Prevalência de fluorose dentária em escolares
de Marinópolis, São Paulo
Prevalence of dental fluorosis in school children
from Marinópolis, São Paulo
1 Facu ldade de Odon tologia d e Araçatu ba, Un iversid ad e Estad u al Pau lista. C. P. 341, Araçatu ba, SP 16015-050, Brasil. iocesar@u ol.com .br arsen io@u sp.br n em re@foa.u n esp.br sasaliba@foa.u n esp.br
Ion eid e M aria Gom es Bran d ão 1 Arsen io Sales Peres 1
N em re Ad as Saliba 1
Su z ely Ad as Saliba Moim az 1
Abstract Th e p u rp ose of th is stu d y w as to d eterm in e th e frequ en cy an d severity of d en tal flu o-rosis in 5 to 12 an d 15 year-old sch ool ch ild ren in th e city of M arin óp olis, São Pau lo, Brazil, w ith th e p u rp ose of obtain in g a baselin e d ata for th e m on itorin g d en tal flu orosis in th is p op u lation . All of th e sch ool ch ild ren in th e both sexes, in th e m en tion ed ages, en rolled in ed u cation al in sti-tu tion s an d h avin g th e p re-requ irem en t con d ition of to live in M arin óp olis from th eir birth w ere in volved , totalin g 320 sch ool ch ild ren . Th e ex am s w ere m ad e by on e ex am in er p rev iou sly cali-bra t ed t o u se t h e Dea n In d ex . Accord in g t o t h e resu lt s, t h e frequ en cy of d en t a l flu orosis in t h e stu d ied grou p w as 17.2%, h ow ever ju st con sid erin g th e flu orosis levels th at d eterm in e aesth etic com p rom isin g (m ild , m od era t e a n d severe), t h is p ercen t ile w a s 7.19%. Th e p red om in a n t level w as th e very m ild (10.0%) follow ed for th e m ild (5.3%), m od erate (1.3%) an d severe (0.6%). Con -clu d in g th at th e d en tal flu orosis in th e stu d ied p op u lation d oesn’t con stitu te in a p roblem w ith w id e d im en sion s, h ow ev er, su b seq u en t st u d ies a re n ecessa ry in t h e a t t em p t of id en t ifyin g t h e cau ses of m od erate an d severe flu orosis cases.
Key words Oral Health ; Sch ool Health ; Flu orid e Poison in g; Ch ild Health ; Ep id em iology
Resumo O objetivo d este estu d o foi d eterm in ar a freqü ên cia e severid ad e d a flu orose d en tária em escolares d e 5 a 12 e d e 15 an os d e id ad e d a cid ad e d e M arin óp olis, São Pau lo, Brasil, com o p rop ósito d e se obter u m ban co d e d ad os-base in icial p ara o m on itoram en to d a flu orose d en tá-ria n esta p op u lação. Foram en volvid os tod os os escolares d e am bos os sexos, n as id ad es citad as, m atricu lad os n as in stitu ições d e en sin o d a referid a cid ad e e ten d o com o p ré-requ isito a con d i-ção d e resid irem em M arin óp olis d esd e o n ascim en to, totaliz an d o 320 escolares. Os ex am es fo-ram realiz ad os p or u m exam in ad or p reviam en te calibrad o p ara a ap licação d o Ín d ice d e Dean . De acord o com os resu ltad os, a p revalên cia d e flu orose d en tária n o gru p o estu d ad o foi d e 17,2%; n o en tan to, con sid eran d o ap en as os grau s d e flu orose qu e d eterm in am com p rom etim en to estéti-co (leve, m od era d o e severo), o p ercen t u a l foi d e 7,19%. O gra u p red om in a n t e foi o m u it o leve (10,0%) segu id o p elos grau s leve (5,3%), m od erad o (1,3%) e severo (0,6%). Con clu i-se qu e a flu orose d en tária n a p op u lação estu d ad a n ão se con stitu i em p roblem a d e am p las d im en sões; estu -d os p osteriores, con tu -d o, são n ecessários, a fim -d e i-d en tificar as cau sas -d a p resen ça -d e casos -d e flu orose m od erad a e severa.
Introdução
A flu orose d en tária é con sid erad a u m d istú rb io esp ecífico d e form a çã o d en tá ria , ca u sa d a p or excessiva in gestão d e flú or d u ran te o resp ecti-vo p erío d o (Mö ller, 1982; Mu rra y, 1986). A severid a d e e a d istrib u içã o d a flu o ro se d ep en -d em -d a con cen tra çã o e -d u ra çã o -d a exp osiçã o d o flú o r, d o está gio d e a tivid a d e d o s a m elo -b la stos e d a su sceti-b ilid a d e in d ivid u a l (Horo-witz, 1986; Lim eb ack, 1994).
A p revalên cia d e flu orose d en tária au m en -to u co n sid era velm en te em m u ita s p a rtes d o m u n d o n os an os 90 (Ah okas et al., 1999). Com o efeito in d esejável d esse p an oram a, p od e-se ci-tar o au m en to d o risco d e d efeitos d e esm alte, d e co m p ro m etim en to estético p ercep tível a o p ú b lico leigo, ap resen tan d o im p licações p sico-lógicas, fin an ceiras e com p ortam en tais a estes, a lém d a p o ssib ilid a d e d e co lo ca r em risco a aceitação p ú b lica d o u so d e flu oretos (Ah okas et al., 1999; Clark et al., 1993).
Con sid eran d o q u e o con h ecim en to d a rea-lid a d e ep id em io ló gica é fu n d a m en ta l p a ra o p lan ejam en to, estru tu ração, execu ção e avalia-çã o d e to d a e q u a lq u er a avalia-çã o rela cio n a d a co m serviços d e saú d e, n o tocan te às con d ições d e sa ú d e b u ca l d e d a d a p op u la çã o é im p eriosa a rea liza çã o d e estu d o s visa n d o a o m o n ito ra -m en to d a d istrib u içã o d o s p rin cip a is p ro b le-m a s d e sa ú d e b u ca l n a p o p u la çã o e d e su a s cau sas (Sou za & Bergam ash i Jr., 1999).
A cid ad e d e Marin óp olis, São Pau lo, segu n -d o p rojeções realiza-d as p ela Fu n -d ação SEADE (Fu n d ação Sistem a Estad u al d e An álise d e Da-d o s), co m b a se n o Cen so Dem o grá fico -1991, con tava com u m a p op u lação d e 2.192 h ab itan -tes em 2000. A p op u lação u rb an a é d e 1.644 h a-b ita n tes (75,00%) e a ru ra l d e 548 h a a-b ita n tes (25,00%). Qu ase qu e a totalid ad e d a p op u lação (98,84%) tin h a a cesso a o a b a stecim en to d e águ a em 1991 (Fu n d ação SEADE, 2000).
A p op u lação d isp õe d o sistem a d e flu oreta-çã o d a s á gu a s d e a b a stecim en to p ú b lico (0,7 p p m d e flú or), in iciad o em 1983, sen d o efetu a-d o e co n tro la a-d o a-d esa-d e en tã o exclu siva m en te p ela Com p an h ia d e San eam en to Básico d o Estad o d e São Pau lo (SABESP). De acord o com in -form ação d a au torid ad e local n a área d e saú d e b u cal, os escolares d e 7 a 14 an os d e id ad e rea-liza m , d e fo rm a regu la r, b o ch ech o s sem a n a is com solu ção flu oretad a d esd e 1981.
No âm b ito d a saú d e b u cal, n ão existiam d ad os ep iad em iológicos oficiais ad a referiad a p op u lação até o m om en to, o q u e ju stifica este estu -d o, q u e teve co m o o b jetivo o b ter -d a -d o s q u e p erm itissem d eterm in ar a p revalên cia e severi-d aseveri-d e severi-d a flu orose severi-d en tária n os escolares severi-d e 5 a
12 e d e 15 an os d e id ad e d a cid ad e d e Marin ó-p olis, com o ó-p roó-p ósito d e se ob ter u m b an co d e d a d o s-b a se in icia l p a ra o m o n ito ra m en to d a flu orose d en tária n esta p op u lação.
Material e métodos
• Pop u lação d e estu d o: foi com p osta p or to-d os os escolares m atricu lato-d os n as in stitu ições d e en sin o d o Mu n icíp io d e Marin óp olis. • Pop u lação d e referên cia: segu in d o orien ta-ção d a Organ izata-ção Mu n d ial d a Saú d e (OMS), o p to u -se p o r en vo lver n o estu d o esco la res d e a m b os os sexos, d e 5 a 12 e d e 15 a n os d e id a -d e, m atricu la-d os n as in stitu ições -d e en sin o -d a referid a cid a d e e ten d o co m o p ré-req u isito a con d ição d e resid irem em Marin óp olis d esd e o n ascim en to.
• In stru m en to d e co leta d e d a d o s: o ín d ice u tilizad o foi o d e Dean , q u e classifica a flu oro-se d en tária n os oro-segu in tes grau s: 0 = n orm al; 1 = q u estion á vel; 2 = m u ito leve; 3 = leve; 4 = m o-d era o-d o e 5 = severo, sen o-d o a p lica o-d o com b a se n os critérios p recon izad os p ela OMS (1999). Os exam es foram realizad os p or u m ú n ico exam i-n ador, devidam ei-n te treii-n ado e calibrado (OMS, 1999). No p ro cesso d e ca lib ra çã o, fo i feita a avaliação d a con cord ân cia d os resu ltad os – p or m eio d a a p lica çã o d a esta tística Ka p p a (k) (Kram er & Fein stein , 1981), tan to en tre o exam i-n ad or e u m p ad rão ou ro (k = 0,81), assim com o o exam in ad or e o in tra-exam in ad or (k = 0,83), sen d o esta ú ltim a rep etid a d u ran te o trab alh o d e ca m p o (k = 0,81). Ta is va lo res sã o co rres-p on d en tes a u m a con cord ân cia q u ase rres-p erfeita en tre os exam in ad ores.
Os exa m es fo ra m rea liza d o s so b lu z n a tu -ral, sen d o u tilizad as cad eiras e carteiras esco-la res, co m a u xílio d e esp elh o s b u ca is p esco-la n o s (p reviam en te esterilizad os).
• Processam en to d e d ad os e an álise estatísti-ca: o p rogram a Ep i-In fo, versão 5.0 (CDC, 1990/ 1991), d e d om ín io p ú b lico, d esen volvid o p ara a OMS, foi u tilizad o p ara m on tagem d o b an co d e d a d o s e a en tra d a d a s in fo rm a çõ es. Um a versão esp ecífica d o p rogram a EPIBUCO, criad o n o Ep iIn fo p elo Pro f. Eym a r Sa m p a io Lo -p es, d a Fa cu ld a d e d e Od o n to lo gia d e Ba u ru , Un iversid ad e d e São Pau lo (USP), foi em p rega-d o p ara p rocessam en to rega-d os rega-d arega-d os e an álise es-tatística.
Resultados e discussão
n as id ad es d e 5 a 12 e d e 15 an os q u e resid iam d esd e o n ascim en to n a cid ad e d e Marin óp olis (N = 320). Dessa fo rm a , fo ra m exclu íd o s p a ra o s cá lcu lo s segu in tes sete esco la res q u e n ã o p reen ch iam tal req u isito. Em ad ição, som en te fo ra m exa m in a d o s o s esco la res q u e tivera m p révio co n sen tim en to escla recid o p elo s resp ectivos resresp on sáveis. As in form ações referen tes à p op u lação d e estu d o fin al estão ap resen -tad as n a Tab ela 1.
Os d a d o s rela tivo s à flu o ro se d en tá ria n a p op u lação estu d ad a são ap resen tad os n as Ta-belas 2 e 3. De acordo com os dados da Tabela 2, qu e rep resen tam a p revalên cia de flu orose d en -tária n os escolares exam in ad os, ob serva-se qu e 17,2% d os m esm os ap resen tam tal con d ição.
A Tab ela 3 ap resen ta a d istrib u ição p ercen -tu a l d o s esco la res p o r id a d e e d e a co rd o co m o s d iverso s gra u s d e flu o ro se. Ob serva -se q u e 17,2% ap resen taram grau s d e flu orose varian -d o -d e 2 a 5, sen -d o 10,0% -d e gra u 2; 5,3% -d e grau 3; 1,3% d e grau 4 e 0,6% d e grau 5.
Em 1998, a Secreta ria d e Esta d o d a Sa ú d e d e São Pau lo (1999), em p arceria com a Facu l-d al-d e l-d e Saú l-d e Pú b lica, USP, realizou o Levan
-tam en to Epidem iológico em Saú de Bu cal do Es-tado, n o qu al os 133 m u n icíp ios foram classifi-cad os d e acord o com as regiões d e saú d e (DIR) estab elecid as p ela Secretaria d e Estad o d a Saú d e, o p orte (p equ en o, m éd io e gran d e) e qu an to à d isp on ib ilid ad e d e águ a flu oretad a n o n ú -cleo u rb an o.
Con sid eran d o o gru p o d e id ad e d e 12 an os, q u an d o se com p aram os resu ltad os d este cita-d o estu cita-d o p a ra o s m u n icíp io s cita-d o Esta cita-d o q u e p ossu em águ a flu oretad a com os ob tid os n a ci-d aci-d e ci-d e Marin óp olis, ci-d estaca-se o fato ci-d a flu o-ro se a feta r m a io r p ercen tu a l d e esco la res em Marin óp olis, n os grau s 2, 3, 4 e 5 (Tab ela 4).
Pereira (1996), in vestiga n d o a p reva lên cia d e flu o ro se d en tá ria em esco la res d e 12 a 14 a n o s d e id a d e d e Cesá rio La n ge (1,4p p m d e flú or n a águ a), Piracicab a (0,7p p m d e flú or n a á gu a ) e Ira cem á p o lis (< 0,3p p m d e flú o r n a águ a), ob teve resp ectivam en te os segu in tes va-lores: 32,4%; 16,9% e 4,2%.
Cam p os et al. (1998), avalian d o a p revalên -cia d e flu orose d en tária em escolares d e 8 a 12 a n o s d e Bra sília , Distrito Fed era l (0,8p p m d e flú or n a águ a), ob servaram q u e 14,64% d a p o-p u lação estu d ad a ao-p resen tavam tal en ferm id a-d e. No en ta n to, a p reva lên cia a-d e flu o ro se n o gru p o d e 12 an os foi d e 3,6%, valor m u ito in fe-rior ao ob servad o n o p resen te estu d o (39,4%), além d o fato d e n ão terem sid o d iagn osticad os casos d e flu orose severa.
Recen tes estu d os têm relatad o qu e a p reva-lên cia e a severid ad e d a flu orose d en tária têm
a u m en ta d o ta n to em regiõ es a b a stecid a s p o r á gu a flu o reta d a , co m o n a s q u e n ã o p o ssu em esse b en efício (Cla rk, 1994; Lewis & Ba n tin g, 1994). Esse au m en to tem sido atribu ído ao con -su m o d e flú o r p roven ien te d e d iversa s o u tra s fon tes, ta is com o d en tifrícios flu oreta d os, su -p lem en to s d ietético s co n ten d o flú o r e certo s alim en tos (Clark, 1994; Lewis & Ban tin g, 1994; Man n et al., 1990).
De acord o com Ah okas et al. (1999), os p os-síveis fa to res d e risco a sso cia d o s à flu o ro se d en tária in clu em : resid ir em região ab astecid a p or águ a otim am en te flu oretad a, u so d e su p le-m en to s d e flú o r, n ível d e flú o r n o d en tifrício,
Tabela 1
Número e porcentagem de escolares examinados, segundo idade e sexo. Marinópolis, São Paulo, 2000.
Idade Sexo Total
Feminino Masculino
n % n % n %
5 18 62,1 11 37,9 29 100,0
6 28 60,9 18 39,1 46 100,0
7 11 31,4 24 68,6 35 100,0
8 21 50,0 21 50,0 42 100,0
9 23 51,1 22 48,9 45 100,0
10 17 58,6 12 41,4 29 100,0
11 20 44,4 25 55,6 45 100,0
12 12 36,4 21 63,6 33 100,0
15 6 37,5 10 62,5 16 100,0
Total 156 48,8 164 51,2 320 100,0
Tabela 2
Prevalência de fluorose dentária em escolares. Marinópolis, São Paulo, 2000.
Idade Prevalência de fluorose Total
Ausência Presença
n % n %
5 28 96,6 1 3,4 29
6 43 93,5 3 6,5 46
7 32 91,4 3 8,6 35
8 39 92,8 3 7,2 42
9 38 84,5 7 15,5 45
10 15 51,7 14 48,2 29
11 38 84,5 7 15,5 45
12 20 60,6 13 39,4 33
15 12 75,0 4 25,0 16
id ad e p recoce d e in ício d a escovação com d en tifrício, alta freqü ên cia d e escovação com d en -tifrício/ in gestão d e d en tifrício, d esm am e p re-coce, u so p rolon gad o d e fórm u las in fan tis.
Segu n d o Dean (1938), 10% d as p essoas n as-cid as e criad as em u m a com u n id ad e com águ a otim a m en te flu oreta d a d em on stra ria m sin a is d e form as b ran d as d e flu orose, sen d o este, d e a co rd o co m o a u to r, o p ercen tu a l sem sign ifi-cad o em term os d e saú d e p ú b lica.
Com relação a este estu d o, m erece d estaq u e o fa to d e terem sid o en co n tra d o s, n a cid a d e d e Marin óp olis, p ortad ores d e flu orose m od erad a e severa (Tab ela 3).
Segu n d o McDo n a gh et a l. (2000), a in d a atu alm en te, qu an d o se estab elece o p ercen tu al d e p revalên cia d e flu orose em u m a d ad a p op u -la çã o, co n sid era -se q u e q u a lq u er cria n ça q u e ap resen te algu m grau d e flu orose é classificad a com o u m a p ortad ora d essa alteração. Pa rece-n os m ais lógica a p rop osta citad a rece-n o estu d o d e
Hawley et al. (1996), segu n d o a q u al ap en as as crian ças q u e ap resen tassem grau s d e flu orose classificad os com o d e “com prom etim en to esté-tico” seria m co n sid era d a s n o s cá lcu lo s p a ra a d eterm in ação d a p revalên cia d e flu orose d en -tária. Con sid eran d o o ín d ice d e Dean , os grau s
leve, m oderadoe severoassim se en qu ad rariam (McDon agh et al., 2000).
Dessa form a, associan d o-se tais con sid era-çõ es co m o s resu lta d o s o b tid o s n este estu d o p od e-se con statar qu e, d a p op u lação exam in a-d a (N = 320), 7,19% (n = 23) a-d as crian ças ap re-sen taram grau s d e flu orose varian d o d o leve ao severo, sen d o este o p ercen tu al d e p ortad ores d e flu o ro se co m “com p rom etim en to estético” (Hawley et al., 1996), n esta referid a p op u lação.
De a co rd o co m Ca m p o s et a l. (1998), u m a vez ob servad a a flu orose d en tária em d eterm i-n ad a p op u lação, estu d os p osteriores p recisam ser rea liza d o s n a ten ta tiva d e id en tifica r su a s ca u sa s. Ou seja , o s estu d o s d escritivo s co m o
Tabela 4
Percentual de escolares de 12 anos, segundo o local e os graus de fluorose. Marinópolis, São Paulo, 2000.
Idade Sem fluorose Com fluorose Sem informação, n
0 1 2 3 4 5 excluído
Normal Questionável Muito Leve Leve Moderada Severa
Marinópolis 57,6 3,0 15,2 12,1 9,1 3,0 – 33
Estado* 75,1 9,7 11,7 2,3 0,8 0,1 0,3 5.668
* Valores correspondentes aos municípios selecionados do Estado que possuem flúor na água de abastecimento público. Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (1999).
Tabela 3
Número e percentual dos escolares, segundo a idade e os graus de fluorose. Marinópolis, São Paulo, 2000.
Idade Sem fluorose Com fluorose Sem informação, Total
0 1 2 3 4 5 excluído
Normal Questionável Muito Leve Leve Moderada Severa
n % n % n % n % n % n % n %
5 28 96,6 0 – 1 3,4 0 – 0 – 0 – 0 – 29
6 42 91,3 1 2,2 3 6,5 0 – 0 – 0 – 0 – 46
7 32 91,4 0 – 2 5,7 1 2,9 0 – 0 – 0 – 35
8 39 92,8 0 – 1 2,4 2 4,8 0 – 0 – 0 – 42
9 37 82,3 1 2,2 5 11,1 2 4,4 0 – 0 – 0 – 45
10 15 51,7 0 – 7 24,1 6 20,7 0 – 1 3,4 0 – 29
11 38 84,5 0 – 5 11,1 2 4,4 0 – 0 – 0 – 45
12 19 57,6 1 3,0 5 15,2 4 12,1 3 9,1 1 3,0 0 – 33
15 12 75,0 0 – 3 18,6 0 – 1 6,4 0 – 0 – 16
este são im p ortan tes e im p rescin d íveis, n o en -tan to, com b ases ap en as n estes resu ltad os, n a-d a se p o a-d e a firm a r a resp eito a-d e q u a is fa to res estariam levan d o à situ ação d escrita.
Conclusões
De acord o com os resu ltad os ob tid os, p od e-se con clu ir qu e: (1) a p revalên cia d e flu orose d en -tária n os escolares estu d ad os foi d e 17,2%; (2) con sid eran d o ap en as os grau s leve, m od erad o
e se ve ro, o p e rce n tu a l d e p o rta d o re s d e flu o -ro se co m co m p -ro m etim en to estético fo i d e 7,19%; (3) o grau p red om in an te foi o m u ito le-ve (10,0%), segu id o p elo grau lele-ve (5,3%), m o-d era o-d o (1,3%) e severo (0,6%); (4) a flu o ro se d en tária n a p op u lação estu d ad a n ão se con stitu i em p rob lem a d e am p las d im en sões, n o en -ta n to estu d o s p o sterio res sã o n ecessá rio s n a ten ta tiva d e id en tifica r a s ca u sa s d a p resen ça d e casos d e flu orose m od erad a e severa; (5) re-co m en d a -se h etero re-co n tro le d o teo r d e flú o r n as águ as d e ab astecim en to p ú b lico.
Referências
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Receb id o em 22 d e m arço d e 2001