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O direito à saúde na visão de um conselho municipal de saúde.

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Academic year: 2017

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O direit o à saúde na visão de um conselho

municipal de saúde

The rig ht to he alth fro m the p o int o f vie w o f

me mb e rs o f a lo cal he alth co uncil

1 Facu ldade de Saú de Pú blica, Un iversid ad e d e São Pau lo. Av. Dr. Arn ald o 715, São Pau lo, SP 01246-904, Brasil.

Su eli Gan d olfi Dallari 1

Ru ben s d e Cam argo Ferreira Ad orn o 1

M ara d e M ello Faria 1

N u r Sh u qaira M ah m u d Said Abd el Qad er Sh u qair 1

Solan ge Trew ik ow sk i 1

Abst ract Based on a qu alitative m eth od ology u sin g in teractive tech n iqu es (in d ep th op en in -terview s), th is stu d y d iscu sses both th e con cep t of th e righ t to h ealth an d p oten tial w ays to claim th is righ t from th e p oin t of v iew of a grou p of fu ll m em bers of th e Local Health Cou n cil in th e City of São Pau lo d u rin g th e 1993-1996 term . Th e stu d y also in terp rets a n u m ber of issu es related t o “h ea lt h a d v oca cy”, a p ot en t ia l locu s of su p p ort a n d a d v ice for grou p s w ork in g t o im p rov e h ealth con d ition s for th e p op u lation .

Key words Health Rigth s; Civil Righ ts; Health Plan n in g Tech n ical Assistan ce; Health Policy

Resumo A p a rt ir d e m et od ologia q u a lit a t iva , u t iliz a n d o- se d e t écn ica in t era t iva (en t rev ist a aberta, em p rofu n d id ad e), o p resen te estu d o d iscu te o con ceito d e d ireito à saú d e, bem com o as form as p ossíveis d e reivin d icá-lo, através d a ótica d e algu n s d os m em bros efetivos d o Con selh o Mu n icip al d e Saú d e d o Mu n icíp io d e São Pau lo, gestão 19931996. Este trabalh o p erm itiu tam bém in terp retar qu estões relacion ad as à “ad vocacia em saú d e”, qu e vem a se con stitu ir, n u m fu -tu ro, n u m a in stân cia d e ap oio e assessoria a gru p os qu e trabalh am p ela m elh oria d a saú d e cole-tiva d a p op u lação.

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Introdução

A Con stitu ição d e 1988 ab re p ersp ectivas p ara a p o ia r a çõ es n o d o m ín io so cia l, o u a çõ es n a esfera p ú b lica q u e p ossam rem eter à “q u estão so cia l”, ta n to p o r d a r tra ta m en to p rivilegia d o a o s d ireito s so cia is q u e ela in screve, q u a n to p or oferecer in stru m en tos q u e p ossib ilitam ao cid ad ão con cretizar as exigên cias d e u m Esta -d o -d e Ju stiça Socia l, fu n -d a -d o n a -d ign i-d a -d e -d a p essoa h u m an a.

A o rga n iza çã o so cia l d esen h a d a n essa co n stitu içã o p revê a p a rticip a çã o d o p ovo n a gestã o p ú b lica , seja ou n ã o p or via in stitu cion a l. É a p reva lêcion cia d a vo cion ta d e d o p ovo (ecion -ten d id o com o in stân cia ju ríd ica e recon h ecid o co m o in stâ n cia d e p o d er) so b re a q u ela d e q u alq u er in d ivíd u o ou gru p o, p ois d em ocracia im p lica a u to govern o e exige q u e o s p ró p r io s govern ad os d ecid am sob re as d iretrizes p olíti-cas fu n d am en tais d o Estad o.

Pen san d o n essa form a d e organ ização, o le-gislad or p reviu can ais in stitu cion ais d e p artici-p a çã o. Na Con stitu içã o Fed era l, en con tra m os referên cia n o Ca p ítu lo d a Segu rid a d e So cia l, a rt. 198. Este a ssu n to foi regu la m en ta d o a tra -vés d a Lei no8.142, d e 28 d e d ezem b ro d e 1990, q u e d isp õe sob re a p articip ação d a com u n id a-d e n a gestão a-d o Sistem a Ún ico a-d e Saú a-d e – SUS (artigo 1o). Essa p articip ação se d á através d os Co n selh o s d e Sa ú d e, q u e sã o in stâ n cia s d e a çã o p o lítica q u e a rticu la m , n o in terio r d o cam p o d a saú d e, as ações d o Estad o e d a cid a -d a n ia , com a fin a li-d a -d e -d e a m p lia r o con trole so cia l n a gestã o d o Sistem a Ún ico d e Sa ú d e – SUS. Os Con selh os d e Saú d e n ão são os ú n icos ó rgã o s co n tro la d o re s d a s a çõ e s d o SUS, u m a vez q u e o s tra d icio n a is in stru m e n to s d e co n trole d a gestão p ú b lica existen tes n as d iferen -tes esfera s d os p od eres legisla tivo e ju d iciá rio p erm an ecem ain d a ap licáveis.

Con form e o d isp osto n essa lei, n os Con slh os d e Saú d e a rep resen tação d os u su ários d ve ser p aritária em relação ao con ju n to d os d e-m ais sege-m en tos. Isso garan te aos u su ários 50% d o s rep resen ta n tes (a rt.1o, p a rá gra fo 4o). Ta is con selh os têm caráter d elib erativo, com p etin -d o a o ch efe -d o p o -d er lega lm en te co n stitu í-d o, em cad a esfera d o govern o, h om ologar as d eci-sõ es to m a d a s (a rt.1o, p a rá gra fo 2o). Decisõ es q u e tra ta m d a fo rm u la çã o d e estra tégia s e d o con trole d a execu ção d a p olítica d e saú d e, in -clu in d o os asp ectos econ ôm icos e fin an ceiros. Os m u n icíp ios, segu n d o a Con stitu ição Fe-d eral (arts. 23, II. c/ c 30,VII) e a Lei Orgân ica Fe-d a Sa ú d e (Lei no 8.080, d e 19 d e setem b ro d e 1990), terã o a resp o n sa b ilid a d e d e cu id a r d a saú d e d e seu s m u n ícip es, cab en d o ao Estad o e

à Un iã o a co o p era çã o fin a n ceira e técn ica , qu an d o p reciso, n a im p lan tação e organ ização d a s ta refa s n ecessá ria s a ta l p rojeto. A legisla-çã o m u n icip a l d eve a ju sta r-se a o s p rin cíp io s d e o rga n iza çã o d o Sistem a Ún ico d e Sa ú d e – SUS n a Lei Orgân ica d o Mu n icíp io, n as d em ais leis m u n icip a is rela cio n a d a s à sa ú d e e, esp e -cialm en te, n a lei d o Plan o Mu n icip al d e Saú d e. Na Lei Orgân ica d o Mu n icíp io d e São Pau -lo, n o Cap ítu lo d a Saú d e, en con tram os d isp o-sições sob re form as d e organ ização d a p articip a çã o articip o articip u la r n a gestã o d o s ser viço s, d esta -can d o-se a ob rigação d e realizar a Con ferên cia An u al d e Saú d e e au d iên cias p ú b licas p eriód i-ca s, co m o m ei-ca n ism o s d e co n tro le so cia l d e su a gestã o (a rt. 217). En co n tra m o s, ta m b ém , referên cia à criação d o Con selh o Mu n icip al d e Saú d e, órgão n orm ativo e d elib erativo, com estru tu ra colegiad a, com p osto p or rep resen tan -tes d o Pod er Pú b lico, trab alh ad ores d a saú d e e u su á rio s, o q u a l, a lém d e o u tra s a trib u içõ es, d everá p rom over os m ecan ism os n ecessários à im p lem en ta çã o d a p o lítica d e sa ú d e n a s u n i-d a i-d es p resta i-d o ra s i-d e ser viço (a rt. 218). H á , p ortan to, a in stitu cion alização d a p articip ação p op u lar, qu e con trola a gestão d o Sistem a Ún i-co d e Saú d e n o Mu n icíp io d e São Pau lo.

Rea liza m os u m a p esq u isa ju n to a os m em -b ros efetivos d o Con selh o Mu n icip al d e Saú d e d a cid ad e d e São Pau lo (CMS/ SP) – gestão 1993 -1996 – com o ob jetivo d e con h ecer com o esses a gen tes exp lica m e con ceb em o d ireito à sa ú -d e. Esse trab alh o foi realiza-d o -d u ran te o p erío-d o erío-d e o u tu b ro / n ovem b ro erío-d e 1994 e p erm itiu tam b ém estu d ar as form as d e in stru m en talizar os m em b ros d o Con selh o, em m ecan ism os d e reivin d icação d o d ireito, b em com o ob ter su b-síd io s p a ra a im p la n ta çã o d e Escr itó rio s d e “Ad vocacia em Saú d e”.

O CMS/ SP en fren ta va d ificu ld a d es, n essa ocasião, com relação a con flito referen te à d is-cu ssão e im p lan tação do p lan o de terceirização dos serviços de saú de n a região do Cam p o Lim -p o, q u e se origin ou n a -p ro-p osta d e con vên io a ser firm ad o en tre a Prefeitu ra d e São Pau lo e a Associação Pau lista de Medicin a, relativa ao ge-ren ciam en to d o Hosp ital Mu n icip al d e Cam p o Lim p o, refletin do n as en trevistas realizad as.

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re-p resen tan tes d e Sin d icatos e d e Cen trais Sin d i-cais (com o a Cen tral Ún ica d os Trab alh ad ores), rep resen ta n d o cerca d e 10% d o s m em b ro s. A a d m in istra çã o p ú b lica , em seu s d iverso s segm en tos, p ossu ía cerca d e 22% d os rep resen tan tes, 15% p erten cia m a en tid a d es d e rep resen -tação d e em p resas p rivad as, e o restan te con s-titu ía -se d e rep resen ta n tes d e a sso cia çõ es d e d o en tes, en tid a d es fila n tró p ica s, co n selh o s e associações p rofission ais e d e u n iversid ad es.

Ten d o em vista q u e p arte d os m em b ros d o CMS/ SP são rep resen tan tes d e m ovim en tos so-cia is, h o u vem o s p o r b em b u sca r n a litera tu ra cien tífica su b síd ios qu e p erm itiram o en ten d im en to d esse p ro cesso n a a n á lise d o s resu lta -d os -d essa in vestigação.

Democracia, cidadania e moviment os populares

No Bra sil, a q u estã o d a “p a rticip a çã o” n a á rea d a saú d e colocou -se em p au ta a p artir d e fin ais d a d écad a d e 70, qu an d o tan to as crises econ ôm ico p o lítica s n o cen á rio n a cio n a l e in tern a -cio n a l in ten sifica ra m o s p ro b lem a s so cia is, qu an to a organ ização d a p op u lação n o âm b ito d o “b a irro”, reivin d ica n d o m elh o ria d a in fra -estru tu ra e m a io r d isp o n ib ilid a d e d e b en s d e con su m o coletivos, teve in ício. Essa “p articip a-ção”, d en om in ad a “m ovim en to” (d e b airro, d e m ães, d e m orad ores etc.), acab ou p or se trad u -zir a o lon go d a d éca d a , p ela con ju n çã o com a ação d e ou tros atores sociais p resen tes n os ser-viços, n a b u rocracia d o Estad o, n as u n iversid a-d es e p articip an a-d o a-d e ou tros “m ovim en tos” n o seto r sa ú d e, n o tem a : “sa ú d e – u m d ireito d e tod os e d ever d e Estad o”.

A referên cia a “m ovim en to” con stitu ía u m a rejeiçã o h erd a d a , d esd e o s a n o s 60, a o u so d o co n ceito “p a rticip a çã o”, q u e teria a ssu m id o fren te a esses a to res p o lítico s u m sign ifica d o “id eológico”: a m era alu são a esse term o fazia tran sp arecer a id éia d e con trole, coop tação p or p a rte d o “p o d er”, d o “Esta d o”. Essa referên cia exp ressava u m a atitu d e d e rejeição às in stitu i-ções, a qu al h avia p resid id o a “cu ltu ra p olítica” d as esqu erd as em m eio aos an os 60 e qu e se in -ten sificara em p aíses d a Am érica Latin a d evid o à existên cia d e regim es au toritários, assu m id os abertam en te ou tutelados p elas forças m ilitares. O term o “m ovim en to” rem etia, p or su a vez, ao con ceito d e “m ovim en tos sociais”, p resen te n a sociologia e n as ciên cias p olíticas d e m an ei-ra m ais in cisiva a p artir d a d écad a d e 70. Reto-m a va -se a d iscu ssã o eReto-m to rn o d o q u e seria u m a teo ria co n tem p o râ n ea so b re o s “m ovi-m en to s so cia is” a p a rtir d e d u a s tra d içõ es d e in terp retação d a socied ad e: com o con stru ção

h istórica e cam p o d e con flitos (Ad orn o,1992a). Essas in terp retações tam b ém in corp orariam a d iscu ssão a resp eito d a “d em ocracia” e seu sen -tid o con tem p orâ n eo, p or referên cia a a u tores co m o Bo b b io, Aren d t, Ha b erm a s, q u e va lo ri-za m a existên cia d o s m ovim en to s so cia is, atu an d o n a socied ad e, sem exclu ir a d em ocra-cia rep resen tativa. Do p on to d e vista sociológi-co, esse co n ceito seria tra ta d o d e fo rm a m a is elab orad a e in ten sa n a ob ra d o sociólogo fran -cês Alain Tou rain e (Tou rain e, 1989), q u e an ali-sa in clu sive a situ a çã o d o s m ovim en to s e d o s atores sociais n a Am érica Latin a.

No Brasil, n a d écad a d e 70, os m ovim en tos sociais exp ressavam tan to a id éia d e op osição in stitu cion al, com o d e exten são d e d ireitos. Já n a d écad a d e 80, o m ovim en to social e a p arti-cip ação são in terp retad os com o in ovad ores d a cen a p o lítica a p a rtir d e tra b a lh o s p u b lica d o s n a á rea d a Sa ú d e Co letiva e d a s Ciên cia s So -ciais, seja com o form as d e p ression ar o Estad o a realizar su as tarefas n o cam p o social (Valla & Siqu eira, 1989), exp ressan d o n ovas id en tid ad es so cia is e p o lítica s q u e se o p o r ia m à p o lítica e à s in terp reta çõ es tra d icio n a is d a so cied a d e, em b u sca d e au ton om ia (Sad er, 1988); seja co-m o resu ltad o d o trab alh o d e “articu lad ores socia is”, q u e se rela cion a m com técn icos n a b u -rocracia p ú b lica ( Jacob i, 1989), ou ain d a com o p arte d e u m m ovim en to social d e caráter m ais a m p lo e gen érico, q u e lo gro u in screver su a p a rticip a çã o n o p la n o p o lítico e in stitu cio n a l d a socied ad e com a ch am ad a “tran sição d em o-crática” da sociedade brasileira (Adorn o, 1992b). No sen tid o d a exten são d os d ireitos e en q u an -to p articip an tes d a p olítica social d o Estad o, os m ovim e n to s so cia is sã o in te rp re ta d o s co m o in terlocu tores q u e p assam a ser recon h ecid os p ela b u rocracia estatal ( Jacob i, 1989), levan d o, igu a lm en te, à fo rm a çã o d e n ova s id en tid a d es q u e in co rp o ra ria m a sp ecto s d a so cia b ilid a d e local à esfera p ú b lica (Sad er, 1988).

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esigu a ld a d e, co n viven d o co m p a d rõ es d e co n -su m o e d e va lo res d a “m o d ern id a d e”, fez co m qu e a exp eriên cia d a socied ad e b rasileira se d i-feren ciasse d a d escrita p elos teóricos d o Direi-to, q u e co n ceb em u m a evo lu çã o cro n o ló gica d o a lca n ce d o s d ireito s d e p rim eira gera çã o (p olíticos e civis) e os d e segu n d a geração (d i-reitos socia is). Aq u i ocorre u m a su p erp osiçã o ou u m a assim ilação; os atores sociais a qu e n os referim os, q u an d o exp ressam o sign ificad o d e “cid a d a n ia”, o fa zem id en tifica n d o o esp a ço “p olítico” com o cen ário p ara con q u istas “eco-n ô m ica s” e “so cia is”, q u estio “eco-n a “eco-n d o a fa lta d e d ireito s so cia is: a p reca ried a d e d e ser viço s, a d iscrim in a çã o a q u e é relega d o o “serviço p ú -b lico”, com o serviço d e p o-b re, q u e seria ou tra “ca tego ria d e cid a d ã o”. Po rta n to, ressa lta m o s q u e u m d o s a sp ecto s m a is releva n tes d esses “m ovim en tos sociais” foi, e tem sid o, à m ed id a em q u e essa s referên cia s en co n tra m se p re -sen tes, in clu sive n os d iscu rsos q u e coletam os ju n to aos rep resen tan tes d o Con selh o Mu n ici-p al d e Saú d e, o d e “cristalizar” o sign ificad o d e cid a d a n ia , n ã o so m en te em term o s d e co n -q u ista s m a teria is e so cia is, m a s ta m b ém n a con stitu ição d e u m a “id en tid ad e” q u e se op õe à id éia d a exclu são, ou d e u m a socied ad e com d o is tip o s d e “cid a d ã o s”. O term o cid a d a n ia d eixa d e ter seu sign ificad o m eram en te “ju ríd ico”, p ara in d icar esse “em b lem a” d o “Movim en -to Social”.

Con tem p oran eam en te, os “m ovim en tos so-cia is” a tin gem u m n ível d e id en tid a d e e a çã o m ais rigoroso a p artir d o m om en to em qu e ex-p ressam seu con flito em relação à “orien tação d e gestã o d a so cied a d e”, o u seja , n u m ca m p o em q u e se d á a op osição em torn o d a im agem d e socied ad e qu e os atores sociais visam a criar (Tou rain e, 1984). Essa visão, con stru íd a n o d om ín io d a so cio lo gia , id en tifica se co om p o stu -ras teóricas com o as d e Bob b io et al. (1992) n o cam p o d o d ireito e d a ciên cia p olítica. A con s-tru çã o d e n ovo s d ireito s é p o ssível a tra vés d e u m a n ova form a d e in terp retar e p en sar, geran -d o n ova o rien ta çã o p a ra a so cie-d a -d e, a p a rtir d e seu s gru p os m ob ilizad os ou en volvid os em d efesa d e u m a cau sa.

O qu e p od em os verificar h oje é qu e está h a -ven d o u m a red efin ição d as p ráticas en tre Esta-d o e p o p u la çã o. O Esta Esta-d o co m eça a in tern a li-zar elem en tos qu e faziam p arte d as reivin d ica-çõ es d o s m ovim en to s so cia is, co m o o Co n selh o Pop u lar d e Saú d e, q u e é recon vertid o d en -tro d e u m form ato in stitu cion al p ara Con selh o Gestor, crian d o con d ições p ara a in serção d os u su á rio s d o s m ovim en to s o rga n iza d o s n esse p ro cesso d e vigilâ n cia , d e co n tro le, d e a co m -p an h am en to d e gestão.

A p e sq u isa d e ca m p o re a liza d a e n t re vis-t o u a vis-to res so cia is d e vá rio s segm en vis-to s, d esd e aq u eles qu e tran sitavam p elas ru as d o “b airro”, a p o n ta n d o d em a n d a s e q u estõ es, a o s rep re-sen ta n tes d e a sso cia çõ es d e b a irro e, p o r fim , o s rep resen ta n tes d o Co n selh o Mu n icip a l d e Sa ú d e. Este a rtigo a p resen ta e d iscu te o s d is-cu rsos d esses ú ltim os atores.

M et odologia

O tra b a lh o d e ca m p o m a is a m p lo em q u e se in screve a d im en sã o tra ta d a n este a rtigo fo i realizad o em torn o d o p rob lem a d as im agen s e d em an d as sob re a cid ad e, o b airro e a saú d e, a qu estão d a rep resen tativid ad e e d o con ceito d e “ad vocacia em saú d e”. Foi con stitu íd o com b a-se em u m d ea-sen h o m etod ológico q u e, em p re-ga n d o a s ch a m a d a s “técn ica s q u a lita tiva s d e p esq u isa social”, b u scou ap reen d er a con stru ção d o con ceito d e saú d e e d as form as d e con -qu istá-la n a esfera p ú b lica.

Com o tal, n o trab alh o m ais am p lo, estab e-leceram -se três p lan os d e d esen volvim en to d a p esq u isa d e ca m p o : o p r im eiro, co n stitu íd o p or u m esp aço geográfico d eterm in ad o d en tro d e u m a área u rb an a, em q u e se u tilizou a con -trib u içã o d o m éto d o etn o grá fico p a ra co n h e-cer o cen ário sócio-d em ográfico d essa região; ju n ta m en te, fo ra m rea liza d a s en trevista s b a -sead as em roteiros sem i-estru tu rad os com re-p resen tan tes locais e rere-p resen tan tes d o Con se-lh o Mu n icip a l d e Sa ú d e. Ta m b ém rea liza m o s en trevistas com técn icos e ad m in istrad ores d e in stitu içõ es lo ca is, n a s á rea s d e sa ú d e, segu ra n ça p ú b lica , a d m in istra çã o m u n icip a l e la zer, b u scan d o id en tificar as “qu eixas” e d em an -d as esp on tân eas -d a p op u lação.

Neste artigo, tratam os d e d escrever e in ter-p retar con ceitos em itid os ater-p en as ter-p elos reter-p re-sen ta n tes d o Co n selh o Mu n icip a l d e Sa ú d e. Ou tros resu ltad os d everão ser tratad os em ou -tros trab alh os.

A id éia d e rep resen tativid ad e e d e con stru -çã o d o ca m p o d o q u e viria a ser ch a m a d o e con sid erad o “saú d e” p erp assa tod as as d im en -sõ es d este tra b a lh o, q u e se d eteve, n o rela to qu e se segu e, n as form as d e ação qu e giram em to rn o d o Esta d o e d a rep resen ta çã o p ú b lica d o s in teresses d o s cid a d ã o s.

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sitivism o ju ríd ico, q u e d á m a io r relevâ n cia à s leis estab elecid a s. Assim , en tre o sécu lo XIX e XX, o Direito p assa a assu m ir b asicam en te u m p a p e l t é cn ico in st r u m e n t a l d e ge st ã o d a so -cie d a d e a o p e r m it ir, p ro ib ir, co m a n d a r, e st i-m u la r e d e se st ii-m u la r co i-m p o r t a i-m e n t o s. Est a ge stã o e xp rim e -se p o r u m Dire ito a ssin a la d o p ela “m u tab ilid ad e e p ela p articu larid ad e, p o-sitiva d o p elo p o d er estatal ou p or ele coon es-ta d o, ga ra n tid o p ela sa n çã o, e q u e t e m co m o p re ssu p o sto a u tilid a d e, p a ra a socied a d e, d o Direito Po sitivo” (Co m p a ra to, 1989). No s d is-cu rso s d o s e n t re vist a d o s, o b se r va m o s q u e a con cep ção p ositivista d o d ireito é p revalen te e q u e m u it o s p ro cu ra ra m id e n t ifica r o d ire it o co m a o rd e m e st a b e le cid a , co m a s le is e a s n orm as já in stitu íd as:

“Ele con tribu i, ele tem direito... já ach o qu e é u m d ireito... p or ser u m cid ad ão, é con tribu in -te... é u m brasileiro...”( Rep resen tan te d o Movi-m en to d e Saú d e d a Zon a Su l).

“Em ú ltim a in stân cia cabe ao Estad o brasi-leiro a garan tia d o d ireito à saú d e, p orqu e ele retém os im p ostos e rep assa...”(Rep resen ta n te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Oeste).

“Na lei está com o resp on sabilidade do Esta-d o...”(Rep resen ta n te d o Movim en to d a Sa ú d e d a Zon a Leste).

“É u m d ireito con stitu cion al n a d im en são de u m direito social...”(Rep resen tan te d a Facu l-d al-d e l-d e Saú l-d e Pú b lica).

“Sob pon to de vista ju rídico, a gen te adqu ire saú d e cu m p rin d o a lei...”(Rep resen ta n te d o Sin d icato d os Hosp itais).

“Todas n ecessidades sociais são de respon sa-bilid ad e d o Estad o...”(Rep resen tan te d o Movi-m en to d e Saú d e d a Zon a Oeste).

Qu an d o o Estad o Lib eral, d e n atu reza in d i-vid u alista, q u e oferecia ap en as a segu ran ça d o cid a d ã o, n ã o m a is resp o n d e à s n ecessid a d es d o p ovo, con sagrse u m a n ova form a d e atu a-ção d o Estad o. Fru to d o p acto social e p olítico en tre o ca p ita l-Esta d o -cla sse tra b a lh a d o ra , o Esta d o d e Bem -Esta r So cia l a ltera o a p a relh o in stitu cion a l e p a ssa a oferta r serviços socia is (Sa n tos, 1987). Diferen tem en te d o q u e ocorre n os p aíses d e cap italism o avan çad o, n o Brasil, n ã o h o u ve u m p a cto so cia l e sim u m a a lia n ça con ju n tu ral con stitu in d o o Estad o Assisten cial. “O Estad o Assisten cial, ao con trário, ap resen -tse frágil, im p oten te, com p elin d o a socied a-d e civil e o p róp rio p au p erizaa-d o a coop erar n a p ro d u çã o d e se rviço s so cia is” (Fa lcã o, 1989). Em n o ssa s en trevista s, a co n cep çã o d a sa ú d e com o d ireito social ap arece ligad a ao Estad o d e Bem -Estar Social:

“É u m d ireito d o cid ad ão...”(Rep resen tan te d a Secretaria Mu n icip al d a Saú d e – su p len te). legitim a m en te situ a m -se n esse ca m p o, in

ter-p retar as form as d e ter-p rom over esse d ireito.

Discussão e result ados

Ap resen tam os aqu i os tem as qu e relacion am os tom an d o p or b ase as en trevistas d os rep resen tan tes d o Con selh o Mu n icip al d e Saú d e d o Mu -n icíp io de São Pau lo. Na escolh a dos tem as d es-critos, p riorizam os a q u estão d as “d em an d as” qu e se relacion assem à criação de u m escritório de “advocacia em saú de”. Assim , de u m con ju n -to m ais am p lo, exp om os n esse trab alh o os se-gu in tes tem a s: co n cep çã o d o d ireito à sa ú d e; form as de reivin dicação desse direito; estru tu ra do Estado e dos Poderes e o p ap el do “advogado em saú d e” n a cob ran ça d o referid o d ireito.

Concepção do direit o à saúde:

A sa ú d e co m o d ireito p a ssa a ser d iscu tid a a p artir d a “Declaration d e d roits d e l’ h om m e et d u citoyen”, m a s é d ivu lga d a d e m a n eira m a is am p la n o m u n d o ap ós a “Declaração Un iversal d o Direito s Hu m a n o s”, a p rova d a a 10 d e d e-zem b ro d e 1948 p ela Assem b léia Geral d as Na-çõ es Un id a s. Seu a rtigo 25 a firm a q u e: “Tod as as pessoas têm direito a u m padrão de vida ade-qu ado à saú de e bem estar próprios e de su a fa-m ília, p articu larfa-m en te alifa-m en tação, fa-m orad ia, vestim en ta a assistên cia m éd ica e n ecessários serviços sociais, e direito à segu ran ça em caso de d esem p rego, d oen ça, in valid ez , viu vez , velh ice ou ou tra falta de m eios de sobrevivên cia em cir-cu n stân cias fora de seu con trole”.

Acred itan d o q u e a saú d e é d ireito in eren te ao h om em , os en trevistad os assim a d efin iram : “...n ecessidade social para atin gir o bem -es-tar com pleto...”(Rep resen tan te d o SINDSPM).

“...é u m d ireito d e tod os... n ão im p orta se é p obre ou rico...”(Rep resen tan te d a Associação d os Alcoólicos An ôn im os).

“...é u m d ireito in eren te ao ser h u m an o...” (Rep resen ta n te d a Secreta ria Mu n icip a l d e Saú d e – su p len te).

“Ach o qu e o direito à saú de é o direito à pró-p ria vid a...”(Rep resen ta n te d o Sin d ica to d o s Ceram istas).

“... a p artir d o m om en to em qu e n asce, tem algu n s direitos básicos, com o o direito à saú de... o d ireito com eça aí...”(Rep resen tan te d o Con -selh o Mu n icip al d a Pessoa Deficien te).

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o-“... é u m a qu estão d e cid ad an ia...”(Rep re-sen tan te d o Con selh o Region al d e Serviço So-cial).

A co n cep çã o q u e o s en trevista d o s têm d e saú d e está ligad a a d u as verten tes: u m a assis-ten cialista e ou tra relacion ad a às con d ições d e vid a. A visão assisten cialista se m aterializa em u m a assistên cia m éd ica p reven tiva, cu rativa e d e rea b ilita çã o. Esp era -se su a p red om in â n cia n o Co n selh o Mu n icip a l d e Sa ú d e, em virtu d e d a h eran ça d o Welfare State, segu n d o o q u al o Estad o tem a ob rigação d e ofertar serviços so-ciais à p op u lação:

“...tem d ireito a gestação, p arto tran qü ilo, retagu arda m édica e reabilitação ... aten dim en -to p róxim o a n ossas casas ... p reven ção d e d efi-ciên cias...”(Rep resen tan te d o Con selh o d a Pes-soa Deficien te).

“...tem d ireito ao m ín im o d e aten d im en to básico, preven ção feita pelas UBSs, preven ir su a d oen ça...”(Rep resen ta n te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Su l).

“...ele tem direito a, n o m ín im o, aten dim en to da su a dor, n a pior parte de su a doen ça...” (Repre-sen tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Su l). “...d eve ter acesso ao serviço, qu e seja fácil, resolu tivo, tratam en to d ign ifican te e resp eito, n ão só p ara o cid ad ão, m as p ara su a fam ília...” (Rep resen tan te d o Sin d icato d os Hosp itais).

“Ter con d ições d e ch egar à Un id ad e, ser aten dido, ter retagu arda (exam es), às esp eciali-d aeciali-d es am bu latoriais, in tern ação, leite m atern o ... p assar n o p osto, ter aten d im en to correto, re-ceber m edicam en to...”(Rep resen tan te d o Movi-m en to d e Saú d e d a Zon a Cen tro/ GAPA).

“Ter aten d im en to, in tern ação, leito...” (Re-p resen ta n te d o Movim en to d e Sa ú d e d a Zo n a Norte).

“É ter aten d im en to d ign o d e saú d e, com e-çan do pela UBSs, é ter a u n idade, o profission al d e saú d e, os p rogram as... d eve ser m ais p reven -ção qu e cu ra...”(Rep resen tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Leste).

É n o ca m p o d a fen o m en o lo gia d o Direito q u e se en co n tra u m a im p o rta n te d iscu ssã o : a efetivid ad e d a n orm a com o im p acto e a evolu -ção d o Direito n a socied ad e, a correla-ção d o fa-to e o d ireifa-to. A efetivid ad e é alcan çad a se o Di-reito fo r tra ta d o co m o u m sistem a a b er to a o s fatos sociais q u e o ab ran gem e circu n screvem (Lafer, 1988).

A con cep ção d o d ireito à saú d e com o con -d içõ es -d e vi-d a , “situ a çõ es q u e fa zem p a rte -d o p ad rão d e vid a ad equ ad o à saú d e e b em -estar” (alim en tação, m orad ia, vestim en ta, assistên cia m éd ica , ser viço s so cia is e segu ro s so cia is e m a is tra b a lh o e ed u ca çã o )...”(La b b a te, 1990) con stitu i o q u e se d en om in a, com u m en te,

Di-reito So cia l, e u ltra p a ssa a visã o d a o ferta d o s serviços d e saú d e. Essa visão está in corp orad a n o texto co n stitu cio n a l b ra sileiro a p a rtir d e 1988 e n a Lei Orgân ica d a Saú d e (Lei no8.080, d e 19/ 09/ 1990), qu e con ceb e a saú d e com o re-su lta n te d e fa tores d eterm in a n tes e con d icio-n aicio-n tes d a situ ação d e vid a; foi tam b ém exp res-sad a p elos en trevistad os d as segu in tes form as: “Ele tem d ireito d e ser assistid o em tod as su as n ecessid ad es... ele tem d ireito d e ter tu d o qu e é básico...”(Rep resen ta n te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Su l).

“É o qu e está n a con stitu ição, bem -estar físi-co, p síqu ifísi-co, social, lazer, tran sp orte, cu ltu ra...” (Rep resen ta n te d o Sin d ica to d o s Ser vid o res Pú b licos Mu n icip ais – SINDSPM).

“Para a p op u lação ter saú d e é n ecessário qu e ten h a acesso a alim en tação, m orad ia, coi-sas básicas, águ a p otável, esgotos...”(Rep resen -tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Oeste). “...d ireito a tu d o: saú d e, ed u cação, san ea-m en to básico...”(Rep resen tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Cen tro/ GAPA).

“...m u ito am plo, desde h abitação, lazer, edu -cação, trabalh o...”(Rep resen tan te d o Con selh o Region al d e Serviço Social).

Fin a lm en te, o u tro a sp ecto a b o rd a d o tra ta d a s a çõ es q u e, p o litica m en te, o Esta d o b ra si-leiro se p rop ôs a tu telar, en tre ou tras a garan tia u n iversal d o acesso à saú d e. Ficou exp licitad a a in satisfação p ela form a com o o Estad o tu tela o d ireito q u e ele d eve assegu rar, garan tir e vib ilizar, e qu e d izem resp eito às relações fu n d a-m en tais d e organ ização d a cid ad an ia:

“O p ap el aceita tu d o... n este p aís n ão se faz leis sim p liz in h as p ara qu e o p ovo en ten d a, qu em gosta de con fu são é só qu em tira p roveito dela ... o qu e você n orm alm en te vê é agressão ao direito...”(Rep resen tan te d o SINDHOSP).

“Ele tem , n o m ín im o, d ireito d e aten d im en -to n a su a d or, já qu e o Estad o n ão in vestiu n a p reven ção d a su a d oen ça...”(Rep resen tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Su l).

Sobre a forma de reivindicar direit os

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Os in terlo cu to res ressa lta ra m a im p o rtâ n -cia d o Pod er Execu tivo com o in stâ n -cia d e p o-d er em q u e a s o-d em a n o-d a s sã o m a is freq ü en te-m en te solu cion ad as:

“O direito é reivin dicado às au toridades elei-tas p ela p op u lação: Prefeito, Govern ad or, o Mi-n istro da Saú de... o Poder Execu tivo deve pôr em prática esse direito qu e a popu lação tem ...”( Re-p resen ta n te d o Movim en to d e Sa ú d e d a Zo n a Leste).

“Cabe ao Execu tivo fazer valer este direito...” (Rep resen tan te da Faculdade de Saúde Pública). “Os resp on sáveis são o Govern o d o Estad o, Fed eral e Mu n icip al”(Rep resen tan te d o Sin d i-cato d os Ceram istas).

“O direito é reivin dicado às au toridades elei-tas p ela p op u lação”(Rep resen ta n te d o Movi-m en to d e Saú d e d a Zon a Leste).

Ob servam os qu e os en trevistad os d ão aten -çã o d iferen cia d a a o Po d er Execu tivo, fa ce à p ossib ilid ad e d e estab elecer can ais d iretos d e n ego cia çã o. Assim , m ovim en to s reivin d ica ti-vo s, q u e tra ta m d o m esm o tip o d e in teresses, com p etem en tre si, p rin cip alm en te, p or recu r-sos, qu e são sem p re escassos. Ch egam , in clu si-ve, a p rovo ca r u m a h iera rq u iza çã o en tre eles, n u m a situ ação on d e, teoricam en te, n ão se ad -m itiria -m d iferen cia çõ es: u n s fa la -m “...d ireto com o Secretário, através d e au d iên cias qu e n u n ca foram n egad as”(Rep resen tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Cen tro/ GAPA), en -q u a n to a m a io ria d o s rep resen ta n tes recla m a d a d ificu ld ad e d e acesso ao Secretário: “... e aí m an d a p ara o Secretário... m as d aí p ra fren te você n ão vai ficar saben d o...o retorn o vai vir, m as é aqu ilo d e sem p re: n ão...”(Rep resen tan te d a Associação d os Alcóolicos An ôn im os).

Os en trevistad os referem u m a d escren ça n a u tilização d e in stru m en tos ju ríd icos d e d efesa:

“Com relação ao Ju d iciário, a gen te sem p re ou ve qu e ele tem qu e ser p rovocad o... ele já tem sid o p rovocad o m as os resu ltad os n ão têm sid o os esp erad os...”(Rep resen tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Norte).

“O Con selh o Mu n icip al d e Saú d e já p rocu -rou o Ju d iciário p ara faz er cu m p rir a lei, m as in feliz m en te as resp ostas são m u ito len tas e a gen te ain da n ão tem n en h u m fato con creto qu e possa dizer qu e o Min istério Pú blico atu ou des-ta ou d aqu ela form a em des-tal caso...”(Rep resen -tan te d o SINDSPM).

A p esq u isa realizad a m ostrou q u e 30% d os en trevistad os con sid eraram o d esem p en h o d o Ju d iciário com o ru im e p éssim o, en tretan to faz a ressalva que, desde m aio de 94, a avaliação p o-sitiva está em alta. Pu d em os p erceb er n as falas d os en trevistad os qu e h á u m a “esp eran ça” n es-sa via in stitu cion al; sem es-sab er exatam en te p or

q u e, esp era m a cria çã o d e ju risp ru d ên cia : “O Ju d iciário d eve faz er com qu e o Execu tivo se su bm eta à lei. Ela regu lam en ta as relações en tre os cid ad ãos...”ou “O ju ríd ico vai legislar em ci-m a d e algu ci-m a lei feita p elo Legislativo. Criar ju risp ru d ên cia...”(Rep resen tan te d o Con selh o Region al d e Serviço Social).

Sem d ú vid a , b u sca -se p ressio n a r o Po d er Execu tivo. En treta n to, su a eficá cia tem sid o qu estion ad a e o Pod er Legislativo é citad o tam -b ém :

“..qu an d o o Execu tivo tem u m m ín im o d e com p rom isso é fácil, m as qu an d o n ão tem , tem qu e p ression ar tan to o Execu tivo qu an to o Le-gislativo...”(Rep resen tan te do Sin dicato dos Ce-ram istas).

Esse Pod er é visto com o in stân cia d e reivin -d icações: “...o d ireito à saú d e se reivin d ica aos órgãos represen tativos, aos legisladores, aos par-lam en tares, seja a n ível fed eral, estad u al ou m u n icipal...”(Rep resen tan te d a Secretaria Mu -n icip al d a Saú d e – su p le-n te). Os votos d os eleitores são con sid erad os p or algu n s rep resen tan -tes com o argu m en to p ara con ven cer p olíticos sob re su as reivin d icações: “...a popu lação defi-cien te d e São Pau lo, h oje, elege u m d ep u tad o, até u m sen ador...”(Rep resen tan te d o Con selh o Mu n icip al d a Pessoa Deficien te).

A p resen ça d e p a rla m en ta res liga d o s à s cau sas sociais foi citad a com o form a d e garan -tir con tin u id ad e d e p rogram a: “...n a aprovação do orçam en to n a Câm ara, através de depu tado, qu e in terveio p ara con segu ir verba p ara a con -fecção d e folh eto ed u cativo...”(Rep resen ta n te d o Movim en to d e Sa ú d e d a Zo n a Cen tro / GA-PA). Deve-se con siderar, en tretan to, qu e, n o caso esp ecífico, a d estin ação d e recu rcasos é sem -p re fa cilita d a -p a ra -p ro gra m a s d e Aid s, n u m a atitu d e qu e p arece ser u m a con stan te em n ível m u n d ial. O qu e p arece con firm ar o argu m en to a p resen ta d o p o r Ca rd o so (1988): “Os m ovi-m en to s co n segu eovi-m in flu ir so b re a b u ro cra cia estatal, via can ais p olíticos, p ara a aqu isição d e equ ip am en tos, caravan as e en con tros são m ais eficien tes qu an d o p ression am en carregad os d e serviços já existen tes, m as n ão en con tram res-p osta q u an d o res-p reten d em d efin ir n ovas res-p riori-d a riori-d es p o rq u e o circu ito riori-d ecisó rio e riori-d e in fo r-m ações n ão estão ao seu alcan ce”.

Na op in ião d os rep resen tan tes d os u su ários e das en tidades profission ais, as form as de pres-sões m ais utilizadas n a reivin dicação do direito à saúde são aquelas realizadas p ela p op ulação or-gan izad a. As m an ifestações p ú b licas, a p artici-p ação em au d iên cias artici-p ú b licas, as reu n iões artici-p le-n árias, foram as form as d e p ressão citad as:

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através da popu lação se organ izar e reivin dicar através do Con selh o Mu n icipal de Saú de e atra-vés d os p od eres in stitu íd os: Câm ara Mu n ici-p al...”(Rep resen tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Oeste).

“Os m ovim en tos popu lares fazem pressão so-bre o poder pú blico através de m an ifestações de ru a, plen árias am plas...direto ao Secretário, atra-vés de au diên cias, n u n ca n egadas...”(Rep resen -tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Norte). “... a gen te con segu iu reu n ir n a Assem bléia d u z en tos d eficien tes. Em cad a gabin ete d e d e-p u tad o tin h a u m a cad eira d e rod as...”(Rep re-sen tan te d o Con selh o Mu n icip al d a Pessoa De-ficien te).

Os en trevistad os ressaltaram a im p ortân cia d o p ap el d os p rofission ais d e saú d e com o faci-lita d o res n a reivin d ica çã o, p o r serem a q u eles q u e co n trib u em n a “organ iz ação d a lu ta p ela saú d e p ú blica, através d e orien tação à p op u la-ção leiga n a qu estão saú d e ...”(Rep resen ta n te d o Sin d icato d os Ceram istas) e tam b ém com o p articip an tes d o p rocesso d e reivin d icação co-m o u co-m to d o : “Os técn icos têm u m p ap el d e con scien tização, de in form ação, de estar con tribu in d o n a d iscu ssão d e tod as essas in form a ções... p orqu e você n em sem p re en ten d e as in form ações... e d e estar ju n to n as n ossas reivin -dicações”(Rep resen tan te do Movim en to de Saú -d e -d a Zon a Leste).

Ora, sab e-se qu e os fu n cion ários valorizam a n egociação d ireta com os u su ários d os servi-ços p ú b licos com o in stru m en to d e p olitização d a s ca m a d a s p o p u la res (Ca rd o so, 1988) e q u e os órgãos term in ais d a ad m in istração p ú b lica são os m ais su jeitos às p ressões p or p articip a-ção d os u su ários e os m ais d isp ostos a p rom o-vê-los (Cardoso, 1988). Qu an do em alian ça com fu n cio n á rio s lo ca is, a a çã o p o p u la r é b em su -ced id a p a ra p ressio n a r o s ó rgã o s cen tra is – o qu e n ão se ap lica se a p ressão for sob re as p ró-p rias agên cias locais.

O Co n selh o Mu n icip a l d e Sa ú d e fo i cita d o co m o via in stitu cio n a liza d a n a reivin d ica çã o d o d ireito: “... seria através dos poderes pú blicos qu e a gen te p od e reivin d icar... o Con selh o Mu -n icipal de Saú de é o ca-n al...”(Rep resen tan te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Oeste), en q u an -to o s co n selh o s ges-to res fo ra m co n sid era d o s com o form a s n ã o in stitu cion a liza d a s d e leva r as d em an d as “...a com u n id ad e se organ izan d o tem seu s con selh os gestores e d o lad o d o Estad o são as au torid ad es p ú blicas...”(Rep resen ta n te d o Movim en to d e Saú d e d a Zon a Oeste).

Diversos au tores ap on tam p ara a d ificu ld a-d e a-d e se m ea-d ir o im p acto a-d os m ovim en tos rei-vin d ica tivo s. Este ca m p o ca rece d e n ovo s e con stan tes estu d os, in clu sive in d ican d o m eios

e m od os m ais efetivos d e exigir u m d ireito e in -serin d o-os n u m con texto d e tem p o e esp aço.

Sobre a est rut ura do Est ado e dos Poderes

A id éia d e Esta d o Dem ocrá tico con solid ou -se co m o id ea l su p rem o, d e fo rm a q u e n en h u m sistem a o u govern a n te a d m ite n ã o serem d e -m o crá tico s. Da lla ri (1983) a p o n ta três p o n to s fu n d am en tais qu e n orteiam os Estad os a p artir d essa id éia:

“A su p rem acia d a von tad e p op u lar, q u e co-lo co u o p ro b lem a d a p a rticip a çã o p o p u la r n o govern o, su scita n d o a cesa s co n trovérsia s e d an d o m argem às m ais variad as exp eriên cias, tan to n o tocan te à rep resen tativid ad e, q u an to à exten são d o d ireito d e su frágio e aos sistem as eleitorais e p artid ários.

A p reservação d a lib erd ad e, en ten d id a, so-b retu d o, com o o p od er d e fazer tu d o o qu e n ão in com od asse o p róxim o e com o o p od er d e d is-p or d e su a is-p essoa e d e seu s b en s, sem qu alqu er in terferên cia d o Estad o.

A igu a ld a d e d e d ireitos, en ten d id a com o a p roib ição d e d istin ções n o gozo d e d ireitos, so-b retu d o p or m otivos econ ôm icos ou d e d iscri-m in ação en tre classes sociais” (Dallari, 1983). O Esta d o b ra sileiro, segu in d o esses p receito s, organ iza-se em p od eres d istin tos e au tôn om os, com fu n ções b em d efin id as p ela Con stitu ição, em seu Títu lo IV: Da o rga n iza çã o d o s Po d eres (arts. 44 a 135).

Perceb em os n o d iscu rso d os en trevistad os u m reco n h ecim en to d a s a tr ib u içõ es d o s três Pod eres:

“ ...o Legislativo estabelecen do as n orm as, as regras à con vivên cia d os cid ad ãos em relação aos direitos e deveres... . O Execu tivo realizan do as políticas qu e foram defin idas... o Ju diciário é o p od er regu lad or, qu e d ecid e os con flitos en tre a legislação e os d ireitos d o cid ad ão, d o Estad o com o cidadão...”(Rep resen tan te d a Facu ld ad e d e Saú d e Pú b lica).

“...os in terlocu tores do direito à saú de n o ca-so d e São Pau lo seria a Câm ara Mu n icip al, qu e d everia ter p rojeto d e p olítica d e saú d e...” (Re-p resen ta n te d o Movim en to d e Sa ú d e d a Zo n a Oeste).

“...só a lei é su ficien te, porqu e se algu ém n ão é aten d id o, ele p od e p rocessar... isto aqu i n ão é u m a coisa qu e se faça...”(Rep resen tan te d a Fe-d era çã o Fe-d a s Sa n ta s Ca sa s Fe-d e Misericó rFe-d ia Fe-d e São Pau lo).

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Esses con selh eiros estab elecem u m a for te ligação en tre o Direito e o Poder, afirm an do qu e é através do Direito qu e o Estado bu sca a legali-d alegali-d e legali-d o exercício legali-d o Polegali-d er:“Está p revisto n a Con stitu ição... é o con ju n to de direitos colocados para qu e o cidadão se realize...”(Rep resen tan te d o Sin d ica t o d o s Ho sp it a is). Se gu n d o Lyra (1985), os in ú m eros ad ep tos d essa con cep ção ten d em a se fixar em u m certo d ogm atism o ju -ríd ico, n o sen tid o d e p en sa r a s m u d a n ça s so-ciais com o sen do resu ltan tes m ais de alterações n o arcab ou ço n orm ativo-in stitu cion al.

En treta n to, verifica m o s q u e o u tro s reco -n h ecem o Po d er Execu tivo co m o i-n stâ -n cia m ais im p ortan te, p or con cen trar m aior p od er d e d ecisão e, sob retu d o, p orq u e su a exp eriên cia está associad a à p rocu ra d os órgãos execu -tivo s p a ra resp o n d er a o s p ro b lem a s liga d o s à violação d o d ireito à saú d e. Eles acred itam qu e “...a a d m in istra çã o p ú b lica é ga ra n tid o ra d a s ob rigações assu m id as n o p acto con stitu cion al e q u e seu su p erior tem o d ever d e p restar con -tas d a su a con d u ta em relação àq u elas ob riga-ções ao p ovo” (Dallari, 1995).

O Po d er Ju d iciá rio é a in stâ n cia a cio n a d a p ara dirim ir os con flitos. Ap esar disso, o Legislativo, m esm o vin cu la d o, n o m o m en to, a “estó -rias” de m alversação do erário p úblico, dem on s-tran d o a fragilid ad e e d escréd ito n os m ecan is-m os d e rep resen ta çã o p olítica , é is-m en cion a d o com o a in stân cia d e p od er q u e d everia elab o-rar leis q u e resolvessem os litígios. As esp ecificid ad es d o Pod er Ju d iciário o torn am , ap aren -tem en te, u m a in stân cia in eficaz e d istan te d os an seios d os en trevistad os, p orqu e exige in icia-tiva d o cid a d ã o, o u en tid a d e civil o rga n iza d a . Com efeito, “trata-se d e u m p od er d istin to d os ou tros, p ois só atu a m ed ian te p rovocação. As-sim , se o Execu tivo e o Legisla tivo p o d em d a r in ício esp on tan eam en te a reform as, o m esm o n ão se d á com o Ju d iciário” (Lop es, 1994).

“O Execu tivo é qu e deve garan tir o direito... é obvio qu e ao Ju diciário, qu an do n ão h á ap lica-ção, cabe agir, idem para resolver os con flitos... . O Estado com o u m todo é qu e im porta para ga-ran tir o d ireito...”(Rep resen tan te d a Secretaria Mu n icip al d e Saú d e – su p len te).

“A verd ad e é u m a só, se n ão se tem von tad e p olítica d o Pod er Execu tivo p ara fazer algu m a coisa, n ão acon tece n ad a...”(Rep resen tan te d o Sin d icato d os Hosp itais).

Ap a rece ta m b ém , co n tra p o n d o essa a fir-m ação, u fir-m a certa con fu são en tre o qu e d everia ser e o qu e n a realid ad e acon tece:

“Só a lei, é su ficien te, p orqu e se algu ém n ão for aten d id o, ele p od e p rocessar, isto aqu i n ão é coisa qu e se faça... eu ach o qu e qu em n ão for aten dido pode abrir u m processo... é qu e as

coi-sas são d ifíceis n o Brasil... en tão n ós tem os qu e con sid erar qu e tem qu e ser cu m p rid a a lei, se n ão dá, en tão tem qu e ser m u dada a Con stitu i-ção...”(Rep resen tan te d a Fed eração d as San tas Casas d e Misericórd ia d e São Pau lo).

O papel do advogado na reivindicação do direit o à saúde

As p rim eira s exp eriên cia s d e “a d vo ca cia em saú d e” ocorreram q u an d o u m gru p o d e p ed ia-tras resolveu reivin d icar a garan tia d os d ireitos d e crian ças (AAP, 1977). No in ício, essa atu ação se restrin gia a p rofission ais d e saú d e ligad os às in stitu ições, m as aos p ou cos en tid ad es n ão go vern am en tais foram d esen volven d o exp eriên -cias n o m on itoram en to d e p rogram as govern a-m en tais d estin ad os às crian ças, atu an d o assia-m com o seu s “ad vogad os” (Kn itzer, 1976).

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Ou tro, ap esar d e ser rep resen tan te, d elega ao CMS/ SP a figu ra im p essoal d o “ad vogad o”: “... o Con selh o d everia ser o ad vogad o, in flu ir n as d iretriz es.. ele d eve ser reform u lad o e fu n -cion ar com o tal...”(Rep resen tan te d a Secretaria Mu n icip al d e Saú d e). Tam b ém foi d estin ad o ao “a d vo ga d o em sa ú d e” a rea liza çã o d e lobby, q u e, segu n d o Lo d i (1982), é “u m in stru m en to d e a çã o ju n to a o p o d er p ú b lico e rep resen ta u m ato d e in flu en ciar sob re a d ecisão”. Os en -trevistad os referiram esse p ap el com o: “... fazer u m trabalh o com m u ita calm a e con sciên cia m as sen do p ersisten te, con stan te, in do ao lu gar correto, in sistir com gru pos para passar m en sa-gem ...”(Rep resen tan te d a Fed eração d as San tas Casas d e Misericórd ia d o Estad o d e São Pau lo).

Conclusão

O tra b a lh o d em o n stro u ser p o sitivo o u so d e m etod ologias d as ciên cias sociais qu e aliassem a observação de cam p o às en trevistas. Possibili-tou descrever o discu rso dos “con selh eiros”, e, a p artir d esses, in terp retar q u estões p ertin en tes n a lin h a d a “a d vo ca cia em sa ú d e”, q u e rep re-sen ta u m a n ova in stân cia d e ap oio e assessoria aos “m ovim en tos sociais” qu e bu scam a m elh ria d o aten d im en to e d a saú d e coletiva d a p o-p u lação b rasileira, ten d o com o b ase a o-p artici-p ação local, em u m m u n icíartici-p io com artici-p lexo, d es-m esu rad o e d esigu al coes-m o o d e São Pau lo.

O d iscu rso m ais recorren te com relação ao d ireito à sa ú d e se refere a a lgo in eren te a o ser h u m an o, qu e n u m a visão ju sn atu ralista sob re-p õe a existên cia d o Estad o ou d as leis, m as qu e cab e ao p rim eiro garan ti-lo. Para os en trevistad os, as leis são ap on tatrevistad as com o u m im p ortan -te in stru m en to, q u e d eve ser u tilizad o p ara fa-zer valer o d ireito.

Esse co n teú d o será d esen vo lvid o em tren am etren tos p ara m em b ros d e Cotren selh os Mu tren i-cip ais d e Saú d e.

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