• Nenhum resultado encontrado

Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional: um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso – PE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional: um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso – PE"

Copied!
136
0
0

Texto

(1)

MPGE- MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso à dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:

 Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);

 Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

 Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: “Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional: um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso – PE.”

Nome do(a) autor(a): Sandra Moreira Moura

Data da Aprovação: 12 de setembro de 2013

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1

×

Grau 2

×

Grau 3

×

Recife, 22 de setembro de 2013.

(2)

Sandra Moreira Moura

Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional:

um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso - PE

(3)

Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional:

um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso - PE

Dissertação apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Mestre em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em

Administração – CCPA da Faculdade Boa

Viagem – DeVry Brasil.

Orientadora: Dra. Maria Auxiliadora Diniz

de Sá.

(4)
(5)
(6)

Eis o momento de agradecer e celebrar uma grande conquista, que não é só minha, mas de todos que de alguma forma acreditaram, contribuíram e incentivaram.

Agradeço primeiro a Deus, pela obtenção desta grande conquista em minha vida. Que sempre esteve comigo protegendo e iluminando minha jornada.

A minha família por todo apoio e compreensão demonstrada no momento que estive ausente.

Aos meus filhos Raul e Thiago que tanto me incentivaram a dar continuidade a minha vida acadêmica e o meu desenvolvimento como um ser integral. Ao meu marido: Francismar de Moura, que sempre me impulsionou, apoiando e respeitando o meu crescimento pessoal e profissional, acreditando e motivando minha carreira. Minha adorável mãe e as minhas irmãs, pela contribuição no meu desenvolvimento pessoal, incentivos financeiros, carinho, atenção e acima de tudo amor. Sem elas esta história não teria se iniciado.

Aos meus Médicos, que guiados por Deus, estiveram ao meu lado, cuidando para que em tempo hábil eu pudesse voltar às atividades na faculdade e não perdesse as atividades acadêmicas, as avaliações e nem os trabalhos em equipes; muitas vezes mexeram em suas agendas para facilitar minhas internações cirúrgicas com o calendário da faculdade, evitando viagens com risco alto, mas sempre apostando no meu restabelecimento pela alegria que sentia em ver meus amigos e professores e tantas palavras de incentivo.

Aos jovens da cidade de Rio Formoso que foram a inspiração para a realização dessa pesquisa e sem eles nada seria possível.

Ao prefeito Sr. Hely Farias da cidade de Rio Formoso, que permitiu durante dois anos que eu pudesse desfrutar do cotidiano de sua gestão, dando pleno acesso as secretárias sem restrições de informações para contribuir com a pesquisa acadêmica.

(7)

de Desenvolvimento Econômico e juventude, onde tive a honra de acompanhar a implantação do projeto Casa das Juventudes por dois anos, na cidade de Rio Formoso no Município de Cucaú. Trabalho esse que mereceu prêmios, reconhecimentos políticos, sociais, parcerias com empresas nacionais e internacionais e o principal, a transformações desses jovens em cidadãos.

Aos excelentes professores e grandes amigos: Julio Borba,professora Viviane, Sônia Calado, que para me ajudar a ter acessibilidade e conforto nas aulas, providenciou uma cadeira de rodas, para minha melhor locomoção e não sofrimento, com as bengalas que muito me doía e me fazia sofrer. Ainda disponibilizou seu tempo para quaisquer necessidades pedagógicas ou simplesmente falar, lá estava ela com seu

sorriso de “posso ajudar?” Palavras de esperanças e incentivos a dias melhores isso

só fortalecia a minha fé dias melhores e esperança.

James Falk, Augusto Oliveira e Dra Lúcia Barbosa, com quem tive uma das maiores e melhores oportunidades de assistir suas aulas aprendi e devorei artigos, aprendendo e vivenciando na empresa, todos os seus ensinamentos por eles evidenciados; um verdadeiro exercício de aplicabilidade entre teoria e prática. Tenham certeza que de cada um de vocês conseguiu extrair o máximo possível dos seus ensinamentos acadêmicos e suas posturas profissionais, éticas e humanas em sala de aula, isto me engrandeceu bastante como pessoa e profissional.

Agradecimento à professora Hainalka que contribuiu no pré-projeto deixando o trabalho todo em vermelho, sinalizando o que precisava ser melhorado, me pegando pela mão e dando um norte; à Profª. Dra. Monica Gueiros, por sua delicadeza de uma maestrina a apontar o quanto precisava ter harmonia nos conhecimentos, nas habilidades e nas atitudes para que juntos tocassem a arte final.

Agradecimento especial a todo pessoal de apoio (limpeza, segurança e informática) do mestrado da FBV, pela organização e estrutura do curso, em especial a Albina e Rosana devido ao seu pronto atendimento e por sua dedicação, colaboração e paciência nas minhas diversas solicitações.

(8)

Aos amigos da turma 7 cujos nomes não destacarei, pois cada um tem um significado diferente e especial em minha vida. Todos tiveram momentos especiais e de carinho individualmente, cuidando de mim e me guardando em suas orações, a turma é especial.

Agradeço aos amigos de Luz: Eurico Noblat, Gustavo Aragão e André Fell, testemunhas praticantes do evangelho de Jesus Cristo, através da prática da caridade Cristã. Fui beneficiada com a aplicabilidade do seu amor ao próximo e a disponibilidade do servir.

(9)
(10)

Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar.

(11)

O presente trabalho tem como objetivo refletir sob a avaliação das políticas públicas para inserção profissional sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE), posicionando que a internacionalização da economia e dos processos de inovações tecnológicas e organizacionais, os debates sobre o tema trabalho e sua relação com a educação passaram a fazer parte das reflexões de educadores, sociólogos e outros estudiosos sob as mais diversas abordagens e enfoques teóricos. Quanto às discussões sobre as transformações em andamento no mundo do trabalho, ganha importância a questão da formação dos trabalhadores, mais especificamente, a educação formal e a qualificação profissional porque podem contribuir como elementos de competitividade no acesso ao emprego ou na possibilidade de geração de empregabilidade. Como tema de pesquisa, a inserção profissional tem o seu surgimento em um contexto em que são possíveis interpretações diversas para o momento em que procura representar: entrada na vida ativa, transição profissional, transição da escola-trabalho, etc. Além disso, na realidade nacional, com o crescimento do índice de desemprego somado ao excedente de mão de obra, há que se verificar que consequências estas variáveis desencadeiam junto aos jovens que estão em processo de ingresso no mercado e que ainda não possuem as requeridas competências práticas. Em termos de procedimentos metodológicos, optou-se pelo método qualitativo; como instrumentos de coleta dos dados utilizaram-se entrevistas utilizaram-semiestruturadas com cinco jovens que utilizaram-se destacaram e mais um questionário, realizado junto a cinquenta jovens da Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE), no período de maio a junho 2013. Os dados foram analisados de forma interpretativa, através da técnica da análise de conteúdo. Por fim, constatou-se a realidade dos jovens de Rio Formoso: a superação de barreiras sociais e econômicas ao desenvolvimento social; a oportunidade de qualificação profissional; a superação da exclusão profissional; uma visão de um futuro melhor, entre outras categorias.

(12)

This paper aims to reflect on the evaluation of public policies for employability on the Youth House Rio Formoso (PE), positioning the internationalization of the economy and the processes of technological and organizational innovations, debates on the topic and work its relationship with education became part of the reflections of educators, sociologists and other scholars under different approaches and theoretical approaches. Regarding the discussions on the changes underway in the world of work, gains importance to the training of workers, more specifically, formal education and vocational training because they can contribute as elements of competitiveness in access to employment or the possibility of generating employment. As a research topic, vocational integration has its onset in a context in which different interpretations are possible for the moment that seeks to represent: entry into active life, professional transition, transition from school to work, etc.. Moreover, the national reality, with the growth of unemployment plus the surplus of labor, we have to verify that these variables trigger consequences to young people who are in the process of entering the market and still do not have the required skills practices. In terms of methodological procedures, we chose the qualitative method, as instruments of data collection were used semistructured interviews with five young people who have excelled and more a questionnaire conducted with fifty young people from the Youth House of Rio Formoso (PE) in the period from May to June 2013. Data were analyzed interpretative, using the technique of content analysis. Finally, it was found the reality of young people from Rio Formoso: overcoming social and economic barriers to social development, the opportunity for professional qualification; overcoming professional exclusion, a vision of a better future, among other categories.

(13)

Figura 1 - Ciclo de Política Pública ... 71

Figura 2 - Mapa Geográfico de Rio Formoso ... 79

Figura 3 - Região Estratégica de Suape ... 79

(14)

Tabela 1 - Diferenças entre avaliação formativa e avaliação somativa ... 73

Tabela 2 - Desenho da pesquisa ... 82

Tabela 3 - Distribuição da área de atuação dos jovens da Casa das Juventudes de Rio Formoso – PE/ 2012. ... 82

Tabela 4 - Resultado Percentual ... 88

Tabela 5 - Resultado Analítico ... 92

(15)

CONJUVE Conselho Nacional de Juventude

E Entrevista

ECA Estatuto da Criança e Adolescente

FUNABEM Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor

IBASE Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCUBATEP Incubadora de Empresas de Base Tecnológica

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Ampliada

ONGs Organizações não governamentais

PETROBRAS Petróleo Brasileiro S/A.

PIB Produto Interno Bruto

PLAC Plano de Ação Comunitária

Projovem Programa Nacional de Inclusão de Jovens

Q Questionário

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SNJ Secretaria Nacional de Juventude

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

(16)

1 INTRODUÇÃO ... 16

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ... 20

1.1.1 Objetivo geral ... 20

1.1.2 Objetivos específicos ... 20

1.2 JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA ... 21

1.2.1 Justificativa teórica ... 21

1.2.2 Justificativas práticas ... 21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 22

2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS ... 22

2.1.1 Políticas públicas para juventude ... 28

2.1.2 Projovem Trabalhador: Legislação específica ... 30

2.1.3 Política pública para a inserção profissional da juventude ... 32

2.1.4 Participações do jovem em Programas Nacionais ... 44

2.1.5 Desigualdades de ordem social e econômica entre os jovens brasileiros ... 48

2.1.6 A exclusão social do jovem em mercado de trabalho ... 50

2.1.7 Jovens do Brasil e a delinquência, possíveis causas de vulnerabilidade social ... 52

2.2 INSERÇÃO PROFISSIONAL E A CASA DAS JUVENTUDES NO BRASIL ... 55

2.2.1 Casa das Juventudes de Rio Formoso em Pernambuco ... 65

2.2.2 A contribuição da Casa das Juventudes de Rio Formoso para a sociedade ... 66

2.2.3 A importância da formação de jovens da Casa das Juventudes de Rio Formoso em Pernambuco para Suape ... 67

2.2.4 A importância da avaliação da Casa das Juventudes de Rio Formoso .... 69

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 76

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 76

3.2 LOCUS DA PESQUISA ... 78

3.3 DESENHO DA PESQUISA ... 81

3.4 SUJEITOS DA PESQUISA ... 82

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS ... 83

(17)

4 ANÁLISE DOS DADOS ... 88

4.1 RESULTADO PERCENTUAL ... 88

4.2 RESULTADO ANALÍTICO ... 92

4.3 RESULTADOS ÀS QUESTÕES FEITAS POR MEIO DAS ENTREVISTAS ... 95

4.3.1 Barreiras sociais e econômicas ao desenvolvimento social ... 96

4.3.2 Oportunidade de qualificação profissional ... 98

4.3.3 Exclusão profissional ... 98

4.3.4 Visão de um futuro melhor ... 98

4.3.5 Ausência de perspectiva de inserção... 98

4.3.6 Desenvolvimento profissional ... 99

4.3.7 Influência negativa da família e dos amigos ... 99

4.3.8 Confronto com os objetivos propostos ... 100

5 CONCLUSÃO ... 101

REFERÊNCIAS ... 105

APÊNDICE A - Roteiro de entrevista ... 116

APÊNDICE B - Fotos ... 117

ANEXO A - Publicações na internet ... 119

ANEXO B - Jornal Mensaldo Engevix ... 130

ANEXO C - Jornal Jaragua ... 131

ANEXO D - Informe Ocupação Sustentável ... 132

(18)

1 INTRODUÇÃO

O estudo tem como alvo a avaliação das políticas públicas para a inserção profissional da Casa das Juventudes de Rio Formoso, mostrando que o município de Rio Formoso está situado em uma localização estratégica em relação a Suape, foi desenvolvido um relatório usado como base para ações voltadas para o desenvolvimento social dos moradores de baixa renda dessa região minimizando a desigualdade social.

Tendo em vista a necessidade de qualificar os jovens da cidade para o trabalho, ficou evidente a carência da região por instituições de ensino profissionalizante, frente às demandas dos projetos estruturadores em Suape.

Dessa forma, foi fundamental que Rio Formoso montasse um plano de qualificação da população local visando aumentar a empregabilidade do município, em especial o jovem de baixa renda, caso contrário a cidade ficaria desfavorecida economicamente, com profissionais pouco competitivos.

A melhoria de renda da população está diretamente ligada à educação e desenvolvimento dos jovens, através de ações voltadas para a inserção no mercado de trabalho com implantação de cursos profissionalizantes e com a instalação de novas indústrias nos municípios da Mata Sul, propiciando melhoria também das condições sociais, além de promover maior arrecadação municipal frente aos investimentos necessários aos serviços públicos.

Esta realidade tem demandado intervenções voltadas para a juventude, as quais têm sido respondidas pelo governo federal por meio do aumento de investimento em políticas públicas para os jovens, visto que, em 2004 organizou-se o Grupo Interministerial composto por dezenove Ministérios, Secretarias e Órgãos Técnicos Especializados.

(19)

A Política Nacional de Juventude, por meio de Medida Provisória aprovada por Lei 11.129 de 30 junho de 2005. Essa política compreende a execução de três propostas simultâneas: a constituição da Secretaria Nacional de Juventude, que tem o objetivo de monitorar e articular as políticas de juventude, a implantação do Conselho Nacional de Juventude, que tem a finalidade de propor diretrizes governamentais, fazer estudos com a população jovem e assessorar a Secretaria Nacional de Juventude e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) (BRASIL, 2005).

Diante das ações voltadas para o desenvolvimento social da comunidade, foi implantado em Rio Formoso o programa do Estado chamado Casa das Juventudes, o qual é direcionado aos Municípios pernambucanos com menos de 40 mil habitantes.

O município de Rio Formoso na Mata Sul é uma das cidades beneficiadas. Inaugurada no distrito de Cucaú, a Usina da Tecnologia celebrou uma importante parceria entre o governo do estado e a prefeitura local. A usina Cucaú tem atualmente 29.733 hectares, sendo 5.400 hectares de área mecanizada. Possui 49 engenhos, entre os municípios de Rio Formoso, Ribeirão, Gameleira e Sirinhaém. Esta Usina tem contribuído para o crescimento do país e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos brasileiros, procurando aliar a excelência de sua produção à gestão de ampliação em projetos sociais. É uma Usina de grande importância para o aumento de Pernambuco, além de concentrar esforços em busca da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável.

A Casa das Juventudes tem o objetivo de promover a formação de cidadãos e prepará-los para o mercado de trabalho. Inicialmente, foram beneficiados 400 jovens carentes, do Distrito e da sede de Rio Formoso. A proposta é, além de auxiliar os jovens para o mercado de trabalho, promover ações que previna o envolvimento de jovens com drogas através de palestras e trabalhos de conscientização social, antecipando contra a delinquência juvenil.

(20)

meses.

As ações acontecem em três turnos, sendo ainda oferecido sessão de cinema, visitas técnicas ao Porto de Suape, dentre outras. Além de melhorar as condições de computadores doados para uso posterior em órgãos e entidades, fornecidos através de empresas parceiras. São desenvolvidos cursos através do SENAI, com o objetivo de qualificar o jovem para o mercado de trabalho integrando os jovens com a sociedade, através de atividades culturais, palestras educativas focadas na prevenção e combate ao uso de drogas, além de promover sua capacitação profissional.

As maiores mazelas, como o desemprego e a violência, têm peso maior na juventude. Por isso, a necessidade de um olhar diferenciado a essa parcela da população.

As Casas das Juventudes serão um canal aberto de comunicação permanente entre os jovens e representações da instância municipal de juventude e do Conselho Municipal de Juventude para a criação do projeto do trabalho. A juventude é rural, urbana, indígena, negra. Com isso, a importância da diversidade de ações voltadas para os jovens.

Nesse sentido o problema da pesquisa consiste em: avaliar de que modo a política pública representada pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE), pode ser considerado como uma ferramenta de qualificação e inserção profissional para jovens daquela localidade?

(21)

No segundo capítulo, aborda-se a descrição do cenário geral sobre políticas públicas principalmente no que diz respeito ao jovem maior de 18 anos e menor que 30 anos, uma vez que a discussão em torno desse tema é relevante para a compreensão das ações desenvolvidas para o jovem nas Casas das Juventudes.

Também faz uma ressalva sobre a desigualdade de ordem social e econômica entre os jovens brasileiros. Um fator muito importante é conhecer a realidade dos jovens de baixa renda no Brasil para entender a realidade deles, em especial de dois deles, considerados os mais entusiastas com o resultado desse Programa em Rio Formoso, e as questões relacionadas a problemas econômicos desses jovens. Bem como a exclusão social dos jovens no mercado de trabalho, mostrando que a questão do emprego e sua qualidade têm preocupado todas as nações ao redor do mundo. Esta questão vem afetando economias desenvolvidas e em desenvolvimento. Trata-se também da delinquência, possíveis causas de vulnerabilidade social.

Bem como, abordam-se as Casas das Juventudes no Brasil, e principalmente as Casa das Juventudes de Rio Formoso, em Pernambuco e a sua contribuição para o desenvolvimento do jovem no sentido intelectual, social e cognitivo, favorecendo uma formação tecnológica para sua inserção no mercado de trabalho.

Alinha-se a importância da formação de jovens da Casa das Juventudes de Rio Formoso em Pernambuco para Suape. Mostrando que Pernambuco foi apontado como um cenário repleto de oportunidades e promissor de crescimento econômico, diariamente novos investidores, não só do Brasil como de várias partes do mundo, foram atraídos por uma onda de crescimento causada inicialmente pela chegada dos empreendimentos estruturadores.

No terceiro capítulo, a metodologia da pesquisa, que teve como alvo a avaliação das políticas públicas para a inserção profissional da Casa das Juventudes. Utilizando-se de uma pesquisa de campo com questionários aplicados aos jovens da Casa das Juventudes de Rio Formoso. Contendo sete questões realizadas no período de maio a junho de 2013, nas áreas de autoelétrica; eletricistas instaladores; empreendedorismo, telecomunicações e pro-eletrônico.

(22)

as contribuições de cada um dos entrevistados, de forma a observar aspectos de similitudes, distinções e complementaridades entre as diversidades de percepções.

No quinto capítulo, a conclusão, direcionando um estudo aprofundado das Casas das Juventudes no Brasil, como também, em especifico, a de Rio Formoso, para expor com propriedade as atividades desenvolvidas nesta unidade, no sentido de servir de base para análise se tais atividades surtiram efeitos na vida dos jovens e quais efeitos foram esses.

Conforme foi delineado no decorrer do estudo, buscou ter como conceito central abarcado a efetividade de um programa de inclusão social, desenvolvido a partir de uma política pública para inserção profissional, e com base no referencial bibliográfico atrelado as inferências realizadas com a coleta de dados em campo, nas entrevistas semiestruturadas pudemos perceber que as categorias que emergiram traduzem de forma clara os efeitos da política, bem como a realidade vivenciada pelos jovens alcançados pelo projeto Casa da Juventude de Rio Formoso, antes, durante e depois da política pública.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

1.1.1 Objetivo geral

O objetivo geral do presente trabalho consiste em avaliar de que modo a política pública representada pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE), pode ser considerado como uma ferramenta de qualificação e inserção profissional para jovens daquela localidade.

1.1.2 Objetivos específicos

- Identificar e descrever os pontos principais do Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE), voltados para a qualificação e inserção profissional dos jovens.

(23)

- Descrever alguns relatos da vida de alguns desses jovens beneficiados pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE) e que tiveram a possibilidade de qualificação e inserção profissional no mercado de trabalho.

1.2 JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA

1.2.1 Justificativa teórica

O presente estudo é justificado em termos teóricos pelo esforço de tentar contribuir para a popularização e o debate de questões relativas ao tema políticas públicas votadas para a qualificação profissional de jovens no Brasil, uma vez que, segundo Vicente (2009), a literatura concernente tem sido pouco traduzida no país. Além disso, a sua aplicação empírica apresenta-se ainda relativamente escassa, inclusive nos trabalhos de natureza acadêmica (ARAÚJO, 2008; BERGUE, 2007; CAVALCANTI, 2007).

1.2.2 Justificativas práticas

Em termos práticos, a pesquisa procurou contribuir para minimizar o fato de que no Brasil não há uma tradição nos estudos sobre inserção profissional. Rocha-de-Oliveira e Piccinini (2012) reforçam isso, ao constatarem que a compreensão da inserção profissional no Brasil, por normalmente estar voltado para grupos em situação de exclusão, como os jovens pobres e de baixo nível e instrução; fica bastante próxima da esfera da inserção social e que muitas vezes se visualiza o ingresso na vida profissional como o simples desenvolvimento de alguma atividade na esfera produtiva, inexistindo uma análise de como acontece esse processo de inserção e o que ela representa para os jovens em termos de aprendizado sobre a realidade do mundo do trabalho na sua experiência de vida.

Assim, em muitos desses casos, o trabalho é apenas visto como uma forma de

subsistência.As políticas públicas estabelecem metas e encaminham soluções para

(24)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS

No campo acadêmico, a política pública surgiu nos EUA, inexistindo uma relação com as teorias do Estado porque passou diretamente à análise da ação dos governos. Esse fato diferiu do ocorrido na Europa porque nesse continente as políticas públicas constituem um desdobramento dos estudos fundamentados em teorias explicativas do Estado e do governo (SANTOS et al., 2011). Em complemento, Souza (2006) discorreu que os estudos seminais sobre esse campo de conhecimento puderam ser encontrados nas contribuições teóricas de autores

como Laswell, Simon, Lindoblom e Easton (1936) – ainda hoje referências para as

pesquisas e debates em políticas públicas.

Em seus estudos, Bonafort (2004) percebeu a existência de várias definições de política pública, identificando, em todas elas, a presença do governo como elemento essencial, a ponto de não se poder falar em políticas públicas sem a intervenção de governo. Desse modo e, em termos gerais, políticas públicas poderiam representar o Estado em ação ou mesmo uma das formas de o Estado gerir a sociedade (NATIVIDADE; PEREIRA; OLIVEIRA, 2011). Assim, o tipo e a forma de administração que o Estado vai assumir exercem significativa influência nas características da gestão de uma política pública. Frente ao crescente número de estudos que compõem o campo das políticas públicas, além da complexidade e abrangência particulares do tema (HEIDEMANN, 2009), há que se ressaltar que não houve a intenção de abordar toda a discussão que o envolve, mas sim, efetuar um esforço explicativo acerca de alguns aspectos importantes ao presente problema de pesquisa.

As políticas públicas são multidisciplinares e multidimensionais, constituindo suas ações objetos de estudo de diversos campos de conhecimentos e, em particular, para os debates teóricos da ciência política. Em sua revisão ampla de literatura,

Souza (2006, p.26) observa que “do ponto de vista teórico-conceitual, a política

(25)

processos”. Daí, Santos et al. (2011) defenderem que uma teoria geral de políticas públicas apresenta a necessidade de uma visão epistemológica com contribuições de áreas como a sociologia, economia, antropologia, geografia, assim como da ciência administrativa; isso acontecendo porque os autores consideram que uma política pública repercute na dinâmica da sociedade. Além disso, os autores supracitados consideram que qualquer análise no campo das políticas públicas deve procurar explicações que inter-relacionem Estado, política, economia e sociedade.

Em termos de formulação de políticas públicas, Vicente (2009) apresenta um complexo desafio que diz respeito à clara identificação de quais os atores atuam no processo de formulação e do processo decisório, além da identificação de que grupos ou interesses esses atores representam. Ademais, o autor supracitado menciona quatro outros desafios a serem considerados no entendimento do processo de formulação de políticas públicas:

 As interações institucionais no macro-ambiente da gestão pública.

 O papel das alianças entre atores (instituições e indivíduos) em uma área

comum de atuação política.

 As formas de assegurar legitimidade das instituições envolvidas nessas

interações perante seus respectivos públicos.

 O entendimento das situações de mudança traz à tona a complexidade

exigida na atuação do Poder Público, o que possibilita uma melhor compreensão de processos políticos e de mudanças na administração pública quer em nível municipal, estadual ou federal.

No presente estudo, optou-se pelo conceito de Souza (2006, p. 26) para política

pública por considerá-lo claro e objetivo: “o campo do conhecimento que busca ao

mesmo tempo colocar o governo em ação e/ou analisar essa ação e, quando

necessário propuser mudanças no rumo ou curso das ações”.

(26)

em geral.

As políticas públicas estabelecem metas e encaminham soluções para resolver problemas sociais nas mais diversas áreas, como educação, saúde, assistência social, habitação, lazer, transporte, segurança e meio ambiente visando à melhoria dos serviços prestados à população.

É essencial buscar compreender políticas públicas para realizar uma apreciação mais clara de uma interferência. É necessário refletir a respeito do contexto em que a ação vem incidindo, os interesses do Estado e os entendimentos teóricos que as políticas públicas vêm adotando.

Não há um único conceito para tratar de políticas públicas, porquanto, as definições passam por ações do governo, investimentos, acolhimento da sociedade, transformação de política em ações praticadas pelo governo. Afora essas questões, existe, igualmente, o embate que passa em volta dos entendimentos e interesses no momento que se fala a respeito de política pública.

Conforme Pimenta e Alves (2010, p.27), as políticas públicas têm por finalidade responder a demandas, em principal frente aos âmbitos à margem da sociedade, avaliados como vulneráveis. Desse modo, apresentam um entendimento de políticas públicas agregadas ao acolhimento das necessidades da sociedade.

Outras definições ressaltam a função das políticas públicas na dissolução de problemas, como também de considerar outros elementos como, ações do governo, transformação de política em ação, ações praticadas pelo governo.

(27)

Seguindo essa linha de raciocínio, Souza (2006, p. 27) expande a discussão sobre políticas públicas, trazendo à baila a soma das atuações dos governos, que agem de maneira direta ou por meio de delegação e que vem influenciando a vida dos cidadãos.

Já Arroyo (2007) aponta a necessidade de se refletir em políticas públicas a partir da identificação de quais sistemas de ideias prevalecem na representação de uma intervenção na sociedade. Porquanto que, uma intervenção pode influenciar toda a eficácia da sociedade, induzindo ao questionamento a respeito de que os interesses encontram-se atrelados a cada ação definida.

Na esteira desse entendimento, afora os aspectos ideológicos do impacto na sociedade e ainda a prioridade de missões dos recursos, torna-se necessário questionar os entendimentos que evidenciam as políticas públicas como ação do governo. Cumpre enfatizar que, mesmo sendo do governo o interesse por formular, de forma legítima, as políticas públicas, não vem a ser o único responsável por praticá-las.

Convém observar que, a partir de um novo contexto e de uma nova conformação das políticas públicas, a participação da sociedade torna-se legítima, e incentivada pelo próprio poder público. Assim sendo, as políticas públicas podem ser compreendidas como alternativas e possibilidades de cooperação que podem ser instituídas entre os governos e instituições como também grupos sociais na prática das políticas. Ainda com as diversas abordagens, as definições de políticas públicas adotam uma perspectiva em que o todo se torna mais importante do que a soma das partes e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses encontram-se implicados desde a concepção até a prática das ações emanadas no momento da formulação das políticas (HELLER; CASTRO, 2007, p. 285).

(28)

entidades diferentes da sociedade. Entretanto, tal prioridade pode encontrar-se atrelada à representação da política pública, a qual apresenta a finalidade de influenciar de forma direta ou indiretamente a eficácia de vida da coletividade.

Também existem programas como a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) com a temática inova Brasil, criado para reconhecer e divulgar esforços inovadores realizados por empresas, instituições sem fins lucrativos e inventores brasileiros, desenvolvidos no Brasil e já aplicados no País ou no exterior. Na qual, abrange todas as etapas e dimensões do ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico, apoia ainda, a incubação de empresas de base tecnológica, a implantação de parques tecnológicos, a estruturação e consolidação dos processos de pesquisa e o desenvolvimento de mercados (BONAFORT, 2004).

As secretarias estaduais, municipais ou federais, trabalham de forma interligada, bem como em empresas e órgãos da administração pública, desenvolvendo ações baseadas em políticas já existentes ou definindo novas estratégias para solucionar problemas da coletividade, sempre de acordo com a viabilidade social, econômica e política.

Os problemas da administração pública estão presentes no contexto político, econômico e social do país para elaborar, programar e avaliar políticas públicas para essas áreas.

Dentro das políticas publicas, vem sendo criando uma série de programas estratégicos e ações que têm como objetivo melhorar a qualidade dos serviços prestados à população. Estas ações são visíveis nas prefeituras, secretarias estaduais e ministérios para definir as políticas que serão aplicadas e também para administrar os setores (BONAFORT, 2004).

(29)

Entretanto, para que a sociedade possa sobreviver e progredir, o conflito deve ser mantido dentro de limites administráveis. Para isso, existem apenas dois meios: a coerção pura e simples e a política. A coerção, quanto mais é utilizada, mais reduzido se torna o seu impacto e mais elevado se torna o seu custo. Já a política envolve coerção, mas que não se limita a ela.

Política consiste no conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos.

As políticas públicas, por sua vez, são resultantes das atividades políticas que compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à sociedade. Nesse sentido, é necessário distinguir entre política pública e decisão política. Uma política pública, geralmente, envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente selecionadas para programar as decisões tomadas (HEIDEMANN, 2009).

Já uma decisão política corresponde a uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando em maior ou menor grau certa adequação entre os fins pretendidos e os meios disponíveis. Assim, embora uma política pública implique decisão política, nem toda decisão política chega a constituir uma política pública.

Alguns tipos de políticas podem ser mais ou menos difíceis de implementar, podem ter mais ou menos probabilidade de interferência externa, etc. Por exemplo: as políticas redistributivas podem ser mais difíceis de implementar que as políticas distributivas; já as políticas regulatórias podem ser mais ou menos bem sucedidas dependendo das suas consequências redistributivas. Portanto, o acompanhamento e controle das políticas devem incluir, também: o tipo de política e de arena política; o contexto inter e intra-organizacional dentro do qual ocorre a implementação; e o mundo externo sobre o qual a política deverá exercer o seu impacto.

(30)

2.1.1 Políticas públicas para juventude

Estudar as políticas públicas voltadas para a juventude garantindo direitos a esta geração são fatores fundamentais para consolidar a democracia no Brasil, com inclusão social. É essa perspectiva que norteia o Governo Federal estruturando a implantação de políticas públicas de juventude.

No entanto, tratar políticas públicas e juventude de maneira isolada não expõe as finalidades recomendadas no estudo, assim, incluir e abranger esses dois conceitos torna-se imprescindível para nortear as reflexões da investigação. Nesse intuito, serão evidenciadas as trajetórias das políticas públicas de juventude para compreender a edificação do modelo no contexto contemporâneo. Tal modelo gera a representação das atuais políticas públicas que acolhem o público jovem. Diante disso, torna-se essencial buscar compreender a maneira de influência que o governo estrutura para a juventude e as consequências causadas ao jovem (HELLER; CASTRO, 2007).

Esta nova forma de considerar a juventude teve início na criação, em 2004, do grupo interministerial coordenado pela Secretaria Geral da Presidência da República e composto por 19 ministérios, que inaugurou principais programas federais para esse segmento populacional, elaborando um diagnóstico da situação dos jovens brasileiros. Desta forma chegou-se ao seguinte resultado: a definição da Política Nacional de Juventude, cuja implementação é coordenada pela Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria Geral da Presidência da República.

As constantes transformações sociais, econômicas e culturais, afetando as rotinas produtivas e as relações sociais, comerciais e trabalhistas em todo o mundo. Esse novo contexto favorece desigualdades sociais que exige das políticas públicas soluções que revertam o quadro de exclusão principalmente entre os jovens.

(31)

As políticas públicas para a juventude eram restritas aos jovens adolescentes, de até 18 anos. A mobilização social que ocorreu em torno do ECA foi um fator importante para a reflexão feita pela sociedade em torno dos direitos da infância e adolescência e às políticas públicas destinadas a essa faixa etária (MENDES; OLIVEIRA, 2007).

Jovens com idade superior a 18 anos não alcançados pelo ECA eram atendidos por políticas voltadas para a sociedade como um todo e as políticas públicas de juventude eram marcadas por uma abordagem emergencial, com foco em jovens em situação de vulnerabilidade social. Ainda que esta perspectiva seja importante, ela é insuficiente, pois é preciso considerar as heterogeneidades dos jovens.

Através dessas políticas o jovem teve acesso a oportunidades para adquirir acesso à educação, à qualificação profissional e à cidadania. Oportunidades de acesso ao mercado de trabalho, ao crédito, à renda, aos esportes, ao lazer, à cultura e à terra. A garantia de direitos e oferta de serviços que garantam a satisfação das necessidades básicas do jovem e as condições necessárias para aproveitar as oportunidades disponíveis.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no Brasil, os jovens com idade entre 15 e 29 anos representavam, em 2008, cerca de 50 milhões de pessoas, o que então correspondia a 26% da população total (IBGE, 2008). Apesar do peso numérico e da gravidade das questões que envolvem este segmento populacional, a emergência das políticas públicas de juventude e da problematização dos direitos dos jovens é recente no Brasil.

Diferentemente de outros países da América Latina, no caso brasileiro, as ações desencadeadas pelas agências das Nações Unidas a partir do Ano Internacional da Juventude, em 1985, tiveram pouca repercussão na formulação de programas ou organismos específicos de políticas para esse grupo populacional.

Havia pouca relevância naquele momento do tema juventude, estando o foco das preocupações e mobilizações centrado na questão das crianças e adolescentes em situação de risco e na defesa dos direitos desses segmentos.

(32)

infância, é o que afirma Instituto de Pesquisa Econômica Ampliada - IPEA juventude e políticas publicas no Brasil, sendo as questões dos jovens com mais de 18 anos desconsideradas, tanto do ponto de vista da ação pública estatal como do das entidades da sociedade civil (PIMENTA; ALVES, 2010).

Em um primeiro momento, a estratégia de valorizar o jovem maior de 18 anos e menor que 30 anos, correspondem às expectativas da juventude à realidade brasileira que detém elevada proporção de jovens em situação de vulnerabilidade social. Programas dessa natureza, quando bem administrados e mantidos continuadamente podem contribuir para melhorar consideravelmente as condições de vida dos jovens, contribuindo para a elevação dos índices de alfabetização e de escolaridade, que podem resultar em melhor inserção no mundo do trabalho o que constituem meta altamente desejável, resumir a intervenção pública apenas a ações emergenciais e compensatórias aos jovens socialmente mais vulneráveis não é uma solução socialmente justa e definitiva.

De acordo com as diversidades e desigualdades que caracterizam nossa juventude, é preciso também abrir espaço para a incorporação de abordagens específicas no interior das demandas universais. Desta forma, o desafio colocado para os representantes da sociedade é o de ampliar consideravelmente o escopo da Política

Nacional de Juventude, de modo que esta possa beneficiar com efetividade todas as

juventudesbrasileiras.

2.1.2 Projovem Trabalhador: Legislação específica

O Projovem teve seu início em 2005, com orçamento previsto pela Presidência da República para começo do Programa, com recursos em torno de R$ 300.000,00 milhões de reais difundidos em ações governamentais. Inventariando com o viés das políticas públicas nacionais.

Nessas considerações sobre o Projovem caracteriza-se

(33)

O argumento em questão serve para mostrar que as discussões sobre o Programa está estabelecido que cada jovem complementar do Projovem, que fizer as estimativas, obtiver 75% de presença e realizar as atividades em dia, embolsa o valor de R$ 100,00 (cem reais), mensais a título de ajuda de custo. O fato de o estudante auferir a bolsa é muito polêmico, pois tem um estilo assistencialista, na qual consta dentre os pretextos pontuados que levam o jovem e frequentar o Programa.

Faz-se oportuno realçar o seguinte:

No Art. 1o O Programa Nacional de Inclusão de Jovens - Projovem, instituído pela Lei no 11.129, de 30 de junho de 2005, e regido pela Lei no 11.692, de 10 de junho de 2008, fica regulamentado na forma deste Decreto e por disposições complementares estabelecidas pelos órgãos responsáveis pela sua coordenação, nas seguintes modalidades:I Projovem Adolescente Serviço Socioeducativo; II Projovem Urbano; III Projovem Campo - Saberes da Terra; e IV - Projovem Trabalhador. Parágrafo único. O Projovem Adolescente - Serviço Socioeducativo será coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Projovem Urbano e o Projovem Campo - Saberes da Terra pelo Ministério da Educação, e o Projovem Trabalhador pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Da Finalidade e Objetivos do Projovem. Art. 2o O Projovem tem por finalidade executar ações integradas que propiciem aos jovens brasileiros reintegração ao processo educacional, qualificação profissional em nível de formação inicial e desenvolvimento humano (BRASIL, 2008).

O Projovem é um programa de formação, qualificação e habilitação profissional, indicando para que todo cidadão tenha direito à educação, assim como tem direito à saúde, ao lazer, ao trabalho, ao conhecimento, enfim, ser humano em sua plenitude. Desde que o sistema educacional está integrado e considera-se a educação como um investimento.

O reconhecimento do direito público e subjetivo à escolarização básica da população jovem que não frequentou a escola em tempo hábil ou o fez durante curto período, está expresso na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

(34)

junho de 2008, regulamentada pelo Decreto nº 6.629, de 04 de novembro de 2008 (BRASIL, 2008).

Em seu Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo I desta Portaria, o Termo de Referência da submodalidade Juventude Cidadã, da modalidade Projovem Trabalhador, do Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem, de que trata o inciso II do art. 39 do Decreto nº 6.629, de 2008.

Art. 2º Estabelecer, nos termos desta Portaria e do Termo de Referência de que trata o art. 1º, os critérios e as normas de transferência automática de recursos financeiros a Estados, a Municípios, com população a partir de vinte mil habitantes, e ao Distrito Federal, para a execução da submodalidade Juventude Cidadã, da modalidade Projovem Trabalhador, do Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem, sem a necessidade de convênio, acordo, contrato, ajuste ou instrumento congênere, por meio de depósito em conta-corrente específica, sem prejuízo da devida prestação de contas da aplicação desses recursos, nos termos do art. 4º da Lei nº 11.692, de 2008, do inciso I do § 1º do art. 39 do Decreto nº 6.629, de 2008 (BRASIL, 2008).

2.1.3 Política pública para a inserção profissional da juventude

Como tema de pesquisa, a inserção profissional é recente e tem o seu surgimento em um contexto em que são possíveis interpretações diversas para o momento em que procura representar: entrada na vida ativa, transição profissional, transição da escola-trabalho, etc. Em princípio, poder-se-ia pensar que estas expressões seriam equivalentes. Contudo, cada um dos conceitos citados teve o seu surgimento em um momento particular, dentro de um corpo social particular, conforme explicam Piccinini e Oliveira (2008). Presentemente, serão desenvolvidas algumas considerações acerca do conceito de inserção profissional.

Convém acrescentar que, com o intuito de entender a trajetória das políticas públicas de juventude em meio ao século passado e o momento contemporâneo, Trevisan e Bellen (2008) delineiam os fundamentais pontos da história que aborda intervenções direcionadas à juventude. Vale lembrar que o primeiro espaço para as políticas públicas de juventude aconteceu em 1927, com o 1° Código de Menores do Brasil, que apresentou como preocupação, saneamento social de tipos indesejáveis à sociedade.

(35)

adotar um caráter desenvolvimentista de desenvolvimento de adultos capacitados para o trabalho (TREVISAN; BELLEN, 2008, p.531).

Verifica-se, portanto, que antes de finalizar o Código Mello Matos, no ano de 1941, nasce o Serviço de Assistência ao Menor, que apresenta a papel de tutela. Entretanto, foi um serviço trocado, em 1964, pela Política Nacional de Bem-Estar do Menor (PNBEM) com a finalidade de resguardar o regime ditatorial. Desse modo, a política apresentou como mecanismo gestor, de representatividade nacional, a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) e a atuação da FUNABEM encontrava-se em consonância com a Lei de Segurança Nacional e, assim com o Código de Menores, em que o jovem pobre constituía um potencial infrator, que precisaria ser recolhido ao sistema, no momento que praticava determinada transgressão.

De acordo com o período das décadas de 1960 e 1970, as políticas formadas para a juventude, não apenas no Brasil, porém em outros países da América Latina, haveria uma tendência a adotar um caráter de controle político-ideológico dos jovens participantes e agentes no movimento estudantil e de domínio dos estudantes e, igualmente diferentes populações, tal como na Lei de Segurança Nacional (1964). Assim, esse conceito apresenta como argumento a ditadura militar e o entendimento de juventude proveniente dessa ocasião.

Dutra (2010, p.62) resume a representação do jovem nesse momento em que a juventude apenas encontra-se presente para o pensamento e para a atuação da sociedade como problema, tal como objeto de falha, disfunção no procedimento de integração social e, numa expectativa mais abarcante, para a continuidade social, assim a ênfase recai sobre a visão do problema social, ou seja, a juventude apenas passa a se tornar objeto de atenção no momento que representa uma ameaça de ruptura com a continuidade social, ameaça para si própria ou para a coletividade.

(36)

interferência americana no Vietnã, isso se tornara mais visível no protesto público contra o Estado e na modelagem capitalista da sociedade. Entretanto, é nos anos 1970 que cresce a visão de representações juvenis em âmbitos populares, como dos movimentos camponeses e das formações de políticos de esquerda, o que igualmente gerou forte reação de autoridade por parte dos Estados.

Cumpre enfatizar outra concepção de políticas públicas que incide de maneira mais marcante na década de 1950 que são as intervenções direcionadas para a profissionalização, ocupação produtiva do tempo livre e educação, acolhendo a

lógica do desenvolvimento apregoado em slogans de gestão governamental do tipo

50 anos em 5. Frente a isso, o jovem incumbe a uma sociedade produtiva que apresenta a função de acolher essa demanda de sociedade, tendo como objetivo o progresso nacional.

Na década de 50 e durando até 1980, as políticas destacavam a área de educação e o emprego do tempo livre do jovem. Determinados estudos expostos pela Comissão Econômica. Para Arroyo (2007), aponta que, nessa ocasião, as intervenções igualmente eram direcionadas para trabalhar com jovens avaliados das classes médias e altas e apresentam a finalidade de ocupar o tempo livre desse cidadão. Porém no final da década de 1980, surgiram novos movimentos juvenis em países da América Latina. Verifica-se que, no final dessa mesma década, surge a inquietação com jovens em analogia à violência e às drogas, assim sendo, surgem políticas para abordar tais questões.

Acrescente-se a isso que o ano de 1985 foi afirmado pelas Nações Unidas Ano Internacional da Juventude. Foi a partir desse período que se enfatizou a criação de planos, programas e políticas que apresentavam como finalidade aprimorar as qualidades de vida e as chances para os jovens, em especial daqueles mais desprezados, das áreas urbanas e rurais (AZEVEDO, 2004, p. 17).

(37)

sugestões de planos, programas e políticas públicas de maneira especial direcionada aos jovens mais desprovidos de recursos, assim como diversas medidas legislativas em seu benefício e a criação de instituições adequadas nesse contexto. Compete ressaltar que, do mesmo modo, torna-se possível concluir que, como mancais estratégicos para a formulação de políticas públicas para a juventude, foram levados em consideração as seguintes variáveis, educação, saúde, profissão e integração e participação social (AZEVEDO, 2004, p.19).

Mendonça Filho e Nobre (2009) em resumo, apresentam um desenvolvimento histórico das políticas de juventude e evidenciam três momentos, o primeiro refere-se a educação e ao emprego do tempo livre (entre 1950 e 1980), o refere-segundo, ao controle social de âmbitos juvenis mobilizados (entre 1970 e 1985), já o terceiro aborda o enfrentamento da miséria e a prevenção da delinquência (entre 1985 e 2000) e, há uma inclusão laboral de jovens excluídos (entre 1990 e 2000). Afora essas ocasiões, diversas abordagens foram debatidas nas políticas públicas, que colaboraram para conformar a representação das contemporâneas interferências. Para tanto, distinguir as principais políticas públicas compõe o principal intento de tais momentos, que irá auxiliar o acordo do novo modelo de políticas públicas nessa ocasião, para essa parte da sociedade.

As políticas públicas nacionais para a juventude norteadas pela participação e o novo modelo das "políticas públicas para juventudes" torna-se necessário que se reflita sobre as representações sociais em analogia ao jovem e a concepção do próprio termo participação considerando as especificidades do contexto da juventude. A abordagem em relação aos aspectos do jovem participativo vem a ser contextualizada adotando como ponto inicial a década de 1960, porquanto fora eleito essa década como marco inicial porque ela vem a ser uma das referências para contemporâneos aspectos sociais de juventude. Dessa forma, com esse contexto, espera-se apoiar no entendimento das atualizadas maneiras de participação do jovem, e desse modo como contribuir para entender o perfil do jovem associado à questão do conhecimento.

(38)

como referência a pesquisa realizada pela iBase/Pólis em 2006, da qual resultou o relatório Juventude Brasileira e Democracia: participação, esferas e políticas públicas. Vale ressaltar que, a pesquisa apresentou como um dos escopos entenderem as maneiras de participação no contexto contemporâneo e ajudar a formulação de políticas públicas para a juventude.

Falar em juventude constitui, por vezes, ausência de responsabilidade, a não inclusão social, o descaso com o outro, a ausência de solidariedade. Assim sendo, nessas explicações, se constituem comparações, sobretudo, com outros períodos históricos no qual se levava em conta o jovem envolvido com as questões políticas e sociais. Essas comparações são constituídas, sobretudo, com os jovens da década de 1960 e 1970, ocasião da ditadura militar. Busca-se com essa abordagem esclarecer que, o jovem desse período era e é acatado como um militante, que lutava pelos seus direitos. Quanto à década de 1980, a confessada década perdida, pouco se percebeu a participação do jovem. No que tange a juventude da década de 1980, surge como patológica porque contraposta à geração dos anos 60, egocêntrica, consumidora, conservadora e apática aos contextos públicos. Até mesmo, esse perfil do jovem vem a ser destacado por aqueles da geração dos anos 60 e 70, a juventude surge como depositária de certo medo atinente ao fim da História, porquanto nega seu papel como fonte de transformação (ABRAMO, 2007, p.83).

Nos anos 80, muitas lamentações são colocadas, porque se observa a dissipação da juventude da cena política, edificando aquelas formas de ação antes suspeitas a padrões ideais de ação, assim diante aos quais todas as outras manifestações juvenis surgem como sem qualificação frente à política." (NOGUEIRA, 2011, p.77).

Até mesmo a manifestação dos estudantes, no ano de 1992, pelo impeachment de

Collor, foi avaliada muito mais como festejo do que um momento político. Os jovens que acederam ao movimento foram taxados de "espontaneistas" e constituíam simples marionetes influenciados pela mídia e esse movimento passou a ser desqualificado, à época, por diferentes campos da população.

(39)

em meio a diferentes gerações. Frente a isso, faz-se necessário uma inovação à maneira de se aproximar de tal questão, porquanto não existem dados confiáveis que aceitem descrever que, em termos numéricos, hoje existe mais ou menos jovens compartilhando de determinado tipo de ação coletiva do que os de gerações passadas (NOGUEIRA, 2011, p. 27).

Afora isso, as comparações passam a ser direcionadas, para a participação agregada às questões políticas partidárias. Desse modo, tal relação acontece, porque há uma representação social no qual participar e abranger em questões políticas e/ou atuar em manifestações.

Entretanto, o entendimento de participação vem a ser mais amplo, e contemporaneamente existem diferentes maneiras que determinam o que pode ser levado em conta um ato de participação. Atualmente, encontram-se em pauta, novas questões e linguagens que restauram a política e reinventam probabilidades de o jovem encontrar-se e atuar no espaço público (NOGUEIRA, 2011, p. 29).

Com o processo de redemocratização do país, nos anos 80 do século passado, é promulgada a Constituição de 1988. Assim, a participação localiza apoio na Carta Maior que institui a "democracia participativa" e gera a concepção de mecanismos de participação. Passa a ser essa a nova conformação legal no Brasil. A participação, a inclusão da população passa a ser imprescindível. Nesse sentido modifica a representação de outros períodos, no momento que não havia apoio legal para a participação da população. Entretanto, mesmo após da Constituição de 1988 não há como se garantir que as pressuposições constituídas encontram-se sendo concretizadas.

Em linhas gerais, esta abordagem pretende mostrar que este modelo participativo veio colaborar para uma nova concepção de participação da juventude. Em outras palavras, podemos citar determinados exemplos dessa nova concepção da participação da juventude recomendada pela Carta Magna, formação de grêmios estudantis e a "política pública para juventudes".

(40)

desencadear novas relações em meio aos diferentes atores sociais, irrompendo o entendimento de juventude como problema social.

Já o termo inserção profissional vai ser encontrado primeiramente em textos legislativos e depois em pesquisas francesas na década seguinte e que são referentes às dificuldades encontradas por um crescente número de jovens que terminam a sua formação e pretendem ingressar no sistema de emprego. Tais dificuldades representam a passagem do universo da educação/formação para o mundo do trabalho, deixando de ser um acontecimento de natureza biográfica instantânea para ser um processo longo e complexo (PICCININI; OLIVEIRA, 2008). A noção de inserção é, antes de tudo, uma noção de debate político e social, sendo historicamente datado e semanticamente fluido. Desse modo, a inserção profissional diz respeito a um conceito que foi construído e adotado pelas comunidades política e científica francesa para entender um fenômeno social que passava a ser preocupação do interesse público (PICCININI; OLIVEIRA, 2008).

Em termos de Brasil, Piccinini e Oliveira (2008) ainda observam que uma pesquisa feita em 2003, pela Fundação Perseu Abramo junto a 3501 jovens entre 15 e 24 anos distribuídos em 198 municípios brasileiros, mostra que quando comparada a outras esferas de sociabilidade, o trabalho representa uma de suas maiores aspirações.

Em outros termos, o trabalho para os jovens entrevistados ocupa um lugar de destaque tanto quando eles são questionados sobre os problemas da atualidade, quanto ao relacionarem direitos que também deveriam ser assegurados a todos os cidadãos.

Ainda com relação à realidade nacional, com o crescimento do índice de desemprego, somado ao excedente de mão de obra, há que se verificar que consequências estas variáveis desencadeiam junto aos jovens que estão em processo de ingresso no mercado e que ainda não possuem as requeridas competências práticas. A entrada dos jovens no mercado de trabalho vem

acontecendo principalmente através da prestação de serviços temporários

(41)

A partir do que foi dito, para o presente estudo, optou-se por considerar o seguinte conceito de inserção profissional, conforme Zanelli et al.,

O termo inserção profissional refere-se ao processo de localização e hierarquização dos indivíduos no mundo do trabalho. Constitui-se de disputa de poder e de valorização e legitimação dos saberes e dos diferentes atributos dos indivíduos e dos grupos. Refere-se a diferentes formas de acesso ao emprego, que implica formação, desemprego e atividade profissional. Abrange, de um lado, as trajetórias dos trabalhadores, suas buscas e estratégias e, de outro, as ações dos demais atores sociais que atuam nessa alocação e hierarquização. (ZANELLI et al, 2007, p. 129).

Bitencourt et al. (2012) constataram que as condições de trabalho e emprego têm influenciado a transição do período de formação para o mercado de trabalho. Em outras palavras, explicam que houve o rompimento da noção de equiparação entre trabalho e emprego, de trabalho permanente, de contratos a tempo completo e de longa duração, onde o vínculo empregatício se estendia a toda a vida produtiva do trabalhador, tornando o trabalho objetivamente disforme.

Assim, com a mudança nas relações de trabalho, as pessoas passam a atribuir ao trabalho diferentes sentidos, uma vez que passa existir aspectos de incertezas que cercam as intensas transições entre situações ocupacionais, a imprevisibilidade das trajetórias profissionais, além da individualização do trabalhador que se torna o único responsável pela a sua trajetória profissional (GUIMARÃES, 2005).

Com essas mudanças na estrutura do mercado de trabalho, Trevisan e Bellen (2008) apresentam a ideia de que os jovens desenvolveram uma relação específica frente ao trabalho devido à intensidade com que conviveram com essas mudanças. Para o autor supracitado, os jovens passariam à condição de exilados do trabalho, o que anteciparia o fim da centralidade do mesmo, antes mesmo desta se impor de um modo socialmente mais amplo.

Contudo, há que se ressaltar que não há um movimento de perda de significação do trabalho para os jovens, mas sim uma produção de diferentes significados (GUIMARÃES, 2005). Estes significados, por sua vez, constituem reflexo do mercado de trabalho, a maneira como acontece a sua inserção profissional, as suas expectativas com relação ao trabalho e o perfil do jovem trabalhador.

(42)

gerações passadas, os jovens terminam tendo acesso a oportunidades em setores em expansão no mercado de trabalho. Por isso, foi observado que um contingente significativo deles deliberou por investir na ideia de alongar o caminho de formação de modo a alcançarem melhores posições no mercado, encontrando alguns que desde cedo já ocupavam cargos de decisão nas organizações, tendo altos salários, mesmo em situação de precariedade nos contratos.

Os autores supracitados explicam que os jovens acabam sendo seduzidos pelas diversas possibilidades oferecidas pelas empresas e, por conseguinte, acabam seguindo horários de trabalho prolongados (10 a 12 horas por dia), mesmo estando

ainda em período de formação. Concluem os autores: “Fazem-no por necessidade

de sobrevivência num contexto profissional muito exigente e competitivo, mas

também por expectativas de promoção em curto prazo” (GUERREIRO;

ABRANTES,2005, p.160).

Já em termos de ingresso dos jovens no mercado de trabalho, Pochmann (1998) explica que isso acontecia tradicionalmente de maneira diferenciada, essa distinção estando relacionada ao segmento social ao qual pertenciam. Acontece que mesmo os mais qualificados não tem tido espaço para a sua adequada inserção no mercado de trabalho por causa das transformações ocorridas na organização do trabalho, em consonância com um substancial aumento de portadores de diploma universitário (BITENCOURT et al., 2012).

Bitencourt et al. (2012) ainda analisam que o mercado de trabalho juvenil é homogêneo apenas na aparência porque, por mais que se tente desenvolver uma igualdade de condições entre os jovens das diferentes classes sociais, via o ingresso no sistema de ensino, é provável que a própria sociedade, bem como as regras do mercado façam certos critérios de diferenciação. Por isso, no Brasil, quando se fala em um alongamento da escolaridade, isto é, jovens que passam mais tempo em formação, trata-se, em termos estatísticos, de um contingente significativamente pequeno (SILVA, 2010), desencadeando uma restrição de acesso e, consequentemente, elitizando algumas carreiras e profissões.

O mundo do trabalho passa por profundas transformações, tais como os novos

(43)

modificações ocorrem de modo dinâmico, visto que teve profundas repercussões na sua subjetividade e, no íntimo inter-relacionamento destes níveis, afetou a sua forma

de ser”. Ainda Liame Vargas, essas transformações ocorreram devido ao

desenvolvimento tecnológico, da automação, da robótica e da microeletrônica, que invadiram o universo fabril, inserindo-se e desenvolvendo-se nas relações de trabalho e de produção do capital. Os aparelhos sociais e educacionais passaram transformações de valores, entre elas maior incentivo e preparo dos jovens para o mercado de trabalho. O jovem, diante dessas transformações, passa a ser compreendido como força de trabalho, nicho de mercado, e como potencial transformador por sua reconhecida "flexibilidade" (RODRIGUES et al. (2012).

As relações sociais da atualidade delimitam as exigências e as necessidades do mercado, que se caracterizam por um elevado grau de competitividade, concorrência e qualificação. Como exemplo disso, o estudo de Heidemann (2009) apresenta dados referentes à realidade educacional e de inserção dos jovens brasileiros no mercado de trabalho, e aponta o ingresso precoce deles, o que contribui para um alto índice de evasão escolar, principalmente no ensino médio. Segundo esse estudo, 36,6% dos jovens brasileiros ingressam no mercado de trabalho entre 10 e 14 anos, e 24,2% o fazem entre 15 e 17 anos, demonstrando que parte dos 60,8% de jovens que ingressam no mercado está em idade escolar.

Ainda, consideram que 82% dos jovens entre 14 e 29 anos com renda familiar per

capita inferior a 40% do salário mínimo trabalham ao mesmo tempo em que completam sua escolaridade (ensinos fundamental e médio). Esses dados nos levam a inferir que o estudante de baixa renda está defasado em relação à escolaridade, seja por sua inserção precoce no mercado, seja pela evasão escolar (HEIDEMANN, 2009).

(44)

No momento corrente, o capital humano é recuperado pelo discurso da empregabilidade, tendência que se relaciona com a educação continuada ou educação profissional "voltada para a transferência tecnológica e para a multidisciplinariedade dos programas de qualificação" (POCHMANN, 2009, p. 130). Desta maneira, o jovem deve vir a tornar-se multifuncional. Essas transformações, segundo o autor, podem tornar-se a independência da juventude elevando seu poder de escolha do trabalho.

Existe um número de jovens que antecipam a sua entrada no mercado de trabalho em função do ciclo educacional, pois o conhecimento torna-se elemento secundário na trajetória ocupacional. Desta forma o jovem não se profissionaliza desenvolvendo apenas atividade secundária, ficando de fora do mercado. O autor esclarece que jovens de classe econômica menos favorecida estão condenados ao trabalho como condição de mobilidade social e, assim, abandonam os estudos, apresentam baixa escolaridade e, consequentemente, ocupam vagas com menor remuneração e posições subordinadas. O contrário acontece com jovens das classes médias e altas, pois estes adquirem alta escolaridade, retardam sua entrada no mercado de trabalho e disputam as melhores vagas, obtendo, assim, maior remuneração.

Esta dinâmica social reproduz as desigualdades de classe e determina os modos de inserção dos jovens no mercado de trabalho.

Imagem

Figura 1 - Ciclo de Política Pública
Figura 3 - Região Estratégica de Suape
Tabela 3 - Distribuição da área de atuação dos jovens da Casa das Juventudes de Rio Formoso  – PE/ 2012
Tabela 4 - Resultado Percentual
+6

Referências

Documentos relacionados

Sendo assim, o presente estudo visa quantificar a atividade das proteases alcalinas totais do trato digestório do neon gobi Elacatinus figaro em diferentes idades e dietas que compõem

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

5) “Estado da arte” do desenvolvimento local sertaginense. “A Sertã continua a ser pequenina e com pouca população. O setor turístico tem vindo a melhorar e temos

The present study evaluated the potential effects on nutrient intake, when non- complying food products were replaced by Choices-compliant ones, in typical Daily Menus, based on

Alves (2001) ressalta que a variável custos da qualidade ambiental decorrente de gastos para manter o padrão de emissão dos resíduos, em conformidade com as leis que regulamentam

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem

As interfaces técnicas e/ou características do serviço apresentadas no presente capítulo são as adequadas à implementação das ofertas de acordo com a directiva relativa à