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Teste de força muscular ventilatória: é viável em crianças jovens?.

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REVISTA

PAULISTA

DE

PEDIATRIA

ARTIGO

ORIGINAL

Teste

de

forc

¸a

muscular

ventilatória:

é

viável

em

crianc

¸as

jovens?

João

Paulo

Heinzmann-Filho

e

Márcio

Vinícius

Fagundes

Donadio

CentroInfant,InstitutodePesquisasBiomédicas,PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUCRS),PortoAlegre, RS,Brasil

Recebidoem1desetembrode2014;aceitoem18dejaneirode2015 DisponívelnaInternetem9dejunhode2015

PALAVRAS-CHAVE

Testesdefunc¸ão pulmonar; Forc¸amuscular; Músculos respiratórios; Estudosde viabilidade

Resumo

Objetivo: Determinarataxadesucessodotestedemanovacuometriaemcrianc¸asdequatro

a12anos.

Métodos: Estudotransversalqueincluiucrianc¸aseadolescentesdequatroa12anos,

matricu-ladasemtrêsescolasdaredebásicadeensino.Todososparticipantesfizeramamensurac¸ãodas

medidasantropométricas,seguidasdotestedemanovacuometria(pressãoinspiratóriamáxima

epressãoexpiratóriamáxima).Escolarescujosresponsáveisnãoautorizaramaparticipac¸ãoe

aquelesquenãoquiseramfazerotesteforamexcluídos.Otestefoiconsideradocomosucesso

quandoosujeitoavaliadoatingiaoscritériosdeaceitabilidade(ausênciadeescapeaéreo)e

reprodutibilidade(variac¸ão <10%entreasduasmaioresmanobras)estabelecidospelas

diretri-zes.Oinsucessofoidefinidocomonãopreenchimentodoscritériosdescritosacima.Osdados

foramexpressosemmédiaedesviopadrãoeemfrequênciaabsolutaerelativa.Acomparac¸ão

entreasproporc¸õesfoifeitapormeiodotestedequi-quadrado.

Resultados: Foramincluídas196crianc¸aseadolescentes,comidademédiade8,4±2,5anos,

53,1%dosexofeminino.Ataxadesucessodotestedemanovacuometriaemcrianc¸ase

ado-lescentesavaliadosfoide92,3%.Quandocomparadasasdiferenc¸asentreastaxasdesucesso

decrianc¸asnafaixaetáriapré-escolar comcrianc¸ase adolescentesnafaixa etáriaescolar,

observou-seumataxadesucessosignificativamentemenornogrupopré-escolar(85,1%),em

comparac¸ãocomogrupoescolar(94,6%)(p=0,032).Noentanto,nãohouvediferenc¸a

significa-tiva(p=0,575)quandoanalisadasdiferenc¸asentresexos.

Conclusões: Otestedemanovacuometriaapresentouumaelevadataxadesucessonapopulac¸ão

pré-escolareescolaravaliada.Alémdisso,ataxadesucessopareceestarrelacionadacomo

aumentodaidade.

©2015Associac¸ão dePediatriade SãoPaulo.Publicado porElsevier EditoraLtda.Todosos

direitosreservados.

Autorparacorrespondência.

E-mail:mdonadio@pucrs.br(M.V.F.Donadio).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rpped.2015.01.008

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KEYWORDS

Respiratoryfunction tests;

Musclestrength; Respiratorymuscles; Feasibilitystudies

Respiratorymusclestrengthtest:isitrealisticinyoungchildren?

Abstract

Objective: Todeterminethesuccessrateofthemanovacuometrytestinchildrenbetween4

and12yearsofage.

Methods: Cross-sectionalstudyinvolvingchildrenandadolescentsfrom4to12yearsofage,

enrolledinthreebasiceducationschools.Allsubjectshadtheanthropometricandrespiratory

musclestrength(maximuminspiratorypressureandmaximumexpiratorypressure)data

measu-red.Studentswhoseparentsdidnotauthorizeparticipationorwhodidnotwanttoundergothe

testwereexcluded.Thetestwasconsideredsuccessfulwhenthesubjectreachedacceptability

(noairleaks)andreproducibility(variation<10%betweenthetwomajormaneuvers)criteria

establishedbyguidelines.Failurewasdefinedwhensubjectsdidnotmeettheabovecriteria.

Datawereexpressedasmeanandstandarddeviationandinabsoluteandrelativefrequency.

Thecomparisonbetweenproportionswasperformedusingthechi-squaretest.

Results: Weincluded196childrenandadolescents,meanageof8.4±2.5years,53.1%female.

Thesuccessrateofthemanovacuometrytestinchildrenandadolescentsevaluatedwas92.3%.

Whencomparingthedifferencesbetweenthesuccessratesofpreschoolchildrenwiththose

childrenandadolescentsofschoolage,therewasasignificantlylowersuccessrateinthe

pre--school(85.1%)groupcomparedtotheschoolgroup(94.6%)(p=0.032).However,nosignificant

differences(p=0.575)werefoundwhengendercomparisonswereperformed.

Conclusions: Themanovacuometrytestshowedahighsuccessrateinbothpreschoolandschool

populationassessed.Furthermore,therateofsuccessappearstoberelatedtoaging.

© 2015Associac¸ão dePediatria deSãoPaulo. Publishedby Elsevier EditoraLtda. Allrights

reserved.

Introduc

¸ão

Emboraasdoenc¸asrespiratóriaseoutrascondic¸õesclínicas napopulac¸ãopediátricasejamalgumasdasprincipaiscausas demorbidadeemortalidadenainfância,1,2frequentemente

muitas delas não são avaliadas por medidas objetivas na prática clínica. Há várias razões paraque isso ocorraem crianc¸as, principalmente o fatode que muitos testes não sãopadronizados.3É difícilparaossujeitosentendereme

cooperarem,hábaixareprodutibilidadeetambémfaltade informac¸õessobredeterminadosmétodosentreos profissi-onaisdesaúdecomopartedaavaliac¸ãodemuitasdoenc¸as pulmonares.3

Nessesentido,testesdefunc¸ãopulmonarsão importan-tes instrumentos paraavaliar o sistemarespiratório. Eles contamcommedidasobjetivasparaajudaradiagnosticare gerenciardiversascondic¸õesclínicas.3Entreessasmedidas,

o teste de forc¸a muscular ventilatória é um recurso sim-ples,nãoinvasivo,defácilaplicac¸ão,eéusadoparaavaliar aspressõesrespiratóriasestáticasmáximas,asquais refle-temaforc¸amuscularrespiratória.4Otesteconsistededuas

medidasdiferentes,umadirigidaparaavaliaraforc¸a mus-cularinspiratória,pormeiodapressãoinspiratóriamáxima (PIMAX),eaoutraparainvestigaraforc¸amuscular expira-tória,pormeiodapressãoexpiratóriamáxima(PEMAX).4,5O

testeécomumenteutilizadoparadeterminarfraquezados músculosrespiratórioseparaquantificaragravidadede cer-tasdoenc¸as.4,6 Nafaixaetáriapediátrica, elepodeajudar

nomanejo eacompanhamento dedoenc¸as neuromuscula-res,doenc¸aspulmonares,como asmaefibrosecística,eé tambémusadonosprogramasdereabilitac¸ão.4,7

Na prática clínica, a fraqueza dos músculos respirató-rios pode estar associada à hipercapnia, com infecc¸ões recorrentesetossenãoprodutiva,oquepredispõeao desen-volvimentodeinsuficiênciarespiratóriaeaparecimentode morbidadesmaisgraves.8,9Portanto,nasduasúltimas

déca-das, estudos10---12 têm sido feitos para gerar valores de

referênciaparapressõesrespiratóriasestáticasmáximasem crianc¸aseadolescentessaudáveis,afimdeaumentarouso dos mesmos na prática clínica, devido à possibilidade de normalizare interpretar esses resultados. Recentemente, valoresdenormalidadeforampublicadosparapré-escolares eescolaressaudáveis10emostraramqueessaavaliac¸ãopode

serfeitamesmo emindivíduosjovens.Aausênciade valo-resdenormalidadeemcrianc¸asmenorestemsidoatribuída, principalmente, à dificuldade técnica e falta de compre-ensão das crianc¸as para a realizac¸ão do exame.13,14 Isso

demonstraqueofatoridadepodeseraprincipallimitac¸ão para avaliac¸ão e uso da forc¸a dos músculos respiratórios nessegrupopopulacional.Noentanto,nãoexisteainda evi-dênciaque mostre como astaxas desucesso do testede forc¸amuscularventilatóriasecomportamemdiferentes fai-xasetárias.

(3)

Método

Estudoobservacional,transversal,em queforamincluídos crianc¸as e adolescentes entre quatro e 12 anos, regular-mentematriculadosemtrêsescolasdoensinobásico(duas públicas e uma privada), em Porto Alegre, Estado doRio Grande do Sul, em 2011 e 2012. Inicialmente, todas as crianc¸as e adolescentes foramconvidados aparticipar do estudoereceberamumacarta-convite,juntamentecomo termo de consentimento livre e esclarecido. Após a assi-natura e autorizac¸ão dos pais e/ou responsáveis, foram convidados para as medidas antropométricas, seguida do testedeforc¸amuscularventilatória(manovacuometria)na própriaescola.Osalunos cujospaise/ouresponsáveisnão autorizaramasuaparticipac¸ãonoestudoeosalunosquenão quiseramsesubmeteraotestenodiaemqueaavaliac¸ãofoi feitanãoforamincluídos.OestudofoiaprovadopeloComitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) sob número 11/05503. A avaliac¸ão antropométrica foi feita por meio da avaliac¸ão depeso e altura em triplicata ouaté aobtenc¸ão dedois valoresidênticos. Opeso foiobtidocom osindivíduos em posic¸ãoortostática,comumaquantidademínimaderoupas esemsapatos,ebalanc¸asdigitais(G-Tech,vidro1FW,Rio deJaneiro,Brasil)previamentecalibradascomuma preci-sãode100gramas.Emseguida,aalturafoimedidacomos participantesdescalc¸oseospésemumaposic¸ãoparalela, tornozelosunidos,brac¸osestendidosaolongodocorpoea cabec¸aemumaposic¸ãoneutra.Aalturafoiobtidapormeio deumestadiômetroportátil(AlturaExata,TBW,SãoPaulo, Brasil),comumaprecisãode1mm.

A forc¸a muscular respiratória foi avaliadasempre pelo mesmo avaliador (fisioterapeuta),que possui mais de um ano de experiência com a realizac¸ão do teste e que também foi treinado e supervisionado pelo investigador principaldo estudo.O teste foiavaliado por meiode um manovacuômetrodigital previamentecalibrado (MVD300, Globalmed,PortoAlegre,Brasil),comumavariac¸ãode−300 a+300cmH2O. Oinstrumentofoi ligadoa umtubo de

sili-cone,acopladoaumfiltroisolanteeaumconectorcomum diâmetrointernodeaproximadamente 2,5centímetros, o qualestavaligadoaumbocal.Obocalsemirrígido,plano, tinha um orifício com um diâmetro de aproximadamente 2mm,paraevitarumaumentodapressãointraoralgerada pelacontrac¸ão dos músculos da cavidadeoral.4 Antes de

mediraspressõesrespiratórias,opesquisadordemonstrou e deu orientac¸ões detalhadassobre asmanobras a serem executadas.

Primeiro, a PIMAX foi medida a partir do volume resi-dual,seguidapelaPEMAXapartirdacapacidadepulmonar total.4Durantearealizac¸ãodaúltimamedic¸ão,osindivíduos

foramorientadosaposicionarasmãossobreasbochechas paraevitarqueoarseacumulassenaslateraisdacavidade oral.15Asmedidasforamrealizadascomumclipenasal,na

posic¸ãosentada,comotroncoereto,emumaposic¸ãode90◦

emrelac¸ãoaoquadril. Ambasasmedidasforamavaliadas com esforc¸o máximo, em intervalos deaproximadamente umminuto entreas mensurac¸ões, e sustentadaspor pelo menosumsegundo.16 Ummínimodetrêseummáximode

nove medidasforam utilizadaspara cada teste.13 Oteste

foiconsideradocomosucessoquandoosujeitorealizou as manobras tecnicamente corretas, incluindo três medidas

aceitáveis(ausênciadeescapedoar)eduasreprodutíveis (variac¸ão de menos de 10% entre asduas maiores mano-bras). O último valor registrado não podia ser maior do queosanteriores4 eo resultadofinalfoio valormais

ele-vadoobtido.Otestefoiconsideradoinadequado(insucesso) quandoosujeitoavaliadonãoatingiuoscritériosde aceita-bilidadeereprodutibilidadedescritosacima.

Otamanhodaamostrafoi estimadoparadetectaruma taxadeinsucessodeaproximadamente10%,comumnívelde confianc¸ade95%eumadiferenc¸amáximaaceitávelde5%. Paraisso,serianecessárioincluirpelomenos140indivíduos. Portanto,aamostraincluídanesteestudosuperaessa esti-mativa.Anormalidadedosdadosfoitestadapelotestede Kolmogorov-Smirnoveapresentouumadistribuic¸ãonormal, demodoqueosdadosforamexpressosemmédiaedesvio padrãodamédia.Asvariáveiscategóricasforam apresenta-dasemfrequênciaabsolutaerelativa.Acomparac¸ãoentre asproporc¸ões(faixaetáriae gêneroemrelac¸ãoàtaxade sucesso do teste) foi feita com o teste do qui-quadrado. Todas asanálises e o processamento de dados foram

fei-toscomosoftwareSPSS,versão18.0(SPSSInc.,EUA).Em

todososcasos,asdiferenc¸asforamconsideradas significati-vasquandop<0,05.

Resultados

O estudo incluiu 196 crianc¸as e adolescentes, com idade média de 8,4±2,5 anos, peso de 32±12,5kg e 130±15,2 centímetros dealtura; eram predominantementebrancos (69,4%)e53,1%eramdosexofeminino.Acaracterizac¸ãoda amostracomosdadosantropométricoseinformac¸õessobre aforc¸amuscularrespiratóriasãoapresentadosnatabela1. Ataxadesucessodotestedeforc¸amuscular respirató-riaemcrianc¸aseadolescentesavaliadosfoide92,3%,que representa181indivíduosqueconseguiramfazerotestede formaadequada.Amaioriadascrianc¸asedosadolescentes queparticiparamdoestudoestánafaixaetáriadogrupode escolares(seis-12anos),76%dapresenteamostra.Emgeral, ataxa desucessonotestepareceaumentarcoma idade, varia de84,2% aos quatroanos até 100% aos 12anos. Os

Tabela1 Caracterizac¸ãodaamostradoestudo

Variáveis n=196

Característicasdemográficas

Idade(anos) 8,4±2,5

Sexofeminino,n(%) 104(53,1)

Antropometria

Peso(kg) 32±12,5

Altura(cm) 130±15,2

IMC(absoluto) 18,2±3,5

IMC(percentil) 66,6±26,8

Manovacuometria(cmH2O)

PIMAX 83,5±21,9

PEMAX 96,8±26,8

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Tabela2 Taxadesucessodotestedeforc¸amuscular

ven-tilatóriadeacordocomafaixaetáriaestudada

Faixaetária(anos) n(N) Taxadesucesso(%)

4 16(19) 84,2

5 24(28) 85,7

6 16(18) 88,9

7 20(21) 95,2

8 25(27) 92,6

9 22(23) 95,7

10 19(20) 95,0

11 18(19) 94,7

12 21(21) 100

n,sujeitosqueobtiveramsucessonoteste;N,númerototalde sujeitosavaliados.

100

*

Pré-escolares

Escolares 80

60

40

20

T

a

xa total obser

v

ada

0

Insucesso Sucesso Insucesso Sucesso

Figura1 Comparac¸ãoentreastaxasdesucessoeinsucesso

observadasnosdoisgrupos etáriosavaliados(pré-escolares e

escolares).*Qui-quadrado:p=0,032.

valoresdesucessoparacadagrupodeidadesãomostrados natabela2.

Quando as diferenc¸as entre as taxas de sucesso das crianc¸as na faixa etáriapré-escolar (quatroe cinco anos) e crianc¸as e adolescentes na faixa etária escolar (seis a 12) foram comparadas, uma taxa de sucesso significa-tivamente mais baixa foi observada (p=0,032) no grupo pré-escolar (85,1%), em comparac¸ão com o grupo escolar (94,6%)(figura1).Asdiferenc¸asnastaxasdesucesso tam-bémforamanalisadasdeacordocomogênero.Noentanto, nãohouvediferenc¸asignificativa(p=0,575)quandoastaxas desucessoforamcomparadasentreossexos(figura2).

Discussão

Neste estudo,a taxa desucesso observadaem crianc¸as e adolescentesavaliadosfoide92,3%.Issomostraqueoteste deforc¸amuscular respiratóriaé umrecursosimples,fácil deaplicarealtamenteviávelnessafaixaetária.Alémdisso, éummétodonãoinvasivoqueforneceinformac¸ões impor-tantessobreafunc¸ãodosmúsculosrespiratóriosimplicados no processo de respirac¸ão, que muitas vezes são envol-vidos em situac¸ão de desvantagem mecânica sob várias

100

Meninas

Meninos 80

60

40

20

Taxa total observada

0

Insucesso Sucesso Insucesso Sucesso

Figura2 Comparac¸ãoentreastaxasdesucesso einsucesso

observadasemrelac¸ãoaogênero.

condic¸õesousituac¸õesclínicas,como em doenc¸as pulmo-nareseneuromusculares.4,5

Quesejadonossoconhecimento,esteéoprimeiroestudo como objetivode determinar ataxa de sucessodoteste de forc¸a muscular ventilatória em diferentes faixas etá-riasdapopulac¸ãopré-escolare escolar,o quetornadifícil compararosvaloresencontradoscomresultadosdeoutros estudos. De qualquer forma, considerando-se outros tes-tesdefunc¸ãopulmonar,acreditamosqueataxadesucesso encontradanesteestudoéalta.Possíveisfatoresque contri-buemincluemummaiorníveldeexplicac¸ãoparaossujeitos avaliados,um tempode medic¸ão maior e a paciência do avaliadorresponsávelpelarealizac¸ãodosexames.10

Diferentemente da espirometria, para a qual foram desenvolvidas normas e orientac¸ões específicas para faci-litar sua utilizac¸ão em faixas etárias mais jovens,17 para

avaliara forc¸amuscular ventilatória nesteestudo nãofoi necessário o uso de qualquer método diferente daquele publicadopeladiretriz.4,13Issosugerequenãoédifícilfazer

otestenessesgruposetáriosnapráticaclínica.Quando com-paramosnossosresultadoscomastaxasdesucessodoteste deespirometria,otestedeforc¸amuscularventilatória tam-bémsemostrou fácil e simples,umavez queastaxasde sucessodaespirometriaestãopróximasdosresultados apre-sentadosaqui,ouseja, em torno de85%.18-21 Além disso,

umarecenterevisãodaliteraturamostrou que,embora a faixaetáriapré-escolarsejacaracterizadacomouma amos-traextremamentejovem,comsuasdificuldadeselimitac¸ões motoras,ataxadesucessodaespirometria (independente-mentedeexperiênciaprévia)variouentre71%e92%,oque demonstraaviabilidadedaavaliac¸ãopulmonarnessafaixa etária.22 Emboraambosostestestenhamdiferentes

meto-dologias,objetivosefuncionalidade,acomparac¸ãocomum testede func¸ão pulmonarconhecido e amplamente estu-dado podeindicar um parâmetro até que novas taxasde sucessosejamgeradasparaaavaliac¸ãodaforc¸amuscular ventilatóriapediátrica.

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crianc¸ascrescem,ataxadesucessotambémaumenta.21,23,24

Estudosanterioresquetiveramcomoobjetivogerarvalores denormalidadeparaotestedeforc¸amuscularrespiratória atribuemofracassodatécnicaàdificuldadede compreen-são,àbaixareprodutibilidadeeàfaltadecooperac¸ãopor partedascrianc¸asnessafaixaetária.13,14Entretanto,esses

estudosnãodemonstraramtaxasdesucessoseparadamente porfaixasetárias,oquedificultaummelhorconhecimento ecompreensãodaidadecomoumfatordeinfluênciasobre esse resultado. Nesse sentido, vários estudos que avali-aram a frequência de sucesso do teste de espirometria mostraram que, em idade pré-escolar, a dificuldade de obtenc¸ãodeumtesteadequadopodeserexplicadadevido àatenc¸ãoreduzida,fácildistrac¸ão,dificuldadede compre-ender,coordenac¸ãomotoraebaixatolerânciaàfrustrac¸ão duranteasmanobras.Além disso,oestágioemocionalea fasededesenvolvimentodacrianc¸asãofatoresimportantes nadeterminac¸ãodosucessodoteste.18,25

Emboraopresenteestudonãomostreinformac¸õessobre ahistóriarespiratóriapréviadossujeitosincluídos, acredita--seque esses fatores nãoinfluenciariam a capacidade de umindivíduoparafazero teste,oqueconstituiuo princi-paldesfechodoestudo.Alémdisso,é poucoprovávelque condic¸õesrespiratóriasgraves,quepoderiampossivelmente alterar o desempenho doteste, estivessem presentes em umaamostratãojovem,saudável,recrutadaemum ambi-ente escolar e com estado nutricional normal. Por outro lado,mesmo queissosejapossível,estudosanteriores26,27

mostraram que indivíduos com asma leve a moderada nãoapresentamreduc¸ão daforc¸amuscularventilatória,o quegeralmenteestáassociadocomdoenc¸apulmonarmais grave,incluindoapresenc¸adehiperinflac¸ãoeestado nutri-cionalinadequado.28,29

Umadaslimitac¸õesdesteestudoéqueotesteéfeitopor umavaliadorexperiente,queestáinteressadoemalcanc¸ar tanto sucesso quanto possível nos testes, o que podeter contribuídopara a alta taxa desucesso encontrada nessa amostra.Noentanto,essesresultadossóreforc¸am aideia dequeépossívelfazeressetestenafaixaetáriapediátricae que,pelomenosemparte,alcanc¸arosucessodependenão sódas crianc¸as e/ouadolescentesavaliados,mastambém doesforc¸oeestímulofornecidospeloavaliador.Nesse sen-tido,umestudoanterior30demonstrourecentementequea

qualidadedaespirometriaaumentoude57%para83%apósa inclusãodeumprogramadetreinamentofeitopor teleme-dicinaem15 centrosparticipantes. Novosestudossobrea frequênciadesucessonogrupodeidadepré-escolardevem ser incentivados, a fim de obterem-se novas informac¸ões sobreo comportamento das taxas de sucesso nessa faixa etária,permitir comparac¸õesentre osestudose ajudar a alcanc¸ar um maior uso desse recurso entre a populac¸ão infantil.

Emresumo,otestedeforc¸amuscularventilatória apre-sentouumaalta taxadesucessona populac¸ãopré-escolar eescolar avaliadas.Além disso,a taxa desucessoparece aumentarcomaidade. Osachados desteestudo mostram queotestedeforc¸amuscularventilatóriaéumrecurso sim-ples e defácil aplicac¸ão. Assim,a obtenc¸ão deumteste adequadopodegarantiraqualidadedasavaliac¸õese, con-sequentemente,osucessonocontroleeacompanhamento dosresultadosnasdiferentesdoenc¸asrespiratórias.

Financiamento

Oestudonãorecebeufinanciamento.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

Os autores agradecem à FAPERGS pela bolsa concedida (JPHF).

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Referências

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