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Levantamento do custo do procedimento com bota de Unna em pacientes com úlcera venosa.

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Academic year: 2017

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(1)

LEVANTAMENTO DO CUSTO DO PROCEDI MENTO COM BOTA DE UNNA EM PACI ENTES

COM ÚLCERA VENOSA

1

Cleide Mar ia Caet ano Bapt ist a2

Valér ia Cast ilho3

O ob j et iv o f oi id en t if icar car act er íst icas sociod em ogr áf icas e d as lesões d os p acien t es com ú lcer a venosa ( UV) e calcular o cust o t ot al diret o dos m at eriais e de pessoal de enferm agem ut ilizados no procedim ent o com bot a de Un n a, pelo cu st o t ot al dir et o m édio ( CTDM) e pelo obser v ado ( CTDO) . O r ef er en cial t eór ico

adot ado para aferição dos cust os foi o sist em a de cust eio por absorção por procedim ent o ou produt o. O est udo foi realizado no Am bulat ório do Hospit al Universit ário da Universidade de São Paulo ( HU) . A am ost ra foi const it uída

de 65 pr ocedim ent os em nov e pacient es com UV. Os r esult ados m ost r ar am pr edom inância das faix as et ár ias de 4 9 a 5 6 an os ( 3 3 , 3 3 % ) e de 6 5 a 7 2 an os ( 3 3 , 3 3 % ) , e do sex o fem in in o ( 7 7 , 7 8 % ) . Qu an t o à doen ça associada, h ou v e pr edom ín io de h iper t en são ar t er ial sist êm ica ( 3 3 , 3 3 % ) e diabet es m ellit u s ( 2 2 , 2 2 % ) . O

CTDM foi de R$ 107,99 e o CTDO foi de R$ 96,47.

DESCRI TORES: cur at iv os oclusiv os; úlcer a v ar icosa; cust os e análise de cust o

COST SURVEY OF PROCEDURE W I TH UNNA BOOT I N PATI ENTS W I TH VENOUS ULCER

Aim s w as t o ident ify t he social- dem ogr aphic char act er ist ics and t he lesions of pat ient s w it h v enous

ulcer ( VU) , as w ell as t o est im at e t he t ot al dir ect cost of m at er ials and nur sing per sonnel necessar y for t he procedure wit h unna boot , by t he average t ot al direct cost ( ATDC) and t he observed cost ( OTDC) . The t heoret ical r efer ent ial adopt ed for cost calculat ion w as t he cost ing sy st em by absor pt ion of pr ocedur e or pr oduct . This

st u dy w as con du ct ed at t h e Un iv er sit y Hospit al of Sao Pau lo Un iv er sit y ( HU) Am bu lat or y . Th e sam ple w as const it ut ed by 65 procedures in nine pat ient s wit h VU. The result s show t hat t he predom inant age groups were

49 t o 56 y ear s ( 33, 33% ) and 65 t o 72 y ear s ( 33, 33% ) , in fem ale pat ient s ( 77, 78% ) . Regar ding associat ed diseases, t here was a predom inance of Syst em ic Art erial Hypert ension ( 33,33% ) and Diabet es Mellit us ( 22,22% ) . The ATDC was R$ 107,99 and t he OTDC was R$ 96,47.

DESCRI PTORS: occlusiv e dr essings; v ar icose ulcer ; cost s and cost analy sis

LEVANTAMENTO DEL COSTO DEL PROCEDI MI ENTO COM BOTA DE UNNA EN PACI ENTES

COM ÚLCERA VENOSA ( UV)

El obj et iv o fu e iden t ificar car act er íst icas sócio- dem ogr áficas y de las lesion es de los pacien t es con

úlcera venosa ( UV) , y calcular el cost o t ot al direct o de los m at eriales y de personal de enferm ería ut ilizados en del pr ocedim ient o con bot a de unna, por el cost o t ot al dir ect o m edio ( CTDM) y por lo obser v ado ( CTDO) . El r ef er en cial t eór ico ad op t ad o p ar a la m ed ición d e los cost os f u e el sist em a d e cost eo p or ab sor ción p or

pr ocedim ien t o o pr odu ct o. El est u dio fu e r ealizado en el Con su lt or io Ex t er n o el Hospit al Un iv er sit ar io de la Universidad de Sao Paulo ( HUUSP) . La m uest ra fue const it uida por 65 procedim ient os en nueve pacient es con

UV. Los r esult ados m uest r an que la faj a et ár ia pr edom inant e fue 49 a 56 años ( 33,33% ) y de 65 a 72 años ( 33,33% ) y del sexo fem enino ( 77,78% ) . Cuant o a la enferm edad asociada, hubo predom inio de Hipert ensión Ar t er ial Sist em át ica ( 33,33% ) y Diabet es Mellit us ( 22,22% ) . El CTDM fue de R$ 107,99 y el CTDO fue de R$

9 6 , 4 7 .

DESCRI PTORES: apósit os oclusiv os; úlcer a v ar icose; cost os y análisis de cost o

(2)

I NTRODUÇÃO

F

rente ao aum ento da dem anda por serviços d e saú d e p ela p op u lação e d ev id o à escassez d e r ecur sos, pr incipalm ent e financeir os, é fundam ent al para o gerenciam ento de serviços que os profissionais d a sa ú d e , t a n t o d a s i n st i t u i çõ e s p ú b l i ca s co m o privadas, conheçam os custos dos procedim entos que r ealizam .

D e n t r e o s p r o ce d i m e n t o s d i r e t a m e n t e r e l a ci o n a d o s a o f a ze r d o s e n f e r m e i r o s e q u e en v olv em r ecu r sos h u m an os e m at er iais, est á o t rat am ent o de feridas.

A enfer m agem possui um papel im por t ant e no t rat am ent o de feridas e precisa est ar cient e das responsabilidades, t ant o em relação ao conhecim ent o t écnico para avaliação cont ínua das lesões, quant o à qualidade e quant idade dos insum os ut ilizados. Além disso, conhecer o cust o do t r at am ent o em pr egado possibilit a a obt enção de ar gum ent os sólidos par a d ef en d er a su a co n t i n u i d a d e p el a o b t en çã o d o s r ecur sos necessár ios.

Verifica- se, na lit erat ura int ernacional, que o gasto com o tratam ento de feridas nos Estados Unidos é alto, chegando a 1.335 bilhões de dólares por ano, sem cont ar os gast os com ant ibiot icot erapia e out ros agent es far m acológicos( 1- 3). No Br asil,

desconhece-se os gast os com esdesconhece-ses t rat am ent os.

Em r e l a çã o à s u l ce r a çõ e s v e n o sa s d a s pernas, estim a- se que elas afetem 580.000 indivíduos n o Rein o Un id o, e o cu st o d o t r at am en t o d essas úlceras varia de 300 a 600 m il libras por ano( 4).

Den t r e as ú lcer as d e p er n a, 7 0 % são d e origem venosa e, desse t ot al, 47% dos indivíduos j á sofreram dois ou m ais episódios de ulceração e 21% t iveram seis ou m ais( 5).

Aproxim adam ent e cinco m ilhões de pessoas, nos Est ados Unidos, possuem algum a ev idência de insuficiência venosa crônica e cerca de 400 a 599 m il d e sse s i n d i v íd u o s j á d e se n v o l v e r a m o u desen v olv er ão ú lcer a v en osa n os pr óx im os m eses ou anos( 6).

A úlcera venosa ( UV) , lesão crônica de perna, de elevada incidência clínica, t raz não só sofrim ent o físico ao pacient e, com o o im pede de t rabalhar, pois, a lesão perm anece, m uit as vezes, abert a por m eses ou anos, causando problem as socioeconôm icos, t ant o par a esse com o par a as or gan izações de saú de e so ci e d a d e . A ca u sa m a i s co m u m p a r a o se u d esen v olv im en t o é a in su f iciên cia v en osa, q u e é precipit ada pela hipert ensão venosa.

Essa s ú l ce r a s a t i n g e m 0 , 1 a 0 , 5 % d a população adult a em fase produt iva e, com o passar dos anos, a incidência aum ent a. Há pr ev alência de úlceras no sexo fem inino, chegando à proporção de 2,6: 1(6-7).

No Br asil, n ão for am en con t r ados est u dos so b r e o cu st o d o t r a t a m en t o d essa s l esõ es, n o entanto, acredita- se que o custo do procedim ento com b ot a d e Un n a sej a el ev ad o em r el ação a ou t r as opções, quando se pensa apenas no custo do m aterial e dos recursos hum anos para sua realização. Porém , a freqüência de t roca dos curat ivos pode com pensar esses cust os.

Dian t e d a escassez d e lit er at u r a sob r e o assunt o, pret ende- se, nest a pesquisa, aferir o cust o do procedim ento da bota de Unna, para o tratam ento d e UV, co m a f i n a l i d a d e d e i n i ci a r o e st u d o d e m et odologia de cu st eio desse pr ocedim en t o, dado esse que auxiliará em fut uras análises sobre cust o-efet ividade dos t rat am ent os de úlcera venosa. Out ra finalidade desse estudo é obter dados que auxiliem o gerenciam ent o de cust os desse procedim ent o.

Assi m , est a p esq u i sa t ev e p o r o b j et i v o s id en t if icar as car act er íst icas sociod em og r áf icas e clínicas dos pacientes com UV das lesões propriam ente ditas; calcular o custo total direto ( CTD) dos m ateriais e do pessoal de enferm agem ut ilizados na realização do procedim ento com bota de Unna por dois m étodos, u m b a se a d o n a s m é d i a s ( CTD M) e o u t r o n a s obser v ações ( CTDO) .

CASUÍ STI CA E MÉTODO

Pe sq u i sa e x p l o r a t ó r i a , d e scr i t i v a , co m abor dagem quant it at iv a, onde se analisou o cust o d i r et o d o s m a t er i a i s e d o p esso a l u t i l i za d o s n o procedim ento bota de Unna, em portadores de úlcera v e n o sa , a t e n d i d o s n o Am b u l a t ó r i o d o Ho sp i t a l Universitário da Universidade de São Paulo ( HU- USP) , um a das seções da divisão de pacient es ext ernos. O Am bulat ório possui 59 consult órios para at endim ent o m édico, de en fer m agem , n u t r ição, fon oau diologia, p si co l o g i a e p si q u i a t r i a , co m m é d i a d e 1 0 . 0 0 0 consult as am bulat or iais/ m ês.

(3)

Par a a afer ição do cu st o do pr ocedim en t o adot ou - se o sist em a de cu st eio por absor ção por produt o( 8). No ent ant o, levant ou- se apenas os cust os

dir et os ( m at er ial e pessoal) do pr ocedim ent o, um a vez que, no serviço, local da pesquisa, não estão claras a s f o r m a s d e r a t e i o s u t i l i za d o s, d i f i cu l t a n d o a apropriação dos cust os indiret os. Para levant am ent o dos custos seguiu- se os passos adotados em trabalhos desenvolvidos sobre custos de procedim entos( 9- 10), que

são: a const rução de um a planilha com os insum os list ados e agrupados, a det erm inação do período de colet a dos dados, a definição da am ost ra, a escolha das font es para a obt enção de dados e a realização do cálculo para se encont rar um valor m édio.

Est e p r o j e t o d e p e sq u i sa f o i a v a l i a d o e aprovado pela Com issão de Ética em Pesquisa e pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa da inst it uição.

Ant es do início da colet a de dados, for am convidadas t rês enferm eiras, com experiência prévia em av aliação de pele e na r ealização de cur at iv os, para colaborar no estudo. Após treinam ento realizado pela pesquisador a e pela enfer m eir a Pr esident e do Gr upo de Est om at er apia da inst it uição, que incluiu abor dagem t eór ico- pr at ica sobr e a fisiopat ologia da UV e a t écnica de r ealização do pr ocedim ent o com bot a de Unna, foi iniciada a colet a de dados.

Fo i a d o t a d a a se g u i n t e t é cn i ca p a r a a r ealização do pr ocedim ent o:

- posicionam ent o do client e com o m em bro inferior elevado sobre um apoio ( facilit ar o ret orno venoso) ; - ret irada do curat ivo ant erior e exposição da lesão; - higienização do m em bro inferior com água e sabão neut r o;

- m ensuração da circunferência do tornozelo e abaixo do j oelho;

- m ensuração da lesão;

- higienização da úlcera com soro fisiológico 0,9% ; - colocação de rayon® sobre a lesão;

- aplicação da bot a de Unna;

- colocação da at adura de crepe e fixação com fit a cr ep e;

- curat ivo secundário com gaze ou zobec® de acordo com a quant idade de exsudat o;

- fixação do curativo secundário com atadura de crepe e fit a crepe;

- colocação da faixa elástica e fixação com fita adesiva; - ret irada do pacient e da m aca;

- fornecim ent o de m at erial para uso no dom icílio. Os dados foram colet ados pela pesquisadora e colaboradoras, no período com preendido ent re 21 de j aneiro a 5 de m aio de 2002, e os procedim entos r ea l i za d o s u m a v ez p o r sem a n a , à s q u a r t a s o u

q u in t as- f eir as, d e acor d o com o d ia d e in ício d o t r a t a m e n t o . A e n f e r m e i r a q u e r e a l i za v a o procedim ent o fazia o regist ro dos dados anot ando a hora de início e t érm ino do procedim ent o.

No pr im eir o pr ocedim ent o, for am colet ados o s d a d o s d e m o g r á f i co s e cl ín i co s d a cl i e n t e l a , ca r a ct e r i za çã o d a l e sã o , t e m p o g a st o co m o procedim ent o e núm ero de pessoas para realização do m esm o, além dos m at eriais ut ilizados e aqueles fornecidos para uso no dom icílio. Nos procedim ent os subseqüent es, foram regist rados apenas os dados de caract erização da lesão, t em po, núm ero de pessoas e m ateriais utilizados no procedim ento e aqueles para uso no dom icílio.

O registro da hora de início do procedim ento er a anot ado pela enfer m eir a, assim que o pacient e en t r av a n a sal a e o h o r ár i o d e t ér m i n o , ap ó s o fornecim ent o do m at erial para uso no dom icílio.

Com r elação à fit a adesiv a, est abeleceu- se dois pedaços de aproxim adam ent e t rint a cent ím et ros para fixar a faixa elástica e dois pedaços de fita crepe de aproxim adam ent e doze cent ím et ros, para fixar a faixa crepe colocada sobre a bota de Unna e o curativo secundár io.

Os a u x i l i a r e s d e e n f e r m a g e m q u e colaboraram na t roca dos curat ivos eram os m esm os escalados no set or. Após o início do pr ocedim ent o, ent r av am na sala par a aux iliar na higienização do m em bro inferior e ficavam até a retirada do paciente da m aca, perm anecendo, em m édia, dez m inut os a m enos que o enferm eiro.

Os dados referentes aos custos dos m ateriais foram obtidos j unto à Seção de Material do HU- USP e se r efer em às t r ês últ im as com pr as r ealizadas pela inst it uição.

Par a o cálculo do cust o/ hor a foi ut ilizada a faix a salar ial m ais fr eqüent e dos pr ofissionais das d u a s ca t e g o r i a s ( e n f e r m e i r a e a u x i l i a r d e en f er m ag em ) q u e r eal i zar am o s p r o ced i m en t o s, obt idas j unt o ao Serviço de Pessoal.

A a f e r i çã o d o Cu st o To t a l D i r e t o d o procedim ent o foi baseada nos valores m édios dos 17 pr odu t os u t ilizados. Os 1 7 pr odu t os con sider ados foram , na seguint e ordem : P1 gaze est éril ( pacot e) ; P2 gaze não est éril ( unidade) ; P3 rayon®( unidade) ; P 4

zobec® ( unidade) ; P5 fx cr epe1 0 ( unidade) ; P6 fit a

crepe ( cm ) ; P7 fit a adesiva ( cm ) ; P8 soro fisiológico 09.0% ( m l) ; P9 faixa elást ica ( unidade) ; P10 luva de procedim ento ( unidade) ; P11 gaze não estéril ( pacote) ; P12 zobec ® ( unidade) ; P13 faixa crepe ( unidade) ; P14

(4)

A gaze não est éril ( P11) e o zobec ( P12) são

m at er iais f or n ecid os ao p acien t e p ar a a t r oca d o curativo externo no dom icílio, por isso esses produtos foram aferidos separadam ent e do P2 e P4.

Pa r a ca l cu l a r CTD M, p r o ce d e u - se co m o indicado.

1. Considerou- se o cust o unit ário m édio das t r ês últ im as com pr as de cada um dos 16 pr odut os integrantes do procedim ento. Para o cálculo do custo u n i t á r i o d o t e m p o g a st o n o p r o ce d i m e n t o ( 1 7 ° pr odut o) , com put ou- se o v alor da hor a t r abalhada da enferm eira e da auxiliar baseado no salário brut o m ais fr eqüent e das duas cat egor ias, acr escidos de 29,5% a t ít ulo de benefícios, em um a carga horária m ensal de 150 horas. Foi calculado o valor do salário da enferm eira por m inuto para os curativos realizados apenas por esse profissional e o valor do salário da enfer m eir a por m inut o m ais o v alor do salár io por m inut o das aux iliar es, par a os cur at iv os r ealizados pelos dois profissionais e depois foi calculada a m édia desses v alor es.

2. Calculou- se o consum o m édio de cada um d os 1 7 elem en t os in t eg r an t es d o p r oced im en t o e com put ou- se o CTDM, ut ilizando a fórm ula no 1:

CTDM = c1. P1 + c2. P2 + ... + c17. P17 ( 1) onde c1, c2,..., C17 são os 17 custos unitários m encionados anteriorm ente e P1, P2,..., P17 são os 17 consum os m édios m encionados.

Para calcular CTDO

-3 . O cu st o u n it ár io, p ar a os 1 6 p r od u t os int egrant es, foi est abelecido com o no caso do CTDM. Para o custo unitário do tem po de procedim ento (P17), separou-se os 65 curativos em dois grupos: grupo em q u e o p r oced im en t o f oi r ealizad o som en t e p ela enferm eira (grupo A) e grupo em que o procedim ento foi realizado pela enfermeira e a auxiliar (grupo B). Para o grupo A, computou-se os 43 custos associados, usando o cust o da hor a da enfer m eir a e, par a o gr upo B, com putou-se os 22 custos usando a som a do custo da hora da enferm eira com o cust o da hora da auxiliar, seguindo o mesmo procedimento adotado anteriormente. 4. Calculou- se o custo total associado a cada um dos 65 procedim entos avaliados usando a fórm ula: CTDOi = c1. Pi1 + c2. Pi2 + ... + c17. Pi17, comi = 1, dois,..., 65 ( 2)

onde c1 ,c2, ..., c17 representam os 17 custos unitários m encionados anteriorm ente e Pij , com i = 1, 2, ..., 65 e j = 1, ..., 17 , o consum o do produto de ordem j no procedim ent o de ordem i.

Conv ém obser v ar que o c17 ( cust o unit ár io

do t em po de procedim ent o) varia conform e o grupo.

5. Após a cont abilização de cada um dos 65 cu st o s t o t ai s, u t i l i zan d o a f ó r m u l a p r eco n i zad a, av aliou- se o cust o t ot al, at r av és da m édia dos 65 custos, bem com o o desvio padrão ( DP) e a estim ativa int ervalar do cust o t ot al real.

Pa r a o cá l cu l o d o cu st o m é d i o d o s p r o ced i m en t o s, u t i l i zo u - se a u n i d a d e m o n et á r i a b r a si l e i r a ( r e a l ) e a m o e d a a m e r i ca n a ( d ó l a r ) . Co n si d e r a n d o a co t a çã o d o d ó l a r ( co m p r a ) , ob ser v ad a n o p er íod o d e 2 2 / 1 / 2 0 0 2 a 6 / 5 / 2 0 0 2 , p e r ío d o d a co l e t a d e d a d o s, v e r i f i co u - se q u e , con f or m e o Test e d e Nor m alid ad e d e Kolm og o v -Sm ir n or v, t ais v alor es seg u ir am u m a d ist r ib u ição norm al, com m édia de R$ 2,36 ( DP = 0,04) e variação de R$ 2,27 a 2,47.

A análise descritiva foi realizada j unto a todas as v ar iáv eis do est u do e adot adas dist r ibu ições e f r eq ü ên ci as, m ed i d as d escr i t i v as m éd i as, d esv i o padrão e variação ( m ínim o e m áxim o) , na produção de est im at ivas pont uais e int ervalos de confiança de 95% , na produção de est im at ivas int ervalares.

A a n á l i se i n f e r e n ci a l f o i co n st i t u íd a b asicam en t e d as an álises d e cor r elação en t r e as var iáveis de int er esse.

RESULTADOS

Caracterização sociodem ográfica e clínica dos pacient es

Tabela 1 - Pacient es com UV, segundo as var iáveis sociodem ográficas e clínicas. São Paulo, 2002

l e v á i r a

V Distribuição

) o n a ( e d a d

I N %

6 5 a 9

4 3 33,33

4 6 a 7

5 2 22,22

2 7 a 5

6 3 33,33

0 8 a 3

7 1 11,11

L A T O

T 9 100,00

) P D ( a i d é

M 61,89(9,89) o

ã ç a ir a

V 49a80

a i d é M a a r a p % 5 9 C

I 61,89± 7,60

o x e S

o n il u c s a

M 2 22,22

o n i n i m e

F 7 77,78

l a t o

T 9 100,00

a d a i c o s s A a i g o l o t a P

S A

H 3 33,33

M

D 2 22,22

o t r a f n

I 1 11,11

o d a v e l E l o r e t s e l o

C 1 11,11

e ti l u l e

C 1 11,11

l a ir e t r A o ã ç a li r b i

F 1 11,11

l a t o

(5)

As UVs sã o m a i s co m u n s co m a i d a d e cr escent e com o apr esent ada em out r os est udos( 11-13), destacando com o faixa etária predom inante aquela

ent re 60 e 80 anos. Esses est udos relat am que 72% dos pacientes com UV tiveram a prim eira úlcera antes dos 60 anos, 22% dos pacientes antes dos 40 anos e 13% antes dos 30 anos.

Nest e est udo pode- se observar que a idade e o sexo não diferiram de out ras pesquisas( 11- 12).

As doenças associadas com o diabetes m ellitus, hipert ensão, doenças cardiovasculares, ent re out ras, têm im pacto negativo no processo de cicatrização das lesões, principalm ente na angiogênese, além disso, os pacient es diabét icos quando apresent am desequilíbrio na taxa de glicem ia ficam m ais predispostos à infecção o que retarda a cicatrização(13-15).

Re ssa l t a - se q u e u m m e sm o p a ci e n t e apresentou m ais de um a patologia associada e que 5 ( 5 5 , 5 5 % ) p aci en t es n ão ap r esen t ar am n en h u m a pat ologia associada.

Tabela 2 - Tem po de exist ência da UV e localização. São Paulo, 2002

de R$ 19,22 e R$ 9,46, respectivam ente. Vale ressaltar que, em m édia, as auxiliarem despendem 50 m inutos d o t em p o n o p r oced im en t o. Por t an t o, a h or a d e t r ab al h o d a au x i l i ar cai p ar a R$ 7 , 8 8 . Assi m , o procedim ento envolvendo hora de trabalho da auxiliar e da enferm eira custa em m édia R$ 27,10 por hora.

Para o cálculo do CTDM considerou- se o custo unitário do tem po de procedim ento, a m édia do custo unitário do tem po de trabalho da enferm eira e o custo unit ário do t em po de t rabalho da enferm eira m ais o t em po de t rabalho da aux iliar, dando or igem a um custo unitário de R$ 23,16 por hora o que corresponde a R$ 0,39 por m inuto.

Tabela 3 - Cust o t ot al diret o m édio do procedim ent o com bot a de Unna. São Paulo, 2002

l e v á i r a

V Distribuição

) o n a ( V U a d o p m e

T n %

2

< 4 44,44

5 a

2 1 11,11

5

> 4 44,44

l a t o

T 9 100,00

) P D ( a i d é

M 13,05(16,41) o ã ç a ir a

V 0.06a40

a i d é M a r a p % 5 9 C

I 13,04± 12,61

V U a d o ã ç a z il a c o L I r a l o e l a

M 3 33,33

E r a l o e l a

M 2 22,22

E /I r a l o e l a

M 1 11,11

I é t a E r a l o e l a

M 1 11,11

D a n r e t n I e c a

F 1 11,11

D é p l a s r o

D 1 11,11

l a t o

T 9 100,00

Est u d os m ost r am q u e 3 4 % d os p acien t es possu íam UV h á m ais de 5 an os, e qu e h á m aior p r o b a b i l i d a d e d e r eco r r ên ci a em p a ci en t es cu j o sur gim ent o da UV ocor r eu pr ecocem ent e, ou sej a, em indivíduos m ais j ovens( 6).

Ou t r as pesqu isas( 1 3 - 1 4 ) ev iden ciar am qu e a

m aior incidência de UV está situada na região m aleolar e as dem ais em out ra região na perna ou pé, dados com pat íveis com est e est udo.

Aferição do CTDM e do CTDO

Ao se pesquisar o valor da hora de t rabalho das enferm eiras e das auxiliares, chegou- se ao t ot al

o t u d o r

P CoMnésduiomo UnCtiáursioto(R$) Custo(R$)

) t c p ( li r é t s e e z a g -1 .

P 1,98 0,22 0,44

) d i n u ( li r é t s e o ã n e z a g -2 .

P 28,08 0,0115 0,32

) d i n u ( n o y a r -3 .

P 1,89 1,85 3,49

) d i n u ( c e b o z -4 .

P 1,32 0,87 1,15

) d i n u ( 0 1 e p e r c a x i a f -5 .

P 2,78 0,23 0,64

) m c ( e p e r c a ti f -6 .

P 83,54 0,0009 0,08

) m c ( a v i s e d a a ti f -7 .

P 58,5 0,0047 0,27

)l m ( % 0 . 9 0 o c i g ó l o i s if o r o s -8 .

P 88,46 0,0027 0,24

) d i n u ( a c it s á l e a x i a f -9 .

P 1,38 29 39,33

) d i n u ( o t n e m i d e c o r p a v u l -0 1 .

P 2,65 0,407 1,08

* ) t c p ( li r é t s e e z a g -1 1 .

P 13,65 0,22 3,00

* ) d i n u ( c e b o z -2 1 .

P 8 0,87 6,96

) d i n u ( e p e r c a x i a f -3 1 .

P 6,72 0,23 1,55

) d i n u ( a n n u e d a t o b -4 1 .

P 1 31,85 31,85

) r a p ( li r é t s e a v u l -5 1 .

P 1 0,06 0,06

)l m ( o ã b a s -6 1 .

P 50 0,01285 0,64

o p m e T -7 1 .

P 43,31 0,39 16,89

l a t o T o t s u

C 107,99

* A gaze estéril ( P11) e o zobec ( P12)são m at eriais fornecidos ao pacient e para a t roca do curat ivo ext erno no dom icílio.

Verifica- se na Tabela 3 que o CTDM estim ado é de R$ 107,99. De acordo com a cot ação m édia do dólar, par a ef eit o de con v er são da m oeda par a o período estudado, o CTDM estim ado é de US$ 45.76. O m aterial com m aior custo m édio foi a faixa elástica, seguido da bota de Unna e o custo do tem po de pessoal.

(6)

Tabela 4 - Distribuição do custo do procedim ento com bot a de Unna. São Paulo, 2002

p r o ce d i m e n t o co m b o t a d e Un n a , p o r é m , n ã o esclareceu se o custo é elevado ou não, um a vez que há necessidade de se lev ant ar o cust o dos out r os procedim ent os alt ernat ivos para esses pacient es e a p ossib ilid ad e d e ser em d esen v olv id os est u d os d e cust o- efet iv idade.

Considerando que, em m édia, são realizados 4 pr ocedim ent os/ m ês por pacient e, ut ilizando- se a m édia do CTDO para o grupo A + B, chegou- se a um custo para o hospital de R$ 259,96, sendo que o SUS repassa, conform e t abela pré- est abelecida, a quant ia de R$ 0,51 por procedim ent o, port ant o, a diferença que fica para o hospit al assum ir é de R$ 257,92 por pacient e. Cabe lem br ar que for am afer idos apenas os cust os diret os.

De algum a form a as inst it uições necessit am d e se n v o l v e r, o m a i s r á p i d o p o ssív e l , e st u d o s relacionados aos cust os de seus procedim ent os, pois só assim poderão lutar por m elhores repasses do SUS e co n sci e n t i za r se u s f u n ci o n á r i o s q u a n t o à necessidade de r acionalizar os r ecur sos m at er iais, evit ando desperdícios que acarret am m aior cust o.

Cab e r essal t ar a r el ev ân ci a d o p ap el d o enfer m eir o, com o r esponsáv el pelo ger enciam ent o de m ateriais e seus custos nas unidades hospitalares, com o de conhecim ent o e m eios par a a t om ada de d eci sõ es, b a sea d o s em ev i d ên ci a s ci en t íf i ca s, a r espeit o do cuidar, para r espaldar seus ar gum ent os em r el a çã o à n ecessi d a d e d e g a st o s f r en t e a o s d iv er sos t ip os d e p r od u t os p ar a o t r at am en t o d e lesões, bem com o suas j ustificativas sobre a alocação de r ecur sos hum anos par a as difer ent es at iv idades j unt o à adm inist ração.

Dest aca- se ain d a, q u e est e est u d o n ão é conclusivo, havendo necessidade de ser am pliada a am ost ra e replicado em out ras inst it uições, um a vez que não há est udos sem elhant es para a com paração de dados, o que dificultou a realização dessa pesquisa.

o t s u

C GrupoA GrupoB GrupoA+B

n % n % n %

2 0 , 5 6 a 0 0 , 3

4 26 60,47 13 59,09 39 60,00 5

0 , 7 8 a 3 0 , 5

6 15 34,88 7 31,82 22 33,85 8

0 , 9 0 1 a 6 0 , 7

8 1 2,33 1 4,55 2 3,08

1 1 , 1 3 1 a 9 0 , 9 0

1 1 2,33 0 0,00 1 1,54

4 1 , 3 5 1 a 2 1 , 1 3

1 0 0,00 0 0,00 0 0,00

7 1 , 3 5 1 a 5 1 , 3 5

1 0 0,00 1 4,55 1 1,54

l a t o

T 43 100,00 22 100,00 65 100,00 a

i d é

M 63,68 67,54 64,99

P

D 13,00 21,30 16,22

o m i n í

M 45,35 49,73 45,35

o m i x á

M 116,63 153,17 153,17 a

i d é m a a r a p % 5 9 C

I 63,67 ± 3,99 67,54 ±9,44 64,98 ±4,02

A Tabela 4 m ost ra evidência de que o CTDO m édio não difer e ent r e os gr upos A, B, A + B de form a est at ist icam ent e significat iva.

Par a efeit o de conv er são da m oeda par a o período est udado, o valor do CTDO m édio do Grupo A+ B oscila entre US$ 25,83 e US$ 29,83.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Ao lev an t ar o cu st o t ot al d ir et o p or d ois m étodos de aferição de custo, a intenção foi verificar se haveria diferença significativa entre eles. Verificou-se que o m ét odo pelas m édias de consum o gera um cust o apar ent em ent e super est im ado, por ém , é um m étodo m ais sim plificado para se levantar o custo do p r o ce d i m e n t o . A a f e r i çã o d o cu st o t o t a l d i r e t o o b se r v a d o p e r m i t i u f a ze r i n f e r ê n ci a , q u a n t o à variação, m ais real do custo do procedim ento. Assim , ao se questionar qual é o m elhor m étodo para aferição de cust os, concluíu- se que depende dos obj et ivos da ut ilização dos dados.

Um aspect o im por t ant e a ser r essalt ado é q u e esse est u d o aj u d ou a con h ecer o p ad r ão d e co n su m o e o cu st o d o m a t e r i a l u t i l i za d o n o

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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Referências

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