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I Treinamento de Questões Abertas Espelho de correção.

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Academic year: 2021

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I Treinamento de Questões Abertas – Espelho de correção.

QUESTÃO 01

Roberto Mauro, correntista do Banco do Brasil, precisando sacar dinheiro para pagar o transporte escolar do filho, se dirige a uma das agências do Banco do Brasil que se situa próxima a sua residência. No interior da agência bancária, Roberto Mauro é surpreendido com uma tentativa de assalto, reage, mas é atingido por um tiro no coração e falece. Socorro Perpétua, cônjuge de Roberto Mauro, ajuíza Ação de Responsabilidade Civil em face do Banco do Brasil. O Banco do Brasil, como forma de excluir a sua responsabilidade alega que o dano adveio de um caso fortuito/força maior, e que por tal razão não teria responsabilidade. Você, como advogado de Socorro Perpétua, quais argumentos traria para defender a pretensão da sua cliente. Apresente a resposta, fundamentadamente. (1,25)

A responsabilidade do Banco do Brasil é objetiva fundada no Risco, nos termos do art.927, parágrafo único, CC. E é um risco inerente ao exercício da atividade econômica do banco, assalto no interior da agência. Por tal razão, caracteriza-se como fortuito interno, que não exclui a responsabilidade civil quando fundada no risco, em conformidade com entendimento do Superior Tribunal de Justiça.

QUESTÃO 02

Carmem Lúcia contratou operadora de plano de saúde em 02/07/2015. Porém, ao ser atendida no hospital em 25/08/2015 com fortes dores, foi diagnosticada a existência de tumor cerebral maligno, com quadro médico grave e risco de morte, razão pela qual foi imediatamente internada para posterior intervenção neurocirúrgica. Apesar do caráter emergencial do exame de ressonância magnética nuclear, foi negada, pela operadora, a respectiva cobertura ao argumento de que o contrato do recorrente estaria sujeito ao prazo de carência de 180 dias a partir da adesão ao contrato. Pretendendo requerer judicialmente a declaração de nulidade da referida cláusula contratual que estabelece como período de carência para cobertura de exames emergenciais o prazo de 180 dias, você, como advogado contratado de Carmem Lúcia, invoque os argumentos jurídicos para que a demanda seja julgada procedente. (1,25)

Para que a demanda seja julgada procedente deve-se invocar os artigos 112 e113, do Código Civil, que pelo diálogo das fontes, também se aplica às relações de consumo. Ao se interpretar uma cláusula contratual afasta-se da literalidade de sua redação para resguardar a boa fé objetiva. É necessário que os contratos com operadoras de plano de saúde tenham um período de carência, todavia, prever carência de 180 dias para situações emergenciais, viola a boa fé objetiva.

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QUESTÃO 03

Após o período de relacionamento amoroso de dois anos, Mário Alberto, jovem com 17 anos de idade, e Cristina, com apenas 15 anos, decidem casar. A mãe de Mário, que detém a sua guarda, autoriza o casamento, apesar da discordância de seu pai. Já os pais de Cristina consentem com o casamento. Com base na situação apresentada, responda aos itens a seguir. (1,25)

a) É possível o casamento entre Mário Alberto e Cristina? (Valor: 0,60)

b) Caso os jovens se casem, quais os efeitos desse casamento? Há alguma providência judicial ou extrajudicial a ser tomada pelos jovens? (Valor: 0,65)

a) Não é possível o casamento, uma vez que não obstante Cristina ter o consentimento de ambos os pais, ela não possui idade núbil (capacidade matrimonial). Importante ainda o observar que Mário Alberto necessita do consentimento de ambos os pais, uma vez que o consentimento para o casamento é atributo do poder familiar inerente a ambos, em igualdade de condições, e o fato de Mário estar sob a guarda da mãe não retira de seu pai sua autoridade parental, não prevalecendo, portanto, a vontade materna, necessitando do suprimento judicial, em caso de negativa injustificada de um dos genitores.

b) O casamento é anulável, pois além de Cristina não ter atingido a idade núbil, Mário Alberto necessita do consentimento de ambos os pais. As providências a serem tomadas seriam: a) ação anulatória do casamento, pela via judicial, com fundamento no Art. 1.555 do CC; b) confirmação do casamento, com base no Art. 1.553 do CC.

QUESTÃO 04

José iniciou relacionamento afetivo com Tânia em agosto de 2009, casando-se cinco meses depois. No primeiro mês de casados, desconfiado do comportamento de sua esposa, José busca informações sobre seu passado. Toma conhecimento de que Tânia havia cumprido pena privativa de liberdade pela prática de crime de estelionato. José, por ser funcionário de instituição bancária há quinze anos e por ter conduta ilibada, teme que seu cônjuge aplique golpes financeiros valendo-se de sua condição profissional. José, sentindo-se enganado, pretende romper a sociedade conjugal e procura você para orientação. (1,25).

a) O casamento apresenta alguma espécie de vício de consentimento? Explique apontando o fundamento legal. (0,60)

b) Existe alguma medida hábil a reverter o estado de casado de José? Se a resposta for positiva há prazo legal para tanto? (0,65)

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a) Apresenta o vício do erro essencial sobre a pessoa do cônjuge que torna insuportável a vida em comum, art.1.556 e art.1.557, inciso I, CC.

b) José poderá requerer a anulação do casamento em juízo, em virtude da ocorrência do erro, art.1.556, CC.

QUESTÃO 05

Lobão do Mau e Silva celebra contrato de compra e venda com seu pai, Grande Lobo da Silva, tendo por objeto a casa da Avenida Afonso Pena n. 2.000. Lavrada a escritura pública de compra e venda, foi providenciado o seu registro junto à matrícula do referido imóvel, concluindo-se a transferência da propriedade para Lobão, que, em contrapartida, pagou justo valor para seu pai, o que inclusive possibilitou a obtenção de crédito junto ao banco da cidade, alavancando os negócios da família. Apesar dos benefícios experimentados por todos, Prático da Silva (menor absolutamente incapaz à época do negócio), juntamente com Heitor da Silva e Cícero da Silva, também filhos de Grande Lobo da Silva, procuram você, advogado, alegando total desconhecimento do negócio celebrado. (1,25)

a) Oriente seus clientes indicando o regramento civil e eventual entendimento da jurisprudência pertinente aos requisitos do negócio jurídico celebrado. (0,60)

b) Qual a providência a ser adota tendo em mente o plano da validade do negócio jurídico? (0,65)

a) O negócio jurídico celebrado é anulável, nos termos do art.496, CC. Todavia, para que haja a anulação é necessária a presença de três requisitos: a) relação de ascendência e descendência entre o comprador e o vendedor; b) falta de consentimento do cônjuge e demais descendentes; c) demonstração do prejuízo. Como o dinheiro da compra e venda foi revertido para a família, não restou demonstrado o terceiro requisito.

b) A providência judicial cabível será Ação Anulatória, a ser intentada no prazo decadencial de 02 anos contados da conclusão do negócio jurídico, art. 179,CC.

QUESTÃO 06

Rachildo, proprietário da padaria PÃO RODRIGUES, possui o hábito de, à noite, vez que seu estabelecimento comercial encerra as atividades às 19h00min, desligar os aparelhos de refrigeração que conservam alguns produtos perecíveis. No entanto, todas as manhãs, a partir das 06h00min, religa os aparelhos. Aparecida, na manhã do dia 25 de maio de 2015, comprou 500 gramas de presunto para fazer sanduíches para seus filhos e dois de seus coleguinhas que iriam passar o sábado em sua casa. No dia 26 de maio de 2015, todas as crianças, apresentando diarreia contínua e vômito,

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deram entrada no Pronto Socorro da cidade. Após os devidos exames e laudos médicos, restou provado que o que causou tal intoxicação alimentícia foi uma bactéria que só se prolifera em carne de porco e seus derivados, neste sentido, no presunto consumido. Sendo assim, indignados, Aparecida e os pais das demais crianças lhe procuram, solicitando aconselhamento jurídico. No tocante à responsabilidade de indenizar do comerciante, bem como sobre a possibilidade de ressarcimento dos danos causados às crianças, você, na condição de advogado, aconselharia estas famílias de que maneira? (1,25)

Artigo 13 do CDC. Responsabilidade do comerciante. Segundo STJ, responsabilidade solidária do fornecedor. Embora seja polêmica a questão da responsabilidade exclusiva em relação à conservação dos produtos perecíveis. Artigo 88 do CDC, possibilidade de ação de regresso entre os fornecedores. Defeito do produto ou do serviço, artigos 12 a 17 do CDC. Consumidor por equiparação, vítima do acidente de consumo, bystander, artigo 17 do CDC.

QUESTÃO 07

Lúcio Filho, emprestou seu bem imóvel, gratuitamente, situado em Arraial D’ajuda, ao seu grande amigo, Pedro Henrique, pelo período de 30 (trinta) dias. Ao final desse prazo, Pedro Henrique se recusou a restituir o bem. Lúcio Filho, se valendo de permissivo legal, fixa um valor de aluguel, como forma coercitiva de Pedro Paulo restituir a posse do bem. E ao fixar o valor de aluguel, Lúcio Filho estabelece um valor cinco vezes superior a média de mercado. Valor que será pago por Pedro Henrique enquanto permanecer no bem imóvel.

Pedro Henrique, inconformado com o valor de aluguel arbitrado, procura você como advogado para que lhe oriente acerca dos seus direitos. (1,25)

O comodante, uma vez constatada a mora do comodatário na restituição da posse do bem emprestado, nos termos do art.582,CC, tem o direito de instituir um valor de aluguel para que de forma coercitiva faça com que comodatário saia do bem.

Contudo, esse valor não pode ser superior à média de mercado,sob pena de se caracterizar abuso de direito. E o abuso de direito é considerado como ato ilícito, nos termos do art.187,CC. Assim, deve o valor fixado a título de aluguel ser decotado de modo a se adequar a média de mercado.

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Mário de Souza Gonçalves faleceu sem deixar testamento, na cidade de Florianópolis, em 02 de janeiro de 2012. Deixou a viúva, Sandra Aparecida Gonçalves, com quem era casado pelo regime de comunhão universal de bens desde 1959, e 5 (cinco) filhos maiores, Abigail, Bernardo, Clara, Débora e Walter. Clara faleceu em 2001, deixando viúvo Roberto (que está vivo), com quem era casada pelo regime da comunhão universal de bens desde 1981, e 3 (três) filhos atualmente maiores, Bianca, Clarisse e Sidney. Os bens imóveis que Mário de Souza Gonçalves possuía são constituídos: a) por uma casa e terreno urbano, no valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais) e b) um apartamento na praia de Canavieiras, no valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). (1,25)

Responda:

a) Como se dará a sucessão? (0,60)

b) Qual quota-parte caberá à viúva-meeira e a cada herdeiro? (0,65)

a) Considerando com o falecido não deixou testamento, a sucessão se dará conforme o art. 1829, CC.

b) Valor total do patrimônio: R$ 600.000,00.

Ao cônjuge sobrevivente a título de meação tocará: R$ 300.000,00 (sem incidência de imposto).

Os filhos Abigail, Bernardo, Débora e Walter: R$60.000,00.

Aos netos, filhos de Clara, Bianca Clarisse e Sidney: R$ 20.000,00 para cada.

Importante registrar que o viúvo de Clara não tem direito a nada. Com a morte dela, o vínculo matrimonial já havia dissolvido.

Referências

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