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Efeito do galactooligossacarídeo sobre os sintomas de constipação.

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ARTIGO

ORIGINAL

Effect

of

4’galactooligosaccharide

on

constipation

symptoms

,

夽夽

,

夽夽夽

Célia

A.V.

Beleli

a

,

Maria

A.R.G.M.

Antonio

a

,

Rosângela

dos

Santos

b

,

Gláucia

M.

Pastore

b

e

Elizete

A.

Lomazi

a,∗

aFaculdadedeCiênciasMédicas,UniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),Campinas,SP,Brasil bFaculdadedeEngenhariadeAlimentos,UniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),Campinas,SP,Brasil

Recebidoem29desetembrode2014;aceitoem23dejaneirode2015

KEYWORDS

Child; Constipation; Functionalfood; Therapy

Abstract

Objective: Fructooligosacharides andgalactooligosacharides softenfecal bolusandincrease frequency ofdepositions whenaddedtoinfantformula.This studyaimedtodeterminethe effectsofgalactooligosaccharideinpediatricpatientswithchronicconstipation.

Methods: From 2010 to 2012, 20 constipated patients (4-16 years of age) attended to at a primary healthcare unit were enrolled in adouble-blinded, placebo-controlledcrossover trial.Elevenchildren ingested galactooligosaccharide(1.7g)for 30 days,followed bya 15-day washoutperiod, anda30-dayperiod ofplacebo(maltodextrin).Ninepatientsingested maltodextrin for 30 days, followed by 15-day washout period, and galactooligosaccharide (1.7g)for30days.Constipationsymptomswereconsideredasprimaryoutcomes:bowel move-ments/week, straining during defecation, and stool consistency. Outcome symptoms were rankedaccordingtoanumericalscaleelaboratedforthisstudy.Datawererecordedat base-line,andondays15and30ofeach30-daycrossoverperiod.Repeated-measuresanalysisof variance(ANOVA)wasusedtoanalyzesymptomsalongtime.

Results: Atbaseline,therewasnosignificantdifferenceinsymptomsseveritybetweengroups (p=0.45).Galactooligosaccharideingestion wasrelated toincreaseofthebowelmovement frequency, p<0.0001; relief ofdefecation straining, p<0.0001;and decrease instool con-sistency, p=0.0014, comparedto placeboingestion. Patientsreportedno sideeffectsfrom galactooligosaccharide.

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.01.010

Comocitaresteartigo:BeleliCA,AntonioMA,dosSantosR,PastoreGM,LomaziEA.Effectof4’galactooligosaccharideonconstipation symptoms.JPediatr(RioJ).2015;91:567---73.

夽夽Trabalhovinculadoà FaculdadedeCiênciasMédicaseFaculdadedeEngenhariade Alimentos,UniversidadeEstadualdeCampinas

(Unicamp),Campinas,SP,Brasil.

夽夽夽 TrabalhoconduzidoemUnidadedeSaúdeBásicanaperiferiadeCampinas,coordenadoporequipedepediatrasdoDepartamentode

Pediatria,FaculdadedeCiênciasMédicas,UniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),Campinas,SP,Brasil. ∗Autorparacorrespondência.

E-mail:elizete.apl@gmail.com(E.A.Lomazi).

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Conclusion: Galactooligosaccharidewaseffectiveatimprovingclinicalsymptomsinthisgroup ofconstipatedchildren.

©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.

PALAVRAS-CHAVE

Crianc¸a; Constipac¸ão intestinal;

Alimentofuncional; Tratamento

Efeitodogalactooligossacarídeosobreossintomasdeconstipac¸ão

Resumo

Objetivo: Aadic¸ãodefrutooligossacarídeosegalactooligossacarídeosafórmulasinfantispode diminuiraconsistênciafecaleaumentarafrequênciadasevacuac¸ões.Oobjetivodopresente estudofoideterminaroefeitodogalactooligossacarídeoemcrianc¸ascomconstipac¸ãocrônica. Métodos: Entre2010e2012,20 pacientesconstipados(4-16anos),atendidosnumaunidade básicadesaúde,completaramensaioclínicoduplocego,placebo-controladoededelineamento crossover.Onzepacientesreceberamgalactooligossacarídeo(1,7g)por30dias,seguidospor 15diasdewashout,e,após,placebo(maltodextrina)por30dias;novepacientesreceberam placebo30dias,seguidosde15diasdewashoute30diasdegalactooligossacarídeo(1,7g).Os desfechosprimáriosforamfrequênciasemanaldeevacuac¸ões,esforc¸oevacuatórioe consistên-ciafecal,classificadaporescalanuméricaelaboradaparaesteestudoecompiladanoprimeiro, 15◦e30diasdecadaperíododecrossover.Análiseestatísticafoifeitapormétododeanálise

devariância(Anova)paramedidasrepetidas.

Resultados: Intensidadedossintomasnosgruposfoisemelhantenoiníciodoestudo(p=0,45). Duranteaingestãodegalactooligossacarídeo constatou-semaiorfrequênciadeevacuac¸ões, p<0,0001, menor dificuldade evacuatória, p<0,0001 e diminuic¸ão da consistência fecal, p=0,0014.Efeitoscolateraisnãoforamreferidosduranteaingestãodoprebiótico.

Conclusão: Duranteaingestãodegalactooligossacarídeoossintomasclínicosdaconstipac¸ão emcrianc¸aseadolescentesforamsignificantementealiviados.

©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos reservados.

Introduc

¸ão

Dados sobre as últimas décadas indicaram a constipac¸ão infantil como um problema comum em todo o mundo e sua prevalência relatada variou de 0,7% a 30%. Além disso, nos últimos anos, o número de pacientes cresceu significativamente no mundo ocidental.1,2 Foram

reco-mendadas diferentes terapêuticas para o tratamento da constipac¸ão, inclusive emolientes fecais, suplementac¸ão comfibraalimentar,laxantes,procinéticosealimentos fun-cionais. Laxantes osmóticos e fibras alimentares são as ferramentasterapêuticasmaisamplamenteusadas;porém hámuitopoucosestudoscomprovadosparaembasar quais-quer recomendac¸ões de tratamento da constipac¸ão em pacientespediátricos.3,4

Alimentos funcionais com probióticos ou prebióticos foram identificados como úteis no estabelecimento de hábitosintestinais em crianc¸as.5 Umestudo multicêntrico

controlado mostrou que o consumo de laticínios fermen-tados que contêm Bifidobacterium lactis foi associado como umfator que aumenta a frequência de evacuac¸ões em crianc¸as com constipac¸ão e frequência de evacuac¸ão <3vezes/semana.6

Com relac¸ão aos efeitos dosprebióticos sobreo efeito laxante,estudosfeitosempacientespediátricosincluíram predominantementeneonatos alimentadosexclusivamente comfórmulas lácteas. Aingestão de prebióticos mostrou--seeficaznotratamentodaconstipac¸ão,poisoconsumode

frutooligossacarídeosegalactooligossacarídeosadicionados afórmulasinfantisaumentaobolofecaleafrequênciadas evacuac¸ões.7-10

Alógica dos efeitos terapêuticos dosprebióticos sobre aconstipac¸ãotemcomobase ofatodequeos galactooli-gossacarídeosafetamasaúdedohospedeiroeestimulamo crescimentoe/ouaatividadedasbifidobactériasnocólon.11

Asbifidobactérias, principalmenteLactobacillus acidophil-lusouBifidobacteriumbifidum,fermentamcarboidratose produzemácidosgraxos decadeiacurta(AGCCs), omaior ânionnointestinogrosso;osAGCCsconseguemaumentaro fluxo sanguíneonocólone aatividademuscular,melhorar opesofecalúmidoepromover,assim,oefeitolaxante.12,13

Oartigoatualvisouavaliaraeficáciadoprebiótico galac-tooligossacarídeo (GOS) notratamento daconstipac¸ãoem crianc¸aseadolescentes.

Métodos

Modelo:umestudonãorandomizado,duplocego, placebo--controladoededelineamentocrossoverfoifeitode8de agostode2010a25demarc¸ode2012.

Configurac¸ão:unidadebásicadesaúdeadministradapor umaequipedefaculdadedemedicina.

(3)

Critériosdeelegibilidade

Critériosdeinclusão:diagnósticodeconstipac¸ãocombase noscritériosRomaIIIparadistúrbiosfuncionais.14

Adicional-mente,afimdeexcluirintolerânciaalactoseeparaserem incluídos no estudo, os pacientes devem relatar ingestão diáriade no mínimo250mL de leite devaca semrelatar sintomas,especificamentedorabdominal,cólicas,diarreia ouflatulênciaapósingestãodeleite.

Critériosdenãoinclusão:pacientescomoutrascondic¸ões decomorbidade,aquelesjáemtratamentodaconstipac¸ão eaquelesquefizeramusodeantibióticosouprobióticosnos últimosseismeses.

Produtosestudados

Produto de teste: o prebiótico galactooligossacarídeo foi produzido da lactose por meio da ac¸ão da enzima ␤ --galactosidase,produzidapelomicro-organismodaespécie Scopulariopsis.15 Um volume diário de 6mL da soluc¸ão

comMaltodextrina(placebo)prescritaeGOSingeridapela manhã.NamisturadeGOSusada,umvolumede6mL conti-nha1,7gdeGOS.Ospaiseparticipantesforaminformados dos possíveisefeitos colateraisdaingestão deGOS,como distensãoabdominal,flatulência,cólicasabdominaise diar-reia.

Controle:oplaceboconsistiudeumasoluc¸ão com mal-todextrina.

Desconhecimento

Osdoistratamentos,oprebióticogalactooligossacarídeoe placebo,foramidênticosquantoaviscosidade,cor,cheiro, gostoeembalagem.Todosospacienteseaequipede pes-quisadoresenvolvidos nãoestavam cientes dotratamento administradoaopaciente.

Ordemdeinclusãodepacientesnoestudoe fluxograma

Oensaioconsistiudeummodelocrossoverdeduas sequên-cias, dois períodos e dois tratamentos. Cada período de crossoverdurou30dias,separadopor15diascomoperíodo de washout. A sequência de ingestão do galactooligossa-carídeo(GOS) ouplacebo definida peloprimeiro paciente inscritonoestudofoiescolhidaporlote.Aordemde inges-tãonospacientesaseguirfoisistematicamentealternada. Afigura1mostraumfluxogramadoestudo.16

A coletade dadosclínicosrelacionada aossintomasde constipac¸ão,aentregadassubstâncias(GOSeplacebo)eo controledeuso foramatingidos duranteasvisitas domici-liaresacadaduas semanas:noiníciodoestudo, 15◦ diae 30◦

dia,amboscomperíododeestudode30dias.Ousodas substânciasfoiverificadopeladevoluc¸ãodefrascosusados.

Cálculodotamanhodaamostra

Os dados dos 10 primeiros indivíduos que concluíram o estudoforamexaminadospelaanálisedevariância(Anova) paracalcularotamanhodaamostra.17Foiusadoosoftware

SASparacalcularotamanhodaamostra,versão9.2do Sis-temaSASparaWindows(SASInstituteInc.Cary,NC,EUA). A análise estatística com Anova foi aplicada para medi-dasrepetidas.AAnovafoiusadaparaanalisartratamentos comparativos,considerandoadiferenc¸anosresultados.Foi aplicada a análise de capacidade no contexto da Anova pressupondo um modelo crossover de duas sequências, doisperíodos edoistratamentos,adimensãodoefeitona populac¸ão,otamanhodaamostraeoníveldesignificância. UmefeitoestatisticamentesignificativonaAnovafoi acom-panhadotestesdeacompanhamentoa fimdeavaliarqual variávelfoidiferenteentreosgrupos.Ostestesde acompa-nhamentoforamfeitosposthoc.OsoftwareSASfpowerfoi entãousadoparacalcularotamanhodaamostraapós espe-cificaracapacidadedoestudoem 90%e alfa---0,05.Essa fasemostrouque,pormeiodeumaanálisedecapacidade de90%,seriamnecessáriosnoveindivíduosemcadagrupo. Não foi permitida suplementac¸ão adicional com fibra alimentar até a conclusão do ensaio. Fibra alimentar foi prescrita aos pacientes que recusaram participar ou que concluíramoestudo.

Efeitos

Três sintomas foram considerados desfechos primários: evacuac¸õessemanais,consistênciafecaleesforc¸o evacuató-rio/dornaevacuac¸ão.Essessintomasforamclassificadosde acordocomvaloresnuméricos.Afrequênciadasevacuac¸ões foi classificada de 1 a 3da seguinteforma: 1=≥ 3 vezes porsemana; 2=1 a 2 vezes por semana; e 3=< uma vez porsemana. A intensidadedo esforc¸oevacuatório/dor na evacuac¸ãofoiclassificadade1a3(1=ausênciade descon-fortooudor,2=dore/ou desconforto episódicoe3 =dor e/oudesconforto durantetodaevacuac¸ão).Aconsistência fecalfoi definida deacordo comuma escalafotográfica18

evariou de3 a0(3 =pedac¸osduros,separados,2 =tipo banana com rachaduras profundas, 1 = tipo banana com rachadurassuperficiaise0=tipobananacompedac¸osmoles e separados/amolecidos. A soma de valores variou entre 2e9efoiconsideradoumescoreclínicoquecaracterizoua intensidadedossintomas.Aavaliac¸ãofísicaeosescoresdos pacientesforamcompiladosnaentrevistainicialeno15◦ e 30◦

diasemcadaperíodo.

Análiseestatística

As análises descritivas foram feitas incluindo medidas da tendênciacentraledispersãodasvariáveis numéricas.No iníciodoestudoforamcomparadososdadosclínicose demo-gráficos(testedeMann-Whitney).

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Avaliado para elegibilidade (n = 23)

Excluído (n = 1)

♦Não atende aos critérios de inclusão (n = 0)

♦Negou participação (n = 0)

♦Outros motivos (n = 1)

Analisado (n = 11)

Deixou de ser acompanhado (citar motivos) (n = 0)

Intervenção interrompida (citar motivos) (n=0) Alocado para intervenção (n = 11)

♦Recebeu intervenção alocada (n = 11)

Intervenção interrompida (negou participação) (n = 2)

Deixou de ser acompanhado (n = 0) Alocado para intervenção (n = 11)

♦Recebeu intervenção alocada (n = 11)

Analisado (n = 9)

Análise

Acompanhamento

Inscrição

Ensaio controle com grupo paralelo com um índice de alocação 1:1

Alocação

Figura1 Estudodofluxogramadeacordocomospadrõesconsolidadosdeensaiosclínicosparadivulgac¸ão.30

Oestudofoiaprovadopelocomitêdeéticadainstituic¸ão soboprocessonúmero366/2009,CAAE:0280.0.146.000-09. Todososparticipantese/oupaisresponsáveispelacrianc¸a assinaramumformulário deconsentimentoinformadopor escrito.Oestudofoirevisadoepublicadonowebsite ameri-canoClinicalTrials.gov,númeroidentificador:NCT0283766.

Resultados

Foramincluídosinicialmente23pacientes,porémtrês dei-xaramdeseracompanhadosdevidoamudanc¸adeenderec¸o semcomunicac¸ãoprévia.Foramincluídas20crianc¸ase ado-lescentes entre quatro e 16 anos, 8,8±4,1 anos (média

± DP). Doze crianc¸as eram meninas. Após tomada de conhecimento,observou-seque 11pacientesreceberama sequênciade GOSe placebo e nove pacientesreceberam asequênciaplaceboeGOS.Nenhumdospacientesrecusou tratamento ouapresentou baixa aceitac¸ão damedicac¸ão. Naentrevistainicial,todosospacientesrelatarammenosde trêsevacuac¸õesporsemanaoufezescomconsistênciadura. Como os pacientes foram alocados sistematicamente paraosgruposdeacordocomoscuidadosdesaúde consecu-tivosnaprimeiraconsulta,oefeitodaalocac¸ão(ordemde ingestãodoproduto)foicalculadopelaAnovaparamedidas

repetidasenãomostroudiferenc¸aentreosescoresdos gru-posdeterminadospelaalocac¸ãodogrupo,p=0,9427.

Escoresclínicoscomopassardotempo

Atabela1mostraosdadosclínicosdemográficosde20 paci-entesqueconcluíramoestudo.Astabelas2e3mostrama distribuic¸ãodosescoresclínicos,considerandooefeitodo GOSeoefeitotemporal,respectivamente,ouseja,os esco-res clínicos com o passardo tempo. A médiados escores clínicosapresentoureduc¸ãosignificativaduranteaingestão deGOSemambososgrupos(tabela2).Amédiadosescores clínicoscomopassardotempomostrouqueoefeitodoGOS durouaolongodesuaingestão,considerandoqueoperíodo de washoutanulou o efeito doGOS.Nãohouve interac¸ão entreosgrupos/tempo(tabela3).

Discussão

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Tabela1 Característicasdemográficaseclínicasnoiníciodoestudo

GOS→ Placebo grupo1 (N=11)

Placebo→ GOS grupo2(N=9)

valordepa

Variável

Sexo,M:F 4:7 4:5 Nãosignificativo

Idade(anos) (média± DP)

8,7±4,8 8,8±3,5 Nãosignificativo

Idadequandodoiníciodossintomas(anos,média±DP) 5±4,7 3,8±2,4 Nãosignificativo

Constipac¸ãoteveiníciono1◦anodevida 3/11 1/9 Nãosignificativo

Durac¸ãodaconstipac¸ão(anos) 3,8±0,7 5,4±3,45 Nãosignificativo

Evacuac¸ões/semana(noiníciodoestudo) 1,5± 0,5 1,7± 0,7 Nãosignificativo Consistênciadasfezesb

Média±DP 2,8±0,2 2,6±0,2 0,07

Média(mín.-máx.) 3(1-2) 2,5(2,5-3)

Escorenoiníciodoestudoc 6,5±1 6,1±1,4 0,45

EscoreduranteoGOS 4,6± 1,2 4,3± 1 0,70

EscoredurantePlacebo 5,8±1,1 6±1,3 0,65

Escoreclínicoapresentadoemmédia±DP. GOS,galactooligossacarídeo.

a TestedeMann-Whitney.

b Codificac¸ãodaconsistênciadasfezes:valor3=dura;valor2=tipobananacomrachadurasprofundas;valor1=tipobananacom

rachadurassuperficiaisevalorzero=tipobananamole/pedac¸osmolesseparados/pedac¸osamolecidos.

c Ovalordoescoreclínicoincluiufrequênciadeevacuac¸ão,consistênciafecaledesconfortoduranteaevacuac¸ãoevarioudevalor9

(maiorgravidade)avalor2(ausênciadesintomas).

O GOS foi eficaz na melhoria da constipac¸ão em ido-sos,grávidaseneonatos.19,20 Contudo,nomelhordenosso

conhecimento, nenhum ensaio clínico avaliou os efeitos doGOSem crianc¸as ouadolescentesconstipados. Estudos que incluíram crianc¸as em idade escolar ou adolescentes enquantotratadosemclínicasambulatoriaissãoaltamente onerosos e exigem controle rigoroso com relac¸ão à ade-sãoaosmedicamentos.Nopresenteestudo,foinecessário esforc¸oconsiderávelparamediraadesãoeossintomaspor meiodevisitasdomiciliaresfrequentes.

Osprincipaissintomasdecrianc¸asconstipadas que bus-cam unidades básicas de saúde incluem fezes duras e grandesintervalosentreasevacuac¸ões.Menosde15%dos pacientesrelataram incontinênciafecalretentiva.21 O

tra-tamentoprimárioprescritoparaossintomasdeconstipac¸ão iniciaisemcrianc¸asvariaconsideravelmenteenormalmente menosde50%dessespacientessãotratadoscomsucesso.22

AingestãodeGOSpromoveualíviodasqueixasdurantesua

ingestão,independentementedeoutrarecomendac¸ão adju-vante.

Nopresenteestudo,adurac¸ãomédiafoidetrêsacinco anos,provavelmenteamaioria dospacientesjátinhasido tratada, porém não deu continuidade à terapia. Nenhum paciente relatou sintomas de incontinência fecal reten-tivaouapresentouretenc¸ão fecalpalpável noabdome ou identificada por exame retal. Aparentemente, os pacien-tes apresentam constipac¸ão leve, responsiva a laxantes orais e sem complicac¸ões. Esse quadro clínico é encon-tradocomumenteemunidadesbásicasdesaúdeemcrianc¸as constipadas. Nossos dadosmostramque, como umgrupo, crianc¸as e adolescentes melhoram quando usam GOS e nenhumamudanc¸anosintomafoiregistradacomplacebo. Nenhumoutrotipodeterapiafoirecomendado,exceto ade-sãorigorosaaosprodutos.

Apesardaescassezdedadosquefornec¸amcomprovac¸ão conclusiva para embasar as recomendac¸ões atuais de

Tabela2 Escoresclínicoscombasenafrequênciadeevacuac¸ão,consistênciafecaledesconfortoduranteeevacuac¸ão Período1

Média± DP

Período2 Média± DP

Iníciodoestudo 15◦dia 30dia Iníciodoestudo 15dia 30dia

Grupo1(sequênciainicial: GOS→Placebo)(N=11)

6,82± 1,47 3,73± 1,68 3,09± 1,64 5,55± 1,57 6± 1,67 6,18± 1,72

Grupo2(sequênciainicial: Placebo→GOS)(N=9)

6,11± 1,45 6,11± 1,36 5,78± 1,39 6,11± 1,36 3,67± 1,22 3,11± 1,36

Valordepa 0,1739 0,0004 <0,0001 0,1237 <0,0001 <0,0001

GOS,galactooligossacarídeo.

(6)

Tabela3 Dadosclínicoseefeitotempo(dadosclínicoscomopassardotempo)comousodaanálisedevariância(Anova) Escore/grupo Período1

Média±DP

Valordep Efeito temporal

Período2 Média±DP

Valordep Efeito temporal

Início do estudo

15◦dia 30dia Início

do estudo

15◦dia 30dia

Grupo1 GOS→ Placebo (N=11)

6,82± 1,47 3,73± 1,68 3,09± 1,64 <0,0001a 5,55± 1,57 6± 1,67 6± 1,72 <0,0001b

Grupo2 Placebo

→GOS (N=9)

6,11± 1,45 6,11± 1,36 5,78± 1,39 0,4493 6,11± 1,36 3,67± 1,22 3,11± 1,36 0,0105b

Osvaloresdoescoreclínicovariamde9(maiorgravidade)a2(ausênciadesintomas). GOS,galactooligossacarídeo.

aValordeprefere-seaosvaloresdoescoreclíniconoiníciodoestudoemcomparac¸ãocomo15dianoensaio.

b Valorde prefere-seaosvaloresdoescoreclínico noiníciodo estudoemcomparac¸ãocom o15dia enoiníciodoestudoem

comparac¸ãocomo30◦dianoensaio.

ingestãode fibraspara pacientespediátricos constipados, ensaios clínicos pediátricos mostraram que a ingestão de fibraalimentaraumentaafrequênciadeevacuac¸ãoea con-sistênciamaislevedasfezes.23Amodificac¸ãoalimentarpara

aumentaroconsumodefibraséconsideradaumimportante componentenotratamentodaconstipac¸ão.Suplementac¸ão defibrasalimentaresnãofoiprescritaduranteesteensaio,a fimdemelhoravaliaroefeitoisoladodoGOSsobreas carac-terísticasfecais.Fibraalimentarfoiprescritaaosindivíduos queserecusaramaparticiparouqueconcluíramoestudo.

A ampla faixa etária e o tamanho da amostra devem ser discutidos como limitac¸ões no presente estudo. A patogênesedeconstipac¸ãonãoorgânicaestáintimamente relacionada à recusa de ir ao banheiro causada por dor durante a evacuac¸ão, geralmente durante o período de educac¸ão para usar o banheiro. Esses pacientes normal-mentetêmumhistóricoanteriordefezesduraseevacuac¸ão nãofrequente e dolorosa, normalmente acompanhada de gritos e retenc¸ão das fezes. Quando os sintomas não são tratados,acondic¸ãoavanc¸aatéquesejafeitoum diagnós-tico.Emcercade50%dascrianc¸aspodeserobservadoum resultadodelongoprazoe25%dascrianc¸ascomconstipac¸ão funcionalcontinuamaapresentarsintomasnavidaadulta.24

Aconstipac¸ãodelongoprazoestáassociada aimpactac¸ão fecal,incontinênciaretentiva emegarreto. Independente-mentedascomplicac¸õesedaidade,bonsresultadosclínicos foramdefinidoscomo>ou=3evacuac¸õesporsemanapor> ou=4semanas,com<ou=2episódiosdeincontinênciafecal pormês,independentemente dousodelaxantes.24

Consi-derandoocontexto dapatogênese,deve-sedestacarque, apesar da variabilidade da idade, os indivíduos incluídos apresentamsintomasmuitosemelhantesem suas caracte-rísticasdeconstipac¸ãoenenhumindivíduoapresentasinais de complicac¸ões, como impactac¸ão fecal e exigência de laxantesagressivos.Arespeitodaquestãoamostrapequena, pode-seconsiderarqueomodelocrossoverfoiescolhidopois possibilitaqueospesquisadoresfac¸amcomparac¸õesentre amostras pequenas e o tamanho da amostra foi definido

basicamente como suficiente pela análise estatística. Ao aceitaressasconsiderac¸ões,pode-sedizerqueosresultados atuaissãoverdadeirosparapacientescomsintomasleves.

Emestudosfeitosparaavaliarosefeitosdosprebiótico sobreaconstipac¸ãoinfantil,adurac¸ãodotratamentovariou de21diasaoitosemanasparaavaliac¸ãodossintomas.Um período de quatrosemanas foi proposto com base nesses estudos.25-27

A dose fixa de GOS foi escolhida para fornecer um equilíbrio adequado entre a eficácia e a tolerância e, de acordocomosresultadosdosensaiosemadultos,não pude-mos verificar o efeito bifidogênico sobre a microbiota ou o aumento daproduc¸ão de ácidosgraxos de cadeia curta (AGCC) fecais. De acordo com a literatura, a adic¸ão de 12g/diadeGOSmostrou-seeficazebemtoleradaeresultou emaumentodaquantidadefecaldebifidobactériasem indi-víduossaudáveis.28,29Mostrou-sequeadoseseguraestimada

emadultosvariade0,3a0,4g/kg/diae2,5gdeGOSé sufici-enteparainduzirumefeitobifidogênico.30Umaquantidade

excessivadeGOSpodecausarefeitososmóticosadversose levaradiarreiaosmótica,sintomasnãorelatadospornossos pacientesduranteaingestãodeGOS.

O estudo-piloto mostrou que o GOS melhora os sinto-masclínicosdeconstipac¸ãoepoderepresentarumamedida favorável no tratamento da constipac¸ão. Para confirmar essesachados,énecessárioumgrandeensaiorandomizado controladoporplacebo.

Financiamento

Faepex(FundodeApoioaoEnsino,àPesquisaeàExtensão) daFaculdadedeCiênciasMédicasdaUniversidadeEstadual deCampinas,liberadoem12/11/2009sobon◦519.294.

Conflitos

de

interesse

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Referências

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Tabela 2 Escores clínicos com base na frequência de evacuac ¸ão, consistência fecal e desconforto durante e evacuac ¸ão Período 1
Tabela 3 Dados clínicos e efeito tempo (dados clínicos com o passar do tempo) com o uso da análise de variância (Anova) Escore/grupo Período 1 Média ± DP Valor de pEfeito temporal Período 2Média± DP Valor de pEfeitotemporal Início do estudo

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