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O papel da farmacoterapia na modificação do estado neurológico de traumatizados vértebro-medulares.

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Texto

(1)

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

de

revisão

O

papel

da

farmacoterapia

na

modificac¸ão

do

estado

neurológico

de

traumatizados

vértebro-medulares

Renato

Carlos

do

Vale

Ramos

e

Nuno

Alegrete

FaculdadedeMedicina,UniversidadedoPorto,Porto,Portugal

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem17dejulhode2014 Aceitoem2desetembrode2014

On-lineem20dejaneirode2015

Palavras-chave:

Traumatismosdamedulaespinal Metilprednisolona

GangliosídeoG(M1) Apoptose

Calpaína Naloxona

r

e

s

u

m

o

Oobjetivodestetrabalhofoifazerumarevisão daliteraturasobreaterapia farmacoló-gicaparaamodificac¸ãodoestadoneurológicodetraumatizadosvértebro-medulares.Foi feitaumanabasededadosPubmedporartigoscomostermos“spinalcordinjuryAND methylprednisolone/GM1/apoptosisinhibitor/calpaininhibitor/naloxone/tempol/tirilazad”, em portuguêsouem inglês,publicadosnosúltimoscincoanos.Trabalhosmaisantigos foramincluídos pelasuaimportânciahistórica.Osgruposfarmacológicosforam dividi-dosemfunc¸ãodasuacapacidadeparainterferirnosmecanismosfisiopatológicosdalesão secundária.Ousodemetilprednisolonadevesercuidadosamenteponderado.Outros anti--inflamatórios mostrarambenefíciosemhumanosouemanimais.OGM1nãoaparenta termaioreficáciadoqueaMP,masestudosemmaislongoprazosãonecessários. Mui-tosinibidoresdaapoptosetêmmostradobenefícioemestudosinvitroouemanimais.A naloxona nãodeumostras debenefício.Otempolinibeasprincipaisconsequênciasda oxidac¸ãononíveldamedulaeoutrosfármacosantioxidantesaparentamterumefeito supe-rioraodametilprednisolona.Éurgenteencontrarnovostratamentosquemelhoremoestado neurológicodostraumatizadosvértebro-medulares.Osbenefíciosdotratamentocom metil-prednisolonatêmsidoquestionados,hápreocupac¸õesemrelac¸ãoàsuaseguranc¸a.Outros fármacostêmsidoestudados,podemalgunsdelesseropc¸õespromissoras.Estudos adi-cionaissãonecessáriosparatirarconclusõessobreobenefíciodessesagentesnaprática clínica.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.

TrabalhofeitonaFaculdadedeMedicina,UniversidadedoPorto,Porto,Portugal.

Autorparacorrespondência.

E-mail:mimed08243@med.up.pt(R.C.V.Ramos). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.09.014

(2)

The

role

of

pharmacotherapy

in

modifying

the

neurological

status

of

patients

with

spinal

and

spinal

cord

injuries

Keywords:

Spinalcordinjuries Methylprednisolone G(M1)Ganglioside Apoptosis Calpain Naloxone

a

b

s

t

r

a

c

t

Theaimherewastoconductareviewoftheliteratureonpharmacologicaltherapiesfor modifyingtheneurologicalstatusofpatientswithspinalcordinjuries.ThePubMeddatabase wassearchedforarticleswiththeterms«spinalcordinjuryANDmethylprednisolone/ GM1/apoptosisinhibitor/calpaininhibitor/naloxone/tempol/tirilazad»,inPortuguese orinEnglish,publishedoverthelastfiveyears.Olderstudieswereincludedbecauseof theirhistoricalimportance.Thepharmacologicalgroupsweredividedaccordingtotheir capacitytointerferewiththephysiopathologicalmechanismsofsecondaryinjuries.Use ofmethylprednisoloneneedstobecarefullyweighedup:otheranti-inflammatoryagents haveshownbenefitsinhumansorinanimals.GM1doesnotseemtohavegreaterefficacy thanmethylprednisolone,butlonger-termstudiesareneeded.Manyinhibitorsofapoptosis haveshownbenefitsininvitrostudiesorinanimals.Naloxonehasnotshownbenefits. Tempolinhibitsthemainconsequencesofoxidationatthelevelofthespinalcordandother antioxidantdrugsseemtohaveaneffectsuperiortothatofmethylprednisolone.Thereis anurgentneedtofindnewtreatmentsthatimprovetheneurologicalstatusofpatients withspinalcordinjuries.Thebenefitsfromtreatmentwithmethylprednisolonehavebeen questioned,withconcernsregardingitssafety.Otherdrugshavebeenstudied,andsomeof thesemayprovidepromisingalternatives.Additionalstudiesareneededinordertoreach conclusionsregardingthebenefitsoftheseagentsinclinicalpractice.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

Otrauma vértebro-medular éumadas situac¸ões

traumáti-casmaisdevastadoras,responsávelporgrandemortalidade

emorbilidade,incluindoreduc¸ãodacapacidademotoraeda sensibilidadeeperturbac¸õesdafunc¸ãointestinal,urináriae sexual.1Oimpactodesseproblematorna-semaiordevidoà ausênciadeterapêuticassatisfatóriasparaamodificac¸ãodo estadoneurológicodessesdoentes.1

Apatogenia da lesão medular divide-se emduas fases.

Alesãoprimáriaocorreimediatamente,ecaracteriza-sepor

compressão, contusão ou, raramente, secc¸ão completa da

medula espinhal. A lesão secundária ocorre ao longo de

váriosdiaseenvolvediversosprocessos,como inflamac¸ão, edema, isquemia, hemorragia, desequilíbrios eletrolíticos, libertac¸ãodeácidoaraquidônico,excitotoxicidadepelo gluta-mato,apoptoseeperoxidac¸ãolipídica.Essesfenômenoslevam àexpansãoda lesão primáriaecavitac¸ãoda medula.1,2 As terapêuticasfarmacológicasparaotraumavértebro-medular

têm como objetivo inibir esses processos ou estimular a

regenerac¸ãodamedula.

Ametilprednisolona(MP),usadafrequentementeno

tra-tamento da lesão medular aguda, mostrou evidência de

benefíciosnosestudosNationalAcuteSpinalCordInjury Sur-vey(NASCIS)IIeNASCISIII.3,4Noentanto,essesachadosnão foramreproduzidosemoutrosestudoseousodeMPécada vezmaiscontroverso,peloriscodecomplicac¸ões potencial-mentesérias,emcomparac¸ãocombenefíciosmodestos.1Isso levouaumesforc¸oparadesenvolvernovosfármacosque pos-sammelhorarafunc¸ãoneurológicadessesdoentes.1

Oobjetivodestetrabalhoéfazerumarevisãodaliteratura sobreaterapiafarmacológicadotraumavértebro-medular.

Materiais

e

métodos

PesquisanabasededadosPubmedporartigoscomostermos

“spinalcordinjuryANDmethylprednisolone/GM1/apoptosis

inhibitor/calpain inhibitor/naloxone/tempol/tirilazad”, em portuguêsoueminglês,publicadosnosúltimoscincoanos.

Alguns trabalhos mais antigos foram incluídos pela sua

importânciahistórica.

Dividiram-seosgruposfarmacológicosemfunc¸ãodasua capacidadedeinterferirnosmecanismosfisiopatológicosda lesãosecundária.

Fármacos

que

inibem

a

inflamac¸ão

Apósotraumavértebro-medular,ocorreminflamac¸ãoe hidró-lisenamedulaespinhal,oqueresultaemdestruic¸ãoneuronal emicrovascular.4Essesfármacostêmcomofunc¸ãoprincipal inibiroumodificararespostainflamatórialocal.

Metilprednisolona

AMPéoparadigmadofármacoanti-inflamatóriomais conhe-cidoemaisestudadoparatentarbloquearesseprocesso.

Os estudos NASCISpropuseram a administrac¸ão de MP

(3)

foriniciadoatétrêshorasapósalesãooudurante48horasse foriniciadoentretrêseoitohorasapósalesão.3,4

Em vítimas de lesão cervical completa, observou-se

aumento da interleucina (IL) 6, IL-8, proteína quimioatra-tivadosmacrófagos-1, peptídeo ativador dosneutrófilos2, moléculadeadesãointercelular1(ICAM-1),Fassolúvel, inibi-dorestecidularesdametaloproteinase1emetaloproteinases

de matriz(MMP) 2e9.5 O tratamento com MP após lesão

medular resultou numa reduc¸ão significativa da atividade

das caspases 3, 6, 8 e 9 até sete dias após a ocorrência

da lesão.6 A MP induz a interac¸ão do receptor dos glico-corticóides com o HIF-1␣, o que resulta em transativac¸ão daeritropoietina nosoligodendrócitos, masnãoem neurô-nioscorticais,o quepodeexplicarasuaeficáciaemlesões da substância branca eineficácia emlesões da substância cinzenta.7AMPinibiuamortedeoligodendrócitosinduzida peloácido ␣-Amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazolepropiónico

(AMPA) de forma dependente do gene transdutor de sinal

eativador da transcric¸ão (STAT)5.8 Poroutrolado, o fator

decrescimentoneuralaumentaempacientestratadoscom

MP.5

Poroutrolado,outrosestudosexperimentaisverificaram efeitos negativos da MP. In vitro, verificou-se inibic¸ão sig-nificativada proliferac¸ãode célulasprogenitorasneuronais incubadascomMPdurantepelomenoscincodias,associada aalterac¸õesdaexpressãode143genes,algunsenvolvidosna regulac¸ãodaproliferac¸ãocelulareapoptose.9

A MP reduziu a proliferac¸ão e ativac¸ão da microglia e macrófagoseonúmerodecélulasprogenitorasdos oligoden-drócitosdeforma crônicaeinibiuaproliferac¸ãodecélulas progenitorasdeneurônioshipocampaisedamedula.10

EmanimaistratadoscomMP,observou-se umareduc¸ão

significativadofatorneurotróficociliar,umamolécula neu-roprotetora,às12eàs24horasapósalesãomedular.Àsseis, 48e72horasnãoforamencontradasdiferenc¸as estatistica-mentesignificativas.11

Emtermosterapêuticos,verificou-seumamelhoria signi-ficativadafunc¸ãoneurológica,reduc¸ãodalatênciaedolimiar

eaumentodaamplitudedospotenciaismotoresevocadosem

ratostratadoscomMP.12Noutroestudoanimal,nãose veri-ficarammelhoriassignificativasnarecuperac¸ãoneurológica

nemnaquantidadedetecidolesadocomotratamentocom

MP.13Umarevisãoavaliouavalidadedosensaiosanimaispara oestudodostratamentosparaalesãomedular.Dosestudos incluídos,34%encontraramefeitosbenéficosdaMP,58%não encontraramefeitose8%tiveramresultadosmistos,ehouve

resultados inconsistentes entre e dentro de cada espécie.

Oestudoconcluiuqueénecessáriodesenvolvermétodos vali-dadosparaanalisaressestratamentos.14

Em humanos, os estudos são contraditórios: segundo

Andrade,nãofoiencontradarelac¸ãoentreaaplicac¸ãodo pro-tocoloNASCISIIea evoluc¸ãodospacientes.15 Noentanto,

emdoentes tratadoscom MP ecirurgia houve uma maior

recuperac¸ãomotoradoquenospacientesnãosubmetidosa

essetratamento.16

Uma metanálise de três estudos em humanos indicou

que o tratamento com MP, iniciado até oito horas após a

lesão,melhorasignificativamenteafunc¸ãoneurológica.Um

dos estudos concluiu que o tratamento com MP durante

48 horas origina um benefício adicional, principalmente

se o tratamento só for iniciado após as três primeiras

horas.17

Apesar de nem sempre estar relatada a evidência de

maior incidência de complicac¸ões ou mortalidade com o

tratamento,17ascomplicac¸õesdecorrentesdousodeMPsão habitualmentedevidasaoefeitoimunossupressor(infec¸ões) eaosefeitosmetabólicos(hiperglicemia).1,18Verificou-seum aumentoestatisticamentesignificativodascomplicac¸õesnos doentescomlesãocompleta16eumaumentosignificativodo riscodecomplicac¸õesemgeralnosdoentestratadoscomaltas doses(>5.000mg)deMP,bemcomoumaumento significa-tivodaincidênciadeúlcerasouhemorragiasgástricas.Não foram encontradasdiferenc¸assignificativasnamortalidade intra-hospitalarentreogrupoquerecebeualtasdosesdeMP eogrupocontrole.19

Nosdoentesinternadosemcuidadosintensivos verificou--seumaumentosignificativodoriscodeinfec¸ões, principal-menterespiratórias,edehiperglicemianosdoentestratados com MP.Não houve diferenc¸as estatisticamente significati-vasnamortalidadeenãoseverificaramdiferenc¸asnafunc¸ão neurológicaàaltaentreosdoentestratadosenãotratados.18

Osbenefíciosdotratamento comMPforam,assim,

ape-nasobservadosnosestudosNASCISenumououtroestudoe

verificou-sequeotratamentocomaltasdosesdeMPaumenta oriscodeinfec¸õeseconsequentementeotempode

interna-mentoeadependênciadeventilac¸ãomecânica.Osautores

concluem que até haver maisevidência, o uso de

esteroi-des no tratamento da lesão medular deve ser suspenso,2

considerando-sequeosbenefíciosdotratamentopodemnão

compensarosefeitosadversosassociados.20

Numartigosobreasmedidasdeprimeirossocorrose tra-tamentodotraumavértebro-medularcomfratura,osautores

referemqueatualmenteapenasusamaMP(segundoo

proto-coloNASCISII)empacientescomlesãomedularincompleta,

nas primeiras oito horas após a lesão, uma vez que não

observarambenefíciosdessaterapianosdoentescomlesão

completa.21

Uma revisão de 2013 concluiu que a MP não pode ser

consideradacomotratamentopadrãoparaostraumatizados

vértebro-medulares, masque sedeverá mantercomo uma

opc¸ão até surgirem novos tratamentos comprovadamente

eficazes.1

Tirilazad

Otirilazadéum21-aminosteroidequeatuadeforma

seme-lhanteaoscorticoides,inibindoaperoxidac¸ãolipídica,mas nãotemefeitosimunossupressoresemetabólicos.22

Umarevisãorefereosresultadosbenéficosdotirilazadnos estudosNASCIS,massublinhaanecessidadededesenvolver novasterapiasantioxidantes,maisseguraseeficazes.22

Fármacos

que

interferem

no

edema,

na

isquemia

e

no

equilíbrio

das

membranas

(4)

GM1

O GM1 é umgangliosídeo que intervém nesses processos,

elevaosníveisdefatoresneurotróficosereduzadestruic¸ão neuronal.23

UmestudoemratoscomparouoefeitodoMPcomoGM1.

AMPresultounuma melhoria significativadafunc¸ão neu-rológicaemrelac¸ãoaogrupocontrole.Ogrupotratadocom GM1tambémreveloumelhorfunc¸ãomotora,masadiferenc¸a nãofoi estatisticamente significativa.O tratamento combi-nadomelhorousignificativamenteafunc¸ãomotora,masde formamenosmarcadadoqueaMPisolada.23

Emhumanos,nãofoiencontradaevidênciadereduc¸ãoda mortalidadecomotratamentocomGM1.24

Inibidores

da

apoptose

Aapoptose éum importante componenteda lesão

medu-lar secundária, contribui para a perda de neurônios e

oligodendrócitos.25 Vários fármacos inibem a apoptose por diversosmecanismos,entreosquaisainibic¸ãodascaspases,25 ainibic¸ãodediversasviasdesinalizac¸ãointracelular26,27ea reduc¸ãodoestresseoxidativo.28Umvastogrupodefármacos inibeacalpaína,umaendoproteasequepromoveaapoptose emváriostiposdecélulasatravésdaproteólisedeproteínas docitoesqueleto,damembranaedamielina.29

Inibidoresdascaspases

Apóslesãoexperimentalemratoshouveativac¸ãodas caspa-ses3,8e9,principalmentenosneurônioseoligodendrócitos. Ainjec¸ão intratecalde Boc-d-fmk,uminibidorinespecífico

das caspases, resultou numa melhoria da func¸ão motora

21e28diasapósalesãomedularexperimental.O

z-DEVD-fmk, um inibidor seletivo da caspase 3, levou a melhoria

funcionalapenasaos21diasapósalesão.25Noutroestudo,

o z-DEVD-fmk resultou num menor grau de alterac¸ões

histológicas às 24 horas após a lesão, numa reduc¸ão da

apoptoseenumamelhoriasignificativadafunc¸ãomotora.30

Na comparac¸ão do tratamento com sulfato de magnésio,

umantagonistadosreceptoresN-metil-D-aspartato(NMDA),

com z-LEDH-fmk e o tratamento combinado com ambos,

verificou-seumamelhoriahistológica, masnãofuncionale nãoforamidentificadasdiferenc¸asestatisticamente significa-tivasentreosdoisfármacos.31Umgrupoestudouosefeitos

doM50054,uminibidordacaspase-3,empeixescom

capa-cidaderegenerativadosistemanervosocentral.Verificou-se reduc¸ãosignificativada apoptoseemmédioelongoprazos nosneurôniosjáexistentes,célulasrecém-formadase neurô-niosrecém-diferenciados,associadaarecuperac¸ãofuncional maisrápida,nospeixestratados.32

Inibidoresdacalpaína

O inibidor da calpaína MDL28170 melhorou a

sobrevivên-cia das células de Schwann, quer in vitro, após exposic¸ão aperóxidodehidrogênio,quer invivo, apóstransplantac¸ão

namedula espinhal lesada.33 Otratamento comumadose

única intravenosa desse agente, ou com uma dose diária

por via intraperitoneal, resultounuma melhoria da func¸ão motora,masnãodaextensãodalesão.Acombinac¸ãodessas duasformasdeadministrac¸ãomelhorouambasasvariáveis.29

A remoc¸ão do cálcio do meio ou a inibic¸ão da calpaína

com MDL28170 evitou a retrac¸ão da mielina induzidapela

exposic¸ãoaoglutamato.34

Outrosinibidoresdacalpaínaforamestudados.OSJA6017

reduziu significativamente o grau de dano tecidular e de

apoptose emelhorousignificativamente afunc¸ãomotora.35 Em ratos, a administrac¸ão de inibidoresda calpaínalevou

à formac¸ãodeextremidades axonaisanormais,inchadase

semmicrotúbulos.Issosugerequeaativac¸ãodacalpaínaseja necessáriaparaumaregenerac¸ãoeficaz.36

Fármacosqueinterferemnoutrasvias

O traumamedularativaaautofagia eapoptose em

neurô-nioseastrócitos.Ainibic¸ãodaautofagiacom3-metiladenina resultounumagravamentodafunc¸ãoneurológica,enquantoa suaestimulac¸ãocomrapamicinateveoefeitocontrário.Esses resultadossugeremqueaestimulac¸ãodaautofagiatem efei-tosantiapoptóticoseneuroprotetores.37

O tratamentocom aminoguanidina,uminibidor da

sín-tasedeóxidonítricoinduzível(iNOS),levouaumamelhoria da func¸ão motoradas patasposteriores,reduc¸ão da morte edas alterac¸õesmorfológicas neuronaisemratos. O trata-mentolevouaindaàreduc¸ãodadesfosforilac¸ãodaproteína pró-apoptóticaPromotordemorte associadoaoBcl-2

fosfo-rilado(p-BAD)edaexpressãodeiNOS,resultanumamenor

libertac¸ãodecitocromocdasmitocôndriasereduzograude apoptose.38

O tratamentocom buteínaatenuouaexpressãoda

pro-teína p65da via do fator nuclear ␬B (NF-␬B) e aumentou

a fosforilac¸ão do inibidor ␣ do NF-␬B (I-␬B␣). Houve

tam-bém umareduc¸ão da atividade da mieloperoxidase, o que

traduz menor infiltrac¸ãode neutrófilose menorexpressão

de caspase-3ativada. Conclui-se que houve diminuic¸ão da

apoptose.39

Noutroestudo,oBMS-345541,uminibidordaviacínasedo

I-␬B␣(IKK)/NF-␬B,evitouainfiltrac¸ãodeneutrófilospormeio dareduc¸ãodaexpressãodamoléculadeadesãoICAM-1eteve efeitosantiapoptóticospormeiodainibic¸ãodacaspase3eda modulac¸ãodaexpressãodeBcl-2eBax.40

Umestudoemratos comparouosefeitosdotratamento

comginkgolidoBcomosdametilprednisolonaedoAG490,

uminibidordaviacínaseJanus(JAK)/Stat.Osanimais

trata-doscomginkgolidoBoucomMPtiveramumafunc¸ãomotora

significativamentemelhordoqueosdogrupocontrole.O tra-tamentocomginkgolidoBeAG490reduziuaativac¸ãodavia JAK/StateaumentouarazãoBcl-2/Bax,resultounumefeito antiapoptótico,commenorexpressãodacaspase-3ereduc¸ão dascélulasTUNEL-positivas.OtratamentocomginkgolidoB eMPresultouaindanumamaiorpreservac¸ãoneuronal.27

Ainibic¸ãodacínasedependentedeciclina1(CDK1)com CR8oucomroscovitinaresultounumareduc¸ãodaapoptosede neurônioscorticaisemcultura,sobretudocomoCR8.Invivo, aadministrac¸ãodeCR8resultouigualmenteemmaior sobre-vivêncianeuronal.26

(5)

celulares.Emdiversosestudosverificou-sequeasuainibic¸ão favorecea regenerac¸ão axonalea sobrevivênciade neurô-nios.Otratamento comfasudil,uminibidordessaenzima, reduziuasalterac¸õeshistológicasefuncionais,aativac¸ãode astrócitos,a ativac¸ãoda via NF-␬B,a expressãode media-doresinflamatórioseinfiltrac¸ãodeneutrófilos,aexpressão

decínases de proteínas ativadas pormitogénios (MAPK), a

atividade da cínase Rho e a expressão de nitrotirosina e

de poli-ADP-ribose (marcadores de dano oxidativo e infla-matório).Verificou-seaindadiminuic¸ãodaexpressãodeFas

ligandoede Bax eaumentode Bcl-2. Na medula espinhal

dosanimaistratadoscomfasudilnãoforamdetetadascélulas apoptóticas.28

Emratos,otratamentocom17␤-estradiolreduziua apop-tose de oligodendrócitos e a perda de axônios, a ativac¸ão dascaspases3e9,dohomólogoAdoRas(RhoA),dacínase dec-JunN-terminal (JNK)3eos níveisdec-Junfosforilado (p-c-Jun), de forma dependentedo receptor do estrogênio. Aadministrac¸ãodePEP-1-C3,umaproteínadefusãoinibidora

daRhoA,tambémreduziuaapoptosedeoligodendrócitos,a

atividadedeJNK3eosníveisdep-c-Juneconfirmouopapel dessavianainduc¸ãodaapoptose.41O17␤-estradiolreduziua fosforilac¸ãodeJNKeaapoptosedeneurôniosespinhaisapós traumamedularemratosereduziuafosforilac¸ãodeJNKea excitotoxicidadeinduzidaporglutamatoinvitro.42Umestudo

invitrotestouoefeitodoestrogênio,dumagonistadoreceptor dosestrogênios(ER)␣(PPT)edumagonistadoER␤(DPN)em

neurôniosmotoresexpostosaoTNF-␣.Todosesseslevaram

àreduc¸ãoda apoptose,àinduc¸ão dafosforilac¸ãodas cína-sesreguladasporsinaisextracelulares(ERK)eaoaumentoda expressãodo(s)respectivo(s)receptor(es),commaior expres-sãodeproteínasantiapoptóticas.Osagonistasdosreceptores doestrogênioinibemqueraviaintrínseca,queravia extrín-secadaapoptose.43

Os embriões de galinhatêm acapacidade de regenerar

amedula espinhal até ao 13◦ dia doperíodo embrionário.

Apeptidilargininadeiminase3éumaproteína dependente

docálcioimplicadanaperdadessacapacidade.Otratamento comCl-amidina,umquelantedocálcio,reduziuaapoptose

eaextensãodalesão medularemembriões degalinhano

15◦diadedesenvolvimento.44

Numtrabalho emratinhos, aapocinina,um inibidorda

oxídasedo fosfatode dinucleótidode nicotinamida e ade-ninareduzido(NADPH),originouumareduc¸ãodainflamac¸ão e da extensão do dano medular, dos neutrófilos

infiltran-tes, da expressão de moléculas de adesão e de NF-␬B, da

formac¸ão de nitrotirosina e de poli-ADP-ribose, de citoci-naspró-inflamatórias,da ativac¸ãodaMAPK eda apoptose. Verificou-seaindaumamelhoriadafunc¸ãomotora.45

Opré-tratamentocomU0126,uminibidordascínasesda MAPK (MEK), levouà inibic¸ão da fosforilac¸ãoda ERK1/2, à

reduc¸ão da apoptose e a maior sobrevivência neuronal. A

inibic¸ãodaMEKinduziuafosforilac¸ãodoI-␬Befavoreceua ligac¸ãodoNF-␬BaoADN,aumentouaexpressãodaproteína celularinibidora da apoptose 2.Verificou-se umamelhoria estatisticamentesignificativadafunc¸ãomotoradosmembros afetados.46

OSP600125,uminibidordaJNK,resultounumaumento

dosníveisdep-BADedodímeroBAD/14-3-3,diminuic¸ãoda dimerizac¸ãodaBADcomBcl-XLeBcl-2ereduc¸ãodalibertac¸ão

de citocromoc.Verificou-se tambémmaior preservac¸ãoda

morfologiadasmitocôndriasediminuic¸ãodaapoptose.47 Orolipram,uminibidordafosfodiesterase4,induziuo cres-cimentodeneuritosearegenerac¸ãoaxonal,aocontrárioda MP,masnãoreduziuamorteneuronalinvitronemosníveis deproteoglicanosdesulfatodecondroítina,oquese verifi-coucomaMP;otratamentocombinadoteveumefeitonessas variáveismaisintensodoqueamonoterapia.Ambosos

fár-macosdiminuíramsignificativamenteovolumedelesão,de

forma maismarcadaemcombinac¸ão.Apenasotratamento

com ambos os agentes resultou numa melhoria funcional

significativa.48

Naloxona

AdinorfinaA,umopioideendógenoqueaumentaapósalesão medular, tem efeitos neurotóxicos ereduz o fluxoarterial. Analoxona,umantagonistadosopioides,foiusadanalguns estudosparacontrariaressesefeitos.3Noentanto,noestudo NASCISIIanaloxonanãomostrouefeitoneuroprotetor.3

Fármacos

antioxidantes

Odanooxidativo,provocadoporespéciesreativasdeoxigênio eperoxinitrito,éumprocessoimportantenalesãosecundária, levaàperturbac¸ãodahomeostasiaiônica,disfunc¸ão mitocon-drial,potenciac¸ãodaexcitotoxicidadeelesãomicrovascular.22

Otempoléumantioxidantequereduz osníveisdessas

substânciasediminuiainflamac¸ãoporinibiraCOX-2.49

Em vários estudos, o tempol reduziu o dano

oxida-tivo mediado por peroxinitrito e a disfunc¸ão respiratória mitocondrial.50,51Verificaram-seaindareduc¸ãodadegradac¸ão deproteínasdocitoesqueletoquandootratamentofoi admi-nistradoatéumahoraapósalesão50ereduc¸ãodaexpressão daCOX-2.49Observou-setambémreduc¸ãodaáreademedula irreversivelmentelesadacomotempol.49

Num estudo,comparou-seo efeitodotempolcom o da

proteínadedesacoplamento2,4-dinitrofenol.Essaúltima pre-servouafunc¸ãodasmitocôndriassinápticasenãosinápticas, enquantootempolapenasteveefeitonasnãosinápticas.52

Outroantioxidante,oedaravone,foicomparadocomaMP numensaioemratos.Verificou-sequeaMPtevemaiorefeito

narecuperac¸ãomotoradoqueoedaravonequandoo

trata-mentofoiadministradoatéoitohorasapósalesãomedulare ocorreuoinversoquandootratamentofoidadomaisdeoito horasdepois.AexpressãodeBcl-XLfoimaiornogrupotratado

comedaravone,independentementedotimingdotratamento.

Quandootratamentofoifeitoantesdasoitohoras,amaior reduc¸ãodaexpressãodecaspase-3deu-senosanimais trata-doscomMP;apósasoitohoras,apenasoedaravoneoriginou umareduc¸ãosignificativa.53

Um estudoinvivoeinvitro avaliouo efeitoda MPedo

MnTBAP, um antioxidante, na produc¸ão de espécies

reati-vasdeoxigênio.Invivo,ambosoriginaramumadiminuic¸ão

daproduc¸ãodeperóxidodehidrogênio,masapenaso

MnT-BAPreduziusignificativamenteaquantidadedesuperóxido.

In vitro, o MnTBAP revelou a capacidade de captar ambas as espéciesreativas de oxigênio,masaMP nãoteve efeito

(6)

significativamenteosmarcadoresdenitrac¸ãodeproteínase peroxidac¸ãolipídica,comparado comocontrole. Ambosos fármacos originaram umamelhoria significativada func¸ão neurológica,maisacentuadacomoMnTBAP.54

Outros

fármacos

Umestudoemratinhosavaliouo efeitodopeptídeo trans-critoreguladopelaanfetaminaecocaína(CART),sozinhoou

combinadocom aMP.Verificou-se queambosos fármacos

melhoraramafunc¸ãomotora.OefeitodaMPfoipotenciado pelaadministrac¸ãoconcomitantedeCART,mesmonumadose

subeficazemmonoterapia.OCARTeaMPreduziramainda

o número de astrócitos com marcac¸ão positiva para GFAP

eahipertrofiaastrocitária.Asalterac¸õeshistológicasforam

reduzidas deforma semelhante peloCART, pelaMPepelo

tratamentocombinado.55

NumestudoemratosfoiavaliadooefeitodaMPedo mag-nésio.Aadministrac¸ãodemagnésioatéoitohorasapósalesão

resultounumamelhoriasignificativada func¸ãomotoraem

relac¸ãoaogrupoplaceboeaosgruposquereceberam

mag-nésio passadas12 ou24 horas. A MP,o magnésio ea sua

combinac¸ãoreduziramsignificativamente aperda de

subs-tânciabranca,masacombinac¸ãonãosereveloumelhordo

queotratamentoisolado.Nenhumdostratamentosteveefeito significativonoíndicedemielina.56

O receptordo Nogo-66 é ativado por três moléculas da

mielinaeinibeocrescimentodeneuritos.Numestudo,o

tra-tamentocombinadocomMPeNEP1-40,umantagonistado

Nogo-66,resultounummaioraumentodasobrevivênciade

neurônioseoligodendrócitosenumarecuperac¸ãomotora sig-nificativamentemaioremrelac¸ãoaosanimaistratadoscom apenasumdosfármacos.57

Numestudoretrospectivoemhumanos,verificou-seuma

melhoriamaissignificativadaautonomianasatividadesda vidadiáriacomotratamentocombinadocomMPe eritropoi-etinadoquecomMPisolada.58

Num estudo emratos queavaliou o efeito da MPe da

dexmedetomidina,ambosostratamentosreduziram

signifi-cativamenteosníveisdeTNF-␣eIL-6,bemcomoainfiltrac¸ão

deneutrófilos.59 Noutro,adexmedetomidinaprovocouuma

maiorsubidadaparaoxonaseedaIL-6eprovocouumamaior

reduc¸ão da hemorragia do que a MP. Ambos reduziram o

edemaeanecroseemigualmedida.60

Discussão

Asevidências em relac¸ão àeficácia da MP são contraditó-rias,enquantoaevidênciasobreosseusefeitosnegativosse temacumulado.Àluzdosconhecimentosatuais,ousodeMP

notraumavértebro-medulardevesercuidadosamente

pon-derado.Outrosanti-inflamatóriosmostrarambenefíciosem

humanosouemanimais,massãonecessáriosmaisestudos

paratirarconclusõessobreasuaeficáciaeseguranc¸ana clí-nica.

OGM1nãoaparentatermaioreficáciadoqueaMP.

Aten-dendoaqueos efeitosdessefármacosepodemevidenciar

tardiamente, estudosemlongo prazosãonecessários para

identificarbenefíciosdoGM1.23

Aapoptoseéumprocessocomplexo,commúltiplos

inter-venientes, pelo que se têm desenvolvido fármacos que a

inibem pordiversosmecanismos.Osmaisestudados

pare-cemserosinibidoresdascaspaseseosinibidoresdacalpaína.

Muitosdessesfármacostêmmostradobenefícioemestudos

invitroouemmodelosanimais.

Analoxonanãomostrou efeitoneuroprotetornoestudo

NASCISII.

Nosestudosfeitos,otempoldemonstrouinibiras princi-paisconsequênciasdaoxidac¸ãononíveldamedulaeéuma

terapiapromissora.Outrosantioxidantesaparentamterum

efeitosuperioraodaMP,massãonecessáriosmaisestudos paraconfirmarasuaeficácia.

Considerac¸ões

finais

Para atender ao enorme impacto da lesão medular e à

faltadeopc¸õesterapêuticaseficazes nalesão secundária,é

urgenteencontrarnovostratamentosquepermitammelhorar

oestadoneurológicodostraumatizadosvértebro-medulares. Osbenefíciosdotratamentocommetilprednisolonatêmsido questionados,ehápreocupac¸õesemrelac¸ãoàsuaseguranc¸a.

Outros fármacos que intervêm na inflamac¸ão ou noutros

mecanismostêmsidoestudados.Algunsdessespodemsem

opc¸õespromissorasàmetilprednisolona.Énecessáriaa

fei-tura de estudos adicionais para tirar conclusões sobre o

benefíciodessesagentesnapráticaclínica.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Referências

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