REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
ESPECIAL
Efeitos
de
dexmedetomidina
perineural
no
nervo
ciático
em
ratos
Abdulkadir
Yektas
¸
a,∗,
Murat
C
¸abalar
b,
Mehmet
Sar
b,
Ays
¸in
Alagöl
c,
Duygu
Sultan
C
¸elik
c,
Vildan
Yayla
be
Deniz
Tolga
caBagcilarTrainingandResearchHospital,Istambul,Turquia
bBakırköyDr.SadikonukE˘gitimveAras¸tırmaHastanesi,Istambul,Turquia
cBagcilarEgitimveArastirmaHastanesi,Istambul,Turquia
Recebidoem20demaiode2015;aceitoem17deagostode2015 DisponívelnaInternetem3denovembrode2016
PALAVRAS-CHAVE Testesdelatênciade retiradadapata; Medidordeanalgesia; Nervociático; Eletromiografia; Dexmedetomidina
Resumo Opresenteestudofoidesenvolvidoparatestarahipótesedequedexmedetomidina emdosealtaaumentariaadurac¸ãodaantinocicepc¸ãoaumestímulotérmicoemmodelode rato de bloqueiodo nervociático semcausardanos ao nervo.Osratosforamanestesiados comisoflurano.Apósosregistrosdaeletromiografia (EMG),osnervosciáticos direitosforam exploradoseinjec¸õesperineuraisforamadministradas:GrupoD(n=7)recebeu40g/kg−1de
dexmedetomidina,GrupoII(n=6)recebeu0,2mLdesoluc¸ãosalina, GrupoIII (n=2)recebeu apenasexplorac¸ãocirúrgicadonervociáticodireito.Otempodelatênciaderetiradadapata (LRP) aum estímulotérmicoparaambasaspataseumaavaliac¸ãodafunc¸ãomotoraforam avaliadosacada30minutosapósobloqueiodonervoatéoretornoàfasebasal.Opotencialde ac¸ãomuscularcomposto(PAMC)dosnervosciáticodireitoeesquerdofoiregistrado10vezes paracadanervo,maisumavez,apósasinjec¸õesperineuraisno14◦dia.Apósosregistrosda
EMG,onervociáticodireitoepartedoesquerdoforamexcisadoscomumcomprimentodeno mínimo15mmparaexamehistopatológico.Acomparac¸ãodasproporc¸õesdaamplitudedoPAMC direito/esquerdoantese14diasapósoprocedimentomostrouumadiferenc¸aestatisticamente significativa(p=0,000).Nãohouvediferenc¸aseminflamac¸ãoperineuralentreosgruposD,Se Eaos14dias.
©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradeAnestesiologia. Este ´eum artigo Open Access sob umalicenc¸aCC BY-NC-ND(http://creativecommons.org/ licenses/by-nc-nd/4.0/).
KEYWORDS Pawwithdrawal latencytesting; Analgesiameter;
Perineuraldexmedetomidineeffectsonsciaticnerveinrat
Abstract The present study was designed to test the hypothesis that high dose dexme-detomidine would increase the duration of antinociception to a thermal stimulus in a rat
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:akyektas722000@yahoo.co.uk(A.Yektas¸).
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.10.004
0034-7094/©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradeAnestesiologia.Este ´eumartigoOpenAccess
Electromyography; Dexmedetomidine
redandperineuralinjectionsweredelivered:GroupD(n=7),40ggkg−1dexmedetomidine
administration,GroupII(n=6),(0.2mL)salineadministration,GroupIII(n=2),onlysurgically explorationoftherightsciaticnevre.Timetopawwithdrawallatency(PAW)toathermal sti-mulusforbothpawsandanassessmentofmotorfunctionweremeasuredevery30minafter thenerveblockuntilareturntobaseline.Thecompoundmuscleactionpotential(CMAP)of rightandleftsciaticnerveswererecorded10timespereachnerveoncemoreafterperineural injectionsat14day.AfterEMGrecordings,rightandthepartofleftsciaticnervewereexcised atalengthofatminimum15mmforhistopathologicalexamination.Comparisonofright/left CMAPamplituderatiosbefore and14daysaftertheprocedureshowedastatistically signifi-cantdifference(p=0.000).Therewerenodifferencesinperineuralinflammationbetweenthe GroupD,GroupS,andGroupEat14days.
©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileiradeAnestesiologia. Thisisanopenaccess articleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/ licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Osbloqueiosdenervosperiféricossãofrequentemente usa-dos em procedimentos cirúrgicos para aliviar a dor no pós-operatório e como anestesiacirúrgica. Osanestésicos locaisdeac¸ãoprolongadatambémpodemfornecer analge-siadurante9-14horas.1---4Quandoobloqueioéfeitonaparte damanhãoudatarde,ospacientesgeralmenterelatamdor noperíodopós-operatórionoturno.Osopioidescausam efei-tossecundáriosrelacionadosaosmedicamentosesupressão dosonoduranteoestágioREM.5Ousodeopioidesresulta em potencial obstruc¸ão das vias aéreas, o que diminui a saturac¸ão.6---8 Deformaideal,umúnico bloqueiode nervo periféricodeveproporcionar analgesiadurante aprimeira noitedepós-operatório.
Abordagensanestésicasquevisamaaumentaradurac¸ão
do bloqueio com o objetivo de minimizar a dor no
pós-operatório, com a combinac¸ão de vários anestésicos locais, estão sob investigac¸ão. A eficácia de clonidinafoi comprovada em muitas técnicas anestésicas regionais.9 Porém, os anestésicos locais de ac¸ão prolongada produ-ziram resultados que não são muito expressivos.10,11 Em algunsestudos, osautores não descobriram efeitos bené-ficoscomacombinac¸ãodeclonidinaeanestésicosdeac¸ão prolongada.11
Dexmedetomidinaéumagonistaseletivodos adrenocep-toresalfa-2. Um estudo feitoanteriormente mostrou que dexmedetomidinaprolonga o tempodebloqueiosensorial
e motor quando combinada com bupivacaínaem modelos
experimentaisderatoscombloqueiodonervociático.12 Estudosindicaramqueousodeanestésicoslocaisresulta emmionecrose;contudo,acredita-sequeosdanospodem nãoserclinicamente importantesporque osmúsculos são normalmente regenerados.13---16 As doses de anestésicos locaissãogeralmenteconfiáveis emsereshumanos saudá-veis,maspodemserneurotóxicasempacientesdiabéticos com neuropatia subclínica ou esclerose múltipla.17---19 Um aumentodemediadoresinflamatóriosfoiidentificadoapós
a administrac¸ão de clonidina perineural.20---25 Um estudo relatou uma reduc¸ão significativa de inflamac¸ão
perineu-ral em 24horas (h) com a adic¸ão de dexmedetomidina
à bupivacaína, em comparac¸ão com a administrac¸ão de
bupivacaína isolada. O mesmo estudo descobriu que os
valores de inflamac¸ão perineural em 24h foram
maio-res em comparac¸ão com o grupo controle que recebeu
soluc¸ão salina e bupivacaína isolada. Os valores de
inflamac¸ãoperineuraldogrupoquerecebeuacombinac¸ão bupivacaína-dexmedetomidinaedogrupoquerecebeu ape-nasdexmedetomidinaforamsemelhantesaosdogrupoque recebeusoluc¸ãosalina.26
Como discutido em estudos anteriores, acredita-se
que a reduc¸ão da inflamac¸ão perineural com o uso de dexmedetomidinasejadevidoàdiminuic¸ãodeprodutos pró--inflamatóriosdecélulasimuneseaoaumentodecitocinas anti-inflamatóriasnolocaldaferida.20---25Émuitoimportante determinarosestadosfuncionaisdosnervos.Umdos méto-dos de avaliac¸ão funcional para a cicatrizac¸ão neural ou distúrbio detransmissãoé afeiturademedidas eletrofisi-ológicas.Aeletromiografiaéumprocedimentocomumem estudos clínicos e fundamentaisem avaliac¸ões da func¸ão dos nervosin vivoein vitro.Temamplouso naavaliac¸ão eletrodiagnósticadelesãodonervoperiféricoemmodelos animaisdenervociático.Umestudomostrouqueousode umtubodesiliconepreenchidocomácidohialurônicoapós a correc¸ão término-terminal de um nervo incisado pode-ria ter um efeito positivo sobre a latência e o potencial deac¸ãomuscularcomposto(PAMC) e,consequentemente, sobre a regenerac¸ão axonal.27 O PAMC é um parâmetro
importante que geralmente mostra o período de tempo
de regenerac¸ão do nervo e da reinervac¸ão.28 Um estudo demonstrou que aeletromiografia defibraúnica (EMGFU) é um método eletrofisiológico mais sensível para detec-tar o bloqueio de transmissão neuromuscular que ocorre
em ratos com fraqueza muscular e toxicidade aguda por
Figura1 Saladeinduc¸ão(PlexxModel:HNG6).
podiamsermostradas commétodoseletromiográficos.Em nossoestudo,determinamososefeitosdainjec¸ãode
dex-medetomidina sobre a transmissão neural com métodos
eletromiográficos.
Fizemos este estudo para avaliarosefeitos de
dexme-detomidina sobre o nervo ciático de ratos por meio de
analgesiometria,histopatologiaeeletromiografia.
Método
EsteestudofoiconduzidonoLaboratóriodeExperimentac¸ão Animal do Hospital de Ensino e Pesquisa Ba˘gcılar
medi-ante aprovac¸ão do Comitê de Ética obtida durante a
19a
reunião sobre o tema do projeto 2012/60, número
Hadyek/2012-13,feitaem27-02-2012peloComitêdeÉtica emExperimentac¸ãoAnimaldoHospitaldeEnsinoePesquisa Ba˘gcılar,SecretariaGeraldeBakırköydaAssociac¸ãode Hos-pitaisPúblicos,MinistériodaSaúdedaRepúblicadaTurquia. Esteestudofoifeitodeacordocomadiretrizparaousoe tratamentodeanimaisdelaboratórioediretrizparaousoe tratamentodemamíferosemestudoscomportamentais fei-tosnocontextodasciênciasneurológicas.Duranteoestudo, 15ratosmachosdaespécieSprague-Dawleycom400-500g foramusados.
Preparac¸ãodadroga:frascosdePrecedexIV(Abbott,
clo-ridratodedexmedetomidina100g.mL-1)foramdiluídosem
sorofisiológicoaumaproporc¸ãode50g.mL-1.
Injec¸ãoemnervociáticosubfascial
Apósapesagem,osratosforamanestesiadoscomisoflurano a 2,5%em salade induc¸ão (Plexx Model: HNG6) (fig. 1)e posicionados em decúbito lateral direito e continuaram a receberanestesia com isofluranoa 2,5% via umamáscara (fig.1).Aincisãolateralfoifeitanapernaquereceberiaa injec¸ão.Afásciasuperficialfoi separadaeonervociático foiexpostoproximalmenteaopontodebifurcac¸ão(fig.2). Apósaexposic¸ãodonervociático,40g.kg-1de
dexmede-tomidinaforaminjetadosnoespac¸operineuralnoGrupoD (n=7)esorofisiológicoemvolumeigualaode dexmedeto-midina(40g.kg-1)foiinjetadonoGrupoS(n=6).Injetores
30GPPD foramusadospara ainjec¸ão. NoGrupoE (n=2), onervociáticofoisomenteexpostoefechadonovamente. O tempodeadministrac¸ãodainjec¸ãofoi registrado.Para determinarolocaldecoletadaamostradonervo,afásciado
Figura2 Afásciasuperficialfoiseparadaeonervociáticofoi expostoemumpontoproximalàbifurcac¸ão.
Figura3 TestedeLRP.
músculobícepsfemoralcorrespondenteaolocaldainjec¸ão foimarcadacomsuturasnãoabsorvíveissobapeleenquanto apreparac¸ãodapeleerafeita.Assuturasnãoforamfeitas aoredordonervoenãotocavamonervo.Apósasinjec¸ões, asdobrasdeincisãoforamfechadas.Aanestesiacom isoflu-ranofoiinterrompidaeotempodeinterrupc¸ãodaanestesia foiregistrado;osratosforamcolocadosemsuasgaiolasem supinac¸ão.Emseguida,ostemposemqueosratosvoltaram àpronac¸ãoforamregistradoscomorecuperac¸ãodoreflexo deendireitamento(RRE).
Testedelatênciaderetiradadapata(LRP)
Apósoretornodosratosàpronac¸ão,ummedidorde anal-gesiaplantar (Série8modelo 336T,IITC LifeScienceInc., WoodlandHills,CA)foicolocadonacâmaradomedidorde analgesiaplantarparafazerotestedeLRP(fig.3).Afonte deluzfoiusadacomoumaquecedornomedidorde analge-sia.Apósligarafontedeluzeatemperaturaatingir30◦C
noponto correspondente da pata do rato, um tempo de
esperade5minutos(min)foipermitido,apatadoratofoi movidaparaumpontocorrespondente.Esseprocedimento foirepetidoparaambasaspatas(direitaeesquerda).
Figura4 Amplitudepicoapicodopotencialdeac¸ãomuscular composto(PAMC)elatênciamotoradistal dosnervosciáticos direitoeesquerdo.
30min e esse procedimentofoi feitoem ambas aspatas, direitae esquerda.Monitorac¸ão neurocomportamentalfoi feitaem todos osratos por 210min. Nesse período, uma avaliac¸ãomotoradomembrotraseirofoinovamentefeitaa cada30min.Osresultadosforamregistradoscomopresenc¸a debloqueiomotor(bloqueiomotor=1),posic¸ãonormalda pataou ausência debloqueio motor (bloqueio motor=0). Quandoosratosretornaramaosseusvaloresbasais senso-riais e motores, eles foram recolocados em suas gaiolas. Antesderemoverosnervosdosratos nolocaldainjec¸ão, mensurac¸õesdaLRPdeambasaspatas foramfeitascinco vezestodasasmanhãs, a partir damanhãapós a injec¸ão atéa remoc¸ão do nervo.Osvalores diáriosde LRP foram consideradoscomoamédiadessasmensurac¸ões.
Eletrofisiologia
Após serem anestesiados com isoflurano a 2,5%, os ratos foramposicionadosemdecúbitodorsalesuascaudasforam fixadas na plataforma de trabalho. O eletrodo de agulha foi colocado no músculo gastrocnêmio e o nervo ciático foiestimulado10vezescomumeletrododesuperfícieem
abordagemsupramaxilaremumpontoadequado proximal
à articulac¸ão do quadril (fig. 1). A amplitude pico a pico dopotencialdeac¸ãomuscularcomposto(PAMC)ea latên-cia motora distal dos nervos ciáticos direito e esquerdo foramregistradas(fig.4).Paraoestudoeletrofisiológico,um sistemadeeletromiografia(BiopacSystems,Inc., Modelo: MP150)foiusadoe paraaavaliac¸ãodasmensurac¸ões usa-mosoprogramaLabChart7.Omesmoprocedimentofoifeito apósaadministrac¸ãodaanestesiacomisoflurano,antesda injec¸ãononervociáticoeno14◦diaapósainjec¸ãononervo
ciático,antesderecolherumaamostradonervociático,e osresultadosforamcomparados.
Histopatologia
No14◦dia,apósaanestesiacomisofluranoparaoprimeiro
estudoeletrofisiológicoeinjec¸ãodadroganonervociático, osratosforamnovamenteanestesiadoscomisofluranoea
Figura 5 Imagens microscópicas do nível-0 de inflamac¸ão perineural.
Figura 6 Imagens microscópicas do nível-1 de inflamac¸ão perineural.
eletrofisiologiafoifeita.Olocaldaincisãoanteriorna extre-midadetraseiradireitafoiaberto,asuturademarcac¸ãofoi localizadaeumaamostradonervociáticode1,5cmde com-primento foi coletada do local correspondente.O mesmo
procedimento foi repetido para a extremidade traseira
esquerda.As amostrasdos nervosforamfixadasem glice-raldeídoa2,5%durantetrêsdiase,emseguida,embebidas em blocosde parafina e submetidas a cortes transversais de5m. Essasamostrasforamcoradascom eosinae
ana-lisadas. As seguintes características foram identificadas: inflamac¸ão perineural do nervociático (figs. 5-8)(0=sem inflamac¸ão, 1=edema e/ou inflamac¸ão leve em pequenos focos,2= edemae/ouinflamac¸ãomoderadaemamplaárea local,3=edemae/ouinflamac¸ãomoderadaemáreas difu-sas,lesõesnervosaslocalizadas) (0=sem lesões,1=lesões em1-2%dosaxôniosoumielinas,2=lesõesem2-5%dos axô-niosoumielinas, 3=lesões em maisde 5%dos axôniosou mielinas).Apósaremoc¸ãodonervociático,osratosforam
submetidos a eutanásia, com o método de deslocamento
Figura 7 Imagens microscópicas do nível-2 de inflamac¸ão perineural.
Figura 8 Imagens microscópicas do nível-3 de inflamac¸ão perineural.
Estatística
Oscálculosestatísticos foramfeitos comoprograma SPSS 11.5paraWindows.Acomparac¸ãoentreosgruposdos tem-pos de anestesia,valores daRRE e valores dainflamac¸ão histopatologicamente feita e das lesões locais nos nervos foi feita com o uso dos testes NPar e de Kruskal-Wallis. Noscasosem quehouvediferenc¸asestatisticamente signi-ficativasentreosgrupos,asdiferenc¸as foramcomparados individualmentecomostestesNPareUdeMann-Whitney. OsvaloresbasaisdeLRPstraseirasdireitaeesquerdaeos valoresdeLRPnosminutos30,60,90,120,150,180e210 nosdias1-14paracadagrupoforamcomparadosduranteos testesNPareo testedesinaisdeWilcoxon.Osvaloresdo PAMCedalatênciaentreostrêsgruposforamcomparados com o teste Anova. A comparac¸ão dos valores eletromio-gráficosfoifeitaantesdaadministrac¸ãodadrogaeno14◦
dia após a suaadministrac¸ão e acomparac¸ão dos valores eletromiográficasantesedepoisdaadministrac¸ãodadroga foifeitaentreosgruposcomotestetpareado.Ovalorde
p<0,05foiconsiderado estatisticamentesignificativopara todososdados.
28 28,5 29 29,5 30 30,5
Tempo
Grupo D Grupo S Grupo E
Grupos
Série 1
Figura9 Comparac¸ãodadurac¸ãodaanestesianosgrupos.
0 20 40 60 80 100 120
Valores da RRE
Grupo E Grupo S
Grupo D
Grupos
Série 1
Figura10 Comparac¸ãodarecuperac¸ãodoreflexode endirei-tamento(RRE)nosgrupos.
Resultados
Quando as durac¸ões da anestesia fornecida durante a
administrac¸ãodasinjec¸õesaosratosforamcomparadas,não houvediferenc¸asestatisticamentesignificativas(p=0,823) (fig.9).
QuandoosvaloresdaRREforamcomparadosentreos gru-pos,observamos diferenc¸as estatisticamente significativas (p=0,005).Quandoosgruposforamcomparados individual-mente,osvaloresdaRREnoGrupoDforamestatisticamente diferentes dos valores dos outros dois grupos; os valores
de RR foram maiores em comparac¸ão com os dos outros
doisgrupos(GrupoD-GrupoS:p=0,003,GrupoD-GrupoE:
p=0,040)(fig.10).
GrupoD
Quandoosvalores deLRPtraseiradireitados ratos foram comparadoscomosvaloresbasais,constatou-sequeos valo-res de LRP eram inferiores aos valores basais aos 30min apósaadministrac¸ãodadrogaemaioresaos210min.Não houvediferenc¸aestatisticamentesignificativaentreos valo-resmedidosaos60,90,120, 150e 180minutos(p=0,018 ---p=0,237---p=0,237---p=0,735---p=0,499---p=0,091
---p=0,028)(fig.11).
Quando os valores de LRP traseiraesquerda dos ratos foramcomparadoscomosvaloresbasais,nãoforam obser-vadasdiferenc¸asestatisticamentesignificativasaos60,90, 120,150,180e210minutos(p=0,044---p=0,138---p=0,067 ---p=0,54---p=0,128---p=0,098---p=0,056)(fig.12).
0 5 10 15 20 25 30 210.Min 180.Min 150.Min 120.Min 90.Min 60.Min 30.Min Basal Tempo
Alterações na LRP
Série 1 Série 2 Série 3
Figura11 Tempos dealterac¸õesnalatênciaderetiradada pata(LRP)traseiradireitanosgrupos(Série1,GrupoD;Série2, GrupoS;Série3,GrupoE).
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 210.Min 180.Min 150.Min 120.Min 90.Min 60.Min 30.Min Basal
Alterações na LRP
Tempo
Série 1 Série 2 Série 3
Figura12 Tempos dealterac¸õesnalatênciaderetiradada pata (LRP) traseira esquerda nos grupos (Série 1, Grupo D; Série2,GrupoS;Série3,GrupoE).
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Basal 1. Dia 2.Dia 3.D ia
4.Dia 5.D ia
6.Dia 7.Dia 8.Dia 9.D ia
10.Dia11.Dia12.Dia13.Dia14.D ia
Tempo
Alterações na LRP
Série 1 Série 2 Série 3
Figura13 Tempos dealterac¸õesnalatênciaderetiradada pata(LRP)traseiradireitanosgruposapósainjec¸ão(Série1, GrupoD;Série2,GrupoS;Série3,GrupoE).
Dia3:p=0,018;Dia4:p = 0,028;Dia5:p=0,043;Dia6:
p=0,018;Dia7:p=0,028;Dia8:p=0,128;Dia9:p=0,063; Dia10:p=0,028;Dia11:p=0,018;Dia12:p=0,028;Dia13:
p=0,663;Dia14:p=0,128)(fig.13).
Quando os valores de LRP traseiraesquerda dos ratos foramcomparados comosvaloresbasais, observamosque houve uma diferenc¸a estatisticamente significativa nas mensurac¸õesfeitasnosdias4-6e9-12aolongodos14dias equeerammaioresqueosvaloresbasais(Dia1:p=0,612; Dia 2: p=0,018; Dia 3: p=0,063; Dia 4: p=0,018; Dia 5:
p=0,018;Dia6:p=0,018;Dia7:p=0,091;Dia8:p=0,128; Dia9:p=0,028;Dia10:p=0,125;Dia11:p=0,028;Dia12:
p=0,018;Dia13:p=0,028;Dia14:p=0,063)(fig.14).
Não houve bloqueio motor em qualquer dos ratos no
GrupoD. 0 10 20 30 40 50 60 4.Dia 1.D ia 2.D ia 3.D ia 5.D ia 6.Dia 7.D
ia 8.Dia 9.D
ia 10.D ia 11.D ia 12.D ia 13.D ia 14.D ia Basal Tempo
Alterações na LRP
Série 1 Série 2 Série 3
Figura14 Temposdealterac¸ões nalatênciaderetiradada pata(LRP)traseiraesquerdanosgruposapósainjec¸ão(Série1, GrupoD;Série2,GrupoS;Série3,GrupoE).
GrupoS
QuandoosvaloresdeLRP traseiradireitados ratosforam comparados com os valoresbasais, não foramobservadas diferenc¸as estatisticamente significativas aos 30, 60, 90, 120,150,180e210minutos(fig.11).
Quandoos valores de LRP traseira esquerda dos ratos foramcomparadoscomosvaloresbasais,nãoforam obser-vadasdiferenc¸asestatisticamentesignificativasaos30,60, 90,120,150,180e210minutos(fig.12).
QuandoosvaloresdeLRPtraseiradireitadosratosforam comparados com os valores basais, não houve diferenc¸as significativas nosdias4-7, 10,11 e14, erammaiores que os valores basais (Dia: p=0,345; Dia 2: p=0,116; Dia 3:
p=0,600;Dia4:p=0,046;Dia5:p=0,046;Dia6:p=0,028; Dia 7: p=0,028; Dia 8: p=0,075; Dia 9: p=0,207; Dia 10: p=0,046; Dia 11: p=0,028; Dia 12: p=0,116; Dia 13:
p=0,116;Dia14:p=0,028)(fig.13).
Quandoos valores de LRP traseira esquerda dos ratos
foram comparados com os valores basais, não houve
diferenc¸as estatisticamente significativas nos dias 3-14, erammaioresqueosvaloresbasais(Dia1:p=0,116;Dia2:
p=0,173;Dia3:p=0,046;Dia4:p=0,046;Dia5:p=0,028; Dia 6: p=0,028; Dia 7: p=0,917; Dia 8: p=0,046; Dia 9: p=0,028; Dia 10: p=0,116; Dia 11: p=0,028; Dia 12:
p=0,046;Dia13:p=0,028;Dia14:p=0,046)(fig.14).
Não houve bloqueio motor em qualquer dos ratos no
GrupoS.
GrupoE
QuandoosvaloresdeLRP traseiradireitados ratosforam comparados com os valoresbasais, não foramobservadas diferenc¸as estatisticamente significativas aos 30, 60, 90, 120,150,180e210minutos(fig.11).
Quandoos valores de LRP traseira esquerda dos ratos foramcomparadoscomosvaloresbasais,nãoforam obser-vadasdiferenc¸asestatisticamentesignificativasaos30,60, 90,120,150,180e210minutos(fig.12).
QuandoosvaloresdeLRPtraseiradireitadosratosforam
comparados com os valores basais, não foram
observa-dasdiferenc¸asestatisticamentesignificativasnosDias1-14 (fig.13).
Quandoos valores de LRP traseira esquerda dos ratos
Tabela1 AmplitudesdoPAMCelatênciasdosnervos ciáti-cosdiretoeesquerdopré-injec¸ãoe14diaspós-injec¸ão
AmplitudedoPAMC mV
Latência ms
Pré-injec¸ão-D 0,40---1,98 0,007---0,013
0,8251±0,3862 0,010±0,001
Pré-injec¸ão-E 0,21---2,09 0,008---0,014
0,8729±0,4716 0,011±0,001
P 0,137 0,083
Pós-injec¸ão-D 0,00---1,39 0,006---0,031
0,3285±0,2640 0,013±0,006
Pós-injec¸ão-E 0,10---1,32 0,007---0,017
0,4294±0,2786 0,012±0,003
P 0,000 0,618
Houvediferenc¸a estatisticamentesignificativaentreeapósa injec¸ãoDnaamplitudedoPAMCeapósainjec¸ãoEnaamplitude doPAMC,p=0,000.
observadas diferenc¸as estatisticamente significativas nos Dias1-14(fig.14).
Não houve bloqueio motor em qualquer dos ratos no
GrupoE.
Quando os nervos ciáticos direitos dos ratos foram
comparados histopatologicamente, não houve diferenc¸as estatisticamentesignificativasentreosgruposemrelac¸ãoà inflamac¸ãolocaleaodanodosnervos(p=0,633---p=0,867). Quando os nervos ciáticos esquerdos dos ratos foram comparados histopatologicamente, não houve diferenc¸as estatisticamentesignificativasentreosgruposemrelac¸ãoà inflamac¸ãolocaleaodanodosnervos(p=0,751---p=0,668). Quandoosnervosdireitoe esquerdodoGrupo Dforam comparadosemrelac¸ãoaosresultadoshistopatológicos,não houvediferenc¸asestatisticamentesignificativasemtermos deinflamac¸ãolocaledanodosnervos(p=0,891---p=0,705). QuandoosnervosciáticosdireitoeesquerdodoGrupoS foramcomparados em relac¸ãoaos resultados histopatoló-gicos,nãohouvediferenc¸asestatisticamente significativas emtermosdeinflamac¸ãolocaledanodosnervos(p=0,194 ---p=0,317).
QuandoosnervosciáticosdireitoeesquerdodoGrupoE foramcomparados em relac¸ãoaos resultados histopatoló-gicos,nãohouvediferenc¸asestatisticamente significativas emtermosdeinflamac¸ãolocaledanodosnervos(p=1,000 ---p=0,317).
QuandoosgruposD,SeEforamcomparadosemrelac¸ão aoPAMCeaosvaloresdelatênciaantesedepoisdainjec¸ão, houve diferenc¸as estatisticamente significativas nos valo-resdo PAMCpós-injec¸ão (p<0,001)(tabela 1).Não houve diferenc¸as estatisticamente significativas em relac¸ão aos valoresdelatência(p=0,618)(tabelas1e2).
As mensurac¸ões do PAMCpós-injec¸ão foram estatística esignificativamentediferentesentreoGrupoDe GrupoS (p=0,016).
Houvediferenc¸asestatisticamentesignificativasentreo GrupoDeGrupoSemrelac¸ãoàsmensurac¸õesdoPAMC pós--injec¸ão(p=0,015).
Quandoasmensurac¸õesdoPAMCpós-injec¸ãodoGrupoS
e Grupo E foram comparadas, não foram encontradas
diferenc¸asestatisticamentesignificativasentreosdois gru-pos(p=0,95).
Quandoos valoresde latência pré-injec¸ão foram com-parados entre os grupos D, S e E, não houve diferenc¸as estatisticamente significativas (p=0,137 --- p=0,083) (tabelas1e2).
QuandoosvaloresdoPAMCpré-epós-injec¸ãonoGrupoD foramcomparados, houveumadiferenc¸aestatisticamente significativa (p<0,001). Não houve diferenc¸as estatisti-camente significativas entre os valores do PAMC pré- e pós-injec¸ãonosgruposSeE(p=0,126---p=0,548).
Discussão
Este é umestudo randomizado, controladopor placebo e
cego, noqual demonstramos que doses elevadas de
dex-medetomidinacausarambloqueiosensorialnonervociático deratossemcausarqualquer efeitohistopatologicamente tóxico;porém, os efeitos dessas doses elevadas na trans-missãoneuralnãoforamavaliadoseletromiograficamente.
Descobriu-se que dexmedetomidina inibiu os
neurô-niosparvocelularesdonúcleoparaventricularpormeioda supressãoIh deneurôniosdonúcleohipotalâmico,quesão
controladosporfluxos ativadosporhiperpolarizac¸ãoe em contatodiretocomosneurôniosnoradrenérgicossão deno-minadosIh(fluxo-H),edeneurôniosdonúcleohipotalâmico
deratospormeiodaativac¸ão dopardeproteínas-G,que regula internamente o fluxo de K+.30 Em estudo in vitro deneurônios dogângliodorsal deratos, descobriu-seque acombinac¸ãotantodeclonidinaquantode dexmedetomi-dinacomlidocaínaproduziuumtipoaditivodeinterac¸ãodo bloqueionofluxodeNa+resistenteàtetrodotoxina.31
Umestudofeitoanteriormentemostrouqueoaumento dadose dedexmedetomidinaem combinac¸ão com ropiva-caínaresultouemumadurac¸ãomaiordobloqueiosensorial e motor por meio da estimulac¸ão térmica em ratos.26 O tempode bloqueio sensorial intenso e o tempo para vol-taràsfunc¸õessensoriaisnormais aumentoudeumaforma dependentedadose,comoaumentogradualdasdosesde
dexmedetomidina.26 Outro estudo também relatou que o
bloqueiosensorialemotorembloqueiodonervociáticode ratosapresentouaumentosignificativocom altasdosesde dexmedetomidinaadicionadaàbupivacaína.32 Nãousamos
anestésicos locais em nosso estudo. No Grupo D,
admi-nistramosdexmedetomidina(40g.kg-1)apenasnoespac¸o
perineural do nervo ciático direito. Aos 30min após a administrac¸ãodadroganoGrupoD,osvaloresdeLRPdireita foramestatísticaesignificativamenteinferioresaosvalores basais e osvalores deLRP direita foramestatisticamente maioresdoqueosvaloresbasaisaos210min.Osvaloresde LRPesquerdaforamestatisticamentebaixosaos30minem comparac¸ãocomosvaloresbasais.Arazãopelaqualos valo-resdeLRPdireitaforammenoresdoqueosvaloresbasais aos30minfoiqueoreflexodeendireitamentonãofoi recu-peradoem qualquerdosratos;portanto,amensurac¸ãoda LRPnãopôde serfeita. Quandoos valoresdeLRP direita
e esquerda dos grupos S e E foram comparados com os
Total GrupoD GrupoS GrupoE
Pré-injec¸ão-D/E 0,37---2,26
1,0641±0,3965a
Pós-injec¸ão-D/E 0,13---3,15 0,13---2,07 0,27---3,15 0,31---1,69 0,8456±0,5016 0,7297±0,3608a,b 0,9744±0,6155b 0,8064±0,4018
Diferenc¸assignificativasentreoGrupoD.
aTodoogrupo.
b GrupoS.
9e14foramcomparadoscomosvaloresbasais,nãohouve diferenc¸as estatisticamente significativas.Contudo,houve diferenc¸aestatisticamentesignificativanacomparac¸ãodos
valores de LRP nos outros dias e foram maiores do que
os valores basais. No Grupo D, houve diferenc¸a estatis-ticamente significativa entre os valores de LRP esquerda queforamsuperioresaosvaloresbasaisnosdias4-6,9-12. NoGrupo S,houvediferenc¸aestatisticamentesignificativa entreosvalores deLRP que foramsuperiores aosvalores basaisnos Dias4-7, 10,11 e14. Houve diferenc¸a estatis-ticamente significativa entre os valores de LRP esquerda queforamsuperioresaosvaloresbasais nosDias3-6,8-9, 11-14.No Grupo E, nãohouve diferenc¸a estatisticamente significativa em relac¸ão aos valores de LRP comparados comosvaloresbasaisnosdiasdepós-operatório,noscasos submetidosàaberturaefechamentocirúrgico.Umestudo mostrouqueoefeitodedexmedetomidinaatingiugrau sig-nificativo apenas quando foi adicionada à bupivacaína e osefeitos analgésicoscentraisdedexmedetomidinaforam rejeitadoscomoarazãoparaoaumentodadurac¸ãodo blo-queio sensorial.32 O uso isolado de dexmedetomidina não podeproduzirumbloqueiosustentáveltantomotorquanto sensorial em grau significativo.32 Clonidina não produziu
analgesia adequada quando usado como único anestésico
embloqueiodeplexobraquial humano.33 Deforma
seme-lhante, demonstrou-seque dexmedetomidina aumentou a
durac¸ãodobloqueiosensorialemotoreadurac¸ãoda anal-gesiaquandoadicionadoàbupivacaínaparaobloqueiodo plexobraquial supraclavicular.34 Aanalgesiaemratoscom
o uso de dexmedetomidina adicionada à ropivacaína em
bloqueio do nervo periférico é obtida grac¸as aos efeitos periféricos.Nesseestudo, ogrupo querecebeu dexmede-tomidina isoladadesenvolveu umbloqueio sensorialcurto e parcial.35 Nosso estudo mostrou que dexmedetomidina resultounoprolongamentodaLRPnãoapenasnonervo ciá-tico direito, onde foi injetada noespac¸o perineural, mas tambémnonervociáticoesquerdoemdiasespecíficosapósa administrac¸ãodadroga.Omesmoefeitotambémfoi obser-vadonoGrupoS.EsseefeitonãofoiobservadonoGrupoE. Portanto,nãoseria correto atribuir esses prolongamentos àdexmedetomidina; no entanto, essesefeitos podemser atribuídos a intervenc¸ões no espac¸o perineural. Estudos adicionaissobreo temadevemser conduzidos.Porém, os mesmosprolongamentosnaLRPdoGrupoDeGrupoS tam-bém ocorreram nos nervos ciáticos esquerdos. Os nervos ciáticos esquerdos não foram submetidos a intervenc¸ões cirúrgicas.Essaéumaquestãoquemereceumainvestigac¸ão maisdetalhada.
Quandoumadoseelevadadedexmedetomidinaé adici-onadaàbupivacaínaembloqueiodonervociáticoderatos, obloqueioéintensificado.36
Quandodexmedetomidinaéadministradaporvia intrave-nosa,analgesiaesedac¸ãosãogeradassemcausardepressão respiratória.37---40 Pode mudar a percepc¸ão sensorial por meio de analgesia e sedac¸ão centralmente eficazes.37---40
Ao contrário dos resultados de um estudo anterior no
qualtodososratosreceberambloqueiobilateraldonervo isquiáticocombupivacaínaisoladaebupivacaínareforc¸ada comdexmedetomidina,36 osresultadosdeoutroestudono qual o bloqueio foi unilateral mostraram que os efeitos
de dexmedetomidina foram dominantesno nível dos
ner-vosperiféricos.26Dexmedetomidinaemdosemuitoelevada (20g.kg-1)temefeitossistêmicosmuitofortesque
prolon-gamaindamaisarecuperac¸ãodoreflexodeendireitamento (RRE)emumgrausignificativo.26Emnossoestudo,otempo deRREnoGrupoDfoisignificativamentemaiorqueosdos outrosgrupos.
Váriosestudosinvitroeinvivoforamfeitosparaavaliar se dexmedetomidina tem efeitos tóxicos sobreas células nervosas.Schoeleretal.41 expuseramfatiasorganotípicas
de hipocampo à dexmedetomidina e criaram um trauma
mecânicofocalparamostrarquedexmedetomidina
propor-ciona um efeito neuroprotetor em ummodelo de trauma
cerebralinvitro.Sandersetal.42mostraramque dexmede-tomidinaimpediuaapoptosecorticalemcondic¸õesinvitro
e in vivo. Em outroestudo, a combinac¸ão debupivacaína edexmedetomidinafoicomparadacombupivacaínaisolada e foi associadaà inflamac¸ão perineural significativamente menorem24h.36
Um estudo observou achados que indicaram que
dex-medetomidina (5 ou 10g) injetada no espac¸o epidural
em coelhosresultouem desmielinizac¸ãode oligodendróci-tosnasubstânciabrancadamedulaespinal.43 Noentanto, relatou-sequeosefeitosneurotóxicosdedexmedetomidina epiduralpoderiamser devidosà lesãodos recursos vascu-lares da medula espinhal devido ao efeito do pH ou aos efeitos diretos da inserc¸ão do cateter epidural.43 Em um estudo,12 foisurpreendenteverificarqueosnervosciáticos nãoafetaramamielinaouaxôniosouquando dexmedeto-midinafoiadministrada emdose de28-40g.kg-1;porém,
causou umdano significativo na mielinaquando adminis-tradaporviaepiduralemcoelhosemdosede6,25g.kg-1.43
foiatribuídaàcapacidadedeosagonistasalfa-2reduzirema respostainflamatória.20---23,25,44,45Noestudoquefizemos,não houve diferenc¸as estatisticamente significativas em todos ostrêsgruposem relac¸ãoaosachadoshistopatológicos de inflamac¸ãolocaledanosaosnervosnoespac¸operineuralnas secc¸õestransversaisdosnervosciáticosdireitoeesquerdo. Deacordocomnossapesquisa,nãoencontramosestudo na literaturaque comparasse osvalores eletromiográficos anteseapósainjec¸ãodedexmedetomidinanonervociático. Aavaliac¸ãodalatênciaéumaindicac¸ãodeaxônios funcio-nais,númeroequalidadedosaxôniosválidose,portanto,do estadofuncionaldosneurôniosmotoresquesãoestudados.46 Não houve diferenc¸as estatisticamente significativas em nenhumdos grupos quanto aosvalores delatência pré-e pós-injec¸ãoemnossoestudo.Emnossoestudo,osvaloresdo PAMCpós-injec¸ãonoGrupoDforamestatísticae significati-vamentediferentesemcomparac¸ãocomosoutrosgrupose diminuíramapósainjec¸ão.NoGrupoD,osvaloresdoPAMC pré-e pós-injec¸ãotambémforam estatísticae significati-vamentediferentesediminuíramapósainjec¸ão.NoPAMC, trêsvaloressãoregistadoscombasenomúsculoestudado: 1 --- o tamanho da unidade motora inervada por axônios; 2--- otamanhodasfibrasnervosasmotorasquerespondem aoestímulo;3---asincronizac¸ãodassuasrespostas.47
Em conclusão,a injec¸ão dedexmedetomidina perineu-ral em nervo ciático de ratos prolongou o valor de LRP em210mine prolongouosvaloresdeLRPpós-injec¸ão nos dias 2-7 e 10-13. A durac¸ão da RRE foi prolongada em nívelestatisticamentesignificativonosratosquereceberam injec¸ãodedexmedetomidinaperineural.Ainjec¸ão perineu-raldedexmedetomidina nonervociáticonãoresultouem aumentoestatisticamentesignificativodeinflamac¸ão peri-neuraloudanoslocaisnosnervos;entretanto,osvaloresdo PAMCnodia14apósainjec¸ãoperineuralde dexmedetomi-dinanonervociáticoforamestatísticaesignificativamente maisbaixos.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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