸ão (corpo, colo, cabec¸a e processos),8 as luxac¸ões
associadas(subtalar, tornozelo etalonavicular)eo graude cominuic¸ão. As duas classificac¸ões mais utilizadas são as classificac¸õesde Hawkins,9 utilizada para classificac¸ão das
fraturasdocolodotálus,eaclassificac¸ãoAO.10
Otratamento,deformageral,deveservoltadoparaorápido restabelecimentoda congruênciaarticulareparaareduc¸ão anatômicadafratura,tendoemvistaasaltastaxasde osteo-necroseecomplicac¸õesassociadas.Fraturasnãodesviadase semincongruênciaarticularpodemsertratadasdemodonão cirúrgico,aopassoquefraturasdesviadasgeralmente neces-sitamdereduc¸ãoaberta.Areduc¸ãofechada,noentanto,pode sertentadaepodeserparticularmenteútilcomoumpasso inicial.11–14
Apesar das evoluc¸ões alcanc¸adas nas últimas décadas, astaxasdecomplicac¸õespermanecemextremamentealtas. Ataxadeosteonecrosenasfraturasdocolodotálusvariade 21%a58%,3,9 enquantoquenasdocorpodotálus88%dos
pacientesapresentamevidênciadeosteonecrosee/ouartrite pós-traumática.15–19
Poucostrabalhosnaliteraturanacionalpodemser encon-tradosnonossomeiosobreaepidemiologiadasfraturasdo tálus.Debieuxetal.20estudaram387pacientesquesofreram
acidentesmotociclísticosnomunicípiodeSãoPaulodejaneiro de 2001ajulho de 2002econstataramque aslesõesmais comuns,porordemdefrequência,foramferimentos(31,8%), contusões (15,8%) efraturas (8,7%). Alocalizac¸ão mais fre-quente das fraturas foi o pé,em16,0% dos pacientes com fraturas,sem,noentanto,tersidoindividualizadoqualosso foimaisacometido.
Fonseca Filho et al.21 estudaram 52 fraturas do tálus
11 a 20
Número de casos
14
12
10
8
6
4
2
0
21 a 30 31 a 40
idade
41 a 50 51 a 60
Figura1–Faixaetária.
Combasenaescassezdeinformac¸ãoquantoà epidemio-logiadasfraturasdotálusnonossomeio,decidimosfazero presentetrabalho.
Objetivo
Avaliarascaracterísticasdosindivíduosedaslesões encon-tradasnospacientesinternadosparaotratamentocirúrgico defraturasdotálusde2006a2011noInstitutode Ortope-diaeTraumatologiadoHospitaldasClínicasdaFaculdadede MedicinadaUniversidadedeSãoPaulo.
Materiais
e
métodos
Foramlevantadostodososprontuáriosdospacientes interna-doscomfraturasdopéetornozelode2006a2011.Apósrevisão detalhadadessesprontuários,foramidentificados23casosde fraturasdetálustratadoscirurgicamente.
Osparâmetrosanalisadosforam:idade;gênero; laterali-dade;exposic¸ão;tabagismo;mecanismo detrauma;tipoda fratura;classificac¸ão;lesõesassociadas;tratamentona urgên-cia;tratamentodefinitivo;tempoentretraumaetratamento definitivo;tempo de permanênciahospitalar;complicac¸ões pós-operatóriasagudas.
Resultados
Dos23pacientesavaliados,arelac¸ãoentrehomensemulheres foide4,8:1(19homensequatromulheres).Amédiafoide 30,4anos,variac¸ãode18a49anos(fig.1).Oladodireitofoi acometidoem13pacientes,enquanto oesquerdoofoi em 10.Dentreos23pacientes,trêseramtabagistas,incidênciade 13%.
O mecanismo de trauma mais frequente foi queda de altura,comoitocasos,seguidodosacidentesdemotocicletae automóvel,comcincocada.Outrosmecanismosencontrados foramtraumatorsional,comtrêscasos,etraumaesportivo, comdois(fig.2).
Emrelac¸ãoaotipodefratura,amaisprevalentefoiadocolo dotálus,com17casos.Tambémforamencontradostrêscasos defraturadocorpo,doisdosprocessostalareseumdacabec¸a (fig.3).Das17fraturasdocolodotálus,16foramclassificadas comoHawkins2eumacomoHawkins3.
Queda de altura
Acidente de moto
Acidente de automóvel
Trauma torsional
Trauma esportivo
Número de casos
8
4
2 6
0
Figura2–Mecanismodetrauma.
20
15
10
5
0
Colo Corpo
Número de acsos
Processos talares
Cabeça
Figura3–Localdafratura.
Quatro pacientes sofreramfratura exposta(17,4%), duas classificadascomotipoIIdeGustilo,umacomotipoIIIAeuma comotipoIIIB.
Dos23casosanalisados,sete(30,4%)apresentaramluxac¸ão peritalarnomomentodaapresentac¸ão.
Em relac¸ão ao tratamentona urgência, em16 casos foi feitaimobilizac¸ãogessadapormeiodetalasuropodálica.Dos setecasoscomluxac¸ãoassociada,emcincopacientesfoi con-seguida reduc¸ão da luxac¸ãopor manobrasincruentas eos outrosdoisforamsubmetidosàreduc¸ãocirúrgicaseguidada colocac¸ãodeumfixadorexterno.
O tratamento definitivo foi feito com osteossíntese em 20casosenosoutrostrêspacientesfoifeitaaressecc¸ãodos fragmentosósseosintra-articulares.
Otempomédioentreotraumaeotratamentodefinitivo foideseisdias,variac¸ãode0a29(fig.4).Jáotempomédio de permanênciahospitalar foi de 11 dias, variac¸ão de 2 a 44(fig.5).
Aslesões associadasestiverampresentesem11 pacien-tes (47,8%): quatro fraturas maleolares, duas de ossos da perna,duasdabasedoquintometatarso,duasdacoluna lom-bar, duasdoacetábulo, umade calcâneo,umade planalto tibialeumadadiáfisedofêmur(fig.6).
Emrelac¸ãoàscomplicac¸õesagudas,observamostrêscasos deinfecc¸ãopós-operatória,umassociadoàsíndrome compar-timentaldopéconsequenteaumafraturafechadadocolo,
0 a 5 8 7
6 5
4 3
2 1
0
6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30
Dias
Número de casos
0 a 10 15
10
5
0
11 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50
Dias
Número de casos
Figura5–Tempodeinternac¸ãohospitalar.
Diáfise do fêmur, 1 Planalto
tibial, 1
Calcâneo, 1
Quinto metatarso, 2 Coluna
lombar, 2
Ossos da perna, 2 Maleolar, 4
Acetábulo, 2
Figura6–Fraturasassociadas.
umresultantedefraturaexpostaGustiloIIIBqueevoluiucom perdadoretalhomicrocirúrgicoconfeccionadoparasua cober-turaeoutroporfraturaexpostaGustiloII,associadoàfratura dacolunalombar.
Discussão
Foramoperadosno nossoservic¸oemumperíodo decinco anos23pacientescomfraturasdotálus,umaincidênciade 4,6por ano, enquanto que Fonseca Filho et al.21 trataram
de52aolongode23anos,umamédiade2,3porano.Como osdoistrabalhosforamfeitosemhospitaisdegrandeporte, ondesefazumatendimentoterciáriodetraumatologia orto-pédica,ficaevidenteabaixafrequênciadessetipodefratura no universo de fraturas tratadas cirurgicamente. Esse fato fazcomquelongosperíodossejam necessáriosparaqueo ortopedistaqueprestaatendimentonotratamentodas fra-turasnosvárioscentrosdonossopaís adquiraexperiência naconduc¸ão terapêutica de uma fratura do tálus. Centros médicosdemenorporteprovavelmenteterãogrande dificul-dadedeformartraumatologistashabilitadosparaoperaresse tipodefratura.OtrabalhodeFonsecaFilhoetal.21 foifeito
emum período (de 1972 a 1995) em que acidade de São Paulonãosentiaosefeitosdonúmerocrescentedeacidentes
motociclísticos que presenciamos na última década. O presente trabalho funciona como umaatualizac¸ão da epi-demiologia dafraturadotálus,com dadosreferentesaum períodomaisrecente(de2006a2011).
A maior prevalência de pacientes dogênero masculino (4,8:1)ejovens,commédiade30,4anos,evidenciaa impor-tânciadocorretotratamento deumafraturaqueapresenta grandestaxas de complicac¸ões tardias,com sequelas mui-tasvezesincapacitantesquepodemnecessitardeartrodeses dotornozeloedoretropéparacontrole.Nacomparac¸ãocom otrabalhodeFonsecaFilhoet al.,21aidade médiaporeles
encontrada(31anose4meses)foibastantesemelhante,mas houveumaumentodapredominânciadogêneromasculino nopresentetrabalho(4,8homens:1mulhervs2,9homens:1 mulhernotrabalhoanterior).Esseachadopodeestar relaci-onadoàmaiorexposic¸ãodapopulac¸ãomasculinajovemaos acidentesdetrânsito.
Em18casos(78,3%)otraumadealtaenergiafoi responsá-velpelafratura.Dezfraturas(43,8%dototal)foramresultantes deacidentesrelacionadosaotrânsito,àsemelhanc¸adoque foiencontradonotrabalhodeFonsecaFilhoetal.21 (42,3%).
Da mesma forma,a queda de altura foi o segundo meca-nismomaisfrequente,que,somadoaosacidentesdetrânsito, perfaz78,3%nonossotrabalhoe71,2%dodeFonsecaFilho etal.21Essesdadosservemparaorientaraescolhadas
medi-das preventivas emrelac¸ão àsfraturas dotálus, tais como botasrígidasquelimitemomovimentodeflexãodorsaldopé, queéomecanismorelacionadoaessasfraturas,resistentese dealtacapacidadedeabsorc¸ãodeimpactoparamotociclistas etrabalhadoresemalturas.
Apesar de o tabagismo estar correlacionado com complicac¸õesnaevoluc¸ãodasfraturasedascirurgiasnospés, ostrêspacientesfumantesnãoapresentaramcomplicac¸ões nopós-operatórioatéomomentodaaltahospitalar. Acredita-mosquecasoumnúmeromaiordepacientessejaestudado, ainfluêncianegativadotabagismonotratamentocirúrgico dafraturadotáluspossaseevidenciar.22
Asfraturascentrais(docoloedocorpo)forammuitomais frequentes doque os outrostipos etotalizaram87,0% dos 23 casos estudados, achado semelhante ao descrito por FonsecaFilhoetal.,21de78,8%.Talprevalênciapodeser
decor-rente do fato de que grandeparte das fraturas periféricas do tálus,que incluem asdosprocessos posterior elateral, muitasvezespassadespercebidaemesmoquando correta-mentediagnosticadas,frequentementesãodetratamentonão operatório.1,11
Aelevadaincidênciadefraturasdotipo2deHawkins(16de 17casos)eaausênciadefraturasdotipo1contrastamcomo encontradoporFonsecaFilhoetal.,21quefoidenovefraturas
Hawkins2ecincodeHawkins1nototalde21casosde fratu-rasdocolo.Essadiferenc¸adevetercomocausaainvestigac¸ão dafraturacomousodetomografiacomputadorizadamultslice, quepermiteumadetalhadaavaliac¸ãodafraturaede peque-nosdesvios,equefoifeitaemtodosospacientesdonosso estudo.Essatecnologiafoiintroduzidanofim dadécadade 1990enãoestavadisponívelnaépocadotrabalhodeFonseca Filhoetal.21Alémdisso,nesseúltimotrabalho,a
A incidência de fraturas expostas foi de 17,4%, índice praticamente idêntico ao encontrado por Fonseca Filho et al.,21 que foi de 17,3%. Merece destaque que, no nosso
levantamento, dois dos quatro casos de fratura exposta evoluíram com infecc¸ão aguda, um de Gustilo II e outro deIIIB.
Dentresetecasosde fraturasassociadasàluxac¸ão,dois (28,6%)necessitaramdereduc¸ãocirúrgicadaluxac¸ãono aten-dimentodeemergênciaeumdelesfoiocasodeHawkinsdo tipo3etambémaexpostaGustiloIIIB.Excetoosdoiscasos operados,todososoutrosforamimobilizadosnaurgênciacom usodetalagessadaenenhumevoluiucomformac¸ãode flic-tenasantesdotratamentocirúrgicodefinitivo.Apesardaalta energia detrauma como causada maioriadessas fraturas, o nãouso dofixador externo como forma de imobilizac¸ão noperíodopré-operatórionãotrouxecomplicac¸õesdepartes molesemcomparac¸ãocomoqueocorrenasfraturasdopilão tibial.Ofato deafraturacentral dotálusserintracapsular podecontribuirparaqueosangramentonãoinfiltreos teci-doscircunvizinhose,assim,elevemenososníveispressóricos adjacentes.
Otempomédiodeesperaparaotratamentocirúrgico defi-nitivo foi de seis dias e a permanência hospitalar, de 11. Ofato de47,8% dospacientes apresentaremfraturas asso-ciadascontribuiu paraque essesperíodosfossem longose interferiu diretamente no custo do tratamento. Apesar da irrigac¸ãosanguíneadotálussercríticanasfraturasdocolo comdesvio,aesperaparaotratamentocirúrgico definitivo parecenãoaumentaroriscodenecroseavasculardocorpo. Essacomplicac¸ãoestámuitomaisligadaaotempodecorrido entreo acidente eareduc¸ão da luxac¸ãoquandoessa está presente.19,23Dequalquerforma,medidasquepossamreduzir
operíododetempopré-operatóriodevemserbuscadasnesse tipodepaciente.
Quinzefraturasassociadas(fig.6)em11pacientesforam encontradas (47,8%), o que caracterizou a alta energia de traumaaqueforamsubmetidosessespacientes,índice prati-camenteidênticoaoencontradonotrabalhodeFonsecaFilho etal.,21de46,2%.
Apósaanáliseconjuntadetodosessesresultados, pode-mosdizer que,apesardeepidemiologicamenteafraturado tálusrepresentarum númeropequeno no universode fra-turastratadas emumhospitalortopédico,suaimportância residenofatodeacometerindivíduosjovensemplena ativi-dadelaboral,muitoscomlesõesassociadasequenecessitam delongosperíodosdeinternac¸ão.Opadrãodafraturadotálus égrave,comriscoselevadosdecomplicac¸ões,comoanecrose avascular.Medidaspreventivasdevemsercriadascombase nosmecanismosmaiscomunsqueforamidentificados, aci-dentesdetrânsitoequedasdealtura.
Conclusões
Pacientescomfraturasdotálusatendidoseoperadosemum hospitalterciáriodacidadedeSãoPauloforamjovenscom idademédiade30,4anos,nasuamaioriadogênero mascu-lino(4,8:1)equesofreramacidentedetrânsitoouquedade altura.O colo foia regiãomaisacometidaeem30,4% dos pacientesaluxac¸ãoperitalarestavapresentenoatendimento
inicial e17,4% dasfraturasdotálusforam expostas.Quase a metade dessespacientes tinha fraturas associadas eum tempo de permanência hospitalar médio de 11 dias foi observado.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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