QUALI DADE DO SONO DE MULHERES PORTADORAS DE CÂNCER
GI NECOLÓGI CO E MAMÁRI O
1Renat a Furlani2 Maria Filom ena Ceolim3
A qualidade de sono r efer ida pelo pr ópr io indiv íduo é r econhecida at ualm ent e com o indicador de saúde e de qualidade de vida. Est e est udo explorat ório e descrit ivo t eve por obj et ivo descrever a qualidade habit ual do sono de m ulher es com câncer ginecológico e m am ár io e com par á- la à qualidade do sono das m esm as na hospit alização. Par t icipar am 25 m ulher es hospit alizadas par a t r at am ent o clínico do câncer que responderam ao Í ndice de Qualidade de Sono de Pit t sburgh ( PSQI ) at é 72 horas após a adm issão e quando previst a a alt a hospit alar. Verificou- se que 52% das m ulheres apresent avam m á qualidade de sono habit ual e que, na hospit alização, esse percent ual elevou- se para 80% . Com o causas m ais freqüent es de pert urbação do sono na hospit alização dest acaram - se: necessidade de usar o banheiro; despert ar precoce; cuidados prest ados pela equipe de enferm agem . Os resultados apontam para a necessidade de cuidados oncológicos que englobem a qualidade de sono desses pacient es, sobret udo na hospit alização.
DESCRI TORES: sono; neoplasias; enferm agem ; hospit alização
SLEEP QUALI TY OF W OMEN W I TH GYNECOLOGI CAL
AND BREAST CANCER
Subj ect ive sleep qualit y has been recognized as a valuable indicat or of healt h and qualit y of life. This exploratory and descriptive study aim ed at describing habitual sleep quality of wom en suffering from gynecological and br east cancer and com par ing habit ual v er sus sleep qualit y dur ing hospit alizat ion. Tw ent y - fiv e w om en adm itted in hospital for clinical treatm ent of cancer com pleted the Pittsburgh Sleep Quality I ndex ( PSQI ) within 72 hours aft er adm ission and again j ust before discharge. Fift y- t wo percent of subj ect s report ed habit ual bad sleep qualit y, and t his proport ion increased t o 80% of subj ect s during hospit al st ay. Subj ect s indicat ed t he follow ing m ost fr equent causes of night sleep dist ur bance: need t o go t o t he t oilet , w ak ing up ear ly and receiving nursing care during the night. Results point to the im portance of including careful assessm ent of sleep qualit y and environm ent in nursing care planning for oncology pat ient s, m ainly during hospit alizat ion.
DESCRI PTORS: sleep; neoplasm s; nursing; hospit alizat ion
CALI DAD DEL SUEÑO EN MUJERES CON CÁNCER
GI NECÓLOGO E MAMARI O
Act ualm ent e, la calidad de sueño referida por el propio individuo es reconocida com o un indicador de salud y calidad de v ida. Est o est udio ex plor at or io y descr ipt iv o descr ibe la calidad habit ual del sueño de m uj eres con cáncer ginecológico y m am ario y la confronta con la hospitalización. Se desarrolló con 25 m uj eres hospitalizadas para tratam iento clínico del cáncer ginecológico. Se colectaron inform aciones m ediante el Pittsburgh Sleep Quality I ndex ( PSQI ) y se verifico que el 52% de los suj etos poseía m ala calidad del sueño habitualm ente, m ient r as el 80% hubier a m ala calidad en la hospit alización. Las or ígenes de las per t ur baciones del sueño noct urno apunt adas m ás frecuent em ent e fueron: usar el baño, despert arse t em prano y ser cuidado por las enferm eras durant e la noche. Los result ados m uest ran la necesidad de que el planeam ient o de cuidados de enferm ería para m uj eres con cáncer ginecólogo incluya la evaluación de la calidad del sueño de las pacient es, inclusive en la hospit alización.
DESCRI PTORES: sueño; neoplasm as; enferm ería; hospit alización
1 Trabalho extraído da Dissertação de Mestrado; 2 Mestre em Enferm agem , e-m ail: re_furla@yahoo.com .br; 3 Professor Doutor, e-m ail: fceolim @fcm .unicam p.br.
I NTRODUÇÃO
A
qualidade de sono r efer ida pelo pr ópr io indiv íduo e seu im pact o na v ida diár ia de pessoas saudáv eis ou doent es t or nou- se um dos pr incipais focos de at enção dos pesquisadores, por ser o sono um processo fisiológico e com port am ent al essencial par a o f u n cion am en t o adequ ado do or gan ism o. O con h ecim en t o da qu alidade de son o passou a ser con sider ado u m ar t ifício clín ico im por t an t e par a a ident ificação de problem as de saúde( 1), um a vez que aos dist úr bios de sono podem se associar quadr os d e f a d i g a , a l t e r a çõ e s d e h u m o r e r e d u çã o d a t olerância à dor( 2).As p e sso a s a co m e t i d a s p o r p r o b l e m a s oncológicos est ão especialm ent e suj eit as a enfrent ar dist úrbios do sono, sobret udo quando é necessária a p e r m a n ê n ci a e m a m b i e n t e h o sp i t a l a r p a r a o t r a t a m en t o d a d o en ça( 3 ). Acr ed i t a - se q u e esses i n d i v íd u o s a p r e se n t e m m a i o r d i f i cu l d a d e p a r a ador m ecer e per m an ecer dor m in do do qu e ou t r os pacient es clínicos ou cirúrgicos, devido aos sint om as associados à doença ou à t erapêut ica m uit as vezes a g r e ssi v a e m p r e e n d i d a n o t r a t a m e n t o d a s n eop lasias( 2 ). Por t an t o, a h osp it alização e ou t r as m u d a n ça s r ea l i za d a s n o l o ca l d e d o r m i r p o d em p r e ci p i t a r o s d i st ú r b i o s d o so n o e n t r e e sse s pacient es( 3) e exacerbar os prej uízos causados pelas doenças cr ônicas.
Dentre as afecções neoplásicas, o diagnóstico d e n eop lasia g in ecológ ica e m am ár ia r ep r esen t a a m e a ça r e a l à v i d a d e i n ú m e r a s m u l h e r e s, r eper cu t in do n egat iv am en t e em su a qu alidade de vida. Apesar dos distúrbios de sono constituírem tem a i m p o r t a n t e p a r a o s p a ci e n t e s a co m e t i d o s p o r n e o p l a si a s, a cr e d i t a - se q u e se u m a n e j o a i n d a perm aneça inadequado dent ro do cam po de cuidados oncológicos( 4).
Em bor a haj a poucos est udos que abor dem a sp e ct o s r e l a ci o n a d o s a o so n o d e p a ci e n t e s acom et idos por neoplasia ginecológica, r ecom enda-se que a equipe de saúde pr ior ize a qualidade do t r at am en t o on cológ ico esp ecíf ico, t an t o q u an t o o im pact o provocado pela doença e seu t rat am ent o na qualidade de vida do paciente( 5), da qual subentende-se com o const it uint e a qualidade de sono.
Co m o a s m u l h e r e s co m n e o p l a si a ginecológica e m am ár ia est ão suj eit as a enfr ent ar
problem as das m ais diversas naturezas, é interessante que o am bient e hospit alar sej a capaz de pr opiciar sono restaurador. Assim , este artigo tem por obj etivo descrever a qualidade habit ual do sono de m ulheres p o r t ad o r as d e cân cer g i n eco l ó g i co e m am ár i o e com par á- la à qualidade do sono na hospit alização, com a f in alid ad e d e su b sid iar o p lan ej am en t o d a assist ência de enferm agem que vise a prom oção de b oa q u alid ad e d e son o p ar a essas m u lh er es, em especial durant e esse período.
SUJEI TOS E MÉTODOS
Tr at a- se d e est u d o d o t ip o ex p lor at ór io e descrit ivo, com abordagem quant it at iva, desenvolvido d e m a r ço a a g o st o d e 2 0 0 4 , n a En f e r m a r i a d e Oncologia do Cent ro de At enção I nt egral à Saúde da Mulher ( CAI SM) da Faculdade de Ciências Médicas d a Un i v e r si d a d e Est a d u a l d e Ca m p i n a s, SP ( Unicam p) .
Os su j eit os do est u do f or am 2 5 m u lh er es port adoras de câncer ginecológico ou m am ário, com idade v ar ian do en t r e 2 5 , 9 e 7 7 , 8 an os ( m édia de 51,1± 12,7 anos, m ediana de 47,4 anos) , que atendiam aos seguintes critérios de inclusão: hospitalização para t rat am ent o clínico no período da colet a de dados; se su b m et id a à h osp it alização an t er ior, q u e t iv esse recebido alta há 15 dias ou m ais* ; m aior de 18 anos; int eresse e part icipação volunt ária no est udo; capaz e em condições físicas e em ocionais de r esponder aos inst rum ent os de pesquisa.
For am adot ados cr it ér ios par a descont inuar a part icipação do suj eit o no est udo: m á evolução do qu adr o clín ico, im possibilit an do a par t icipação n a colet a de dados; subm issão a t rat am ent o cirúrgico, o u si m i l a r, q u e e x i g i sse u so d e m e d i ca m e n t o anestésico de ação geral que interferisse nos ciclos e n a q u alid ad e d e son o; r ecu sa d o su j eit o em d ar cont inuidade à sua part icipação.
Os d a d o s f o r a m co l e t a d o s co m o s inst rum ent os: Ficha de I dent ificação ( FI ) , elaborada p ar a o est u d o; Í n d i ce d e Qu al i d ad e d e Son o d e Pit t sbur gh ( PSQI )( 1 ) na v er são ut ilizada por out r os aut or es no Br asil( 6). Am bos for am pr eenchidos pela pesquisadora, que registrou as respostas dos suj eitos. A FI t eve por finalidade o regist ro de dados so ci o d em o g r áf i co s, car act er íst i cas d e m o r ad i a e
* A exclusão dos suj eit os com hospit alização ant erior inferior a 15 dias deveu- se ao fat o de que a pesquisa inclui com parações ent re o período ant erior à
f at or es r elacion ad os à d oen ça e aos t r at am en t os realizados ant eriorm ent e e durant e a hospit alização atual. Foi aplicada até 72 horas após a adm issão dos suj eit os no hospit al.
O PSQI foi em pregado com a finalidade de avaliar a qualidade subj et iva do sono, os hábit os de son o r elacion ad os à q u alid ad e e a ocor r ên cia d e dist úr bios do sono. O inst r um ent o é int egr ado por set e com p on en t es ( q u alid ad e su b j et iv a, lat ên cia, d u r ação, ef iciên cia e d ist ú r b ios d o son o, u so d e m ed icação p ar a d or m ir e son olên cia d iu r n a) q u e result am em um escore correspondent e à qualidade
subj et iva globa l do sono. A obt enção de at é cinco
pont os, inclusive, indica boa qua lida de de sono e, quando superior a cinco, m á qua lida de de sono( 1). Os dados coletados com o PSQI foram retrospectivos, correspondendo a int ervalo de t em po ant erior à dat a do seu pr eenchim ent o. Nest e est udo, cada suj eit o respondeu duas vezes ao inst rum ent o: at é 72 horas após a hospitalização, para fornecer dados referentes à q u alid ad e d o son o n os q u in ze d ias an t er ior es, p o r t a n t o , en q u a n t o se en co n t r a v a m em seu l a r ( r efer ida nest e t r abalho com o q u a lid a d e d o son o
habitual); e, assim que prevista a alta hospitalar, para
fornecer dados referentes à qualidade de sono durante a hospitalização (referida neste trabalho com o qualidade
do son o n a h ospit a liza çã o) . O coeficient e alfa de
Cronbach foi utilizado para avaliar a consistência interna do instrumento, observando-se consistência intermediária com coeficiente alfa de 0,60 para a avaliação da qualidade do sono habitual, e de 0,69 para a avaliação da qualidade do sono na hospitalização.
Os d a d o s f o r a m su b m e t i d o s à a n á l i se descr it iva. A seguir, os dados do PSQI de t odos os suj eit os for am com par ados ent r e as duas fases do est u d o. Os su j ei t os f or am ag r u p ad os seg u n d o a qualidade de sono ( boa ou m á) , com par ando- se os grupos em cada um a das fases do estudo. Os suj eitos foram , ainda, agrupados segundo a evolução clínica d a d o e n ça , e m d u a s ca t e g o r i a s: su j e i t o s co m
m a n u t e n çã o d o e st a d o cl í n i co e su j eit os com
pior a do e st a do clín ico, segundo dados colet ados
em outubro de 2004. Esses grupos foram com parados ent re si de acordo com a classificação da qualidade de sono nas duas fases do est udo. Foram ut ilizados t e st e s e st a t íst i co s n ã o - p a r a m é t r i co s p a r a a com paração ent re as fases ( McNem ar e Wilcoxon) e entre os grupos ( Mann-Whitney, qui- quadrado e exato de Fisher) adot ando- se o nível crít ico de 5% .
A pesquisa foi apr ov ada pela Com issão de Pe sq u i sa d o CAI SM e p e l o Co m i t ê d e Ét i ca e m
Pesquisa da FCM/ Unicam p. Os suj eit os que at endiam a o s cr i t é r i o s d e i n cl u sã o a ssi n a r a m t e r m o d e consentim ento livre e esclarecido elaborado de acordo com as norm as da Resolução 196/ 96 do CNS.
RESULTADOS
Dos 25 suj eit os que part iciparam do est udo, 48% apresent aram boa qualidade de sono habit ual e 5 2 % , m á q u alid ad e d e son o h ab it u al. Du r an t e a hospitalização, aum entou a proporção de suj eitos com m á qualidade de sono, passando a 80% do t ot al.
Ob se r v o u - se q u e 1 2 su j e i t o s f o r a m classificados com boa qualidade de sono habitual, três d o s q u ai s m an t i v er am essa cl assi f i cação p ar a a qualidade do sono na hospitalização. Entretanto, nove d e sse s 1 2 su j e i t o s p a ssa r a m a a p r e se n t a r m á q u al i d ad e d e so n o n a h o sp i t al i zação . D en t r e 1 3 su j eit os classif icad os com m á q u alid ad e d e son o h a b i t u a l , 1 1 m a n t i v e r a m a cl a ssi f i ca çã o n a hospit alização, enquant o dois suj eit os passar am a a p r e se n t a r b o a q u a l i d a d e d e so n o n e ssa f a se . Portanto, na hospitalização, 20 suj eitos apresentaram m á q u alid ad e d e son o e cin co, b oa q u alid ad e. A pr opor ção de suj eit os que passou a apr esent ar m á qualidade de sono na hospit alização, dent re aqueles q u e h av i am ap r esen t ad o b o a q u al i d ad e d e so n o h ab it u al m ost r ou - se est at ist icam en t e sig n if icat iv a
( p=0 ,0 4 ao t est e de McNem ar) .
Os suj eitos com boa e m á qualidade do sono h abit u al dist r ibu ír am - se de for m a h om ogên ea n as diferent es faixas et árias est udadas, com predom ínio da faixa et ária de 41 a 60 anos ( 66,7% dos suj eit os com boa qualidade de sono e 61,5% daqueles com m á qualidade de sono habit ual) . A escolar idade foi sem elhant e ent re suj eit os com boa e m á qualidade d e so n o h a b i t u a l ( m e d i a n a d e 4 , 5 e 5 a n o s, r e sp e ct i v a m e n t e ) , b e m co m o a r e n d a f a m i l i a r, predom inando a faixa de um a cinco salários m ínim os ( 91,7% daqueles com boa qualidade de sono habitual e 8 4 , 6 % d a q u e l e s co m m á q u a l i d a d e d e so n o habit ual) .
A m ediana do tem po de diagnóstico da doença ent r e os suj eit os com boa e m á qualidade de sono habit ual foi sem elhant e, v ar iando ent r e zer o e oit o anos ( m ediana de 4 anos) e ent r e zer o e 16 anos ( m ediana de 4,5 anos) , respect ivam ent e.
Tabela 1 - Distribuição dos suj eitos quanto ao m otivo de h ospit alização e a qu alidade de son o h abit u al. Cam pinas, SP, 2004
e d o v i t o M o ã ç a z il a t i p s o h I Q S P o d n u g e s l a u t i b a h o n o s o d e d a d il a u Q ) 2 1 = n ( e d a d il a u q a o
B Máquaildade(n=13)
n % n %
o d s e õ ç a c il p m o C o c i n íl c o d a t s
e 4 33,3% 5 38,5%
o t n e m a t a r T o c i p á r e t o i m i u
q 4 33,3% 6 46,1%
o t n e m a t a r T o c i p á r e t o i d a
r 1 6,4% 0 0%
o ã ç a g it s e v n
I 3 25% 2 15,4%
l a t o
T 12 100% 13 100%
A Tabela 2 m ostra a distribuição dos suj eitos quant o às car act er íst icas da doença ( localização do t um or prim ário, presença ou ausência da m et ást ase, est ad iam en t o d a d oen ça) e a q u alid ad e d e son o habit ual.
Ta b e l a 2 - D i st r i b u i çã o d o s su j e i t o s q u a n t o à s car act er íst icas d a d oen ça e a q u alid ad e d e son o habit ual. Cam pinas, SP, 2004
s a c i t s í r e t c a r a C a ç n e o d a d I Q S P o d n u g e s l a u t i b a h o n o s e d e d a d il a u Q ) 2 1 = n ( e d a d il a u q a o
B Máquaildade(n=13)
n % n %
o i r á m i r p r o m u t o d o ã ç a z il a c o L e d a i s a l p o e N o l o
c 4 33,4% 5 38,5%
e d a i s a l p o e N a m a
m 6 50,0% 5 38,5%
e d a i s a l p o e N o ir t é m o d n
e 1 8,3% 3 23,0%
o c it s ó n g a i d m e
S 1 8,3% 0 0%
l a t o
T 12 100% 13 100%
* e s a t s á t e m e d a ç n e s e r P m i
S 3 25% 4 30,8%
o ã
N 9 75% 9 69,2%
l a t o
T 12 100% 13 100%
o t n e m a i d a t s E I o i d á t s
E 2 16,7% 1 7,7%
II o i d á t s
E 2 16,7% 3 23,1%
II I o i d á t s
E 7 58,3% 8 61,5%
m e S o t n e m a i d a t s
e 1 8,3% 1 7,7%
l a t o
T 12 100% 13 100%
* Dos pacientes que apresentavam m etástases, a totalidade era do tipo óssea difusa, ainda com out ras associações ( m et ást ases m eníngeas ou pulm onares)
Suj eitos com boa qualidade de sono habitual q u e h av iam sid o h osp it alizad os an t er ior m en t e n a Enferm aria de Oncologia tinham registros de que esse ev ent o ocor r er a em m édia há 19, 5( ± 31, 9) m eses, enquant o par a aqueles com m á qualidade de sono, há 15,3( ± 28,9) m eses.
Os padrões de sono im plicados na qualidade do sono habit ual ( lat ência, dur ação e eficiência do sono not urno) são apresent ados na Tabela 3.
Tabela 3 - Padrões de sono noturno habitual segundo o PSQI . Cam pinas, SP, 2004
s e õ r d a P o n o s e d o n r u t o n s i a u ti b a h I Q S P o d n u g e s l a u t i b a h o n o s e d e d a d il a u
Q Testede
-n n a M y e n ti h W o n o s e d e d a d il a u q a o B ) 2 1 = n ( n o s e d e d a d il a u q á M ) 3 1 = n ( a i d é
M dp*(+) Mediana Média dp*(+) Medianap-valor**
a i c n ê t a
L 1min 4,3min 0min 60min 47,2min 35min 0,0001 o ã ç a r u
D 8h 70min 8h 5h28min137min 6h 0,0046 a i c n ê i c if
E 96,9% 6,2% 100% 68,8% 27,4% 71,4% 0,0011 * dp ( ± ) : desvio padrão
* * nível de significância < 0,05
Vinte e cinco por cento dos suj eitos com boa qualidade de sono habit ual e 46,2% daqueles com m á qualidade de sono habit ual referiram indisposição m oderada ou intensa para o desenvolvim ento de suas at iv idades diár ias. A sonolência diur na e o uso de m ed i cam en t o s p ar a d o r m i r f o r am r ef er i d o s co m m aior freqüência por suj eit os com m á qualidade de so n o ( 4 6 , 2 e 2 3 , 1 % , r e sp e ct i v a m e n t e ) e m com paração àqueles com boa qualidade de sono ( 25 e 16,7% , respect ivam ent e) .
As principais causas de pert urbação do sono n o t u r n o h a b i t u a l , ci t a d a p o r su j e i t o s co m b o a qu alidade de son o, f or am a n ecessidade de ir ao banheiro ( 75% ) e a ocorrência de dor ( 41,7% ) . Entre o s su j ei t o s co m m á q u a l i d a d e d e so n o h a b i t u a l d e st a ca r a m - se o d e sp e r t a r p r e co ce ( 9 2 % ) e a necessidade de ir ao banheiro ( 92% ) , seguidos pelos episódios de dor ( 69,3% ) e sensação de calor durante a noit e ( 46,2% ) .
Os padrões de sono im plicados na qualidade d o so n o n a h o sp i t a l i za çã o ( l a t ê n ci a , d u r a çã o e eficiência do sono noturno) encontram-se na Tabela 4.
Tabela 4 - Padrões de sono noturno na hospitalização segundo o PSQI . Cam pinas, SP, 2004
e d s e õ r d a P o n r u t o n o n o s a n o ã ç a z il a ti p s o h I Q S P o d n u g e s o ã ç a z il a ti p s o h a n o n o s e d e d a d il a u
Q Testede
-n n a M y e n ti h W e d e d a d il a u q a o B ) 5 = n ( o n o s o n o s e d e d a d il a u q á M ) 0 2 = n ( a i d é
M dp*(+)Mediana Média dp*(+) Medianap-valor**
a i c n ê t a
L 9min 13min 0min 49min 48min 60min 0,14 o ã ç a r u
D 8h12min27min 8h 5h14min 115min 5h 0,006 a i c n ê i c if
E 98,8% 2,6% 100% 70,1% 23,0% 70,0% 0,006
* dp ( ± ) : desvio padrão * * nível de significância < 0,05
suj eit o com boa qualidade de sono na hospit alização fez uso de m edicam entos para dorm ir, enquanto 50% daqueles com m á qualidade de sono na hospitalização ut ilizar am esse t ipo de m edicam ent o, ent r e um a e t r ê s v e ze s p o r se m a n a , o u m a i s, d u r a n t e a perm anência no hospit al.
As causas de per t ur bação do sono not ur no q u e se d e st a ca r a m n a h o sp i t a l i za çã o f o r a m : a necessidade de ir ao banheir o, apont ada por 60% d o s su j ei t o s co m b o a q u al i d ad e d e so n o e 6 5 % daqu eles com m á qu alidade de son o; os cu idados pr est ados pela equipe de enfer m agem , cit ados por 60% dos suj eitos com boa qualidade de sono e 55% daqueles com m á qualidade de sono. O bar ulho na enfer m ar ia foi cit ado por 8, 3% dos pacient es com boa qualidade de sono e 10% dos pacientes com m á qualidade de sono na hospitalização. Dos suj eitos com b o a q u a l i d a d e d e so n o n a h o sp i t a l i za çã o , 8 , 3 % r efer ir am - se à ilum inação ex cessiv a na enfer m ar ia com o f at or de per t u r bação do son o n ot u r n o. Dos suj eitos com m á qualidade de sono na hospitalização, 75% r efer ir am - se ao desper t ar pr ecoce com o fat or de pert urbação do sono not urno; 45% , à ocorrência de episódios de dor; 30% , ao calor durante a noite e 20% , às perturbações de sono provocadas por outros pacient es hospit alizados em m au est ado ger al, ou agit ados, na enferm aria.
At é o u t u b r o d e 2 0 0 4 , 6 4 % d o s su j ei t o s est udados m ant inham acom panham ent o am bulat orial no CAI SM sem apr esent ar pior a do quadr o clínico, sendo que 24% com pareceram a consultas periódicas e 4 0 % p a r a t r a t a m e n t o q u i m i o t e r á p i co o u radiot erápico. Dent re os dem ais, 20% necessit aram de nova int ernação devido à piora do quadro clínico com pat ível com a evolução da doença e 8% foram a óbit o. Oit o por cent o dos suj eit os não ret ornaram ao se r v i ço a t é a d a t a e m a p r e ço , e n ã o f o r a m considerados na análise apresent ada a seguir.
Em b or a am b os os g r u p os ap r esen t assem sono de m á qualidade, v er ificou- se que os suj eit os com pior a do quadr o clínico ( 28% , incluindo- se os que for am a óbit o) hav iam apr esent ado pont uação global no PSQI sugest iva de pior qualidade de sono h ab it u al ( 1 0 , 3 ± 3 , 8 p on t os, m ed ian a 1 1 p on t os) , com p ar ad os àq u eles ( 6 4 % ) q u e m an t iv er am su a condição clínica ( 7,2± 4,4 pontos, m ediana 7 pontos) . Esses r esult ados m ost r ar am t endência à difer ença est at ist icam en t e sign if icat iv a ( p= 0 , 0 6 ao t est e de Mann- Whit ney ) .
Co m r e l a çã o à p o n t u a çã o d o PSQI n a hospit alização, verificou- se o m esm o com port am ent o d os d ad os: os su j eit os com p ior ev olu ção clín ica apresent aram pont uação indicat iva de pior qualidade de sono ( 11,3± 4,8 pont os, m ediana 14 pont os) , em com par ação àqueles que m ant iv er am sua condição clínica ( 8,7± 4,5 pont os, m ediana de 8 pont os) . Não foi verificada diferença est at ist icam ent e significat iva à com paração dos grupos nessa et apa do est udo.
DI SCUSSÃO
A p r esen ça d a n eo p l a si a p o d e a ca r r et a r profundas alt erações no m odo de viver habit ual dos in d iv íd u os. Com o p ar t e in t eg r an t e e f u n d am en t al dessa rotina de vida, encontram - se os hábitos de sono e a qualidade de sono( 3). A m á qualidade de sono foi pr edom inant e ent r e as m ulher es que par t icipar am d e st e e st u d o t a n t o a n t e s q u a n t o d u r a n t e a h o sp i t a l i za çã o , o q u e d est a ca a i m p o r t â n ci a d e car act er izar a q u alid ad e d e son o h ab it u al d esses su j eit os, a f im d e, p or u m lad o, n ão at r ib u ir as alt erações encont radas som ent e aos event os ligados à hospitalização e, por outro, não m inim izar os efeitos da int ernação hospit alar sobre a qualidade do sono. Re ssa l t a - se q u e a p r o p o r çã o d e m u l h e r e s q u e passar am a apr esen t ar pior qu alidade de son o n a hospit alização foi est at ist icam ent e significat iva, o que parece indicar que a perm anência no hospit al t enha cont ribuído para o decréscim o da qualidade de sono das m esm as.
A h o sp i t al i zação o u o u t r as m u d an ças n o am bient e habit ual dos indiv íduos pode pr ecipit ar a ocorrência de distúrbios de sono( 3), talvez por envolver a adaptação a um novo am biente e o rom pim ento de rotinas habituais de sono( 7). Perm anecer hospitalizado im p lica em lon g os p er íod os d e r ep ou so n o leit o. Assi m , o d esen v ol v i m en t o r est r i t o d e at i v i d ad es d u r an t e o d ia e a m en or ex p osição à ilu m in ação natural podem resultar em alterações na regularidade d o s r i t m o s d o o r g a n i sm o o q u e p o d e a f e t a r negativam ente a qualidade de sono noturno( 8). Apesar dessas considerações, algum as part icipant es com m á qualidade de sono habit ual passar am a apr esent ar boa qualidade de sono na hospit alização, t alvez pelo con t r ole d e alg u m as com p licações r elacion ad as à doença neoplásica.
quim iot erápico. Segundo a lit erat ura, pacient es que r e ce b e r a m n o s ú l t i m o s se i s m e se s t r a t a m e n t o s esp ecíf i co s p ar a o cân cer est ão m ai s su j ei t o s a e n f r e n t a r p r o b l e m a s d e so n o l ê n ci a e x ce ssi v a e f a d i g a( 7 ). A f a d i g a , p o r su a v e z, p a r e ce e st a r r elacionada à m enor duração de sono( 4). Ver ificou-se, entre as participantes com m á qualidade de sono, n ív eis m ais elev ados de son olên cia e in disposição d u r an t e o d i a em co m p ar ação àq u el as co m b o a qualidade de sono habit ual.
Ach a d o s d e o u t r o e st u d o a p o n t a m q u e pacient es acom et idos por neoplasias de m am a e de pulm ão eram os que m ais vivenciavam dist úrbios de sono, em r elação a out r os t ipos de câncer, com o o ginecológico e o câncer de pele( 7). Nest e est udo, não foi identificado o predom ínio significativo de distúrbios de sono em pacient es com um det erm inado t ipo de neoplasia.
Verificou- se m aior incidência de m et ást ases ósseas difusas entre as participantes classificadas com m á qualidade de sono habit ual, cor r obor ando com outro estudo( 4), quando aponta que pacientes com esse t ipo de m et ást ase apr esen t am m en or du r ação do sono not ur no, possiv elm ent e dev ido à int er fer ência de quadros de dor.
O t em p o d ecor r id o en t r e a h osp it alização anterior e a atual foi m enor entre os suj eitos com m á qualidade de sono, sugerindo que essas part icipant es podem t er necessidade de serem hospit alizadas com m aior freqüência do que aquelas com boa qualidade de sono.
Qu a n t o a o s p a d r õ e s d e so n o h a b i t u a i s, verificou- se que as part icipant es com m á qualidade de sono t endiam a apresent ar m aior lat ência para o início do sono not urno, o qual apresent ava t am bém m enor eficiência e duração, em relação às m ulheres com boa qualidade de sono habitual. Em outro estudo, os autores apontam que a dificuldade para adorm ecer e a m enor eficiência do sono noturno são encontradas em pacient es com câncer( 9).
Acordar várias vezes durante a noite é o tipo m ais com um de insônia ident ificada por pacient es acom et idos por neoplasia( 2,7). Achados sem elhant es foram observados nest e est udo, em que o despert ar precoce foi referido, j unt am ent e com a necessidade de usar o banheiro, com o causas m ais incident es de perturbação do sono noturno pelas m ulheres com m á q u a l i d a d e d e so n o h a b i t u a l . Aq u e l a s co m b o a q u al i d ad e d e so n o h ab i t u al , en t r et an t o , ci t ar am
principalm ent e a necessidade de usar o banheiro e a presença de dor.
A necessidade de usar o banheiro durant e a noit e aparece com o o fat or de pert urbação de sono noturno m ais incidente entre as participantes com boa e m á qualidade de sono nas duas et apas do est udo. Est udo realizado com m ulheres port adoras de câncer de colo de út er o dem onst r ou que elas apr esent am a l t e r a çõ e s u r o d i n â m i ca s, t a i s co m o r e d u çã o d a capacidade de ar m azenam ent o e de esv aziam ent o v esical e in con t in ên cia u r in ár ia, ap ós t r at am en t o cirúrgico (histerectom ia) e radioterápico(10). A presença de dor dur ant e a noit e pode pr ov ocar desper t ar es n o t u r n o s, em b o r a a d i f i cu l d ad e p ar a ad o r m ecer novam ent e possa est ar relacionada ao m odo com o o indivíduo lida com este evento(2). Entretanto, a avaliação d a d o r o n co l ó g i ca é u m a sp e ct o i m p o r t a n t e d o planej am ent o do cuidado desses suj eit os( 11).
A se n sa çã o d e ca l o r co m o f a t o r d e perturbação do sono tam bém adquiriu destaque entre a s p a r t i ci p a n t e s co m m á q u a l i d a d e d e so n o . A ocorrência de ondas de calor, durante o sono noturno, é u m a qu eix a qu e at in ge m u lh er es por t ador as de câ n ce r d e m a m a e p o d e se r co n se q ü ê n ci a d o f e n ô m e n o n a t u r a l d o cl i m a t é r i o ; r e su l t a d o d o r eco m en d ad o ab an d o n o d a t er ap i a d e r ep o si ção h o r m o n a l o u , a i n d a , d o t r a t a m e n t o a d j u v a n t e em preendido na t erapêut ica da neoplasia( 12).
É su bst an cial o n ú m er o de pacien t es com câncer que fazem uso de m edicações para dorm ir( 7). Ent re as part icipant es do est udo, verificou- se que a pr opor ção daqu elas qu e faziam u so desse t ipo de m ed icação f oi sem elh an t e àq u ela en con t r ad a n a lit er at u r a e com pr edom ín io n os su j eit os com m á qualidade de sono habit ual.
Os h á b i t o s d e so n o n a h o sp i t a l i za çã o seg u ir am a m esm a t en d ên cia v er if icad a an t es d a h osp it alização. En t r et an t o, v er if icou - se d if er en ça est at ist icam ent e significat iv a ent r e os suj eit os com boa e m á qualidade de sono na hospitalização para a duração e a eficiência de sono, m enor ent re suj eit os com m á qualidade de sono. O fato de estar doente é fat or est r essant e, sobr et udo se a hospit alização se f az n ecessár ia. Acr ed it a- se q u e o p r ed om ín io d e p a r â m e t r o s d e so n o d e m á q u a l i d a d e n a hospit alização, em det r im ent o de est ágios do sono not ur no, conduzem à r ecuper ação inadequada dos suj eit os hospit alizados( 13).
necessidade de ut ilizar o banheir o e o r ecebim ent o de cuidados pr est ados pela equipe de saúde, t ant o para pacientes com boa quanto m á qualidade de sono. O cont role da dor para redução das int errupções do sono noturno, o controle dos níveis de ilum inação para m anter um ciclo de claro e escuro próxim o do habitual d o s su j e i t o s e a i m p l e m e n t a çã o d e cu i d a d o s com pat ív eis com a pr om oção do sono not ur no são algum as prát icas que precisam ser consolidadas para a obt enção de noit es de sono de m elhor qualidade. Foi encont rado um est udo no qual os pesquisadores ident ificar am cor r elação negat iv a ent r e a qualidade de sono e o núm ero de distúrbios, o tem po total gasto no quar t o do pacient e e o nív el de par t icipação do pacient e no seu cuidado( 14). A fragm ent ação do sono d e co r r e n t e d e t a i s i n t e r v e n çõ e s p a r e ce a f e t a r negat ivam ent e a percepção do suj eit o quant o à sua qualidade de sono, o que r efor ça a necessidade do planej am ento da assistência prestada durante a noite p a r a q u e t a m b é m p o ssa m se r a t e n d i d a s a s necessidades de repouso not urno. O planej am ent o e im plem ent ação de assist ência de enfer m agem com t al int uit o pode ser obj et o de est udos fut uros.
As p er t u r b ações d e son o p r ov ocad as p or out ros pacient es em m au est ado geral ou agit ados, f or am ap on t ad as p or 2 0 % d as m u lh er es com m á qu alidade do son o, n est e est u do. Ressalt a- se qu e div idir o qu ar t o com ou t r as pessoas n o am bien t e h o sp i t a l a r p o d e r ep r esen t a r f a t o r d e p r ej u ízo à qualidade do sono. O controle da ilum inação do quarto e a d ef in ição d o h or ár io d e d or m ir d ep en d em d o con sen so de ou t r as pessoas; os h ábit os de son o, horários de dorm ir e despertar podem ser diferentes, a n ecessi d a d e d e cu i d a d o s d a eq u i p e d e sa ú d e p r o v a v e l m e n t e v a r i a e n t r e e sse s su j e i t o s. As variações entre suj eitos que dividem o m esm o quarto poder iam cont r ibuir par a o aum ent o da lat ência de sono e redução de sua duração na hospit alização.
A sonolência diurna foi m ais freqüent e ent re as m ulheres com m á qualidade de sono, e o uso de m edicam entos para dorm ir foi identificado em m etade d o s su j e i t o s co m m á q u a l i d a d e d e so n o n a hospit alização. Acr edit a- se que os suj eit os com m á q u a l i d a d e d e so n o co n ce n t r e m f a t o r e s q u e cor r obor em par a os dist úr bios do sono que, com a hospit alização, culm inam na necessidade do uso de m edicações par a dor m ir. As par t icipan t es com m á qualidade de sono dest acar am , ainda, o desper t ar p r eco ce e a sen sação d e cal o r co m o f at o r es d e pert urbação do sono not urno.
A a n á l i se d a q u a l i d a d e d o so n o d a s participantes, quando agrupadas, segundo a evolução clínica da doença, m ostrou que os suj eitos, cuj o quadro clínico se det eriorou, haviam apresent ado pont uação indicat iv a de pior qualidade de sono no PSQI , em am b as as f ases d o est u d o , d o q u e aq u el es q u e m ant iver am seu est ado clínico inalt er ado. Acr edit a-se que as condições do sono not urno int erfiram nas sen sações d os in d iv íd u os ao lon g o d o d ia, o q u e dest aca a im por t ân cia de qu e pacien t es en fer m os t enham noit es de sono de boa qualidade par a que p o ssa m se se n t i r d i sp o st o s d u r a n t e o d i a e rest abelecerem - se dos efeit os lesivos da doença, do t r at am en t o em p r een d i d o o u m esm o d e al g u m as sit u ações ocor r idas n a h ospit alização. Dest aca- se, en t r et an t o, qu e os su j eit os podem n ão m en cion ar seu s d ist ú r b ios d e son o n a h osp it alização o q u e, p or t an t o, t or n a essen cial q u e os en f er m eir os os quest ionem sobre t ais dificuldades e conheçam seus padrões de sono habit uais.
A m á co n d i çã o cl ín i ca e m q u e a l g u m a s m u lh er es são h osp i t al izad as ou , ai n d a, a r áp i d a ev olução da doença, im pede o desenv olv im ent o de est udos de m aior dur ação e com m aior núm er o de su j ei t o s a co m et i d o s p el o câ n cer. Ta l d i f i cu l d a d e consist iu na principal lim it ação dest e est udo.
CONSI DERAÇÕES FI NAI S
As pessoas acom et idas pelo câncer podem e st a r v u l n e r á v e i s e d e p e n d e n t e s d e a p o i o d o s fam iliar es, ou com panheir os, nos div er sos est ágios d e e n f r e n t a m e n t o d a d o e n ça . D u r a n t e a hospit alização, a equipe de enferm agem é um a das r esponsáv eis por esse supor t e ao pacient e no seu convívio com a doença.
REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS
1. Buysse DJ, Reynolds CF, Monk TH, Hoch CC, Berm an SR, Ku p f er D J. Th e Pi t t sb u r g h Sl eep Qu al i t y I n d ex : a n ew inst r um ent for psy chiat r ic pr act ice and r esear ch. Psy chiat r Res 1 9 8 9 May ; 2 8 ( 2 ) : 1 9 3 - 2 1 3 .
2. Engst rom CA, St rohl RA, Rose L, Lewandowski L, St efanek ME. Sleep alt erat ions in cancer pat ient s. Cancer Nurs 1999 Apr il; 2 2 ( 2 ) : 1 4 3 - 8 .
3. Lee K, Cho M, Miaskowiski C, Dodd M. I m paired sleep and rhyt hm s in persons wit h cancer. Sleep Med Rev 2004 July; 8 ( 3 ) : 1 9 9 - 2 1 2 .
4. Mer cadant e S, Gir elli D, Casuccio A. Sleep disor der s in advanced cancer pat ient s: prevalence and fact ors associat ed. Suppor t Car e Cancer 2004 May ; 12( 5) : 355- 59.
5. Özyilkan O, Balt ali E, Tekuzm an G, Firat D. The im pact of diagnosis and t reat m ent on t he qualit y of life in breast cancer pat ient s. Neoplasm a 1998; 45( 1) : 50- 2.
6 . Ceo l i m MF, Men n a- Bar r et o L. Sl eep / Wa k e Cy cl e an d Physical Act ivit y in Healt hy Elder ly People. Sleep Resear ch Online [ periódico online] 2000 July [ acesso em 26 j an 2006] ; 3( 3) : 87- 95 [ 14 t elas] . Disponiv el em : ht t p: / / w w w .sr o.or g/ 2 0 0 0 / Ceo l i m / 8 7 /
7. Davidson JR, Maclean AW, Brundage MD, Schulze K. Sleep d ist u r b an ce in can cer p at ien t s. Soc Sci Med 2 0 0 2 May ; 5 4 ( 9 ) : 1 3 0 9 - 2 1 .
8 . An co l i - I sr ael S, Mo o r e PJ, Jo n es V. Th e r el at i o n sh i p bet ween fat igue and sleep in cancer pat ient s: a review. Eur J Cancer Car e ( Engl) 2001 Decem ber 10( 4) : 245- 55. 9. Owen DC, Parker KP, Mcguire DB. Com parison of subj ect ive sleep qualit y in pat ient s w it h cancer and healt hy subj ect s. On co l Nu r s Fo r u m 1 9 9 9 No v e m b e r - D e ce m b e r ; 2 6 ( 1 0 ) : 1 6 4 9 - 5 1 .
10. Lin LY, Wu JH, Yang CW, Sheu BC, Lin HH. I m pact of r ad ical h y st er ect om y f or cer v ical can cer on u r od y n am ic findings. I nt Ur ogynecol J 2004 June; 15: 418- 21.
11. Silva LMH, Zago MMF. O cuidado do pacient e oncológico com d or cr ôn ica n a ót ica d o en f er m eir o. Rev Lat in o- am Enfer m agem 2001 j ulho- agost o; 9( 4) : 44- 9.
12. Sav ar d J, Dav idson JR, I v er s H, Quesnel C, Rioux D, Dupéré V, et al. The associat ion bet ween noct urnal hot flashes and sleep in breast cancer survivors. J Pain Sym pt om Manage 2 0 0 4 Ju n e; 2 7 ( 6 ) : 5 1 3 - 2 2 .
13. Manocchia M, Keller S, Ware JE. Sleep problem s, healt h-r elat ed q u alit y of lif e, w oh-r k f u n ct ion in g an d h ealt h cah-r e ut ilizat ion am ong chr onically ill. Qual Life Res 2001 Apr il, 1 0 ( 4 ) : 3 3 1 - 4 5 .
14. Shelly LC. Sleep disturbances in hospitalized patients with cancer. Oncol Nurs Forum 1996 January-February, 1: 109-11. 1 5 . Ca m a r g o TC, So u za I EO. At e n çã o à m u l h e r m a st ect o m i za d a : d i scu t i n d o o s a sp ect o s o n có t i co s e a dim ensão ont ológica da at uação da enferm eira no hospit al do cân cer I I I . Rev Lat in am En f er m ag em 2 0 0 3 set em b r o-out ubr o; 1 1 ( 5 ) : 6 1 4 - 2 1 .