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Levando em conta o novo panorama nacional e as novas formas de participação da juventude, faz-se essencial questionar que forma de participação vem a ser essa? Conforme Vasconcellos (2006, p. 92) participação vem a ser um valor, é a necessidade de respeito pelo outro, reconhecimento da sua classe de cidadão, do sentir, pensar, fazer e poder.

Oliveira (2011) enfoca a compreensão de participação e afirma que participação diferencia-se por uma ação conscienciosa pela qual os membros sociais perfilham e adotam seu poder de cumprir alcance na determinação dinâmica de sua cultura e de seus resultados.

Ainda na visão de Oliveira (2011) uma participação emancipadora, destaca o envolvimento e que se refira não somente à participação como ação sem

comprometimento e acrítica, porém que encontre-se imbuído de uma consciência política.

Oliveira (2011) para que não se recomende uma participação simplesmente operacional e impossibilitada de despertar a consciência das ações e das implicações das ações dos indivíduos. Assim sendo, torna-se necessário refletir na formação de um jovem participativo, porquanto, dependendo do viés da participação, o sujeito pode tornar-se exclusivamente um simples executor de afazeres.

Compete ressaltar que, em relação à formação do jovem participativo, existem críticas a respeito de como o protagonismo e a participação passam a interferir na vida dos jovens e nas analogias destes com a sociedade. Para Rodrigues et al (2012, p. 17), a forma de enfrentar e gerar a participação do jovem leva consigo a probabilidade de despolitizar a visão a respeito das determinações da miséria e sua conservação, afastando o foco das inquietações da disputa política e social sobre tais deliberações para o da ação subjetiva ou coletiva,

Portanto, a função dos professores e envolvidos inteiramente com a educação passa a ser trabalhar de forma que a necessária elevação do protagonismo juvenil se separe de um mero ativismo social exclusivamente compensatório ou da simples adequação dos jovens às sinistras condições da contemporânea ordem socioeconômica (MENDONÇA FILHO e NOBRE, 2009, p. 22).

Para tanto, quanto à preocupação em educar um jovem acrítico e sem engajamento político até mesmo sobre à forma de participação, há outra crítica que precisa ser abordada. Conforme Mendonça Filho e Nobre (2009), a maneira com que a participação vem a ser trabalhada pode ocasionar um deslocamento das responsabilidades do Estado para o campo de ação da sociedade civil, através da ação de ONGs e diferentes instituições. Porquanto, além disso, transfere para jovens e adolescentes, particularmente ou em grupo, para os setores menos abastados, e conforme o conceito de residência, colaborar para superação da adversidade (MENDONÇA FILHO; NOBRE, 2009 p. 58).

No entanto, ainda que haja uma finalidade de desresponsabilização do Estado, isso não sugere garantir que a sociedade não apresente o seu papel a desempenhar, porquanto que o Estado sozinho não pode enfrentar todas as questões da

sociedade.

Frente a isso, o apoio não somente do jovem, mas da população, torna-se efetivo para dar conta das precisões da sociedade, até mesmo no acolhimento de demandas de uma parcela da população abandonada e que suporta uma realidade de dificuldades.

Partindo de um contexto em que o jovem encontra-se envolvido em um espaço de violência, a participação faculta ser uma probabilidade de desvincular o jovem de "ações" de violência, por meio da ocupação do tempo livre, por exemplo.

Na visão de Claro (2009), a participação é um importante instrumento para erguer a autoestima do jovem. A participação juvenil pode contribuir não somente para a ajuda à comunidade, todavia, ainda, colaborar com a formação do jovem. Assim sendo, torna-se imprescindível, formar um jovem para desempenhar seus direitos e deveres e pensar de forma crítica a respeito de sua própria prática.

Brandão (2008) aponta que as constantes mudanças do mundo contemporâneo apresentam um elevado impacto de maneira expressiva à vida do jovem. Porquanto, a formação de valores e de atitudes cidadãs permite aos jovens conviverem de maneira independente.

Diante de uma perspectiva de aceitáveis progressos, são evidenciados, a desvinculação do jovem de um contexto de violência, na qual a formação do jovem independente, junto a responsabilização da sociedade sobre as demandas sociais e ações, passem a contribuir na formação de valores e no desenvolvimento da cidadania.

Diante desse cenário, o grande desafio de se seguir uma proposta apresentando como finalidade à participação do jovem de formar um sujeito crítico e reflexivo, apropriado para reconhecer não exclusivamente seus deveres, porém igualmente seus direitos. No que se refere a alternativa de um entendimento de política pública, gera uma prioridade de investimento de expedientes financeiros, da mesma forma que a representação desta, interfere na formação do jovem e, influencia a dinâmica de vida da sociedade.

pesquisadores, avaliadores e da comunidade em geral. Compete a cada um destes atuantes gerarem ponderações sobre os entendimentos das contemporâneas políticas públicas a exemplo das políticas públicas para juventudes, observando que estas têm intensificado o conceito de parceria, de gestão participada e de envolvimento da sociedade.

As transformações em relação à participação não se restringem a questões conceituais, ao embasamento legal ou ao estímulo à participação. Transforma-se, igualmente a maneira de participar. Dessa forma, hoje é comum, observar comunidades no Orkut redes sociais que se movimentam para fazer exigências com acusações das qualidades de vida em que vivem.

Gil (2012) enfoca a participação, os movimentos de representação estudantil, as juventudes partidárias, as juventudes atreladas a movimentos e as organizações rurais e urbanas e os grupos de jovens cristãos encontram-se engajados. Trazem, também, formas e objetos de participação para o jovem, para transformar o espaço local, nos bairros, favelas e periferias, e também atuam nos espaços de cultura e se apresenta contra ações, contra a violência e pela paz no Brasil, campanha contra a fome etc.

Com a finalidade de observar todas as formas de participação e conhecer o que os jovens pensam a respeito disso, foi concretizada a pesquisa Juventude Brasileira e Democracia - participação, esferas e políticas públicas. Para observar esses novos espaços de participação do jovem foram definidos como participativos.

No momento que a participação passa a ser norteada para o envolvimento em grupos culturais, religiosos, artísticos etc, verificam-se restrições nesse caminho. Porquanto determinados jovens (IBASE; POLIS, 2006) creem que essa maneira de manifestação não apresenta credibilidade, não apresenta força política e, ainda, não causa resultados.

Entretanto são manifestadas, vantagens por determinados jovens. Segundo Novaes (2007), os grupos de arte e cultura, igualmente, têm gerado a participação social de diversos tipos de jovens em variadas organizações. Pois, elas funcionam como articuladores de identidades para a preparação de projetos individuais e coletivos.

É importante a observação porque uma mesma forma de "identidade" que se apresenta de diferentes formas. Assim sendo, por esse motivo, qualquer aproximação generalizante, para afirmar todas as práticas envolvidas nessas formas de manifestações constituiriam expressões ou sinais do potencial contestador e rebelde do jovem no campo público, criando, assim, mais dificuldades do que amparando na concepção de realidades e circunstâncias sociais complexas (GIL, 2012).

A ação comunitária vem a ser uma dessas ferramentas de participação e apresenta evidência, ainda que embora haja questionamentos a respeito das conjecturas ideológicas que a norteiam.