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Clima e vulnerabilidade socioespacial: uma avaliação dos fatores de risco na população urbana do município de São Luís (MA)

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Academic year: 2017

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(1)

Ronaldo Rodrigues Araúj o

CLIMA E VULNERABILIDADE SOCIOESPACIAL: UMA AVALIAÇÃO DOS

FATORES DE RISCO NA SAÚDE DA POPULAÇÃO URBANA DO MUNICÍPIO

DE SÃO LUÍS (MA)

Orientador: Prof. Dr. JOÃO LIMA SANT’ANNA NETO

(2)

Campus de Presidente Prudente

Ronaldo Rodrigues Araúj o

CLIMA E VULNERABILIDADE SOCIOESPACIAL: UMA AVALIAÇÃO DOS

FATORES DE RISCO NA SAÚDE DA POPULAÇÃO URBANA DO MUNICÍPIO

DE SÃO LUÍS (MA)

Tese apresent ada ao Program a de Pós- Graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Est adual Paulist a, cam pus de Presidente Prudent e, para obt enção do t ítulo de Dout or em Geografia.

Orientador: Prof. Dr. JOÃO LIMA SANT’ANNA NETO

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FICHA CATALOGRÁFICA

Araújo, Ronaldo Rodrigues.

A691c Clim a e vulnerabilidade socioespacial: um a avaliação dos fat ores de risco na população urbana do m unicípio de São Luís (MA) / Ronaldo Rodrigues Araújo. - President e Prudent e: [ s.n.] , 2014

289f. : il.

Orientador: João Lima Sant’Anna Neto

Tese (dout orado) - Universidade Est adual Paulist a, Faculdade de Ciências e Tecnologia

I nclui bibliografia

1. Sist em a t erm odinâm ico. 2. Confort o t érm ico. 3.

(6)

DEDICO:

(7)

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. João Lima Sant’Anna Neto, pelas sugestões e críticas oportunas para a

realização deste trabalho, pela paciência e compreensão durante as minhas ausências, pelo

estímulo constante para concluir o trabalho. Agradeço pela sua orientação com humanismo

e sensibilidade e, por entender que nem sempre prazos estabelecidos, podem sobrepor-se a

dura realidade da vida que por vezes fazem o ser humano fraquejar e desviar de seus

objetivos.

Ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da UNESP - Presidente Prudente

através de seu corpo docente e administrativo, pela oportunidade concedida, seriedade,

profissionalismo, cordialidade e toda a ajuda e compreensão recebida durante o curso.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e a

Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do

Maranhão (FAPEMA) pelo apoio financeiro dado em diferentes fases para a realização da

pesquisa.

Aos proprietários das residências monitoradas na Vila Cruzado (Eliane, Tadeu,

Mary, Dos Santos , na Salinas do Sacavém Aparecida, Emerson, Carmem e Seu Zé e na

Forquilha (Conceição e Isabel) e, aos demais moradores dessas áreas que se colocaram à

disposição em participar da pesquisa através das respostas da entrevista pelo questionário

ou nas conversas informais.

Ao geografo Adriano Moura pela ajuda na aplicação dos questionários e contatos

iniciais com os moradores da Vila Cruzado.

A Paulo Roberto Mendes Pereira e Valdir Cutrim (Núcleo de Estudos e Pesquisas

Ambientais - NEPA) pelo trabalho de elaboração e correção cartográfica das Cartas de

Vulnerabilidade Socioespacial.

Ao Prof. Ms. Ulisses Denache (Colégio Universitário - COLUN) pela amizade ao longo

da vida acadêmica, pelo seu profissionalismo que muito valorizo, nunca recusando meus

pedidos para a elaboração e correção das Cartas de Uso e Cobertura das áreas pesquisadas

e, pela sua inestimável ajuda em auxiliar nos primeiros contatos com os moradores da

(8)

A Profª. Ms. Miriam Silvestre (UNESP - Presidente Prudente) pelo auxilio constante

na análise estatística em sua incansável tortu

ra dos dados para que me confessassem o que

eu queria saber .

A Shirley Cristina pela amizade e sua mãe D. Nenzinha e demais familiares pelo

carinho que me permitiram conviver em família e em um lar (mesmo distante da minha

família) durante todas as minhas passagens por Presidente Prudente.

Aos amigos e companheiros da turma de Pós-graduação em Geografia de 2010 e

demais turmas que tive o prazer de conviver durante esse período, de modo especial, para

José Alves e Karina Ponte, Henrique Alves, Oscar Buitrago, Andrea Sales, Aline Sulzbacher,

Antonio Bernardes, Rodrigo Simão, Archanjo Mota, Wagner Batella, Ugeda Junior, Silvia

Cantóia, Valéria Lima, Regis Souza, Leda Correia e aqueles que a memória tenha me falhado

nesse momento. Obrigado pela convivência e diálogos formais e informais nos trabalhos

acadêmicos ou nas animadas folgas das atividades.

Aos meus parceiros Marcio Eduardo, Paula Lindo e Nildo Melo, agradeço a

oportunidade em conhecê-los e pela amizade construída durante toda a jornada na

pós-graduação.

A Christian Ribeiro, Gislene Ortiz, Carmen Rekowsky e Renata Dias Silveira pelas

loucas e deliciosas aventuras gastronômicas dentro e fora de Presidente Prudente e pela

amizade sincera. O convívio com vocês tornou mais suportável a saudade de casa e da minha

família.

A minha querida amiga Natacha Aleixo por todos os ensinamentos, conhecimentos,

ajuda e estimulo constante dado durante a pós-graduação. As alegrias convividas nas

famosas baterias no Discente V)) do João

(sua cara metade). Obrigado por ouvir (ou ler

por email) as minhas angústias acadêmicas e pessoais, sempre me dando uma palavra de

conforto e esperança.

Aos amigos Rafael Catão e Raquel, suas palavras de incentivo e por vezes o ombro

amigo para ouvir e chorar junto comigo no momento mais difícil da minha vida pessoal foi

uma das forças que me ajudaram a superar a perda e a dor da saudade do meu pai. Obrigado

por me fazerem voltar a sorrir novamente.

Aos amigos do GAIA, Karime Fantin, Camila Rampazzo, Lindberg Junior (Baiano),

Vinicius Carmelo (Cirso), Vinicius Moura, Nubia Armond (a quem agradeço por me fornecer

(9)

conhecimento fui acumulando nas minhas passagens pelo GAIA apenas em ficar ouvindo

diálogos de jovens tão promissores da Climatologia.

A Profª. Drª. Zulimar Márita do Departamento de Geociências (UFMA) minha amiga

e irmã de coração pela inestimável ajuda na reta final da Tese, mas, principalmente por

me resgatar novamente para o trabalho da Tese após a perda do meu pai. Sem a sua ajuda

não conseguiria e por isso serei eternamente grato por não permitir que eu desistisse desse

objetivo.

Aos professores Juarez Pinheiro, Irecer Portela e Ediléa Dutra pelo auxilio em

flexibilizar a minha agenda de trabalho junto ao Departamento de Geociências (UFMA) na

reta final da Tese.

Aos professores do Departamento de Geociências pelo apoio e incentivo constante

e, especialmente aos professores Alexandre Fonseca, Juarez Diniz e Mauricio Rangel, que

juntos, formando o G4, construiu uma forte e solidária amizade.

Aos irmãos do 1° Grupo Escoteiro Coelho Neto (1° GECON), que foram uma

constante força de apoio da minha família durante as minhas ausências de casa que

estiveram SEMPRE ALERTA por todos nós nessa longa jornada.

A Ana Luzia e Gracias que sempre ajudaram a mim e a Graciana nas nossas lutas e

desafios e que ao longo dos anos se tornaram muito mais que parentes, mas sim, amigos fiéis

e verdadeiros a quem confiamos como padrinhos de nossos filhos.

A minha amada Graciana e aos meus filhos João Victor e Juliana por suportarem as

minhas ausências de casa durante o Doutorado, sempre me apoiando e compreendendo que

para uma família ser vitoriosa e unida muitas vezes são necessários sacrifícios.

Peço desculpas se deixei de mencionar alguém, mas sintam-se abraçados de coração

todos aqueles que me ajudaram de forma direta e indireta a alcançar esse grande objetivo

(10)

Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas

aos problemas que tiveram que vencer

(11)

RESUMO

O obj et ivo dest a t ese foi analisar com o o clim a, associado aos tipos de m at eriais const rutivos em áreas de vulnerabilidade socioespacial, com prom et e a saúde da população urbana do m unicípio de São Luís ( MA) . O t rabalho se particulariza por relacionar o est udo do clim a urbano e do confort o t érm ico às condições socioespaciais da população, pela int erdisciplinaridade e pela utilização do Subsist em a Term odinâm ico para análise do Clim a Urbano propost o por Mont eiro ( 1976) com o fundam ent o t eórico- m et odológico. Foram realizados m onit oram ent o e avaliação do confort o t érm ico em am bient e int erno de 9 ( nove) residências com padrões const rutivos diferentes, especialm ent e a cobert ura, em áreas de vulnerabilidade socioespacial de São Luís, usando m ini est ações digit ais de t em perat ura e um idade relativa do ar com frequência de am ost ragem de 1 hora durant e o período de out ubro a novem bro de 2012. A com paração do am bient e int erior das habit ações com o ext erior foi realizada a part ir de dados obt idos j unt o à est ação m et eorológica do I NMET. A caract erização da vulnerabilidade socioespacial da área urbana pesquisada utilizou com o parâm et ro os indicadores sociais int raurbanos divulgados no censo do I BGE em 2010. Para classificar o fat or confort o t érm ico nas residências utilizou -se com o referência os índices est abelecidos por Thom e Bo-sen ( 1959) . Além disso, para avaliar qualit ativam ent e, o grau de percepção do confort o t érm ico da população envolvida e a possível associação com det erm inados tipos de sint om as e enferm idades recorreu- se à aplicação de 40 questionários em cada um a das 3 áreas m onit oradas ( Vila Cruzado, Salinas do Sacavém e Forquilha) , buscando investigar in loco se havia um a relação da prevalência desses sint om as com as doenças circulat órias em função de at ribut os const rutivos das residências. A análise dos dados do m onit oram ent o t erm o higrom ét rico indicaram haver m aiores casos de sit uação negativa para o confort o t érm ico nas residências que fazem o uso da cobert ura de fibrocim ent o, apesar de ser identificado t am bém esse result ado nas residências com cobert ura de cerâm ica, quando com binados com out ros fat ores const rutivos e det erm inada ação dos agent es clim áticos. Os result ados corroboram a hipót ese de que as residências que fazem o uso de m at érias const rutivos precários em áreas de vulnerabilidade socioespacial apresent am m aior im pact o negativo à saúde dos m oradores. As habit ações dessas áreas produzem o opost o daquilo que se espera de qualquer abrigo hum ano, pois pioram a condição do am bient e e prej udicam a saúde de seus ocupant es

.

(12)

ABSTRACT

The obj ective of t his thesis was t o analyze how clim at e, associat ed wit h t he t ypes of building m at erials t hese areas of socio- spat ial vulnerabilit y, com prom ises t he healt h of t he urban population in São Luís ( MA). I n particular, the work relates t he st udy of urban clim at e and t herm al com fort t o the population's socio- spatial conditions, interdiscipliary, and t o t he use of the Therm odynam ic Subsystem for analysis of the urban clim at e proposed by Mont eiro ( 1976) as a theoretical and m ethodological foundation. Monit oring and evaluation of t herm al com fort were conduct ed in indoor environm ent of nine ( 9) residential buildings wit h different pat t erns, especially socio-spat ial vulnerabilit y in São Luis, using m ini- digit al st ations for t em perature and relative hum idity wit h sam pling frequency of 1 hour during t he period from Oct ober t o Novem ber 2012. The com parison bet ween the indoor environm ent and t he out side one was m ade from dat a obt ained from t he m eteorological st ation I NMET. The charact erization of t he socio- spatial vulnerabilit y of the urban area surveyed used as a param et er t he int raurban social indicat ors released in t he I BGE census in 2010.I n order t o classify t he therm al com fort fact or in residences, the refer ence rat es set by Thom and Bosen (1959) were used. I n addition, t o evaluate in t erm s of qualit y, t he level of perception of t he patient s' t herm al com fort and t he possible association wit h cert ain t ypes of sym pt om s and diseases, it was applied 40 questionnaires in each of t he three m onit ored areas ( Vila Cruzado, Salinas do Sacavém and Forquilha) in order t o investigat e in t heses places if t here was any relation bet ween the prevalence of these sym pt om s wit h t he circulat ory diseases due t o residential building at t ribut es. The dat a analysis from t he hygrom et ric- term m onit oring indicat es m aj or cases of negative situation t o the residences t herm al com fort t hat use t he fibercem ent roof, despit e t his result is also identified in hom es wit h ceram ic cover, when com bined wit h ot her building fact ors and som e actions of clim ate agent s. The result s corroborat e t he hypot hesis t hat households t hat use poor building m at erials in socio- spatial vulnerabilit y areas have great er negative im pact in t he resident s' heatlth. The dwellings in t hose areas produce t he opposite effect of what is being expect ed from any hum an shelter, since the environm ent al conditions are poor, being harm ful t o t he resident s' healt h.

(13)

LISTA DE FIGURAS

p.

Figura 1 Vias pelas quais as Mudanças Clim át icas afet am a Saúde. 34

Figura 2 Escalas geográficas do clim a (t em po longo e t em po curt o). 49

Figura 3 Carga t érm ica recebida por habit ações t érreas e isoladas. 58

Figura 4 Classificação dos est ados segundo o I VG. 67

Figura 5 Modelo esquem át ico da vulnerabilidade. 68

Figura 6 Relação ent re o clim a urbano e a ocorrência de doenças, separados pelos

subsist em as de análise do clim a urbano propost o por Mont eiro (1976). 73

Figura 7 Rot eiro Met odológico. 75

Figura 7.1 Est ação t erm o higrom ét rica fixada na laje do P3 na Vila Cruzado. 77

Figura 7.2 Est ação t erm o higrom ét rica fixada em cobert ura de cerâm ica do P8 na Forquilha. 77

Figura 7.3 Planilha de cálculo de Tem perat ura Efet iva. 79

Figura 8

Localização da Vila Cruzado, Salinas do Sacavém e da Forquilha na área urbana

de São Luís. 86

Figura 9 Dist ribuição das classes de confort o t érm ico de Thom . 88

Figura 10 Localização do Município de São Luís em relação à I lha do Maranhão. 92

Figura 11 Zona de Convergência I nt ert ropical ao nort e do Maranhão. 94

Figura 12 Norm ais Clim at ológicas da Tem perat ura (º C) no Município de São Luís (1960

-1990) em com paração com os dados regist rados em 2012. 97 Figura 13 Média m ensal da Precipit ação e da Tem perat ura no período ent re 1998 -2012. 97

Figura 14 Norm ais Clim at ológicas da Precipit ação (m m ) no Município de São Luís (1960

-1990) em com paração com os dados regist rados em 2012. 99

Figura 14a Média da Precipit ação m ensal (m m ) no Município de São Luís (1998 -2012). 100

Figura 15 Norm ais Clim at ológicas da Um idade Relat iva do Ar (% ) no Município de São Luís (1960-1990) em com paração com os dados regist rados em 2012. 101

Figura 16 Norm ais Clim at ológicas da Nebulosidade no Município de São Luís (1960-1990). 102

Figura 17 Norm ais Clim at ológicas da I nsolação (em horas e décim os) no Município de São

Luís (1960-1990) em com paração com os dados regist rados em 2012. 102

Figura 18 Velocidade dos vent os na I lha do Maranhão. 103

Figura 19 São Luís: evolução hist órica urbana (1948 a 2006) . 106

Figura 20 Evolução dem ográfica do m unicípio de São Luís (1960 a 2010). 107

Figura 21 Densidade dem ográfica da área urbana do m unicípio de São Luís (2010). 109

Figura 22

Pont e Gov. José Sarney sobre o rio Anil ligando a São Luís ant iga com a

m oderna. 110

Figura 23 Segregação socioespacial na área urbana de São Luís. 111

Figura 24 Condições de Saneam ent o Básico no m unicípio de São Luís. 116

Figura 25 Educação Geral de São Luís em 2010. 118

Figura 26 Renda Geral de São Luís em 2010. 120

Figura 27 Localização das áreas de m onit oram ent o de confort o t érm ico nos Dist rit os Sanit ários do m unicípio de São Luís. 129

Figura 28 Localização dos pont os na área de est udo da Vila Cruzado - São Luís/ MA. 134

Figura 28a Condom ínio vert ical de classe m édia no ent orno da Vila Cruzado. 135

(14)

Figura 28c Lixo deposit ado nas caixas de esgot o. 135

Figura 28d Ruas est reit as da Vila Cruzado. 135

Figura 29 Classificação do Uso e Cobert ura do solo da Vila Cruzado com os pont os de

m onit oram ent o. 137

Figura 30 I ndicadores socioeconôm icos da Vila Cruzado. 141

Figura 31 Localização dos pont os na área de est udo Salinas do Sacavém – São Luís/ MA. 143

Figura 32 Classificação do Uso e Cobert ura do solo da Salinas do Sacavém com os pont os de m onit oram ent o. 144

Figura 32a Lixo expost o em t erreno baldio na Salinas do Sacavém . 146

Figura 32b Poço artesiano com caixa d’água (ao fundo) na Salinas do Sacavém ). 146

Figura 32c Ruas sem asfalt o na Salinas do Sacavém . 146

Figura 32d Morador m olhando a t erra expost a na Salinas do Sacavém . 146

Figura 32e Casas em área de risco na Salinas do Sacavém . 147

Figura 32f Linhas de t ransm issão de energia na Salinas do Sacavém . 147

Figura 33 I ndicadores socioeconôm icos da Salinas do Sacavém . 151

Figura 34 Localização dos pont os na área de est udo da Forquilha – São Luís/ MA. 153

Figura 35 Classificação do Uso e Cobert ura do solo da Forquilha com os pont os de m onit oram ent o. 154

Figura 35a Ruas sem asfalt o na Forquilha. 155

Figura 35b Despejo de esgot o a céu abert o na Forquilha. 155

Figura 36 I ndicadores socioeconôm icos da Forquilha. 159

Figura 37 P1. Casa de alvenaria rebocada com cobert ura de t elha de cerâm ica. 161

Figura 38 P2. Casa de alvenaria ( sem reboco) com cobert ura de t elha de fibrocim ent o. 161

Figura 39 Precipit ação t ot al em m m em out ubro/ 2012. 162

Figura 40 Tem perat ura do ar à superfície em ° C em out ubro/ 2012. 163

Figura 41

Recort es das im agens do sat élit e GOES-12, no canal infraverm elho, m ost rando os dias 02, 08 e 09 nos quais ocorreram linhas de Cumulonimbus em

out ubro/ 2012. 164

Figura 42 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P1 e P2 em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 03 e 04/ 10/ 2012. 165

Figura 43 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P1 e P2 em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 04 e 05/ 10/ 2012. 167

Figura 44 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P1 e P2 em

com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 08 e 09/ 10/ 2012. 169

Figura 45

Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P1 e P2 em

com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 09 e 10/ 10/ 2012. 170

Figura 46 P2. Casa de alvenaria ( sem reboco) com cobert ura de t elha de fibrocim ent o. 171

Figura 47 P3. Casa de alvenaria de 2 pavim ent os (com revest im ent o de azulejos) com

cobert ura de t elha de cerâm ica e laje. 171

Figura 48 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P2 e P3 (1°

piso) em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 03 e 04/ 10/ 2012. 173

Figura 49

Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P2 e P3 (1°

piso) em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 06 e 07/ 10/ 2012. 175

Figura 50 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P2 e P3 (1° piso) em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 07 e 08/ 10/ 2012.

176

Figura 51 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P2 e P3 (1° piso) em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 09 e 10/ 10/ 2012.

(15)

Figura 52

Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P3 (1° piso e 2° piso) em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 05 e

06/ 10/ 2012. 179

Figura 53

Est im at iva da posição m édia da ZCI T, em novem bro/ 2012, ao longo do Oceano At lânt ico Equat orial. A linha pret a é indicat iv a da posição clim at ológica da ZCI T

nest e m ês. 180

Figura 54 Precipit ação t ot al em m m em novem bro/ 2012. 181

Figura 55 Tem perat ura m áxim a do ar à superfície (em ° C) , em novem bro/ 2012. 182 Figura 56 P5. Casa de alvenaria ( com reboco) com cobert ura de t elha de fibrocim ent o. 183

Figura 57 P4. Casa de alvenaria com revest im ent o de azulejos e cobert ura de t elha de cerâm ica. 183

Figura 58 P7. Casa de alvenaria rebocada e cobert ura de t elha de cerâm ica. 184

Figura 59 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P4 e P5 em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 07 e 08/ 11/ 2012.

186

Figura 60 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P4 e P5 em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 10 e 11/ 11/ 2012.

187

Figura 61 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P4 e P5 em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 11 e 12/ 11/ 2012.

188

Figura 62 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P5 e P7 em

com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 09 e 10/ 11/ 2012. 192

Figura 63 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P5 e P7 em

com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 08 e 09/ 11/ 2012. 193

Figura 64 P6. Casa de alvenaria ( com reboco) com cobert ura de t elha de fibrocim ent o.

195

Figura 65 P4. Casa de alvenaria com revest im ent o de azulejos e cobert ura de t elha de cerâm ica.

195 Figura 66 P7. Casa de alvenaria rebocada e cobert ura de t elha de cerâm ica.

196 Figura 67 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P4 e P6 em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 09 e 10/ 11/ 2012. 198

Figura 68 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P4 e P6 em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 10 e 11/ 11/ 2012. 199

Figura 69 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P6 e P7 em com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 09 e 10/ 11/ 2012. 201

Figura 70 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P6 e P7 em

com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 10 e 11/ 11/ 2012. 203

Figura 71

Est im at iva da posição m édia da ZCI T, em dezem bro/ 2012, ao longo do Oceano At lânt ico Equat orial. A linha pret a é indicat iv a da posição clim at ológica da ZCI T

nest e m ês. 205

Figura 72 Precipit ação t ot al em m m em dezem bro/ 2012. 206

Figura 73 Tem perat ura do ar à superfície em ° C em dezem bro/ 2012.

207 Figura 74 Anom alia de t em perat ura m áxim a no Brasil ( em º C), em dezem bro/ 2012. 207

Figura 76 P9. Casa de alvenaria ( com revest im ent o de azulejos) com cobert ura

de t elha de fibrocim ent o. 208

Figura 77 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P8 e P9 em

com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 01 e 02/ 12/ 2012 210

Figura 78 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P8 e P9 em

com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 02 e 03/ 12/ 2012. 212

Figura 79 Mat riz gráfica com os regist ros t erm o higrom ét ricos no int erior do P8 e P9 em

com paração com os regist ros do I NMET ent re os dias 06 e 07/ 12/ 2012. 213

(16)

Figura 81 Classificação por sexo dos ent revist ados na área pesquisada. 219

Figura 82 Aut o declaração da cor dos ent revist ados por área pesquisada. 220

Figura 83 Escolaridade dos ent revist ados por área pesquisada. 222

Figura 84 Tipo de cobert ura das residências dos ent rev ist ados por área. 223

Figura 85 Quando pergunt ados com o se sent e na residência. 225

Figura 86 Percepção dos ent revist ados na residência quant o a sua condição t érm ica. 226

Figura 87 Percepção dos ent revist ados quant o ao seu grau de t olerância ao desconfort o t érm ico. 228

Figura 88 Com o os ent revist ados gost ariam que est ivesse o am bient e. 230

Figura 89 Período do dia que os ent revist ados sent em m aior desconfort o Térm ico. 232 Figura 90 Doenças preexist ent es m ais respondidas ent re os ent revist ados. 235

Figura 91 Principais sint om as que os ent revist ados associam ao desconfort o t érm ico. 238

Figura 92 Dist ribuição das classes de confort o t érm ico de Thom e Bosen. 241

Figura 93 P1. Casa de alvenaria com cobert ura de t elha de cerâm ica. 242 Figura 94 P2. Casa de alvenaria cobert ura de t elha de fibrocim ent o. 242

Figura 95 P3. Casa de alvenaria de 2 pavim ent os com cobert ura de t elha de cerâm ica e

laje. 242

Figura 96 Classes de confort o t érm icos regist rados na Vila Cruzado no período 03 e

04/ 10/ 2012. 243

Figura 97 Classes de confort o t érm icos regist rados na Vila Cruzado no período 04 e 05/ 10/ 2012.

244

Figura 98 Classes de confort o t érm icos regist rados na Vila Cruzado no período 06 e 07/ 10/ 2012.

246

Figura 99 P5. Casa de alvenaria com cobert ura de t elha de fibrocim ent o. 247

Figura 100 P6. Casa de alvenaria com cobert ura de t elha de fibrocim ent o. 247

Figura 101 P4. Casa de alvenaria com cobert ura de t elha de cerâm ica. 247 Figura 102 P7. Casa de alvenaria com cobert ura de t elha de cerâm ica. 247

Figura 103 Classes de confort o t érm icos regist rados na Salinas do Sacavém no período 07 e 08/ 11/ 2012. 248

Figura 104 Classes de confort o t érm icos regist rados na Salinas do Sacavém no período 10 e 11/ 11/ 2012. 250

Figura 105 Classes de confort o t érm icos regist rados na Salinas do Sacavém no período 13 e 14/ 11/ 2012. 251

Figura 106 Classes de confort o t érm icos regist rados na Salinas do Sacavém no período 14 e 15/ 11/ 2012. 252

Figura 107 P8. Casa de alvenaria com cobert ura de t elha de cerâm ica. 254

Figura 108 P9. Casa de alvenaria com cobert ura de t elha de fibrocim ent o. 254

Figura 109 Classes de confort o t érm icos regist rados na Forquilha no período 29 e

30/ 11/ 2012. 255

Figura 110 Classes de confort o t érm icos regist rados na Forquilha no período 02 e

03/ 12/ 2012. 257

Figura 111 Classes de confort o t érm icos regist rados na Forquilha no período 04 e 05/ 12/ 2012. 257

(17)

LISTA DE QUADROS

p.

Quadro 1 Com paração do I DHM de São Luís ent re as capit ais nordest inas e m unicípios

brasileiros. 112

Quadro 2 I ndicadores de Vulnerabilidade Social de São Luís ent re os Censos de 1991, 2000

e 2010. 113

Quadro 3 Com paração int ercensit ária dos indicadores Abast ecim ent o de água, Colet a de

esgot o e Colet a de lixo. 114

Quadro 4 Crescim ent o da população rural e urbana (1960-2010). 123

Quadro 5 Maior núm ero de óbit os do Capít ulo CI D-10 ( 1996-2012). 126

LISTA DE TABELAS

p. Tabela 1 Propriedades radiant es de alguns m at eriais t ipicam ent e urbanos. 57

Tabela 2 Tem perat ura superficial e do ar por condições clim át icas det erm inadas pela

(18)

SUMÁRIO

p.

LI STA DE FI GURAS xii

LI STA DE QUADROS xvii

LI STA DE TABELAS xvii

1. INTRODUÇÃO 19

1.1 Objetivos da Pesquisa 26

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 27

2.1 Sistema Clima Urbano e o Canal Termodinâmico 28

2.2 O clima e os indicadores de risco para a saúde 32

2.3 O clima e os problemas associados à qualidade ambiental urbana 43

2.4 Os estudos de Clima Urbano, Conforto Térmico e Saúde 48

2.5 Conforto térmico e a influência dos materiais construtivos 53

2.6 O conceito de Risco e Vulnerabilidade 60

3. MÉTODOS TEÓRICOS E APLICADOS 71

3.1 Procedimentos Metodológicos 72

3.2 Recorte Espacial 83

3.3 A Escolha do Índice de Conforto Térmico 87

4. ÁREA DE ESTUDO: SÃO LUÍS 89

4.1 Localização e Caracterização da Área de Estudo 90

4.2 Dinâmica climática regional e o clima local de São Luís 93

4.3 São Luís: evolução urbana e vulnerabilidade socioespacial 104

4.4 A saúde urbana de São Luís 121

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS - A RELAÇÃO ENTRE O CONFORTO TÉRMICO, O ESPAÇO CONSTRUÍDO E A PERCEPÇÃO DOS

MORADORES. 130

5.1 Áreas escolhidas: padrão das residências, características espaciais e

seus indicadores sociais. 132

5.1.1 Vila Cruzado 133

5.1.2 Salinas do Sacavém 142

5.1.3 Forquilha 152

5.2 Episódios microclimáticos no interior nas residências da Vila Cruzado 160 5.2.1 Com paração dos result ados do P1( residência com cobert ura de cerâm ica)

(19)

5.2.2 Com paração dos result ados do P2 ( residência com cobert ura de fibrocim ent o) com o P3 ( residência de 2 pavim ent os com cobert ura de cerâm ica com laj e) na Vila Cruzado.

171

5.3 Episódios microclimáticos no interior nas residências da Salinas do

Sacavém 180

5.3.1

Com paração dos result ados do P5 ( residência com cobert ura de fibrocim ent o) com o P4 e o P7 ( residência com cobertura de cerâm ica) na Salinas do

Sacavém

183

5.3.2

Com paração dos result ados do P6 ( residência com cobert ura de fibrocim ent o) com o P4 e o P7 ( residência com cobertura de cerâm ica) na Salinas do

Sacavém

195

5.4 Episódios microclimáticos no interior das residências da Forquilha. 205

5.4.1 Com paração dos result ados do P8 ( residência com cobert ura de cerâm ica)

com o P9 ( residência com cobert ura de fibrocim ent o) na Forquilha. 208

5.5 A percepção da população 215

5.6 As condições de conforto térmico nas áreas pesquisadas. 240 5.6.1 Caract erização da tem perat ura efetiva nas residências da Vila Cr uzado. 242 5.6.2 Caract erização da tem perat ura efetiva nas residências da Salinas do Sacavém . 247

5.6.3 Caract erização da tem perat ura efetiva nas residências da Forquilha. 253

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 261

(20)

t

1.

INTRODUÇÃO

(21)

Os est udos referent es ao clim a das cidades desenvolveram - se com m aior at enção, sobret udo com o acelerado processo de urbanização, regist rado na Europa em m eados do século XI X, e nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvim ent o a partir do segundo pós- guerra ( GARCÍ A, GALLEGO & TORRECI LLA, 1997; MORENO- GARCÏ A, 1999)

Ao adent rar o século XX, m et ade da população m undial passou a residir nas cidades, em consequência do crescim ent o m ais acelerado nos países subdesenvolvidos, que apresent am alguns dos cent ros urbanos m ais populosos.

Nas últim as décadas do século XX, t odos os países em desenvolvim ent o passaram por acelerado processo de urbanização, em decorrência de m uit os fat ores, dent re os quais: a m odernização conservadora do cam po, que result ou em int enso êxodo rural; a indust rialização e a força at rativa das cidades.

Observa- se t am bém que o rápido crescim ent o da urbanização nos t rópicos at raiu diversos níveis de indust rialização, que com frequência vêm prej udicando a qualidade do ar e causando problem as de cont am inação at m osférica. (TAESLER, 1984)

Em geral, quando o crescim ent o das cidades se dá de form a desordenada, provoca a degradação am bient al do m eio nat ural, com a j ust aposição de um m eio am biente artificial que alt era o equilíbrio nat ural dos elem ent os clim áticos, cont ribuindo para o surgim ent o de problemas decorrentes dessa interferência, “dos quais a ilha de calor e a poluição do ar dest acam -se como as mais notáveis”. (LOMBARDO, 1985)

As ilhas de calor podem det erm inar o confort o clim ático de populações urbanas, afet ando sua saúde, seu t rabalho e suas atividades de lazer. Há t am bém efeit os econôm icos, com o por exem plo, cust os de cont role clim ático dent ro dos prédios e efeit os am bient ais com o a form ação de smog nas cidades e a degradação de áreas verdes. ( GONÇALVES, 2004)

As condições at m osféricas desem penham , ent ão, fort e influência sobre a sociedade, e os est ados de saúde ou doença do organism o hum ano se constit uem num a das várias m anifest ações dest a int eração.

A saúde hum ana é fort em ent e influenciada pelo clim a. As condições t érm icas, de dispersão ( vent os e poluição) e de um idade do ar exercem dest acada influência sobre a m anifest ação de m uit as doenças, epidem ias e endem ias hum anas. Grande part e dest as respost as int ernas depende da adapt abilidade do ser hum ano. Ent ret ant o, sob cert as condições específicas, “quando excedem determ inados lim it es de im pact o, as reações pessoais podem ocorrer associadas a condições pat ológicas cont rast ant es do t em po m et eorológico”. (SETTE e RIBEIRO, 2011, p. 41)

(22)

vezes, esse im pact o é indiret o, sendo m ediado por alt erações no am bient e com o a alt eração de ecossist em as e de ciclos biogeoquím icos, que podem aum ent ar a incidência de doenças infecciosas.

As flutuações clim áticas sazonais produzem um efeit o na dinâm ica das doenças vet oriais com o, por exem plo, a m aior incidência da dengue no verão e da m alária na Am azônia durant e o período de estiagem . Os event os ext rem os int roduzem considerável flutuação que podem afet ar a dinâm ica das doenças de veiculação hídrica, com o a lept ospirose, as hepatit es virais, as doenças diarreicas, et c. Essas doenças podem ser agravadas com as enchent es ou secas que afet am a qualidade e o acesso à água. Tam bém as doenças respirat órias são influenciadas por queim adas e os efeit os de inversões t érm icas que concent ram a poluição, im pact ando diret am ente a qualidade do ar, principalm ent e nas áreas urbanas.

A variação de respost as hum anas relacionadas às variações clim áticas parece est ar diret am ent e associada às quest ões de vulnerabilidade individual e coletiva. Variáveis com o idade, perfil de saúde, resiliência fisiológica e condições sociais cont ribuem diret am ent e para as respost as hum anas relacionadas às variáveis clim áticas ( MARTI NS et al, 2004) . Out ros est udos t am bém apont am que alguns fat ores que aum ent am a vulnerabilidade dos problem as clim áticos são um a com binação de crescim ent o populacional, pobreza e degradação am bient al ( I PCC, 2001; McMI CHAEL, 2003) .

A form a de organização espacial da população favorece, port ant o, a exist ência de condições ou sit uações de risco que influenciam na saúde pública e na pot encialização de det erm inadas enferm idades. Dessa form a, a m anifest ação das enferm idades pode ser det erm inada por diversos fat ores, t ais com o os am bient ais, os sociais e os culturais que at uam no espaço e no t em po sobre as populações sob risco.

Os est udos a respeit o do clim a urbano nas áreas t ropicais t êm na at ualidade um a produção bast ant e significativa, eles cobrem , com o not ou Oke ( 1986) , um a grande proporção dos t ipos clim áticos t ropicais e subt ropicais, com o por exem plo: equat orial úm ido (Kuala Lum pur) , t ropical úm ido/ seco ( Delhi) , estepe t ropical ( Johannesburg) , subt ropical de t erras alt as ( Cidade do México) e subt ropical úm ido ( Shangai) . Cont udo, est es estudos lidam , em sua m aioria, com o bem conhecido fenôm eno dos cont rast es urbano/ rural de tem perat ura ( efeit o da ilha de calor) , um idade e vent o. Muit o raram ent e est es estudos se referem de m aneira ext ensiva aos aspect os relacionados ao confort o hum ano e às condições de est resse t érm ico dos am bientes urbanos t ropicais. (JAUREGUI , 1991) .

(23)

lhe t raz pert urbações. O clim a t ropical, por suas caract erísticas particulares, reúne excelent es condições para o desenvolvim ent o de um considerável núm ero de doenças, t ant o ligadas ao excesso de calor quant o à queda abrupt a do m esm o e à variabilidade t erm o higro pluviom ét rica. A ent rada rápida de frent es frias de fort e int ensidade, por exem plo, engendra consideráveis im pact os sobre os seres vivos e sobre a população hum ana dest a área.

Pode- se afirm ar que o est udo sobre a relação ent re saúde e am bient e urbano rem ont a ao período hist órico da antiguidade ocident al. Tal referencial é encont rado na obra intitulada “Dos ares, das águas e dos lugares”, de Hipócrates (480 a.C), o qual propôs uma

concepção am bient al para as doenças. Para t ant o, analisou a sit uação das cidades, os seus solos, os tipos de água, os vent os e os m odos de vida que influenciavam a saúde da população residente. (RODRIGUES, 2007; SOUZA e SANT’ANNA NETO, 2008)

A análise da influência do clim a na saúde hum ana, particularm ent e na incidência de doenças, com põe considerável lacuna nos est udos do cam po da clim at ologia geográfica brasileira.

A expressiva reincidência de inúm eras doenças na zona t ropical na at ualidade, como é o que se observa em relação às chamadas doenças “emergentes” como a cólera, a dengue, a m alária, a m eningite et c., coloca inúm eras quest ões não som ent e à epidem iologia e à m edicina, cam pos do conhecim ent o classicam ent e m ais volt ados ao est udo dest as pat ologias, m as dem anda a part icipação de inúm eros out ros cam pos do saber, dent re eles o geográfico.

Ayoade ( 1991) ressalt ou que a influência do clim a na saúde hum ana se dá t anto de m aneira diret a quant o indiret a, e tant o m aléfica quant o benéfica; para o aut or os ext rem os t érm icos e higrom ét ricos acent uam a debilidade do organism o no com bat e às enferm idades, int ensificando processos inflam at órios ao criar condições favoráveis ao desenvolvim ent o dos t ransm issores de doenças cont agiosas; ao cont rário, o ar fresco com t em perat ura am ena, um idade e radiação m oderada, apresent am propriedades t erapêuticas. Todavia, em alguns tipos de doenças a t em perat ura, por exem plo, pode m ais que qualquer out ro elem ent o clim ático, ser o desencadeador principal, com o m ost rou Rouquayrol ( 1994) ao com ent ar t rabalhos relativos à m ort alidade infantil por diarr eias e infecções respirat órias agudas no Rio Grande do Sul.

(24)

Nas cidades, onde as superfícies têm mais capacidade térmica e o grau de impermeabilização é muito maior, ao contrário, a maior parte do fluxo térmico é de calor sensível – que, por sua natureza, é causa de desconforto térmico humano (estresse bioclimático). As estruturas urbanas favorecem ainda o estoque de calor, aumentando a importância desse termo ao sistema, pois, durante a noite, a intensidade da perda térmica é função da quantidade de calor armazenado e disponibilizado na superfície. (ASSI S, p.146)

Além disso, as condições sociais com o sit uação de m oradia, alim ent ação, infraest rutura urbana e acesso aos serviços de saúde são fat ores que aum ent am a vulnerabilidade de populações expost as aos event os ext rem os do clim a, que som ados a exposição a poluent es at m osféricos, podem apresent ar efeit os sinérgicos com o agravam ent o de quadros clínicos. Em áreas sem ou com lim it ada infraest rutura urbana, principalm ent e em países em desenvolvim ent o, t odos esses fat ores podem recair sobre as populações m ais vulneráveis, aum ent ando a dem anda e gast os de serv iços de saúde.

A conj unção da condição clim ática e de fat ores com o a ocupação de espaços insalubres ( m argens de rios e lagos, vert ent es íngrem es, áreas indust riais sob efeit o de fort e poluição am bient al, ent re out ros) , a pobreza represent ada pelo desem prego, pelo fort e déficit habit acional e de infraest rutura, corrobora para a criação de espaços de fort e vulnerabilidade socioespacial.

Apesar dos efeit os do clim a na saúde hum ana sej am conhecidos desde os prim órdios da revolução indust rial, só recent em ent e os est udos de bioclim at ologia hum ana adquiriram caráter científico, incluindo diversos est udos sobre m orbidade e m ort alidade, devidas a sit uações m et eorológicas extrem as, particularm ent e as ondas de calor ou na form ação das cham adas ilhas de calor.

Os est udos sobre confort o t érm ico tem se m ost rado um t em a im port ant e nas últim as décadas, que buscam m elhor com preender seu efeit o sobre o hom em , principalm ent e em relação à sua saúde e ao seu bem -est ar físico e m ent al.

A razão de criarem - se condições de confort o t érm ico est á no desej o do hom em sentir- se term icam ent e confort ável. A sensação de confort o térm ico é obtida at ravés de t rocas t érm icas ent re o am bient e e o ser vivo nele inserido. I st o depende do indivíduo, pois cada um possui um a m aneira própria de acum ular energia para sentir- se confort ável ( XAVI ER, 1999) .

Segundo Mendonça ( 1994) e Danni- Oliveira ( 1999) as caract erísticas clim áticas de um a cidade são influenciadas pelos equipam ent os que ela possui, sendo sentida not adam ente no com port am ent o espacial da t em peratura. Dessa form a, nas áreas onde se concent ram edifícios, t rânsit o de veículos, indúst rias e pessoas, as t em perat uras do ar t endem a ser m ais elevadas do que nas áreas verdes e de baixa densidade de edificações e pessoas.

(25)

ent orno das edificações. Est e calor é det erm inado pelas variáveis de albedo ( reflect ância) e em issividade dos m at eriais. O albedo represent a a porção da radiação solar incident e, que é refletida pelo m aterial, enquant o a em issividade determ ina o desem penho t érm ico caract erizado pela t em peratura superficial.

Assim , superfícies com elevado albedo e em issividade t endem a perm anecerem m ais frias quando expost as à radiação solar, pois absorvem m enos e em it em m ais radiação t érm ica para o espaço, t ransm itindo m enos calor para seu ent orno. Ao cont rário, quant o m enor for o albedo e a em issividade m aior será a absorção de calor e sua perm anência no am biente de ent orno. (SANT’ANNA NETO e AMORIM, 2008)

As m odificações que o espaço urbano provoca nas diferent es variáveis m et eorológicas com influência t érm ica sobre o organism o hum ano – t em peratura do ar, velocidade do vent o, um idade e radiação solar – tendem a agravar os efeit os das ondas de calor, assim com o, a relação ent re as m udanças na ventilação, a dispersão de poluent es at m osféricos e o aum ent o da t em peratura podem com prom et er a qualidade do ar.

Dessa form a, det erm inadas caract erísticas do espaço urbano podem colocar problem as am bient ais particularm ente graves aos seres hum anos. As m odificações clim áticas, que aí ocorrem , cont ribuem de form a acentuada para esses problem as, sendo de esperar que afet em de algum a form a, a saúde hum ana que deve sem pre ser considerada num a perpectiva int egrada e m ultifat orial ( ALCOFORADO e ANDRADE, 2007) .

Est a tem ática faz em ergir um a série de quest ões, que convergem para reflexões acerca da urbanização ( com as suas diversas espacialidades e distint as art i culações sócioespaciais) e para a qualidade de vida da população, delineada por um novo paradigm a, em que, a saúde não é apenas assegurada pelo set or de saúde, m as, a saúde é produzida socialm ent e, relacionada a dim ensões sociais, cult urais, econôm icas e políticas, que devem favorecer a criação de am bient es favoráveis à saúde dos cit adinos.

Nessa perspect iva, o crescim ent o urbano do m unicípio de São Luís nas últim as t rês décadas, m arcado por um a expansão populacional e t errit orial de m odo espont âneo e desorganizado do uso do solo, em especial o urbano, apresent a condições propícias para a form ação de um clim a urbano que decorre de inúm eros agravantes, dentre elas, a form ação de cont rast es t érm icos em diferent es pont os da cidade ( ARAÚJO, 2001; ARAÚJO e SANT’ANNA NETO, 2002 e ARAÚJO, SANT’ANNA NETO e MAFRA (2003). Como resultado provoca inegavelm ent e desconfort o t érm ico para a população local, colaborando para o agravem ent o das condições am bient ais e de saúde, cuj as consequências são focos da pesquisa.

(26)

com prom et em a saúde da população urbana do m unicípio de São Luís.

O t rabalho est rut urou- se em 5 ( cinco) capít ulos fundam ent ais e m ais as considerações finais em que são t rat adas quest ões dos eixos fundam ent ais do t rabalho: confort o t érm ico, vulnerabilidades socioespacial e saúde.

No prim eiro capít ulo apresent a- se a int rodução do t em a, a hipót ese da pesquisa e os obj et ivos alcançados durant e t oda as et apas de pesquisa realizadas. São t rat ados de form a breve os aspect os que consideram a form ação do clim a urbano e do confort o t érm ico, e, de que m aneira essa relação com a vulnerabilidade socioespacial com prom et em a saúde.

No segundo capít ulo, que t rat a da fundam ent ação t eórica da tese, são aprofundados as discussões e o debate dos eixos fundam ent ais que balizaram a pesquisa, fazendo um a abordagem articulada com os aspect os form adores do clim a urbano e com o favorecem sit uações que com prom et em o confort o t érm ico e suas consequências para a saúde da população. Aborda- se t am bém , o papel da sociedade na t ransform ação do espaço urbano a partir de suas necessidades socioeconôm icas e de suas vulnerabilidades socioespaciais e com o essa relação com a o am bient e const ruído t em efeit os diret o e indiret o na saúde da população urbana.

No t erceiro capít ulo são apresent ados os procedim ent os m et odológicos utilizados na pesquisa. São det alhadas as et apas realizados durant e a pesquisa em gabinet e ( com o pesquisa docum ent al, confecção de gráficos e m apas) e na pesquisa de cam po, quando foi realizado o m onit oram ent o t erm o higrom ét rico das residências nas áreas selecionadas, para identificar o grau de confort o térm ico percebido pelos residentes, bem com o, os principais sint om as e doenças que associam com essa condição.

No quart o capít ulo são apresent adas as caract erísticas urbanas e clim áticas da área de est udo, a área urbana do m unicípio de São Luís ( MA) , considerando a sua form ação t errit orial m ais recent e, seus aspect os sociais e econôm icos que caract erizam sua vulnerabilidade socioespacial e com o isso m ant ém ligações diret as com quadro de saúde de sua população. São dest acados ainda, o seu clim a regional, com dest aque para os sistem as m et eorológicos que atuam e influenciam diret am ente as condições clim áticas em São Luís.

(27)

1.1Objetivos da Pesquisa - Geral

- Analisar com o as condições clim áticas durante o tipo de tem po seco ( agost o a dezem bro) , associadas aos padrões const rutivos das residências e, em situações de vulnerabilidade socioespacial, favorecem a form ação de fat ores de risco para a saúde da população urbana de São Luís ( MA) .

- Específicos

- Avaliar o desem penho t érm ico das edificações durant e o tipo de t em po seco em São Luís;

- Correlacionar o desem penho t érm ico das edificações e a existência de sint om as e doenças a partir da percepção da população residente.

(28)

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

(29)

2.1 Sistema Clima Urbano e o Canal Termodinâmico

Os est udos sobre o Clim a Urbano t em cada vez m ais im port ância na atualidade por ser um a t em ática, que t rabalha com quest ões que envolvem o espaço produzido pelo hom em , cuj a consequência da ação ant rópica result a em m udanças significativas no clim a local. Lombardo (1990, p. 163) afirma que: “A cidade constit ui um a das m aiores alt erações da paisagem produzida at ravés do j ogo de relações de forças naturais, socioeconôm icas e culturais”.

A aut ora j á havia com ent ado que a cidade é a m aior expressão social do espaço produzido e sua realidade m ais com plexa e t ransform ada. Cabe aqui discutir o conceit o de espaço urbano num a perspectiva do am biente, ou sej a, a nat ureza alt erada pela int erferência das relações inerent es à produção do espaço urbano.

Segundo Mont eiro ( 1976) , o t rat am ent o do clim a urbano com o um dos com ponent es da qualidade do am bient e, ousa at ent ar para o est udo do clim a da cidade um a condut a de investigação que veja nela não um ant agonism o ent re hom em e a nat ureza, m as um a copart icipação.

A part ir desse posicionam ent o, que em cert o pont o converge com as discussões realizadas at é o m om ent o, ent endem os que nat ureza e sociedade não se encont ram dissociados, m esm o possuindo dinâm icas próprias fazem part e sim ult aneam ent e do espaço geográfico que é produt o social sob form as nat urais pré- exist ent es e t am bém sobre o qual a dinâm ica da natureza m enos visível se m anifest a, espaço esse que nas últim as décadas é cada vez m ais urbano.

At ualm ent e, a m aior part e da população brasileira vive nas cidades, represent ando est e fat o m ais um a razão para que a im port ância dest es est udos aum ent e no país, pois est am os sem pre em busca de m elhor qualidade de vida e confort o am bient al. A int ensa ocupação das áreas urbanas result a em grandes pressões sobre os condicionant es do clim a local, interferindo no t em po e, em alguns casos, provocando variações do clim a.

(30)

Mendonça afirm a que:

O clima constitui-se numa das dimensões do ambiente urbano e seu estudo tem oferecido importantes contribuições ao equacionamento da questão ambiental das cidades. As condições climáticas destas áreas, entendidas como clima urbano, são derivadas da alteração da paisagem natural e da sua substituição por um ambiente construído, palco de intensas atividades humanas. (MENDONÇA, 2003, p. 93)

Do pont o de vist a pragm ático, o est udo do clim a urbano deve sem pre se preocupar com o planej am ent o, de m odo que, ao se conhecer m ais det alhadam ent e o clim a de det erm inado espaço urbano, se t orne possível à const rução de processos de planej am ent o m ais adequados a realidade am bient al local. (UGEDA JUNI OR, 2011)

Port ant o, não se deve desprezar o papel da clim at ologia e sua im port ância em est abelecer um m eio de ligação ent re as t ransform ações espaciais que acont ecem no urbano e suas int erações com o clim a e seus agent es que reproduzem efeit os negativos para a população resident e na cidade.

Dessa form a, dest aca- se a im portância da obra de Monteiro para o desenvolvim ent o da clim at ologia, ao com por um corpo t eórico acom panhando de t odo inst rum ent al m et odológico para o est udo do clim a urbano. Vale ressalt ar que, esse corpo t eórico e inst rum ent al m et odológico, propost o por Mont eiro, nort eia as pesquisas em clim at ologia no Brasil, na m aioria dos est udos realizados at é o present e m om ento.

A t em ática do Clim a Urbano é est udada seguindo as orient ações t eóricas m et odológicas preconizadas por Mont eiro ( 1976) para o entendim ent o do Sist em a Clim a Urbano, no qual o processo de urbanização é encarado com o desorganizador do espaço e com o produt or de m odificações nas com ponent es clim áticas.

Mont eiro ( 1976) desenvolveu o Sistem a Clim a Urbano – SCU, para denom inar um sistem a form ado pelo clim a local – fat or nat ural, e a cidade – fat or social, criando um a nova m et odologia de estudo definidos nos seguintes enunciados básicos:

1 - O clima urbano é um sistema que abrange o clima de um dado espaço terrestre e sua urbanização.

2 - O espaço urbanizado, que se identifica a partir do sítio, constitui o núcleo do sistema que mantém relações intimas com o ambiente regional imediato em que se insere.

3 - O S.C.U. importa energia através do seu ambiente, é sede de uma sucessão de eventos que articulam diferenças de estados, mudanças e transformações internas, a ponto de gerar produtos que se incorporam ao núcleo e/ou são exportados para o ambiente, configurando-se como um todo de organização complexa que se pode enquadrar na categoria dos sistemas abertos.

(31)

5 - A avaliação dessa entrada de energia no S.C.U. deve ser observada tanto em termos quantitativos como, especialmente, em relação ao seu modo de transmissão.

6 - A estrutura interna do S.C.U., não pode ser definida pela simples superposição ou adição de suas partes (compartimentação ecológica, ou funcional urbana), mas somente por meio da íntima conexão entre elas. 7 - O conjunto-produto do S.C.U. pressupõe vários elementos que caracterizam a participação urbana no desempenho do sistema. Sendo variada e heterogênea essa produção, faz-se mister uma simplificação classificadora que deve ser constituída através de canais de percepção humana.

8 - A natureza urbana do S.C.U. implica em condições especiais de dinamismo interno consoante o processo evolutivo do crescimento e desenvolvimento urbano, uma vez que várias tendências ou expressões formais de estrutura se sucedem ao longo do processo de urbanização. 9 - O S.C.U. é admitido como passível de autorregularão, função essa conferida ao elemento homem urbano que, na medida em que o conhece e é capaz de detectar suas disfunções, pode através do seu poder de decisão, intervir e adaptar o funcionamento do mesmo, recorrendo a dispositivos de reciclagem e/ou circuitos de retroalimentação capazes de conduzir o seu desenvolvimento e crescimento seguindo metas preestabelecidas.

10 - Pela possibilidade de interferência autorreguladora, acrescentam-se ao S.C.U., como sistema aberto, aquelas propriedades de entropia negativa pela sua própria capacidade de especialização dentro do crescimento através de processos adaptativos, podendo ser qualificado, assim, como um sistema morfogenético. (MONTEI RO, 1976, p. 95 - 102)

O sist em a propost o por Mont eiro visa à com preensão da organização clim ática da cidade que t em a atm osfera com o seu operador, enquant o que t odos os out ros aspect os ( a t opografia, as variações verticais das edificações, as áreas verdes, as pessoas e suas atividades, as funções urbanas) constit uem operandos dinâm icos. Assim , a cidade é ent endida com o um organism o que desem penha funções.

Dent ro dos direcionam ent os dos estudos do SCU Mon t eiro (1976, 2003) frisa que é necessária um a sim plificação, para m elhor com preensão dest e sist em a, e coloca que essa sim plificação deve ser feit a de acordo com os canais da percepção hum ana do Clim a Urbano: Confort o Térm ico, Qualidade do Ar e I m pact o Hidrom et eórico; esses canais de percepção deram origem aos t rês níveis que form am a est rut ura geral do S.C.U. – seus t rês subsist em as – Term odinâm ico, Físico- Quím ico e Hidrom eteórico.

Ely (2006) dest aca que nessa t eoria, de acordo com Mont eiro ( 1976) , o responsável pelo desenvolvim ent o dessas funções é o hom em e o estudo do clim a urbano deve t ê-lo com o referencial, buscando a int ervenção e a m elhoria do am biente urbano considerando os seguint es canais de percepção hum ana:

a) Conforto térmico: englobando as componentes termodinâmicas que, em suas relações, se expressam, através do calor, ventilação e umidade nos referenciais básicos a esta noção. É um filtro perceptivo bastante significativo, pois afeta a todos permanentemente.

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outras formas de poluição (água, solo, etc.), a do ar é uma das mais decisivas na qualidade ambiente urbana.

c) Impacto meteórico: aqui estão agrupadas todas aquelas formas meteóricas, hídricas (chuva, neve, nevoeiros), mecânicas (tornados) e elétricas (tempestades) que, assumindo, eventualmente, manifestações de intensidade são capazes de causar impacto na vida da cidade, perturbando-a ou desorgperturbando-anizperturbando-ando-lhe perturbando-a circulperturbando-ação e serviços. (MONTEI RO, 1976, p. 100)

Os canais de percepção do Sistem a Clim a Urbano ( S.C.U.) , constit uem - se em um produt o do Sist em a onde a participação urbana, m as principalm ent e a part icipação socioespacial possui influência decisiva na est rut uração e desem penho do m esm o. São eles os do confort o t érm ico, o da qualidade do ar e do im pact o m et eórico. É im port ante dest acar que a fragm ent ação em subsist em as ou canais de percepção não sugere um a abordagem separat ist a, m as sim necessária a um a m elhor decom posição dos m últiplos elem ent os com ponent es dos m esm os, pois é im possível dissociá-los, são em sua essência int er-relacionados e int erdependent es. ( MALHEI ROS, 2006)

O canal de percepção do Confort o Térm ico, ligado ao subsistem a Term odinâm ico do S.C.U., engloba as com ponent es derivadas do calor, da ventilação e da um idade, afet a a t odos const ant em ent e. As pesquisas no cam po t erm odinâm ico têm grande im port ância nos est udos de Arquitet ura e Urbanism o, principalm ente na definição do confort o am bient al hum ano.

O canal Qualidade do Ar, ligado ao subsistem a Físico- Quím ico, se expressa pela poluição atm osférica, considerada pelo m esm o aut or um dos m ales do século, m as que t em um a associação m uit o diret a com os distint os tipos de t em po geradores da concent ração ou da dispersão da poluição pelo ar.

O canal I m pact o Met eórico agrupa as form as hídricas ( com o chuvas, neves e nevoeiros) , m ecânicas ( com o os t ornados) e elét ricas ( t em pest ades) , que t êm a possibilidade de, eventualm ent e, se m anifest ar com grande int ensidade e result am em grandes im pact os urbanos, causando pert urbações e desorganizando a circulação e os serviços urbanos. Nas cidades brasileiras, são const ant es os problem as derivados do subsist em a hidrom eteórico devido a sua configuração clim ática e aos problem as de ordem socioam bient ais exist entes.

Os canais de percepção enquant o produt o das atividades desem penhadas pela própria sociedade gera m últiplos im pact os advindos das m odificações de usos do solo e revelam a necessidade de ações no sentido de identificação do fenôm eno e de anular seus efeit os negativos na qualidade de vida da população. Além do regist ro do ponto de vist a quantit ativo do fenôm eno, a análise qualit ativa, ou sej a, com o a população percebe e reage a t ais problem as am bient ais regist rados a partir de suas percepções se reverte t am bém de grande significado ( MONTEI RO, 1976) .

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t erm os de confort o t érm ico. Com o o próprio aut or identifica, são j ust am ent e os com ponent es t erm odinâm icos do clim a aqueles para onde convergem e se associam t odos os out ros com ponent es. Dent ro do esquem a do S.C.U., esse canal at ravessa toda a sua est rut ura, pois que é o insum o básico, é transform ado na cidade e pressupõe um a produção fundam ent al no balanço de energia líquida at uant e no sist em a”.( MONTEI RO, 1976, p. 109) O insum o básico do subsist em a t erm odinâm ico ( confort o t érm ico) é proveniente da radiação solar e, consequent em ente do balanço t érm ico associado aos m ovim ent os dinâm icos da circulação at m osférica nas escalas zonal, regional e local ( est á sensível às caract erísticas do espaço urbano produzido socialm ent e, decom post a nas escalas m eso, t opo e m icroclim ática)

Tom ando- se o caso do confort o t érm ico, o crescim ent o urbano e as consequent es int ervenções, no espaço da cidade, carent es de um planej am ent o adequado, podem se m anifest ar em valores t érm icos m ais elevados nas áreas de m aior densidade de const rução da cidade, conhecidas com o ilhas de calor que result am em situações de m uit o desconfort o e riscos para a saúde dos habit ant es.

2.2 O clima e os indicadores de risco para a saúde

A literat ura de nosso conhecim ent o indica que no plano físico os elem entos biogeográficos, hidrogeográficos, clim áticos, t opográficos podem condicionar as atividades e o m odo de vida do ser hum ano, porém em suas obras Sorre dá um dest aque especial ao clim a com o um condicionador das atividades do com plexo vivo ( plano social e biológico) .

Segundo Sorre ( 1984, p.32) :

Cada tempo se define por uma combinação de propriedades a que chamamos de elementos do clima: pressão, temperatura, higrometria, precipitação, estado elétrico, velocidade de deslocamento, composição química e carga sólida, radiações de todo tipo. Esses elementos são desigualmente conhecidos e nem sempre podemos precisar-lhes o significado para a fisiologia ou para psicologia, individuais ou coletivas.

A int eração dos elem ent os vent o, chuva, t em peratura, um idade e radi ação cont ribuem para a form ação das regiões bioclim at ológicas da t erra nas quais, hist oricam ent e, nasceram e int eragem t odas as form as de vida. Port ant o, pode- se dizer que o clim a, m ais que quaisquer out ros sist em as nat urais, t ranscendem t odas as front eiras das atividades naturais e hum anas, influindo na água, nas plant as, na fauna e na agricult ura. É a at uação desses fat ores e elem ent os que det erm ina as condições clim áticas dos lugares e é responsável pelas diferenças ent re as paisagens. O confort o hum ano e, em alguns casos, a sobrevivência, têm dependido da habilidade com que os edifícios e lugares se t êm adapt ado ao m eio am bient e clim ático ( HOUNG,1998) .

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t rocas energéticas recíprocas e int erdependent es. O clim a é o result ado de com plexas int erações ent re elem ent os clim áticos ( t em perat ura, um idade, precipit ação, evaporação, ent re out ros) e processos físicos que envolvem a at m osfera, oceano e superfícies sólidas ( veget adas ou não) (GOLDREI CH, 1995; SANT’ANNA NETO, 2000; CONTI , 2000) . Os fenôm enos relacionados com o com port am ent o da atm osfera são orient ados no sentido da com preensão de sua ext ensão ( espaço) e de sua duração (t em po) ( TARI FA e AZEVEDO, 2001) . As int erações e fenôm enos ainda são pouco conhecidos individualm ente ( CONTI , 2000) , o que faz com que a descrição quantit ativa do clim a represent e um verdadeiro desafio para a ciência.

A principal dificuldade dos est udos clim áticos é j ust am ent e a não linearidade do sistem a, que faz com que os m ecanism os que at uam sobre os elem ent os e os fat ores clim áticos exerçam influência de m esm a ordem de grandeza, m as em sentido cont rário ( CONTI , 2000) . Diante da int eração de alguns fat ores, a nat ureza pode apresentar reações diversas, de form a que é difícil prever qual com port am ent o será apresent ado.

Esses elem ent os clim áticos podem desencadear um a série de reações no ser hum ano, bem com o um a influência significant e nos agent es pat ogênicos. Dent re os elem ent os higrot érm icos e pluviom ét ricos const it ui em elem ent os de essencial im port ância para “as atividades fisiológicas e para o surgim ent o de enferm idades, bem com o a pressão at m osférica, que com a dim inuição da pressão do oxigênio faz sentir seus efeit os sobre o funcionam ent o do organism o” ( SORRE, 1984, p.38) .

Os im pact os na saúde das populações hum anas, decorrent es de processos relacionados às m udanças clim áticas globais (Figura 1) , têm sido obj et o de atenção não apenas por instit uições acadêm icas e governos nacionais, m as t am bém por órgãos e program as int ergovernam ent ais, específicos do set or saúde. Ent re esses, devem ser dest acados, inicialm ent e, a com issão de saúde do I PCC ( Painel I nt ergovernam ent al de Mudanças Clim áticas) .

Referências

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