1200302650qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
111111l1li111111111111111111111111111111zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
14
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAFUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
RICCARDO JORGEN MOLLERSTRAND
GESTÃO DO CONHECIMENTO - O IMPACTO DAS DIFERENÇAS
CULTURAIS NA GESTÃO DO CONHECIMENTO DAS EMPRESAS
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado em Administração de Empresas da FGV/EAESP - MPA.
Fundação Getutio Vargas .~_
~ Escoa. de Admillistração .~ . ~
~FG V ríe Empresas de SAo P"lIlo ..., "
Bihliotec.;\ ~~.> '." ,.•I
C')
CSl CSl
N <,
CSl
lD
<.O
N
Área de Concentração: Administração da
Produção e de Operações Industriais como requisito para a obtenção de título de Mestre em Administração.
Orientador: Prot. José Tolovi Jr.
SÃO PAULO
...•.
~ola de Administraçãode presas da sao Paulo
DatazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA. N<lde ChamadaA
o s .io
6ç
.0 \ :.,0\1\~n'tllc",r~'J.ãiWtn:.~
r\=l
'~t'
Tombo
l e 5 0 / i
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAOO3 \)I~Ie , ~
.
...--MOLLERSTRAND, Riccardo Jorgen. Gestão do
Conhecimento: O impacto das diferenças culturais na
Gestão de Conhecimento das empresas, São Paulo:
EAESP/FGV, 2003. Dissertação apresentada ao
Curso de Mestrado em Administração de Empresas
da FGV/EAESP - MPA. Área de Concentração:
Administração da Produção e de Operações
Industriais.
Resumo: Aborda a Gestão do Conhecimento e suas
diversas definições, traçando um paralelo entre as
possíveis diferenças de comportamento de paises e
empresas, com culturas diferentes, e o tratamento do tema.
Palavras-chaves: Gestão do Conhecimento,
AgradecimentoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Agradeço muitozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
minha família por compreender minhas longas ausências e .pelas constantes palavras de apoio e incentivo, mesmo nos piores momentos.
Aos meus amigos, que sempre me apoiaram e nunca cobraram minhas
repetidas ausências, até mesmo nos momentos mais importantes.
Agradeço aos professores, aos funcionários e aos meus colegas da turma de
2000 do Curso de Mestrado Profissionalizante da FGV/EAESP, pelos inúmeros
momentos de intenso aprendizado e demonstrações de amizade e
solidariedade, sem os quais teria sido muito mais difícil terminar esta longa e
árdua jornada.
Agradeço ao Professor e orientador José Tolovi, pela paciência e boa vontade,
principalmente no momento mais crítico deste trabalho.
À
minha esposa, pela paciência e apoio que sempre me deu, pelas palavras deincentivo e conforto nos momentos que mais necessitava e por todos os
momentos que não pôde contar comigo sem nunca me cobrar.
SUMÁRIO
IntroduçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1.1 Tema
1.2 Apresentação do problema
1.3 Procedimentos metodológicos
1.4 Objetivos do trabalhozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1.5 Estrutura do Trabalho
2 A Gestão do Conhecimento 1
2.1 Introdução
2.2 Conhecimento
2.2.1 Conceitos de Conhecimento
2.2.2 Dimensões de Conhecimento
2.3 Gestão do Conhecimento.
2.3.1 A Importância da Gestão do Conhecimento
2.3.2 Algumas definições de Gestão do Conhecimento
2.3.3 Gestão do Conhecimento na organização
07 07 08 09 09 10 11 11 14 14 20 32 32 33 38 2.4 3 Cultura 3.1 3.2 3.3 3.4
2.3.4 Ativos intangíveis e efeitos da perda do conhecimento
na organização 41
2.3.5 Princípios e elementos que compõem a Gestão do
Conhecimento 45
2.3.6 Condicionantes Facilitadoras da Gestão do
Conhecimento 49
Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação (TI) 53
57
Conceito de Cultura
Modelos de Dimensões Culturais
Camadas da Cultura Nacional
Dimensões Culturais
3.4.1 Coletivismo vs. Individualismo (Individualism -IDV)
3.4.2 Masculinidade vs. Feminilidade (Masculinity - MAS)
3.4.3 Distância do Poder (Power Distance Index - PDI)
3.4.4 Aversão face àincerteza (Uncertainty Avoidance Index - UAI)
3.4.5 Orientação para o Curto ou Longo Prazo (Long Term Orientation - LTO)
3.5 Comparativo das dimensões culturais Brasil, Alemanha e Estados Unidos
3.5.1 Dimensões da Cultura Brasileira
3.5.2 Dimensões da Cultura Norte Americana 80
3.5.3 Dimensões da Cultura Alemã 82
3.6 Cultura Organizacional 84
4nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAEstudo de Caso - SIEMENS 90
4.1 Introdução 90
4.2 EstazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAéa Siemens 90 4.3 AqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAS iem ens no Brasil 92
4.4 IC no Brasil 93
4.5 Gestão do conhecimento na S iem ens 93
4.5.1 Comunidades de Práticas (CoPs) 94
4.5.2 ShareNet 95
4.5.3 ShareNet - A Organização Virtual 98
4.5.4 A Interface com o usuário 100
4.6 Sistemas de Incentivos - Por que as pessoas devem
compartilhar seu conhecimento? 101
4.7 Exemplos de sucesso 103
4.8 Desafios e Considerações 104
5 Conclusões 107
Lista de Quadros e FiguraszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
•
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAQuadro 2.1 - Relação entre saberAv e r s u s não saber.Fonte: STEW ART, 1998. 24
•
Quadro 2.2 - Os dois focos estratégicos: a informação e oconhecimento. Fonte: SVEIBY , 1998. 37
•
Quadro 3.1 - Comparativo das dimensões culturais HOFSTEDEvs TROMPENAARS & HAMPDEN-TURNER. 61
•
Quadro 3.2: índices das dimensões culturais - média mundialFonte: www.geert-hofstede.com (2003). 66
•
Quadro 3.3: Exemplos de diferenças entre Coletivismo vs.Individualismo. Fonte: HOFSTEDE (1991). 67
•
Quadro 3.4: Exemplos de diferenças entre Masculinidade vs.Feminilidade. Fonte: HOFSTEDE (1991). 70
•
Quadro 3.5: Exemplos de diferenças entre Alta e BaixaDistância do Poder. Fonte: HOFSTEDE (1991). 73
•
Quadro 3.6: Exemplos de diferenças entre Alta e BaixaAversão à Incerteza. Fonte: HOFSTEDE (1991). 73
•
Quadro 3.7: Exemplos de diferenças entre Orientação para oCurto Prazo e Orientação para o Longo Prazo.
Fonte: HOFSTEDE (1991). 74
•
Quadro 3.8: índices das dimensões culturais Brasil.Fonte: www.geert-hofstede.com (2003). 77
•
Quadro 3.9: índices das dimensões culturais EUA.Fonte: www.geert-hofstede.com (2003). 80
•
Quadro 3.10: índices das dimensões culturais - Alemanha.Fonte: www.geert-hofstede.com (2003). 82
Lista de Figuras
•
Figura 2.1 - Os processos de criação de conhecimento.Fonte: NONAKA e TAKEUCHI, 1997. 30
•
Figura 3.1: Os Três níveis de singularidade na programaçãomental humana. Fonte: HOFSTEDE (1991). 63
•
Figura 4.1 - Símbolo ShareNet.Fonte: www.siemens.de. 96
•
Figura 4.2 - ShareNet - Comparando o novo com o velho.Fonte: www.siemens.de 98
•
Figura 4.3 - ShareNet - A Organização.Fonte: www.siemens.de 100
•
Figura 4.4 - ShareNet - Exemplo da Interface.Fonte: www.siemens.de 100
•
Figura 4.5 - ShareNet - Tabela de Prêmios.1 INTRODUÇÃO
1.1 TemazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A pressão gerada pela globalização e pelas transformações da sociedade
tornou a geração e a transferência do conhecimento uma das principais
vantagens competitivas das empresas. O conhecimento passou a : ser
considerado o principal ativo da empresa, uma vez que representa um ativo
único e de difícil imitação pois é baseado na espera própria da empresa e dos
indivíduos. A necessidade de delegação de responsabilidade fez com que as
equipes passassem a ser encaradas de forma mais ampla e responsável, mais
autônomas e pensantes, com a responsabilidade de avaliar os problemas,
definir soluções e também tomar as decisões para solução de problemas.
Recentemente um número cada vez maior de empresas percebeu o quanto é
importante "saber o que elas sabem" e de serem capazes de tirar o máximo
proveito de seus "ativos" de conhecimento. Estes ativos se encontram nas mais
diferentes fontes, como: bases de conhecimento, bases de dados, arquivos e,
talvez o mais difícil de acessar e quantificar, que é no conhecimento individual
das pessoas. Estas fontes estão distribuídas por toda a empresa e, em muitos
casos, em diferentes localidades ou paises.
A crescente necessidade da discussão das idéias gerou e continua a gerar
conflitos, porém, com um diferencial: os conflitos estão mais expostos e são
compartilhados com vários níveis hierárquicos na empresa. Aliás, a hierarquia,
em muitas empresas, passou a ser uma estrutura necessária sem, contudo,
coibir pensamentos e/ou ações.
Para reduzir custos e serem mais ágeis as organizações estão se tornando
cada vez mais enxutas e existe uma previsão que no futuro próximo uma
empresa típica de grande porte terá a metade dos níveis gerenciais que possui
nos dias de hoje. É fundamental que neste acelerado processo evolutivo o
organizado e disponibilizado de uma maneira que possibilite fácil acesso e que
seja de grande utilidade.
Não importa se o denominamos de propriedade intelectual, capital intelectual,
ou base de conhecimento, mas certamente é este um dos mais valiosos ativos
de uma empresa. A capacidade de gerenciar, distribuir e criar conhecimento
com eficiência/eficácia é fundamental para que uma organização se coloque
em posição de vantagem competitiva em relação às outras.
Com isso, o sentido de colaboração e cooperação dentro e fora da empresa, o
compartilhamento e a transferência do conhecimento estão se tornando
essenciais nas organizações empresariais e é fundamental levar em
consideração que cada grupo ou país tem sua própria cultura que, se de
alguma maneira desrespeitada ou desafiada, pode coibir o processo de
geração e compartilhamento do conhecimento.nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1.2 Apresentação do problema
Diante deste quadro, onde a busca frenética pela competitividade é necessária
para garantir a sobrevivência das empresas, o conhecimento passou a ser uma
ferramenta imprescindível como recurso competitivo dentro do universo
econômico.
A aquisição do conhecimento passou a apresentar uma importância muito
grande quando se percebeu que os processos de criação, organização,
aprendizagem e retenção são parte de uma estratégia praticamente infalível
contra a concorrência e a favor do desenvolvimento no trabalho, pois vem de
uma experiência única e própria da empresa e, portanto, dificilmente copiáveis,
onde os fatores inerentes ao modo como os problemas foram resolvidos são
Em uma empresa, portanto, incorporar o conhecimento a produtos e serviços,
representa atuar no mercado com maiores condições de competitividade,
aumentando suas chances de sucesso, independentemente dos esforços de
seus concorrentes. Uma das grandes diferenças dos dias de hoje é que uma
empresa pode enfrentar o mesmo problema em várias partes do mundo ao
mesmo tempo, e é fundamental que onde quer que tenha sido encontrada uma
solução, a mesma seja rapidamente compartilhada com o restante da empresa.
Com a crescente tendênciazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
diminuição das barreiras comerciais ao redor domundo, e com a globalização dos negócios, étundamental que as empresas
tenham ferramentas para assegurar que cada um de seus colaboradores se
sinta parte do processo de compartilhamento do conhecimento coletivo e tenha
incentivos para contribuir com o todo, respeitando suas bases culturais.
A intenção deste trabalho é fazer um estudo para verificar se existe uma
influência das bases culturais de cada pais no modo que as empresas devem
gerenciar o seu conhecimento ou se a cultura organizacional específica de
cada empresa consegue transpor as barreiras culturais individuais e se impor
como cultura dominante.nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1.3 Procedimentos metodológicos
Dentre os vários tipos de pesquisa optou-se, nesta dissertação, por um estudo
de caso de implantação e utilização de um sistema de Gestão do
Conhecimento de uma empresa multinacional, utilizando a base teórica obtida
na pesquisa bibliográfica disponível.
1.4 Objetivo do Trabalho
Este trabalho tem por objetivo principal mostrar a importância da Gestão do
Conhecimento na estratégia competitiva das empresas e a identificação dos
fatores que influenciam a criação deste conhecimento e seu compartilhamento,
1.5 Estrutura do TrabalhozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
trabalho foi organizado da seguinte forma:o
Capítulo 1 faz uma introdução ao trabalho, apresentando o objetivo geral a oponto principal a ser discutido.
o
Capítulo 2 engloba as definições de informação, conhecimento e a Gestãodo Conhecimento e sistemas de informação trazendo uma série de modelos e
conceitos sobre a aplicabilidade de sistemas de Gestão de Conhecimento e as
bases necessárias para o sucesso na implantação destes sistemaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
Capítulo 3 discute os conceitos de culturas e faz uma distinção entre asdiferentes características culturais dos paises e a influência que tem nas
atividades relacionais
o
Capítulo 4 apresenta um estudo de caso realizado juntoà
EmpresaqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAS iem ensdo Brasil, onde se mostram os desafios encontrados na implantação e uso de
em um Sistemas de Gestão do Conhecimento em uma empresa globalizada.
o
Capítulo 5 faz a conclusão do estudo com a discussão sobre a influência daCultura na Gestão do Conhecimento e os possíveis cuidados que deve se ter
2
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAA Gestão do Conhecimento2.1 IntroduçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
É
cada vez mais comum ouvirmos as expressões sociedade do conhecimento,redes de conhecimento, economia baseada no conhecimento, onde fica claro
que a gestão competente do conhecimento é determinante na capacidade das
sociedades, organizações e seres humanos de lidarem com o ambiente que se
modifica e transforma aceleradamente e com crescente complexidade.
As teorias, não somente da administração, mas da informática, do
comportamento humano, da aprendizagem, das estratégias, dos ambientes,
estão se tornando demasiadamente complexas e de difícil conversão prática,
exigindo pessoas com habilidades múltiplas e postura interdisciplinar para que
os conceitos se transformem em realidade.
Podemos dizer que o objetivo básico da Gestão do Conhecimento dentro das
organizações é fornecer ou aperfeiçoar a capacidade intelectual da empresa,
de modo a fornecer subsídios para a tomada de decisões que, em conjunto,
determinam o sucesso ou o fracasso de um negócio. Aprimorar a competência
de criar, aperfeiçoar, manter e gerenciar o conhecimento é de extrema
importância para a sobrevivência e permanência das organizações no mercado
. competitivo. A tendência atual é a integração da informação, dos sistemas de
gestão, das pessoas, do mercado, dos clientes e fornecedores.
Fica claro que gerenciar conhecimento não é simplesmente criar uma base de
dados central que contenha de alguma forma a repetição das experiências
passadas ou de informações existentes na empresa, mas sim conseguir lidar
com a complexidade de conciliar recursos tecnológicos com conhecimentos
pessoais, de modo a fornecer conhecimento, adotando as mais variadas
fontes, é que o mesmo seja útil, de fácil acesso e atemporal.
Manter o conhecimentos para si próprio, seja por falta de tempo ou por não
extremamente comum nas organizações atuais. Além disto, a cultura de
compensação de grande parte das empresas cria um ambiente de
desconfiança entre as empresas e os trabalhadores altamente qualificados,
que para se protegerem contra demissões e reestruturações preferem
esconder seu conhecimento ao invés de compartilhá-lo. Em vários paises a
cultura da supremacia individual está tão arraigada que as companhias não
conseguem nem identificar quem possui as habilidades mais preciosas e
necessárias em algumas áreas específicas, dentro das próprias empresas.
Uma ferramenta extremamente importante neste contexto ézyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a
Tecnologia daInformação, que vem evoluindo com uma velocidade impressionante nos
últimos anos. Se as empresas não souberem dominar a equação informação
conhecimento-sabedoria e aplicá-Ia nas resoluções dos problemas
organizacionais, dificilmente poderão obter vantagens estratégicas no
crescimento econômico e financeiro.
TOFFLER (1990), em sua obra "A terceira onda", apresentou de forma
figurativa porém bem esclarecedora, que a civilização tem evoluído ao longo de
três grandes ondas de transformação: a Revolução Agrícola (Primeira Onda), a
Revolução Industrial (Segunda Onda) e a Revolução dos Serviços (Terceira
Onda). Este último estágio representa a era do conhecimento, da informação,
ou ainda, a sociedade do conhecimento.
NAISBITT (1987) , em sua obra "Megatendências", descreve a sociedade do
conhecimento como "...qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAum m arco fundam ental sim bólico, pouco noticiado,
anunciava o fim de um a era. E m
1956,
pela prim eira vez, trabalhadores emposições técnicas, adm inistrativas e de escritório ultrapassaram em núm ero os
operários da indústria."
Desta forma, o conhecimento, passou a ocupar um lugar privilegiado nas
empresas, porque faz a diferença entre a eficiência de um serviço para outro
entre concorrentes. Uma equipe, ou mesmo indivíduo com uma formação
básica consistente (bagagem pessoal) e uma formação técnica eficiente é mais
gerandoqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAnovos conhecimentos em benefício da empresa e da sua propna
carreira, interferindo decisivamente sobre os resultados positivos que nada
mais são que os objetivos da empresa.
TERRA (2000) cita que hoje o conhecimento não pode mais estar restrito a
círculos acadêmicos e culturais: ele precisa estar nas atividades empresariais e
comerciais. Percebe-se que os conceitos necessários eram muito parecidos
com aqueles relacionadoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
gestão de tecnologia. Pesquisa, desenvolvim entoe inovação, aliados, em sua essência, com várias teorias e trabalhos sobre
aprendizado organizacional. O principal input dos trabalhadores deixava de ser
o esforço físico e passava a ser a capacidade de criar, aprender e desenvolver
novos conceitos, produtos e serviços baseados estritamente no conhecimento.
Nesse cenário emergente, velhos modelos organizacionais já não serviam mais
para a maior parte das organizaç6es.
Na era pós-industrial, o sucesso das empresas se situa mais em suas
capacidades intelectuais e sistêmicas do que nos ativos físicos. A capacidade
de gerenciar o intelecto humano e de convertê-lo em produtos e serviços úteis
transforma-se rapidamente na habilidade executivo crítica de nossa era. Em
conseqüência, constata-se um surto de interesse em assuntos como capital
intelectual, criatividade, inovação e organização que aprende, mas,
surpreendentemente, o gerenciamento do intelecto profissional tem merecido
pouca atenção. Essa omissão é ainda mais espantosa quando se sabe que o
intelecto profissional cria boa parte do valor na nova economia. Seus benefícios
são visíveis imediatamente nos grandes setores de serviços, centros de
educação, instituições financeiras, centros médicos, empresas de informática e
outros.
Com esse deslocamento de ênfase, veio um reconhecimento explícito por parte
de um crescente número de organizações de que seu capital intelectual é uma
fonte essencial de vantagem competitiva que deve ser gerida de forma mais
sistemática. Em especial, organizações estão desenvolvendo estratégias
empresariais e portfólios de iniciativas para capturar e disseminar aquilo que
e experiências através de barreiras funcionais e organizacionais, para
alavanca r suas melhores práticas e para gerir seu capital intelectual, por meios
deliberados que não o de continuar a depender de "abordagens fortuitas".
Empresas que adotam uma abordagem estratégica para a gestão de seu
capital intelectual vêem uma oportunidade de melhorar suas posições de
mercado em relação às organizações que continuam a gerenciar tal capital de
forma oportunista: Se, na realidade, "conhecimento é poder", então seu
controle e canalização fazem mais sentido, em termos de negócios, do que
simplesmente deixar que as fagulhas voem. (KLEIN, 1998).zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2.2
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAConhecimento2.2.1
Conceitos de ConhecimentoA complexidade para entender o significado da palavra conhecimento pode ser
rastreadaqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAaté os antigos filósofos. A natureza do conhecimento varia desde
filosofia, sociologia, economia e, mais. recentemente, ciência da informação.
Cada uma destas disciplinas tem teorias distintas a respeito de conhecimento e
neste trabalho serão apresentadas algumas desta definições de modo a
possibilitar o melhor entendimento do termo dentro do contexto de Gestão do
Conhecimento.
No mundo atual, as palavras informação e conhecimento são, freqüentemente,
utilizadas sem distinção por alguns autores (BARCLAY, 1997) e muitas
empresas que julgam já estar praticando a Gestão do Conhecimento, estão
apenas gerenciando informação. Gestão do Conhecimento é, muitas vezes,
discutida na literatura de negócios e dentro de um contexto de ferramentas
comerciais, ignorando-se a questão da natureza do conhecimento e
simplesmente tratando-se informação e conhecimento como sinônimos.
Em sistemas de informação existem duas principais visões da relação entre
dominante (ALAVI e LEIDNER, 2001) que afirma que dados são simples fatos
que se transformam em informação, e informação é a combinação dos dados
em estruturas coerentes e com significado. Quando estas estruturas são
colocadas dentro de um contexto transformam-se então em conhecimento.
Esta visão assume que os dados precedem a informação e a informação
precede o conhecimento eu uma ordem linear. A visão iconoclasta apresentada
por TUOMI (1999a) opõe-se diretamentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
visão convencional. A sua maiorafirmação é que o dado é o último a surgir, apenas depois da informação e do
conhecimento. TUOMI argumenta que não existem simples fatos como
pedaços isolados, a menos que alguém os tenha criado, usando seu
conhecimento. Dados podem surgir se existir uma estrutura que faça sentido e
possa ser usada para representar a informação. Sem contar a diferença de
opiniões com relação
à
hierarquia dos conceitos, estas duas visões nãoquestionam a fundamental idade de cada conceito e ambos assumem uma
linearidade de transição. Uma alternativa a estas visões lineares é imaginar a
relação entre estes três conceitos como sendo cíclica e, portanto,
inter-relacionados e dependentes do contexto.
Conhecimento não é um conceito fácil e direto para ser definido e já foram
feitas inúmeras tentativas dentro de várias disciplinas para defini-lo. BELL
(1974) define conhecimento como um grupo de idéias ou fatos organizados,
apresentando um julgamento sensato ou um resultado de uma experiência, que
é transmitido para outros através de algum meio de comunicação de alguma
forma sistemática. Conhecimento consiste de novos julgamentos (pesquisa e
cultura) ou novas apresentações de julgamentos existentes (livros e
ensinamentos).
Em sua conclusão, ele usa uma visão utilitária que ignora a sociologia do
conhecimento. Ele propõe uma definição restrita na qual conhecimento é aquilo
que é efetivamente conhecido, uma propriedade intelectual, ligada a um nome
ou um grupo de nomes, certificado por direitos autorais ou alguma outra forma
de reconhecimento social. Ele afirma que este conhecimento é remunerado
pelo tempo investido na pesquisa e confecção, ou em compensação monetária
mercado, está sujeito a decisões políticas ou administrativas de superiores ou
ao julgamento quanto ao seu valor pelos pares. Conhecimento é considerado
como um investimento na sociedade.
Em estudos contemporâneos sobre organizações, gestão, estratégia e ciência
da informação, conhecimento é largamente visto por todas as suas várias
dimensões, sua capacidade competitiva e como poderia ser gerenciado.
Conhecimento é crença verdadeira e justificada, individual e social; tácito e
explícito" (VON KROGH, NONAKA, ICHIJO, 2001, p. 44). Em outras palavras,
conhecimento é opinião, idéia ou teoria que tenha sido verificada (de forma
empírica) e aceita por uma comunidade. De um jeito ou de outro, isto equipara
conhecimento
à
verdade, sendo esta uma forte componente na declaração deKARL SVEIBY: "confiança é o invólucro do conhecimento". TUOMI (1999)
questiona esta definição alegando que conhecemos o mundo de mesmo modo
que seus fatos, através de distinções construídas socialmente e desenvolvidas
historicamente. O critério para verdade e conhecimento é pragmático e definido
apenas dentro de uma comunidade específica de pensamento. LEONARD e
SENSIPAR (1998) definem conhecimento como informação que é relevante,
utilizável e baseada parcialmente em experiência. O'DELL e GRAYSON
(1998) definem conhecimento como o que pessoas dentro de uma organização
sabem de seus produtos, clientes, processos, erros e acertos. DAVENPORT e
PRUSAK (1998) definem conhecimento como uma mistura fluida de
experiências idealizadas, valores, informações contextuais e entendimentos de
especialistas que fornecem uma estrutura para avaliar e incorporar novas
experiências e informações.
Estas definições revelam a posição das organizações modernas com relação
ao conhecimento e mostram como pode ser conceitualizado em sistemas de
informação e disciplinas organizacionais e de gerenciamento.
ALAVI e LEIDNER (2001) resumem estas visões modernas em cinco
perspectivas diferentes: estado de espírito, objeto, processo, acessozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
informação e capacidade. A perspectiva do estado de espírito considera o
define o conhecimento como um objeto que pode ser explicado, armazenado e
manipulado. A perspectiva do processo enxerga o conhecimento como um
processo para aplicar habilidade enquanto a perspectiva de acesso à
informação foca nas condições de acesso às informações . A perspectiva de
capacidade considera o conhecimento como um potencial para influenciar as
ações. Cada uma destas perspectivas tem implicações na Gestão do
Conhecimento.
Segundo VERNA ALLEE (1997), o conhecimento é perecível. A vida em uma
redoma dosqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAexperts está limitada porque novas tecnologias, produtos e
serviços são derramados continuamente no mercado. Ninguém pode esconder
o conhecimento. Pessoas e companhias devem criar, renovar e expandir seus
conhecimentos.
VERNA ALLEE (1997) argumenta que não podemos gerenciar o conhecimento
de forma tradicional pois ele está sempre mudando, o conhecimento é mais
orgânico do que mecânico. No entanto ela definiu 12 princfpios razoavelmente
estáveis do conhecimento:
1. O conhecimentozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
é
múltiplo - Como o conhecimento está ligado a tudo mais, você não pode isolar qualquer aspecto ordenado do conhecimento. Nouniverso do conhecimento, você não pode prestar atenção em apenas um
fator.
2. O conhecimento
é
auto-organizante - O conhecimento se organizaimplicitamente em torno da identidade e objetivos de grupos e pessoas.
3. O conhecimento procura comunidade - O conhecimento deseja ser,
acontecer, exatamente como a vida pulsa para ser. Ambos querem acontecer
enquanto comunidade. Nada ilustra mais este exemplo como a Internet.
4. O conhecimento viaja via linguagem - Sem uma linguagem para descrever
nossa experiência, não podemos comunicar o que somos. Expandir o
conhecimento organizacional significa que devemos desenvolver a linguagem
que usamos para descrever nossas próprias experiências.
5. Quanto mais você tenta fixar o conhecimento mais ele escorrega - É
sempre uma tentação amarrar o conhecimento como uma sabedoria codificada
-documentos, patentes, bibliotecas, bancos de dados etc. Mas muita rigidez e
6.nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAMais solto é provavelmente melhor - Sistemas altamente adaptáveis
parecem frouxos. Mas é mais alta a taxa de sobrevivência de sistemas
diversos e descentralizados. Isso significa que podemos estar desperdiçando
recursos e energia ao tentar controlar de forma estrita demais o conhecimento.
7. Não há apenas uma solução - O conhecimento está sempre mudando. No
momento, a melhor abordagem para gerenciar isso é manter as coisas em
movimento e deixar aberto o leque de opções.
8. O conhecimento não aumenta sempre Eventualmente, algum
conhecimento se perde ou morre, como as coisas na natureza. Desaprender e
deixar para trás velhas formas de pensamento, aposentando mesmo blocos
inteiros de conhecimento, contribui para revitalização e evolução do novo
conhecimento.
9. Ninguém é o responsável - O conhecimento é um processo social. Isso quer
dizer que ninguém pode assumir responsabilidade pelo conhecimento coletivo.
10.Você não pode impor regras e sistemas - Se o conhecimento é realmente
auto-organizante, a melhor maneira para, avançar é remover as barreiraszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà
auto-organização. Em um ambiente favorável, o conhecimento cuidará dele
mesmo.
11 .Não há o cálice prateado - Não existe nenhum ponto de destravamento ou a
melhor prática para se avançar no conhecimento. Deve ser um trabalho feito
em vários níveis e em diversas maneiras.
12.A maneira como você define o conhecimento determina como você o
gerencia - A "questão do conhecimento" pode se apresentar de várias formas.
Por exemplo, preocupações sobre a propriedade do conhecimento levam à
aquisição de conhecimento codificado que é protegido por leis e patentes. Uma
preocupação sobre a responsabilidade do conhecimento enfatiza o fluxo de
comunicação e documentação. Um foco nas competências do conhecimento
direciona o trabalho para maneiras mais eficazes de criar, adaptar e aplicar o
conhecimento.
Conhecimento não traduz a diferença entre saber e não saber fazer.
Transcende a isso. Trata das diferentes capacidades de incorporar estímulos
externos
à
sua própria compreensão (do indivíduo) de um determinado evento,promovendo um re-arranjo no conjunto de elementos disponíveis (até então
possibilidades de tratamento deste evento, resultando em uma nova maneira
(técnica ou método) de transpor a dificuldade que se lhe apresentou.
Valorizar o conhecimento humano é imprescindível porque é importante o
comprometimento da equipe e do indivíduo: é o aprendizado e aquisição do
conhecimento na memória corporativa (é o pensamento sistêmico).
Confiança e credibilidade, união de esforços, e a geração e gestão contínua do
conhecimento são ações que devem se iniciar internamente e refletir
externamente nos produtos, serviços e como resultado positivo para com a
concorrência. É o fim das barreiras hierárquicas e o início da confiança e
responsabilidade sobre as operações do processo no desenvolvimento do
trabalho. É claro que, se isto não for tomado somente para o campo virtual, se
for aplicado realmente, haverá evolução e compartilhamento de resultados no
mundo globalizado.
BLACKLER (1995) também fornece uma definição resumida de conhecimento.
Ele define conhecimento como sendo multifacetado e complexo, implícito e
explicito, distribuído e individualizado, físico e mental, em desenvolvimento e
estático, verbal e codificado. Esta definição engloba tanto a visão sociológica
como econômica. A visão econômica é que o conhecimento flui livremente e o
desafio é impedir este fluxo, enquanto a visão sociológica enxerga
conhecimento como algo inerte e consequentemente o desafio e ter seu fluxo
incentivado (KNOTT, 2001).
BELL (1974) reconhece a limitação de sua própria definição e a sua
negligência como relação
à
sociologia do conhecimento, o cenário social dasidéias, sua interconexão e relação com alguma fundação estrutural. Mesmo
assim, sua visão é fundamental para o desenvolvimento de industrias de
conhecimento intensivo. A sociologia do conhecimento é a base para os
processos de conhecimento e gestão e, portanto, as visões parecem ser
essenciais para entender o conceito de conhecimento e sua subseqüente
gestão. Com a realidade de uma sociedade de economia e conhecimento,
conhecimento, especialmente que começamos a estendê-lo para as
organizações.
Segundo o conceito fornecido por DAVENPORT (2000), o conhecimento é a
informação mais valiosa e, consequentemente, a mais difícil de gerenciar.
É
valiosa, precisamente porque alguém deu a informação um contexto, um
significado, uma interpretação; alguém refletiu sobre o conhecimento,
acrescentou a ele sua própria sabedoria, considerou suas implicações mais
amplas. O conhecimento ainda implica na síntese de múltiplas fontes de
informações e também é tácito, existe simbolicamente na mente humana e é
difícil explicitar. (DAVENPORT et ali, 2000)
Em resumo, a discussão está centrada em "como indivíduos e grupo absorvem
ao mesmo tempo conhecimento tácito e explicito; como pode tornar-se mais útil
para os grupos o que os indivíduos sabem tacitamente; e como instruções
explícitas podem se tornar mais úteis para o desenvolvimento de habilidades
tácitas" (COOK and BROWN, 1999,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
P
383). Isto é exatamente o que tratam,diretamente ou indiretamente, todas as questões sobre Gestão do
Conhecimento.
Para ajudar a entender melhor o conceito de conhecimento é importante·
discutir as várias dimensões e tipos de conhecimento.
2.2.2
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBADimensões de ConhecimentoEm estudos contemporâneos sobre organizações BLACKLER (1995) apresenta
um resumo de cinco imagens de conhecimento: mentalizado, incorporado,
embutido, codificado, culturalizado.
• Conhecimento mentalizado depende de habilidades con,ceituais e
habilidades cognitivas, conhecimento abstrato encoraja reconhecimento
• Conhecimento incorporado é orientado para ação e tem a tendência de
ser parcialmente explícito. Ele depende da presença física da pessoa,
em informações sensoriais e sensitivas e discussões face a face. Este
conhecimento é adquirido pelo fazer e é baseado em contextos
específicos
• Conhecimento culturalizado refere-se ao processo de se obter um
entendimento mutuo devido ao fato que sistemas de significado cultural
- socialização e aculturamento - dependem largamente no idioma e,
consequentemente, são construídos socialmente e abertoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
negociação. Isto necessita de formulação explícita de idéias e
metáforas, discussões e histórias.
• Conhecimento embutido é o que reside em rotinas sistêmicas. Ele
explora a importância das relações e dos recursos materiais. Este
conhecimento pode ser analisado sistematicamente em termos de
sistema, na relação, por exemplo, entre tecnologia, procedimentos
formais e rotinas emergentes.
É
também o conhecimento preocupadoem saber como os elementos de uma organização interagem
• Conhecimento codificado é a informação passada por sinais e símbolos.
Formas tradicionais incluem livros, manuais e códigos de conduta. As
novas . formas incluem informações codificadas e transmitidas
eletronicamente.
Em gerenciamento estratégico, SPENDER (1998) sugere uma visão pluralista
dos vários tipos de conhecimento utilizados pelas organizações. Ele define
quatro categorias de conhecimento organizacional: consciente, que é o
conhecimento explícito do indivíduo; objetivado, que é o conhecimento explícito
da organização; automático, que é o conhecimento pré-consciente do
indivíduo; coletivo, que é o conhecimento dependente do contexto manifestado
Recentemente, em sistemas de informação, ALAVI e LEIDNER (2001) listaram
dez tipos diferentes de conhecimento:
• Tácito: é o conhecimento baseado em ações, experiências e
envolvimento em um contexto específico. Ele pode ser cognitivo através
de modelos mentais ou técnicos pelo know-how (saber como) aplicável a
um trabalho específico;
• Explícito: é conhecimento geral e articulado;
• Individual: é criado por e inerente ao individuo;
• Social: é criado por e inerente às ações coletivas do grupo;
• Declarativo: é saber sobre;
• Procedural: é o saber como;
• Causal: é o saber porquê;
• Condicional: é o saber quando;
• Relacional: é o saber com o que ou quem;
• Pragmático: é o conhecimento útil para a organização.
Em uma outra e mais popular definição, POLANY (1966) classificou
conhecimento humano em duas dimensões: Conhecimento explícito ou
codificado, que se refere a um conhecimento que é transmissível em uma
linguagem formal e sistemática. Conhecimento tácito, que tem uma qualidade
pessoal, o que o torna mais difícil de comunicar. Conhecimento tácito é
profundamente baseado em ações, compromisso e envolvimento em um
contexto específico. Embora esta classificação tenha sido feita em um contexto
filosófico, a distinção entre conhecimento tácito e explícito foi popularizada por
IKUJIRO NONAKA (NONAKA, 1994; NONAKA and TAKEUCHI, 1995) ao
explicar a teoria de criação de conhecimento organizacional.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
conceito NONAKA e. TAKEUCHI (2001), da espiral de criação doconhecimento também nos ajuda' a compreender a questão do equilíbrio. A
espiral refere-se a diferentes "modos de conversão de conhecimento" que
ocorrem através de interações entre o conhecimento tácito de um indivíduo
(pessoal, específico do contexto e difícil de ser articulado) e seu conhecimento
nos níveis de grupo, organizacional e interorganizacional. A Espiral do
Conhecimento de NONAKA e TAKEUCHI, demonstra que os novos
conhecimentos sempre se originam nas pessoas.
NONAKA e TAKEUCHI (1997) afirmam que a criação do conhecimento deve
ser entendida como um processo que amplia organizacional mente o
conhecimento criado por indivíduos. Citam que o que impulsiona o processo de
criação do conhecimento decorre dos quatro modos de conversão do
conhecimento criados a partir da interação entre o conhecimento tácito e o
conhecimento explícito. A interação entre as duas formas de conhecimento
resultam em quatro processos da conversão do conhecimento:
• do tácito para o tácito;
• do tácito para o explícito;
• do explícito para o explícito; e
• do explícito para o tácito.
o
conhecimento tácito em conhecimento tácito: esse processo é definido comoum compartilhamento de experiências e, a partir daí, como a criação do
conhecimento tácito.. como modelos mentais ou habilidades técnicas
compartilhadas. Assim, a experiência é o principal fator para a aquisição do
conhecimento tácito.
o
conhecimento tácito em conhecimento explícito: trata-se de um processo dearticulação do conhecimento tácito em conceitos explícitos. Os autores definem
como sendo um processo de criação do conhecimento perfeito, pois transforma
em conhecimento explícito, expresso na forma de metáforas, analogias,
conceitos, hipóteses ou modelos. O modo de externalização é provocado pelo
diálogo ou pela reflexão coletiva.
Conhecimento explícito em conhecimento explícito: é. um processo de
sistematização de conceitos em um sistema de conhecimento que envolve a
combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito. A combinação
de comunicação computadorizada. A reconfiguração das informações através
da classificação, 'do acréscimo, da combinação e da categorização do
conhecimento explícito pode levar a novos conhecimentos.
Conhecimento explícito em conhecimento tácito: dedução é o processo de
incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito. Está
relacionado com o aprender fazendo.
Esta visão também atraiu algumas críticas como a de COOK e BROWN
(1999) que apesar de concordarem que tácito e explícito são formas diferentes
de conhecimento, eles argumentam que uma forma não pode ser feita de ou
transformar-se na outra e questionam todo o processo de criação de
conhecimento de NONAKA.
STEWART (1998) coloca os conceitos de conhecimentozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
táclto
e explícito. Oautor identifica a diferença entre os mesmos em relação ao saber e o não
saber, conforme visualizado no quadro abaixo.nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Sabe Não sabe
Sabe Conhecimento que você Conhecimento que você sabe
sabe que tem que não tem
(conhecimento explícito) (lacunas conhecidas)
Não sabe Conhecimento que você não Conhecimento que você não
sabe que tem sabe que não tem (lacunas
(conhecimento tácito) desconhecidas)
Quadro 2.1 - Relação entre saberqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAversus não saber. Fonte: STEWART, 1998.
NONAKA e TAKEUCHI (1997) argumentam que o conhecimento é criado pela
conversão de conhecimentos tácitos e explícitos através de processos de
socialização, externalização, internalização e combinação. Esta visão parece
ser a dominante na literatura moderna sobre gestão e sistemas de informação,
fornecendo uma melhor compreensão do conhecimento organizacional através
crítica a este modelo por ele desconsiderar alguns aspectos culturais
importantes.
Abaixo está uma descrição de cada um dos processos e algumas críticas que
foram levantadas:nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Socialização: Este modo sugere que os indivíduos da organização interajam
entre si para que haja o compartilhamento de experiências associadas às
emoções, modelos mentais, intenções e visões. Desta forma é possível que se
consiga a transferência do conhecimento tácito entre indivíduos e a associação
de um mesmo tipo de conhecimento a diferentes contextos individuais. A
observação e a imitação são aliadas ao compartilhamento de experiências
neste modo de conversão de conhecimento. Funcionam como estratégia de
captação dos conceitos embutidos em determinadas práticas e auxiliam na
transformação dos mesmos em conhecimento de valor para a organização.
Usando o exemplo da Matsushita, quando começou a desenvolver a máquina
caseira para fazer pão em 1985, um dos problemas inicias foi o de como
mecanizar o processo de amassar a massa, que é um processo que um
padeiro profissional leva anos para aprender e aperfeiçoar. Para aprender este
conhecimento tácito, um membro do time de desenvolvimento doqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAsoftw are,
Ikuko Tanaka, decidiu tornar-se voluntária para se tornar aprendiz do chefe dos
padeiros do Hotel Internacional de Osaka, que tinha a reputação de fazer o
. melhor pão da região. Após um período de imitação e prática, um dia ela
observou que o padeiro não só esticava a massa, mas também a enrolava de
uma forma particular (''twisting stretch"), o que acabou sendo o segredo para
fazer um pão mais saboroso.
A primeira crítica neste caso é que o compartilhamento freqüente e intenso de
conhecimento explícito e tácito entre empresas é dependente da existência de
uma rede inter corporativa muito forte, que é uma característica muito forte de
comportamento das empresas japonesas antes e depois da implosão da
economia Japonesa em 1989 (GERLACH, 1992). É a intrincada rede de
conexões e relacionamentos estreitos e de longo termo entre as empresas
organizações de uma forma intensa e aberta. Pesquisas indicam que
companhias como Toshiba e Matsushita, o estilo de socialização japonês não
tem sido eficaz no compartilhamento de conhecimento entre funcionários
japoneses e não japoneses dentro da mesmo companhia (HOLDEN, 2002).
Isto sugere que o compartilhamento externo de conhecimento tácito entre as
empresas é facilitado por sistemas de negócios peculiares e que não são
facilmente copiados, sendo que as características principais não podem ser
transferidas não apenas devido às diferenças culturais, mas também devido às
pressões por um bom desempenho Corporativo.
Como NONAKA (1994) e TAKEUCHI (1995) notaram, a epistemologia
Japonesa é fundada em indução e aprendizagem experimental; A cognição
Japonesa é muito ligada ao conhecimento tácito, enquanto a cultura ocidental
prefere conhecimento explícito. Segundo HOLDEN (2002), a diferença entre os
hábitos mentais japoneses, que prezam intuição e experiência, e os hábitos
ocidentais, que prezam racionalidade e análises formais (HAMPDEN-TURNER
and TROMPENAARS, 2000) é tão grande que o conceito de socialização
deveria ser considerado como um exemplo perfeito do comportamento de
trocas tipicamente japonês.nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Externalização: O modo pelo qual o conhecimento tácito se traduz em novos
conceitos capazes de serem justificados, categorizados e contextualizados na
organização é chamado externalização.
É
neste modo que é criada umainformação (conceitos) que pode ser convertido em conhecimento quando
processada, permitindo a criação de uma base de entendimento única e
comum acerca do que foi externalizado (por exemplo, um processo de negócio,
um novo produto, etc.). Isto significa dizer que somente ao conceitualizar o
conhecimento subjetivo é que este passa a fazer sentido para a organização e
pode vir a se tornar em fonte futura de inovação.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
É
nesta parte do processo deconversão do conhecimento onde estão concentrados os maiores esforços. Isto
acontece em virtude da necessidade de se formalizar o conteúdo abstrato do
conhecimento tácito. Ao se expressar este conteúdo, observa-se, além do uso
da própria linguagem, também o uso de artifícios como metáforas, analogias e
ser facilmente expressas pela linguagem pura e simples. Voltando ao caso
Matsushita, Tanaka não conseguia especificar em termos técnicos a
movimentação especial que havia aprendido com o padeiro chefe. Apesar
disto, ela foi capaz de transmitir o conhecimento tácito para os engenheiros
através da criação de um conceito mental do movimento e indicando a força e
a velocidade do batedor de massa, de modo a imitar este movimento. Por
exemplo, Tanaka diria, ''faça o motor girar com mais força" ou "mexa mais
rápido", e os engenheiros faziam os ajustes necessários através de tentativas e
erros.
A crítica neste caso vem da discussão anterior sobre socialização, onde é
evidente que companhias ocidentais estão menos dispostas a trabalhar em um
processo difuso e indutivo que a externalização do conhecimento tácito exige.
No Japão a orientação do grupo deve ser vista em conjunto com a
preocupação de obter harmonia nas relações humanas. Harmonia em japonês
é representada pela palavra "wa", que é derivada da palavra circulo. Isto
implica em um tipo de gestáltica social, onde o grupo é maior que a soma dos
indivíduos. Claramente harmonia neste sentido não é uma característica
marcante da cultura das empresas ocidentais e pode até ser vista, em alguns
casos, como algo negativo.
(HOLDEN, 2002).nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Combinação: O papel do modo de combinação é identificar, dentre os
conceitos que foram extraídos pela organização, aqueles que possuem alguma
relação entre si e agrupá-los em conjuntos de conhecimento explícito. Cada
conjunto de conhecimento é parte da base de conhecimento organizacional e
está diretamente relacionado a um tipo específico de informação ou modelo,
como por exemplo, os protótipos de produtos. Este trabalho de criação de
conjuntos de conhecimento pode ser considerado a união das seguintes
etapas: classificação dos conceitos, acréscimo de informações relevantes,
divisão em categorias e a possível combinação conforme fatores em comum.
O time da Matsushita juntou onze membros de culturas e especializações
completamente diferentes: planejamento de produto, engenharia mecânica,
finalmente duplicado em um protótipo depois de um ano de experiências
interativas entre os vários membros do time, combinando seus conhecimentos
explícitos. Por exemplo, os engenheiros adicionaram saliências no interior da
bacia onde a massa era trabalhada, de modo a segurá-Ia melhor enquanto era
agitada. Um outro membro sugeriu a adição do fermento em um estágio
posterior do processo, economizando assim o custo de um sistema de
resfriamento, que seria de outro modo necessário, para prevenir que o
fermento fermentasse em demasia devido às altas temperaturas.
HOLDEN (2002) alega que todo o processo que combinar continuamente o
conhecimento total de todos os empregados está baseado em valores
tradicionais Japoneses, assim como também o conceito e a prática da
combinação. A ausência generalizada em empresas Japonesas de competição
entre departamentos e a tendência dos empregados em não abusarem de
informações da empresa aparentemente torna a combinação mais fácil e direta
do que nas empresas ocidentais
Além disto, existe a sensação em empresas ocidentais, que o conhecimento
pertence aos gerentes, que determinam sua criação, acessibilidade e
aplicação, sendo que este certamente não é o caso no Japão, onde segundo
HOFSTEDE (1983) o núcleo da empresa não é a classe gerencial, mas sim o
grupo de trabalhadores permanentes.nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Internalização: O que se observa no processo de internalização é a captação
individual do conhecimento que foi extraído para a organização.
É
o modo peloqual o conhecimento explícito se torna ferramenta de aprendizagem através de
manuais ou documentos e volta a assumir um contexto abstrato e subjetivo
para cada indivíduo na empresa. O entendimento dos tipos de conhecimento e
seus modos de conversão é fundamental para o entendimento dos processos
de geração, codificação, coordenação e transferência de conhecimento. Estes
são os processos da Gestão do Conhecimento, que serão discutidos com mais
detalhes no próximo capítulo. Quando o conhecimento tácito é trabalhado em
prol do enriquecimento do próprio conhecimento tácito, a conversão assume o
compartilhado. Logo que conhecimento tácito é transformado no formato de
conhecimento explícito, passando a fazer parte da base de conhecimentos da
organização, o processo de conversão assume o sentido de externalização,
tendo como principal conteúdo o conhecimento conceitual.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
À
medida que oconhecimento explícito é contextualizado e sistematizado em novos
conhecimentos, também explícitos, o processo de conversão passa para o
sentido de combinação e o conteúdo do conhecimento gerado neste momento
é o sistêmico. Finalmente, ao funcionar como ferramenta de aprimoramento do
conhecimento individual, o conhecimento explícito passa a assumir,
novamente, o formato de conhecimento tácito e o processo de conversão
assumem o sentido da internalização, sendo de conteúdo operacional.
Entende-se por operacional porque está próximo da ação, levando-se em conta
que o conhecimento só pode ser utilizado quando está na cabeça das pessoas,
ou seja, quando foi internalizado. O produto da Matsushita foi um enorme
sucesso, tendo vendido um recorde de 536.000 unidades no primeiro ano de
comercialização. A estória de sucesso foi disseminada pela orqanlzação
através das próprias pessoas e pelas publicações interna, mudando a
percepção dos funcionários quanto ao potencial de mercado para aparelhos
domésticos e inspirando-os a desenvolver produtos inovadores. O novo
conhecimento tácito era que a Matsushita podia desenvolver um produto
através do contato direto com seus clientes e também que podia produzir com
qualidade sem comprometer os custos.
As críticas de HOLDEN (2002) não sugerem porém que o modelo deva ser
abandonado, mas sim que para empresas não Japonesas ele sirva como um
mapa e não como um modelo. Uma outra analogia seria que este modelo
poderia ser usado como um espelho, que permita às companhias se auto
avaliarem e avaliarem seus processos de Gestão do Conhecimento de uma
maneira nova e que possa indicar diferentes caminhos a seguir. Esta
abordagem reconhece que o Japão é fundamentalmente não copiável, mas
pode servir como um prisma através do qual as empresas podem observar as
De uma maneira gráfica, podemos ilustrar os modos deqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAconversão do
conhecimento conforme a figura abaixo:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
SocÍalízaçào
Externalização
Conteúdo Conceitual
Combinacào
Conteúdo Compartilhado Conteúdo SistêmicoInten1alizacão
Conteúdo Operacional
Figura 2.1 - Os processos de criação de conhecimento. Fonte: NONAKA e TAKEUCHI, 1997.
Enfocando o papel do conhecimento em organizações de negócios,
conhecimento tácito é, com freqüência, visto como a verdadeira chave para
resolver os problemas' e criar valores novos, enquanto conhecimento explícito é
considerado apenas como suporte.
Assim, nós freqüentemente encontramos uma ênfase na "organização que
aprende" e outras abordagens que reforçam a internalização da informação
(pela experiência e pela ação), além da criação de novos conhecimentos
através da interação. Numa visão mais objetiva, o que realmente importa é
como o conhecimento é adquirido e como nós podemos usar este
conhecimento - tanto explícito quanto tácito - de maneira a alcançar resultados
positivos que venham ao encontro às necessidades da empresa (BARCLA Y,
1997).
Dimensão dinâmica: Isto significa que as características dinâmicas do
conhecimento é melhor definido quando relacionado a sua dinâmica e
processos associados. Então, se alguma coisa é tangível, o que quer dizer que
você pode ler, tocar ou medir, então isto é um dado ou uma informação e não
conhecimento. A informação pode representar conhecimento mas, apenas isto.
A essência é que o conhecimento reflete estados mentais que estão em
constante transformação, cujos processos associados e inter-relacionados são
inerentes
à
mente humana e seu saber.Portanto a informação pode expressar ou representar os pensamentos, mas
não a própria mente. Esta noção é, em parte, apresentada na definição de
Peter F. Orucker em Realidades: "O conhecimento é a informação que muda
algo ou alguém, tanto por transformar-se em base para ação ou por fazer um
indivíduo (ou uma instituição) ser capaz de ações diferentes e mais efetivas".
Em outras palavras esta definição diz que uma informação torna-se um "item
do conhecimento" quando muda o estado (mental) de conhecimento de um
indivíduo ou organização, em relação
à
sua capacidade de ação. Por isso, oconhecimento deve ser definido em termos dos processos de sua
incorporação.
Dimensão contextual: O ponto importante do contexto é o fato de uma mesma
de informação pode originar "itens de conhecimento" diferentes em domínios
distintos.
TUOMI (1999b) também apresentou uma outra dimensão de conhecimento. Ele
faz uma distinção entre dois tipos diferentes de desenvolvimento de
conhecimento. O primeiro, conhecimento ontogênico, que tem a sua base no
desenvolvimento da entidade de conhecimento, algo que a entidade de
conhecimento aprende baseado em suas experiências; O segundo,
conhecimento filogenético, que .tem sua fonte em estruturas herdadas. Sua
geração não pode ser atribuída a nenhuma entidade individual específica. Ele
usa cultura como um caso especial de conhecimento filogenético, onde a
unidade de cultura herda estruturas de significado através da linguagem e
práticas sociais. Indivíduos não inventam cultura, mas seu desenvolvimento na
A dificuldade de capturar o conhecimento tácito é muito grande. De acordo com
TIWANA (1999), o conhecimento na sua plenitude não pode ser capturado. A
comunidade de inteligência artificial tem tentado há décadas capturar o
conhecimento tácito, porém, com poucos casos de sucesso.
A transferência do conhecimento tácito, geralmente envolve intenso contato
pessoal, segundo DAVENPORT e PRUSAK (1998). E é este conhecimento que
é necessário extrair, na maior parte das vezes, quando se deseja preservar o
conhecimento do especialista. Por isso é necessário conhecer e entender as
características pertinentes ao especialista. Este entendimento pode ser útil na
fase de aquisição do conhecimento tácito. Como o conhecimento tácito
geralmente está muito enraizado no profissional, é necessário que o
responsável pela aquisição do conhecimento do especialista adote técnicas e
maneiras adequadas de abordagem.
A tecnologia da informação trabalha melhor com a informação do que com o
conhecimento. Tenta-se colocar a informação dentro de objetos para
transformá-Ia em conhecimento. TIWANA (1999) diz que quando isso ocorre
tem-se um problema: a informação não se transforma em conhecimento
sozinha. O conhecimento tácito está embutido na mente das pessoas e não se
transfere eletronicamente. Este é um dos grandes desafios quando se
necessita capturar o conhecimento tácito de especialistas.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2.3
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAGestão do Conhecimento2.3.1.
A Importância da Gestão do ConhecimentoNum mercado cada vez mais competitivo, o sucesso nos negócios depende
basicamente da qualidade do conhecimento que cada organização aplica nos
seus processos coorporativos/empresariais. Nesse contexto, o desafio de
utilizar o conhecimento residente na empresa, com o objetivo de criar
notável à medida que: (1) as novas possibilidades técnicas e o conhecimento
de mercados determinam as inovações nos produtos; (2) operações funcionais
advêm do conhecimento combinado entre como as coisas funcionam e como
poderiam funcionar e (3) a participação no mercado cresce com um melhor
conhecimento dos clientes atuais e potenciais e de como melhor atendê-los
(RAGGLES, 1997).
Gestão do Conhecimento abastece as questões críticas de adaptação
organizacional, sobrevivência e competência face às mudanças de ambiente
cada vez mais instável. Essencialmente, incorpora processos organizacionais
que visam combinação sinergética entre a capacidade de dados e
processamento de informação das tecnologias da informação, e a capacidade
criativa e de inovação dos seres humanos".
A dimensão do problema é entendida com facilidade se observarmos que a
informação detida por uma empresa, ou melhor, o conjunto de seus
conhecimentos, vem crescendo exponencialmente. A quantidade de
informações e conhecimento existentes em uma empresa, com o uso intensivo
daqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAinternet e todos os meios de comunicação disponíveis, cresce a cada dia.
Os empregados necessitam criar e trocar informações com maior rapidez e em
um volume maior do que existia no passado. Embora grande parte desse
intercâmbio se faça sob a forma documental, há também uma grande troca de
conhecimento informal ou tácito nas interações entre as pessoas. Percebe-se
que neste volume de informações existentes nas organizações, muitas vezes
não existe a cultura, tempo ou disposição para as pessoas lerem e assimilarem
o que existe documentado.nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2.3.2 Algumas definições de Gestão do Conhecimento
Se jázyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
é
difícil definir conhecimento, e ainda mais difícil definir Gestão doConhecimento. Gestão do Conhecimento não
é
um conceito novo e é tãoantigo quanto o próprio trabalho. WIIG (1997) e PRUSAK (2001) alegam que a
AC, mesmo que não tenham usado especificamente este nome. A maioria dos
esforços nesta área focaram no conhecimento do indivíduo e como construir e
manter a capacidade do empregado. Prestou-se pouca atenção no quanto o
conhecimento individual afetava o conhecimento da organização e as
implicações do conhecimento coletivo nas organizações.
Este tipo de pensamento ainda é bastante comum e muitas organizações ainda
tendem a considerar fatores de produção tradicionais, tais como propriedade,
mão de obra e capital, como a maior fonte de vantagens competitivas.
Nas modernas organizações, porém, conhecimento está rapidamente se
tornando a principal vantagem competitiva sustentável. Assim sendo, deve ser
protegida, cultivada e compartilhada entre as pessoas que trabalham juntas
dentro e fora da mesma organização. No passado, as organizações podiam ter
sucesso baseadas no conhecimento individual de alguns poucos indivíduos
estrategicamente posicionados, no entanto, conhecimento organizacional, que
é o conhecimento coletivo de indivíduos e que está embutido no sistema,
transforma o valor do conhecimento em algo mais amplo e forte.
Assim sendo, a utilização total da base de conhecimento de uma entidade,
associada com o potencial das habilidades individuais, competências,·
inovações e idéias possibilitará às companhias competirem mais
eficientemente no futuro (UTA 1998)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
recente interesse em Gestão do Conhecimento pode ser rastreado até ametade do século vinte, quando durante a revolução da informação a
tecnologia da informação (TI) tornou-se disponível em larga escala e resultou
em um melhor controle sobre manufatura, logística, marketing e outras funções
organizacionais. Isto levou a uma extensa coleta e troca de informações entre
as empresas, seus fornecedores e clientes. Isto também trouxe uma série de
práticas e filosofias gerenciais, tais como: gerenciamento por objetivo (MBO),
sistemas de planejamento orçamentários,qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAbenchm arking, controle total de
Apenas no começo dos anos 90 as empresas começaram a perceber o valor
econômico do conhecimento e a notar as importantes mudanças nas bases das
vantagens competitivas e houve então uma proliferação de produtos e serviços
baseados em conhecimento. Mais recentemente um interesse crescente tem
sido visto através de edições especiais em jornais especializados, inúmeras
conferêNcias e palestras e vários livros sobre o assunto (e.g. NONAKA and
TAKEUCHI, 1995; DAVENPORT and PRUSAK, 1998; LEONARD-BARTON,
1995).
A complexidade para definir o significado de Gestão do Conhecimento aliada
ao crescente interesse sobre o assunto levou a diferentes abordagens sobre o
tema e, consequentemente, múltiplas definições. SVEIBY (1996) resume as
várias linhas de Gestão do Conhecimento em duas correntes principais. A
primeira linha, que pode ser chamada de Gestão do Conhecimento baseada
em tecnologia da informação, está focada no gerenciamento da informação.
Pesquisadores e técnicos nesta campo tem normalmente formação acadêmica
em ciências da computação ou informática e estão envolvidos nos processos
de criação de sistemas de gerenciamento de informações, inteligência artificial,
re-engenharia e similares.
Eles enxergam o conhecimento como um objeto que pode ser identificado e
manuseado dentro de sistemas de informação. Alternativamente, eles
equacionam conhecimento com acesso às informações e seu foco é na
construção e gerenciamento de "estoques de conhecimento" (ALAVI and
LEIDNER, 2001).
A segunda linha é a Gestão do Conhecimento baseada nas pessoas. De
acordo com SVEIBY (1996) os pesquisadores e atuantes nesta área, tendem a
ter uma formação acadêmica em filosofia, psicologia, sociologia ou
gerenciamento. O seu principal interesse é o de avaliar, mudar e melhorar as
habilidades ou comportamentos humanos individuais. Eles enxergam o
conhecimento como processos, como uma série de habilidades dinâmicas eqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
know how que está em constante evolução. Eles estão constantemente
nível da organização. O seu foco é o fluxo do conhecimento e os processos de
criação, compartilhamento e distribuição do conhecimento.
Com a mudança de formato das organizações e o crescente foco em grupos e
times, a Gestão do Conhecimento nesses níveis tornou-se igualmente
importante. As organizações operam atualmente como agrupamentos e redes
com um grande volume de troca e transferência de informações e a dinâmica
da Gestão do Conhecimento interorganizações é também uma preocupação
das empresas (NONAKA e TAKEUCHI, 1995).
A característica central para identificar uma organização de conhecimento,
segundo STEWART (1998), é a substituição de produtos estocados por
informações e a substituição de ativos fixos por conhecimento, preconizando a
importância do capital intelectual como o conjunto de todo o conheCimento
relacionado com a organização, que dependendo do contexto organizacional,
pode se apresentar das seguintes formas: Capital humano, ligado ao
conhecimento, habilidade e experiências individuais, compartilhado. Capital
estrutural como capacidade que a organização tem de manipular, armazenar,
transmitir o capital humano. Capital do cliente que está voltado para o
relacionamento da organização com pessoas e outras organizações com
realizam negócios.
De acordo com WIIG (1997), a Gestão do Conhecimento almeja fazer com que
a empresa atue da maneira mais inteligente possível para assegurar a sua
viabilidade e sucesso.
VON KROGH (1998) refere-sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
Gestão do Conhecimento como a identificaçãoe alavancagem do conhecimento coletivo de uma organização para torná-Ia
mais competitiva. Mesmo que não haja menção explícita ao conhecimento
individual, não se pode falar de competitividade organizacional sem incluir
todos os atores envolvidos. Portanto, alavancar o conhecimento coletivo vai