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Dog.tag: sistema de monitoramento para saúde e segurança de cães domésticos

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CURITIBA

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN

ARIANE GONÇALVES MANGUEIRA

DOG.TAG: SISTEMA DE MONITORAMENTO PARA SAÚDE E

SEGURANÇA DE CÃES DOMÉSTICOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA 2015

(2)

ARIANE GONÇALVES MANGUEIRA

DOG.TAG: SISTEMA DE MONITORAMENTO PARA SAÚDE E

SEGURANÇA DE CÃES DOMÉSTICOS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Trabalho de

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial – DADIN – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de graduação.

Orientadora: Prof(a). Msc. Christiane Maria Ogg Nascimento Gonçalves Costa

CURITIBA 2015

(3)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

Câmpus Curitiba

Diretoria de Graduação e Educação Profissional Departamento Acadêmico de Desenho Industrial

TERMO DE APROVAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Nº 110

“DOG.TAG: SISTEMA DE MONITORAMENTO PARA SAÚDE E SEGURANÇA DE

CÃES DOMÉSTICOS’

por

ARIANE GONÇALVES MANGUEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no dia 24 de junho de 2015 como requisito parcial para a obtenção do título de BACHAREL EM DESIGN do Curso de Bacharelado em Design, do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A aluna foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo, que após deliberação, consideraram o trabalho aprovado.

Banca Examinadora: Prof(a). Dr. Alexandre Vieira Pelegrini DADIN - UTFPR

Prof(a). Dr. Everilton José Cit

DADIN - UTFPR

Prof(a). Msc. Christiane M. Ogg Nascimento Gonçalves Costa Orientador(a)

DADIN – UTFPR

Prof(a). Esp. Adriana da Costa Ferreira

Professor Responsável pela Disciplina de TCC DADIN – UTFPR

CURITIBA / 2015

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AGRADECIMENTOS

É fato que, as poucas palavras aqui escritas, não serão suficientes para agradecer a todas as pessoas que se envolveram no projeto neste período da minha vida. Foram diversos contratempos, muitos desafios e obstáculos, porém com eles vieram diversas vitórias, muitas conquistas e enfim, o sucesso. Sucesso de ter adquirido sabedoria com aqueles que se dispuseram a ensinar, sucesso por ter aprendido com aqueles que comigo compartilharam suas histórias, sucesso por ter conseguido ser uma estudante melhor para então me tornar uma profissional melhor. Por isso, agradeço a todos que me ouviram e apoiaram; ouviram, mas também me criticaram. Muito obrigada.

Para minha orientadora Prof.ª Msc. Christiane Ogg faltam palavras e atitudes que possam agradecer tanto carinho e dedicação. Desde o início da minha trajetória acadêmica sempre esteve à disposição para ajudar, auxiliar e ensinar. Obrigada por me guiar sempre em direção das melhores escolhas. Obrigada por acreditar comigo que este projeto daria certo. Obrigada por ser paciente, mas nunca condescendente.

Agradeço a minha família, aos meus pais, a minha irmã, meus tios e tias, que sempre estiveram ao me lado dando suporte e apoio. Obrigada por sempre se empolgarem tanto quanto eu com o projeto, por transmitirem a paixão pela arte de criar e inventar, obrigada por acreditarem. Ao meu namorado, obrigada por me ouvir todas as infinitas vezes, pelas palavras de apoio e pelas horas de ajuda.

Agradeço a Cynthia Criswall, estudante de Engenharia Elétrica, que desde o início quando lhe apresentei minha ideia, me apoiou e com muito profissionalismo e dedicação ajudou a atingir meus objetivos. Obrigada, pois ganhei uma parceira de projeto.

E por fim agradeço aos colegas de curso ou aos simpatizantes da causa e profissionais do mundo pet que com suas opiniões, sugestões e experiências fizeram com que este trabalho se tornasse exatamente o que tinha que ser: um projeto focado na relação das pessoas com os animais, atento ao carinho e à dedicação que essa relação possui, mostrando que o design é um meio de ajudar a solucionar problemas e trazer maiores benefícios para todos.

(5)

“Ser designer é pensar nos usos e apropriações do cotidiano sonhado pelas pessoas” (Dedicatória feita no livro Design & Cultura QUELUZ, M. L. P., 2013)

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RESUMO

MANGUEIRA, Ariane Gonçalves. DOG.tag: Sistema de Monitoramento para Saúde e Segurança de Cães Domésticos. 2014. 158p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2014.

Este trabalho de conclusão de curso aborda o desenvolvimento de um produto para monitoramento da saúde e segurança de cães. O resultado final do projeto é um sistema colaborativo capaz de auxiliar donos de cães a encontrá-los depois de eventuais perdas. O sistema envolve um dispositivo eletrônico preso à coleira que disponibiliza através de um aplicativo informações como dados do cão e do dono, localizador de GPS com câmera, sistema de som para efetuar ligações, informações sobre saúde tais como alimentação, sono, vacinas e histórico clínico e também notificações de cães achados e perdidos. Esse sistema de caráter colaborativo tem como objetivo compartilhar informações entre clínicas, ONGs, pet shops e donos de cães sobre animais que animais não retornam para as casas depois de se perderem. A DOG.tag junta a tecnologia e as pessoas nesse sistema para ajudar cães perdidos. É uma nova dimensão da relação dos seres humanos com os seus melhores amigos, uma nova maneira de se comunicar e de se interagir com eles.

Palavras-chave: Design. Design de Produto. Design de Sistema. Aplicativo. Colaborativo.

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ABSTRACT

MANGUEIRA, Ariane Gonçalves. DOG.tag: Monitoring System for Health and Safety of Domestic Dogs. 2014. 158p. Final Year Research Project (Bachelor in Design) – Federal University of Technology - Paraná. Curitiba, 2014.

This course conclusion paper discusses the developing project for a product focused for monitoring the health and safety of dogs. The final result of the project is a collaborative system that can help dog owners find them after possible losses. The system involves an electronic device attached to a leash that provides information through an application such as dog and owner data, GPS locator with camera, sound system to make calls, health information such as food, sleep, vaccines and medical history and also reports of lost and found dogs. This collaborative character system aims share information between clinics , ONGs, pet stores and owners dogs, of dogs that do not return to their homes after getting lost. The DOG.tag joins technology and people in the system to help lost dogs . It is a new dimension of the relationship of humans with their best friends, a new way to communicate and to interact with them.

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LISTA DE SIGLAS

ABINPET Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de

Estimação

APPMA American Pet Products Manufacturers Assn

CBD Centro Brasil Design

CCZ Centro de Controle de Zoonoses

EUA Estados Unidos da América

GPS Global Positioning System

IBGE

OMS

Instituto Brasileiro de Geografia e estatística Organização Mundial da Saúde

ONG PETSA

Organização Não Governamental Pet South América

PIB PU

Produto Interno Bruto Poliuretano

QI Quociente de Inteligência

RG Registro Geral

RGA Registro Geral Animal

TAA Terapia Assistida por Animais

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01: ETAPAS DE UM PROJETO DE DESIGN 19

FIGURA 02: POPULAÇÃO DE ANIMAIS 23

FIGURA 03: CRESCIMENTO MERCADO PET 24

FIGURA 04: COMEDOURO BAMBOO PET FURNITURE COLLECTION 26 FIGURA 05: CONJUTO BAMBOO PET FURNITURE COLLECTION 26

FIGURA 06: MARKETING LINHA PET SANREMO 28

FIGURA 07: COMEDOURO LINHA PET SANREMO 28

FIGURA 08: PAINEL SEMÂNTICO - DESIGN E PRODUTOS PARA CÃES 29

FIGURA 09: CENA DO FILME “SEMPRE AO SEU LADO” 32

FIGURA 10: MENINO JASPER E SEU FIEL AMIGO 32

FIGURA 11: ILUSTRAÇÃO CÃO TRABALHANDO 34

FIGURA 12: CÃO OVELHEIRO REUNINDO REBANHO 35

FIGURA 13: CACHORRO BERNESE MOUNTAIN DOG 35

FIGURA 14: CÃO DE CAÇA E SUA PRESA 36

FIGURA 15: CORRIDA DE CÃES GALGOS 36

FIGURA 16: HUSKYS PUXANDO TRENÓ 37

FIGURA 17: CÃES POLICIAIS 38

FIGURA 18: CÃES-GUIA 39

FIGURA 19: CÃO DE RESGATE – RAÇA TERRA NOVA 40

FIGURA 20: PROJETO “REED TO A DOG”, OU “LEIA PARA UM CÃO” 43

FIGURA 21: BENEFÍCIO DO CÃO PARA IDOSOS 43

FIGURA 22: TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS 44

FIGURA 23: MICROCHIP DE IDENTIFICAÇÃO 49

FIGURA 24: CAVE CANEM, MOSAICO, POMPEIA 50

FIGURA 25: COLEIRAS TRADICIONAIS, COM FIVELAS 53

FIGURA 26: COLEIRAS DE LIBERAÇÃO FÁCIL 54

FIGURA 27: COLEIRAS DE DESLIZE 54

FIGURA 28: PEITORAIS 55

FIGURA 29: ENFORCADORES 56

FIGURA 30: HEADCOLLARS 56

FIGURA 31: FOCINHEIRAS 57

FIGURA 32: GUIAS 58

FIGURA 33: COLEIRA HIPSTER 59

FIGURA 34: COLEIRA ULTRASONIC BARK CONTROL PET COLLAR 60

FIGURA 35: COLEIRAS INTELIGENTES 64

FIGURA 36: BANNER SITE, SLOGAN DA MARCA 65

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FIGURA 38: COLEIRA E GUIA MODELO LOLA 67

FIGURA 39: AOLICATIVO LIFE360 71

FIGURA 40: TELAS APP LIFE360 72

FIGURA 41: APLICATIVO HEALTH 73

FIGURA 42: TELA DE BLOQUEIO E DE FICHA MÉDICA 74

FIGURA 43: APLICATIVOS PARA PETS 74

FIGURA 44: TELA DE GRÁFICO DE ATIVIDADES 75

FIGURA 45: TELAS DE DO APLICATIVO WHISTLE 75

FIGURA 46: TELAS DE ATIVIDADES 76

FIGURA 47: BANNER SITE TAG MY PETS 78

FIGURA 48: TELA DE ACHADOS E PERDIDOS 78

FIGURA 49: SITE DE PROTEÇÃO ANIMAL 79

FIGURA 50: DADOS DA PESQUISA COM DONOS DE CÃES 80

FIGURA 51: LOCALIZAÇÃO DOS BAIRROS PARTICIPANTES 83

FIGURA 52: LOCALIZAÇÃO PET SHOPS 91

FIGURA 53: PERGUNTAS PESQUISA PET SHOP 92

FIGURA 54: PERGUNTAS PESQUISA VETERINÁRIAS 96

FIGURA 55: LOCALIZAÇÃO CLÍNICAS VETERINÁRIAS 97

FIGURA 56: RESPOSTAS CIA ANIMAL 97

FIGURA 57: RESPOSTAS SOS CLÍNICA VETERINÁRIA 98

FIGURA 58: RESPOSTAS CLINIVET 98

FIGURA 59: RESPOSTAS HOSPITAL BATEL 99

FIGURA 60: RESPOSTA ANIMALIS 99

FIGURA FIGURA

61: 62

ESTUDO DE COMPONENTES ELETRÔNICOS GPS E MICROCONTROLADOR 101 102 FIGURA FIGURA 63: 64: REFERÊNCIAS VISUAIS GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS 104 105 FIGURA 65: ALTERNATIVA 01 106 FIGURA 66: ALTERNATIVA 02 106 FIGURA 67: ALTERNATIVA 03 107 FIGURA 68: MODELOS 108 FIGURA 69: MODELAGEM 3D 109

FIGURA 70: MODELAGEM 3D DISPOSIÇÃO 110

FIGURA 71: FITAS DE NYLON 111

FIGURA 72: ESTUDO DE APLICAÇÃO DA FITA REFLEXIVA 112

FIGURA 73: FECHOS 113

FIGURA 74: FECHO FINAL 113

FIGURA 75: MATERIAIS PARA A COLEIRA 114

FIGURA 76: PROTÓTIPO COLEIRA 114

FIGURA 77: IMPRESSÃO 3D 115

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FIGURA 79: PRODUTO GERADO EM IMPRESSÃO 3D 116

FIGURA 80: ACABAMENTOS PARA PROTÓTIPO 117

FIGURA 81: PROTÓTIPO DISPOSITIVO 117

FIGURA 82: ANÁLISE DE REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS 120

FIGURA 83: REFERÊNCIAS VISUAIS 121

FIGURA 84: GERAÇÃO DE MARCAS 121

FIGURA 85: PRIMEIRO REFINAMENTO 122

FIGURA 86: MATRIZ DE AVALIAÇÃO 123

FIGURA 87: REFINAMENTO DA TIPOGRAFIA 124

FIGURA 88: REFINAMENTO DO FOCINHO 125

FIGURA 89: REFINAMENTO DA ORELHA 125

FIGURA 90: REFINAMENTO DE POSIÇÃO, COR E REDUÇÃO 126

FIGURA 91: APLICAÇÃO MARCA FINAL 127

FIGURA 92: SLOGAN MARCA 1 127

FIGURA FIGURA 93: 94: SLOGAN MARCA 2 PRODUTO FINAL 128 129 FIGURA 95: A CAUSA 129

FIGURA 96: BANNER DOG.TAG 129

FIGURA 97: COLEIRA FINAL 130

FIGURA 98: FUNÇÕES DISPOSITIVOS 130

FIGURA 99: APLICATIVO: MENUS 131

FIGURA 100: APLICATIVO: MENU PRINCIPAL 132

FIGURA 101: PÁGINA DE NOTIFICAÇÕES 132

FIGURA 102: PÁGINA DE INFORMAÇÕES 133

FIGURA 103: PÁGINA DE LOCALIZAÇÃO 134

FIGURA 104: PÁGINA SOS 135

FIGURA 105: PÁGINA DE CHAMADA E CONFIGURAÇÃO 136

FIGURA 106: PÁGINAS DE SAÚDE 137

FIGURA FIGURA 107: 108: PROPAGANDA DOG.TAG UTILIZAÇÃO DA COLEIRA 138 139

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01: TOTAL DE ACESSOS 81

GRÁFICO 02: HISTÓRICO DE ACESSOS 81

GRÁFICO 03: TEMPO MÉDIO DE REALIZAÇÃO 82

GRÁFICO 04: CIDADES PARTICIPANTES 82

GRÁFICO 05: QUANTIDADE DE CÃES 84

GRÁFICO 06: QUANTIDADE DE CÃES QUE JÁ ADOTOU 84

GRÁFICO 07: TIPO DE ADOÇÃO 85

GRÁFICO 08: MOTIVO DA ADOÇÃO 85

GRÁFICO 09: CARACTERÍSTICA CÃO PERDIDO 86

GRÁFICO 10: O QUE FAZ AO VER UM CÃO PERDIDO 87

GRÁFICO 11: O QUE IMPEDE DE AJUDAR UM CÃO PERDIDO 87

GRÁFICO 12: CÃES PERDIDOS 88

GRÁFICO 13: CÃES ACHADOS 88

GRÁFICO 14: ITENS IMPORTANTES NA COLEIRA INTELIGENTE 89

GRÁFICO 15: NOVIDADES 89 GRÁFICO GRÁFICO GRÁFICO 16: 17: 18: INVESTIMENTO ADESÃO AO SISTEMA

RESULTADOS PESQUISA PET SHOP

90 90 95

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 14 1.1 OBJETIVO GERAL... 15 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 15 1.3 JUSTIFICATIVA... 15 1.4 METODOLOGIA...17 2 2.1 2.2 2.2.1 2.3 2.3.1 2.3.2 2.4 2.5 3 3.1 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6 3.1.7 3.1.8 3.1.9 3.1.10 3.2 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.3 3.3.1 3.4 3.4.1 3.4.2 3.4.3 3.5 3.5.1 3.5.2 3.6 3.6.1 3.7 3.7.1 3.7.2 3.7.3 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... DESIGN EMOCIONAL... MERCADO PET... Design no Mercado Pet... COMPORTAMENTO ... Comportamento Canino... Relação entre Pessoas e Cães... CÃES E SUAS ATIVIDADES... BENEFÍCIOS DA RELAÇÃO ENTRE CÃES E HUMANOS... PROJETO... FASE DE PREPARAÇÃO... Análise do Problema... Análise da Necessidade... Desenvolvimento Histórico das Coleiras... Análise das Coleiras... Análise das Coleiras com Dispositivos Similares... Zee.dog Empresa Brasileira Fabricante de Coleiras... Análise da Função...

Análise da Configuração... Aplicativos Similares para Humanos... Sistemas colaborativos... COLETA DE INFORMAÇÕES... Pesquisa com Donos de Cães... Pesquisa com Pet Shops... Pesquisa com Clínicas Veterinárias... CARACTERÍSTICAS PRETENDIDAS NO NOVO PRODUTO... Componentes Eletrônicos Embarcados... FASE DE GERAÇÃO... Alternativas de Solução... Modelos... Modelagem 3D... PROTÓTIPO... Coleira... Dispositivo... NAMING... Concepção... FASE DE REALIZAÇÃO... Produto Final... O Dispositivo... O Aplicativo... CONSIDERAÇÕES FINAIS... 20 20 22 24 30 30 31 34 40 46 46 46 47 50 52 60 64 67 69 71 77 79 80 91 96 100 101 103 105 107 108 110 110 115 118 118 128 128 130 131 137

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REFERÊNCIAS... APÊNDICE A – Estrutura Para Perguntas Online... APÊNDICE B – Questionário Pet Shops... APÊNDICE C – Questionário Clínicas Veterinárias... APÊNDICE D – Desenhos Técnicos...

140 147 153 157 158

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1 INTRODUÇÃO

Amantes de cães ou não, é fácil notar o crescente número de lojas, produtos e ações referente a esse público em particular. O tema deste projeto surgiu em meio a uma vivência real de uma situação nada agradável da autora e seu cão. Perdido por quinze dias, não foram suficientes nenhum dos esforços realizados para encontrar o seu amigo de quatro patas. As práticas existentes para reencontrar os fiéis amigos em situações como essa nem sempre são eficazes, muitas vezes os donos e os animais ficam à mercê de pessoas que os encontrem e procurem seu dono.

Em uma disciplina cursada durante o curso de Bacharelado em Design, a autora teve o despertar do interesse pelo assunto, e foi onde teve a oportunidade de começar seu projeto, tentando buscar novas alternativas em que o design pudesse auxiliarpessoas que se encontrassem nessa mesma situação. Löbach (2000) define o design, como uma ideia, um projeto ou um plano para a solução de um problema determinado. Tendo em vista essa definição ficou claro como de fato era possível concretizar esse projeto.

Denis (2000) dedicou um capítulo para falar sobre o design na era da informação. Já naquela época a miniaturização dos componentes eletrônicos foi um fator fundamental na importância da tecnologia e no modo em que ela popularizou e forneceu uma dose de liberdade no exercício do design. Desse modo a tecnologia não é somente uma ferramenta de se fazer design, mas também uma forma de praticar o design. Já Braga (2011) concorda que a essência do design sempre foi social, pois sua finalidade é projetar para alguém. Muito fácil e ou ainda muito lógico, é pensar em aplicar o design para pessoas, mas não tão lógico assim utilizá-lo para animais, no caso para o cachorro.

Dessa maneira o projeto que no início era apenas uma proposta de solução para um problema tão particular, ao longo de sua execução tornou-se ainda mais complexo, com questionamentos sobre a sociedade atual, e o amadurecimento das perspectivas aprendidas no meio acadêmico, agora utilizada para um trabalho de conclusão de curso, que além de mais uma etapa acadêmica também é um produto viável que pode ser produzido e comercializado. A empolgação para a execução de cada etapa aqui descrita vai além da utilização do design para o desenvolvimento de

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um novo produto, mas também se apropria do design como um caminho para ajudar pessoas que durante esse processo se doaram, participaram e colaboraram para que o resultado fosse um projeto efetivo de caráter responsável. Por fim, o trabalho aqui realizado mostra que o objetivo alcançado foi maior do que o proposto, não apenas um produto para a indústria de bens de consumo, mas mais um produto para a indústria do bem.

1.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver sistema de monitoramento para saúde e segurança de cães domésticos que possa viabilizar o acompanhamento do estado de saúde e facilite ações de resgate.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Facilitar o resgate de cães perdidos através de redes colaborativas existentes e propiciar a formação de novas redes.

2. Sinalizar a presença de cães perdidos pela cidade.

3. Proporcionar ao dono do cão o acompanhamento de dados referentes à saúde tais como: vacinas, medicamentos e consultas.

1.3 JUSTIFICATIVA

Modismo ou amor, entre outros motivos, fizeram com que o Brasil se transformasse nessa potência mundial de produtos para cães e gatos. Infelizmente, possui também um crescente número de cães perdidos ou abandonados nas ruas. O médico veterinário Farath (2001), afirma que o cão, pelo seu instinto e genética, precisa de um líder, e transforma o seu dono em líder. Assim, quando separado de

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seu líder, muitas vezes ficam sem saber o que fazer, pois seu instinto não foi totalmente desenvolvido. O crescimento da população canina e o aumento do número de animais abandonados, maltratados, perdidos e criados inadequadamente indicam que algo precisa ser feito.

Muitos são os motivos pelos quais os animais podem se perder. Um rojão solto aqui, um portão aberto ali, uma cadela na rua, entre outros. Apesar de muito inteligentes os cães são animais irracionais e agem sem preocupação nenhuma. Então, quando uma oportunidade aparece ele foge e, algumas vezes, fica difícil de retornar. Os donos ficam sem muitas opções de ação, esperando que as pessoas que o encontrem tenham bom coração e não os maltratem. Quando os cães fogem e não conseguem encontrar o caminho de volta para casa podem causar dor e sofrimento aos donos e muitas vezes a eles mesmos.

Escobar (2013) explica que as práticas de identificação animal ainda não são totalmente eficazes. As coleiras com o Registro Geral Animal, RGA, as que possuem uma placa de metal com a identificação do animal e contato do dono, são comumente vistas no pescoço dos animais. Porém além desta identificação, um novo tipo de registro interno já faz parte da vida de alguns bichos: os microchips. A Animal Tag, empresa que atua no mercado da identificação animal, vende o tipo mais comum de microchip, que é revestido por uma cápsula de biovidro, de 12 x 2 milímetros, tem local próprio de aplicação em cada animal. Ele possui um número único que, quando um leitor se aproxima, encontra dados como nome e endereço do proprietário, raça e idade do animal. Estas informações são registradas em uma base de dados, que pode estar disponível por meio de um Centro de Controle de Zoonoses,CCZ do respectivo município ou até mesmo online. (ANIMAL TAG)

Esse sistema de chipagem animal funciona até certo ponto. Para fazer a leitura das informações contidas no microchip é necessário que alguém chegue perto do cão perdido e o leve a um veterinário que possua um leitor, e ainda são poucas as clínicas veterinárias e pet shops que possuem o aparelho. Outro ponto negativo dos microchips é a falta de atualização dos dados. Mesmo que consigam acessar o código de rastreamento do animal, muitas vezes não é fácil encontrar nos registros existentes o contato do dono.

O autor Monico (2000), explica que GPS, Global Positioning System, é um

sistema de rádio navegação desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Como o nome sugere, o GPS é um sistema de abrangência global.

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Esse sistema tem facilitado todas as atividades que necessitam de posicionamento geográfico. O GPS pode ser utilizado sob quaisquer condições climáticas, e tem como princípio básico de navegação a medida de distâncias entre o usuário e quatro satélites. Conhecendo as coordenadas dos satélites num sistema de referência apropriado, é possível calcular as coordenadas da antena do usuário no mesmo sistema de referência dos satélites.

Coleiras que possuem o sistema de GPS, que na teoria serviriam para localizar o cão em situações extremas como a perda, informam em seus manuais que de baixo de lugares cobertos como grandes florestas ou então na cidade em lugares mais escondidos como becos ou debaixo de viadutos não haverá sinal. Ou seja, estas soluções necessitam de aprimoramento para maior eficácia. A necessidade de desenvolver um produto capaz de conter todas as informações que um veterinário, uma pessoa e até mesmo o dono precisa, seja quando encontra o animal ou na rotina normal, torna-se uma prioridade, pois dessa maneira em caso de resgate, seria possível saber suas necessidades, informações e localização, o que ajudaria no diagnóstico mais rápido e eficiente. Trata-se do bem-estar do cão e do dono reforçando o elo existente entre os dois.

A coleira proposta neste projeto tem como objetivo principal encontrar um meio de se desviar das limitações existentes nos produtos que estão no mercado hoje e também trazer conforto e bem-estar na relação do dono com o seu amigo tendo como premissa a saúde e segurança do animal, assim como o conforto e comodidade do dono.

1.4 METODOLOGIA

Löbach (2000) define o Design como: uma ideia, projeto ou plano para a solução de um problema, e o ato de design, então, seria dar corpo à ideia e transmiti-la aos outros A pesquisa será de caráter exploratório, com a finalidade de conhecer e analisar os vários aspectos envolvidos na produção distribuição e utilização de coleiras em animais domésticos. Inicialmente, será feito um levantamento bibliográfico, com coleta de dados referentes ao comportamento que envolve a relação homem animal, assim como os benefícios dessa relação. Também

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serão analisadas as características dos donos de cães, dos cães, e do contexto que envolve o problema. Outros pontos observados serão o desenvolvimento histórico do produto também ele no mercado. Será feito um estudo mais aprofundado a respeito de coleiras existentes no mercado, seguido de entrevistas com profissionais do segmento para melhor entendimento das necessidades e aplicações do produto, e também análise do funcionamento e da relação com o comprador e os usuários. Após a coleta de informações faz-se a análise e a síntese para poder se estabelecer os requisitos do produto e depois gerar alternativas para a elaboração do protótipo de uma coleira inteligente para animais domésticos que atendam às necessidades de saúde e segurança do animal, como GPS, histórico médico e informações.

Cada produto de design é resultado de um processo de desenvolvimento determinado por condições e decisões. Desse modo, a metodologia projetual não tem o objetivo de estabelecer um único método de design e nem tão pouco deve ser confundida com receita, que quando seguida, proporciona um resultado previamente estabelecido. O presente trabalho terá como metodologia as etapas de projeto de Löbach, que afirma que o processo de design pode se desenvolver de forma extremamente complexa. Esse processo foi dividido em etapas pré-estabelecidas, embora estas fases nunca sejam de caráter iterativo. Elas se entrelaçam umas às outras, com avanços e retrocessos (Figura 01).

A primeira fase chamada de Fase de Preparação onde serão coletadas as informações mais substanciais para o projeto, tais como a análise do problema que envolve o projeto, a coleta das informações e a análise das informações. A segunda fase da metodologia é feito as escolhas dos métodos para solucionar o problema, a produção de ideias e a geração de alternativas. A terceira fase é a fase de avaliação quando é feita a comparação entre as alternativas através de ferramentas de aferição para escolha da melhor solução. Por fim a quarta etapa Fase de Realização, onde é produzido e testado o protótipo.

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Figura 01: Etapas de um projeto de design Fonte: Lobach (2000), pg 142.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DESIGN EMOCIONAL

Não é de hoje que se percebe a intensa ligação afetuosa entre os seres humanos e os cães. O laço emocional entre eles está refletido de diversas maneiras, e uma delas é vista no crescente número de itens e mercados que estão surgindo. Norman (2004), admite que só agora compreende o quanto a emoção é importante para a vida das pessoas. Funcionalidade e usabilidade continuam imprescindíveis, é claro, mas sem diversão e prazer, alegria e entusiasmo, e até ansiedade e raiva, medo e fúria, tudo seria um tédio. Norman então entendeu que ele estudava a ciência da cognição, onde a emoção tem papel fundamental, mas deixava a estética de lado. E havia um paradoxo entre seu eu científico e seu eu pessoal. Norman descobriu que o processamento interno acontece em três níveis de estrutura do cérebro: visceral, comportamental e reflexivo.

O visceral é onde as coisas acontecem automaticamente, de maneira pré-programada geneticamente. Nesse nível, os julgamentos são rápidos: bom ou mau, seguro ou perigoso. A estrutura é biologicamente projetada para ampliar as chances de sobrevivência e fundamenta o comportamento afetivo. Esse nível é incapaz de raciocínio; é uma programação genética que desencadeia afeto positivo para situações e objetos que oferecem alimento, calor ou proteção, tais como lugares aquecidos e bem iluminados, sabores e odores doces, cores alegres, matizes saturados, sons tranquilizadores, melodias simples, carícias, rostos simétricos e sorridentes, objetos lisos e arredondados, sons e formas sensuais. Em contrapartida, há condições pré-determinadas que favorecem o afeto negativo automático: alturas, sons altos ou estridentes, luzes fortes, calor ou frio extremos, escuridão, ambiente denso ou atravancado, multidões, cheiros de podridão, alimentos ou corpos em decomposição, sabores amargos, objetos pontiagudos ou assimétricos, corpos deformados, etc.

O nível comportamental é que controla a maior parte das atividades do dia-a-dia e suas ações podem ser influenciadas pelo nível superior (reflexivo) e influenciar o inferior (visceral). É o que permite, por exemplo, que não se gaste todo o seu

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cérebro enquanto dirige seu carro; pode-se dirigir pensar nas tarefas do dia e cantarolar uma música graças a ele. Os profissionais altamente treinados usam bastante esse nível, que não é consciente. Assim, os dedos de um pianista experiente praticamente se mexem sozinhos enquanto ele pode refletir sobre a música que está tocando.

Já o nível reflexivo é o único realmente consciente. É o cognitivo, que permite que se aprenda, use as experiências e raciocine sobre as decisões que são tomadas, além de comunicá-las a outros. É o nível mais vulnerável às influências externas como a cultura, a experiência, o grau de instrução e as diferenças individuais, podendo, inclusive, anular os outros. Isso explica porque algumas pessoas conseguem sentir prazer com situações de medo (esportes radicais) e desdenham abertamente o que é visceral, comum, com forte apelo popular. Então, tudo o que as pessoas fazem tem componentes cognitivos (reflexão) e afetivos (viscerais e comportamentais). O cognitivo atribui significado; o afetivo atribui valor. Nos níveis inferiores (visceral e comportamental) existe apenas afeto, sem interpretação ou consciência.

No processo criativo do design são necessários os dois estados: no afetivo positivo, a criatividade está liberada; no negativo, é preciso se concentrar nos prazos e na viabilidade. Além disso, pode-se classificar o design em três níveis que influenciam o processo decisório de uma pessoa: o design visceral (aparência, percepção); o design comportamental (prazer e efetividade de uso) e o design reflexivo (autoimagem, satisfação pessoal, lembranças).

O projeto aqui desenvolvido está imerso no mundo do design emocional. A relação entre o homem e o cachorro ultrapassa muitas vezes o limite da razão. Os cães estão sendo tratados cada vez mais humanizados, demasiadamente humanizados. Os produtos desenvolvidos para o mercado pet precisam estar mais envolvidos com os sentimentos do dono do animal, não basta que os produtos sejam funcionais, estes em geral são carregados de características que aguçam o lado emocional.

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2.2 MERCADO PET

De acordo com estudo desenvolvido pela GS&MD1 (2013), a mudança de comportamento do brasileiro em relação aos seus animais é verificada em todas as classes sociais. Em todas as faixas da população, os gastos com produtos e serviços voltados para os bichos aumentou, e o brasileiro está comprando mais produtos de higiene, embelezamento, alimentação, remédios, consultas, snacks, e tudo que seja relacionado ao bem-estar e a saúde do animal.

O setor pet nesses últimos dois anos vem tendo um crescimento acima da média do PIB brasileiro, de acordo com os dados da ABINPET (2013), esse mercado gera mais de três milhões de empregos, movimenta 14 bilhões de reais por ano e as famílias gastam, em média, 350 reais por mês com seus animais de companhia. Segundo o Estudo Pet Brasil (2012), que aborda questões fundamentais sobre o comportamento e as tendências do mercado, este varejo somado responde por 76,1% de tudo o que é vendido em produtos e serviços pets.

O mundo todo tem 1,5 bilhão de animais de estimação, e o Brasil é 4º lugar em população de animais de estimação, quando se considera os cinco grandes grupos dos animais (cães e gatos, aves canoras e ornamentais, os pequenos répteis e mamíferos e os peixes ornamentais), hoje abriga em torno de 106,2 milhões de animais de estimação, destes, cerca de 35%, ou seja, 37 milhões são de cães. (Figura 02)

1

GS&MD Gouvêa de Souza reconhecida pelo mercado como especialista em varejo, marketing e distribuição. Com uma plataforma completa de produtos e serviços, oferece conteúdo e conhecimento de alto nível para ajudar empresas de todos os segmentos a desenvolver as melhores estratégias de atuação no mercado de consumo.

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Figura 02: População de Animais Fonte: Elaboração ABINPET (2014)

O site de notícias Zero Hora (2013), mostra que em pesquisa do IBGE na comparação com 2002, apresenta o crescimento da proporção de pessoas que vivem sozinhas no país. Em 10 anos passou de 9,3% para 13,2%. Além disso, entre 2002 e 2012, ainda nessa pesquisa observou-se que reduziram os arranjos familiares constituídos por casal com filhos (52,7% para 45%) e aumentaram os casais sem filhos (14% para 19%). Em contrapartida, é crescente a presença de animais de estimação nos lares. Bichos passaram a ser considerados membros da família. E o resultado dessa proximidade e dessa mudança social e cultural é a intimidade que os donos estão concedendo aos seus animais.

ABINPET (2013) afirma que o mercado pet brasileiro cresce desde 1995 a uma média anual de 17% e faturou em 2013 R$15,2 bilhões representando aumento de 7,3%. Dados atualizados de junho de 2014 mostram que o Brasil é o segundo maior mercado do mundo, com 8% do faturamento global do setor, atrás dos Estados Unidos (30%). Isso demonstra o crescimento firme do mercado pet que hoje representa 0.34% do PIB, e o coloca a frente de dos setores de geladeiras e freezers, componentes eletrônicos e produtos de beleza. Ressalta-se ainda a

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projeção de ascensão desse mercado. Para o Estudo Pet Brasil (2013), a previsão é de que em 2020 o setor chegue a atingir R$ 20 bilhões de reais (Figura 03).

Figura 03: Crescimento Mercado Pet Fonte: Elaboração ABINPET (2014)

Acompanhando essa evolução, a abertura de pet shops por todo país disparou: são cerca de 40 mil – que faturam, em média, R$ 120 mil por ano – e outros 60 mil pontos de venda de comércio e serviços. Os pets shops responde por 68,3% de tudo o que é vendido em produtos e serviços pets; as megalojas especializadas, por 5,5%; as lojas de produtos agrícolas e aviculturas somam 8,8%, e o pequeno e grande varejo, mais 17,4% (Pesquisa Gouveia & Souza, 2013).

2.2.1 Design no Mercado Pet

Para conquistar espaço no mercado internacional, empresas recebem consultoria em design com foco em sustentabilidade, interação com consumidor e praticidade, isso faz parte do programa Design Export, que dá apoio às empresas

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brasileiras na criação de produtos inovadores e voltados à exportação. Ao mesmo tempo em que novos produtos são criados para conquistar mercados estrangeiros, atendendo a requisitos e a padrões de qualidade, outras empresas passam também a buscar inovação para desenvolver soluções mais inteligentes para seus clientes.

Em matéria divulgada pela ABINPET (2015), Letícia Gaziri, diretora executiva do Centro Brasil Design - CBD2 - diz que a ideia é mostrar o design como uma ferramenta que alavanca a competitividade. Letícia ainda comenta que o design contribuiu para a criação de produtos mais bem desenhados e pensados, com materiais apropriados, de baixo impacto ambiental e que ao mesmo tempo, oferecem um aspecto mais atraente para o consumidor.

Atualmente há uma grande quantidade de empresas especializadas na elaboração de produtos para dar maior conforto aos pets. Com o objetivo de unir funcionalidade, design, sustentabilidade e conforto para cães, designers vem se especializando no mercado pet. Como é o caso do designer Corey Drew que está inovando em um mercado pouco explorado e lançou a coleção Bamboo Pet Furniture Collection, que tem sido destaque nas mídias sociais de todo o mundo e ganharam o reconhecimento internacional como as primeiras peças de mobiliário verdadeiro para animais de estimação. (Figuras 04 e 05).

Há uma variedade de itens tais como: sofás, poltronas, móveis e tigelas feitas especialmente para os pets e que combinam com os móveis de sua casa.

2 CBD - Centro Brasil Design instituição especializada em idealizar, desenvolver e implementar

projetos estratégicos e processos de design para a indústria e órgãos governamentais, com o objetivo de melhorar a competitividade e o desenvolvimento econômico e social do Brasil,

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Figura 04: Comedouro Bamboo Pet Furniture Collection Fonte: NEOBAMBOO (2012)

Figura 05: Cama E Comedouro Bamboo Pet Furniture Collection Fonte: NEOBAMBOO (2012)

Já a empresa Sanremo localizada em Porto Alegre (RS) está voltada à produção em grande escala, de produtos plásticos. O design, a funcionalidade e a praticidade são fatores fundamentais no desenvolvimento dos produtos. Cada item

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criado é especialmente pensado para tornar a vida dos consumidores melhor (ADVB-RS, 2014).

A Sanremo pesquisou que a compra no segmento de utilidades domésticas costuma ser racional. E se buscasse ser inserir no mercado pet teria que alterar sua estratégia para o lado emocional, como indicaram pesquisas preliminares. APPMA3, 2014 metade dos proprietários declara tratar seus pets como membros da família, com direito de compartilhar todo conforto proporcionado aos demais, como dormir na mesma cama de seus donos. O vínculo de proximidade ao ser humano elevou o status dos animais de companhia a uma ordem mais elevada em relação ao consumo.

A confluência entre o crescente interesse por animais domésticos, o potencial de crescimento do mercado brasileiro e a inexistência de uma marca consolidada no setor de pet care levou a Sanremo uma situação favorável à expansão da indústria de utilidades plásticas. Foi com foco em um design inovador para uma oportunidade de estender a força da marca, para o segmento pet. Antecipando-se a uma tendência e garantindo o disputado lugar junto com os pets como primeira escolha do consumidor, dono de animais de estimação.

A Sanremo explorou aspectos afetivos da relação do dono com seu pet. O propósito foi criar produtos lúdicos, que despertassem alegria, mas que pela expressão, criassem empatia, despertando a afetividade do consumidor. Outro desafio foi encontrar uma expressão facial para caracterizar as peças tanto de gatos, quanto de cachorros. (ADVB-RS, 2014, p.6)

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APPMA - American Pet Products Manufacturers ASSN é uma associação comercial sem fins lucrativos composta de fabricantes de produtos pet, os seus representantes, importadores e fornecedores. APPA tem a missão de promover, desenvolver e alavancar a indústria de produtos para animais e para fornecer os serviços necessários para ajudar seus membros prosperam.

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Figura 06: Marketing Linha Pet Sanremo Fonte: ADVB-RS (2014)

Figura 07: Comedouro Linha Pet Sanremo Fonte: ADVB-RS (2014)

Os recipientes são identificados pelas cores azul e rosa e por linhas das faces de cães e gatos (Figuras 06 e 07). O design considerou aspectos, desde a seleção de materiais mais resistentes a mordidas e atóxicos, facilidade de limpeza, bem como diferentes portes de animais e, ainda, características distintas entre as raças, hábitos de comportamento dos donos para integrar benefícios visuais e funcionais

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em peças tão distintas. Foram três anos dedicados a entender a dinâmica do segmento e desenvolvimentos em design, garantiram qualidade e adequação da estratégia à oportunidade de mercado. A linha foi finalista no Prêmio IDEA Brasil 2014, na categoria Lazer e Recreação.

Entre as inovações com relação direta com o design, vale destacar algumas. (Figura 08).

Figura 08: Painel Semântico - Design e Produtos para Cães Fonte: Autoria Própria com Imagens coletadas da internet (2015)

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2.3 COMPORTAMENTO

2.3.1 Comportamento Canino

Cão pensa? Tem memória? Muitas pessoas comentam que os seus cachorros só faltam falar. Todas essas indagações são estudadas pela Psicologia Canina, que é o estudo do comportamento animal. Rossi (2008) afirma que existem diversas ciências e estudos contribuem para um entendimento cada vez maior sobre o comportamento dos cães. Através deles pode-se entender, interpretar e modificar diversos comportamentos. Através da metodologia, por exemplo, é possível compreender diversos comportamentos que, hoje, não possuem nenhuma função aparente. Somente uma investigação multidisciplinar permite um real entendimento do comportamento do cão dentro de nossas casas.

O que explica, por exemplo, o comportamento comum dos cães de enterrar ossos? Na verdade, ele age assim porque seus ancestrais que escondiam comida lhe passaram esse instinto, geração após geração. Enquanto outros exemplares menos precavidos eram mais atingidos pela fome, os mais bem nutridos puderam se defender e se reproduzir melhor. Com isso, deixaram mais descendentes e propagaram mais as próprias características genéticas.

O motivo pelo qual os cães precisam tanto de companhia ou são facilmente dependentes de seus donos também pode ser explicado pelos seus ancestrais. Os lobos precisam um dos outros para sobreviver. O exemplar solitário não consegue caçar animais muito grandes e enfrenta maiores dificuldades para se proteger do que o enturmado.

Del-Claro (2004) discute que esses conhecimentos podem parecer completamente desnecessários, mas suas aplicações se tornam evidentes quando refletimos sobre algumas situações práticas do cotidiano com nossos animais ou então na aplicação nesses conhecimentos para o estudo do projeto aqui desenvolvido. Uma das características mais importantes ao se pensar em comportamento canino é o movimento. Essa é a chave do comportamento, que é sinônimo de ação. De uma maneira geral, o comportamento consiste de atos que o animal exibe. O comportamento também consiste em outros conjuntos de

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movimentos sutis, discretos, de pequenas partes do corpo, que podem ocorrer de modo simultâneo a atos mais conspícuos. Bons exemplos são as emissões de sons pela boca, os movimentos das orelhas, o balançar da cauda, a liberação de odor. A importância desses conjuntos de movimentos é tão grande que a mudança na sequência e/ou na frequência de suas exibições pode se traduzir em ações com funções distintas. Sempre que alguém tenta definir o que é comportamento, inevitavelmente faz uso de nossas habilidades sensoriais. Tais observações são limitadas pela capacidade de perceber o meio. A definição de comportamento, portanto, não é imparcial: ela tem um componente subjetivo, que é o fator humano e suas limitações de percepção. Portanto pode-se entender comportamento canino como qualquer ato produzido por um animal, incluindo-se aí aqueles que muitas vezes não são percebidos pelos sentidos humanos. É importante ressaltar que não se deve atribuir o comportamento antropomórfico ao comportamento canino ou animal, o cachorro não morde outro por crueldade, ele não sente culpa por fazer bagunça.

2.3.2 Relação entre Pessoas e Cães

O cão foi o primeiro animal domesticado pelo homem, há cerca de 14 mil anos. César Ades, professor do Departamento de Psicologia Experimental da USP, diz que o cão é basicamente um lobo, geneticamente selecionado com o passar dos anos que provavelmente foram se aproximando das pequenas aldeias humanas, os mais dóceis, mais tranquilos com a presença de pessoas, foram ficando por perto. Ades explica que os homens daqueles tempos perceberam que poderiam se beneficiar da presença dos dóceis lobos, eles poderiam protegê-los, ajudar na caça e, é claro, fazer companhia. Ao longo desses anos, os humanos fizeram uma intensa e constante seleção genética, privilegiando certos aspectos físicos e de personalidade dos cachorros que nasciam. Assim, foram criadas as diferentes raças. O cão se adaptou ao ser humano. Ele possui uma predisposição para aprender. E foi se modificando, ao que parece, pela interação com o homem (Figura 09). (GARCIA, 2012)

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Figura 09: Cena do Filme “Sempre ao Seu Lado” Fonte: AADE Cinema (2012)

A cada dia que passa os cães tem suas rotinas subordinadas as das pessoas. Eles já possuem rotinas como as das pessoas, vão à creche de segunda a sexta, utilizam vans escolares, passeiam em shoppings, fazem sessão de terapia ou de SPA. Os cachorros de melhores amigos foram promovidos a filhos. Não é preciso ir longe para encontrar evidências para que os especialistas chamam de antropomorfismo ou humanização – atribuir aos bichos características e sentimentos humanos. (Figura 10).

Figura 10: Menino Jasper e seu fiel amigo Fonte: Tecnologia (2015)

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Muitos são os motivos que podem explicar esse fenômeno. A antropóloga Mirian Goldenberg, afirma que a configuração da família está mudando, está crescendo o número de pessoas sozinhas com dificuldade de se relacionar. O fato de os cães serem animais que interagem afetivamente permite que pessoas troquem a relação de brincadeira e diversão para a relação de pai e filho. Os cães são parceiros, eles escutam, mas não criticam, não reclamam se chega tarde, sempre está disposto a dar uma volta ou então a lhe escutar desabafar. Desse modo é fácil colocá-los em um patamar afetivo de seres humanos e preencher um vazio.

Segundo psiquiatra Álvaro Ancona o problema não é idealizar a relação e projetar no animal um comportamento que não é de sua natureza. Como essa é uma relação mais fácil muitas vezes as pessoas podem se sentir mais desestimuladas a criar novos vínculos sociais e que acordo com estudos veterinários o fato de humanizar demasiadamente um cão pode alterar o foco dasnecessidades básicas do animal. (VINES, 2010)

A maioria dos animais conhecidos possui como característica comportamental uma maior afinidade com outros integrantes da mesma espécie. Mas os cães podem ter desenvolvido um comportamento diferente ao longo do tempo devido às mudanças de comportamento dos humanos para com eles. Eles podem estabelecer um vínculo muito mais intenso com os seres humanos do que com outros cães. Para testar e comprovar a intensidade das relações dos cães com outras pessoas os pesquisadores utilizaram equipamentos que permitiam o mapeamento do cérebro dos cães em situações de teste. A mais importante conclusão é que os cães têm uma resposta cerebral muito mais intensa quando entram em contato com uma pessoa conhecida, e essa reação se sobressai até mesmo a cheiro de outros cães. Diversas pesquisas realizadas provam a intensidade da relação entre cães e humanos. A pesquisa da Universidade Eotvos Lorand, em Budapeste, diz que através do latido os cães também podem expressar emoções pelas quais estão passando no momento. Já na Universidade de Sussex, na Inglaterra de acordo com o relatório final obtido cães conseguem entender uma série de sentimentos dos humanos conforme a maneira que se fala com o cão e mais do que apenas identificar qual sentimento o humano está sentindo o cão também é capaz de moldar a sua resposta e reação de acordo com esse sentimento. Essa pesquisa ressalta como os cães podem perceber com precisão sobre o estado emocional do dono. Estudos prévios já haviam demonstrado que os humanos podem distinguir bem

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entre latidos que manifestam tristeza ou alegria por parte de seus cachorros, porém foi uma surpresa descobrir que os cães também possuem essa capacidade. (TERRA, 2014)

2.4 CÃES E SUAS ATIVIDADES

A evolução das atividades humanas através do tempo também provocam mudanças nas ocupações caninas. Os lobinhos criados nas aldeias primitivas mostravam talentos diversos. Uns eram bons caçadores, outros defendiam a caverna e outros mais cuidavam dos animais mantidos perto das moradias. Então os homens cruzaram os animais conforme suas necessidades. Até a cor era importante. Um lobinho-cão branco foi muito útil, pois pode ser visto de longe ao caçar. Um cão de pernas curtas entrava nas tocas de pequenos animais. Cães peludos sobreviviam melhor no frio e os fininhos, hoje os galgos de corrida, caçavam animais rápidos, como veados ou antílopes.

Um exemplo da atividade humana atrelada ao trabalho canino foi antes da invenção da energia elétrica, onde os cães trabalhavam incessantemente para virar o espeto no forno (Figura 11). (PREJETO PRO ANIMAL, 2015)

Figura 11: Ilustração Cão Trabalhando

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Uma das profissões mais antigas dos cães é o ovelheiro, os netos do lobo que aprenderam que os homens preferem que eles cuidem das ovelhas ao invés de matá-las. Hoje ainda muitos cães vigiam ovelhas e as conduzem para pastos distantes (Figura 12).

Figura 12: Cão Ovelheiro Reunindo Rebanho Fonte: FLADEBOE (2015)

Como uma extensão dos ovelheiros, existem também os boiadeiros que são "ovelheiros" de grande porte, e cuidam de gado (Figura 13).

Figura 13: Cachorro Bernese Mountain Dog Fonte: The Blissful Dog (2015)

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O maior e mais antigo grupo é formado pelos cães de caça. Os cães de pernas curtas serviam para entrar em tocas de coelhos ou de outros animais. Alguns terriers caçavam ratos, o dogue alemão caçava javalis nas matas europeias, e outros como o poodle e o poodlepointer, por terem pelo especial, entravam na água e buscavam patos abatidos pelo caçador (Figura 14).

Figura 14: Cão de Caça e sua Presa Fonte: Sixguns (2012)

Já os galgos foram criados para a caça de animais velozes. Mais tarde, os homens descobriram a modalidade esportiva da corrida de cães. Os galgos têm em comum o corpo bem fino, pernas altas e cabeça erguida (Figura 15).

Figura 15: Corrida de Cães Galgos Fonte: RADIKAL (2009)

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Os cães puxadores, husky siberiano e o malamute, por exemplo, foram criados para puxar trenós na neve perto do polo norte (Figura 16).

Figura 16: Huskys puxando trenó Fonte: Abril (2015)

Uma das profissões mais importantes hoje é a de guarda. A parceria entre cães e policiais é bastante antiga, data do século XVII, quando oficiais europeus recorriam ao apuradíssimo olfato de cães para rastrear o que quer que fosse. Desde então, o papel exercido pelos cães se ampliou muito, mas foi só nos anos 70 que realmente foram reconhecidos como parte integral e indispensável da força policial.

Hoje eles não apenas farejam e rastreiam como também imobilizam suspeitos, servem de guarda, identificam substâncias ilícitas, como exclusivos e narcóticos e até realizam buscas e resgates de pessoas em perigo. Eles acessam facilmente locais que os policiais não conseguiriam penetrar sem um grande esforço, têm uma audição magnífica e um olfato poderoso. Muitas vezes a atuação desses cães é a diferença entre prender um criminoso perigoso ou deixá-lo escapar e

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continuar sua ameaça à sociedade. Os cães são cruciais e os policiais sabem disso, por essa razão o treinamento dos cães é sempre cheio de afeto (Figura 17).

Figura 17: Cães Policiais Fonte: ANDA 2010

Há também os companheiros de carteirinha. Fazer companhia não é uma profissão moderna. Há séculos atrás havia cãezinhos que viviam nos colos das damas em quase todos os salões de festa no mundo elegante. Mas, como as pessoas se preocupam apenas com a beleza da raça, temos hoje como cães de companhia muitas raças inadequadas, onde algumas sofrem no seu novo ambiente e outras se adaptam bem.

Com o aprimoramento dos cães de companhia também foram criados os cães-guias, que auxiliam os seus parceiros segurança na locomoção, equilíbrio físico e emocional, facilitam sua socialização, e até sua autoestima melhora, sem contar com o fato de ser um amigo sempre presente para garantir sua independência e interagir afetivamente. A formação de um cão-guia tem início com um rigoroso processo de seleção genética e comportamental (Figura 18). Depois de selecionado, o cão inicia a fase de socialização, que se estende até,

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aproximadamente, o animal completar um ano de idade. Esta fase pode ser conduzida pelo treinador ou por uma família voluntária, que cuida do animal no seu primeiro ano de vida. Durante este processo o cão aprende a conviver em ambiente social, urinar e defecar apenas em locais apropriados e alguns comandos básicos para o convívio. (CÃO GUIA BRASIL, 2015)

Figura 18: Cães Guia

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, 2013

Depois de treinados, os cães-guias identificam o movimento do trânsito, desviam de buracos, encontram as entradas e saídas de diferentes locais, localizam banheiros, escadas, elevadores, escadas rolantes, cadeiras, desviam de obstáculos altos, evitando que pessoas com deficiência visual batam com a cabeça, entre outros feitos incríveis. (CÃO GUIA BRASIL, 2015)

No mundo inteiro se treina cães para acharem pessoas debaixo de escombros ou da neve. O terra nova é o único cão com acesso legalmente permitido

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a algumas piscinas e praias. Este cão gosta de nadar e como ele é enorme, tem facilidade em salvar pessoas que estejam se afogando. Entre os dedos dele encontramos nadadeiras, quase como os dos patos (Figura 19).

Figura 19: Cão de resgate – Raça Terra Nova Fonte: Mail Online 2013

2.5 BENEFÍCIOS DA RELAÇÃO ENTRE CÃES E HUMANOS

De acordo com Pereira (2007), os seres humanos convivem com animais há milhares de anos e são mantidos pelo homem devido aos mais variados motivos. Por sua vez o relacionamento terapêutico homem animal é também antecedendo a própria história. Escritos antigos e mitos de Roma falam sobre o poder da cura divina através de cães sagrados. Animais domésticos têm um papel importante na vida do homem por milhares de anos. Foi encontrado no norte de Israel um esqueleto de um cão enterrado com um homem. Assim acreditava-se que o primeiro registro da associação entre o homem e o cão foi há 12.000 anos. Esse vínculo cresceu com o passar do tempo a ponto do animal tornar-se um elemento terapêutico para o homem.

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Dotti (2005) comenta que desde 1792, na Inglaterra, já existiam estudos que mediam os benefícios da relação mais estreita com os animais, a começar com os doentes mentais. O então chamado York Retret, um centro de tratamento para pacientes com alterações mentais, utilizava a jardinagem, exercícios e vários animais domésticos para encorajar pacientes a viver a vida deles com mais ânimo e entusiasmo.

Dois médicos da África do Sul, Prof. Johannes e a Dra. Susan Lehmann, obtiveram ótimas respostas sobre a relação entre seres humanos e animais. Tanto humanos como os cães sofrem uma mudança hormonal benéfica nas endorfinas dentro de uma interação positiva de 15 minutos. A liberação dessas substâncias químicas não somente faz as pessoas felizes, mas também diminui o hormônio do estresse, que é o cortisol. O estudo realizado por Érika Friedmann e Sue Thomas, 1995, identificou que proprietários de cães tinham sobrevida maior depois de um ataque do coração do que não proprietários.

Cães são ótimos companheiros para crianças: podem ajudá-las a desenvolver maior habilidade nas relações sociais, além de responsabilidade e respeito ao próximo. Algumas pesquisas da Universidade de Melbourne - Austrália - apontaram que as crianças que tiveram algum tipo de animal até a idade de cinco anos, posteriormente se tornaram mais resistentes a algumas doenças. Enquanto isso, aquelas que não tiveram a experiência de ter um animalzinho de estimação, estavam mais propensas a desenvolver alergia e infecções de ordem respiratória. O fato de respirar o pó de casinhas de cachorros e até pelos, demonstraram que o

organismo humano desencadeia uma proteção natural conta o

vírus RSV, responsável por diversas infecções e problemas respiratórios. Alguns benefícios que os animais podem trazer às crianças são o desenvolvimento do senso de responsabilidade, ter um animal requer cuidados e estes cuidados, orientados pelo adulto, estimulam a autonomia e a responsabilidade. Cuidar da limpeza do bichinho e do seu habitat, cuidar da sua alimentação, medicá-lo quando necessário, também favorece o desenvolvimento do vínculo afetivo e a lidar com os mais diversos sentimentos, da frustração à alegria e até a morte. E nesta relação entre a vida e a morte que o animal de estimação tem um papel muito importante, a criança aprende a lidar com a perda, com a dor. Outro benefício é o relacionamento, a partir da convivência com animais, a criança aprende a se relacionar com as outras pessoas, desenvolvendo a sensibilidade, a observação, a compreensão e os

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sentimentos de solidariedade, generosidade, zelo, afeto, carinho e respeito. Os animaizinhos também podem ser fortes aliados no desenvolvimento físico das crianças através de brincadeiras e exercícios. Os cães, por exemplo, exigem caminhadas diárias, isso pode incitar a criança a fazer passeios e jogos ao ar livre.

Além do afeto, os animais também podem produzir outros benefícios para a saúde. As Terapias Assistidas por Animais, TAA são capazes de promover melhoras físicas, sociais, emocionais e cognitivas humanas. Os animais são indicados para pessoas com deficiências sensoriais (visual e auditiva), dificuldades de coordenação motora (ataxia), atrofias musculares, paralisia cerebral, autistas, portadores de

Síndrome de Down, distúrbios comportamentais e outras afecções. (SOS CASAS

DE ACOLHIDA, 2013).

Dotti (2005) afirma que crianças mais jovens desenvolvem mais rapidamente a cognição e se tornam até mais espertas, com aumento considerável em seus pontos de QI. Podem desenvolver mais rapidamente sua coordenação motora, campo visual e sua inter-relação com o mundo exterior. Alunos que têm um envolvimento maior com os animais têm maiores índices de liderança e de altruísmo e menores índices de problemas comportamentais e menos ansiedade. Há programas nos quais as crianças leem para o cão. Um desses foi criado em 1999

nas escolas de cursos básicos na cidade de Salt Lake City – E.U.A. – e realmente

funcionou. Alguns cães foram treinados para essa tarefa, cada criança tinha 20 minutos com o cão: 2 minutos para cumprimentá-lo, 15 minutos de leitura e um pouco mais para despedir-se. O que ficou claro foi um ambiente de relaxamento e de descontração que proporcionou aos primeiros participantes (Figura 20).

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Figura 20: Projeto “Reed to a dog”, ou “Leia para um cão” Fonte: Autoria própria, imagens coletadas da internet (2015)

Os animais podem prover distração, conforto e ter um efeito positivo sobre as crianças. Em hospitais e clínicas psiquiátricas, os pacientes hospitalizados têm nos

animais um catalisador para interações que ajudam no tratamento. Diminuem a

ansiedade e servem como uma recreação terapêutica.

Já com os idosos, os benefícios da relação com os animais vão desde a melhora na socialização, no cuidado com a própria saúde para poder cuidar do animal, até redução do estresse, pressão sanguínea, açúcar e outros (Figura 21).

Figura 21: Benefício Do Cão Para Idosos

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Em 1962, Boris Levinson, considerado precursor da Terapia Assistida por Animais descreveu o uso destes animais na prática da psicologia e aos efeitos benéficos obtidos no tratamento. No Brasil a médica e psiquiatra Nise da Silveira foi a precursora da TAA. Ela realizou diversos estudos com pacientes esquizofrênicos no início nos anos 50. (PEREIRA, 2007). Esse tipo de terapia ainda é pouco difundido aqui no Brasil, porém países como Estados Unidos, Austrália, outros europeus e até mesmo o Egito já utilizam a TAA. Em algumas metrópoles brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro já contam com a visita de animais em centros de tratamento ou também asilos hospitais e escolas. A TAA também pode ser definida como uma terapia onde o animal faz parte do tratamento, com objetivos claros e dirigidos. Pode ser realizada em grupo ou individual. A premissa da Terapia Assistida por Animais é promover a saúde física, emocional e social (Figura 22). (INAATA4, 2015)

Figura 22: Terapia Assistida por Animais

Fonte: Autoria própria, imagens coletadas da internet (2015)

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INAATA - Instituto Nacional de Ações e Terapia Assistida por Animais é uma organização não governamental fundada em 2008 com o objetivo de proporcionar a idosos e crianças doentes melhoria na saúde física, emocional e mental através dos benefícios terapêuticos da relação homem-animal.

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Martins (2011) em um estudo recente, publicado na edição de março do Journal of Physical Activity and Health, afirma que quem tem cão terá uma probabilidade menor de sofrer de obesidade, mas não só. Num desses trabalhos, realizado por uma equipe de investigadores australianos foi verificado que os donos de animais apresentavam a pressão arterial e os níveis de colesterol mais baixos – independentemente de fatores como tabagismo, dieta, índice de massa corporal ou rendimento.

Além destes benefícios para a saúde física, outros estudos têm documentado cientificamente benefícios para a saúde mental, tais como uma diminuição da frequência cardíaca, redução dos sentimentos de abandono e de desesperança, um maior otimismo e uma menor tendência para a depressão.

A constatar a importância dos animais para a saúde emocional, uma pesquisa analisou os benefícios da terapia com animais de estimação, ao ajudarem na recuperação de doentes submetidos a cirurgias. Nesse estudo, da Universidade Loyola, nos EUA, os cientistas verificaram que os pacientes submetidos a cirurgia de substituição total da articulação, aqueles que efetuaram terapia com cães treinados necessitavam 50% menos medicamentos para a dor, comparados àqueles que não participaram na terapia. Além destes benefícios, a ciência tem vindo a aproveitar as potencialidades dos cães para ajudar a diagnosticar certas doenças, incluindo certos tipos de câncer.

Por tudo isto, não é de estranhar que o cão seja considerado o melhor amigo do homem. E se no início da domesticação, o cão ajudava o homem na caça e na segurança das tribos, tendo em troca alimento e abrigo; a relação cresceu de tal modo que leva muitos especialistas a afirmar não existir registro de amizade tão forte e duradoura entre espécies distintas.

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3 PROJETO

3.1 FASE DE PREPARAÇÃO

3.1.1 Análise do Problema

É notável o crescente número de itens para animais domésticos, assim como é notável como os esses animais ganharam espaço em meio a tantas outras coisas, como na constituição de uma família. Fica cada vez mais fácil de perceber e conhecer pessoas que optaram por não ter filhos e adotaram animais de estimação. O crescente número de pessoas que adquiriram um cão de estimação e do próprio mercado de animais domésticos de certo modo, foi consequência do reconhecimento dos brasileiros da importância dos benefícios da relação animal-humano. Ou seja, não é tido mais apenas como companhia. Uma série de fatores leva realmente a demonstrar a importância que o brasileiro dá para o animal de estimação, que reflete nos resultados da indústria brasileira.

São variados os motivos pelos quais o Brasil se transformasse em um país que possui um grande mercado e cães e gatos, não só na comercialização dos animais, mas também na venda de produtos e serviços destinados a eles. Com o grande crescimento deste nicho veio com o ele o crescimento de problemas, e um dos mais graves deles é o crescente número de cães perdidos, abandonados e até roubados nas ruas.

O crescimento da população canina e o aumento do número de animais abandonados, maltratados, perdidos e criados inadequadamente indicam que algo precisa ser feito. A regulamentação e fiscalização da convivência do homem com os animais de estimação se faz necessária. Até por questões de saúde pública, cães abandonados ou perdidos precisam ser recolhidos. A Organização Mundial da Saúde, OMS, estima que só no Brasil exista mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados. No interior, em cidades menores, a situação não é muito diferente.

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Em muitos casos o número chega a 1/4 da população humana. O cadastramento e a chipagem dos animais deveria ser obrigatório, permitindo uma fiscalização com planejamento e controle sanitário apropriado. (ANDA, 2014)

Oliveira (2012) em reportagem do Jornal Repórter da Diáspora, diz que a cidade São Paulo, assim como todas as outras, enfrenta um dilema. O que fazer com os cães perdidos e abandonados, que vagam pelas ruas? Um problema que já chegou ao canil da prefeitura. Antigamente, os cães que eram encaminhados para lá eram sacrificados. Mas a prática da eutanásia foi proibida por uma lei estadual, desde 2008. Resultado: o canil do Centro de Zoonoses está lotado. Não há espaço para mais nenhum animal. Agora, o Centro de Zoonoses só recolhe os cães que oferecem perigo, foram atropelados ou que sofreram maus tratos.

Segundo os próprios veterinários da prefeitura, as condições do local não são ideais. ONG's que foram criadas para acolher esses animais muitas vezes não podem ficar com eles, pois já estão lotadas. Aqueles que estão dispostos a ajudar, pessoas que disponibilizam seus recursos ou sua casa para recuperar a saúde desses animais, estão cada vez mais abarrotados e sem condições de cuidar de mais um.

3.1.2 Análise da Necessidade

A chegada de um cãozinho de estimação geralmente é motivo de alegria. Recebidos com festa, em alguma data comemorativa ou como agrado a um ente querido, eles logo ganham um nome e recebem muito carinho e atenção.

As práticas de identificação animal ainda não funcionam de forma totalmente efetiva. A chipagem e as coleiras de GPS ainda são deficientes, os microchips colocados nos animais dependem de um leitor para poder obter as informações, não são todos os pets shops ou clínicas veterinárias que disponibilizam desse leitor, outra prática comum são pessoas que sabendo que o cão possui o chip, o leva para uma clínica para fazer a retirada, desconstruindo o processo criado. Já as coleiras de GPS ainda utilizam de tecnologias que dependem de uma fonte de bateria muito grande, o que limita o funcionamento do aparelho, porém já existem componentes eletrônicos que podem sanar essa limitação. A necessidade de se fazer um produto

Referências

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