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Mulheres portadoras de transtornos mentais e a maternidade.

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Academic year: 2017

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MULHERES PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAI S E A MATERNI DADE

Marisley Vilas Bôas Soares¹ Ana Maria Pim ent a Carvalho²

Considera- se que a capacidade m at erna para oferecer boas condições de cuidado e acolhim ent o às necessidades do filho ger a am bient e adequado pr ev ent iv o par a o desenv olv im ent o psicológico da cr iança. Est e est udo buscou descrever o fenôm eno da m at ernidade para usuárias de um am bulat ório de saúde m ent al da cidade de Ribeirão Pret o, SP, t endo com o referencial t eórico o I nt eracionism o Sim bólico. Foram ent revist adas dez m ulheres, com , ao m enos, um ano de t rat am ent o e no m ínim o um a criança de 7 a 12 anos. A Teoria Fundam ent ada em Dados possibilit ou analisar os dados, at ingindo um a t eoria explicat iva para o fenôm eno: “ t ent ando se enxergar para perm anecer lut ando” . Conclui- se que essas m ulheres necessit am lidar, reconhecer e enxergar- se em sua função m at erna para perm anecer lut ando com as lim it ações im post as pelo t ranst orno. Trat a- se de m ais um passo para adequação dos serviços de saúde m ent al frent e a essa dem anda, para que essas m ulheres sej am vist as para além de seu lugar de port adoras de t ranst ornos m ent ais.

DESCRI TORES: saúde m ent al; serviços de saúde; enferm agem psiquiát rica

W OMEN W I TH MENTAL DI SORDERS AND MOTHERHOOD

Mot hers’ abilit y t o deliver care and t end t o t he needs of t heir children is considered t o generat e an adequat e pr ev en t iv e en v ir on m en t f or in f an t psy ch ological dev elopm en t . Th is st u dy descr ibes t h e ph en om en on of m ot herhood from t he perspect ive of users of a m ent al healt h out pat ient clinic in Ribeirão Pret o, SP, Brazil, t hrough Sym bolic I nt eract ionism t heoret ical fram ework. Ten wom en under t reat m ent for at least one year and w it h at least one child bet w een 7 and 12 year s old w er e int er view ed. Gr ounded Theor y w as used for dat a analysis, which enabled t he developm ent of a t heory t o explain t he phenom enon: “ of perceiving oneself in such a w ay as t o keep fight ing” . The conclusion is t hat t hese w om en need t o deal w it h, r ecognize and per ceive t hem selves in t heir m at er nal r ole so as t o keep on fight ing lim it at ions im posed by t he disease. That t hese wom en com e and see beyond t heir condit ion of m ent al disorder pat ient s is anot her st ep t owards t he delivery of m ore adequat e m ent al healt h services t o m eet t his dem and.

DESCRI PTORS: m ent al healt h; healt h services; psychiat ric nursing

LAS MUJERES PORTADORAS DE TRASTORNOS MENTALES Y LA MATERNI DAD

Se considera que la capacidad m at erna para ofrecer buenas condiciones de cuidado y reconocim ient o de las necesidades del hij o, genera un am bient e adecuado prevent ivo para el desarrollo psicológico del niño. Est e est udio buscó describir el fenóm eno de la m at ernidad para usuarias de un am bulat orio de salud m ent al de la ciudad de Ribeirao Pret o, SP, ut ilizando com o m arco t eórico el I nt eraccionism o Sim bólico. Fueron ent revist adas diez m uj eres, con, al m enos, un año de t rat am ient o y con por lo m enos un niño de 7 a 12 años. La Teoría Fundam ent ada en Dat os posibilit ó analizar los dat os, alcanzando una t eoría que explica el fenóm eno: “ t rat ando de r econ ocer se par a per m an ecer lu ch an do” . Se con clu y e qu e esas m u j er es n ecesit an lidiar , r econ ocer y reconocerse en su función m at erna para perm anecer luchando con las lim it aciones im puest as por el t rast orno. Se t rat a de un paso m ás para adecuar los servicios de la salud m ent al frent e a esa dem anda, para que esas m uj eres sean reconocidas no solo com o port adoras de t rast ornos m ent ales.

DESCRI PTORES: salud m ent al; servicios de salud; enferm ería psiquiát rica

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I NTRODUÇÃO

C

om a perspectiva de integrar o portador de

t r an st or n os m en t ais ao con v ív io social, a f am ília assu m e im p or t an t e p ap el p ar a su a r ecu p er ação, p a ssa n d o a se r v i st a co m o , p o t e n ci a l m e n t e , a reabilitação pode ser conquistada. Assim , estudos têm buscado verificar os im pact os do t ranst orno m ent al sobre o cont ext o fam iliar, bem com o as concepções

de fam iliares acerca de suas m anifestações( 1- 2). Ainda

que m uitas pesquisas enfoquem a ação do transtorno m en t a l so b r e a f a m íl i a e o s cu i d a d o r es, a l g u n s est udos passam a invert er essa lógica e priorizam o o l h ar d o p o r t ad o r, n a su a b u sca p ar a eq u i l i b r ar d em an d as sociais e n ecessid ad es d ecor r en t es d o t ranst orno m ent al.

Segu in do essas m u dan ças, pesqu isas qu e e v i d e n ci a m a r e l a çã o d e sse s t r a n st o r n o s e a s dif er en ças de gên er o dão pist as de com o n or t ear ações prevent ivas e de t rat am ent o, t endo em vist a a s p a r t i cu l a r i d a d es en co n t r a d a s n a i n ci d ên ci a e

m anifestações entre hom ens e m ulheres( 3), sendo que

a saúde m ent al da m ulher é um t em a em er gent e, m as com p ou cos est u d os b r asileir os n a ár ea. Ao a b o r d a r a sa ú d e m e n t a l f e m i n i n a e b u sca r com pr eender as condições que a det er m inam , t em sido r ef or çada a at en ção par a a discr im in ação de gêner o, pobr eza, posição social e v ár ias for m as de violência contra a m ulher e naquilo que esses aspectos podem acarret ar à sua saúde. Ent re os t ranst ornos os quais podem acom eter a m ulher ao longo da vida, co m o si n t o m a s r e l a ci o n a d o s a o p e r ío d o p r é -m enst r ual, ou à fase da -m enopausa, dest aca-m - se aqueles m anifest os em decor r ência do puer pér io – quando t am bém ent ram em cena quest ões relat ivas à m at ernidade. Pensar a condição da m ulher rem et e n ã o a p e n a s a o s co n ce i t o s q u e e n v o l v e m p ar t i cu l ar i d ad es b i o l ó g i cas, m as à co m p l ex i d ad e exist ent e na const rução social de seu papel e com o se faz present e em seu cont ext o social.

As represent ações at ribuídas à m ulher sobre sua nat ural responsabilidade sobre o lar e a criação d o s f i l h o s e n co n t r a m e v i d ê n ci a s q u e inst it ucionalizaram esse m odo de pensar. Há t eorias de enfoques sociais e hist ór icos que consider am o ch am ado “ in st in t o m at er n o” com o decor r ên cia de con cep ções id eológ icas, en g en d r ad as a p ar t ir d a

m et ade do século XVI I I , na Europa( 4). A psicanálise

acaba por reforçar um aspect o árduo para a m ulher: a culpa pelos per calços e dissabor es v iv idos pelos

filhos. É tam bém nesse período que a fam ília se torna um a célula social que diferencia as vivências ent re o público e o pr iv ado, em que a for m ação do núcleo fam iliar é cent r alizada pelo am or m at er no at r av és dos afetos com partilhados. O espaço dom éstico, dessa form a, possui fort e conot ação fem inina.

A m ulher, atualm ente, enfrenta um a série de lim it ações par a equ ilibr ar su as m ú lt iplas f u n ções, encont r adas no m er cado de t r abalho e no que diz r espeit o à condut a social e “ o desem penho desses papéis não se dá de form a tranquila e sem conflitos, pelo fat o de ser, ainda, um a ‘t ransgressão’ ao ant igo

m odelo de com por t am ent o indiv idual e fam iliar ”( 5).

Cont udo, ainda se faz present e no ideal fem inino a r ealização de papéis socialm ent e esper ados, com o de m ãe e esposa, m as que concorrem com desej os de realização profissional e independência financeira. Para aprofundar as reflexões acerca da figura m a t e r n a , o co n ce i t o d e p a r e n t a l i d a d e( 6 ) a b a r ca

diversos fatores que constituem no indivíduo o cuidado sob r e a su a d escen d ên cia: r ecu r sos p sicológ icos individuais dos pais, car act er íst icas da cr iança e as font es de est resse e suport e present es no cont ext o em que est ão inseridos. Tendo com o pano de fundo esse conceito, dentre os aspectos citados que podem influenciar sua expressão, este trabalho discorre sobre o acom et im ent o m at erno por enferm idade m ent al – na qual um a de suas características está em afetar a qualidade das r elações afet iv as e fam iliar es. Pode-se co n si d e r a r q u e e ssa s m ã e s p o r t a d o r a s d e t r an st or n os m en t ais podem lan çar m ão de ou t r os e l e m e n t o s q u e l h e s g a r a n t a m o e x e r cíci o d a m a t er n i d a d e/ p a r en t a l i d a d e – a l ém d a ex cl u si v a qualidade da relação m ãe- filho.

Tendo em vista a com plexidade do fenôm eno da parentalidade, do transtorno m ental e com o esses f a t o r e s se r e l a ci o n a m , e st e t r a b a l h o o b j e t i v a co n h e ce r co m o m u l h e r e s co m d i a g n ó st i co d e t r an st or n o m en t al v iv en ciam a m at er n id ad e e se v eem com o m ães.

METODOLOGI A

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p e r ce b e , i n t e r p r e t a e n o v a m e n t e a g e( 7 ). Su a ocor r ência é m ediada pelos significados at r ibuídos pelo indivíduo e se dá ext erna e int ernam ent e: com o o u t r o e co n si g o m e sm o . Essa s i n t e r a çõ e s concom itantes são respostas m ediadas pelo olhar que define o m undo para a pessoa, pois evoca um a visão particular de m undo e da situação em curso ( interação interna) que resulta em ações com o outro ( interação externa) . I sso leva ao conceito de perspectiva, sendo pr ópr ia da int er ação e com par t ilhada na m esm a. A p er sp ect iv a se d ef in e at r av és d os m u it os p ap éis at uados pelo indivíduo e das m uit as out ras pessoas com quem int erage – pois possibilit a m uit os “ pont os de vista”. Na interação, as pessoas se fazem entender quando são capazes de assum ir o papel do outro, ao olhar pela perspect iva da out ra pessoa o indivíduo é capaz de t r ansm it ir o significado de sua ação e de poder com part ilhar significados com uns, quando sua im port ância est á present e para t odos os envolvidos na int eração.

Com o r ef er en cial m et od ológ ico, op t ou - se p ela Teor ia Fu n d am en t ad a em Dad os, p er m it in d o ab r an g er a ex p er iên cia d o su j eit o em r elação ao f e n ô m e n o e st u d a d o , p o r m e i o d a s i n t e r a çõ e s hum anas exist ent es, t rocas sim bólicas e significados par a a int er ação, o que possibilit a a const r ução de t e o r i a s a ce r ca d o o b j e t o “ co m b a se n o s d a d o s i n v e st i g a d o s, a o i n v é s d e t e st a r u m a t e o r i a j á

exist ent e”( 8). A Teoria Fundam ent ada em Dados pode

gerar a elaboração de conceit os t eóricos capazes de in t er p r et ar a ação em seu con t ex t o, a p ar t ir d a perspect iva dos part icipant es.

Foram definidos com o critérios para a seleção dos part icipant es da pesquisa: m ulheres port adoras de qualquer t ipo de t r anst or no m ent al, há m ais de um ano, que t iv essem ao m enos um filho na faix a et ária dos set e aos doze anos de idade, que fossem u su á r i a s d e u m ser v i ço p ú b l i co d e a t en d i m en t o am bulatorial em saúde m ental, da cidade de Ribeirão Pr e t o , SP, r e si d e n t e s n e sse m u n i cíp i o , m a i s pr ecisam ent e no Dist r it o Nor t e. Ent endeu- se que a diversidade das vivências advindas de diferentes tipos de transtornos m entais desse grupo possibilitou dados capazes de r et r at ar a com plex idade do f en ôm en o est udado. Com relação ao núm ero de part icipant es, considerou- se que, à m edida que ocorresse a análise d o s d a d o s, d e f a t o , se r i a o b t i d o o n ú m e r o d e p a r t i ci p a n t e s q u e co r r e sp o n d e sse à r i q u e za e v alor ização d os asp ect os sin g u lar es d o ob j et o d e

estudo, devido ao efeito de saturação. O núm ero final de part icipant es dest e t rabalho foi dez.

Ap ó s a se l e çã o d o s ca so s p o r m e i o d e pront uários, era feit o o cont at o t elefônico prévio, ou pessoalm ent e, quando se explicava sobre o t rabalho e era realizado o convite para a participação. Quando aceit o, ag en d av a- se u m h or ár io, g er alm en t e n os f in ais d e sem an a, m ed ian t e a d isp on ib ilid ad e d a en t r ev ist ada, em qu e a pesqu isador a se dir igia à r e si d ê n ci a d a p a r t i ci p a n t e . Esse p r o ce d i m e n t o possibilit ou a ot im ização da colet a, pois requereu o d eslocam en t o ap en as d a p esq u isad or a e t am b ém o f e r e ce u m a i o r e s ch a n ce s d e se co n se g u i r o ag en d am en t o com a p ar t icip an t e, o q u e f acilit ou en con t r á- l a em su a r esi d ên ci a, m u i t as v ezes n a r ealização de afazer es dom ést icos.

As e n t r e v i st a s d u r a r a m e m m é d i a 4 0 m inut os, t endo sido gravadas e t ranscrit as, m ediant e o consent im ent o livre e esclarecido. Foi desenvolvido um roteiro de entrevista sem iestruturada, aprim orado em est udo pilot o, no qual for am abor dados t em as relacionados ao t ranst orno m ent al, à m at ernidade e ao suport e social.

Após t r anscr ição das ent r ev ist as, a análise dos dados foi or ient ada pela Teor ia Fundam ent ada em Dados. Os dados for am div ididos em unidades m enor es, denom inados incident es, conceit ualizados e r e l a ci o n a d o s e n t r e si . Na co d i f i ca çã o a b e r t a , p r i m e i r a f a se d a a n á l i se , o s i n ci d e n t e s f o r a m codificados e com parados ent re si, est ando apt os a se r e m ca t e g o r i za d o s, u t i l i za n d o - se a p r ó p r i a linguagem dos dados. As subcategorias form aram um escopo m aior de inform ações advindas das conexões feit as ent r e os códigos aber t os, e const it uiu- se na co d i f i ca çã o a x i a l , e l a b o r a d a a p a r t i r d o q u e st i o n a m e n t o d o f e n ô m e n o : a s ca u sa s d a o co r r ê n ci a d o f e n ô m e n o ; o co n t e x t o e m q u e acont eceu; o que foi feit o pelos part icipant es quando acont eceu ( est rat égias) ; o que facilit ou ou dificult ou a s a çõ e s so b r e e sse f e n ô m e n o ( co n d i çõ e s in t er v en ien t es) e qu ais as con sequ ên cias da ação

sobre esse fenôm eno( 8).

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cat egor ias en con t r ar am - se r elacion adas e qu an do

em ergiu a t eoria referent e aos dados obt idos( 8).

ASPECTOS ÉTI COS

Para atender ao item I V da Resolução nº 196/ 96, do Conselho Nacional de Saúde, for am obt idas a u t o r i za çõ e s p a r a p e sq u i sa d o s l o ca i s o n d e ocorreram o est udo pilot o e a pesquisa e, inclusive, d a Coor d en ação Mu n icip al d e Saú d e Men t al e d a Secr et ar ia Municipal de Saúde. Post er ior m ent e, foi possível a subm issão ao Com itê de Ética em Pesquisa da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o ( EERP-USP, Prot ocolo nº 554/ 2005) . Seguindo os preceit os, t o d o s o s co n v i d a d o s t o r n a r a m - se p a r t i ci p a n t e s m ediant e consent im ent o livre e esclarecido.

RESULTADOS

As participantes tinham , em m édia, 34 anos, grau de inst rução at é o ensino m édio com plet o, t rês f i l h o s em m éd i a , 7 0 % v i v i a m em u n i ã o est á v el ( i n cl u i n d o - se ca sa d a s e a m a si a d a s) , 5 0 % desem pen h av am at iv idade ocu pacion al, den t r e as dem ais se encontram atividades com o donas de casa ( d o l a r ) o u a f a st a d a s ( e r e ce b e n d o b e n e f íci o previdenciário) . Com relação ao tem po de tratam ento t inha- se, em m édia, t rês anos e m eio e diagnóst icos com predom ínio dos transtornos afetivos e neuróticos ( F30, F40) e algum as com orbidades.

A cat eg or ia cen t r al: “ t en t an d o se en x er g ar p ar a per m anecer lut ando”

[ ...] e prá não volt ar prá lá ( ao est ágio inicial do

t ranst orno m ent al – not a da aut ora) , você tem que se agarrar,

ent endeu? É t ipo, você t er que se olhar no espelho e conseguir

se enxergar. Você t em que se enxergar ali independent e de

qualquer coisa, não é enxergar só a sua im agem , m as eu acho

que é um t odo ali prá conseguir perm anecer, lut ando de pé

( MÃE 1) .

Os r elat os das ent r ev ist adas cont ar am um percurso de vida com nuances sem elhant es ent re si, em que se t ornar m ãe de m odo inesperado era um a condição na qual se inst alava o sofr im ent o m ent al. Em lin h as g er ais, essas m u lh er es d em on st r ar am m aior vulnerabilidade aos event os de vida geradores d e cr i se s d o d e se n v o l v i m e n t o h u m a n o q u e ,

con sequ en t em en t e, con du zem ao desem pen h o de novos papéis sociais.

Na r ealidade t r azida por essas m ulher es, o f e n ô m e n o q u e n o r t e o u su a s e x p e r i ê n ci a s f i co u expresso pela cat egoria “ t ent ando se enxergar para p er m an ecer lu t an d o”, e, n essa con d ição, elas se e n co n t r a v a m se m t e r e scl a r e ci m e n t o s so b r e o t ranst orno m ent al do qual eram port adoras – sendo esse elem en t o p ar t e d o con t ex t o on d e ocor r eu o fenôm eno. Tam bém part icipou desse pano de fundo a avaliação que faziam do vínculo com os serviços e com os profissionais de saúde, sendo esses font e de i n f o r m a çã o e e scl a r e ci m e n t o , o u d e m a i o r d eso r i en t ação , f r en t e à n o v a r eal i d ad e d e v i d a, im pressa pelo t ranst orno m ent al.

Par t icipou da r ealidade dessas m ulher es a co n v i v ên ci a co m o t i p o d e a j u d a p r e st a d a p e l o m arido, que poderia ocorrer ou não. Quando se dava, poderia ser font e geradora de est resse, vist o que se t rat ava de m ulheres com elevado nível de exigência par a si e, consequent em ent e, par a os out r os, com relação às t arefas dom ést icas.

Fe ch o u e sse co n t e x t o d o f e n ô m e n o a per cepção do apoio fam iliar, o qual r epr esent ou a r e a t u a l i za çã o d e d o r e s e m o ci o n a i s co n t i d a s n a i n f â n ci a , o u d e a p o i o , d e a co r d o co m o q u e o s fam iliar es poder iam disponibilizar.

Em m eio a essa r ealidade, com o condição

causal do fenôm eno central, esteve a própria vivência

d o a d o eci m en t o, a b u sca d e ex p l i cação p ar a o s f a t o r e s p r e d i sp o n e n t e s p a r a o su r g i m e n t o d o t r a n st o r n o m e n t a l e , t a m b é m , d o s f a t o r e s d esen cad ean t es d o t r an st or n o, q u e cor r ob or ar am para que vivessem na busca para se enxergarem e per m anecer em lut ando.

Fortem ente associada a essa postura de luta

surgiu a categoria querendo dar cont a de t udo, quando

n ã o se p e r m i t i a m r e ce b e r a j u d a o u m e sm o se per ceber em em necessidade de.

Out r o elem ent o causal da ocor r ência desse

fenôm eno pairou sobre os conflit os no relacionam ent o

co n j u g a l, v i st o q u e a l g u m a s d e l a s r e l a t a r a m experiências de grande desgast e do relacionam ent o m arital, culm inando em rom pim entos violentos ( físicos e em ocionais) , ou na vivência t um ult uada em m eio à s m a n i f e st a çõ e s d o t r a n st o r n o m e n t a l e su a s decor r ên cias.

(5)

sociais e sent idos da m at ernidade, com os quais se encont raram im possibilit adas de cum prir, assum indo, d e ssa f o r m a , a s f e i çõ e s d e f a r d o – o p e so d a m a t e r n i d a d e . Co m r el a çã o a essa ca t eg o r i a , a s en t r ev ist adas apr esen t ar am em com u m o f at o de t erem vivido ao m enos um a gravidez não planej ada, com o u m a ex p er iên cia associad a a u m a u r g en t e necessidade de se encont r ar em diant e do ex er cício da m at er nidade.

Cont ando com a necessidade de t ent ar se enxergar em m eio ao contexto em que se encontraram in ser id as, e lid an d o com os f at or es ap r esen t ad os co m o ca u sa i s, p a r a q u e p u d e sse m p e r m a n e ce r lut ando com o t r anst or no m ent al fr ent e aos papéis que lhe cabiam desem penhar, as m ães por t adoras de t r anst or nos m ent ais lançar am m ão de algum as ações frent e à ocorrência desse fenôm eno.

Assi m , p a ssa r a m a o e n f r e n t a m e n t o d o t ranst orno m ent al, quando viveram ent re a adesão e

a desist ência do t rat am ent o, revelando t raj et ória de

idas e vindas aos serviços de saúde. À m edida que co n h e ce r a m m e l h o r a si m e sm a s, t a m b é m se m o st r a r a m ca p a ze s d e co n h e ce r o cu r so d o t r a n st o r n o e m su a s v i d a s, a sso ci a n d o e v e n t o s pessoais às crises ou m om ent os de piora do quadro.

Mom ent o esse em que dem onst ram o ent endim ent o

do curso do t ranst orno m ent al.

Out ro recurso que procuraram disponibilizar

par a lidar com o fenôm eno em er giu quando, t endo

out ras font es de apoio, essas m ulheres puderam se d e d i ca r u m p o u co m a i s a si , co n t a n d o co m a colaboração de vizinhos para auxiliarem no cuidado dos filhos e, assim , poderem ir à consulta m édica, ou m e sm o t e n d o a o se u l a d o p r o f i ssi o n a i s ( co m o psicólogos) que as auxiliaram a com preender t ant o o espect ro do desenvolvim ent o de seus filhos, quant o a si próprias em seu t ranst orno.

Ainda, com o est r at égia, buscar am inser ir o

t rabalho no cont ext o do t ranst orno m ent al, t endo em vist a ser um recurso ao qual puderam se agarrar e assim se sent irem m elhor. Por out ro lado, o t rabalho e as dif icu ldades par a se in ser ir em n ele pu der am indicar a gravidade do adoecim ent o m ent al.

Nas ações em p r eg ad as com o est r at ég i as f r e n t e a o f e n ô m e n o , e x i st i r a m co n d i çõ e s q u e int er fer ir am e que não est avam sob o cont r ole das

ent r ev ist adas, com o as r eper cussões do t r anst or no

m ent al no cot idiano, em que se deram conta de com o as m anifest ações do t r anst or no m ent al int er fer ir am e m su a s a t i v i d a d e s d i á r i a s e e m se u s

r e l a ci o n a m e n t o s. D e sse m o d o , a s p a r t i ci p a n t e s

acabar am sent indo- se v ulner áv eis aos im pact os do

t ranst orno m ent al, convivendo com o m edo de novas crises e/ ou com o desespero, advindo de t ent at ivas de suicídio.

Ad e m a i s, co m o f a t o r i n t e r v e n i e n t e , q u e r e v e r b e r o u so b r e a s a çõ e s t o m a d a s d i a n t e d o fenôm eno de t ent arem encont rar a si m esm as num a lut a individual e diár ia, est eve pr esent e a condição e m q u e p e r ce b e r a m o e st i g m a a sso ci a d o a o t ranst orno m ent al. Nesse sent ido, depararam - se com o est ig m a e in com p r een são d e p essoas p r óx im as co m o o s f i l h o s, co m p a n h e i r o , o v i zi n h o s. Ta i s con dições af et ar am sobr em an eir a o f en ôm en o em si, t en do em v ist a cr iar em im pedim en t os par a as ações em pr egadas.

As est r at ég ias ad ot ad as p ar a lid ar com o f e n ô m e n o a p r e se n t a d o co m o ca t e g o r i a ce n t r a l lev ar am a con seq u ên cias p ossív eis d essas ações,

recaindo, por exem plo, na condição em que apareceu

o t r an st or n o m en t al r ef let in do n os f ilh os, qu an do essas m ães p er ceb er am q u e a m an eir a com o se en con t r av am in t er f er ia n os r ecu r sos dos f ilh os ao lidarem com sit uações inesperadas de vida.

Ou t r a con seq u ên cia q u e esp er ar am ob t er

com suas ações era poder sim plesm ent e ir t ent ando

lev ar a v ida, disponibilizando- se a conviver com as m u d a n ça s d e co r r e n t e s d o t r a n st o r n o , a l é m d e desenvolverem m aneiras de lidar com o preconceit o ex i st en t e co n t r a aq u el es q u e p o r t am t r an st o r n o m ent al.

Observou- se que o fenôm eno foi perpassado pelos elem ent os apresent ados, no m ovim ent o dessas m ã e s a o t e n t a r e m se e n x e r g a r ( e m m e i o à s dem andas ext ernas e int ernas) para que pudessem p e r m a n e ce r l u t a n d o – co m o f e n ô m e n o ce n t r a l ident ificado, que reflet iu a vivência da m at ernidade com o port adoras de t ranst ornos m ent ais.

DI SCUSSÃO

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at r ib u ição d e f u n ções e ex p ect at iv as q u e r ecaem sobr e a m ulher e que ex er cem im por t ant e im pact o sobre a dinâm ica de vida pessoal e fam iliar.

A esse r espeit o, a m at er nidade com o ideal fem inino é um a construção social apoiada no aspecto

biológico( 4,9) que, nos dias de hoj e, ainda encont r a

ecos para reforçar a posição da m ulher com o cuidadora e r e sp o n sá v e l p e l o e sp a ço d o m é st i co , t a m b é m i d e n t i f i ca d a n a f a l a d a s m ã e s p o r t a d o r a s d e t r a n st o r n o s m e n t a i s, a s q u a i s a p o n t a r a m a m aternidade com o um evento “ norm alizador” da vida adult a, ou sej a, garant indo- lhes a realização de um a

expect at iva social relat iva ao gênero fem inino( 10- 11).

Ve r i f i co u - se q u e a s e n t r e v i st a d a s verbalizaram de m odo m ais enfát ico as dificuldades v i v e n ci a d a s e m a m p l o a sp e ct o ( e m se u s relacionam ent os com a fam ília, com o com panheiro, com o cot idiano perpassado pelo t ranst orno m ent al) . Ao abor dar em a m at er nidade t ender am r epr oduzir visões est ereot ipadas, vist o na cat egoria “ querendo d a r co n t a d e t u d o ” , e m b o r a t a m b é m t i v e sse m acr escen t ado “ o peso da m at er n idade”. Dev ido ao e st i g m a a sso ci a d o a o t r a n st o r n o m e n t a l , a m at er n i d ad e p ar a essas m u l h er es f o i m o t i v o d e questionam ento pessoal e social, quanto à capacidade

par a desem pen h ar os papéis a ela r eser v ados( 1 0 ),

b u scan d o d iscer n ir at é q u e p on t o lid av am com o est resse decorrent e dos sint om as de seu t ranst orno ou das dificuldades da relação m ãe- filho.

Segu n do o con ceit o de par en t alidade( 6 ), a

capacidade de exercício da função m at erna t am bém se paut a nas font es de est resse e suport e present es no contexto de vida do genitor, nas quais se incluem : o casam ent o, as redes sociais e de t rabalho.

A inserção do parceiro nos relat os das m ães ent r ev ist adas sur giu no cont ex t o em que se deu o fenôm eno, com o fat or “ t ipo de aj uda prest ada pelo m arido”, o qual assum iu duas possibilidades opost as: a de ocorrer ou não. Quando o com panheiro assum e at iv am ent e a pr est ação dos cuidados, isso se dav a p ela r ealização d as t ar ef as d om ést icas n ão m ais desem penhadas pela port adora de t ranst orno m ent al e t am b ém p ela p r ov isão d os b en s n ecessár ios à m anut enção da casa e dos m em bros da fam ília.

Ho u v e si t u a çõ e s e m q u e a p r e se n ça d o transtorno m ental acabou por precipitar o térm ino de um a união conj ugal frágil, sendo o transtorno m ental o pr et ex t o necessár io par a o seu r om pim ent o. Foi nesse cont ex t o que a fam ília de or igem v eio m ais f or t em en t e se f azer p r esen t e, p ar a p r ov isão d os cu i d a d o s e su p o r t e co m o s q u a i s e ssa s m ã e s contavam para a organização m ínim a de sua rotina e

espaço dom ést ico. Tem - se que a inserção da fam ília e d a r e d e d e a p o i o i n f o r m a l , co m o v i zi n h o s, é i n st r u m en t o i m p o r t an t e p ar a o f o r t al eci m en t o e realização dos cuidados nessas condições, t endo em v ist a as r est r ições apr esent adas pelos ser v iços de saúde e, em m aior am plitude, pela capacidade lim itada de as polít icas públicas abar car em adequadam ent e

essas dem andas( 12- 13).

Com o um dos elem ent os que const it uem a parent alidade, m ant endo- se em relação aos dem ais f at or es an t er i or m en t e m en ci on ad os, os r ecu r sos internos e a história de vida da m ãe tam bém fornecem dados sobre com o se dará a const rução das funções m at er n as.

Os r elat os ob t id os j u n t o às en t r ev ist ad as r e f e r e m co n co m i t â n ci a o u a g r a v a m e n t o d a s m a n i f est a çõ es d o t r a n st o r n o co m a v i v ên ci a d a gr av idez, em que a gest ação não planej ada e sua r e co r r ê n ci a sã o t r a zi d a s co m o si t u a çõ e s desest abilizador as na dinâm ica indiv idual e fam iliar das m ães ent r ev ist adas. Além disso, t em - se que a m u l h e r se e n co n t r a m a i s su sce t ív e l a o desenvolvim ent o dos t ranst ornos m ent ais no período puer per al, dev ido aos efeit os das ações hor m onais

desencadeadas pela gravidez( 14- 15).

Con clu i- se qu e as h ist ór ias das m ães qu e p ar t i ci p ar am d est e est u d o , seu s r el at o s em q u e con t am su as t r aj et ór ias e em com o t êm b u scad o r esg at ar a si p r óp r ias em m eio a esses ev en t os, den ot am a n ecessidade de se r econ h ecer em e se e n x e r g a r e m e m su a f u n çã o m a t e r n a p a r a q u e perm aneçam lutando com as lim itações im postas pelo t ranst orno m ent al.

Trat a- se de realidade específica e ao m esm o t em po com um a t ant as out r as m ulher es. Específica por se t rat ar de t em át ica ainda pouco explorada nos estudos científicos brasileiros, nem por isso de m enor relevância – t endo em vist a seu pot encial prevent ivo p a r a a a t en çã o e cu i d a d o r el a ci o n a d o s à sa ú d e m ent al.

Adem ais, o t em a apont a para a im port ância da adequação dos serviços de saúde m ent al frent e a essa dem anda, para que as vej am para além de seu lugar de port adoras de um t ranst orno m ent al.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

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cuidados e assist ência, post o que o indivíduo doent e – nessa denom inação vist o com o algo genérico – é antes de tudo um hom em ou um a m ulher, sobre quem , nessas condições, recaem expect at ivas e at ribuições so ci a i s co n st r u t o r a s d o p r o cesso sa ú d e- d o en ça . Dessa form a, a abordagem de t em as sobre a saúde m en t al d a m u lh er e m at er n id ad e, sob o en f oq u e

m et odológico ut ilizado no pr esent e est udo, v em se som ar a outros estudos publicados por este periódico, co n t r i b u i n d o , d e ssa f o r m a , p a r a a m p l i a çã o d o conhecim ento quer sej a na área de saúde m ental quer sej a n o qu e t an ge às est r at égias de in v est igação cient ífica, passíveis de serem ut ilizadas na pesquisa

com enfoque qualit at ivo( 8,15).

REFERÊNCI AS

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Referências

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