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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.6. O conceito de Risco e Vulnerabilidade

Est ar vulnerável é a t ônica cent ral da cont em poraneidade, decorrent e das incert ezas, riscos e am eaças que são cada vez m ais diversificados e interferem no equilíbrio das form as de vida, sej a no am bient e nat ural, sej a no social. Diant e deste context o, cada vez m ais são frequentes estudos que buscam entender as situações de vulnerabilidade que podem atingir pessoas, t errit órios, recursos e ecossistem as naturais, entre out ros elem ent os. ( PESSOA 2012)

Abordam - se, em prim eiro lugar, as definições de risco e vulnerabilidade que só podem ser ent endidas com o um processo associado a diferent es cont ext os hist órico- sociais e a diferent es áreas científicas que as desenvolveram para t rat ar seus obj et os. Não se

pret ende, ent ret ant o, por um a quest ão de lim it ação da análise, fazer exam e exaustivo da t raj et ória do uso dos conceit os em quest ão.

É im port ant e ressalt ar, que, segundo Hogan e Marandola Junior ( 2006) e Beck ( 2010) , exist e um a relação ent re vulnerabilidade e risco: a vulnerabilidade opera apenas quando o risco est á present e; sem risco, vulnerabilidade não t em efeit o. A palavra vulnerável origina- se do verbo latim vulnerare, que significa ferir, penet rar. Por essas raízes etim ológicas, vulnerabilidade é um term o geralm ent e usado na referência de predisposição a desordens ou de susceptibilidade ao est resse.

A relação ent re vulnerabilidade e risco frent e a sit uações adversas, bem com o, o com port am ent o dos suj eit os perante esses event os depen de de sua vulnerabilidade, ou sej a, há um a predisposição ou m esm o respost a pouco adequada à sit uação. Um dos fat ores de risco para o desenvolvim ent o psicológico e social é o baixo nível socioeconôm ico. Em fam ílias pobres, operam com o fat ores de alt o risco, além do baixo nível socioeconôm ico, a rem uneração parent al, baixa escolaridade, fam ílias num erosas e ausência de um dos pais ( JANCZURA, 2012) .

A noção de risco est á bast ant e difundida na sociedade. É obj et o de debat es, análises e est udos no m eio acadêm ico, governam ent al e em presarial. Na m aior part e das vezes, é acom panhada de adj etivos com o: risco am bient al, risco social, risco tecnológico, risco financeiro, risco nat ural. Geralm ent e, o risco est á associado a acidentes nat urais, segurança pessoal, saúde, condições de habit ação, t rabalho, t ransport e, condição da criança e do adolescente, violência, investim ent os financeiros, enfim ao cotidiano da sociedade m oderna.

Conform e sua origem , os riscos, de form a geral, são classificados em t rês cat egorias, que podem ou não est ar inter- relacionadas ( CASTRO; PEI XOTO; PI RES DO RI O, 2005) : o risco t ecnológico relaciona- se aos processos produt ivos e da atividade agrícola, científica e indust rial; o risco nat ural é ligado aos processos e event os de origem nat ural ou induzido por atividades hum anas (conot ação am bient al ou socioam bient al) ; o risco social é frut o das atividades hum anas, incluídos aí os econôm icos, m ilitares e os relacionados à saúde.

I nt rínseca às condições de vulnerabilidade est á a probabilidade de am pliação da exposição aos riscos e perigos que podem const it uir - se em event os isolados ou int ensificadores de um a m aior frequência de ocorrência. Essa am pliação à exposição de riscos e perigos relacionados às condições de vulnerabilidade a que a sociedade e a nat ureza est ão suj eit os result am das cont radições produzidas pela m odernidade ( ESTEVES, 2011) . Beck ( 2010) define esse m om ent o de expansão das am eaças e perigos com o a era da risk society, m arcada pela ocorrência de cat ást rofes e m ais e m ais desast res. Ent ret ant o, ao reconhecer a sociedade do risco, Beck ( 2010) inst aura, conform e j á se afirm ou ant eriorm ent e, um a nova perspect iva de análise social at ravés das sit uações

de risco a que t odos est ão suj eit os, independent e da classe social a que o indivíduo pert ença. Cont udo, o que diferencia as classes sociais são as condições de vulnerabilidades que apresent am e que int erfere sobre a int ensidade dos efeit os dos riscos.

A noção de risco im plica não som ent e im inência im ediat a de um perigo, m as t am bém a possibilidade de, num fut uro próxim o, ocorrer um a perda de qualidade de vida pela ausência de ação preventiva. A ação preventiva est á relacionada com o risco, pois não se t rat a de só m inorar o risco im ediat am ent e, m as de criar prevenções para que se reduza significativam ent e o risco, ou que ele deixe de existir .

A dist ribuição espacial dos riscos, não descart ando a sua m anifest ação nas áreas rurais, tende a existir uma concentração espacial nas áreas urbanas, principalmente “em função da inadequação ou de caract erísticas conflit ant es das form as de ocupação e uso do solo e os processos produtivos/tecnológicos, sociais e ‘naturais’, que determinam situações deperdas potenciais ou efetivas”(CASTRO; PEIXOTO; PIRES DO RIO, 2005, p.27)

Nas cidades, os locais m ais afet ados especialm ent e por inundações e deslizam ent os cost um am ser aqueles que servem de m oradia para as populações m ais carent es, onde as habit ações são precárias e exist em debilidades na infraest rut ura urbana. Nest as áreas t am bém é com um que se sobreponham sit uações de pobreza e degradação am bient al relacionada ao destino inadequado dos dej et os líquidos e sólidos. Diante disso, a abordagem calcada na ideia de vulnerabilidade socioespacial é apropriada, pois visa identificar as diferent es suscetibilidades sociais perante event os desastrosos e os efeit os da degradação do am biente.

A vulnerabilidade geralm ent e é definida com o um a situação em que est ão present es t rês elem ent os ( ou com ponent es) : exposição ao risco; incapacidade de reação; e dificuldade de adapt ação diante da m at erialização do risco. Pode- se pensar, ent ão, genericam ent e, que a vulnerabilidade est á com post a de t rês elem ent os: suscept ibilidade ao risco, grau de exposição e capacidade da sociedade se adapt ar diant e da possibilidade de ocorrência do risco. Nessa perspectiva, as pessoas, grupos sociais e lugares m ais vulneráveis seriam aqueles m ais expostos a sit uações de risco e com m enor capacidade de se recuperar. ( ALVES, 2006)

As condições de vulnerabilidade resultam de processos sociais e mudanças ambientais que é denominada de vulnerabilidade socioambiental, pois combinam: 1) os processos sociais relacionados à precariedade das condições de vida e proteção social (trabalho, renda, saúde e educação, assim como aspectos ligados à infraestrutura, como habitações saudáveis e seguras, estradas, saneamento, por exemplo) que tornam determinados grupos populacionais (por exemplo, mulheres e crianças), principalmente entre os mais pobres, vulneráveis aos desastres; 2) as mudanças ambientais resultantes da degradação ambiental (áreas de proteção ambiental ocupadas, desmatamento de encostas e leitos de rios, poluição de águas, solos e atmosfera, por exemplo) que tornam determinadas áreas mais vulneráveis quando da ocorrência de uma ameaça e seus eventos subsequentes. (FREI TAS et al, 2012, p. 1578)

Do ponto de vista econômico, Oliveira (1995) registra que os grupos “indigentes” e “pobres” se constituem nos maiores contingentes vulneráveis da sociedade brasileira, sendo que o m ecanism o produt or dessa vulnerabilidade, basicam ente, é o m ercado de força de t rabalho. A dim inuição da vulnerabilidade desses grupos est á ligada, na opinião do aut or, à ret om ada do crescim ent o econôm ico do país dent ro de um novo m odelo e em níveis que possam ofert ar em pregos capazes de reem pregar quem foi desem pregado e em pregar os que est ão ingressando na idade de t rabalhar. Mas, se não ocorrer essa ret om ada, segundo Oliveira ( 1995) , a concent ração da renda continuará produzindo indigentes do m ercado inform al de t rabalho.

Em sociedades baseadas em econom ia de m ercado, Carneiro e Veiga ( 2004) ent endem que a pobreza represent a a prim eira aproxim ação da m aior exposição a riscos, principalm ent e em cont ext os em que fam ílias pobres não cont am com um a rede pública de prot eção social ( acesso a bens e serviços básicos que viabilizem m elhores oport unidades para enfrent ar as adversidades) . A ausência de recursos m ateriais alim ent ará out ras fragilidades: baixa escolarização, condições precárias de saúde e de nut rição, m oradias precárias em locais am bient alm ent e degradados e condições sanit árias inadequadas ( necessidades insatisfeit as) .

Hogan e Marandola ( 2006) ent endem que a vulnerabilidade é um processo que envolve t ant o a dinâm ica social quant o as quest ões am bient ais vivenciadas pela população de um a det erm inada localidade e est á relacionada ao m aior ou m enor grau de risco que a população enfrent a face aos problem as t ant o de ordem social e econôm ica, quant os aos deflagrados por condicionant es atm osféricos e geológicos.

Ent endendo a vulnerabilidade com o um processo que envolve t ant o condicionant es sociais com o as condições am bient ais, vê- se que as diversas classes sociais est ão suj eit as em m aior ou m enor grau a problem as que afet am seu cotidiano. Porém , o crescim ent o desordenado das cidades, faz com que a população de baixa renda ocupe áreas de risco. Essa segregação socioespacial acarret a não só no aum ent o dos riscos ( doenças, m ort es, perdas econôm icas) , m as em problem as am bient ais, j á que as ocupações de áreas com o as encost as e várzeas de rios causam danos ao m eio am biente, com o desm at am ent o e poluição, o que acarret a no aum ent o da vuln erabilidade da população.

Os problem as am bient ais int ensificam - se principalm ente com a ocupação desordenada dos am bient es de m aior fragilidade am bient al. A retirada da cobert ura veget al, os assoream ent os, os at erros de corpos hídricos, a degradação das dunas, planícies fluviais, lacust res e fluviom arinhas, aum ent o da im perm eabilização e da quantidade e velocidade do escoam ent o superficial interferem significativam ent e nos processos nat urais, desencadeando desequilíbrios am bient ais em ergent es.

Esses desequilíbrios vão se m anifest ar pela incidência de riscos am bient ais quando da ocorrência de fenôm enos nat urais espont âneos – com o os de origem clim ática, as enchent es e inundações – eventos esses que, m esm o de baixa m agnitude, ocasionam perdas hum anas e econôm icas severas, principalm ent e nos países em desenvolvim ent o, com o é o caso do Brasil. Essas perdas est ão relacionadas m uit o m ais à vulnerabilidade da sociedade e à ocorrência desses fenôm enos do que a int ensidade dest es. ( SANTOS, 2011) Existem várias definições e possibilidades de se com preender a vulnerabilidade. Num a perspectiva popular baseada no senso com um , a vulnerabilidade se refere à susceptibilidade em ser afet ado por algum a coisa, enquant o em t erm os acadêm icos as abordagens de vulnerabilidade assum em a polissem ia do conceit o, t ornando- a passível de investigação pelas diversas áreas do conhecim ent o científico

.

( PORTO, 2007)

Para Tom inaga ( 2009) a vulnerabilidade pode ser definida com o um conjunt o de processos e condições result ant es de fat ores físicos, sociais, econôm icos, políticos e ecológicos que aum ent am a susceptibilidade ao im pact o de um perigo

.

As análises sobre a vulnerabilidade podem ser t om adas num a perspectiva individual ou coletiva, cont udo, fica evident e que, m esm o num a análise que tom a com o referência o indivíduo, a vulnerabilidade pode ser com partilhada por um grupo social, ou sej a, a vulnerabilidade em grande m edida se dá em virtude da dist ribuição da população em t orno de um local de risco.

Segundo Port o ( 2007, p. 167) ,

A vulnerabilidade social pode ser dividida em dois tipos – populacional e institucional. A vulnerabilidade populacional corresponde a grupos específicos mais susceptíveis a determinados tipos de risco. Não se trata apenas de maior exposição, mas, sobretudo, da dificuldade ou incapacidade que esses grupos possuem de identificar e reagir aos riscos, bem como atuar nos processos decisórios. O autor ainda destaca a ideia de que a existência desses grupos está relacionada aos processos históricos que concentram poder político e econômico.

Ao mesmo tempo, a vulnerabilidade institucional está relacionada à incapacidade/ineficiência da sociedade e suas instituições em regular, fiscalizar, controlar e mitigar os riscos, especialmente nos grupos sociais e territórios mais vulneráveis. Esta vulnerabilidade é decorrente da fragilidade do sistema, representado pelos marcos: regulatórios, jurídicos, normativos, institucionais, bem como pela restrição de recursos técnicos, humanos e econômicos.

As desigualdades suscit adas pelo m odelo socioeconôm ico est ão int rinsecam ente associadas com a dist ribuição socioespacial das enferm idades. É com um encont rar nas cidades, de um lado, am bientes precários, sem saneam ent o básico, com infraest rut ura urbana deficit ária e m oradias m al concebidas, que at est am cont ra a saúde e confort o das pessoas, onde a qualidade am bient al e de vida hum ana é com prom etida, e, de out ro lado, um am bient e urbano opulent o, com residências luxuosas, onde há eficient es serviços públicos e onde não falt am equipam entos urbanos de lazer e saúde. I sso irá proporcionar

am bientes urbanos desiguais, com distint os níveis de qualidade de vida. ( SPERANDI O, 2006) .

A segregação socioespacial urbana t am bém é verificada no m unicípio de São Luís e, especialm ent e na sua área urbana, que se constit ui o universo dest a análise, pois nela pode- se encont rar o com plexo j ogo desigual do crescim ent o urbano, que seleciona algum as áreas, dot ando- as de t odos os serviços, e exclui out ras unidades espaciais de serviços e inst rum ent os urbanos básicos e essenciais.

Assim , a qualidade de vida e o acesso aos serviços sanit ários e de saúde, que condicionam os processos de saúde/ doença, est ão fort em ent e vinculados ao lugar que o hom em ocupa dent ro dos diferent es territ órios int raurbanos. O m eio am bient e urbano int ervém de inúm eras form as, na saúde e na qualidade devida das pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde ( OMS) , “saúde é o completo estado de bem-estar físico, mental e social”. Portanto, a saúde não só se dá pela ausência de doenças, com o é fruto de um am biente adequadam ente organizado e equilibrado. Dessa form a, a qualidade do am biente é um a pré- condição para os processos Saúde- Doença.

Roj as ( 1998) vai m ais além , ao explicitar que a fom e j unt am ente com a m iséria, a desnut rição, a insalubridade, a desesperança, a t risteza, a cont am inação do ar, das águas, das t erras e t ant o out ros m ales definem os espaços que se const roem e se reconfiguram perm anentem ent e. Assim identificar e revelar est es espaços hum anos são possibilidades de m elhorar a efetividade e a qualidade das ações em saúde, sendo de responsabilidade e de urgência.

A visão da saúde am bient al m ost ra a necessidade de se estudar as causas sociais da doença, “com o tam bém de se abandonar concepções ecologistas reducionistas. Port ant o, a saúde am bient al abre um cam po m ais am plo à saúde pública para at ender as condições das m aiorias em pobrecidas, m as t am bém as novas doenças de gêneses ambientais” (LEFF, 2001, p. 312). O próprio conceito de saúde é am pliado quando relacionado com a tem ática am bient al e quando int egrado com a saúde dos ecossistem as.

De acordo com Freit as e Port o ( 2006, p. 27 e 28)

Problemas de saúde e ambiente precisam ser compreendidos de forma a incorporar a pluralidade de dimensões e perspectivas que caracterizam sua complexidade. A análise dos diferentes fenômenos envolvidos pode ser realizada por várias disciplinas e abordagens que produzem recortes particulares da realidade analisada. Contudo, abordagens técnicas restritas, mono ou multidisciplinares, são ineficientes para analisar e enfrentar problemas complexos que envolvam múltiplas dimensões e relações entre dinâmicas globais e locais. A complexidade dependerá das escalas espaciais e temporais envolvidas, das incertezas associadas aos problemas ambientais, e das dinâmicas sociais que articulam os interesses e processos decisórios em torno dos problemas.

A vulnerabilidade aos efeit os do clim a pode ser definida de acordo com o I PCC (2001) “o grau de suscetibilidade de indivíduos ou sistem as ou de incapacidade de resposta

aos efeit os adversos da m udança clim ática, incluindo- se a variabilidade clim ática e os eventos extremos”.

Para Confalonieri ( 2003) Vulnerabilidade, pode ser definida com o o produt o da exposição física perant e um perigo nat ural e sua capacidade em poder se preparar e recuperar diant e dos im pact os negativos de um desast re, sendo, t am bém , as caract erísticas de um grupo, ou m esm o um a pessoa, em poder se ant ecipar, resistir e solucionar j unt o aos im pact os, podendo ser eles, os agravados pela influência do clim a.

Um dos aspect os m ais im port ant es no est udo das relações ent re clim a e saúde hum ana diz respeit o à análise da vulnerabilidade socioam bient al da população. A aplicação do conceit o de vulnerabilidade é fundam ent al para o m apeam ent o das populações com m aior risco de serem atingidas e, consequent em ent e, a t om ada de decisão acerca de m edidas de adapt ação ou prot eção da população cont ra os efeit os delet érios do clim a na saúde. ( CONFALONI ERI , 2008)

Confalonieri ( 2008) dest aca que em 2005 foi concluído pela Fiocruz, um est udo financiado pelo Program a de Mudança Global do Clim a ( Minist ério da Ciência e Tecnologia) , com o obj etivo de se const ruir um indicador sint ético de vulnerabilidade da população brasileira aos im pact os do clim a na saúde. A const rução de índice com post o de vulnerabilidade baseou- se em t rês com ponent es principais: com ponent e socioeconôm ico; com ponent e epidem iológico e com ponent e clim ático. Os result ados apresent ados na figura 4 est ão discrim inados os valores finais de Í ndice de Vulnerabilidade Geral ( I VG) , para cada Est ado brasileiro. Quant o m ais próxim o de 1 for o valor final obtido, m aior o grau de vulnerabilidade.

Em relação às m udanças clim áticas e seus efeit os na saúde da população, os result ados dest acam a região Nordest e que t em o clim a m ais alt erado, pelo fat o do aum ent o das t em perat uras e dim inuição das chuvas A predom inância, na região, de um clim a sem iárido, suj eit o a secas periódicas e um a população apresent ando baixos indicadores socioeconôm icos.

Figura 4. Classificação dos est ados segundo o I VG. Fonte: CONFALONI ERI (2008)

Considerando que o m unicípio de São Luís não apresent a at é o m om ent o um Mapa de Vulnerabilidade Socioam bient al, os result ados indicados no t rabalho, colocando o Maranhão no segundo grupo de m aior vulnerabilidade, represent am , de cert a m aneira, um indicativo significativo para t ent ar enquadrar a capit al do est ado num pat am ar relevant e da associação da sua precária condição socioam bient al e os reflexos na saúde de sua população.

Os riscos e os prej uízos dos event os m et eorológicos são m ais int ensos onde a população est á expost a às condições de vulnerabilidades, port ant o, os riscos são pot encializados. Os problem as sociais frent e às alt erações at m osféricas são tom ados a part ir da vulnerabilidade dos grupos sociais em seu am bient e.

Dessa forma, Sant’Anna Neto (2008, p. 79) explica que as “características dos elem ent os do clim a e a variação rítm ica dos tipos de tem po podem ser consideradas com o fat ores inerent es à qualidade de vida. Associados às condições sociais e às políticas públicas no set or da saúde, podem oferecer um excelent e inst rum ent o de gest ão e de m itigação ao que denom inam os de Geografia da Saúde”.