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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO. Orlando Marreiro de Souza Júnior. Estratégias de enfrentamento utilizadas por praticantes de Artes Marciais. São Bernardo do Campo 2007.

(2) ORLANDO MARREIRO DE SOUZA JUNIOR. Estratégias de enfrentamento utilizadas por praticantes de Artes Marciais. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo como requisito parcial para obtenção do titulo de Mestre em Psicologia da Saúde Orientadora: Profa. Dra. Marília M. Vizzotto.. São Bernardo do Campo 2007.

(3) ORLANDO MARREIRO DE SOUZA JÚNIOR. ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADAS POR PRATICANTES DE ARTES MARCIAIS. Banca Examinadora Presidente: titular Universidade Metodista São Paulo _____________________________ Profa. Dra. Marília Martins Vizzotto Titular Universidade Metodista São Paulo ______________________________________ Profa. Dra. Hilda R.C. Avoglia. Titular Universidade Federal Uberlândia _______________________________________ Profa. Dra. Áurea F. Oliveira. Dissertação aprovada em _____/_____/__________/. UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO Programa Mestrado em Psicologia da Saúde São Bernardo do Campo 2007.

(4) FICHA CATALOGRÁFICA So89e. Souza Junior, Orlando Marreiro de Estratégias de enfrentamento utilizadas por praticantes de artes marciais / Orlando Marreiro de Souza Junior. 2007. 84 p. Dissertação (mestrado em Psicologia da Saúde) –Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2007. Orientação de: Marília M. Vizzotto 1. Enfrentamento 2. Artes marciais I. Título CDD 157.9.

(5) Dedico este trabalho aos meus pais e minha irmã por estarem sempre em meu coração mesmo quando deixei de estar com eles para poder me dedicar a este trabalho, a minha esposa Estela que me acompanha desde o começo na batalha sobre escrever e produzir trabalhos sobre as Artes Marciais, e principalmente a minha filha Heloisa que quando for à defesa deste, será recém nascida e estando pronta a ser a mais nova guerreira na luta contra as controvérsias do nosso mundo, mas persistente e perseverante, sempre como deve ser todo (a) praticante de Artes Marciais..

(6) AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a várias pessoas que tornaram possível a realização deste trabalho. À Profa Dra Marilia Martins Vizzotto que literalmente me adotou como orientando mesmo ante aos contratempos que tive desde a definição do orientador até mesmo a decisão sobre o que dissertar, sempre respeitando e ajudando quanto a tudo que acredito com relação às Artes Marciais. À Coordenadora de curso Profa Dra Mirlene Maria Matias Siqueira, por ser mais que uma coordenadora, uma verdadeira líder e protetora de nossos objetivos, necessidades e dificuldades, zelando sempre por todos, sendo austera e ao mesmo tempo compreensiva e atenciosa, sempre zelando para o bem de todos. À Elisabeth Chirotto da Secretária do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo que não ponderou esforços para ajudar e colaborar com meu trabalho. A todos os professores do curso, pela paciência, dedicação e atenção pela minha parcial falta de conhecimento sobre a área de psicologia, onde a instrução foi devidamente realizada para a conclusão do trabalho. A Andréia Maura Moura, mais que uma amiga, uma irmã, alguém em especial que nunca me desamparou ou mesmo me abandonou quando mais precisei para a formatação e acertos finais do meu trabalho. A União Qwan Ki Do Brasil, e em especial meu Mestre Evandro Crestani que além de ser meu mestre de formação marcial, é o irmão que não tive um amigo em especial que acreditou e sempre me apoiou nesta jornada sobre escrever e acreditar nas Artes Marciais. A todos os mestres de Artes Marciais e alunos praticantes que participaram direta e indiretamente desta pesquisa cedendo seu tempo e acreditando nesta empreitada sobre as Artes Marciais, colaborando com a necessidade de nos unirmos sempre com o intuito de tornar a nossa prática a mais significativa e por que não dizer a mais cientifica possível..

(7) “Se você negligência o treino espiritual do coração e só pratica técnicas, nada resulta disto. Técnicas somente se aperfeiçoam. Mas concentrese no aspecto espiritual e o caminho se abrirá para você." Hikitsuchi Sensei.

(8) SOUZA, O.M.J. Estratégias de enfrentamento utilizadas por praticantes de artes marciais. Dissertação de Mestrado – Universidade Metodista de São Paulo, 2007, 80 p.. RESUMO. O presente estudo teve por objetivos, descrever as estratégias de enfrentamento utilizadas por praticantes de artes marciais; relacionar as estratégias de enfrentamento utilizadas por praticantes iniciantes em artes marciais com aquelas utilizadas por praticantes formados; e relacionar as estratégias de enfrentamento ao tempo de pratica das artes marciais. Participaram 94 sujeitos do sexo masculino, numa faixa etária de 15 até 56 anos, com nível de instrução médio, praticantes de: Kung Fu Chinês, Kung Fu Vietnamita (Qwan Ki Do), Taekwondo e Karatê, artes marciais de contato semelhantes tecnicamente. Foram distribuídos em dois grupos: Grupo 1 – 67 praticantes com tempo de pratica superior a 12 meses podendo ser ou não formados “faixa-preta”, ou seja, aqueles que tiveram experiência, treino e estudo necessários exigidos dentro de sua modalidade marcial e entre esses estão incluídos também os que se formaram e lecionam e o Grupo 2 - 27 praticantes chamados iniciantes, com tempo de prática compreendido até 12 meses. Utilizou-se a Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas: EMEP e um Questionário. Os dados foram submetidos ao Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 15.0 para Windows, para analise estatística descritiva e r-Person. Os resultados indicaram que quanto ao uso de estratégias de enfrentamento utilizadas por estes praticantes de artes marciais não foram encontradas diferenças significativas entre os dois diferentes grupos. Numa compreensão conforme o ponto médio da escala pôde-se observar que as estratégias de enfrentamento “focado no problema” e “busca de suporte social”, apresentaram uma média de utilização (estável); isso significa que os sujeitos utilizam-nas dentro de um padrão adequado em ambos os grupos. É interessante também observar que com relação à “estratégias focadas na emoção”, estas estão entre as menores médias observadas. Isto significa que os sujeitos praticantes de artes marciais utilizam menos estas estratégias, denotando pouco mais de controle emocional em relação às outras estratégias. Outros aspectos interessantes, dizem respeito a um índice significativo, ou uma relação entre os anos de ensino e busca de suporte social entre os sujeitos do Grupo 1 (formados que lecionam). Pode-se entender que quanto mais tempo essas pessoas se dedicam ao ensino, mais estratégias de suporte social eles desenvolvem. De um ponto de vista lógico, pode-se dizer que essa convivência com alunos durante os anos que o sujeito leciona, também favorece um melhor contato social. Palavras-chave: Estratégias de Enfrentamento; Artes Marciais; Psicologia do Esporte..

(9) SOUZA, O.M.J. Strategies of coping used by practitioners of martial arts. Dissertação de Mestrado – Universidade Metodista de São Paulo, 2007, 80 p.. ABSTRACT. This study objectives to describe the strategies of coping used by practitioners of martial arts; to relate the strategies of coping used by beginning practitioners in martial arts with those used by practitioners with experience; and to relate the strategies of coping to the time of practises of the martial arts. Mens between 15 and 56 years old, most of them were single mens, students till high school, thus distributed: 94 practitioners of Kung Fu Chinese, Kung Fu Vietnamese (Qwan Ki Do), Taekwondo and Karatê similar martial arts of contact technical. They had been distributed in two groups: Group 1 - 67 practitioners with time of practise up to 12 months but they don´t have "black belt" necessary. In this group, there are just teachers and just practitioners and Group 2 - 27 practitioners called beginning, till 12 months of experience. It was used Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas: EMEP and a Questionary. The data had been submitted to the Statistical Package will be the Social Science (SPSS), version 15.0 for Windows for descriptive statistical analysis and r-Person. The results had indicated the strategies of coping used by these beginning practitioners or those have black belt. Analyzes showed differences not so important between two groups. In an in agreement understanding the average point of the scale, could be observed that the strategies of coping with "care on problem" and "searching for social support", present a good average of use (steady). It means they use them inside of a standard adjusted in both the groups. It is interesting also to observe about "strategies on the emotion", these are between the observed average minors. The practitioners use these strategies but just a little, denoting more than emotional control in relation to the other strategies. Other important information is that with more time dedicated to Martial Arts teaching, more strategies of social support they develop. Of a logical point of view, this relationship with pupils during teaching helps to better contact social. Word-key: Strategies of Coping; Martial Arts; Psychology of Sports..

(10) SUMÁRIO Orlando Marreiro de Souza Júnior ............................................................................... i RESUMO ABSTRACT. 1. APRESENTAÇÃO....................................................................................................... 1 2. SOBRE O ENFRENTAMENTO ................................................................................. 3 2.1 Tipo de Enfrentamento e Análise ............................................................................... 7 2.2 Estratégias de Enfrentamento em situações de doênça ............................................ 10 2.3 Enfrentamento e prática esportiva ............................................................................ 16 3. ORIGEM E HISTÓRIA DAS ARTES MARCIAIS .................................................. 19 3. 1 Kung Fu Chinês ....................................................................................................... 23 3. 2 Kung Fu Vietnamita (Qwan Ki Do) ........................................................................ 25 3. 3 Taekwondo... ........................................................................................................... 29 3. 4 Karatê............ .......................................................................................................... 35 3. 5 As Artes Marciais e a Saúde.................................................................................... 39. Objetivos......................................................................................................................... 41. 4. MÉTODO ................................................................................................................... 42 4.1 Participantes ............................................................................................................. 42 4.2 Ambiente .................................................................................................................. 43 4.3 Instrumentos ............................................................................................................. 43 4.4 Procedimentos .......................................................................................................... 44. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 46 5.1 Caracterização da Amostra Estudada ....................................................................... 46 5.2 Modalidades Esportivas e Anos de Prática............................................................... 48 5.3 Estratégias de Enfrentamento ................................................................................... 51 5.4 Estratégias de Enfrentamento e Anos de Experiência .............................................. 54.

(11) 6. CONCLUSÃO............................................................................................................ 56. 7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58. ANEXOS ANEXO I - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................ 62 ANEXO II – EMEP - Escala Modos de Enfrentamento de Problemas.......................... 63 ANEXO III - APRESENTAÇÃO DOS ÍTENS DA EMEP SEGUNDO OS FATORES QUE A COMPÕEM....................................................................................................... 67 ANEXO IV – QUESTIONÁRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS...................... 69.

(12) LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Faixa Etária e Estado Civil da Amostra Estudada ........................................ 46 Tabela 2 – Dados de Instrução da Amostra Estudada .................................................... 47 Tabela 3 – Modalidades Esportivas praticadas pelos sujeitos da amostra ..................... 48 Tabela 4 – Anos de prática da Amostra Estudada .......................................................... 50 Tabela 5 – Estratégias de Enfrentamento segundo os grupos iniciantes e formados. .... 51 Tabela 6 – Índices de Correlação (r de Pearson) entre tipos de enfrentamento e anos de prática e ensino no Grupo1 (n = 31) ............................................................. 54.

(13) 1. APRESENTAÇÃO. Devido à escassez de estudos realizados sobre aspectos psicológicos e práticas esportivas que envolvam artes marciais é que surgiu o interesse em realizar o presente estudo. Na nossa prática com esportes direcionados às artes marciais, temos observado que os indivíduos praticantes apresentam diferentes respostas às situações estressoras em seu cotidiano. Ballone (2005) considera em seus estudos relacionados ao esporte, que os atletas, devido à disciplina que o esporte proporciona, têm uma capacidade maior de controle sobre a ansiedade e o estresse, despertando assim uma maior concentração, bem como maior motivação; tais considerações podem também ser equivalentes nas tarefas da vida diária, em situações que envolvem estresse. Outros autores como Zakir (2001) reconhece que as situações estressoras evocam uma série de respostas, que podem ser classificadas como: stress, propriamente dito ou coping (enfrentamento). O enfrentamento, também chamado de “coping” ou “estratégias de coping” vem se destacando atualmente entre os especialistas (MOTTA, EMUNO, 2004a; SEIDL, 2005; BORCSIK, 2006) da área de saúde. Estes autores apontam que as estratégias de enfrentamento estão presentes em qualquer situação de risco, atividades da vida diária ou qualquer situação e atividade humana que exija um controle, excesso somático e/ou psíquico do ser humano; ou mesmo aqueles relacionados com situações em que exista uma doença. No campo da saúde, a profusão de pesquisas sobre enfrentamento, principalmente a partir dos anos 80, tem permitido a produção do conhecimento sobre o tema e o desenvolvimento de intervenções junto às pessoas acometidas por agravos diversos, em.

(14) especial enfermidades crônicas. E, justamente as pesquisas sobre estratégias de enfrentamento têm contribuído para o bem-estar psicológico, identificando as principais variáveis que envolvem estresse e situações que podem auxiliar aspectos psicológicos das pessoas acometidas (ENDLER e PARKER 1999 apud SEIDL, TRÓCCOLI e ZANNON, 2001). Assim, observa-se na literatura que o enfrentamento tem sido compreendido nas mais diferentes situações humanas; de modo que estudar essas condições de enfrentamento em praticantes de esportes torna-se relevante, já que na especificidade das praticas de artes marciais quase nada, ou nada tem sido investigado..

(15) 2. SOBRE O ENFRENTAMENTO. O enfrentamento, ou Coping é um conceito divulgado por Lazarus e Folkman (1984 apud BORCSIK, 2006) que o define como o conjunto dos esforços cognitivos e de conduta destinados a controlar, reduzir ou tolerar as exigências internas ou externas que ameaçam ou superam os recursos de um indivíduo. A idéia de coping diz respeito ao empenho em vencer os obstáculos; no caso do atleta, se refere à exigência adaptativa diante de seus objetivos. Essa exigência adaptada também fora longamente estudada por Lazarus (1969). Os enfoques atuais de coping surgiram de duas fontes principais: psicologia de orientação psicanalítica e experimentação animal (LAZARUS e FOLKMAN 1984 apud BORCSIK, 2006). Segundo Vaillant (2000), a concepção psicanalítica surgiu no início do século XX e apresentou coping como correspondente aos mecanismos de defesa orientados no sentido de lida com conflitos sexuais e questões relacionadas à agressão. Supunha-se que o coping tratava-se de operações inconscientes destinadas a reduzir a angústia. Lazarus e Folkman (1984 apud BORCSIK, 2006) apontam que os atos ligados a coping, nesta mesma visão psicanalítica, passaram posteriormente a ser tidos como flexíveis, propositais, orientados para o futuro, consistentes com a realidade externa e diferente dos mecanismos de defesa. Sendo assim, os primeiros teóricos que investigaram o coping adotaram um entre dois modelos distintos. No “modelo do stress”, o coping foi definido como atos inatos ou adquiridos que diminuem condições aversivas, sejam estas por luta ou fuga. No modelo psicanalítico, o critério de coping bem sucedido relaciona-se à sua flexibilidade, adequação e adaptação à realidade. Em ambos, o coping é entendido e confundido com seus próprios resultados..

(16) Assim, a concepção de coping como atos inatos ou adquiridos faz parte do referencial de uma primeira geração de pesquisadores, que se dividia entre a visão psicanalista e a de stress. A partir da década de 1960 surgiu uma segunda geração e, após esta, ainda uma terceira geração (ANTONIAZZI, DELL’AGLIO e BANDEIRA, 1998). Por iniciativa da segunda geração de pesquisadores, instituiu-se uma nova orientação na área e passou-se a definir coping como um conjunto de respostas relevantes cuja compreensão envolve a identificação de seus determinantes ambientais. Excluíram-se as respostas de coping relacionadas aos atos inatos. Lazarus e Folkman (1984 apud BORCSIK, 2006) fazem parte desta segunda geração de pesquisadores, e tanto estes autores como para Billings e Moss (1984 apud ANTONIAZZI, DELL’AGLIO e BANDEIRA, 1998), Ray, Lindop e Gibson (1982), preferem falar de estratégias ou processos de coping, em vez de respostas de coping. Desta forma, o coping é definido por estes autores como todos os esforços de controle, sem considerar as conseqüências, ou seja, é uma resposta ao estresse (comportamental ou cognitiva) com a finalidade de reduzir as suas qualidades aversivas. Dessa maneira, o próprio instrumental de medida de enfrentamento busca medi-lo por dimensões, que são distribuídas em áreas como: afetiva (emocional); social; fantasiosas (religiosas) e práticas direcionadas à resolução dos problemas diários. Com relação à especificidade do campo afetivo/cognitivo, o enfrentamento (coping) centrado na emoção envolve as estratégias que derivam principalmente num processo defensivo da pessoa, o que faz com que os sujeitos evitem confrontar-se com a ameaça. Para Lazarus e Folkman (1984 apud BORCSIK, 2006) esse tipo de enfretamento (coping), é considerado como um processo de reavaliação cognitiva. Explicam os autores que muitas vezes o indivíduo busca.

(17) inúmeras formas de artifícios com o objetivo de solucionar os seus problemas deturpando a realidade e atraindo assim o estado de estresse. O enfrentamento mais amadurecido seria então aquele que, ao invés de atrair esse estado estressante e alterar a emoção diante da situação, o indivíduo buscará reduzir a sensação desagradável causada pelo estresse, conseguindo um equilíbrio psicológico prático e adequado para qualquer tipo de situação, sem risco algum. Observa-se diante do exposto, que no controle do estresse, da tensão causada pelo problema, são importantes os recursos ou estratégias que os indivíduos lançam para a resolução dos problemas do dia-a-dia. Caso este controle não seja alcançado com maestria, e caso as estratégias não sejam efetivas para eliminar ou amenizar o fator estressante, o indivíduo entra em estado de exaustão. Observa-se ainda que o uso do enfrentamento (coping) relaciona-se também aos acontecimentos que se sucedem ao longo da vida das pessoas e que se referem às perdas, dificuldades, tragédias ou fatores inesperados em que os indivíduos precisam enfrentar, e que estão ligados a situações de estresse distintas dos problemas do dia-a-dia. Estudando os diversos aspectos da vida que envolve o enfrentamento, observa-se que as pessoas respondem ao estresse de várias formas. Segundo Weiten (2002), existem algumas pessoas que são capazes de suportar melhor o mal do estresse, pois existem variáveis moderadoras que podem diminuir o impacto do estresse sobre a saúde física e mental, como o apoio social, o otimismo e a consciência. O autor esclarece que o apoio social refere-se aos vários tipos de auxílios fornecidos por membros de uma rede social da pessoa; o otimismo é a forma como a pessoa espera os resultados positivos; e a consciência é um traço de personalidade que se caracteriza como ético, confiável, produtivo e.

(18) determinado. Para Limongi e Rodrigues (1996) já haviam entendido que o coping é a forma como o indivíduo enfrenta o estresse. Descrevem ainda, que o ser humano é capaz de utilizar algumas estratégias para lidar com as exigências externas ou internas do nosso corpo, ou seja, é como se o individuo pudesse seguir etapas do processo de estresse, que quando gerada pela consciência, a pessoa saberá o momento certo de parar e manter o equilíbrio do seu organismo. Antoniazzi, Dell’Aglio e Bandeira (1998), salientam ainda quatro características do coping, sendo a primeira é vista como um processo ou uma interação que se dá entre o indivíduo e o ambiente; a segunda é a administração do agente estressor, ao invés do controle ou domínio deste; a terceira é o como calcular a noção e avaliar, verificando se o fenômeno é percebido, interpretado e cognitivamente representado para o indivíduo; e a quarta consiste em uma mobilização de esforço, ou seja, esforços cognitivos e comportamentais para administrar as demandas (internas/externas) de sua relação com o ambiente. Segundo Anshel (1990) o enfrentamento (coping) é um processo consciente que permite que a pessoa domine, reduza ou tolere a causa estressante. Já para Pensgaard e Eriksen (2000 apud LIMA; SAMULSKI e VILANI, 2004) baseados na teoria da ativação cognitiva do estresse, o coping é uma resposta positiva a um resultado esperado. Enfim, baseado nessas definições observa-se que o coping consiste na maneira de enfrentamento do sujeito ante a uma determinada situação nova ou que lhe produz stress; o indivíduo utiliza o enfrentamento a fim de vencer, ultrapassar e se manter superior às situações estressantes, sejam elas quais forem. Assim, seja qual for o modo de.

(19) enfrentamento, seja através de formas mais ou menos amadurecidas, elas serão colocadas à disposição para buscar solucionar problemas. Deste modo, cabe salientar que as estratégias sempre serão utilizadas, porém, o que irá distinguir a qualidade do enfrentamento será o tipo de estratégia mais freqüentemente utilizada pelos indivíduos em situações diversas e estressoras. Seguindo ainda o estudo sobre o conceito de enfrentamento (JUSTICE, 1988 apud SAVOIA, 1999), enfatiza que o seu conceito ainda pode ser explorado em pesquisas futuras, mais até do que o estresse, pelo fato de poder ser definido com maior grau de precisão por ser um processo pelo qual as pessoas tendem a modificar ou eliminar os problemas que surgem. O conceito de enfrentamento pode ainda ser correlacionado com medidas quantitativas de cognições, comportamentos, emoções, reações fisiológicas e situações sociais, tanto em ambientes controlados, quanto em ambientes naturais. Em suma, a concepção de enfrentamento enfatiza os resultados adaptativos e não os aspectos psicopatológicos de possíveis respostas de enfrentamento, valorizando as diferenças individuais, tanto na avaliação quanto na utilização das estratégias, compreendendo o enfrentamento no contexto da situação específica e das demandas particulares, enfatizando a noção de processo e o seu caráter flexível, minimizando aspectos disposicionais ou de estilos de enfrentamento (GIMENES, 1997). Assim, essa conceituação difere daquelas que trabalham com a noção de estilos de enfrentamento, entendidos como características ou maneiras típicas da pessoa confrontar ou lidar com situações estressoras (CARVER, SCHEIER e WEINTRAUB, 1989; ENDLER e PARKER, 1999 apud SEIDL, TRÓCCOLI e ZANNON, 2001)..

(20) 2.1. TIPO DE ENFRENTAMENTO E ANÁLISE. Na avaliação do enfrentamento, propõem-se uma distribuição de dimensões. Borcsik (2006) explica duas grandes dimensões na analise do enfrentamento. Uma primeira centrada no problema, refere-se a quando a preocupação maior que está focada na resolução. Sendo assim, é necessário definir o problema, avaliar suas alternativas, confrontá-las e escolher uma solução, a qual será voltada totalmente para a realidade. O enfrentamento é então adequado e solucionado sem que se modifique o estado motivacional do indivíduo. A segunda é centrada na emoção, ou seja, envolve mais o repertorio afetivo-emocional do que a praticidade na resolução do problema; esse modo de enfrentamento resulta na ação do indivíduo e na mobilização dos sistemas fisiológicos para busca da solução de modo que muitas vezes resulta em ações impulsivas e soluções pouco adequadas que causam sofrimento. Seidl, Tróccoli e Zannon (2001), esclarecem que tais estratégias classificadas em duas categorias podem ser definidas como: a) enfrentamento focalizado no problema, quando a pessoa engaja-se no manejo ou modificação do problema ou situação causadora de estresse, visando controlar ou lidar com a ameaça, dano ou desafio. Em geral são estratégias ativas de aproximação em relação ao estressor, com solução de problemas e planejamento; b) enfrentamento focalizado na emoção, que teria como função principal à regulação da resposta emocional causada pelo problema/estressor com o qual a pessoa se defronta; podem representar atitudes de afastamento ou paliativas em relação à fonte de estresse, como negação ou esquiva..

(21) Esses mesmos autores certificam que essas estratégias não são necessariamente excludentes, ou seja, diferentes estratégias de enfrentamento podem ser utilizadas simultaneamente para lidar com determinada situação estressora. Outros estudos relacionaram o enfrentamento com outras variáveis psicológicas, sociais e ambientais. Seidl, Tróccoli e Zannon (2005), investigaram o tipo de enfrentamento de indivíduos portadores de HIV e associaram essas estratégias com suporte social e qualidade de vida. Identificaram que o suporte social teve sua importância destacada a partir do peso que alcançou como variável preditora nas diferentes dimensões da qualidade de vida, em especial o suporte emocional, junto à condição sócio-econômica. Os autores observaram também que o nível de escolaridade foi o mais forte preditor, apontando que pessoas com nível de escolaridade mais alto, e que relataram maior disponibilidade e satisfação com os suportes instrumental e emocional, e que utilizavam menos o enfrentamento focado na emoção, tenderam a estimar melhores condições e a avaliar de modo mais favorável o ambiente onde viviam. O modelo que analisou a qualidade de vida geral teve apenas duas variáveis preditoras: suporte emocional e enfrentamento na emoção (negativo), permitindo concluir que pessoas soropositivas que referiram melhor apreciação da qualidade de suas vidas relataram ter maior disponibilidade e estar mais satisfeitas com o suporte emocional e fazer menor uso de estratégias de enfrentamento focalizado na emoção. Com relação à dimensão “religiosidade ou pensamento fantasioso” esta é destacada como uma dimensão não adequada para o enfrentamento de situações estressoras, já que indica que o sujeito, ao invés de buscar a aproximação e a resolução do conflito, este sujeito recorre às fantasias ou ao inanimado para explicar e enfrentar a situação conflituosa. Entretanto, Seidel, Trócoli e Zanon (2005) e Seidel e Faria (2005) colocam em duvida essa.

(22) dimensão (se positiva ou negativa) pois há variações entre indivíduos e tal aspecto deve ser melhor estudado. Seidel e Faria (2005) investigaram a religiosidade e o enfrentamento em contextos de saúde e doença, inclusive com portadores de HIV; identificaram que muitas pessoas atribuem a Deus o aparecimento ou a resolução dos problemas de saúde que as acometem, recorrendo freqüentemente a religiosidade ou aos pensamentos fantasiosos como recurso para enfrentar os problemas. Por outro lado, outro estudo de Siegel e Schrimshaw (2002) realizado com adultos soropositivos norte-americanos, constatou-se benefícios percebidos na utilização do enfrentamento religioso. Os sujeitos deparam-se com uma variedade de benefícios provenientes de suas crenças e práticas dessa natureza. Esse enfrentamento foi observado como associado ao favorecimento de emoções e sentimentos de conforto, sensação de força, poder e controle, disponibilidade de suporte social e senso de pertencimento; facilitação da aceitação da doença, alívio do medo e da incerteza perante a morte. Esses aspectos sugerem mecanismos potenciais de como a religiosidade pode afetar a adaptação psicológica em contextos de ameaça ou danos à saúde. Em outro estudo, Seidl, Rossi, Viana, Meneses e Meireles (2005) investigaram as estratégias de enfrentamento de crianças e adolescentes portadores de HIV. Através da Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) puderam identificar um resultado semelhante aos estudos de Seidl e Faria (2005) com relação à religiosidade, ou seja, mostrou-se que a modalidade de enfrentamento mais utilizada pelas crianças e adolescentes foi busca de práticas religiosas ou pensamento fantasioso e estratégias focalizadas na emoção foram relatadas em menor freqüência..

(23) 2.2 ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM SITUAÇÕES DE DOÊNÇA. O estudo mais comum encontrado na literatura para abranger as estratégias de enfretamento está relacionado às situações em que as pessoas estão envolvidas com alguma doença, ou em alguma situação que leve o indivíduo a um estado psicológico de maior tensão. Neste caso, o mais prudente seria ter o controle para eliminar ou amenizar o fator estressante para que a pessoa não entre em estado de exaustão (SEIDL e FARIA, 2006; SEIDL, TRÓCCOLI e ZANNON, 2005; SANTOS e ENUMO, 2003). Dentre as doenças mais estudadas, a literatura tem apontado para o enfrentamento em situações frente ao câncer e o HIV. Trentini, Silva, Valle e Hammerschmidt (2005); Motta e Enumo (2004); Pereira e Araújo (2005); Silva, Müller e Bonamigo (2006) advertem que tais doenças, por serem patologias que envolvem um alto risco da saúde, necessitam de um controle maior do estresse. Seidl e Faria (2005) e Seidel e Schrimshaw (2002) demonstraram, como já citado anteriormente, que as estratégias de enfrentamento apoiadas numa variedade de benefícios provenientes de crenças e práticas religiosas favorecem as emoções e sentimentos de conforto, sensação de força, poder e controle, disponibilidade de suporte social, senso de pertencimento, facilitação da aceitação da doença, alívio do medo e da incerteza perante a morte. Esses aspectos sugerem mecanismos potenciais relacionados à religiosidade diante da ameaça ou danos à saúde. Seidl e Faria (2005; 2006), ressaltam a importância da religiosidade como fonte de suporte emocional. Numa linha de raciocínio que pressupõe o enfrentamento como capacidade interna.

(24) do indivíduo, Simon (1989) num referencial psicanalítico, explica os recursos internos ou recursos defensivos utilizados pelo sujeito ante a crise e que o acomodam numa certa adaptação, podendo ser ou não eficaz. Esta capacidade adaptativa irá ser determinada pela qualidade das respostas emitidas pelo sujeito na situação de crise. Estas respostas serão, como define o autor, respostas adequadas, pouco adequadas e pouquíssimo adequadas. Assim, explica o autor, nunca um indivíduo pode ser considerado “não-adaptado”, pois assim sendo ele estaria morto. O individuo possui adaptação eficaz ou ineficaz. Todo o processo de respostas, ainda segundo Simon (1989) dependerão de todo um aparato interno que o indivíduo já possui, e que foi construído ao longo de seu desenvolvimento; portanto fazem parte de seu mundo interno. Este autor criou uma escala EDAO - Escala Diagnóstico Adaptativa Operacionalizada - para medida da eficácia adaptativa dos indivíduos e que pode ser utilizada tanto para detectar a situação de crise como para avaliar a qualidade das respostas do sujeito e, por conseguinte sua capacidade adaptativa. Conforme Zago (2004), esta percepção psicanalítica aliada ao modelo instrumental de Simon (1989), têm sido bastante utilizada pelos pesquisadores nos casos de doenças agudas e crônicas, bem como em relações de trabalho. Analisado sob uma abordagem humanista, um correlato desse aspecto é apresentado por Kubler-Ross (1998) que discorre sobre fatores ou fases dos indivíduos acometidos por doença grave e com expectativas de morte; a autora aponta que a doença traz, além de perdas concretas, como a morte e a mutilação, as perdas de diferentes significados, tais como a interrupção prematura de atividades e os sonhos e projetos financeiros. Ao tomar conhecimento da malignidade da doença o paciente passa por estágios que, nada mais são do que mecanismos psicológicos de enfrentamento e adaptações: negação e isolamento,.

(25) raiva, barganha, depressão e aceitação. A autora enfatiza, que a negação é o primeiro dos cinco estágios que os pacientes próximos ou diante da possibilidade da morte passam a sentir, a negação é o estágio que vem diante do diagnóstico, em seguida virão sucessivamente à tona à raiva, quando o diagnóstico for assimilado, a barganha para tentar negociar a morte, neste estágio aceita-se o fato, mas procura-se adiá-lo, mais adiante será a depressão com a revisão da vida e enfim a aceitação, onde a pessoa passa a deixar fluir o curso natural de sua doença. Observa-se que, diante da rica literatura psicológica sobre as maneiras de lidar com a crise ou o sofrimento, existem diferentes correntes de pensamento. A corrente psicanalítica parte da compreensão do objeto de estudo por um determinismo psíquico; as correntes humanista e existencialista partem da compreensão do estado em que o sujeito se encontra. E a corrente cognitivista, compreende o objeto a partir de características internas e de experiências externas (ambientais) em que o indivíduo se encontra e que o conduzirão às formas de enfrentamento que este irá colocar em ação. Nessa visão cognitivista, o estudo realizado com crianças hospitalizadas portadoras de câncer, os autores Motta e Enumo (2004), puderam identificar e avaliar que a experiência de hospitalização, para a criança com câncer, pode trazer prejuízos para o seu desenvolvimento, provocando reações de estresse que interferem na sua qualidade de vida. Para lidar com essa situação, o brincar no hospital tem funcionado como estratégia de enfrentamento, entre outras aplicações. Dentre as atividades aplicadas, foram avaliadas as estratégias: a) facilitadoras: brincar, conversar, (tomar remédio e rezar), e b) nãofacilitadoras: esconder-se, brigar, sentir culpa, fazer chantagem. Os resultados demonstraram um índice de enfrentamento no grupo (b) nas ações de medo pelos.

(26) procedimentos invasivos, pois foram nestes momentos que se identificaram “estratégias de enfrentamento não-facilitadoras”, podendo afirmar que as estratégias de enfrentamento com crianças em situações semelhantes a esta podem alterar-se devido ao fato que ela vivencia, ou seja, em relação ao ambiente, pois a criança não tem o mesmo controle que adultos em situações de estresse. Nos resultados em relação ao grupo (a), observou-se que as situações que envolvam brincadeiras, conversas, etc., foi uma estratégia mais adequada e útil à compreensão psicológica da hospitalização e ao atendimento prestado à criança com câncer, pois o brincar correspondeu a 78,6% das respostas relacionadas ao que a criança gostaria de fazer no hospital. Um estudo com jovens portadores de diabetes Mellitus tipo I e jovens não portadores, Santos e Enumo (2003) observaram que as estratégias de enfretamento foram efetivas nos jovens somente após a descoberta da doença, onde dedicavam seu tempo freqüentando biblioteca e atividades intelectuais. Os adolescentes não portadores da doença realizavam atividades sociais como conversar com amigos, o que pôde demonstrar uma diferença de preocupações e interesses, ou mesmo uma esquiva de situações sociais relacionadas à doença. Os jovens portadores da doença passaram por situações de estresse somente ao receber a notícia e nos primeiros momentos do tratamento; observando-se tristeza. Apesar do estresse observado na vivência inicial observou-se uma convivência positiva com a doença devido às estratégias de enfretamento utilizadas pelas crianças, possibilitando a adaptação e a tolerância ao evento estressor. Alguns jovens manifestaram um discurso que revelou maneiras mais adequadas para conviver com o fato de encarar a realidade, focalizando-se no problema, buscando cooperar, seja fazendo a aplicação da insulina ou tentando seguir a dieta prescrita pelo médico. Assim, a atitude de lidar com a.

(27) situação focalizando no problema é descrita como uma estratégia de enfrentamento muito utilizada por adolescentes mais “seguros” ou “maduros”, como afirmam Williams e Macgillicuddy-De Lisi (2000). Isso significa, que os adolescentes com menor grau de maturidade, ou mesmo os mais jovens, teriam maior possibilidade de utilizarem estratégias focalizadas na emoção, apresentando respostas como revolta, medo e fuga do problema. Desta forma, nos jovens portadores de Diabetes Mellitus tipo I, observou-se que apesar do início da doença ser avaliado como de considerável dificuldade, o tempo de convivência fez com que as dificuldades diminuíssem, não trazendo mais tantos transtornos, e possibilitando uma diminuição no nível de estresse. Considerando os recursos que, segundo Lazarus e Folkman (1984 apud BORCSIK, 2006) ajudam no enfrentamento de situações estressantes, pode-se considerar que, apesar do comprometimento da saúde, esses jovens com diabetes ainda apresentavam energia, crenças positivas em relação à doença e à vida, tinham habilidades sociais para a resolução de problemas no dia-a-dia e buscavam suporte social quando necessário. Pode-se observar que as estratégias de enfretamento quando utilizadas focadas no problema são fundamentais em qualquer tipo de reabilitação ou situação nova estressante. Pereira e Araújo (2005), avaliaram as estratégias de enfrentamento adotadas pelos pacientes e seus familiares/acompanhantes durante a participação em um programa de reabilitação em traumatismo raquimedular. Os participantes foram estudados antes do ingresso no programa e ao seu término, através da aplicação da Escala de Modos de Enfrentar Problemas (EMEP) e de entrevista semi-estruturada. Os dados obtidos revelaram mudanças nas modalidades estratégicas empregadas entre a etapa de pré-reabilitação (religiosidade, pensamento positivo e busca de suporte social) e a etapa de pós-reabilitação.

(28) (focalização no problema, pensamento positivo e busca de suporte social). Houve mudanças quanto às modalidades de enfrentamento adotadas, ao se comparar às etapas de pré e de pós-reabilitação. A participação em atividades do programa de reabilitação, a percepção de aquisição progressiva de independência, bem como a convivência com outros pacientes e familiares foram fatores promotores que propiciaram uma avaliação menos ameaçadora da situação de lesão. Os participantes mostraram-se engajados em planos de alteração de rotina, visando alcançar melhoria da qualidade de vida. No caso específico do familiar, sua participação no programa de reabilitação deu oportunidade para o desenvolvimento do seu senso de competência, capacitando-o a conhecer o problema e a desempenhar seu papel de cuidador. Em um estudo mais recente, realizado por Arteche e Bandeira (2006) avaliou-se as estratégias de coping utilizadas pelos jovens para lidar com dificuldades no trabalho, e os resultados demonstraram que a maior parte dos adolescentes trabalhadores, frente a um evento estressor, age diretamente sobre o problema, tentando modificá-lo. Este estudo corrobora os resultados de Williams e Macgillicuddy-De Lisi (2000) em pesquisa realizada com adolescentes de diferentes idades, em que jovens na etapa intermediária da adolescência apresentam uma preferência por estratégias mais ativas, como é a solução do problema.. 2.3 ENFRENTAMENTO E PRÁTICA ESPORTIVA. Na prática do esporte, o enfrentamento tem sido estudado desde 1980, não somente buscando a sua definição, mas principalmente no auxílio teórico e prático, já que os.

(29) indivíduos utilizam a sua técnica muitas vezes em situações de estresse e para o ato competitivo. No caso específico do esporte Ramires, Carapeta, Felgueiras e Viana (2001) explicam que na maioria dos casos, o que acontece com os indivíduos que passam por treinamentos é que estes indivíduos conseguem exercitar a disciplina, controlar e conseqüentemente bloquear o estresse; o que facilita a utilização das estratégias positivas de enfrentamento tanto no esporte como na vida diária. Segundo Lima, Samulski e Vilani (2004), um atleta disciplinar consegue enfrentar situações de tensão de uma melhor maneira, por estar em prior com o seu estado emocional; isso envolve as estratégias de enfrentamento de uma maneira geral. Ou seja, um atleta praticante enfrenta seus problemas com mais destreza ao entender a vida esportiva unida e regrada pela disciplina e, um estado maior de consciência, auxilia-o na compreensão da prática do esporte para controlar as suas expectativas bem como nas situações da vida diária. Conforme Gould, Eklund e Jackson (1992B), os atletas com melhores índices de sucesso no esporte também possuem melhores habilidades psicológicas. Durante a prática do esporte, competição ou qualquer situação em que o atleta seja submetido a cargas estressantes este consegue o seu melhor resultado, minimizando ou neutralizando a condição perigosa ou desagradável, ou seja, controlando o estresse e as possíveis tensões. Podemos observar assim, que existem diversas formas com que as pessoas utilizam as estratégias de enfrentamento (coping), em várias situações da vida diária, incluindo o esporte..

(30) Lazarus e Folkman (1984 apud BORCSIK, 2006), concebe o enfrentamento como respostas a eventos específicos, reconhecendo, no entanto, que determinadas estratégias podem sofrer maior influência de características de personalidade, enquanto outras parecem sofrer maior influência de aspectos situacionais ou do contexto. No esporte, estudos específicos relacionados ao enfrentamento ainda são poucos. No meio esportivo o estresse e a ansiedade também estão presentes e se acentuam no alto nível devido à intensa exigência na preparação e na busca de resultados. Entende-se que o estresse pode causar desequilíbrios quando em excesso, mas em doses razoáveis pode ser um componente indispensável para a ativação do atleta, pois tem efeito direto sobre o seu desempenho. Conforme Gouvêa (2001) a competição no esporte é um causador de estresse e pode ser vivenciado em alto grau quando o atleta não consegue enfrentá-lo adequadamente, muitas vezes antecipando conseqüências negativas. Sendo assim o estresse pode originar-se de fatores negativos ou positivos de múltiplas origens, segundo Sime e Mc Kinney (1994 apud GAERTNER, 2002) o estresse é definido como qualquer evento físico, psicológico ou cognitivo, de natureza negativa (adversa) ou positiva (satisfação) que suscita uma resposta fisiológica que requer uma significante adaptação homeostática. Quando esta adaptação é excessiva ou prolongada o desvio dos níveis basais pode ser denominado de tensão... podem produzir conseqüências fisiopatológicas se são experimentadas com grande intensidade e com alta freqüência por longo tempo. A natureza dos achados fisiopatológicos é determinada primariamente por.

(31) fatores individuais que predispõem um indivíduo a uma ou mais de uma variedade de doenças relacionadas ao estresse. Para Gouvêa (2001), o estresse é uma resposta psicofisiológica que se caracteriza pelo desequilíbrio entre a demanda da situação e a capacidade de resposta do organismo. E, no esporte, pode ser configurada como positiva ou negativa. Rocha, Nascimento, Silva e Lazarini (2006) estudaram as conseqüências da ansiedade e do estresse e constataram que ambos podem influenciar de maneira positiva ou negativa o desempenho do praticante. Um certo grau de ansiedade pode atuar a favor do atleta, desde que as alterações fisiológicas deste não sejam excessivas; mas caso as alterações fisiológicas sejam excessivas, todo o desempenho do atleta fica abaixo do esperado. Com a finalidade de demonstrar o quão o estresse pode influenciar na vida esportiva, é indispensável mencionar um estudo feito por Menoncin Jr. (2003), na cidade de Curitiba, com o objetivo de identificar quais foram os fatores pelos quais levaram os jovens praticantes de basquetebol competitivo a abandonarem o esporte precocemente. O autor observou que de uma maneira geral houve diversos aspectos psicológicos que puderam influenciar o desempenho dos atletas; entre eles cita: motivação, ansiedade, atenção, concentração, agressividade e estresse. Mas dentre os aspectos psicológicos mencionados, o estresse é um dos mais importantes e, fator crucial para determinar a qualidade do desempenho esportivo e a capacidade do atleta em lidar com este tipo de tensão. Sendo assim, foram propostas possíveis estratégias a serem utilizadas para a melhoria na qualidade, quantidade e continuidade do basquetebol na capital paranaense, dentre elas indicou-se o desenvolvimento físico do atleta, a técnica, tática e principalmente os aspectos psicológicos..

(32) 3. ORIGEM E HISTÓRIA DAS ARTES MARCIAIS. A Arte Marcial faz parte da grande herança cultural do Oriente que, com seus movimentos elegantes e de extrema eficácia tem exercido um enorme fascínio sobre inumerável quantidade de pessoas. E grande parte dessas pessoas, busca nas Artes Marciais um meio para aprender defesa pessoal, outros para vencer o medo ou a timidez, outros ainda para manter a saúde. Existem também aqueles que, além disso, buscam uma resposta no anseio da alma, para completar o seu lado espiritual.. Diante do exposto as Artes Marciais suprem as necessidades de todas essas pessoas, propondo uma vivência prática que serve como um caminho de autoconhecimento, despertando o poder interno latente em todo ser humano, além claro de ser benéfico à saúde (SUGAI, 2000).. Para um melhor entendimento do que estamos falando mostramos agora uma análise do termo “Arte Marcial". Segundo Imamura (1994, p.74); A palavra Arte denota algo realizado pôr ser capaz, eminente, com habilidade, perspicácia e sabedoria. Arte implica o sentido de imaginar, inventar, além do acomodar, adaptar. O termo Marcial é derivado de Marte, nome latino de Ares, deus da guerra da mitologia grega. Ele era uma das doze divindades do Olimpo, sendo filho de Júpiter e Juno. Marte foi educado pôr Príapo com quem aprendeu a dança e outros exercícios corporais, prelúdios da guerra (guerra interior = busca da paz). Marte simbolizava o caminho da evolução espiritual.. Ainda nas palavras de Imamura (1994, p.75), segue a fusão dos termos:. “Arte Marcial é toda a forma sistematizada de movimentos que representam gestos de combate, onde os mesmos expressam as idéias e os sentimentos daquele que os executa, propiciando uma compreensão cada vez maior da natureza da existência humana”..

(33) Diante dos conceitos citados, define-se a Arte Marcial como sendo toda a atividade física que envolve a representação de combate, visando, assim, a consciência plena do indivíduo consigo mesmo, com relação à sua existência no mundo e na sua relação com todos os seres a sua volta. Não existem registros escritos precisos sobre a origem das Artes Marciais, no entanto, acredita-se que elas tenham suas raízes mais remotas na Índia, há mais de dois mil anos atrás. Há indícios de que nessa época tenha surgido a primeira forma de luta organizada, chamada de Vajramushti, que seria um sistema de luta de guerreiros indianos (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996). Ela começa mesmo a tomar uma forma mais concreta a partir do século VI, quando no ano 520 a.C. um monge budista indiano chamado Bodhidharma - 28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo Zen - deixou seu país e partiu numa longa jornada em busca da iluminação espiritual. Bodhidharma (conhecido no Japão como Daruma) viajou da Índia para a China, pernoitando nos templos que encontrava pelo caminho e pregando sua doutrina aos monges ou a quem quer que fosse. Após ter perambulado por boa parte do território chinês, o destino o conduziu ao Templo Shaolin, localizado na província de Honan. Registros dizem ainda, que ao adentrar no velho mosteiro, Bodhidharma deparou-se com a precária condição de saúde dos monges, fruto de sua inatividade, que passavam grande parte do seu tempo “meditando”. Foi então que ele iniciou os monges na prática de uma série de exercícios físicos, ao mesmo tempo em que transmitia os fundamentos da filosofia Zen, com o objetivo de reabilitá-los tanto física quanto espiritualmente..

(34) Os exercícios ensinados por Bodhidharma eram baseados em métodos de respiração profunda e yoga, e seus movimentos se assemelhavam a técnicas de combate. A prática desses exercícios logo se tornou uma tradição no templo, vindo mais tarde a atingir um estado de evolução tal que pôde ser considerada como um verdadeiro e completo sistema de autodefesa: o Shaolin Kung Fu, que no Japão é conhecido como Shorinji Kenpo (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996). Esta arte marcial em ascensão logo mostrava sua eficiência, primeiro com relação a restabelecimento da saúde dos monges, e segundo como método de defesa pessoal propriamente dito, posto em prática contra bandoleiros que por vez ou outra saqueavam o templo, de quem os monges em outros tempos eram considerados presas fáceis. A reputação dos monges lutadores logo se espalhou pela China, fazendo com que o Shaolin Kung Fu se difundisse amplamente pelo país, principalmente durante a Dinastia Ming (1368-1644), vindo mais tarde a conquistar outros países da Ásia e a dar origem a outros estilos de artes marciais, como o Karate em Okinawa. Okinawa é a maior das ilhas de um arquipélago situado ao sul do Japão: as Ilhas Ryukyu. Esta região, que atualmente forma a província de Okinawa, constituía um reino independente até o final do século XIX, quando foi anexada ao império japonês. Alguns pesquisadores acreditam ainda que as Artes Marciais tiveram sua origem nas formas primitivas de autodefesa dos seres humanos contra animais selvagens e nas lutas tribais. A China foi o grande berço das artes marciais, nas quais se combinavam as habilidades defensivas com a disciplina e o autocontrole (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996)..

(35) As Artes Marciais são tidas como atividades físicas plenas, que trabalham o corpo e a mente, buscando um equilíbrio fundamental para o desenvolvimento integral do indivíduo. Sua prática não só é saudável para uma boa forma física, mas também para o desenvolvimento das virtudes dos adeptos. Com o avanço da sociedade humana, várias modalidades foram se desenvolvendo, sempre ligadas a uma filosofia de vida que privilegia o respeito aos outros e a autodefesa como meta. As Artes Marciais trabalham o corpo e a mente de forma indissociável, buscando, sobretudo, o desenvolvimento pleno do indivíduo. Nos dias de hoje as Artes Marciais tem recebido características desportivas, onde o aspecto competitivo é atualmente enfatizado além do que entre os povos do Oriente, fazendo culturalmente parte do quadro curricular na rede de ensino junto com as matérias tradicionais de classe, como se fosse disciplina essencial para a prática da Educação Física, bem como, completar o aluno com relação à filosofia. (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996).. 3.1. KUNG FU CHINÊS. Kung Fu ou Gong Fu (功夫, Pin Yin: gôngfu), que tem a acepção de uma palavra chinesa em forma coloquial que pode significar "Estudo, virtude ou habilidade, adquiridos através de esforço" e "Competência na luta corporal" (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996)..

(36) O termo não era muito popular até a segunda metade do século XX; por isso raramente é encontrado em textos modernos fora da China. Acredita-se que, no Ocidente, a palavra foi usada pela primeira vez no século XVIII, pelo missionário jesuíta francês Jean Joseph Marie Amiot. Com a imigração de chineses (cantoneses, em sua maioria) para a América, o termo começou a se difundir. Os chineses de Guang Dong (Cantão) costumavam a se referir treino das lutas corporais a atividade que requeria muito tempo de prática ou trabalho duro sob rigorosa supervisão de um mestre competente, e em seu dialeto usavam a expressão Gong Fu (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996). Entretanto, o termo ganhou popularidade de fato a partir do final dos anos 60, graças aos filmes de arte marcial de Hong Kong (especialmente os de Bruce Lee), e aos seriados para televisão que levavam no título o termo Kung Fu. Sua popularidade no mundo se deu pelos filmes a partir dos anos 60 do século passado e dos EUA através de Bruce Lee e da série da TV 'Kung Fu' estrelada por David Carradine. As características mais fortes nos métodos de prática dos movimentos estão na divisão regional, devido às diferenças geográficas. Apesar da China ser um país com diversos tipos de relevo e com todos os seus pontos cardeais naturalmente, no Kung Fu, para facilitar dividiu-se em apenas norte e sul. O norte chinês é mais montanhoso, com um clima obviamente mais frio. Os chineses do norte utilizavam-se de roupas mais grossas para melhor proteção do frio e possuíam as pernas fortalecidas devido à convivência nas montanhas. Sendo assim desenvolveram um Kung Fu de movimentos mais amplos, de forma a não ser atrapalhados pelas grossas roupas que coibiam alguns golpes. Valorizaram bastante os chutes,.

(37) principalmente os mais altos, aproveitando as pernas fortes (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996). O sul chinês possui relevo um pouco mais plano em relação ao norte, com maior abundância de rios e chuvas, com temperaturas mais elevadas. Por esta razão, os estilos de Kung Fu do sul da China desenvolveram-se com características diferentes aos do norte.As bases de pernas são mais baixas, ou seja, mais plantado ao solo, adaptando-se a situação geográfica da região sul daquele país. Com chutes mais baixos e fortes, sempre priorizando as pernas e o baixo ventre, e em menor quantidade, valoriza-se o uso dos braços através de socos, arremessos e agarramentos mais rígidos, visando uma luta mais breve. Esta é apenas uma pequena descrição nas divisões mais marcantes entre os estilos do Sul e Norte da China. Naturalmente existem outros fatores que se fazem pertinentes sobre as diferenças estratégicas nas aplicações de suas técnicas, principalmente costumes, filosofias, religiões, culturas regionais etc. Além da habilidade em combate e ganho de saúde o Kung Fu trabalha o desenvolvimento pessoal, advindo da disciplina, persistência e respeito aos limites; estrutura o corpo e a mente ajudando no equilíbrio psíquico e auxiliando a pessoa a vencer novos obstáculos e desafios (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996). Este esporte de combate pode ser praticado por adultos, idosos e crianças de ambos os sexos dependendo do estilo. Combina ginástica completa de todo o corpo, na maioria das vezes seqüências de movimentos, chamados de Taolu ou formas, chamada vulgarmente de katis, que por mutação lingüística são chamados katas no Japão. Alguns estilos incluem treinamentos em armas chinesas, como bastão (gun), facão (dao), espadas (jian), lança.

(38) (qiang) entre outras. Se bem desenvolvido, possibilita um equilíbrio corporal total, aumentando a saúde e a qualidade de vida. Possibilita também o controle do estresse, de angústias, ajudando na concentração.. 3.2. KUNG FU VIETNAMITA (QWAN KI DO). As artes marciais vietnamitas desenvolveram-se sobretudo num contexto de defesa aos ataques estrangeiros recebendo, simultaneamente, influências da ocupação estrangeira, sobretudo dos chineses. Ao longo de vários séculos com lutas civis, mudanças de dinastias, conquistas estrangeiras e guerrilhas variadas os mestres de artes marciais de origem vietnamita utilizaram os conhecimentos que possuíam das artes marciais chinesas e desenvolveram uma forma única e particular de arte marcial. Estas artes marciais eram utilizadas pelos reis vietnamitas no treino das suas tropas e na defesa nacional contra as invasões. As famílias de clãs e os templos budistas também cultivaram uma variedade de estilos para defesa pessoal em disputas nacionais (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996).. É difícil definir com precisão a data da formação das artes marciais vietnamitas. No fundo, nascem com a história do próprio país e do imperador Hung Vuong I. Este imperador funda a dinastia Hồng Bàng que dura de 2879 a 258 a.c. A origem da arte marcial vietnamita situar-se-á por aí, contendo, portanto, mais de quatro mil anos de existência. Teremos de ter em conta que o imperador Hung Vuong e a sua dinastia situamse numa parte pré-histórica e mitológica da história do Vietnam e, sendo que a realidade é bastante difícil de discernir num tempo tão remoto. Por isso, em vários livros de história do.

(39) Vietnam e esta dinastia não chega a ser sequer considerada. Pinturas encontradas em cavernas no norte do Vietnam e descrevem cenas de luta com armas. Para além das cenas de luta com mãos vazias, há registros do uso de machados, pequenos sabres, lanças e paus longos e curtos. O Vietnam define-se oficialmente como país em 200 d.c. Apesar da problemática relação com a China, muita da cultura vietnamita assim como pensamento filosófico provém precisamente daí. Isso seria inevitável já que a China foi o grande pólo dinamizador cultural no extremo-oriente. Define-se a mais usada das Artes Marciais o Kung-Fu Vietnamita - O Qwan Ki Do, que designa o caminho da energia vital, representando em sua terminologia recente a realização de 25 anos de estudos e pesquisas efetuadas por uma das maiores personalidades das artes marciais vietnamitas, o mestre Pham Xuan Tong (TONG, 2001) Este criador da modalidade nasceu em 17 de julho de 1947 em Ninh Binh, próximo de Nam Dinh (Tankin) e elaborou uma síntese dos mais célebres estilos de artes marciais chineses e vietnamitas. Teve a honra e o privilégio no Vietnã de ser discípulo de mestre Chau Qwan Ky que o designou, por testamento, sucessor e depositário de sua Escola chinesa Nga Mi Ho Hac Trao (E Mei Hu He Zhao). Teve ainda os ensinamentos de arte marcial vietnamita de seu tio-avô Phan Tru e dos mestres Long Ho Hoi, Pahn Thanh Su e Le Van Kien. Em 1968, Pham Xuam Tong partiu para a França para terminar os estudos e passou então a empreender o trabalho de sintetizar as duas grandes correntes que aprendera, para tanto se servindo da herança do Extremo Oriente e integrando certas descobertas recentes do campo da Educação Física e da Pedagogia do Ensino, desta forma surge o Qwan-Ki-Do, fruto de vários anos de pesquisa teóricas e práticas, dos quais 13 anos passados na França (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996; TONG, 2001)..

(40) Apesar da nova nacionalidade, o mestre Pham Xuan Tong continuou fiel às suas tradições natal e, particularmente ao culto dos seus antepassados. As duas razões por qual o motivaram a escolha do termo Qwan Ki Do foram, à vontade de prestar uma homenagem a seu mestre Chau Quan Ky (mencionando-o foneticamente no nome de seu método), e, o desejo de valorizar os dois elementos fundamentais de toda a arte marcial, o “Khi” (Qi e chinês, e Ki em japonês) e o Dão (Dão também em chinês e Do em japonês). Essa dupla preocupação levou ao termo Qwan Ki Dao (Via da Energia Vital) transcrito, para a facilidade escrita Qwan Ki Do (TONG, 2001).. É determinada arte marcial vietnamita porque reúne técnicas das mais variadas, com algumas combinações de diferentes estilos. Utiliza-se diferentes partes do corpo para ataque e defesa, utilizando-se torções e projeções, chaves, estrangulamentos, imobilizações, combate corpo a corpo e com armas tradicionais vietnamitas. Tem-se ainda o combate corpo a corpo e com armas tradicionais vietnamitas. É feito um trabalho de potencia e endurecimento, velocidade e flexibilidade, onde a concentração e outros aspectos são importantes nesta arte de combate. Dentre a filosofia do Qwan Ki Do Está à harmonia entre a força e a agilidade, a evolução permanente do corpo e do espírito, o equilíbrio do homem com ele mesmo e com a natureza, a fraternidade entre os seres humanos, coragem, responsabilidade, sinceridade e lealdade, bondade e cortesia e a serviabilidade. Para prática do Qwan Ki Do não é necessário ser forte para ser útil, mas ter a formação do homem verdadeiro e não somente do homem forte (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996; TONG, 2001)..

(41) O Qwan Ki Do inclui ainda a utilização e o estudo de armas como parte integrante da formação do praticante, no estágio do estudo, da pesquisa e da competição. A utilização de armas permite o fato ao praticante em desenvolver melhor certas sensações (controle absoluto dos gestos, sensação mais aguda de perigo) e qualidades (coordenação e lateralização). O praticante apto das habilidades técnicas e conhecedor da filosofia do Qwan Ki Do pode utilizar além das armas tradicionais, técnicas utilizadas, utilizar o principal objetivo da disciplina: a serenidade (ENCICLOPÉDIA DAS ARTES MARCIAIS, 1996; TONG, 2001). Segundo TONG (2001), os benefícios do Kung Fu Vietnamita pode-se destacar como os principais: a) Longevidade e Prevenção de Lesão: Todas as aulas de Kung-Fu começam com o aquecimento muscular e das articulações para depois iniciar aos exercícios de flexibilidade. Isto é feito para fins de prevenir contusões e lesões de tendões e de músculos. É importante para todas as idades evitando envelhecimento precoce, e também ideal para prevenção de processo inflamatório que pode ocorrer nas pessoas que trabalham e m computadores; b) Melhor Capacidade Aeróbia: Visa desenvolvimento progressivo de capacidade cardiovascular a fim de melhorar aptidão física nos exercícios específicos de Kung-Fu. Os benefícios são semelhantes aos da ginástica aeróbia como queima de calorias, resistência aeróbia, fortalecimento muscular, coordenação motora e agilidade; c) Modelagem Corporal: O trabalho muscular do Kung-Fu é de forma dinâmica e multidirecional (não é estática como no halterofilismo). A energia de alto impacto bem como a força explosiva do Kung-Fu se gera através de contração muscular acelerada. Portanto, a modelagem corporal dos praticantes é de forma definida e proporcional sem hipertrofia local,. exagerado. desenvolvimento. muscular,. desenvolvimento. de. Kung-Fu. são.

(42) direcionados para proporcionar seu melhor uso técnico e não apenas para fins estéticos; d) Qualidade Mental: Os exercícios físicos de Kung-Fu ajudam "descarregar" as tensões geradas por estresse vivido no dia-a-dia; e os exercícios de mentalização, com Chi-Kun e Meditação melhoram o nível de concentração e direcionam os praticantes buscando seu conhecimento próprio e proporcionando assim o estado de estabilidade emocional tornando-os autoconfiantes e tranqüilos, gerando assim alta produtividade no trabalho; e) Qualidade Espiritual: No Kung-Fu, "o espírito" representa doutrina e disciplina de Vida. É uma aprendizagem de ser, pensar e viver. A essência espiritual do Kung-Fu é desenvolvido através de constante reflexão e desafio próprio. Os praticantes através desse processo vêm desenvolvendo progressivamente qualidade espiritual como coragem, retidão, sacrifício, respeito, perseverança, paciência, paz, fraternidade, etc... O Espírito do Kung-Fu vem sendo moldado durante vários séculos, e vem sendo transmitido para suas gerações. O Kung-Fu não é a arte marcial só de exercício muscular mas sim, a arte marcial do exercício intelectual, espiritual e sobretudo cultural; f) Defesa Pessoal: Por ser arte marcial, todas as técnicas de Kung-Fu tem a sua prática para fins de defesa própria, mesmo aqueles estilos que aparentemente são direcionados para fins de terapia ou promover um melhor estado de saúde. O Kung-Fu tem como objetivo o desenvolvimento técnico global visando dominar todas as distâncias e direções de luta, executando com eficiência e simplicidade.. 3.3. TAEKWONDO. O Taekwondo, Tae Kwon Do ou Taekwon-Do (跆拳道) é uma arte marcial coreana que surgiu há cerca de dois mil anos. Hoje em dia, é um desporto difundido em todos os continentes. Nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, teve seu "batismo de fogo", quando se.

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