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Efeitos de um programa de tutoria na sintomatologia psicopatológica, perceção de suporte social e otimismo de jovens universitários

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Efeitos de um programa de tutoria na sintomatologia psicopatológica,

perceção de suporte social e otimismo de jovens universitários

Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica

Paula Manuela Santos Bessa Moutinho Orientadora: Prof. Doutora Cristina Antunes Coorientador: Prof. Doutor J. C. Gomes da Costa

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III

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Efeitos de um programa de tutoria na sintomatologia psicopatológica,

perceção de suporte social e otimismo de jovens universitários

Paula Manuela Santos Bessa Moutinho

Dissertação apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para efeitos de obtenção do Grau de Mestre em Psicologia Clínica sob a orientação da Professora Doutora Maria Cristina Quintas Antunes e a coorientação do Professor Doutor José Carlos Gomes da

Costa

Composição do Júri:

Professora Doutora Catarina Mota Professor Doutor Ricardo Barroso Professora Doutora Cristina Antunes

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IV Responsabilidade Pessoal das Ideias Apresentadas

Eu, Paula Manuela Santos Bessa Moutinho, com número mecanográfico de 51758, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, declaro ser responsável pelas ideias

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VI Agradecimentos

Ao terminar este percurso tão importante queria expressar o meu agradecimento a todos aqueles que estiveram presentes e me apoiaram nesta jornada e que, direta ou indiretamente tornaram possível a realização deste trabalho.

Em primeiro lugar, aos participantes do estudo que, sem a sua disponibilidade, não seria possível a realização da investigação.

À Professora Doutora Maria Cristina Quintas Antunes e ao Professor Doutor José Carlos Gomes da Costa, não apenas pela orientação científica, mas sim pela compreensão,

recetividade, sábia orientação e disponibilidade sempre que necessitava dos seus conhecimentos e experiência.

Aos Meus Pais e à minha Irmã, por sempre acreditarem em mim. Por todo o amor, apoio, carinho, dedicação e incentivo nos momentos mais difíceis. E por me proporcionarem a continuidade dos meus estudos e a concretização de um sonho, sem eles não teria sido possível.

Às minhas amigas, pela partilha de experiências, pelo carinho, força, lealdade, entre ajuda e apoio incondicional, mesmo estando mais ausente.

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VII Índice

Introdução ... 1

ESTUDO EMPÍRICO I ... 3

SINTOMATOLOGIA PSICOPATOLÓGICA E PERCEÇÃO DE SUPORTE SOCIAL EM ESTUDANTES DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO SUPERIOR: EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TUTORIA ... 3 Resumo ... 4 Abstract ... 5 Enquadramento Conceptual ... 6 Método ... 11 Participantes ... 12 Instrumentos ... 13 Procedimentos ... 14 Resultados ... 14

Consistência Interna dos Instrumentos de Avaliação ... 15

Resultados dos testes de hipóteses ... 16

Discussão dos Resultados ... 24

Conclusão ... 26

Referências ... 29

ESTUDO EMPÍRICO II ... 33

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TUTORIA: ADAPTAÇÃO AO ENSINO SUPERIOR E OTIMISMO EM ESTUDANTES DO 1ºANO ... 33

Resumo ... 34 Abstract ... 35 Enquadramento Conceptual ... 36 Método ... 42 Participantes ... 43 Instrumentos ... 44 Procedimentos ... 45

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VIII

Resultados ... 46

Consistência Interna dos Instrumentos de Avaliação ... 46

Resultados dos testes de hipóteses ... 47

Discussão dos Resultados ... 52

Conclusão ... 54

Referências ... 57

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IX Lista de Siglas

BSI- Brief Symptom Inventory

QAES- Questionário de Adaptação ao Ensino Superior LOT- R- Life Orientation Test- Revised

SPSS- Statistical Product and Service Solutions SSA- Social Support Appraisals

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1 Introdução

A entrada no ensino superior implica mudanças significativas na vida da maioria dos jovens, constituindo-se como um período de transição particularmente importante no seu desenvolvimento e percurso académico. Esta transição desencadeia nos estudantes diferentes posições, por um lado pode ser perspetivada pelo estudante como uma etapa positiva que proporciona uma oportunidade de vivenciar novas experiências de aprendizagem e de desenvolvimento psicossocial, por outro lado, pode assumir-se como um período potencialmente stressante para o jovem. De facto, ao longo deste período o estudante é confrontado com um conjunto de mudanças e novos desafios de natureza pessoal,

desenvolvimental, social, académica e institucional (Almeida, Ferreira & Soares,1999), e nem todos os estudantes dispõem de mecanismos adequados para lidarem com os desafios e

exigências com os quais se deparam (Fernandes & Almeida, 2005).

Os resultados dos estudos têm demostrado que mais de metade dos estudantes que ingressam no ensino superior apresentam dificuldades nesta transição, despoletando a

ocorrência de doenças psiquiátricas, distúrbios do comportamento e dificuldade psicológicas e sociais, contribuindo desta forma para o insucesso e abandono escolar (Leitão & Paixão, 1999; Stone & Archer, 1990). Porém, verifica-se que o sucesso nesta etapa e consequente adaptação do estudante ao ensino superior não depende só de fatores académicos

(experiências académicas anteriores e capacidades intelectuais elevadas) mas também de fatores contextuais, intrapessoais e pessoais, como características da personalidade (e.g. otimismo) e o suporte social recebido. Os estudantes que apresentam uma visão otimista da vida respondem positivamente às situações adversas, antecipam dificuldades que possam surgir, o que permite antecipar estratégias de coping para ultrapassar as ditas dificuldades. Também evidenciam melhor performance, saúde física e mental (Muchotrigo, 2004; Monteiro, 2008; Segerstrom, 2007). Para além dos benefícios do otimismo, uma elevada perceção do suporte social disponível contribui para o aumento do bem-estar físico e psicológico dos estudantes (Pinheiro, 2003; Pinheiro & Ferreira, 2005).

Contudo, dado que a entrada no ensino superior é um acontecimento significativo na vida dos jovens, marcado por dúvidas e incertezas, novas responsabilidade e desafios que os estudantes têm que enfrentar, as universidades portuguesas têm investido na implementação de programas de tutoria com o intuito de facilitar a adaptação, combatendo deste modo o

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2 insucesso escolar e o despoletar de dificuldades psicológicas e sociais. As tutorias

apresentam-se como uma dimensão essencial num modelo pedagógico orientado para a aprendizagem autónoma, constituindo-se como um veículo formativo promotor do desenvolvimento das potencialidades académicas, pessoais e relacionais.

Assim e tendo em conta as evidências empíricas apontadas pela principal literatura sobre o assunto, o objetivo central da presente investigação é analisar os efeitos dos programas de tutoria na sintomatologia psicopatológica, perceção de suporte social e otimismo dos jovens universitários. Desta forma, o presente trabalho é constituído por dois estudos empíricos complementares. O primeiro artigo denomina-se de “Sintomatologia Psicopatológica e Perceção de Suporte Social em Estudantes do primeiro ano do Ensino Superior: efeitos de um programa de tutoria”. O segundo artigo, intitula-se “Efeitos de um Programa de Tutoria: Adaptação ao Ensino Superior e Otimismo em Estudantes do 1ºano”. Importa destacar a existência de uma base de dados comum para os dois estudos pelo que quando necessário procede-se à seleção dos casos e dados a analisar.

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3 ESTUDO EMPÍRICO I

SINTOMATOLOGIA PSICOPATOLÓGICA E PERCEÇÃO DE SUPORTE SOCIAL EM ESTUDANTES DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO SUPERIOR: EFEITOS DE

UM PROGRAMA DE TUTORIA

PSYCHOPATHOLOGICAL SYMPTOMATOLOGY AND PERCEPTION OF SOCIAL SUPPORT IN FIRST YEAR UNIVERITY STUDENTS: EFFECTS OF TUTORING

PROGRAM

Paula Manuela Santos Bessa Moutinho Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

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4 Resumo

O presente estudo tem como principal objetivo analisar a relação entre a perceção do suporte social e a sintomatologia psicopatológica dos estudantes do primeiro ano da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, bem como conhecer os efeitos de um programa de tutoria nas variáveis em estudo. Nesta investigação participaram 359 estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, dos quais 157 (43.7%) não integraram o programa de tutoria e 202 (56.3%) faziam parte deste programa. A amostra foi composta por 103 (28.7%) homens e 256 (71.3%) mulheres, sendo a média de idades de 18.85 (DP±1.21). Os instrumentos utilizados foram; 1) Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI); 2) Escala de Perceção de Suporte Social (SSA); 3) Questionário Sociodemográfico. Os resultados indicam que quanto maior a Perceção de Apoio Social da Família, dos Amigos, Professores e Outros em Geral, menor é a sintomatologia psicopatológica dos estudantes universitários do 1ºano. Também foi possível verificar que a Perceção de Apoio Social dos Outros em Geral é o melhor preditivo para a sintomatologia psicológica. No entanto, não se verificaram diferenças, estatisticamente significativas, entre os estudantes que integraram o programa de tutoria em comparação com os que não integraram o programa quanto à perceção de suporte social e sintomatologia psicopatológica. Os resultados são discutidos em torno da importância de serviços de apoio psicossocial e de saúde dirigidos aos estudantes, tendo em conta que esta população enquadra uma fase transicional particularmente desafiadora e exigente, tanto a nível do desenvolvimento pessoal como do sucesso académico, atuando sobretudo na prevenção.

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5 Abstract

The aims of this study to analyse the relation beween the social support perceptions and the psychopathological symptomatology of first year students from the Univerity Trás-os-Montes e Alto Douro, as well as analyzing the effects of a mentoring program on the variables studied. The participants 359 students from the University, from which 157 (43.7%) didn’t participate in the mentoring program and 202 (56.3%) who took part in the program. The sample included of 103 (28.7%) men and 256 (71.3%) women, with average age of 18.85 years old (DP±1.21). The instruments used were: 1) the Brief Symptom Inventory (BSI); 2) the Social Support Appraisals (SSA); 3) a Sociodemographic questionnaire. The results indicate that the higher the Perceptions of Social Support from Family, Friends, Teachers and Others, the lower the Psychopathological Symptomatology of first year university students. The results also revealed that the Perception of Social Support from Others is the best predictor for psychopathological symptomatology. However, there were no statistically significant differences between the students in the mentoring program and those who weren’t involved in it regarding the perception of social support and psychopathological symptomatology. The results are discussed taking into account the importance of the implementation of services to support students, acting in prevention, once this population configures a particular transicional stage with its own demands and challenges, both in therms of personal development as in academic success.

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6 Enquadramento Conceptual

Tutoria

A tutoria constitui-se como uma prática bastante antiga que apresentou elevado destaque na Antiguidade Clássica, civilizações grega e romana, sendo mesmo passível de identificação em períodos históricos anteriores, como um método privilegiado de transmissão de vários conhecimentos (Semião, 2009).

Apesar de a sua prática nunca ter sido extinta, verificou-se um decréscimo da sua

utilização decorrente de uma maior acessibilidade, massificação e democratização do ensino. No entanto na segunda metade do séc. XX assistiu-se a uma revitalização da sua utilização, nomeadamente nos Estados Unidos da América, como resposta à heterogeneidade e

diversidade da população escolar que necessitava de alguma individualização no ensino (Baudrit, 2009; Semião, 2009).

Por sua vez, a tutoria assume uma maior importância no Espaço Europeu de Ensino Superior, especialmente após a Declaração de Bolonha (1999), dado que esta defende uma mudança estrutural que configura e torna necessárias mudanças, quer no comportamento dos estudantes como no comportamento dos docentes, quer ainda ao nível da escola. Pretende-se neste contexto de mudança, que as instituições do ensino superior sejam capazes de analisar, acompanhar e prever as grandes questões sociais e económicas, antecipando os problemas e contribuindo para as suas soluções (Simão, Santos & Costa, 2005, p. 27).

No entanto, definir o conceito de tutoria não se revela uma tarefa fácil devido à amplitude dos seus campos de aplicação, bem como ao leque de modelos que permitem a sua

implementação. No sentido etimológico e de uma forma mais abrangente, a palavra tutoria (do latim tutore) significa proteger, defender. O termo foi definido como uma função na qual o indivíduo assumia a função de ensinar e orientar uma pessoa. Na educação, o professor ou aluno mais adiantado denominado de tutor tinha como objetivo ajudar alunos que

evidenciavam dificuldades de aprendizagem. Deste modo, o tutor poderá caracterizar-se como alguém que ajuda os estudantes a conquistarem autonomia, controle e consciência na

construção de novos conhecimentos, necessários para dar resposta às exigências do mundo globalizado e em constante transformação.

Mundina, Pombo e Ruiz (2007) destacam oito dimensões na ação tutorial: a) dimensão tutorial legal ou administrativa, b) dimensão tutorial docente ou curricular (respeitante ao

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7 conteúdo e ao programa das unidades curriculares), c) dimensão tutorial académica ou

formativa (ajuda que se proporciona ao aluno para que este possa desenvolver com êxito a vida académica, promovendo a autonomia na aprendizagem), d) dimensão tutorial

personalizada (relativa ao âmbito pessoal – apoio em situações de dificuldades particulares e aconselhamento para promover o desenvolvimento formativo dos alunos, ajuda na

configuração do itinerário curricular e informação sobre as saídas profissionais), e) dimensão tutorial em período de práticas (típica no ensino de medicina, enfermagem, etc.), f) dimensão da tutoria à distância (própria do ensino não presencial), g) dimensão da tutoria como atenção à diversidade (dirigida a alunos com diferentes problemáticas, como consequência das suas características pessoais, dos fenómenos sociais, económicos e de carácter cultural, próprios do nosso tempo) e h) dimensão da tutoria entre pares/iguais (frequentemente referida como “peer tutoring” por o tutor ser um elemento do grupo de pares do tutorado).

A enfâse concedida a cada uma destas dimensões remete para distintos modelos de tutoria. A este respeito, Carrasco e Lapena (2005) afirmam que é possível encontrar nas diferentes conceções de tutoria universitária um conjunto de características comuns, que podem ser sintetizadas da seguinte maneira: a) a tutoria é uma ação de orientação que visa promover e facilitar o desenvolvimento integral dos estudantes, nas suas dimensões intelectual, afetiva, pessoal e social; b) a tutoria é uma tarefa docente que personaliza a educação universitária mediante um acompanhamento individualizado, que facilita aos estudantes a construção e o amadurecimento dos seus conhecimentos e atitudes, ajudando-os na planificação e no desenvolvimento do itinerário académico; c) a tutoria é uma ação que permite a integração ativa e a preparação do estudante na instituição universitária, canalizando e dinamizando as suas relações com os diferentes serviços (administrativos, docentes,

organizativos, etc.), garantindo o uso adequado e a rendibilidade dos diferentes recursos que a instituição proporciona.

Desta forma, as tutorias apresentam-se como uma dimensão essencial num modelo pedagógico orientado para a aprendizagem autónoma, constituindo-se como um veículo formativo promotor do desenvolvimento das potencialidades académicas, pessoais e relacionais. Através de uma atenção individualizada, sistemática e integrada, pretende-se orientar o estudante para a construção de um saber, mobilizado em atividades de conceção, ação e reflexão. Para além disso, permite orientar o estudante no conhecimento da

universidade e para uma maior integração no novo contexto universitário, informar o estudante sobre as questões académicas e/ou profissionais, fomentar a participação do

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8 estudante nos diferentes âmbitos da vida universitária, refletir sobre o desenvolvimento

académico e pessoal do estudante e valorar a necessidade de apoio tutorial como instrumento no processo de formação universitária (Veiga Simão, Flores, Fernandes & Figueira, 2008).

Esta conceção é colocada em causa por alguns autores, pois consideram que as tutorias, ao focarem a sua atenção numa orientação personalizada, superprotegem os estudantes e dificultam o desenvolvimento da sua maturidade pessoal e relacional. Porém, a entrada no ensino superior é um acontecimento significativo na vida dos jovens, marcado por dúvidas e incertezas, novas responsabilidades e desafios que os alunos têm que enfrentar. Por isso, considera-se que a aposta na implementação de programas de tutoria torna-se um recurso importante de apoio e desafio, que facilita a adaptação dos alunos universitários, combatendo deste modo o insucesso escolar.

Neste seguimento, é de salientar que os programas de tutoria implementados no meio escolar, apesar de se verificar alguma inconsistência nos resultados obtidos e dos benefícios não se evidenciarem de imediato, se relacionam com melhorias nos resultados escolares, a nível emocional e psicológico, na competência social, académico/educacional e

carreira/emprego (DuBois, Holloway, Valentine & Cooper,2002).

Outros estudos realizados em Portugal demonstram o impacto positivo que os programas de tutoria na Universidade apresentam. Lima e Regateiro (2011) realizaram uma avaliação do projeto de tutoria, comparando os resultados escolares dos estudantes integrados no projeto com estudantes não integrados, entre os anos letivos de 2002/2003 e 2006/2007, tendo

verificado um impacto positivo no rendimento dos estudantes, nomeadamente: menor taxa de abandono nas disciplinas (27%), maior taxa de aprovação (17%) e avaliações superiores (1,2 valores).

Por sua vez, Veiga Simão, Flores, Fernandes e Figueira (2008) através de dois programas desenvolvidos pelo Gabinete de Apoio Psicopedagógico ao Estudante (GAPE) da Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da Universidade de Lisboa (FPCEUL) dirigido a dois públicos distintos, estudantes estrangeiros enquadrados no Programa Sócrates Erasmus (anos letivos 2006/2007 e 2007/2008) denominado de Programa de Apoio a Estudantes de ERASMUS (PAEE) e estudantes do 1ºano (caloiros do ano letivo 2007 e 2008)- Programa de Apoio a Novos Alunos (PANA), verificaram que após um ano de experiência, ocorreu uma adaptação rápida ao novo contexto, no que diz respeito à componente interpessoal e de integração institucional.

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9 Suporte Social

O suporte social é um constructo multidimensional e complexo que tem sido amplamente estudado. Porém, a multiplicidade de conceitos e de estudos associados ao termo suporte social têm dificultado uma aceitação generalizada de uma única definição, bem como a existência de instrumentos de medida comuns a todos os que estudam este constructo.

As origens históricas do conceito de suporte social remontam ao início dos anos 70 do séc. XX, uma vez que a definição deste termo começou a conquistar destaque na literatura, tendo ocorrido deste modo um aumento da investigação e um interesse por este tema por parte dos investigadores. Neste sentido, o conceito de suporte social, desde os referidos anos 70, tem sido definido como um processo relacional que envolve a transmissão e perceção de sentimentos de amor, de valorização, de preocupação, de aceitação e de confiança.

Barrera (1986) organiza o conceito de suporte social em três categorias. A primeira é a integração social, esta corresponde às ligações que os indivíduos estabelecem com os outros considerando-os como significativos no seu ambiente social. A segunda, diz respeito ao suporte social percebido, ou seja a avaliação cognitiva de que existe uma ligação afetiva aos outros, e por fim, a terceira refere-se ao suporte social fornecido, ou seja as ações que os outros desenvolvem com o intuito de fornecerem suporte a uma pessoa.

Em 2000, Lakey e Cohen referem três perspetivas teóricas importantes para uma maior compreensão e para o estudo do suporte social, sendo a perspetiva de stress e coping, a perspetiva socio-construtivista e a perspetiva de relacionamento. A primeira é baseada no modelo de Monat e Lazaryz (1985), que propõe que o suporte social é um contributo

importante para a saúde, dado que protege as pessoas das consequências adversas do stress. A segunda, parte do princípio de que o suporte social exerce influência direta na saúde ao fortalecer a autoestima e a autorregulação, independentemente da presença ou não do stress. A terceira indica que os efeitos do suporte social na saúde não podem ser separados de processos de relacionamento que concorrem com o suporte, tendo como exemplo o companheirismo, intimidade e baixo conflito social.

Para Antunes e Fontaine (2005), o suporte social reporta-se ao suporte emocional ou prático atribuído por parte da família/amigos em jeito de afeto, companhia, assistência e informação, em suma, tudo o que faz com que o sujeito se sinta amado, estimado, cuidado, valorizado e seguro. Segundo as autoras, na maior parte dos estudos acerca do suporte social investiga-se a variação do suporte das principais redes sociais (e.g. pais, família, pares e

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10 amigos) no decorrer da adultez emergente que representa um período da vida dos sujeitos caracterizado pela expansão das redes e modificação do seu grau de influência. Posto isto, as autoras mencionam que o suporte social destes diversos grupos pode sofrer variações com o tempo, uma vez que nessa etapa sucedem alterações ao nível das relações com os outros, especialmente no que toca às relações com os pais e com os pares, sendo a sua influência essencial no desenvolvimento do adolescente, devido à relação de interdependência gerada entre ele e o grupo, onde parece haver um destaque da relevância do suporte social, da lealdade, da compreensão e da intimidade.

Outros autores como Procidano (1992) e, Pinheiro e Ferreira (2005) consideram que o suporte social tem importantes funções na promoção da saúde e bem-estar, na redução do isolamento e na satisfação com a vida, na melhoria da autoestima, no ajustamento, na

promoção do otimismo face à vida, humor positivo, e tende a diminuir os sintomas de doença física e psíquica, como os sentimentos de solidão e fracasso e as sensações de stress.

O suporte social é fornecido por várias entidades, apesar de a partir da adultez emergente os pares se tornarem no principal foco de socialização. No entanto, se no processo de

construção de identidade os pares assumem particular relevância, a família mantém a sua importância relativamente ao bem-estar, o que faz com que o suporte social por parte dos pais possua semelhante relevância à dos pares. Para além dos familiares e amigos, os professores aparecem cada vez mais como um grupo de prestação de suporte, fundamentais para o desenvolvimento do autoconceito escolar e da autoestima (Antunes & Fontaine, 2005).

Tendo em conta as variáveis em estudo, é de ressalvar que o estudante que se sente aceite, protegido e, que integra uma rede social baseada na reciprocidade, mais facilmente se adapta ao ensino superior. O suporte social pode ser um mediador do impacto de situações stressantes que poderão colocar em risco o bem-estar do estudante a sua adaptação ao ensino superior (Pinheiro, 2003).

As características pessoais dos estudantes, entre elas o género, também são preditores importantes do suporte social. Num estudo realizado por Pinheiro (2003), foram encontradas diferenças no suporte social em função do género, sendo que os indivíduos do sexo masculino apresentaram mais elevada perceção de suporte social do que os do sexo feminino, ao nível da relação com os professores e os colegas.

Outros estudos realizados indicam que quanto mais elevada for a perceção do suporte social disponível, mais positivas e satisfatórias tendem a ser as vivências académicas e a perceção do bem-estar físico e psicológico dos estudantes. Para além disso, também se

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11 verifica que a perceção de uma aceitação dos pais, amigos, professores e familiares são uma condição importante para uma maior adaptação e bem-estar psicológico dos estudantes do 1.º ano do ensino superior (Pinheiro, 2003; 2005). Por outro lado, uma má adaptação ao ensino superior poderá acarretar consequências negativas para o estudante, nomeadamente ao nível psicológico e comportamental bem como dificuldades a nível académico, como um baixo rendimento ou insucesso académico, e até o abandono escolar (Costa & Leal, 2004; Santos & Almeida, 2001; Valadas, 2007).

Santos (2001) afirma que quanto mais as relações familiares e com os pares forem percecionadas pelos estudantes como tendo estabilidade, aceitação e aprovação, maior é a probabilidade que o indivíduo tem em experienciar bem-estar psicológico no processo de adaptação ao ensino superior. Para além disso, bem-estar físico e psicológico, autoconfiança e perceção de competências cognitivas, parecem relacionar-se positivamente com a adaptação ao ensino superior e consequentemente com o rendimento académico. As dificuldade de adaptação as novas exigências pessoais, socias e académicas, durante a fase de transição para o ensino superior podem manifestar-se através de sintomatologia psicopatológica, mal-estar psicológico e dificuldades na resolução de problemas (Fernandes, Maia, Meireles, Rios, Silva & Feixas, 2005)

Em suma, são vários os estudos que demonstram a importância que o relacionamento com os pares e perceção de apoio social assumem na adaptação ao ensino superior e na melhoria da saúde física e psicológica dos estudantes do ensino superior.

Método

No presente estudo o principal objetivo consistiu em verificar se um programa de tutoria tem efeito na sintomatologia psicopatológica e perceção de suporte social nos estudantes que frequentam pela primeira vez o ensino superior. Mais especificamente, este estudo pretendeu verificar se existem diferenças significativas a nível da sintomatologia psicopatológica e perceção de suporte social, comparando jovens universitários que ingressaram no programa de tutoria no 1ºano, com os jovens que não fizeram parte do programa e se a tutoria e o suporte social são preditores da sintomatologia psicopatológica.

Neste sentido foram estabelecidas as seguintes hipóteses: H1) Espera-se que os estudantes

que integraram um programa de tutoria apresentem menor sintomatologia psicopatológica do que os que não integraram; H2) Espera-se que os estudantes que integraram um programa de

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12 tutoria apresentem maior perceção de suporte social da família, amigos, professores e outros em geral; H3) Existe relação negativa entre a sintomatologia psicopatológica e o suporte

social dos pais, amigos, professores e outros em geral; H4) O programa de tutoria e o suporte

social são preditores da sintomatologia psicopatológica.

Participantes

Os participantes deste estudo foram 359 estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que no ano letivo 2015/2016 se encontravam a frequentar pela primeira vez o ensino superior. Dos 359 estudantes, 157 (43.7 %) não integraram o programa de tutoria e 202 (56.3 %) faziam parte deste programa. Foi selecionada uma amostra de conveniência, sendo o critério para inclusão estar matriculado pela primeira vez no ensino superior e terem idade compreendida entre 18 e 25 anos. A recolha de dados foi realizada em estudantes do 1ºano de diversos cursos, sendo que uma parte dos cursos integravam um programa de tutoria e outros não faziam parte deste programa.

A amostra foi constituída por cinco estudantes da licenciatura Biologia e Geologia (1. 4%), 39 estudantes da licenciatura de Bioquímica (10.9%), 62 estudantes da licenciatura da Enfermagem (17.3%), 21 estudantes da licenciatura de Engenharia Informática (5.9%), 20 estudantes da licenciatura de Engenharia Zootécnica (5.6%), 19 estudantes da licenciatura de Engenharia Mecânica (5.3%), 19 estudantes da licenciatura de Engenharia Biomédica (5.3%), 28 estudantes da licenciatura de Enologia (7.8), 33 estudantes da licenciatura de Genética e Biotecnologia (9.2%), 18 estudantes da licenciatura de Línguas e Relações Internacionais (5.0%), 47 estudantes da licenciatura de Psicologia (13.1%) e 48 estudantes da licenciatura de Serviço Social (13.4%).

Dos 359 estudantes que participaram neste estudo, 103 são do género masculino (28.7%) e 256 são do género feminino (71.3%), sendo portanto um grupo essencialmente feminino. A idade dos participantes variou entre 18 e 25 anos, sendo a média de idades de 18.85 anos, com um desvio-padrão de 1.21. Quanto ao estado civil, 357 (99.4%) estudantes são solteiros.

Por fim, 165 dos estudantes não beneficiam da bolsa de estudos (46.0 %) e 190 são bolseiros (52.9).

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13 Instrumentos

Questionário sociodemográfico: Foi criado um pequeno questionário com o objetivo de recolher dados pessoais relativos aos participantes (género, idade, estado civil, habilitações académicas e profissão dos pais). Para além disso também se procurou saber se os estudantes eram bolseiros.

Inventário de Sintomas Psicopatológicos: A sintomatologia clínica e o nível de psicopatologia foram avaliados através da versão portuguesa do Brief Symptom Inventory (BSI; Derogatis, 1982) traduzida por Canavarro (1999; 2007). É um inventário de auto resposta constituído por 53 itens que avalia a sintomatologia psicopatológica através de nove dimensões: Somatização (sete itens); Obsessões-Compulsões (seis itens); Sensibilidade Interpessoal (quatro itens); Depressão (seis itens); Ansiedade (seis itens); Hostilidade (cinco itens); Ansiedade Fóbica (cinco itens); Ideação Paranóide (cinco itens) e Psicoticismo (cinco itens). Outros quatro itens não se integram nestas dimensões, mas referem-se a sintomatologia relevante. Além disso, o inventário BSI avalia três Índices Globais: o Índice Geral de

Sintomas, o Total de Sintomas Positivos e o Índice de Sintomas Positivos. Estes três índices representam aspetos diferentes de psicopatologia e constituem avaliações sumárias da

perturbação emocional. No seu preenchimento, o participante deverá classificar o grau em que cada problema (cada item) o afetou durante a última semana, numa escala de tipo Likert, com as seguintes opções “Nunca” (1), “Poucas vezes” (2); “Algumas vezes” (3);” Muitas vezes” (4) e “ Muitíssimas vezes” (5).

Escala de Perceção de Suporte Social: A perceção de suporte social foi avaliada através da SSA; Social Support Appraisals (Vaux et al, 1986), adaptada para a população portuguesa por Antunes e Fontaine (1994/95; 2005). Este instrumento é uma medida de auto relato constituída por 30 itens que avaliam o apoio social percebido pelo sujeito. A versão

portuguesa da escala é constituída por quatro subescalas: SSA-am (Percepção de Apoio Social por parte de Amigos), SSA-fam (Percepção de Apoio Social por parte da Família), SSA-ger (Percepção de Apoio Social por parte dos Outros em Geral) e SSA-prof (Percepção de Apoio Social por parte dos Professores). Estas subescalas avaliam, então, o grau em que uma pessoa se sente estimada, respeitada e envolvida pela família (subescala constituída por oito itens), pelos amigos (subescala constituída por sete itens) pelos professores (subescala constituída

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14 por sete itens) e pelos outros em geral (subescala constituída por oito itens). O participante terá que colocar o seu grau de concordância relativamente a várias afirmações, numa escala de resposta de Likert de 6 pontos (desde “ discordo totalmente” até “ concordo totalmente

(Antunes & Fontaine, 1994/95).

Procedimentos

Numa primeira fase, foram solicitadas (e concedidas) todas as autorizações necessárias tanto por parte dos autores para a utilização e administração dos instrumentos, como por parte da Comissão de Ética da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para a realização da investigação.

Depois de obtidas as autorizações, os docentes foram contactados por correio eletrónico, no sentido de autorizarem a recolha dos dados e de indicarem um dia e uma hora, que

considerassem mais adequada e que não implicasse a alteração das atividades letivas planificadas. A aplicação dos questionários foi realizada em contexto de sala de aula, em contato direto com os estudantes, no sentido de explicar e informar os mesmos relativamente aos objetivos da investigação, a importância da sua colaboração, bem como esclarecer as dúvidas que estes pudessem apresentar aquando o preenchimento dos questionários.

Assim, apresentaram-se aos estudantes os objetivos da investigação e foi explicada a importância da sua colaboração neste estudo, bem como foi garantida a confidencialidade e o anonimato das respostas dadas. Informaram-se, os estudantes, de acordo com os padrões éticos de investigação com seres humanos, que tinham o direito de participar livremente, ou de declinar, e mesmo de abandonar a sua participação em qualquer circunstância sem

qualquer espécie de represálias ou penalizações, mesmo após terem dado o seu consentimento verbal inicial.

A análise estatística dos dados foi efetivada com recurso à versão 23.0 do software IBM, SPSS Statistics.

Resultados

Os resultados que serão apresentados de seguida correspondem às análises estatísticas efetuadas para testar as hipóteses equacionadas e responder aos objetivos traçados para este estudo. Primeiramente, serão apresentados os resultados referentes à análise da consistência

(24)

15 interna (através do alpha de Cronbach) para cada uma das escalas e dimensões dos

instrumentos utilizados no estudo. Posteriormente irão ser apresentados testes de hipóteses do presente estudo.

Consistência Interna dos Instrumentos de Avaliação

Relativamente ao Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI), os estudos

psicométricos efetuados na versão portuguesa (Canavarro, 1999; 2007) revelaram que a escala apresenta níveis adequados de consistência interna para as nove escalas, com valores de alpha de Cronbach entre 0.62 (Psicoticismo) e 0.80 (Somatização) e coeficientes teste-reteste entre 0.63 (Ideação Paranóide) e 0.81 (Depressão).

No presente estudo, a análise de consistência interna indica valores bastante adequados, sendo que variam entre 0.67 (Ansiedade Fóbica) e 0.85 (Depressão). Os resultados referentes a esta análise são apresentados na tabela 1.

Tabela 1.

Número de itens e consistência interna (valores de alpha de Cronbach) do inventário BSI

Instrumentos de Avaliação Número de Itens Valor de Alpha de Cronbach Somatização 7 0.80 Obsessões Compulsões 6 0.77 Sensibilidade Interpessoal 4 0.80 Depressão 6 0.85 Ansiedade 6 0.82 Hostilidade 5 0.78 Ansiedade Fóbica 5 0.67 Ideação Paranóide 5 0.79 Psicoticismo 5 0.74

A análise da consistência interna da Escala de Apoio Social é apresentada na tabela 2. A escala adaptada por Antunes e Fontaine (1994/95) foi realizada com uma amostra de

adolescentes e revelou um nível satisfatório de consistência interna, tanto para a escala global como para as subescalas, com um valor de alpha de Cronbach de 0.91 para a escala global e

(25)

16 de 0.79; 0.80; 0.79 e 0.72 para as subescalas SSA-am, SSA-fam, SSA-prof e SSA-ger,

respetivamente (Antunes & Fontaine, 1994/95; 2005).

No presente estudo, verificam-se coeficientes alpha de Cronbach bastante adequados de 0.90 (SSA-fam), 0.87 (SSA-am), 0.85 (SSA-prof) e 0.84 (SSA-ger) (Tabela 2).

Tabela 2.

Coeficientes de consistência interna do SSA no presente estudo

Subescalas Número de

Itens

Valor de Alpha de Cronbach

Apoio social dos amigos 7 0.87

Apoio social da família 8 0.90

Apoio social dos professores 7 0.85

Apoio social dos outros em geral

8 0.84

De seguida apresentam-se os resultados relativos aos testes de hipóteses e serão apresentados de acordo com a ordem das mesmas.

Resultados dos testes de hipóteses

Antes da realização dos testes de hipóteses foi realizado o estudo da distribuição normal das variáveis, pelo teste Kolmogorov- Smirnov e valores de assimetria (skewness) e

achatamento (kurtosis), a fim de se decidir pela utilização de testes paramétricos (quando os pressupostos da normalidade estavam cumpridos) ou não paramétricos. A maioria das variáveis apresenta distribuição normal, pelo que se utilizam testes paramétricos, que são robustos e adequados mesmo quando alguma das variáveis não cumpre os requisitos da distribuição normal, uma vez que o tamanho amostral é suficientemente grande (Pestana & Gageiro, 2008).

(26)

17 H1 Espera-se que os estudantes que integram um programa de tutoria

apresentem menor sintomatologia psicopatológica

Para testar H1 foi realizado um teste T para amostras independentes e não se verificaram diferenças estatisticamente significativas (p ≥. 05 ), entre os estudantes que frequentavam o programa de tutoria e os que não integram, quanto à sintomatologia psicopatológica, pelo que a H1 foi infirmada. Apresentam-se na Tabela 3 a média e o desvio-padrão de cada dimensão

da escala BSI tendo em conta o grupo a que pertenciam os participantes: integrantes ou não integrantes do programa de tutoria.

Tabela 3.

Média e desvio-padrão nas dimensões da BSI no grupo dos integrantes do programa de tutoria e dos não integrantes

Não Tutoria Tutoria *Valores

de referência Somatização M=11.88; DP=4.50 M=11.96; DP=4.16 7-31 Obsessões-Compulsões M=13.01; DP= 4.03 M=13.22; DP= 4.07 6-27 Sensibilidade- Interpessoal M=7.43;DP= 2.88 M=7.50; DP= 3.17 4-18 Depressão M=11.46; DP=4.27 M=11.67; DP=4.48 6-27 Ansiedade M=11.30; DP=4.27 M=11.31; DP=3.95 6-24 Hostilidade M=10.94; DP=3.96 M=10.97; DP=3.63 5-21

(27)

18

Nota. M= média; DP=desvio-padrão

*Valores mínimo e máximo possíveis em cada dimensão

H2 Espera-se que os estudantes que integram um programa de tutoria

apresentem maior perceção de suporte social da família, amigos, professores e outros em geral

Para comparar os estudantes que frequentam o programa de tutoria com os estudantes que não fazem parte deste programa quanto à perceção de suporte social, foi realizado um Test T. Através desta análise, para a igualdade de médias em grupos independentes, constatou-se que não existem diferenças estatisticamente significativas (p ≥. 05) entre os dois grupos

considerados (integrantes do programa de tutoria, não integrantes) no que diz respeito à perceção de suporte social em todas as dimensões avaliadas. Na tabela 4, são apresentados os valores da média e o desvio-padrão de cada dimensão da SSA dos estudantes que integraram o programa de tutoria e dos que não ingressaram neste programa.

Tabela 4.

Valores da Média e Desvio-padrão das dimensões da Escala de Perceção de Apoio Social no grupo dos alunos em tutoria e que não estiveram em tutoria

Ansiedade- Fóbica M=8.43; DP=3.20 M=8.09; DP=2.86 5-19

Ideação- Paranóide M=9.97; DP=3.94 M=10.09; DP=3.76 5-23

Psicoticismo M=8.73; DP=3.29 M=8.99; DP=3.61 5-22

Não tutoria Tutoria *Valores

de referência

SSA Amigos M= 34.48; DP= 5.27 M=34.71; DP=4.21 17-42

SSA Família M=41.85; DP= 6.42 M=41.96; DP=5.34 8-48

(28)

19

Nota. M= média; DP=desvio-padrão

*Valores mínimo e máximo possíveis em cada dimensão

H3 Existe relação negativa entre a sintomatologia psicopatológica e o suporte

social dos pais, amigos, professores e outros em geral

Para testar a H3 foram efetuados testes de correlação (teste r de Pearson), para avaliar a relação entre a sintomatologia psicopatológica e a perceção de suporte social. Previamente à realização deste teste foi efetuada uma análise à normalidade de distribuição das variáveis em estudo, através do teste de Kolmogorov- Smirnov, assim como valores de assimetria e

achatamento (Kurtose), que confirmaram a distribuição normal. A análise à normalidade de distribuição das variáveis permite decidir a utilização de testes paramétricos (quando se verifica o pressuposto da normalidade) ou não-paramétricos.

Como se pode observar na Tabela 5, as análises mostraram correlações significativas e negativas entre praticamente todas as variáveis em estudo. Existe uma elevada correlação negativa entre a Perceção do Suporte Social dos Outros em Geral e todas as dimensões da escala BSI (p ≤.001). Também se verificam elevadas correlações negativas entre a Perceção do Suporte Social dos Amigos e a sintomatologia psicopatológica. Quanto à Perceção do Apoio da Família, também existe correlação significativa e negativa com todas as dimensões em estudo, embora de valor mais baixo na Ansiedade (r = -.105*). Por fim, no que diz respeito à Perceção de Apoio Social dos Professores é percetível que não existe uma correlação significativa com a dimensão Somatização. Nas restantes variáveis da sintomatologia psicopatológica em estudo verifica-se correlação, embora baixa, com a Perceção de Apoio Social dos Professores.

Com base nos resultados, pode-se afirmar que quanto maior a Perceção de Apoio Social dos Amigos, Familiares, Professores e Outros em Geral, menor a sintomatologia

psicopatológica dos estudantes universitários do 1ºano.

(29)

20 Tabela 5.

Valores da Correlação de Pearson entre a sintomatologia psicopatológica e perceção de suporte social R de Pearson SSA Amigos SSA Família SSA

Professores SSA Geral Somatização -. 20** -. 13* -.10 n.s. -.24** Obsessões- Compulsões -. 29** -. 19** -.24** -.43** Sensibilidade-Interpessoal -.37** -. 21** -.19** -.53** Depressão -.33** -.18** -. 19** -.50** Ansiedade -.24** -.11* -.19** -. 31** Hostilidade -. 29** -.14** -.21** -.44** Ansiedade Fóbica -.28** -.16** -. 16** -.32** Ideacção Paranóide -.31** -. 19** -. 14* -.41** Psicoticismo -. 37** -. 22** -.19** -.51**

**. p≤.001; *. p≤.05; n.s. Correlação não significativa

H4 O programa de tutoria e o suporte social são preditores da sintomatologia

psicopatológica

Para testar a H4 e analisar o valor preditivo do programa de tutoria e do suporte social sobre a sintomatologia psicopatológica, foram realizados testes de regressão linear múltipla, sendo as variáveis independentes ou preditoras: o programa de tutoria e as dimensões da Perceção de Suporte Social (SSA-ami, SSA-fam, SSA.prof e SSA-ger), e as variáveis dependentes, ou variáveis critério, cada uma das dimensões do inventário BSI.

Nas tabelas que se seguem (Tabelas 6 a 14) apresentam-se os resultados das análises de regressão linear múltipla, as quais permitiram chegar às seguintes evidências: a variância explicada pelos modelos obtidos é muito baixa para qualquer uma das dimensões da BSI. Além disso, a única variável com poder preditivo significativo sobre cada uma das dimensões BSI é a Perceção de Suporte Social dos Outros em Geral ( p≤.05).

(30)

21 Os modelos explicativos obtidos indicam que a Perceção de Suporte Social dos Outros em Geral é o melhor preditor da sintomatologia psicopatológica, ou seja, quanto mais elevada a Perceção de Suporte Social dos Outros em Geral, menor sintomatologia psicopatológica apresentam os estudantes que frequentam pela primeira vez o 1ºano, independentemente de frequentarem ou não um programa de tutoria.

Tabela 6.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão Somatização

R2 R2 Change (padronizado) β p Modelo .07 .05 .00 SSA Amigos -.07 .32 SSA Família -.00 .95 SSA Professores .00 .94 SSA Outros em Geral -.20 .01 Está ou não no programa de tutoria .02 .70 Tabela 7.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão Obsessão-Compulsão

R2 R2 Change (padronizado) β p Modelo .19 .18 .00 SSA Amigos -.03 .70 SSA Família -.00 .95 SSA Professores -.08 .14 SSA Outros em Geral -.38 .00 Está ou não no programa de tutoria .03 .53 Tabela 8.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão Sensibilidade Interpessoal

R2 R2 Change

(padronizado)

β p

Modelo .28 .27 .00

(31)

22 SSA Família .04 .45 SSA Professores .05 .31 SSA Outros em Geral -.55 .00 Está ou não no programa de tutoria .02 .66 Tabela 9.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão Depressão

R2 R2 Change (padronizado) β p Modelo .26 .24 .00 SSA Amigos .00 .93 SSA Família .05 .38 SSA Professores .03 .55 SSA Outros em Geral -.54 .00 Está ou não no programa de tutoria .03 .58 Tabela 10.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão Ansiedade

R2 R2 Change (padronizado) β p Modelo .11 .09 .00 SSA Amigos -.08 .29 SSA Família .07 .25 SSA Professores -.08 .17 SSA Outros em Geral -.26 .00 Está ou não no programa de tutoria .01 .79

(32)

23 Tabela 11.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão Hostilidade

R2 R2 Change (padronizado) β p Modelo .20 .19 .00 SSA Amigos -.02 .78 SSA Família .07 .21 SSA Professores -.02 .69 SSA Outros em Geral -.45 .00 Está ou não no programa de tutoria .00 .99 Tabela 12.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão Ansiedade Fóbica

R2 R2 Change (padronizado) β P Modelo .12 .09 .00 SSA Amigos -,12 .14 SSA Família .01 .93 SSA Professores -.02 .80 SSA Outros em Geral -.23 .01 Está ou não no programa de tutoria -.04 .50 Tabela 13.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão para a Ideação Paranóide

R2 R2 Change (padronizado) β P Modelo .18 .17 .00 SSA Amigos -,07 .31 SSA Família .02 .71 SSA Professores .06 .26 SSA Outros em Geral -.40 .00

(33)

24 Está ou não no programa de tutoria .03 .59 Tabela 14.

Sumário da Regressão Linear Múltipla (Método “enter”) para a dimensão Psicoticismo

R2 R2 Change (padronizado) β P Modelo .28 .27 .00 SSA Amigos -,05 .48 SSA Família .02 .75 SSA Professores .02 .66 SSA Outros em Geral -.51 .00 Está ou não no programa de tutoria .04 .42

Discussão dos Resultados

Nesta parte será realizada uma discussão dos resultados apresentados anteriormente, na qual se procura articular e enquadrar os resultados mais significativos à luz da revisão de literatura efetuada e dos objetivos previamente propostos.

O presente estudo teve como objetivos verificar se existem diferenças significativas ao nível da sintomatologia psicopatológica e perceção de suporte social comparando jovens universitários que ingressaram no programa de tutoria no 1ºano, com os jovens que não fizeram parte do programa e se o programa de tutoria e a perceção de suporte social seriam preditores da sintomatologia psicopatológica. Neste sentido, recorreu-se a uma amostra de 359 estudantes, dos quais 202 integraram o programa de tutoria.

Os resultados encontrados demonstram que, não existem diferenças significativas entre os estudantes que integraram o programa de tutoria em comparação com aqueles que não integraram, ou seja, os estudantes que frequentaram o programa de tutoria não apresentam menor sintomatologia psicopatológica nem maior Perceção de Suporte Social da Família, Amigos, Professores e Outros em Geral. Na base do resultado encontrado poderá estar o facto

(34)

25 de o programa estar em funcionamento há cerca de seis meses aquando da colheita de dados, o que não permite verificar os benefícios num curto espaço de tempo, sendo mais percetível verificar-se as melhorias produzidas por uma relação de tutoria quando esta dura mais tempo (DuBois, Holloway, Valentine & Cooper, 2002).

No que concerne à relação entre a sintomatologia psicopatológica e o suporte social, constata-se que quanto maior a Perceção de Apoio Social da Família, dos Amigos,

Professores e Outros em Geral, menor é a sintomatologia psicopatológica dos estudantes. A análise deste resultado vem confirmar o observado na literatura existente, Costa e Leal (2004) defendem que o suporte social tem um peso importante para o bem-estar psicológico dos indivíduos. Ao entrar para a universidade, o estudante precisa de se ajustar a um vasto conjunto de mudanças, e o apoio fornecido pelos pares, família e professores, parece ser decisivo para este processo. No entanto, se o estudante não encontra, não identifica este suporte, ou se não pede ajuda de que precisa quando se depara com os problemas, pode desenvolver defesas que levam a um maior isolamento emocional contribuindo para o aparecimento de sintomatologia psicopatológica.

Segundo os estudos realizados por Pinheiro (2003) e por Pinheiro e Ferreira (2005), quanto mais elevada for a perceção do suporte social disponível mais positivas e satisfatórias tendem a ser as vivências académicas e a perceção do bem-estar físico e psicológico. Por sua vez, se apresentam menor perceção de suporte social os estudantes tendem a manifestar com maior frequência cognições e comportamentos mal- adaptativos. Para Serra (1999), o suporte social funciona como um promotor de saúde e bem-estar geral, mesmo na ausência de

situações indutoras de mal-estar, dado que os relacionamentos sociais diminuem o isolamento social, melhoram a satisfação com a vida, o ajustamento, a confiança, o conforto e

desempenham uma função moderadora, dado que permite que o jovem adulto lide melhor com perdas e acontecimentos negativos do dia-a-dia.

O estudo realizado por Pinheiro (2003) indica que a perceção de suporte social

correlaciona-se de forma negativa com a variável solidão, sendo que os estudantes com baixo suporte social se autoavaliam como mais isolados, perturbados e solitários. Para além disso, o sucesso numa relação amorosa apresenta-se como um ótimo preditor do bem-estar

psicológico, adaptação e rendimento escolar dos estudantes universitários (Diniz & Almeida, 2005). Considera-se que o suporte social tende a aumentar a auto- estima, o humor positivo, a visão otimista da vida, e tende a diminuir as sensações de stress, os sentimentos de solidão e fracasso (Procidano, 1992).

(35)

26 Por último, através dos modelos explicativos de regressão linear múltipla verificou-se que a Perceção de Suporte Social dos Outros em Geral é o melhor preditor para a sintomatologia psicológica, ou seja, quanto mais elevada a Perceção de Suporte Social dos Outros em Geral, menor sintomatologia psicopatológica apresentam os estudantes que frequentam pela primeira vez o 1ºano o ensino universitário, independentemente de frequentarem ou não um programa de tutoria. A disponibilidade e suporte dos outros é, geralmente, reconhecida como importante fonte de conforto, confiança e bem-estar. Neste âmbito, os estudos realizados demonstraram que o suporte social dos estudantes pode sofrer variações com o tempo, uma vez que nesta nova etapa ocorrem alterações ao nível das relações com os outros, especialmente no que diz respeito às relações com os pais e com os pares, sendo a sua influência essencial no

desenvolvimento do jovem adulto (Antunes & Fontaine, 2005).

No entanto, apesar de no decorrer da adultez emergente os pares se tornarem no foco da socialização e no processo de construção de identidade, a família é-o relativamente ao bem-estar, o que permite que o suporte social por parte dos pais pareça apresentar uma relevância semelhante à dos pares (Meeus, Helsen & Vollbergh, 1996, cit. em Antunes & Fontaine, 2005). A Perceção de Suporte Social dos Outros em Geral aprecia, de forma genérica, se a pessoa sente que tem na sua rede em geral pessoas que a/o estimam e que lhe prestarão suporte sempre que precisar. Esta é uma perceção que, num jovem adulto, parece ser bastante relevante para o equilíbrio psicológico. Ou seja, não será a perceção de cada grupo da rede de suporte em particular, como a família, ou os amigos, mas o suporte percebido de forma geral e global, a variável que, no presente contexto, mais contribui para a menor sintomatologia psicopatológica dos estudantes do 1ºano da universidade.

Considera-se que quando o sujeito apresenta uma perceção satisfatória do suporte que lhe é fornecido, evidencia maiores sentimentos de afeição, valorização, reconhecimento,

compreensão, cuidado e proteção por parte dos que o rodeiam, o que permite lidar de forma mais adaptativa com o contexto envolvente, independentemente de estar inserido ou não num programa de tutoria.

Conclusão

De seguida será apresentada uma síntese dos contributos mais importantes do presente estudo, enquadrando-o no âmbito da Psicologia Clínica.

(36)

27 Deste modo, esta investigação procurou explorar a relação entre a perceção do suporte social e a sintomatologia psicopatológica, bem como o efeito de um programa de tutoria nas variáveis mencionadas anteriormente.

Os resultados obtidos através dos questionários aplicados, permitem verificar que quanto mais elevada for a perceção do suporte social disponível mais positivas e satisfatórias tendem a ser as vivências académicas e a perceção do bem-estar físico e psicológico. Para além disso, conclui-se que a Perceção de Suporte Social dos Outros em Geral é o melhor preditor para a sintomatologia psicopatológica, assim os estudantes que percecionam uma rede social

positiva apresentam menores níveis de sintomatologia e um maior ajustamento ao novo meio académico. Porém, não foram encontradas diferenças entre os estudantes que integraram o programa de tutoria dos que não integraram quanto às variáveis em estudo. Perante este resultado considera-se que os benefícios e possíveis diferenças serão apenas percetíveis a longo prazo.

Conclui-se que desenvolver o sentido de aceitação e de pertença pode ser mesmo considerada uma tarefa importante para o bem-estar e sucesso do estudante universitário. Dada a importância do suporte social no processo de integração e bem-estar do estudante na adaptação ao novo meio académico, torna-se essencial que as instituições identifiquem os processos psicológicos subjacentes à experiência de bem-estar no ensino superior, de modo a promover o seu desenvolvimento, o que representa uma tarefa crucial, dado que, se as novas circunstâncias de vida forem percecionados pelos estudantes como significativas e positivas, então irão contribuir para o desenvolvimento psicossocial. Se, pelo contrário, foram vividas de forma negativa poderão desencadear problemas na transição, desencadeando uma maior dificuldade na adaptação ao ensino superior.

Para além disso, é importante que reforcem os mecanismos e estruturas de apoio

psicossocial e de saúde sobretudo para os estudantes que se encontram deslocados da sua área de residência, os quais, provavelmente, sentem um maior desemparo. Estes serviços,

enquadrados num atendimento psicológico clínico personalizado, poderão trabalhar no sentido, de ampliar ou potenciar as redes de interações socias, possibilitando o contacto com outros significativos, pares ou professores ou ainda outros adultos, permitindo que os jovens estudantes percecionem novas fontes de suporte social e maior bem-estar. Também é

importante o planeamento de atividades formais e informais de aprendizagem, que promovam a participação do estudante e que permitam a criação de sentimentos de identidade de grupo.

(37)

28 No entanto, e apesar da presente investigação não ter evidenciado os benefícios do

programa de tutoria nas variáveis em estudo, considera-se que a aposta na implementação em programas de tutoria tornar-se-á uma mais-valia para o sucesso dos estudantes,

proporcionando um apoio a nível pessoal, social e académico. Neste sentido, investigações futuras poderão realizar um estudo longitudinal com o intuito de verificar os possíveis benefícios a longo prazo, bem como as possíveis diferenças existentes no início e no final da aplicação do programa de tutoria, já que não foi possível realizar no presente estudo devido às limitações temporais impostas. A existência de mais estudos poderá contribuir para uma maior compreensão das características de cada estudante, e consequentemente melhorar o apoio que poderá ser prestado a cada um deles.

(38)

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(41)
(42)

33 ESTUDO EMPÍRICO II

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TUTORIA: ADAPTAÇÃO AO ENSINO SUPERIOR E OTIMISMO EM ESTUDANTES DO 1ºANO

EFFECTS OF A MENTORING PROGRAM: ADAPTATION TO HIGHER EDUCATION AND OPTIMISM IN STUDENTS OF 1st YEAR

Paula Manuela Santos Bessa Moutinho

(43)

34 Resumo

Este estudo objetiva conhecer os efeitos de um programa de tutoria na adaptação ao ensino superior e otimismo, bem como a relação entre estas variáveis. Nesta investigação participaram 359 estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, dos quais 157 (43.7%) não integraram o programa de tutoria e 202 (56.3%) faziam parte deste programa. A amostra foi composta por 103 (28.7%) homens e 256 (71.3%) mulheres, sendo a média de idades de 18.85 (DP±1.21). Os instrumentos utilizados foram; 1) O Teste de Orientação de Vida (LOT-R); 2) Questionário de Adaptação ao Ensino Superior (QAES); 3) Questionário Sociodemográfico. Os resultados indicam que os estudantes do sexo feminino revelaram, de forma estatisticamente significativa, melhor adaptação ao ensino superior na componente “Adaptação ao Estudo”. No entanto, não se verificaram diferenças, estatisticamente significativas entre os estudantes que integraram o programa de tutoria em comparação com os que não integraram o programa quanto à adaptação ao ensino superior e otimismo. Por fim, verificou-se que o Otimismo é preditor de uma melhor adaptação ao ensino superior. Conclui-se que perante os desafios existentes na passagem para o ensino superior e tendo em conta as características e desafios que fazem parte desta fase transicional do ciclo de vida, este estudo apela para a criação de programas de apoio tutorial que proporcionem um maior apoio social, pessoal e académico com o intuito de contribuir para um maior bem-estar dos estudantes e menor insucesso e abandono escolar.

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35 Abstract

This study aimed to evaluate the effects of a mentoring program in adapting to higher education and optimism, as well as the relationship between these variables. The participants were 359 students from the University of Trás-os-Montes and Alto Douro, of which 157 (43.7%) did not participate in the mentoring program and 202 ( 56.3 % ) were part of this program. The sample consisted of 103 (28.7 % ) men and 256 ( 71.3% ) women , with a mean age of 18.85 ( SD ± 1.21). The instruments used were; 1) -LOT.R Life Orientation Test; 2) Adaptation Questionnaire Higher Education ( QAES); 3 ) Sociodemographic Questionnaire . The results indicate that female students showed a statistically significantly better adaptation to higher education in the "Adaptation to Study" dimension. However, there were no differences among students who integrated the mentoring program compared to those who

have not joined the program in the adaptation to university and in optimism. Finally , it was

found that Optimism is a predictor for better adaptation to university . It follows that in face of the existing challenges in the transition to higher education and taking into account the characteristics and challenges that are part of this stage in the life cycle, this study calls for the implementation of tutorial support programs that provide greater social support , personal and academic in order to contribute to a greater well-being of students and lower failure and dropout.

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36 Enquadramento Conceptual

Adaptação ao Ensino Superior

A entrada do estudante no ensino superior constitui-se como um momento crítico na vida do jovem, pois exige por parte dos mesmos uma grande flexibilidade para que consigam ajustar-se às novas exigências. Porém, nem sempre dispõem de todos os mecanismos adequados para lidar com os desafios e exigências com os quais se deparam (Fernandes & Almeida, 2005). Este processo deve ser encarado numa perspetiva desenvolvimentista, uma vez que o jovem se encontra na adultez emergente, sendo este o momento em que o sujeito procura mais autonomia e independência em relação à família de origem. Em grande parte da literatura, este momento transicional é descrito como um processo complexo e

multidimensional, dado que abarca fatores de natureza intra e interpessoal, assim como de natureza contextual e curricular (Igue et al., 2008; Salgado et al., 2010).

São várias as definições dadas para a transição para o ensino superior. Soares, Almeida e Guisande (2001), definiram-na como um processo complexo que implica a confrontação dos jovens com múltiplos desafios nos campos emocional, académico, social e institucional. Na fase de transição e adaptação para o ensino superior, verifica-se uma necessidade de o jovem lidar com situações novas, na sua grande maioria difíceis, e também de desenvolver

estratégias para lidar com as novas etapas da sua vida (Monteiro, 2008). Ao estudante cabe-lhe lidar com várias situações novas, como por exemplo: lidar, em alguns casos, com a separação da família e dos amigos; lidar com novos conteúdos programáticos, novos

professores, novos colegas, novos grupos de amigos e pares, novos ritmos de estudo e novos métodos de avaliação. Estas mudanças revelam repercussões na adaptação do estudante ao ensino superior, influenciando o processo de aprendizagem bem como o desempenho académico e relacionamento com os outros (Almeida, Ferreira & Soares, 1999).

Estas exigências inerentes a um novo ambiente educativo desencadeiam nos estudantes diferentes posições. Se, para alguns estudantes, a entrada no ensino superior e a consequente separação da família e amigos constituem acontecimentos de vida geradores de níveis de stress, para outros estes acontecimentos provocam crises adaptativas necessárias ao seu desenvolvimento.

Clare (1995 cit. em Seco, Casimiro, Pereira, Dias & Custódio, 2005), procura identificar as exigências e os recursos que os jovens detêm para encarar os problemas e os conflitos.

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