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Monitorando a polícia: um estudo sobre a eficácia dos processos administrativos envolvendo policiais civis na corregedoria geral da Bahia.

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Academic year: 2017

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N

I

* Pr of. da UFBA * * Pr of. da UFMG * * * Pr of. do I BMEC/ SP

M

ONITORANDO

A

P

OLÍCIA

:

UM

ESTUDO

SOBRE

A

EFICÁCIA

DOS

PROCESSOS

ADMINISTRATIVOS

ENVOLVENDO

POLICIAIS

CIVIS

NA

C

ORREGEDORIA

G

ERAL

DA

B

AHIA

Sa n d r o Ca b r a l * Alla n Cla u d iu s Q . Ba r b o sa * *

Se r g i o La z z a r i n i * * *

R

ESUMO

o âm bit o dos ser viços públicos, há um a cr escent e pr eocupação sobr e com o aum en-t ar a eficácia da or ganização gov er nam enen-t al, incluindo m aior es nív eis de en-t r anspa-r ência e anspa-r esponsabilização. No caso específico da seguanspa-r ança pública, sendo o panspa-r ó-pr io sist em a policial o r esponsáv el por ident ificar desv ios de condut a na socieda-de, esse pr ocesso t or na- se pr oblem át ico quando as disfunções ocor r em dent r o da est r ut u-r a da pu-r ópu-r ia cou-r pou-r ação. Nessa peu-r spect iv a, o pu-r esen t e est u do obj et iv a com pu-r een deu-r a dinâm ica dos pr ocessos adm inist r at iv os aber t os cont r a policiais civ is na Cor r egedor ia Ge-r al da SecGe-r et aGe-r ia de SeguGe-r ança Pública do Est ado da Bahia, no peGe-r íodo 2005/ 2006, t om an-do com o r efer ência a conclusão, ou não, an-dos pr ocessos. O car át er her m ét ico das or ganiza-ções policiais t ende a desest im ular a ex ecução de est udos que aj udem a com pr eender os f en ôm en os desse t ipo de cor por ação, f azen do com qu e sej a pou co com u m t r abalh os de pesqu isador es sobr e o t em a. O pr esen t e ar t igo pr ocu r a aj u dar a pr een ch er essa lacu n a, pr im eir am ent e, por m eio de um a discussão t eór ica que sit ua a delegação de aut or idade e os m ecanism os de influência nas or ganizações policiais. Em seguida, análises qualit at iv as e quant it at iv as r ealizadas em 143 pr ocessos suger em que at r ibut os de função, posição na hier ar quia e os r elacionam ent os desenv olv idos ao longo do ex er cício da at iv idade policial c o n t r i b u e m p a r a o r e t a r d a m e n t o d a c o n c l u s ã o d o s p r o c e s s o s a d m i n i s t r a t i v o s n a Cor r egedor ia Ger al. Assim , os r esult ados indicam que policiais par ecem usar de canais de in f lu ên cia f or m al ou in f or m al do sist em a, v isan do at en u ar a am eaça de pu n ição – u m a condut a, por t ant o, desalinhada com o int er esse público.

A

BSTRACT

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Introdução

o longo dos últ im os anos, foi possível obser var no agir público ( lei se est a-t al) de diver sas nações um a sér ie de m udanças engendr adas com o pr opó-sit o de r efor m ar bur ocr acias públicas. Nat ur alm ent e o Br asil não ficou alheio a esse m ov im ent o, sendo at ingido na década de 1990 por r efor m as que v isav am à plena inser ção do país ao cont ex t o em t r ansfor m ação. A t ent at iv a de r eposicion am en t o do Est ado, em blem at izada pelo Plan o Dir et or da Refor m a do Apar elho do Est ado do Gov er no Feder al e pelos pr ogr am as de pr iv at ização, pr o-cur ou consolidar um a for m a de at uação m ais or ient ada à efet iv idade das ações gover nam ent ais, incluindo um m aior gr au de t r anspar ência em suas ações e um a m aior delim it ação da sua abr angência e escopo.

Em gr ande m edida, essa lógica est eve or ient ada par a o que Kliksber g ( 1994) consider a com o a r edefinição do per fil do Est ado, v isando, dent r e out r os obj et i-v os, gar ant ir um a m elhor ia na qualidade dos ser i-v iços pr est ados ao cidadão. No caso br asileir o, hist or icam ent e a função de ser vidor público sofr eu im pact os, pois a influência na esfer a pública de t r aços pat r im onialist as ( FAORO, 1989) acabou t or nando essa figur a m uit o com bat ida. Est a é, com um ent e, car act er izada por sua ineficiência, pr ivilégios e cor r upção – o que, com efeit o, cont r ibui par a a am plifica-ção dos clam or es da sociedade par a a r ealizaplifica-ção de r ear r anj os na or ganizaplifica-ção e na pr est ação dos ser v iços públicos.

É nesse cont ext o que a r eflexão sobr e segur ança pública ganhou cr escent e im por t ância, devido ao seu im pact o dir et o na vida e convivência dent r o da socie-dade. No caso do sist em a policial br asileir o, a fr agilidade do m odelo v igent e é ev idenciada pela incapacidade t ant o em pr ov er o policiam ent o pr ev ent iv o e os-t ensivo – de com peos-t ência da polícia m ilios-t ar –, quanos-t o em r ealizar a invesos-t igação e a elucidação dos delit os – de r esponsabilidade da polícia civil. Par adoxalm ent e, t al cenár io conflit a com os pr incípios pr esent es no discur so das r efor m as engendr das no âm bit o da adm inist ração pública ( BRESSER- PEREI RA, 1998) , fundam ent a-das na eficiência e na r esponsabilização dos ent es públicos env olv idos.

Essa sit uação r efor ça o debat e acer ca da necessidade de nov os m ecanis-m os e pr ocediecanis-m ent os, not adaecanis-m ent e per pet r ados coecanis-m o advent o da Nova Adecanis-m inis-t r ação Pública a par inis-t ir da década de oiinis-t eninis-t a do século passado. Longe de ininis-t r odu-zir um car át er ideológico ao t em a ( FERLI E et al, 1999) , a incor por ação de um a pr át ica adm inist r at iv a consider ada adequada ao cont ex t o, do pont o de v ist a da gest ão pública, pode vislum br ar elem ent os associados ao apr ofundam ent o e cons-t icons-t u ição de m ecan ism os m oder n os de con cons-t r ole social, en cons-t en dido gen er icam en cons-t e pela par t icipação da sociedade no acom panham ent o da execução de polít icas pú-blicas, via avaliação sist em át ica de pr ocessos e r esult ados. Pode, t am bém , induzir a um a r eflex ão sobr e a r esponsabilização ( account abilit y ) . Nessa per spect iv a, a cap acid ad e d e r esp ost a d os g est or es p ú b licos d e seu s at os, acom p an h ad a d e m ecan ism os de san ção e/ ou pu n ição àqu eles qu e est ão à f r en t e das polít icas públicas, acaba por se t or nar r elevant e quando a t em át ica em discussão per pas-sa a gest ão da segur ança pública e seu apar at o nor m at ivo e funcional.

Par t e int egrant e de um a at ividade t ipicam ent e de Est ado ( BRESSER PEREI -RA, 1998) , as est r ut ur as policiais esboçar am algum as r eações com o for m a de se adequar ao cont ext o acim a. Tent at ivas de int egração das polícias ( BRASI L e ABREU, 2002) , exper iências no uso de t écnicas m enos calcadas no em pir ism o e no im pr o-v iso par a o policiam ent o ost ensio-v o e ino-v est igat io-v o ( SOARES, 2000) , buscas pela descent r alização e m unicipalização das polít icas de segurança pública ( FLYNN, 2007) e e m e r s ã o d e o r g a n i s m o s d e c o n t r o l e e x t e r n o s , t a i s c o m o o u v i d o r i a s e cor r egedor ias ( LEMGRUBER, MUSUMECI e CANO, 2003) , ilust r am algum as int en-ções de câm bio do st at us quo na dir eção desej ada pelas r efor m as ger enciais na adm inist r ação pública.

Nessa linha, as cor r egedor ias das for ças policiais figur am dent r e as iniciat ivas fom ent adas par a inibir condut as desviant es e punir indivíduos que t r ans-gr edir am os r egulam ent os das cor por ações. A am eaça de sanções pr opiciada

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las cor r egedor ias aos “ m aus policiais”, cont r ibuir ia, em t ese, para m aior es nív eis de r esponsabilização das for ças policiais com o um t odo; logo, ger ando incent ivos par a u m t r abalh o m ais efet iv o e de m aior qu alidade. De fat o, est u dos pr év ios ( LEMGRUBER, MUSUMECI e CANO, 2003) at est am as dificuldades de at uação des-ses ór gãos, r essalt ando o cor por at ivism o, car o às for ças policiais, com o algo que i n i b e m a i o r e s p a d r õ e s d e e f e t i v i d a d e d a s co r r e g e d o r i a s. Se n d o a p r ó p r i a cor r egedor ia par t e do sist em a policial, policiais com condut a desviant e podem se v aler das m ais div er sas t át icas par a r et ar dar ou inibir a conclusão de pr ocessos adm inist r at iv os cont r a eles.

Nesse sent ido, ut ilizando com o cont ex t o em pír ico a Cor r egedor ia Ger al da Secr et ar ia de Segu r an ça Pú blica do Est ado da Bah ia, con sider an do os an os de 2005 e 2006, o pr esent e ar t igo obj et iva ident ificar os fat or es que cont r ibuem par a que os pr ocessos adm inist r at ivos inst aur ados cont r a policiais civis sej am concluí-dos com encam inham ent o, ou não, de punições. As análises aqui em pr eendidas r ev est em - se de im por t ância pelo uso de dados r eais colet ados nos ar quiv os dos or ganism os de segur ança pública, algo pouco usual em função das dificuldades par a su a obt en ção, con t r ibu in do par a o pr een ch im en t o das lacu n as apon t adas por Dilulio ( 1996) – ligadas aos par cos esfor ços r ealizados por adm inist r ador es e econom ist as sobr e t em as ligados à j ust iça cr im inal – e por Walker ( 2006) , sobr e a necessidade de m aior es est udos sobr e account abilit y das for ças policiais.

A const r ução do r efer encial t eór ico foi paut ada pela idéia de que a at ividade policial é encar ada com o um pr ocesso de delegação de aut or idade por par t e da sociedade aos com ponent es das cor por ações policiais. Esse pr ocesso de delega-ção de aut or idade, ent r et ant o, é iner ent em ent e associado à possibilidade de desvio por par t e dos agent es, o que dever ia, em t ese, pr ecipit ar t odas as punições devidas. Policiais podem , ent r et ant o, valer se de canais de influência for m al ou infor -m al que per -m it a-m r et ar dar pr ocessos int er nos cont r a eles – indo, por t ant o, e-m fr anca cont r aposição aos anseios da sociedade. Em m eio a esse pr ocesso de influ-ência, discut em - se os papéis das funções ex er cidas pelos r espondent es dos pr o-cessos adm inist r at iv os e dos r elacionam ent os infor m ais ex ist ent es na at enuação ou p ot en cialização d e r ep r een sões d ecor r en t es d e t r an sg r essões aos cód ig os for m ais de com por t am ent o da cor por ação. Com o per cur so m et odológico, ut iliza-m os uiliza-m iliza-m odelo quant it at ivo par a analisar os dados de uiliza-m a ailiza-m ost r a de 143 pr o-cessos adm inist r at ivos inst aur ados cont r a policiais civis na Cor r egedor ia Ger al da Bahia, com vist as a avaliar fat or es r elacionados ao poder de influência do policial e seu im pact o sobr e a pr obabilidade do pr ocesso cont r a ele ser concluído ou não.

Dessa for m a, est e est udo j oga luz sobr e um a das dim ensões “ esquecidas” no debat e sobr e segur ança pública, qual sej a, o papel e o per fil do cor po funcio-n a l ( l e i a - s e s e r v i d o r e s ) , e m u m a m b i e funcio-n t e q u e t e m p r o f u funcio-n d o s d e s a f i o s or gan izacion ais par a ser em su per ados.

Para um Referencial Teórico: delegação

de autoridade e mecanismos de controle

de conduta em segurança pública

A necessidade de especialização, aliada à incapacidade de ex ecut ar t odas as at iv idades, r equer a delegação de aut or idade par a indiv íduos e or ganizações. Assim , com o for m a de evit ar soluções individualizadas par a os conflit os que em er -gem en t r e seu s com pon en t es, as sociedades bu scam delegar as at iv idades de segur ança pública e de j ust iça cr im inal a or ganizações ligadas ao Est ado, dent r o da concepção w eber iana de m onopólio est at al no uso legít im o da for ça.

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ifican-do- se um cenár io m ar cado pelo descom passo ent r e aqueles que possuem o dir ei-t o de esei-t abelecer as dir eei-t r izes e aqu eles qu e possu em o con ei-t r ole ef eei-t iv o das ações necessár ias ao cum pr im ent o dos planos delineados em inst âncias super io-r es ( CABRAL e LAZZARI NI , 2007) .

Par a su av izar os ef eit os d esse f en ôm en o, o p r in cip al p od e d esig n ar u m super visor par a m onit or ar as condut as dos agent es. Apesar de ser um im por t ant e m ecanism o par a at enuação das infor m ações assim ét r icas, t al pr át ica ainda susci-t a quessusci-t ionam ensusci-t os nos m ais div er sos segm ensusci-t os. Alchian e Dem sesusci-t z ( 1972, p. 781- 782) , ao analisar em a r elação ent r e m em br os de um a equipe de pr odução quest ionam : “ w ho w ill m onit or t he m onit or ?”. Debr uçado sobr e a t em át ica da r es-pon sabilidade de m em br os do poder j u diciár io, Capelet t i ( 1 9 8 3 ) in daga: “ w h o w at ches t he w at chm en?”. Lem gr uber, Musum eci e Cano ( 2003) , por sua vez, ao analisar em os m ecanism os de cont r ole das policias br asileir as per gunt am : “ Quem vigia os vigias?” Assim , no cont ext o aqui analisado, se é o pr ópr io sist em a policial o r esponsáv el por ident ificar desv ios de condut a na sociedade, t al pr ocesso t or -na- se pr oblem át ico quando os desvios ocor r em dent r o da pr ópr ia polícia. Dest ar t e, ouv idor ias e cor r egedor ias const it uem - se em aspect os fundam ent ais par a a ga-r ant ia do cont ga-r ole da efet iv idade dos oga-r ganism os de seguga-r ança pública e paga-r a a m it igação de condut as im pet r adas por par t e de agent es policiais que, ev ent ual-m ent e, possaual-m ir de encont r o às pr eual-m issas basilar es do Est ado Deual-m ocr át ico de Dir eit o m oder no. O r efor ço da r esponsabilização ( account abilit y ) e dos m ecanis-m os de cont r ole social pr opor cionado por cor r egedor ias e ouvidor ias pode, assiecanis-m , v iabilizar t ant o a gov er nabilidade dem ocr át ica, ent endida com o a capacidade do sist em a dem ocr át ico de se aut o- gover nar, quant o a pr ópr ia dim ensão gover nança, ligada à pr ópr ia habilidade de ação est at al na im plem ent ação de polít icas públicas ( PRATS I CATALA, 1998) .

Sendo o pr ocesso de apur ação e punição de ir r egular idades de r esponsabi-lidade do pr ópr io sist em a de segur ança pública, é possív el que indiv íduos com condut as desv iant es dent r o da or ganização policial ut ilizem canais de influência int er nos par a at ingir r esult ados visando seu pr ópr io aut o- int er esse, o que no nosso cont ext o específico r eflet e o uso de ações par a r et ar dar a conclusão de pr ocessos levados à Cor r egedor ia. O r efer encial t eór ico de poder e polít ica em or ganizações suger e diver sas for m as pelas quais t ais m eios de influência podem ser est abeleci-dos ( VREDENBURGH e MAURER, 1984; PFEFFER, 1992; JONES, 2001) . Segundo esse r efer encial, or ganizações são car act er izadas por um a dinâm ica social env olv endo at or es que buscam cr iar e se valer de font es de poder par a benefícios pr ópr ios ou de gr upos par t icular es.

Al g u n s a u t o r e s v ê e m e sse p r o ce sso co m o p a r t e i n t e g r a n t e d a v i d a or ganizacional; um m ecanism o pelo qual decisões são negociadas e ex ecut adas dent r o de um a colet ividade suj eit a a elevados níveis de incer t eza sobr e os possí-veis cam inhos a seguir ( por exem plo, PFEFFER, 1992) . Out r os acadêm icos j á vêem a possibilidade de poder e polít ica or ganizacionais com o m eios pelos quais at or es buscam e defendem seu aut o- int er esse ( VREDENBURGH e MAURER, 1984; FERRI S, RUSS e FANDT, 1989) . Sob essa per spect iva, at or es podem despender t em po e esf or ço em ações qu e se m ost r ar am con t r ár ias ao obj et iv o da or gan ização de um a for m a m ais am pla ( CROZI ER, 1964) . Os cust os de t ais ações podem envolver não apenas t em po e esfor ço envolvidos em at ividades de influência, m as t am bém lev ar a per das, t angív eis ou int angív eis, der iv adas do desalinham ent o ent r e os r esult ados obt idos pela or ganização e pelos seus obj et iv os inicialm ent e alm ej a-dos ( MI LGROM e ROBERTS, 1990) . Est ua-dos em pír icos ver ificam que, de fat o, pes-soas nas or ganizações vêem a at ividade de influência polít ica com o um pr ocesso m uit o fr eqüent e e de pot encial im pact o par a a efet ividade or ganizacional ( GANDZ e MURRAY, 1980) .

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m ecanism os que ocor r em t ant o na par t e for m al da or ganização – hier ar quias de aut or idade, padr ões de especialização de funções et c. – quant o na par t e infor m al – r elações sociais e gr u pos qu e se est abelecem ao lon go do t em po. Segu in do essa linha, concor dam os que pessoas podem const r uir poder dist int ivo de influen-ciar decisões int er nas valendo- se de canais for m ais ou infor m ais na or ganização. No âm bit o for m al, a font e m ais nat ur al de poder é a pr ópr ia posição do indiví-duo na hier ar quia. Pessoas com car gos m ais elev ados t êm , nat ur alm ent e, m aior aut or idade for m al par a decidir e cont r olar pr ocessos int er nos ( JONES, 2001) . No nosso cont ex t o, policiais com car gos m ais elev ados na hier ar quia ou ocupando car gos de confiança, por est ar em m ais for t em ent e ligados às cúpulas da or ganiza-ção, t endem a apr esent ar m aior capacidade de int er locução j unt o aos r esponsá-veis pela análise dos pr ocessos e de influenciar subor dinados de for m a a dificult ar ou coibir a obt enção de pr ovas cr im inais que ponham em r isco sua posição ou de seus super ior es que o indicar am par a o car go.

De for m a sim ilar, a lit erat ura t em discut ido com o os at r ibut os for m ais da fun-ção do indivíduo – qual o seu papel e qual o seu t ipo de especializafun-ção – podem afet ar o poder de influência. A especialização do indivíduo per m it e m aior ou m enor conhecim ent o e cont r ole sobr e t ar efas dent r o da or ganização ( FRENCH e RAVEN, 1960) . É assim que policiais, em funções nas quais o cust o par a se obt er pr ovas cont ra desvios com et idos sej a elevado, ou t enham m aior capacidade de influenciar a sua colet a, t endem a possuir m aiores inst rum ent os para ret ardar o andam ent o de pr ocessos lev ados à Cor r egedor ia.

No âm bit o inform al, por sua vez, há um a am pla discussão sobre os canais de influência que podem ser est abelecidos por m eio de redes de relacionam ent os int er-nos na organização ( KRACKHARDT e HANSON, 1993) . Tais relacionam ent os podem represent ar um a font e de poder além do que é definido pelos at ribut os da função ou pela posição na hierarquia ( PFEFFER, 1992) . Pessoas com um m aior leque de cont at os int ernos – relações para t roca de inform ações, relações de am izade et c. – podem t er um a m aior habilidade de acessar e cont rolar o fluxo de inform ações na or ganização ( KRACKHARDT, 1990) . No nosso caso específico, os r elacionam ent os const ruídos por um policial podem represent ar um m eio de obt er inform ações sobre a dinâm ica dos processos adm inist rat ivos nos quais est ej a envolvido, com o form a de est rut urar suas est rat égias de defesa ou at é m esm o de const ruir m ecanism os par a obst r ução ou r et ar dam ent o de det er m inadas inv est igações.

Ao adot ar est as t át icas de in flu ên cia in t er n a e con st r u ir poder for m al ou infor m al dent r o da or ganização, policiais podem neut r alizar am eaças de punição e r edu zir su bst an cialm en t e a ef icácia dos pr ocessos adm in ist r at iv os ex ecu t ados. Ecoando as pr eocupações de Faor o ( 1989) , int er esses pr ivados inser idos no con-t ex con-t o d as esf er as p ú b licas p od em g er ar r esu lcon-t ad os d esalin h ad os ao esp er ad o pela sociedade. Cabe dizer que t al sit uação se opõe à nov a lógica ger encial que se m ost r a necessár ia, a fim de super ar os desafios exacer bados pelo cr escim ent o das ex pect at iv as indiv iduais dos usuár ios e pela necessár ia pr est ação de cont as e r esponsabilização dos agent es públicos ( TROSA, 2001) . Nesse cenár io, t or na- se pr em ent e o ent endim ent o de um a das figur as de m onit or am ent o que com põem o apar at o de segur ança pública, a Cor r egedor ia, consider ando a dinâm ica r ecent e de u m a das u n idades da Feder ação, o Est ado da Bah ia, em seu s pr ocessos e at r ibuições. Som e- se a isso a inser ção desses at or es na dinâm ica de sit uações con sider adas desv ian t es de su as fu n ções u su ais, sej a ex er cen do su a in flu ên cia na sit uação, sej a oper ando à luz de um apar at o que r efor ça sua posição em det r i-m ent o do que esper a a sociedade.

A Corregedoria na Polícia Civil na Bahia e suas

Atividades

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pessoas e do pat r im ônio, at r av és dos seguint es ór gãos: Polícia Feder al, Polícias Rodoviár ia e Fer r oviár ia Feder al, Polícias Civis, Polícias Milit ar es e Cor pos de Bom -beir os Milit ar es. Subor dindas aos Est ados da União, as policias civis execut am as funções de polícia j udiciár ia, incluindo a apur ação de infr ações penais, ex cet o as m ilit ar es ( BRASI l, 1988) .

Com a finalidade de apur ar as denúncias r ealizadas cont r a os seus com po-nent es, as cor r egedor ias sur gem com o unidades específicas par a lidar com essas qu est ões. A au t on om ia dos Est ados per t en cen t es à Feder ação Br asileir a t or n a possív el a ex ist ência de difer ent es m odelos de cor r egedor ia. Nessa linha, apesar das exper iências r elat ando cor r egedor ias unificadas, com o a do Est ado do Cear á ( GOMES FI LHO e out r os, 2006) , na m aior par t e das vezes, obser va- se a exist encia de cor r egedor ias especifícas par a cada função com ponent e do sist em a de segr ança pública, o que aum ent a a psegr obabilidade de insulam ent o e psegr essões de nat u-r eza cou-r pou-r at ivist as ( LEMGRUBER, MUSUMECI e CANO, 2003) . No Est ado da Bahia, em par t icular, ver ifica- se a exist ência de quat r o cor r egedor ias, um a para cada for-ça policial: Polícia Civil, Polícia Milit ar e Polícia Técnica, e um a Cor r egedor ia Ger al, desv in cu lada das cor por ações.

No caso específico da Policia Civ il baiana, as denúncias de t r ansgr essões ef et u adas pelos m em br os da or gan ização n or m alm en t e são r egist r adas dir et a-m ent e pela par t e que se sent iu pr ej udicada dir et aa-m ent e na cor r egedor ia set or ial, um a vez que as pr essões cor por at ivas fazem com que dificilm ent e um policial lot ado em um a delegacia de polícia com um r egist r e um a denúncia cont r a um com panhei-r o de ppanhei-r ofissão.

O cam in h o par a qu e ev en t u ais con du t as desv ian t es lev em à pu n ição do policial é r elat iv am ent e longo. I nicialm ent e, é r ealizada um a apur ação pr elim inar par a av er igu ação da su st en t abilidade dos f at os r elat ados. Na in ex ist ên cia dos r equisit os m ínim os par a a cont inuidade do r it o, o pr ocesso é ar quivado; caso con-t r ár io, inscon-t aur a- se um a com issão de sindicância par a gar ancon-t ir o dir eicon-t o de am pla defesa do policial acusado, cuj o pr azo de conclusão é de at é 60 dias ( ARAUJO e TOURI NHO, 2008) . Requisit os legais ( exigências t écnicas par a for m ação de com is-sões e din âm ica do pr ópr io pr ocesso) e pr esis-sões de n at u r eza in f or m al af et am dir et am ent e os r esult ados da sindicância, não evit ando que absolvições, ou puni-ções, ocor r am de for m a inj ust a.

Caso as punições suger idas pela com issão de sindicância im pliquem em san-ções su p er ior es à su sp en são d e 3 0 d ias, in clu in d o su g est ão d e d em issão p or pr át ica de cr im es passiveis de condenação na esfer a penal, por for ça de lei, há a necessidade de inst aur ação de um pr ocesso adm inist r at ivo disciplinar ( PAD) a ser conduzido no âm bit o da Cor r egedor ia Ger al, ór gão subor dinado dir et am ent e ao gabinet e do Secr et ár io de Segur ança Pública, cr iado em dezem br o de 2002. No ent ant o, apesar das com issões da Cor r egedor ia Ger al não est ar em dir et am ent e subor dinadas à policia civil, os m em br os que analisam e const r oem os par ecer es são par t e int egr ant e da cor por ação. A inexist ência de um a com issão m ist a for m a-da por pr ofission ais dos dem ais ór gãos de segu r an ça do Est ado, dessa for m a, n ã o a ca b a p o r co m p l e t o co m a s p o ssi b i l i d a d e s d e co n d u t a s co r p o r a t i v a s. Ret or nando ao r efer encial t eór ico de supor t e, t em os aqui um a sit uação na qual o agent e, que dever ia ser m onit orado, é na ver dade seu pr ópr io m onit or.

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d e d escon f or t o t an t o d os m em b r os d as com issões q u an t o d os d en u n cian t es, pot encializando o sent im ent o de im punidade.

Em m eio a t ant as dificuldades, não causa espant o o fat o de que r ar am ent e há conclusão dos PADs nos 120 dias pr ev ist os em lei, sobr et udo quando cer t as con dições pecu liar es est ão pr esen t es, con for m e cor r obor ado adian t e n as an áli-ses quant it at ivas. À luz dessa discussão, e sit uando o lócus da pesquisa, é possí-vel seguir com o per cur so m et odológico dest a exper iência.

Procedimentos Metodológicos

Metodologia

A escolh a dos pr ocedim en t os m et odológicos dest e est u do t r ou x e à t on a um a im por t ant e r eflexão acer ca da ar t iculação ent r e difer ent es alt er nat ivas asso-ciadas ao est udo do fenôm eno em t ela. Confor m e obser vam Schr ader e Sell ( 1978, p.26) , “ cada passo m et odológico im por t ant e da inv est igação dev e ser r elat ado a fim de per m it ir um cont r ole int er subj et ivo dos r esult ados”. Na definição de um t em a e pr oblem a de pesquisa, escolha do t ipo e est r at égia adequados ( incluindo def in ição da u n idade de an álise) e pr epar ação par a colet a de dados, Lav ille e Dionne ( 1999, p.111) cham am at enção par a o fat o de que “ a ex eqüibilidade de um a pesquisa pode t am bém depender da disponibilidade dos dados”.

Nesse sent ido, t or na- se um desafio ao pesquisador conciliar difer ent es agen-das env olv iagen-das na et apa de colet a de dados, em função do t em po de r ealização do est udo. Cor r obor ando essa idéia, Quivy e Cam penhoudt ( 1998, p. 37) r elem br am que o “ invest igador deve assegur ar se de que os seus conhecim ent os, m as t am -bém os seus r ecur sos em t em po, dinheir o e m eios logíst icos, lhe per m it ir ão obt er elem ent os de r espost a válidos”. Para isso, o planej am ent o da colet a de dados e a pr epar ação dos inst r um ent os a ser em ut ilizados são fundam ent ais par a a obt en-ção das infor m ações necessár ias.

Assim , n est a in v est igação, a opção por u m a an álise dos f at or es qu e le-v am à conclusão dos pr ocessos adm inist r at ile-v os ( PAD´ s) , com binando ele-v idências d e n at u r eza q u alit at iv a e qu an t it at iv a, t or n ou - se a m ais apr opr iad a. Seg u n d o Yin ( 1 9 9 4 ) , a m escla d esses d ois elem en t os r ev est e a in v est ig ação d e m aior r ob u st ez e con f iab ilid ad e.

Nesse sen t id o, con st r u iu - se in icialm en t e u m a b ase d e d ad os con t en d o in f or m ações de 1 4 3 pr ocessos adm in ist r at iv os in st au r ados n a Cor r egedor ia Ge-r al, em 2 0 0 5 e 2 0 0 6 , con t Ge-r a in d iv íd u os p eGe-r t en cen t es aos q u ad Ge-r os d a Policia Civ il. Essa am ost r a r ef er e- se a casos qu e a Cor r egedor ia set or ial su ger iu pe-n as su per ior es a 3 0 dias de su spepe-n são. Os dados f or am com pilados por fupe-ncio- funcio-nár ios da Cor r egedor ia ent r e out ubr o e dezem br o de 2007.

Às an álises q u an t it at iv as, som am - se en t r ev ist as sem i- est r u t u r ad as r ea-lizadas j u n t o a m em br os per t en cen t es ao cor po da Cor r egedor ia, a in div ídu os at u an t es em at iv idades de in t eligên cia da cor por ação e em f u n ções oper acion ais, com o in t u it o de se com pr een der a m an eir a com o os su j eit os en v olv idos in t er -pr et am os f at os ( GODOY, BANDEI RA- DE- MELLO e SI LVA 2 0 0 6 ) . Com o f or m a de possibilit ar aos au t or es u m a m aior f am iliar ização com as pr át icas sociais ( SROUR, 2 0 0 5 ) de u m a or gan ização h er m ét ica e n ão pou co af eit a à t r an spar ên cia, u t ili-zou - se em algu n s m om en t os o r ecu r so de en t r ev ist as de car át er in f or m al ( GI L, 1 9 9 5 ) . Nessa lin h a, as con v er sações n ão f or am gr av adas de m an eir a a ev it ar om issão d e in f or m ações r elev an t es p or p ar t e d os en t r ev ist ad os.

Procedimento de análise quantitativa

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exem plo de análise de “ hist ór ia de event o”, ou event hist or y analysis ( BLOSSFELD e ROHWER, 2002) . Nest e caso, a v ar iáv el dependent e r efer e- se ao fat o de um pr ocesso ser concluído ou não, desej ando- se igualm ent e v er ificar os fat or es que afet am a pr obabilidade de conclusão. Confor m e colocado por Allison ( 1984) , um a das t écnicas par a se analisar dados de event os com o os nossos envolve o uso de m odelos de r egr essão de escolha dicot ôm ica, com o os conhecidos m odelos Pr obit e Logit1.

Opt ou- se, nest e est udo, por ut ilizar o m odelo Pr obit .2 Esse m odelo faz par t e de u m a classe ger al de m odelos de pr obabilidade cu j a v ar iáv el depen den t e é dicot ôm ica ( JOHNSTON e DI NARDO, 1997) . No cont ext o dest e est udo, denot ando-se cada obando-ser vação ( pr ocesso cont r a o policial) por i, t em - ando-se a ando-seguint e r elação:

Pr ob( Pr ocesso concluídoi = 1) = Ο(ΞΞΞΞΞiβββββi) ,

onde Ö é a dist r ibuição nor m al cum ulat iva padr onizada, Xi indica o vet or de var

iá-v eis ex plicat iiá-v as e de cont r ole, e βββββi r efer e- se ao v et or de coeficient es a ser em est im ados. A est im ação se dá v ia m áx im a v er ossim ilhança. Par a cont r olar por possív eis pr oblem as de h et er oscedast icidade, os er r os- padr ão dos coef icien t es dev em ser calculados com base no est im ador r obust o pr opost o por Huber - Whit e ( WOOLDRI DGE, 2006) .

Ressalt am os que, inicialm ent e, t ent am os r ecor r er a um m odelo em dois es-t ágios ( ANGRI ST e I MBENS, 1995) , avaliando não som enes-t e faes-t or es que far iam um pr ocesso ser concluído ou não, m as t am bém elem ent os que afet ar iam a pr obabi-lidade do policial ser condenado ( condicional ao seu pr ocesso t er sido concluído) . En t r et an t o, dado qu e em n ossa am ost r a o n ú m er o de pr ocessos con clu ídos é r elat iv am ent e baix o, não hav er ia gr aus de liber dade suficient es par a fazer análi-ses som ent e com base nos pr ocessos que for am concluídos ( 39) . Por isso, opt ou-se por focar nossa análiou-se no pr im eir o est ágio do pr ocesso – ist o é, ou-se o caso foi concluído ou não.

Variáveis

Com o for m a de com pr eender o gr au de influência do policial, a est r at égia de análise envolve a busca de um a var iável obser vável – se o pr ocesso aber t o cont r a o policial foi con clu ído ou n ão – associada aos possív eis fat or es qu e poder iam in flu en ciar a pr obabilidade de con clu são dos pr ocessos adm in ist r at iv os. Den t r e esses f at or es, d est acam os u m gr u po de v ar iáv eis ex p licat iv as – der iv adas d o r efer encial t eór ico discut ido na seção 2 – e um gr upo de v ar iáv eis de cont r ole, descr it as a seguir.

Va r iá ve l de pe n de n t e

Ut ilizou- se com o var iável dependent e a var iável dicot ôm ica denom inada pr o-cesso concluído. Essa var iável assum e valor 1 se o pr oo-cesso cont r a o policial foi concluído e 0 se o pr ocesso não foi concluído at é dezem br o de 2007 ( dat a de fim da colet a de dados) . Nesse caso, com base na r evisão t eór ica ant er ior m ent e r ea-lizada, assum iu- se que quant o m aior o poder de influência do policial, m aior a pr obabilidade de que o policial consiga at r asar e at é m esm o im pedir a conclusão do seu pr ocesso. Assim , a var iável pr ocesso concluído est ar ia inver sam ent e r elaci-onada ao poder de influência do policial.

1 O Modelo Logit envolve um a var iável de r espost a binár ia no qual a pr obabilidade de r espost a é um a

função aleat ór ia logíst ica padr ão, avaliada em um a função linear das var iáveis explicat ivas. Já num m odelo Pr obit , a pr obabilidade de r espost a est á r elacionada a um a função de dist r ibuição cum ulat iva nor m al padr ão ( WOOLDRI DGE, 2006) .

2 Adicionalm ent e ut ilizou- se, par a v er ificar a r obust ez dos nossos r esult ados, o m odelo Logit . A

(9)

Os dados apont am que, de fat o, o pr incipal pr oblem a est á na dem or a de conclusão do pr ocesso. Dos 143 pr ocessos aber t os, apenas 39 for am concluídos, ou sej a, cer ca de 73% dos pr ocessos ainda encont r avam - se em t r am it ação à épo-ca da colet a dos dados, super ando, assim , o pr azo legal de 120 dias par a sua conclusão. Dest es, 29 pr ocessos, cer ca de 71% r esult ar am em condenação. As-sim , na m aior ia dos pr ocessos concluídos, o policial é de fat o condenado. A pr oba-bilidade de condenação engendr a, dessa m aneir a, for t es incent ivos par a r et ar dar ao m áxim o a conclusão do pr ocesso.

V a r iá ve is e x plica t iva s

De for m a alinhada com o r efer encial t eór ico de supor t e, for am consider ados t r ês gr upos de v ar iáv eis com seus r espect iv os at r ibut os que poder iam afet ar o poder de influência do policial e, por conseguint e, sua habilidade de r et ar dar a conclusão do pr ocesso: at r ibut os for m ais da função, posição na hier ar quia e r edes de r elacionam ent os desenvolvidos ao longo do t em po.

No pr im eir o gr upo ( at r ibut os da função) , for am consider adas as seguint es v ar iáv eis:

a) Agent e de Polícia e Delegado. São var iáveis dicot ôm icas que indicam a fun-ção do policial, assu m in do v alor 1 se o policial at u a com o agen t e e delegado, r espect iv am ent e. Ex ist e um a t er ceir a cat egor ia usada com o base par a as análi-ses, qual sej a, se o policial at ua com o escr ivão na delegacia. Assim , os efeit os das var iáveis agent e de polícia e delegado per m it em avaliar com o o fat o do policial ser agent e e delegado, r espect ivam ent e, afet a a pr obabilidade de que o pr ocesso ser concluído acim a da pr obabilidade- base v er ificada no caso dos policiais que são escr ivões. Espera- se, em par t icular, que o efeit o da var iável agent e de polícia sej a negat iv o. Com par at iv am ent e a indiv íduos que at uam especificam ent e dent r o das delegacias, é m ais difícil e cust oso colet ar pr ovas cont r a agent es de polícia. At uan-do no cam po, m uit as vezes de for m a isolada e sem m aior es conexões com out r as esfer as da or ganização, as condut as dos agent es de polícia t endem a ser m enos obser v áv eis e v er if icáv eis. Assim , esper a- se qu e pr ocessos con t r a agen t es t e-n h am u m a m ee-n or pr obabilidade de coe-nclusão, com par at iv am ee-n t e ao caso- base d os escr iv ões. No caso d e d eleg ad os, t am b ém esp er am os q u e o ef eit o d essa f u n ção sobr e a pr obabilidade de con clu são do pr ocesso sej a n egat iv o. Em bor a delegados t r abalhem em gr ande par t e dent r o das delegacias, a nat ur eza de sua função pr opor ciona m aior cont r ole sobr e infor m ações que cir culam dent r o da or -ganização – inclusive infor m ações que poder iam aj udar na conclusão do caso.

b) Função oper acional. É out r a var iável dicot ôm ica que assum e valor 1 se o policial exer ce função oper acional na cor por ação, ou sej a, se o individuo est á inse-r ido nas at ividades- fim da oinse-r ganização, ligadas à invest igação de delit os, à inse-r eali-zação de diligências e ao cum pr im ent o de m andados j udiciais. Esper am os que o efeit o dessa v ar iáv el sobr e a pr obabilidade de conclusão do caso sej a posit iv o. Policiais at uando em funções oper acionais – com par at iv am ent e a funções de cu-nho ger encial – t endem a t er m enos acesso e cont r ole de infor m ações que pode-r iam lev apode-r à conclusão do ppode-r ocesso, j ust am ent e popode-r est apode-r em absopode-r v idos com as at ividades de cam po e, em t ese, em m enor cont at o com as esfer as adm inist r at i-vas int er nas r esponsáveis pela t r am it ação dos pr ocessos. Assim , t ender iam a t er m enor capacidade de r et ar dar ou im pedir que o pr ocesso sej a concluído.

(10)

condena-ção de um indiv íduo t r ansgr essor poder ia afet ar m últ iplos int er esses, aum ent an-do, assim , as chances do pr ocesso ser pr ot elado ao m áxim o.

No segundo gr upo ( posição na hier ar quia) , consider ou- se a v ar iáv el car go com issionado, que capt ur a o efeit o da posição for m al do policial na hier ar quia da or ganização. Ao ex er cer em funções de dir eção e assessor am ent o, policiais com car go com issionado possuem m aior es poder es de decisão e influência sobr e os desígnios da or ganização. Em adição, a conclusão de um pr ocesso adm inist r at ivo e a con seqü en t e con den ação desses in div ídu os podem af et ar n egat iv am en t e o indiv iduo ou agr upam ent o r esponsáv el por sua indicação ao car go. Não se pode esqu ecer, igu alm en t e, qu e o poder exer cido por pessoas n essas posições pode const r anger a efet ividade dos t r abalhos das com issões de invest igação, por cont a das pr essões int im idat ór ias e das possibilidades de fut ur as r et aliações por par t e daqueles que est ão em posições pr iv ilegiadas na hier ar quia. A conclusão de um pr ocesso e a conseqüent e condenação de um ocupant e de car gos de confiança podem at ingir, t am bém , os r esponsáv eis por sua indicação, lot ados em escalões super ior es. Por essas r azões, acr edit am os que a conclusão do pr ocesso est á ne-gat iv am ent e cor r elacionada ao ex er cício de car go com issionado.

No t er ceir o gr upo ( r elacionam ent os) , idealm ent e, pr ocur o se t ent ar capt u-r au-r o efeit o dos u-r elacionam ent os do policial m ensuu-r ando os laços de am izade e influência est abelecidos na cor por ação. Ent r et ant o, t ais dados não são disponí-veis, especialm ent e no caso de bases obt idas em ar quivo, com o a nossa. A lit er a-t ur a, ena-t r ea-t ana-t o, suger e que o desenvolvim ena-t o de laços sociais é função da his-t ór ia de um dehis-t er m inado indivíduo em seu conhis-t exhis-t o social ( GRANOVETTER, 1985; SEABRI GHT, LEVI NTHAL e FI CHMAN, 1992) . Dest ar t e, é razoável supor que policiais com um longo t em po de ser viço, em par t icular, t ender ão a possuir um m aior nexo de r elações sociais est abelecidas na or ganização. Par a capt ur ar esse efeit o, ut ili-zou- se a var iável t em po de ser viço, indicando o núm er o de anos que a pessoa est á at uando na polícia. Foi incluído, t am bém , o quadr ado dessa var iável – t em po de ser v ico2 – v isando capt ur ar efeit os não- linear es. Par a at enuar ev ent uais pr oble-m as de oble-m ult icolinear idade, dado que a var iável e o seu valor ao quadr ado t endeoble-m a ser cor r elacionados, ut ilizam os a t écnica pr opost a por Aiken e West ( 1991) e ext r aím os a m édia da var iável ant es de elevá- la ao quadr ado. Feit as as conside-r ações m et odológicas que o obj et o exige, a expect at iva é que policiais com m aioconside-r t em po de ser v iço t enham m aior poder de influência na or ganização e, com isso, consigam r et ar dar a conclusão do pr ocesso. Tal sit uação poder ia ser ver ificada de duas for m as: um sinal negat ivo de t em po de ser viço e um efeit o não- significat ivo do seu valor ao quadr ado; ou um sinal não- negat ivo ( posit ivo ou nulo) de t em po de ser viço e um efeit o negat ivo do seu valor ao quadr ado ( indicando que o efeit o do r et ar dam ent o ocor r e m ais for t em ent e no caso de policiais com t em po de ser vi-ço m uit o elevado) .

V a r iá v e is de con t r ole

Diversos out ros fat ores podem afet ar a probabilidade de que o processo será concluído ou não. A não inclusão desses fat ores pode causar viés de om issão de variáveis e gerar um a inferência espúria das variáveis explicat ivas indicadas ant erior-m ent e. Assierior-m , adicionaerior-m os ao erior-m odelo out ras variáveis, indicadas a seguir:

(11)

b) Car act er íst icas individuais do policial. As var iáveis dicot ôm icas: sex o e est a-do civil assum em valor 1, r espect ivam ent e, se o policial é a-do sexo m asculino e se é casado. A var iável idade indica o t em po de vida ( em anos) do policial. Tal com o t em po de ser viço, a fim de capt ur ar possíveis efeit os não linear es, inclui se t am -bém o seu v alor ao quadr ado, idade2, com put ado após a ex t r ação da m édia da v ar iáv el.

c) Hist ór ico na polícia. A conclusão do caso pode t am bém ser afet ada pelo hist ór ico do policial na or ganização. Por ex em plo, policiais com casos passados l e v a d o s à Co r r e g e d o r i a p o d e m r e ce b e r m a i s a t e n çã o e l e v a r a u m m a i o r ap r essam en t o d a con clu são d e u m n ov o caso. Assim , ad icion am os a v ar iáv el dicot ôm ica r eincident e, que assum e valor 1 se o policial j á t eve um caso passado r egist r ado, e 0 se o policial nunca t eve um r egist r o ant er ior na cor r egedor ia.

Resultados e Discussão

A Tabela 1 apr esen t a a m at r iz de cor r elação das var iáv eis u sadas n est e est udo. Apar ent em ent e, não ex ist em pr oblem as elev ados de m ult icolinear idade, excet o no caso das var iáveis t em po de ser viço e idade e seus valor es elevados ao quadr ado – o que é esper ado, em função de ser em var iáveis funcionalm ent e liga-das – e liga-das var iáveis agent e de polícia e delegado. A cor r elação negat iva elevada ent r e est as duas últ im as var iáveis se explica pois a cat egor ia- base ( policiais que são escr ivões) t em um a baixa fr eqüência na am ost r a; em out r as palavr as, t em os poucos casos de pr ocessos cont r a policiais que exer cem o car go de escr ivão.

(12)

o & s -v .1 5 -n .4 7 -O u tu b r o / D e z e m b r o -2 0 0 8 8 S a n d r o C a b r a l, A ll a n C la u d iu s Q . B a r b o s a & S e r g io L a z z a r in i

Ta be la 1 - Est a t íst ica s D e scr it iv a s e M a t r iz de Cor r e la çã o e n t r e V a r iá v e is ( N = 1 4 3 )

V a ri á v e l 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5

1 . Pr oce sso co ncl u íd o 1 ,0 0

2 . Ag e n t e de p o l íci a 0 ,0 3 1 ,0 0

3 . De le g a d o 0 ,1 2 0 ,8 6 1 ,0 0

4 . Fu n çã o o p er a cio n a l 0 ,0 5 0 ,5 5 0 ,4 4 1 , 00

5 . Un id a d e esp e cia l iza d a 0 ,0 2 0 ,0 2 0 ,0 1 0 , 04 1 ,0 0

6 . Car g o co m i ssi o n ad o 0 ,2 6 0 ,4 2 0 ,5 0 0 , 13 0 ,0 1 1 , 0 0

7 . Tem po de se r v iç o 0 ,1 4 0 ,0 7 0 ,1 0 0 , 10 0 ,1 4 0 , 1 4 1 ,0 0

8 . Tem po de se r v iç o2 0 ,0 3 0 ,0 3 0 ,0 8 0 , 11 0 ,0 2 0 , 1 0 0 ,7 5 1 ,0 0

9 . M o ti v açã o d el i tu o sa 0 ,1 4 0 ,2 4 0 ,1 9 0 , 10 0 ,2 1 0 , 1 1 - 0 ,0 7 - 0 , 0 9 1 ,0 0

1 0 . Açã o v io l en t a 0 ,0 3 0 ,2 3 0 ,2 2 0 , 14 0 ,0 1 0 , 1 8 - 0 ,0 6 - 0 , 1 5 0 ,5 0 1 , 0 0

1 1 . Est ad o ci vi l 0 ,0 4 0 ,1 0 0 ,0 6 0 , 01 0 ,1 0 0 , 1 1 0 ,0 7 0 ,0 3 0 ,2 4 - 0 ,2 3 1 , 0 0

1 2 . Se x o 0 ,0 5 0 ,2 2 0 ,2 6 0 , 32 0 ,0 9 0 , 1 1 - 0 ,1 1 - 0 , 1 1 0 ,1 8 0 , 1 6 0 , 0 1 1 ,0 0

1 3 . I d a de 0 ,1 4 0 ,1 2 0 ,1 4 0 , 28 0 ,0 2 0 , 0 3 0 ,7 1 0 ,5 4 0 ,0 5 - 0 ,0 4 0 , 1 3 - 0 ,1 0 1 , 0 0

1 4 . I d a de2 0 ,0 8 0 ,1 8 0 ,2 3 0 , 26 0 ,0 3 0 , 0 2 0 ,3 8 0 ,5 0 0 ,0 0 - 0 ,0 4 0 , 0 1 - 0 ,0 1 0 , 5 3 1 , 0 0

1 5 . R ei n cid e n te 0 ,1 5 0 ,2 8 0 ,2 4 0 , 17 0 ,0 3 0 , 2 1 0 ,2 0 0 ,1 3 0 ,1 1 0 , 0 9 - 0 ,0 7 0 ,1 0 - 0 ,0 2

-0 , -0 3 1 , 00

M é d ia 0 ,2 7 0 ,7 7 0 ,1 8 0 , 70 0 ,1 7 0 , 2 6 1 1 ,8 9 6 0 ,9 6 0 ,7 2 0 , 3 9 0 , 5 2 0 ,9 6 4 2 , 3 6 5 ,1 0 , 41

(13)

A Tabela 2, a seguir, apr esent a os r esult ados das r egr essões. O m odelo 1 da Tabela 2 in clu i apen as as var iáveis de con t r ole. Tr ês v ar iáv eis de con t r ole m ost r am - se significat ivas aos níveis usuais: idade, idade2 e r eincident e. Os r esult a-dos indicam que, cont r olando por out r os fat or es, a pr obabilidade do caso ser con-cluído é m aior at é cer t a idade, decr escendo par a policiais com idade m ais avança-da em função avança-da exist ência de um a r elação cur vilinear ( U- inver t iavança-da) ent r e iavança-dade e a pr obabilidade de conclusão ( p < 0,05) . Apar ent em ent e, com o passar da idade, o adensam ent o de seu capit al social na cor por ação e a m aior exper iência do policial possibilit ar ia a condução dos pr ocessos com m aior par cim ônia.

Ta be la 2 – Fa t or e s Afe t a n do a Pr oba bilida de de qu e o Pr oce sso con t r a u m D e t e r m in a do Policia l se r á Con clu ídoa

O efeit o significat ivam ent e negat ivo da var iável r eincident e ( p < 0,05) t am -bém indica que policiais que j á apr esent avam pr ocessos ant er ior es na Cor r egedor ia, pr ov av elm ent e, t er ão m enos chances de v er em seus pr ocessos concluídos m ais celer em ent e. Esse r esult ado é cont r a- int uit ivo, pois, a pr incípio, poder íam os

espe-V a r iá v e l M ode lo 1 M ode lo

2

At r ibut os da função

Agent e de polícia - 1,234

( 0,610)

*

Delegado - 0,553

( 0,661)

Função oper acional 0,711

( 0,374)

*

Unidade especializada 0,219

( 0,323)

Posição na hier ar quia

Car go com issionado - 1,551

( 0,395)

* *

Relacionam ent os

Tem po de serv iço 0,045

( 0,032)

Tem po de serv iço2 - 0,005

( 0,003)

*

Cont roles

Mot iv ação delit uosa 0,515

( 0,329)

0,786 ( 0,394)

*

Ação v iolent a - 0,101

( 0,258)

- 0,420 ( 0,274)

Est ado civ il ( 1 = casado) - 0,208

( 0,243)

- 0,232 ( 0,264)

Sex o ( 1 = hom em ) 0,599

( 0,565)

- 0,001 ( 0,751)

I dade 0,052

( 0,019)

* * 0,060

( 0,028)

*

I dade2 - 0,004

( 0,002)

* - 0,003

( 0,002)

Reincident e - 0,483

( 0,252)

* - 0,731

( 0,305)

*

Const ant e - 3,228

( 1,038)

* * - 2,462 ( 1,222)

*

N 143 143

χ2 ( t est e Wald) 11,5 34,4 * *

a Modelo Probit est im ado v ia m áx im a v erossim ilhança. Er ros- padr ão r obust os ( Huber- Whit e) encont r am - se ent r e parênt eses.

(14)

r ar que pr ocessos no caso de policiais r eincident es fossem obser vados e j ulgados com m aior pr eocupação. Ent r et ant o, é possív el que policiais r eincident es ant eci-pem que um a event ual conclusão do caso levar á a um a pena elevada; logo, aum ent ando seus incent ivos par a exer cer aum ais influência int er na coaum vist as a r et ar -dar o pr ocesso. A cur va de apr endizagem pr opor cionada pelos pr ocessos ant er ior es pode, nesse caso, confeior iior aos ior eincident es m aioior es inst ior um ent os paior a ior et aior -dar o andam ent o do pr ocesso.

Com efeit o, confor m e r elat o de um delegado at uant e na Cor r egedor ia en-t r evisen-t ado por um dos auen-t or es: “ o individuo que j á r espondeu a pr ocesso adm inis-t r ainis-t ivo sabe das ar inis-t im anhas par a r einis-t ar dar as ainis-t ividades da com issão, não com pa-r ecendo às audiências alegando m ot iv o de saúde et c”.

De t oda for m a, a r egr essão do m odelo 1, incluindo som ent e as var iáveis de cont r ole, não é est at ist icam ent e significat iva com o um t odo. O t est e de Wald, que av alia a h ipót ese n u la de qu e os coef icien t es das v ar iáv eis in depen den t es são iguais a zer o, não per m it e r ej eit ar t al hipót ese aos níveis usuais (χ2= 11,4, p =

0,12) . Assim , as var iáveis de cont r ole, por si só, não conseguem explicar sat isfat o-r iam ent e a po-r obabilidade de conclusão dos po-r ocessos.

O m odelo 2 da Tabela 2 adiciona as var iáveis explicat ivas. A inclusão dessas v ar iáv eis aum ent a significat iv am ent e o poder ex plicat iv o da r egr essão. Pode- se r ej eit ar a hipót ese de que os coeficient es dessas nov as v ar iáv eis, em conj unt o, são iguais a zer o (χ2 = 28,7, p < 0,01) . Além disso, o t est e de Wald na r egr essão

com o um t odo per m it e r ej eit ar a hipót ese de nulidade dos coeficient es de t odas as var iáveis independent es, sej am elas explicat ivas ou de cont r ole (χ2 = 34,4, p <

0,01) . Assim , os r esult ados super ior es obt idos a par t ir da adição desses at r ibut os dem onst r am que as v ar iáv eis ex plicat iv as definidas são, r ealm ent e, im por t ant es par a a ex plicação do fenôm eno obser v ado.

Com a inclusão das var iáveis explicat ivas, a var iável de cont r ole m ot ivação delit uosa t or nou- se significat iva ( p < 0,05) : ou sej a, casos envolvendo t r ansgr es-sões que envolvem sanções na esfer a penal, logo, além do âm bit o adm inist r at ivo, t êm m aior chance de ser em concluídos. I sso se dá, pr ovavelm ent e, em função da r eper cu ssão associada, sobr et u do em casos qu e en con t r am algu m t ipo de eco m idiát ico, confor m e pode ser capt ur ado em um a de nossas ent r ev ist as, j unt o a um delegado da cor por ação.

Qu an t o às v ar iáv eis r ef er en t es aos at r ibu t os da f u n ção, o coef icien t e da var iável agent e de polícia m ost r a se significat ivam ent e negat ivo ( p < 0,05) . Com -par at iv am ent e a escr iv ões, agent es de polícia apr esent am , com o esper áv am os, u m a m aior pr obabilidade de qu e o seu pr ocesso sej a r et ar dado. Um a possív el ex plicação par a esse r esult ado, com o discut im os ant er ior m ent e, é que agent es de polícia passam gr ande par t e do t em po em at iv idades de cam po, t or nando- se m ais difícil e cust oso colet ar pr ovas incr im inador as cont r a eles. De for m a opost a, casos de agent es, delegados e escr ivães com função oper acional t êm m aior pr o-babilidade de con clu são, con f or m e at est ado pelo coef icien t e sign if icat iv am en t e posit ivo da var iável função oper acional ( p < 0,05) . Possivelm ent e, policiais com fun-ções m ais oper acionais t êm m enor cont r ole sobr e infor m afun-ções que cir culam no sist em a, com par at ivam ent e a policiais com funções m ais volt adas à gest ão; logo, r esult ando em um m enor poder de influência par a r et ar dar a conclusão do caso. Ent r et ant o, os coeficient es de delegado e unidade especializada m ost r am - se não-significat iv os aos nív eis usuais; não podem os r ej eit ar a hipót ese nula de que o fat o de ser delegado ou de t r abalhar em unidade especializada afet ar ia a pr oba-bilidade de conclusão do pr ocesso na Cor r egedor ia.

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pode r esvalar t am bém em quem o indicou para a função”. Nesse caso, além do pr ópr io acusado, out r os at or es podem possuir incent iv os par a r et ar dar o pr oces-so .

Finalm ent e, foi encont r ado um efeit o posit ivo, m as m ar ginalm ent e significa-t ivo da var iável significa-t em po de ser viço ( p &lsignifica-t; 0,10) e um efeisignifica-t o significasignifica-t ivam ensignifica-t e negasignifica-t ivo da var iável t em po de ser viço2 ( p < 0,05) . Esses r esult ados indicam que a pr obabi-lidade de conclusão do pr ocesso é m enor especialm ent e no caso de policiais com t em po m uit o elevado de ser viço. Tal r esult ado é consist ent e com a nossa suposi-ção de que policiais com m uit o t em po de ser viço podem , ao longo do t em po, t er const r uído um a r ede ex t ensa de r elacionam ent os int er nos. Nesse caso, m aior es são as ch an ces do in div ídu o acu sado con h ecer os m em br os das com issões de pr ocesso ( ou conhecer pessoas que as conheçam ) , de m odo que t ais laços int er -nos possam ser invocados com o canais de influência par a r et ar dar pr ocessos con-t r a o policial. Confor m e apr eendido em um a das encon-t r eviscon-t as r ealizadas, a exposi-ção diár ia ao cr im e ger a sit uações cam biant es em que, num m om ent o, o policial pode est ar na condição de acusador de colegas e, em out r o, na condição de sus-peit o por algum a t r ansgr essão, de m aneir a que: “ ...na polícia nunca se sabe o dia de am anhã...”. Vale r essalt ar, ent r et ant o, que a nossa m edida desse efeit o é ape-nas indir et a; não t em os acesso à r ede de laços de cada policial na sua or ganiza-ção par a at est ar se o efeit o do t em po de ser viço é, r ealm ent e, devido aos r elacio-nam ent os const r uídos ao longo do t em po.

Colet iv am en t e, esses r esu lt ad os são con sist en t es com o m od elo t eór ico pr opost o, indicando que t r ês gr upos de fat or es – at r ibut os da função, posição na hier ar quia e r elacionam ent os desenvolvidos ao longo do t em po – afet ar iam o po-der de influência do policial na or ganização. Nesse cont ext o, o popo-der popo-der ia ser usado par a influenciar o cur so das invest igações, r et ar dando a conclusão de pr o-cessos adm inist r at iv os lev ados à Cor r egedor ia.

Por fim , um event o r eal r efor ça os ar gum ent os aqui expost os. Em abr il de 2008, a Secr et ar ia da Segur ança Pública da Bahia aut or izou a pr om oção por ant i-guidade e m ér it o de pelo m enos set e policiais civ is condenados ou que r espon-dem a pr ocessos por lesões cor por ais, t r áfico de dr ogas, t or t ur a e r oubo de veícu-los. Ent r e os beneficiados, est ão policiais condenados em pr im eir a inst ância a pe-nas de pr isão ( MARTI NEZ, 2008) . A lent idão na conclusão dos pr ocessos adm inis-t r ainis-t iv os nas cor r egedor ias ( que cor r em em par alelo aos pr ocessos na esfer a da j u st iça cr im in al, por ém , n esse caso, em v elocidade m en or ) pode ser apon t ada com o um dos pr incipais fat or es que levam a esse t ipo de sit uação. Cer t am ent e, se os PADs fossem concluídos de for m a m ais céler e, dent r o do pr azo legal de 120 d ias, p oliciais clar am en t e en v olv id os em cr im es p od er iam ser d eslig ad os d a cor por ação, beneficiando t oda a sociedade3.

Considerações Finais

Sob o pont o de vist a de polít icas públicas, os r esult ados obser vados sinali-zam que at r ibut os de função, posição na hier ar quia e r edes de r elacionam ent o colabor am par a o r et ar dam ent o da conclusão dos pr ocessos adm inist r at ivos aber -t os con-t ra policiais civis no âm bi-t o da Cor r egedor ia Geral da Bahia. Tal fa-t o sinaliza pr eocupação, na m edida em que fica pat ent e o descum pr im ent o dos pr azos legais par a apur ação das ir r egular idades e, sobr et udo, a ger ação do sent im ent o de im -punidade. Em que pesem os esfor ços par a est r ut ur ação de inst âncias for m ais que cont r ibuam par a o cont r ole das at ividades policiais, os baixos índices de condena-dos e de pr ocessos concluícondena-dos ev idenciam deficiências decor r ent es das pr essões cor por at iv as, que ainda se fazem sent ir na or ganização policial em análise, e da

3 Em função do dir eit o const it ucional de am pla defesa, enquant o o pr ocesso adm inist r at ivo não é

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pr ópr ia for m a de est r ut ur ação da at ividade de apur ação e im plem ent ação de san-ções aos policiais civis.

Fica evident e que a est r ut ur a at ual das at ividades de cor r egedor ia, além de não cont r ibuir par a que os pr ocessos cor r am dent r o da celer idade esper ada pela sociedade, não fecha o espaço par a pr át icas opacas capazes de absolv er indiv í-duos t r ansgr essor es, por cont a do em ar anhado bur ocr át ico e legal em voga. As-sim , em consonância com o post ulado por Becker ( 1969) , a baixa pr obabilidade de punição engendr a incent ivos par a que “ m aus policiais” cont inuem a t r ansgr edir os códigos for m ais de com por t am en t o; além de con t r apr odu cen t e em r elação aos pr incípios de pr obidade do set or público ( WI LLI AMSON, 1999) . Tal quadr o cont r ibui par a a am plificação do sent im ent o de im punidade at ualm ent e exper im ent ado pela socied ad e.

Dessa for m a, indagam os de m aneir a pr ov ocat iv a: o m odus- oper andi e os r esu l t a d o s d a Co r r eg ed o r i a Ger a l t er i a m co m o ser d i f er en t es? Co m ef ei t o , William son ( 2000) , ao analisar o pr ocesso de m udanças inst it ucionais, sust ent a que m udanças no am bient e inst it ucional for m al, ou nas r egr as do j ogo ( NORTH, 1 9 9 0 ) , não se pr ocessam de for m a aut om át ica por cont a das dependências de t r aj et ór ia ( pat h dependency) , que m oldam as condições fut ur as a par t ir das esco-lhas passadas. Consider ando a ausência de r upt ur as inst it ucionais na for m a de r ev oluções ou golpes de Est ado, os efeit os de alt er ações nas inst it uições polít i-cas, j udiciais e nas funções bur ocr át icas dos gover nos pr ocessam - se na velocida-de velocida-de 10 a 100 anos ( WI LLI AMSON, 2000) , em função da pr ópr ia at uação velocida-de at o-r es sociais que t endem a po-r eseo-r vao-r o st at us quo.

Por t ant o, o que é pr econizado pela “ m oder na” gest ão pública ( BARZELAY, 2001; HOOD, 1991; OSBORNE e GAEBLER, 1994) não encont r a eco na dinâm ica dos pr ocessos de t r abalh o da Cor r egedor ia, ev iden ciado, den t r o dos lim it es do pr esent e est udo, o descom passo ent r e o discur so oficial e a r ealidade. Ent r et an-t o, os r esulan-t ados da nossa pesquisa lançam luz sobr e os possíveis canais de influ-ência ut ilizados por agent es v isando r eduzir a pr obabilidade de sua condenação decor r en t e de ev en t u ais desv ios de con du t a. A an álise desses can ais é cr u cial par a não som ent e ent ender os m ecanism os or ganizacionais no set or público, com o t am b ém p ar a au x iliar n o d esen h o d e p olít icas ef et iv as q u e p er m it am r ed u zir dist or ções e apr oxim em o set or público dos r esult ados alm ej ados pela sociedade. Cer t am en t e, ex ist em div er sas av en idas par a apr ofu n dam en t o e ex t en são da pesquisa aqui apr esent ada. Est udos fut ur os podem , por ex em plo, colet ar um m aior núm er o de obser vações de pr ocessos visando exam inar não som ent e fat o-r es que afet am a po-r obabilidade do po-r ocesso seo-r concluído, com o t am bém a po-r oba-bilidade do pr ocesso ger ar condenação efet iva. Além disso, pesquisas fut ur as podem t ent ar m edir as r edes de r elacionam ent o est abelecidas pelos policiais na sua or -ganização e com o afet am o seu poder de influência, cont r ibuindo assim par a su-pr ir um a lacuna ainda não su-pr eenchida pelo su-pr esent e t r abalho. Finalm ent e, pesqui-sas podem t ent ar r eplicar ou am pliar os nossos r esult ados em out r as cor r egedor ias, localizadas em out r os Est ados do Br asil e at é m esm o em out r os países. É de se esper ar que as dist or ções aqui discut idas t am bém sej am v er ificadas em out r os cont ext os em que o agent e do Est ado, por ser o seu pr ópr io m onit or, est abelece canais de influência par a se pr ot eger de pr ocessos cuj a conclusão e execução são da m ais alt a r elevância pública, m as cont r ár ios ao seu aut o- int er esse.

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