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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA MESTRADO LINHA DE PESQUISA 3 FENÔMENO ESPORTIVO

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Academic year: 2021

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FÍSICA – MESTRADO

LINHA DE PESQUISA 3 – FENÔMENO ESPORTIVO

REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE INFLUÊNCIA PARENTAL E MOTIVAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CONTEXTO ESPORTIVO

LUÍS ANTÔNIO DE SOUZA JÚNIOR

ORIENTADOR: PROF. DR. MARCELO CALLEGARI ZANETTI

São Paulo 2020

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FÍSICA – MESTRADO

LINHA DE PESQUISA 3 – FENÔMENO ESPORTIVO

REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE INFLUÊNCIA PARENTAL E MOTIVAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CONTEXTO ESPORTIVO

LUÍS ANTÔNIO DE SOUZA JÚNIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas, para obtenção do título de Mestre em Educação Física, sob a orientação do Professor Dr. Marcelo Callegari Zanetti.

São Paulo 2020

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Souza Junior, Luís Antônio de.

S725r Revisão Sistemática sobre Influência Parental e Motivação de Crianças e Adolescentes no Contexto / Luís Antônio de Souza Júnior. - São Paulo, 2020.

f.124: il.; 30 cm.

Orientador: Marcelo Callegari Zanetti.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2020.

1. Estilo Parental. 2. Motivação. 3. Crianças. 4. Esporte I. Zanetti, Marcelo Callegari. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 796 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca

da Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

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FÍSICA – MESTRADO

LINHA DE PESQUISA 3 – FENÔMENO ESPORTIVO

REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE INFLUÊNCIA PARETAL E MOTIVAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CONTEXTO ESPORTIVO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em

Educação Física, sob a orientação do Professor Dr. Marcelo Callegari Zanetti BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________ Professor Dr. Marcelo Callegari Zanetti - Orientador

Universidade São Judas

______________________________________________________________________ Professora Dr. José Maria Montiel

Universidade São Judas

______________________________________________________________________ Professor Dr. Ciro Winckler de Oliveira Filho

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DEDICATÓRIA

A minha família, em especial a minha esposa Maíra Granado Rodrigues de Souza e aos meus filhos Felipe Rodrigues de Souza, Bruno Rodrigues de Souza e André Rodrigues de Souza, que contribuíram imensamente nesse processo de construção do conhecimento com apoio em todos os sentidos.

Dedico também aos meus pais Luiz Antonio de Souza e Alice de Carvalho de Souza exemplos de dedicação, honestidade e determinação.

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AGRADECIMENTOS

Agradecimento especial ao meu orientador professor Dr. Marcelo Callegari Zanetti pelo apoio, orientações, discussões, reflexões e respeito, vivenciados durante todo o processo de construção dessa pesquisa. Ao amigo Helton Dias Magalhães pelas orientações na condução dessa revisão sistemática, aos companheiros Marcelo Villas Boas Júnior e Christiano Santos Oliveira pela companhia e auxílio nesse período de estudo e a todos meus familiares que me ajudaram de certa forma para que conseguisse chegar a este momento, em especial à minha companheira de profissão, professora Maria Aparecida Granado Rodrigues.

Agradeço também à professora Maria Regina Ferreira Brandão e a todos os amigos do Grupo de Estudo em Psicologia do Exercício e do Esporte pelas contribuições acadêmicas, e a todo corpo docente do programa de Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas.

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RESUMO

Os pais são os principais agentes de socialização na vida das crianças e adolescentes. Dessa forma, o seu envolvimento no contexto esportivo está associado à motivação que pode interferir na prática de esportes. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi verificar a influência que os pais exercem na motivação de crianças e adolescentes no contexto esportivo. Como método, foi adotada a revisão sistemática por meio das seguintes etapas: a) pesquisa de escopo, identificação da questão de revisão e definição do protocolo; b) pesquisa de literatura; c) triagem de títulos e resumos; d) obtenção de documentos; e) seleção de documentos completos; f) avaliação de qualidade; g) extração de dados; h) análises e sínteses; i) redação e edição. Portanto, foi utilizada para a pesquisa de escopo a estratégia P.I.Co., com a definição dos seguintes itens: “P” de População, “I” de Intervenção e “Co” de Contexto, com todos os descritores formulados para língua portuguesa, inglesa e espanhola, da seguinte forma: a) População: Crianças e adolescentes; b) Intervenção: Motivação e Influência dos pais ou do estilo parental; c) Contexto: Esportes. Sendo assim, a estratégia utilizada foi importante para a construção da pergunta de pesquisa, definição das palavras-chave e obtenção dos critérios de inclusão e exclusão. Dessa forma, a busca de escopo foi realizada no período de 02/04/2019 a 28/04/2019 no Google Acadêmico e em diversas bases de dados com intuito de verificar a aderência, robustez e entendimento do fenômeno. Após a definição do protocolo de pesquisa, a revisão foi enviada para a base de dados PROSPERO, a fim de evitar possíveis vieses de pesquisa. A Busca oficial foi realizada entre os dias 27 e 30/06/2019 nas bases de dados: a) SPORTDiscus; b) Pubmed; c) Scielo; d) Portal BVS; e) Embase. Para realizar as buscas, foram utilizados os critérios próprios de cada base de dados com atenção a todos os sinônimos fornecidos, e os respectivos resultados transferidos para o software gerenciador de referências EndNote® 8. Os estudos reportados com as buscas foram 34.786 estudos, dos quais 12273 foram identificados como duplicados, restando 22.513, dos quais foram incluídos 40 estudos, após a leitura na íntegra foram aplicados os critérios de exclusão dos quais 07 foram excluídos por se tratarem de estudos de revisão. Dos 33 estudos incluídos foram extraídos os dados e construída a discussão com base em sete linhas de investigação dos pais em relação à motivação no contexto esportivo: a) Influência dos pais na promoção da motivação; b) A influência dos pais na motivação dos atletas com deficiências; c) As diferenças motivacionais entre crianças e adolescentes; d) A influência dos pais ativos na promoção da motivação do esporte juvenil; e) O resultado negativo do excesso de cobranças e pressão; f) As diferenças motivacionais promovidas entre mães e pais dos atletas e g) A relação do estilo parental na motivação dos atletas, culminando na conclusão dessa pesquisa.

Palavras-Chave: Revisão sistemática; Estilo parental; Motivação; Crianças; Adolescentes; Esporte.

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ABSTRACT

Parents are the main agents of socialization in the lives of children and adolescents. Thus, their involvement in the sports context is associated with motivation that can interfere in the practice of sports. In this sense, the objective of the present study was to verify the influence that parents have on the motivation of children and adolescents in the sports context. As a method, systematic review was adopted through the following steps: a) scope research, identification of the review issue and definition of the protocol; b) literature search; c) screening of titles and abstracts; d) obtaining documents; e) selection of complete documents; f) quality assessment; g) data extraction; h) analyzes and syntheses; i) writing and editing. Therefore, the PICo strategy was used for the scope research, with the definition of the following items: population “P”, intervention “I” and Context “Co”, with all the descriptors formulated for Portuguese, English and Spanish, as follows: a) Population: Children and adolescents; b) Intervention: Motivation and influence of parents or parenting style; c) Context: Sports. Thus, the strategy used was important for the construction of the research question, definition of keywords and obtaining the inclusion and exclusion criteria. Thus, the scope search was carried out from 02/04/2019 to 28/04/2019 on Google Scholar and in several databases in order to verify adherence, robustness and understanding of the phenomenon. After defining the research protocol, the review was recorded in the PROSPERO database, in order to avoid possible research bias. The official search was carried out between 27 and 30/06/2019 in the databases: a) SPORTDiscus; b) Pubmed; c) Scielo; d) VHL Portal; e) Embase. To perform the searches, the criteria specific to each database were used with attention to all synonyms provided, and the respective results transferred to the reference manager software EndNote® 8. The studies reported with the searches were 34,786 studies, of which 12273 were identified as duplicates, remaining 22,513, of which 40 studies were included, after reading in full the exclusion criteria were applied, of which 07 were excluded because they were review studies. From the 33 studies included, data were extracted and a discussion was built based on seven lines of investigation by parents in relation to motivation in the sports context: a) Parents' influence in promoting motivation; b) The influence of parents on the motivation of athletes with disabilities; c) The motivational differences between children and adolescents; d) The influence of active parents in promoting the motivation of youth sports; e) The negative result of excess charges and pressure; f) The motivational differences promoted between mothers and fathers of the athletes and g) The relationship of parental style in the athletes' motivation, culminating in the conclusion of this research.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Cronograma das etapas referente ao estudo ... 28

Figura 2. Etapas da Revisão Sistemática ... 36

Figura 3. Fluxograma de Revisão Sistemática ... 40

Figura 4. Período de publicações ... 45

Figura 5. Modalidades esportivas ... 65

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Classificação dos Estilos Parentais ... 18

Quadro 2. Itens da Estratégia PICo ... 29

Quadro 3. Classificação das Palavras-Chave ... 31

Quadro 4. Estratégias de Buscas nas Bases de Dados ... 33

Quadro 5. Dados descritivos dos participantes de cada estudo ... 41

Quadro 6. Modalidades, Metodologia, Abordagens Teóricas e Constructos .... 47

Quadro 7. Resultados e Síntese dos estudos quantitativos ... 67

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LISTA DE APÊNDICES

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS BIREME Biblioteca Regional de Medicina

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico DECs Descritores em Ciências da Saúde

DES Desmotivação

ES Espanhol

IN Inglês

LP Língua Portuguesa

PICO População; Intervenção; Contexto e Outcome PICo População; Intervenção e Contexto

TAD Teoria da Autodeterminação

AND E

OR Ou

N Número de sujeitos NR Não referenciado Pcd Pessoa com deficiência

I Idade M Média p Pais T Tempo T Treinadores ♂ Masculino ♂ Feminino ± Desvio Padrão

Me Média atleta de elite Mne Média atletas não elite

ECA Estatuto da Criança e Adolescente ONU Organização das Nações Unidas OMS Organização Mundial de Saúde

UNICEF Fundo das Nações Unidas para Infância

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SUMÁRIO Resumo ... 6 Abstract ... 7 Lista de Figuras ... 8 Lista de Quadros ... 9 Lista de Apêndices... 10

Lista de Abreviaturas e Siglas ... 11

1. Introdução... 13

2. Revisão de literatura ... 16

2.1. Estilo Parental ... 16

2.2.1. Teoria dos Estilo Parental de Diana Baumrind ... 16

2.2. Motivação no Contexto Esportivo ... 19

2.2.1. Teorias de Motivacionais ... 20

2.3 Crianças e Adolescentes no Contexto Esportivo ... 22

2.3.1 Definição de Crianças e Adolescentes... 23

3. Justificativa e pergunta do Estudo ... 25

3.1. Objetivos ... 25 3.1.1. Objetivo geral... 25 3.1.2. Objetivos específicos ... 25 4. Método ... 26 4.1. Materiais ... 26 4.2. Delineamento do Estudo ... 27

4.3. Pesquisa de Escopo, Pergunta do Estudo e Delimitação do Protocolo ... 29

4.4. Definição das Estratégias de Buscas ... 29

4.5. Bases de dados e Definição das Palavras-Chave ... 30

4.6. Critérios de Inclusão e Exclusão ... 32

4.7. Buscas nas Bases de Dados ... 33

4.8. Armazenamento e Seleção dos Estudos ... 35

4.9. Avaliação da Qualidade dos Estudos (Risco de Viés) ... 36

4.10. Extração dos Dados ... 37

4.11. Análise e síntese dos dados ... 38

5. Resultados ... 39

6. Discussão ... 112

7. Conclusão ... 116

Referências ... 117

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1. Introdução

O envolvimento dos pais no contexto esportivo tornou-se um dos principais assuntos para serem pesquisados, principalmente em relação a quais estratégias motivacionais podem auxiliar no desenvolvimento esportivo de crianças e adolescentes (Gomes, Gonçalves, Dias & Morais, 2019). Segundo Ryan, Connell and Deci, (1985), é muito importante compreender quais os tipos de relação parental são mais eficazes e quais são os estilos parentais que facilitam o processo de realização das atividades e como seus efeitos podem ser maximizados de maneira que os pais possam estar envolvidos, fazendo a diferença no desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Nesse sentido, existem estudos que salientam que a relação entre pais e filhos é de fundamental importância no âmbito esportivo, uma vez que esses laços trazidos da própria casa acompanhando até novos ciclos sociais (Granados, Guzmán & Sánchez, 2009). Sendo assim, o estilo parental pode influenciar de forma positiva e negativa no desenvolvimento de crianças e adolescentes, tanto no processo de ensino-aprendizagem como nos aspectos social e cognitivo, podendo desempenhar mudanças nas questões emocionais (Weber, Brandenburg, Viezzer & 2003). Inclusive, existe a afirmação de que a educação dos pais pode afetar o estado mental de seus filhos durante toda a vida, podendo desempenhar um papel patogênico ao transmitir fatores relacionados ao trauma e ao estresse de acordo com o estilo parental (Ullmann, et al., 2017).

Essa influência pode ocorrer em diferentes níveis de interação, inclusive porque os pais afetam quase todos os aspectos da vida da criança, portanto, podem exercer influência sobre a motivação global (Vallerand, 2007). Para Álvarez, Balaguer, Castilho and Duda (2009), essas influências estão presentes em diferentes atributos psicológicos como: satisfação, autoestima e motivação, em diversas fases de treinamentos e sugere que existe a necessidade do desenvolvimento dessas características em conjunto com as capacidades físicas, técnicas e táticas dentro do contexto esportivo, com suporte adequado, principalmente quando se refere às questões motivacionais.

A motivação é essencial para uma realização bem sucedida, reconhecendo ainda que ela é um dos fatores principais em treinamentos e competições envolvendo crianças e adolescentes, podendo ser fomentada pelo clima motivacional criado pelos pais, treinadores e pares, sendo de fundamental importância o entendimento desse fenômeno (Nuñez, Lara Picada, Schulz, Habitante, & da Silva, 2008).

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De acordo com Weinberg, Gould and Weinberg (2003), a motivação para a prática esportiva depende da interação entre a personalidade, expectativas, motivos, necessidades e interesses e fatores do meio ambiente, facilidades, tarefas atraentes, desafios e influências sociais. No decorrer da vida, a importância dos fatores pessoais e situacionais pode mudar, dependendo das necessidades e oportunidades que venham a surgir, como por exemplo, a transição da infância para adolescência.

Nesse sentido, no contexto esportivo, segundo Silva (2012), diferentes teorias motivacionais podem fundamentar as pesquisas e intervenções, tais como: a Teoria de Motivação para a Necessidade de Rendimento de Atkinson and Feather (1966), que aponta que a motivação para o rendimento seria o resultado da interação de fatores pessoais e situacionais; a Teoria da Atribuição de Rejeski and Brawley (1983), relacionada à interpretação de atletas sobre as causas para seu fracasso ou sucesso; a Teoria das Metas para o Rendimento de Nicholls (1984), que aponta a interação de três fatores (as metas para o rendimento, a percepção subjetiva das próprias capacidades e o comportamento do rendimento) como sendo determinantes para o nível de motivação dos atletas; e a Teoria de Heckhausen que segundo Samulski (2009) estuda a competência percebida em busca do êxito e evitando o fracasso.

Entretanto, outra teoria também é citada e estudada no contexto esportivo, a Teoria da Autodeterminação (TAD), que foi elaborada por Ryan and Deci, (1985), e identifica como as pessoas agem no sentido de realizar as atividades por vontade própria, gerando bem-estar, envolvimento do sujeito na atividade de modo autônomo e intrínseco. Porém, para que o indivíduo apresente um alto nível de motivação intrínseca (considerada uma motivação de alta qualidade) se faz necessária a satisfação de três necessidades psicológicas básicas: Autonomia (autogovernar-se), Competência (perceber e sentir capaz de fazer algo) e Relação Social (construção de relações afetivas) (Ryan, 1995).

Dessa forma, é verificado em algumas pesquisas que os pais são figuras importantes no desenvolvimento da motivação autodeterminada, como exemplo o estudo de Kolayis, Sari; & Çelik (2017) que verifica a relação do clima motivacional iniciado pelos pais com a motivação autodeterminada. Outra pesquisa que faz relação da motivação com o envolvimento dos pais e que se refere à Teoria da Autodeterminação é a de Gaudreau et al., 2016 que justifica que os pais que geram o apoio à autonomia favorecem um impacto positivo em atletas adolescentes. Um outro estudo realizado afirma que o suporte e apoio à autonomia dados por mães e pais

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relaciona-se com a motivação autodeterminada (Amorose, Anderson-Butcher, Newman, Fraina, & Iachini, 2016).

Portanto, as crianças e adolescentes que participam de algum programa de iniciação esportiva ou que irão iniciar no esporte, estarão cercados dessas influências intrínsecas e extrínsecas e acabam sendo obrigados a desempenhar de forma tecnicamente correta vários gestos de uma determinada modalidade, e muitas vezes com cobrança elevada, inclusive dos pais, priorizando e valorizando o aspecto efetor, em detrimento de outros mecanismos envolvidos no desempenho esportivo, como por exemplo, a motivação, podendo surgir barreiras de rendimento e provocando o abandono e a desmotivação por tais práticas (Carvalho, Silva & Grande, 2013).

Para que a motivação se mantenha em níveis elevados no contexto esportivo, é importante o adequado apoio dos pais, a fim de levar ao desenvolvimento saudável, com o estabelecimento de um ambiente prazeroso e descontraído o que remete a Figueira, (2007) que aponta, no momento em que os pais puderem interagir com as crianças e adolescentes no ambiente esportivo de forma menos exigente, tornando a prática mais positiva e agradável, priorizando objetivos educacionais, lazer e socialização, acompanhando e dando apoio, estes poderão efetivamente fazer a diferença, investindo em uma melhor formação, maior envolvimento da criança e adolescentes com o esporte e a incorporação de uma atividade saudável em sua vida, de uma forma prazerosa e confortável, com intuito de identificar a melhor conduta de todos os envolvidos nesse processo.

Assim sendo, é necessário entender quais são as principais teorias acerca dos estilos parentais e qual a relação dos pais na motivação de crianças e adolescentes no contexto esportivo, por meio de um levantamento sistemático postulado por preceitos e protocolos visando ao entendimento de como esses estilos influenciam na motivação, contribuindo com informações relevantes às famílias que estão inseridas no contexto esportivo.

Futuras pesquisas nos esportes devem assumir uma perspectiva mais global sobre a influência parental, a fim de trazer respostas para o desfecho final de acordo com cada estilo parental que é predominante no convívio com os filhos durante as fases da vida no contexto esportivo (Horn & Horn, 2007).

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2. Revisão de literatura

A construção dessa pesquisa acerca da relação dos pais com a motivação de crianças e adolescentes no contexto esportivo foi realizada com a busca de escopo em diversas bases de dados, sendo elas: a) Portal BVS; b) Scielo; c) Pubmed; d) SportDiscus e e) Embase, além do Google Acadêmico, com objetivo de procurar um entendimento do fenômeno. A Compreensão do estilo parental e das teorias de motivação presente no contexto esportivo envolvendo crianças e adolescentes é de suma importância por meio do entendimento dessas informações.

2.1 Estilo parental

A família exerce papel fundamental no processo de aprendizagem e socialização dos filhos, já que na maior parte das vezes, os pais educam e orientam seus filhos de acordo com as práticas vivenciadas e que podem produzir efeitos significativos no desenvolvimento psicossocial dos filhos (Tamminen & Holt, 2012).

O estilo parental pode ser considerado um conjunto de práticas e condutas dos pais e mães ou que se apresentam no processo de educação ou socialização dos filhos (Darling & Steinberg, 1993). Dessa forma, os pais e mães podem incentivar, proteger ou simplesmente permitir condutas, experiências próprias, guiadas por valores e crenças passadas de tempo em tempo (Weber, Selig, Bernardi, & Salvador, 2006).

O estilo parental, segundo Darling and Steinberg (1993), foi definido como uma abordagem para pesquisar a influência dos pais na competência social das crianças e jovens, com o desenvolvimento de dois elementos básicos, sendo a “exigência” e a “responsividade” para a tarefa. O estilo parental prediz o bem-estar de crianças e adolescentes nos domínios de competência social, desempenho acadêmico, desenvolvimento psicossocial e comportamento problemático. Dessa forma, McCoby (1983) salienta que uma conduta parental levaria em consideração uma melhor capacidade de desenvolver as exigências e a responsividade, sendo que a dimensão da exigência impõe à criança e ao adolescente o cumprimento das regras, comportamento e ações sociais adequados para o convívio mútuo. Já a responsividade remeteria às necessidades de carinho, atenção, comprometimento e à consciência de suas ações.

2.1.1 Teoria do Estilo Parental Diana Baumrind

Partindo de um processo histórico, foram encontrados os primeiros estudos com referência à relação parental por Richards (1926), com estudos envolvendo crianças e

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adolescentes que despertaram pesquisas referentes à educação no contexto familiar. Dessa forma, o interesse e discussão sobre os estilos parentais vêm se desenvolvendo ao longo de várias décadas com estudos em diferentes contextos, pois os pais são os primeiros e principais agentes de socialização da criança. Por isso, a necessidade de entender profundamente as funções parentais na socialização dos filhos, gerou a formulação, classificação ou tipologia dos comportamentos dos pais quanto à educação das crianças (Grusec, 2002).

Assim, em 1966, a Teoria do estilo parental foi fundamentada por Diana Baumrind, que procurou em seus primeiros estudos o entendimento dos pais e como desenvolvem padrões de comportamento e controle sobre seus filhos, com a definição das dimensões comportamentais, a que visaram: a) ao controle parental: com orientação determinada pelos padrões parentais; b) à exigência de maturidade: com pressões sobre as crianças para que tivessem um desempenho de acordo com as aptidões intelectuais; c) à clareza de comunicação: com a explicação para obter a obediência; e d) ao afeto: envolvimento com a crianças (McCoby, 1983).

Dessa maneira, a teoria de Baumrind (1966) define como estilo parental o desenvolvimento de padrões e controle sobre seus filhos, por meio de três estilos: 1) Estilo Parental Autoritário: composto por comportamentos controladores sobre o seu filho, com a ações que moldam, controlam e avaliam as atitudes e comportamentos da criança com um padrão de conduta específico, valorizando a obediência e utilizando medidas punitivas para alinhar as crenças e ações da criança com as dos pais. O pai autoritário valoriza muito o trabalho, a tradição e a preservação da ordem e não incentiva a comunicação bidirecional; 2) Estilo Parental Autoritativo: composto por demonstrações de afeto, satisfação e incentivo às realizações das tarefas e apoio emocional; com uma abordagem racional e orientada, além de promover o encorajamento e a comunicação aberta e verbal, fornecendo razões para diretrizes políticas e valorização da vontade autônoma, conduzindo controle firme em pontos de conflitos, mas permitindo também expressões e interesses próprios; 3) Estilo Parental Permissivo: que é caracterizado com um estilo não punitivo, aceitante e negligente nas orientações sobre responsabilidade e comportamento ordenado, permitindo auto-regulação e evitando o exercício de controle, mas tentando usar a razão e a manipulação para alcançar os objetivos desejados, sendo que não incentiva a obediência a padrões definidos externamente para se tornar um agente de socialização ativo.

A partir de 1971, segundo Chew (2011), a teoria de Diana Baumrind acrescentou uma quarta configuração, tornando e subdividindo o estilo permissivo em permissivo indulgente e

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permissivo negligente. Essa subdivisão definiu que no estilo permissivo indulgente há exigência e cumprimento de normas e tarefas, sem estimular noções de responsabilidade e autonomia, já no estilo permissivo negligente, os pais não se empenham e tampouco se comprometem com suas funções parentais.

Para Chew (2011), as pesquisas de Baumrind, que tiveram início em 1966, não podem ser ignoradas, pois o protótipo proposto configura um processo que pode ser analisado, extraindo as vertentes positivas, configurando diferentes graus de “responsividade” e “exigência” de acordo com o estilo parental predominante.

De acordo com McCoby (1983), quando o estilo parental promove um elevado nível de responsividade, o mesmo desenvolve um comportamento autônomo com responsabilidade, atenção e afeto, buscando o desenvolvimento de suas necessidades, ou seja, a criança se relaciona com um nível adequado de saúde social. Já a dimensão exigência desenvolve e promove um cumprimento das regras e comportamentos e ações adequados nos ambientes sociais.

Dentre os quatro estilos parentais, podemos verificar o que cada estilo promove, o desenvolvimento nas dimensões de “responsividade” e “exigência” classificando em alto e baixo desenvolvimento, conforme demonstrado no Quadro 1.

Quadro 1.

Classificação dos estilos parentais sob a concepção das dimensões de responsividade e exigência baseado em McCoby (1983).

Estilo Dimensões

Responsividade Exigência

Autoritativo Alta Alta

Autoritário Baixa Alta

Permissivo Indulgente Alta Baixa

Permissivo Negligente Baixa Baixa

De acordo com a tabela elaborada por McCoby (1983), é possível observar como as dimensões de responsividade e exigência são desenvolvidas de acordo com cada estilo parental, sendo eles: a) estilo parental autoritativo ou democrático; b) estilo parental autoritário; c) estilo parental permissivo indulgente e d) estilo parental permissivo negligente, definidos a seguir:

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Segundo o estilo parental autoritativo, também definido como democrático e participativo, observa-se um elevado nível nas dimensões de responsividade e exigência, favorecendo o convívio social, gerando inclusive atitudes autônomas (McCoby, 1983).

No estilo parental autoritário, as regras são colocadas como imposições absolutas, gerando um elevado nível de exigência, porém o efeito punitivo e a falta de demonstração de afeto geram um baixo nível de compreensão e consequentemente responsividade (McCoby, 1983).

O estilo parental permissivo indulgente sugere que os pais desenvolvem muito a questão da responsividade por meio de uma superproteção, demonstrando um excesso inclusive de afeto, mas não exigem o cumprimento de regras gerando a falta de um nível adequado de exigência (McCoby, 1983).

No estilo parental permissivo negligente, os pais são frequentemente omissos às suas atribuições parentais, sendo muito distantes de suas responsabilidades, adequando e atendendo apenas questões básicas. Esse estilo não promove situações de afeto e muito menos cumprimento de regras, gerando um baixo nível de responsividade e exigência (McCoby, 1983).

2.2 Motivação no contexto esportivo

A motivação no esporte é o fator determinante por trás de todas as ações tomadas e de todos os esforços exercidos ou não (Deci & Ryan, 2000). Compreender a dinâmica do comportamento motivado no esporte é fundamental, embora aspectos importantes das motivações dos indivíduos sejam determinados por suas próprias crenças, cognições e valores, com influência significativa também exercida por agentes sociais (Deci & Ryan, 2000).

Cruz (1996) aponta que a motivação, gerada por influência externa como recompensas, denominadas de motivação extrínseca, porém a motivação também está atrelada a fatores internos, sendo definida por motivação intrínseca.

Os estudos como de Balbinotti e Balbinotti (2018) e Gomes, Gonçalves, Dias and Morais (2019) apontam a importância que a motivação possui, sendo um fator determinante para iniciar e mesmo se manter nos programas esportivos, além de minimizar o abandono de tal prática.

Dessa forma, em recente pesquisa elaborada por Ferreira e Souza (2019), destaca-se a importância do aspecto motivacional para manutenção da prática esportiva.

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2.2.1 Teorias Motivacionais

Diversas teorias motivacionais podem ser encontradas e atreladas ao contexto esportivo. Em uma perspectiva histórica, a Teoria de Motivação para Necessidade de Rendimento de Atkinson and Feather (1966) aponta que a motivação para o rendimento seria o resultado da interação de fatores pessoais e situacionais, estando inversamente relacionada ao desempenho e expectativa. Dessa forma, existe a busca para compreender a motivação para o sucesso e direcionada para evitar o fracasso. Essa relação, segundo Weinberg e Gould (2016), pode desencadear reações emocionais, podendo ser positivas e negativas e comportamentos com êxito ou fracasso.

A Teoria da Motivação, segundo Harter (1981), sugere que a competência percebida preconiza que, neste modelo, o indivíduo possui suas próprias competências, sendo que esse fator é fundamental para se sentir motivado para a prática esportiva, pois a competência percebida está integralmente relacionada à motivação intrínseca. Dessa forma, a criança que percebe ser competente em relação à tarefa será mais motivada intrinsecamente (Deci, Schwartz, Sheinman, & Ryan, 1981).

Na Teoria da Atribuição Rejeski and Brawley (1983), que está relacionada à interpretação dos atletas sobre as causas para o seu fracasso ou sucesso, e ligada a ela, a Teoria das Metas para o Rendimento de Nicholls (1984), que aponta a interação de três fatores: a) as metas para o rendimento; b) a percepção subjetiva das próprias capacidades; c) e o comportamento do rendimento.

Dentre todos esses estudos, a Teoria da Autodeterminação vem apresentando diversas citações no contexto esportivo, como por exemplo de Gillet and Vallerand (2016), com os efeitos da motivação sobre a performance esportiva em relação à teoria da autodeterminação, e de Stenseng, Forest and Curran (2015), com o estudo das emoções positivas em atividades esportivas recreativas, o papel da paixão e do pertencimento.

Sendo assim, a Teoria da Autodeterminação, que foi elaborada por Deci e Ryan (1985), está preocupada com a natureza, estrutura e funcionamento do indivíduo em ação, incluindo as capacidades inerentes da pessoa para se envolver, interpretar e agir em ambientes externos, valorizando a importância da paixão e força de vontade.

Segundo Ryan and Deci (2007), a TAD pode ser dividida em três grandes dimensões (motivação intrínseca, extrínseca e amotivação). Na motivação intrínseca há o ingresso na atividade por vontade própria, com interesse em conhecê-la, gerando comprometimento,

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satisfação e a sensação de bem-estar. Na motivação extrínseca há o envolvimento na atividade, mas ele depende de fatores externos, com ações controladas, não sendo muitas vezes por vontade própria, porém ajudam o indivíduo a manter índices elevados de motivação. Já a amotivação é considerada pelo indivíduo a falta de percepção ou identificação sobre a importância de realizar tal prática, não reconhecendo nenhum benefício, sendo, portanto, a falta de prazer na sua execução.

A TAD é composta por seis mini teorias, sendo essas definidas da seguinte forma: a) Teoria da Avaliação Cognitiva, que descreve os processos em que os ambientes sociais influenciam (facilitam ou minam) a motivação intrínseca, o desempenho de alta qualidade e o bem-estar. Estuda ainda as motivações básicas e as diferenças individuais de motivação; b) Teoria da Integração Organísmica lida com as tendências inerentes à internalização e integração social, regulações culturais e os fatores no contexto social que promovem a internalização e integração. É considerada a pedra angular em modelos cross culturais, colocando vários atletas de regiões em um mesmo contexto, mesmo com culturas e valores diferentes; c) Teoria da Orientação de Causualidade, com diferenças individuais que representam os resultados de desenvolvimento da interação da pessoa com o meio social ao longo do tempo. Há três tipos de orientação: 1) Orientação autônoma, relacionada a interesses e valores; 2) Orientação controlada, relacionada a controles sociais e contingências de recompensa; 3) Orientação impessoal, relacionada a comportamentos sem orientação intencional, com falta de controle e percepção de falta de competência; d) Teoria dos Conteúdos das Metas, relacionada às aspirações intrínsecas com crescimento pessoal, relacionamentos significativos, contribuições comunitárias e as aspirações extrínsecas, visando à obtenção de recompensas materiais, fama, status e reconhecimento social ou evitar punições, sentimento de culpa e vergonha; e) Teoria de Motivação e Relacionamento, interligada às necessidades de relacionamento e autonomia e seu sinergismo em relacionamentos verdadeiramente responsivos e mutuamente satisfatórios; f) Teoria das Necessidades Psicológicas Básicas, com o desenvolvimento da autonomia, competência, relação, com suporte ao bem-estar, vitalidade, humor e saúde (Ryan & Deci, 2017).

Dentre todas, as micro teorias da TAD, a mini teoria das Necessidades Psicológicas Básicas, busca identificar como as pessoas agem no sentido de realizar as atividades por vontade própria, gerando bem-estar, envolvimento do sujeito na atividade de modo autônomo e intrínseco. Porém, para que o indivíduo apresente alto nível de motivação intrínseca

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(considerada uma motivação de alta qualidade), faz-se necessária a satisfação de três necessidades psicológicas básicas: Autonomia (autogovernar-se), Competência (perceber e sentir capaz de fazer algo) e Relação Social (construção de relações afetivas) (Ryan & Deci, 2000).

A autonomia está diretamente relacionada à vontade própria do indivíduo agir, organizar e realizar a atividade com tomada de decisão. A competência seria a adaptação ao ambiente para alcançar os resultados desejáveis e buscar desafios bem próximos aos níveis de suas habilidades pessoais. Já a terceira necessidade psicológica básica, a relação social, está vinculada à necessidade de pertencer a algum grupo ou também definida como o ato de estabelecer vínculos ou relacionamentos (Ryan & Deci, 2017).

Para Ryan and Deci (2007), quando um indivíduo encontra satisfação, prazer e entusiasmo na atividade, pode-se dizer que o mesmo está intrinsecamente motivado, por haver divertimento sem necessidade de reforço ou recompensas externas. Considerando a motivação intrínseca, extrínseca e amotivação, esse caminho da ausência de motivação (amotivação) até a motivação intrínseca é formado por um continuum, que é definido nas seguintes dimensões: a) Amotivação: ausência de regulação intencional, ou seja, ausência de motivação; b) Motivação Extrínseca de Regulação Externa: possui uma contingência de recompensa e punição, sendo uma motivação controlada; c) Motivação Extrínseca de Regulação Introjetada: com autoestima dependente do desempenho e envolvimento do ego, sendo uma motivação moderadamente controlada; d) Motivação Extrínseca de Regulação Identificada: com importância dos objetivos, valores e regulamentos, sendo uma motivação moderadamente autônoma; e) Motivação Extrínseca de Regulação Integrada: com coerência entre objetivos, valores e regulamentos, sendo uma motivação autônoma; f) Motivação Intrínseca: identificada com o interesse e prazer pela prática, sendo uma motivação autônoma inerente.

A motivação autodeterminada ajuda no desenvolvimento da sensação de bem-estar quando atendidas, de forma satisfatória, as necessidades psicológicas básicas, porém, essa teoria não está alicerçada apenas nos fatores sociais provenientes do ambiente, mas também em diferentes variáveis, tais como: o incentivo dos pais e a condução das aulas pelos professores (Ryan & Deci, 2000).

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Para Galatti, Collet, Folle, Côté e Nascimento (2017), o desenvolvimento da carreira esportiva tem apresentado fases ou etapas pelas quais os atletas passam ao longo do tempo desde o período de formação até o alto rendimento, com destaque nas transições normativas e não normativas que são esportivas ou não, e que influenciam o desenvolvimento do atleta.

De Rose Junior (1995) afirma que as pesquisas têm procurado entender quais são as faixas etárias mais adequadas para iniciar o processo de treinamento esportivo, assim como para elaboração de planejamento de programas para crianças e adolescentes que praticam o esporte de forma geral.

Entre as diversas pesquisas, existem aquelas que se preocupam com o desenvolvimento geral das crianças da fase pré-escolar da infância até a fase pós-puberal da adolescência, relacionadas aos fatores de crescimento e desenvolvimento, com possíveis alterações, podendo ser benéficas, e também maléficas, com danos que o esforço físico inadequado pode provocar (Baxter-Jones, 1995). Porém, um outro aspecto importante dentro do processo de iniciação esportiva deve ser salientado, que são os fatores psicológicos comumente atrelados a um processo imaturo de especialização precoce e competição esportiva com crianças que ainda não estão preparadas para atividades e que exigem um elevado nível de responsabilidade e pressão (Reis, 2018).

No processo de iniciação esportiva, todo aspecto merece ser considerado, quanto à aquisição de habilidades motoras gerais, que deveriam ser estimuladas antes das habilidades motoras específicas que frequentemente são desenvolvidas de forma prematura e especializada (Manoel, Kokubun, Tani & Proença, 1988).

Sendo assim, diferentes classificações são apresentadas por diversos autores para o desenvolvimento esportivo desde a infância até a idade adulta, com investigações para as transições entre os estágios que os atletas passam ao longo de sua carreira esportiva (Galatti, Collet, Folle, Côté & Nascimento, 2017).

2.3.1 Definição de Crianças e Adolescentes.

As definições do que é ser criança e adolescente, vêm de acordo com os limites cronológicos existentes, sendo que, na maioria dos países, estão relacionados ao conceito de maioridade legal estabelecido aos 18 anos de idade, porém diversos critérios existem de acordo com os costumes e culturas locais (Eisenstein, 2005).

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No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por meio da Lei 8.069, de 1990, considera criança até 12 anos de idade incompletos e adolescência com a faixa etária de 12 a 18 anos de idade (Eisenstein, 2005).

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os adolescentes estão entre 15 e 24 anos, utilizando inclusive o termo jovem para englobar jovens adultos na faixa etária de 20 a 24 anos (Eisenstein, 2005).

Porém, de acordo com a UNICEF e a Organização Mundial de Saúde (OMS), os limites cronológicos estipulam que são crianças os que têm até 09 anos e 12 meses incompletos e adolescentes os de 10 a 19 anos de idade (Eisenstein, 2005).

Portanto, tendo em vista as diferentes definições de órgãos competentes na esfera Nacional e Internacional, a métrica definida para esse estudo será da UNICEF, por se tratar de um fundo internacional de apoio a crianças e adolescentes e a Organização Mundial de Saúde, tendo em vista as pesquisas científicas que estão atreladas à UNICEF e OMS, pois compreendem uma definição mundial (Eisenstein, 2005).

Dentro do contexto esportivo, alguns autores utilizam essa métrica com diversos objetivos, como é caso de Bompa (2002), que aponta que a iniciação esportiva se dá a partir dos 06 anos e vai até por volta dos 10 anos de idade, sendo que, nesta faixa etária, as crianças deveriam ser trabalhadas com ênfase no desenvolvimento atlético geral, com a oportunidade de vivenciarem habilidades fundamentais e multilaterais, sempre visando a uma adaptação aos equipamentos e ao ambiente de acordo com o seu nível de crescimento e desenvolvimento para serem capazes de suportar os treinamentos, de acordo com suas demandas físicas e psicológicas. E na sequência utilizam a faixa etária a partir dos 10 anos subdividindo até o alto rendimento.

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3 Justificativa e pergunta do estudo

Vários estudos procuraram entender o papel que os pais podem exercer durante o período de desenvolvimento esportivo em crianças e adolescentes, como é o caso de Lorenzo Fernández, Cubero Pérez, López Jiménez y Hertting (2018) com a pesquisa de atitudes parentais no desenvolvimento esportivo e integral de suas crianças desportivas e de Vissoci, Nascimento Junior, Oliveira, Vieira e Vieira (2013) com o suporte parental percebido, motivação autodeterminada e habilidades de enfrentamento. Afinal, quando se é dado o devido apoio na infância e adolescência, de forma adequada, as atividades tornam-se prazerosas, enriquecendo as vivências esportivas e influenciando a permanência no esporte.

Para Mizoguchi, Balbim e Vieira (2013), o estilo parental autoritativo demonstra ser fundamental para incentivo à prática de esportes, pois o mesmo tem relação direta com a motivação e a satisfação por experiências relacionadas à experiência esportiva, pois além de promover orientações aos filhos, esse estilo é caracterizado pela própria definição de um estilo democrático, escutando e respeitando a opinião do próprio filho que consequentemente promove uma liberdade de escolha pela modalidade esportiva.

Portanto, existe a necessidade de um entendimento de como os pais, por meio do estilo parental de cada um, podendo ser, autoritativo, autoritário, permissivo indulgente e permissivo negligente e como esses estilos podem influenciar a prática de esportes dentro das diversas fases de desenvolvimento.

3.1 Objetivos

3.1.1 Objetivo Geral

Verificar a relação dos pais e/ou a influência parental na motivação de crianças e adolescentes praticantes de esportes.

3.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos dessa revisão sistemática são:

a) Compreender quais são os estilos parentais presentes no contexto esportivo;

b) Identificar o comportamento dos pais e/ou do estilo parental sobre a motivação de crianças e adolescentes em diferentes fases de desenvolvimento esportivo;

c) Identificar o efeito de programas de intervenção com os pais sobre a motivação de crianças e adolescentes;

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4. Método

O método de investigação trata da revisão sistemática de literatura, seguindo as seguintes etapas: identificação de uma área temática de interesse, realização das buscas de escopo com objetivo de promover um entendimento do fenômeno, procurando concentrar as ideias para definir o escopo da revisão e questões fundamentais como o desenvolvimento dos critérios de inclusão e exclusão, além de contatos com experts na área de interesse (Boland, Cherry & Dickson, 2017).

Para Botelho, Cunha, e Macedo (2011), o método de Revisão Sistemática deve ser realizado como forma de obter evidências e informações que possam contribuir com tomadas de decisões nas ciências da saúde, sendo conduzida com uma metodologia que poderá ser reproduzida. Portanto, é necessário compor a revisão sistemática com estudos primários que sejam incluídos e que contenham objetivos, materiais e métodos claramente explicitados.

Dessa forma, para a realização da presente revisão, foram obedecidos os critérios, protocolos e etapas, propostos por Boland, Cherry and Dickson (2017), com objetivo de localizar, selecionar, averiguar e sintetizar as informações e estudos pertinentes aos objetivos da pesquisa.

4.1 Materiais

Atualmente, há extensa quantidade de informações científicas, e dentre esse grande volume, existe também uma facilidade de acesso a estudos desenvolvidos de forma globalizada, sendo necessária a utilização de equipamentos eletrônicos específicos para gerenciar o armazenamento desses conteúdos (Santos, Pimenta & Nobre, 2007).

De acordo com Gough, Oliver and Thomas (2017), para a realização de uma revisão sistemática, o pesquisador pode utilizar ferramentas para gerenciar as referências e armazenar os estudos e conteúdos selecionados. Por isso, foi utilizado o software EndNote X8® que, de acordo com Yamakawa, Kubota, Beuren, Scalvenzi e Miguel, (2014), é um programa que possui mais recursos para realizar buscas e identificar estudos duplicados, auxiliando o pesquisador no armazenamento e gerenciamento das informações e estudos coletados.

Para essa etapa, foi utilizado inclusive um formulário de triagem, com a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão para identificar, dentre os vários estudos que foram selecionados, os que possuíam um potencial de elegibilidade, proposto por Boland et al. (2017). Também foi utilizado um formulário para extração dos dados propostos pela Cochrane

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Consumers & Comunication Review Group Consumers (2016), com objetivo de selecionar informações relevantes sobre os estudos incluídos, utilizando um modelo adaptado pela Consumers (2015).

4.2 Delineamento do estudo

Essa pesquisa de Revisão Sistemática partiu da necessidade de entendimento mais aprofundado sobre o tema, gerando informações relevantes de como os pais podem promover a motivação em crianças e adolescentes no contexto esportivo.

Em um primeiro momento, foi realizada uma pesquisa simples no buscador eletrônico google acadêmico, para identificação de estudos que geraram maior entendimento do tema e dos autores e pesquisadores mais citados.

Na sequência, a construção do desenho e busca do escopo de pesquisa optou por utilizar uma sequência embasada em estudos do gênero, utilizando os critérios e etapas propostas por Boland et al. (2017), com a utilização de palavras-chave em idiomas inglês, espanhol e português, nas seguintes bases de dados: a) Portal BVS; b) Scielo; c) Pubmed; d) SportDiscus e e) Embase.

As etapas seguintes permitiram um entendimento maior sobre coletas, identificação e buscas nas bases de dados, gerenciamento e armazenamento das referências, após a formulação das palavras-chave, critérios de inclusão e exclusão, por meio dessas buscas mais aprofundadas, consideradas uma busca de escopo para verificar se a pergunta do estudo precisaria de ajustes e consequentemente a formulação de um escopo de pesquisa robusto, com uma melhor definição dos critérios, sendo assim, essas buscas nas bases de dados: originaram inicialmente 4.220 estudos, sendo 201 duplicados, restando 4.019 estudos para análise. Essa busca de escopo serviu inclusive para melhorar o entendimento e alinhar o projeto de pesquisa, fortalecendo e definindo os critérios de inclusão e exclusão.

Após o estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão e demais protocolos definidos, a pesquisa foi registrada na base de dados PROSPERO

(https://www.crd.york.ac.uk/prospero/) no dia 30 de junho de 2019 e realizados ajustes

solicitados pela própria plataforma no dia 02 de outubro de 2019, com objetivo de garantir a transparência no processo de revisão, fortalecendo o estudo e evitando os vieses de pesquisa, utilizando um formato adequado, sem alterações dos métodos da atual pesquisa, sendo que em

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virtude do grande volume de registro na plataforma, foi comunicado que o registro será realizado em breve.

A partir da submissão à plataforma PROSPERO, a busca oficial foi realizada nas seguintes bases de dados: a) SPORTDiscus; b) PubMed/Medline; c) Scielo; d) Portal BVS; e) Embase, utilizando as palavras-chave para compor a estratégia nos idiomas português, inglês e espanhol.

Após as buscas nas bases de dados, os estudos passaram por um processo de triagem utilizando os critérios de inclusão e exclusão e com os estudos incluídos foi realizado o preenchimento de um formulário que auxiliou na identificação dos dados relevantes com intuito de quantificar os resultados dos estudos.

Nesse formulário, foram inseridos os desenhos dos estudos, com: a) ano de publicação; b) autores; c) título dos estudos; d) centro de pesquisa; e) contexto f) número de participantes; g) características dos participantes; h) modalidades esportivas; i) metodologias; j) abordagens teóricas; k) objetivos dos estudos; l) estilo parental; m) regulação emocional; n) principais resultados e o) conclusões e implicações dos estudos.

Dessa forma, o delineamento da pesquisa de revisão sistemática está detalhado de acordo com a Figura 1.

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Figura 1. Cronograma das etapas referentes ao estudo.

4.3 Pesquisa de Escopo, Pergunta do estudo e Delimitações do Protocolo

Para a realização de uma pesquisa de Revisão Sistemática é preciso seguir recomendações e realizações de etapas, que possuam um rigor metodológico, inclusive, é ratificado por autores como Botelho et al. (2011) no estudo denominado de O Método de Revisão Integrativa nos Estudos Organizacionais. Essas etapas incluem a formulação da pergunta, localização dos estudos, avaliação crítica dos estudos, coleta dos dados, análise e apresentação dos dados, interpretação dos dados e aprimoramento e atualização da revisão.

Dessa forma, a pesquisa de escopo utilizou as orientações de Boland et al. (2017) para refinar e verificar aderência e entendimento do fenômeno com as seguintes etapas: a) identificação do tema com uma pesquisa de escopo, sendo realizada entre os dias 02/04/2019 a 30/06/2019, utilizando as opções de buscas avançadas nas bases de dados: a) SportDiscus; b) Pubmed; c) Scielo; d) Portal BVS e e) Embase seguindo os critérios de buscas e adaptando os operadores booleanos “AND” e “OR” e as palavras-chave em inglês, espanhol e português: Athlet* OR Child* OR Adolescent* AND Parent* OR Motiv* AND Sport*. Nessa busca de escopo, foram remetidos 34.786 estudos.

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4.4 Definição das Estratégias

A estratégia utilizada para construção da questão do estudo foi a PICo, que é definida como “P” de população, “I” de intervenção e “Co” de Contexto, com os seguintes descritores em Língua portuguesa (LP), Inglesa (IN) e Espanhola (ES), extraídos dos (DECS) Descritores da Ciência da Saúde, Mesh Terms e Thesaurus, sendo eles: a) População: (LP): Crianças e Adolescentes; (IN): Child* OR Adolescent* e (ES): Niños OR Adolescentes; b) Intervenção: (LP): Pais ou Motivação; (IN): Parent* OR Motiv* e (ES): Padres OR Motivación; c) Contexto: (LP): Esportes; (IN): Sport* e (ES): Deporte. Entretanto, todos os sinônimos encontrados nas plataformas foram utilizados, inclusive, adaptados entre as bases de dados e termos recomendados.

Quadro 2.

Itens da Estratégia PICo

Itens PICo DESCRIÇÃO

POPULAÇÃO Crianças e adolescentes

INTERVENÇÃO Influência Parental e Motivação

CONTEXTO Esportes

4.5 Bases de dados e definição das palavras-chave

A estratégia de busca foi planejada e elaborada de acordo com a pergunta de pesquisa, formulada inclusive com objetivo de constituir uma resposta fundamentada para garantir a qualidade da pesquisa (Santos, Pimenta & Nobre, 2007).

As buscas nas bases de dados foram escolhidas por meio dos critérios da área de atuação e de acessibilidade disponíveis para pesquisa, sendo encontradas cinco bases de dados, sendo elas;

a) SPORTDiscus é uma base de dados considerada a maior fonte de estudos relacionados às ciências do esporte,com a utilização do idioma em inglês e o descritor Thesaurus (Santos et al., 2007).

b) Pubmed/Medline, sendo uma base ampla relacionada à área biomédica e ciência da saúde, com a utilização do idioma em inglês e os descritores Mesh Terms (Santos et al., 2007). c) Scielo, por ser uma base de dados que seleciona os periódicos científicos brasileiros e que é coordenada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo a (FAPESP) e em parceria com a BIREME desenvolvida sob coordenação do Centro Latino-americano de

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Informação em Ciências da Saúde (BIREME), é uma rede de fontes de informação on-line para a distribuição de conhecimento científico e técnico em saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq), com a utilização dos idiomas em inglês, espanhol e português e os descritores DECs (Santos et al., 2007).

d) Portal BVS, por ser composto por diversas bases de dados entre elas, LILACS, MEDLINE, IBESC, CUMED entre outras, com estudos bibliográficos em ciência da saúde dos países latinos americanos e caribe, com a utilização dos idiomas em inglês, espanhol e o português com e os descritores DECs (Santos et al., 2007).

e) Embase é um banco de dados biomédico muito versátil, para diversos objetivos e atualizado, abrangendo a mais importante literatura biomédica internacional desde 1947 aos dias de hoje e todos os artigos estão indexados em profundidade, com o uso do Embase Indexing and Emtree® da Elsevier Wong, Wilczynski and Haynes (2006).

Portanto, para realizar as buscas nas bases de dados é necessária a utilização de um vocabulário estruturado que permite ao pesquisador recuperar informações com o termo exato para descrever o conteúdo daquele documento científico e funciona também com mapas que guiam os usuários até a informação, portanto os vocabulários estruturados são necessários para descrever, organizar e prover acesso à informação (Brandau, Monteiro & Braile, 2005).

Para utilização da estratégia PICo, as palavras-chave foram nos idiomas inglês, espanhol e português, sendo que o inglês e espanhol foram definidas por estarem presentes na maioria das bases de dados de publicação científica (Sasso, Mendes, Silveira & Galvão, 2019). Entretanto, o português também foi utilizado por se tratar da língua oficial do estudo e do autor em questão.

A indexação dos vocabulários referentes às palavras-chave foi na População, Intervenção e Contexto, sendo os Thesaurus, Mesh Terms e DeCS, nos três idiomas: inglês, espanhol e português, além dos asteriscos que compreendem todos os sinônimos aceitos nos descritores de cada base de dados, conforme o Quadro 3.

Quadro 3.

Classificação das palavras-chave em inglês, espanhol e português de acordo com a estratégia PICo para Mesh Terms, Thesaurus e DeCS

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População Athlet* OR Child* OR Adolescent*

Intervenção Parent* OR Motiv*

Contexto Sport*

PALAVRAS-CHAVE EM INGLÊS (Mesh Terms)

População ((Athlet*) OR Child*) OR Adolescent*

Intervenção (Parent*) OR OR Motiv*)

Contexto Sport*

PALAVRAS-CHAVE EM ESPANHOL (DeCS)

População Niños OR Adolescentes

Intervenção Influencia parental OR Estilo parental OR Parent* OR Famil* OR Responsabilidad Parental OR Comportamiento OR Conducta

Contexto Deporte

PALAVRAS-CHAVE EM PORTUGUÊS (DeCS) População Esporte para jovens OR Esportes Juvenis

Intervenção Influência parental OR Estilo parental OR Parent* OR Famil* OR Relação Parental OR Comportamento OR Motivação

Contexto Esportes

PALAVRAS-CHAVE EM INGLÊS (EMTREE)

População Athlet* OR Child* OR Adolescent*

Intervenção Parent* OR Motiv*

Contexto Sport*

NOTA: *Incluem todos os sinônimos

4.6 Critérios de inclusão e exclusão

Os critérios de inclusão e exclusão têm por objetivo manter a coerência com a pergunta de pesquisa, para compor os critérios de inclusão e exclusão, com os estudos sendo identificados

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de modo claro e objetivo, mas podendo sofrer reorganização durante o processo de busca dos artigos e durante a elaboração da revisão segundo (Botelho et al. 2011).

Dessa forma, os critérios de inclusão e exclusão foram baseados na estratégia PICo utilizada: População (P), Intervenção (I) e Contexto (Co).

Portanto, os critérios de inclusão foram definidos da seguinte forma: I. Estudos que contemplem crianças e adolescentes (P);

II. Estudos que analisem a relação/influência dos pais ou do estilo parental sobre a motivação (I);

III. Estudos que investiguem o contexto esportivo (Co).

No estabelecimento do critério de exclusão, foi utilizado a estratégia PICo, definido não de forma diretamente contrária ao critério de inclusão e sim com argumentos provenientes do encontro à pergunta do estudo, sendo definido da seguinte forma: serão excluído todos os estudos de revisão, pois não haverá dados primários que contenham objetivos, materiais claramente exposto.

Dessa forma o critério de exclusão ficou definido assim: I. Estudo de revisão;

4.7 Buscas nas bases de dados

Para realização das buscas nas bases de dados é importante um equilíbrio em termos de especificidade, deixando a busca com artigos mais relevantes, porém a sensibilidade poderá ser utilizada quando a especificidade não reportar a uma quantidade adequada de artigos (Boland et al., 2017).

Dessa forma, a ideia principal foi utilizar a estratégia PICo de forma integral, ou seja, estabelecendo o “P” de População, o “I” de Intervenção e o “Co” de Contexto, porém a especificidade pode gerar uma restrição de estudos.

Sendo assim, nas bases de dados SPORTDiscus, PUBMED, Scielo, Portal BVS e Embase foi utilizada a estratégia PICo por completa, pois foi verificado um volume adequado na aderência de estudos, sendo utilizados os descritores nos itens P.I.Co.

Sendo assim, os resultados estão listados de acordo com as estratégias de buscas, com os descritores adequados aos idiomas inglês, espanhol e português, conforme o Quadro 4. Quadro 4

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Estratégias de buscas nas bases de dados

SPORTDISCUS

Itens PICo: P.,I.,Co. Idioma: Inglês Descritores:

Thesaurus

Total de Estudos: 12714 (((((Athlet*) OR Child*) OR Adolescent*)) AND ((Parent*) OR OR Motiv*)) AND Sport*

PUBMED

Itens PICo: P.,I.,Co. Idioma: Inglês Descritores:

Mesh Terms

Total de Estudos: 4728 (((((Athlet*) OR Child*) OR Adolescent*)) AND ((Parent*) OR OR Motiv*)) AND Sport*

SCIELO

Itens PICo: P.,I.,Co. Idioma: Inglês Descritores: DeCS

Total de Estudos: 243

(((((Athlet*) OR Child*) OR Adolescent*)) AND ((Parent*) OR OR Motiv*)) AND Sport*

SCIELO

Itens PICo: P.,I.,Co. Idioma: Espanhol Descritores: DeCS

Total de Estudos: 40

((Niños) OR Adolescentes) AND ((((((((Influencia parental) OR Estilo parental) OR Parent*) OR Famil*) OR Responsabilidad Parental) OR Comportamiento) OR Conducta)

OR Motivación) AND (Deporte)

SCIELO

Itens PICo: P.,I.,Co. Idioma: Português Descritores: DeCS

Total de Estudos: 162 ((Esporte para jovens) OR Esportes Juvenis) AND (((((((Influência parental) OR Estilo

parental) OR Parent*) OR Famil*) OR Relação Parental) OR Comportamento) OR Motivação) AND (Esportes)

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Itens PICo: P.,I.,Co. Idioma: Inglês Descritores: DeCS

Total de Estudos: 5320 (((((Athlet*) OR Child*) OR Adolescent*)) AND ((Parent*) OR OR Motiv*)) AND Sport* (tw:(Parental Influence OR Parental style OR Parent* OR Famil* OR family support OR

Parent* Behavi*))

PORTAL BVS

Itens PICo: P.,I.,Co. Idioma: Espanhol Descritores: DeCS

Total de Estudos: 1761 ((Niños) OR Adolescentes) AND ((((((((Influencia parental) OR Estilo parental) OR Parent*) OR Famil*) OR Responsabilidad Parental) OR Comportamiento) OR Conducta)

OR Motivación) AND (Deporte)

PORTAL BVS

Itens PICo: P.,I.,Co. Idioma: Português Descritores: DeCS

Total de Estudos: 1806 (tw:(Esportes OR Atividades Esportivas OR Desportes OR Desportos OR Esporte para jovens OR Esportes Juvenis)) AND (tw:(Influência parental OR Estilo parental OR Parent*

OR Famil* OR Relação Parental OR Comportamento ))

EMBASE

Itens PICO: P.,I.,Co Idioma: Inglês Descritores: Emtree

Total de Estudos: 8012 ((Athlet* OR Child* OR Adolescent*)) AND ((Parent* OR Motiv*)) AND Sport* NOTA: P: População; I: Intervenção; Co: Contexto

4.8 Armazenamento e seleção de estudos

A pesquisa de escopo foi realizada apenas por um revisor com intuito de formular o projeto de escopo e verificar a aderência das palavras-chave e entendimento do fenômeno, para que, depois de determinado todo o protocolo, as buscas nas bases de dados fossem realizadas.

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Dessa forma as buscas foram realizadas em cinco bases de dados que resultaram 34786 estudos, dos quais foram selecionados títulos e resumos e armazenados para o gerenciador de referências EndNote8®.

Após a busca nas bases de dados, foi realizada a primeira triagem, utilizando o gerenciador de referências EndNote8®, sendo que, nessa primeira etapa, o revisor selecionou os estudos que realmente responderam aos critérios de inclusão, ou seja, que estavam dentro da temática: a) População; b) Intervenção e c) Contexto. Sendo que os estudos que não atendessem os três itens dos critérios de inclusão não foram incluídos.

Na segunda etapa, todos os estudos incluídos pelo revisor foram verificados na íntegra com uma leitura completa e com a aplicação dos critérios de exclusão.

De forma geral, os estudos que não atenderam a todos os critérios de inclusão não foram incluídos, e os que foram incluídos foram expostos aos critérios de exclusão. A partir dessa etapa, o estudo que atendeu ao critério de exclusão foi excluído, ou seja, bastava atender ao critério de exclusão para que o estudo não entrasse na análise final. Sendo assim, apenas os trabalhos que passaram por todos os critérios, foram considerados válidos para compor o estudo final.

Dessa forma, as etapas da Revisão Sistemática ficaram definidas da seguinte forma, seguindo as orientações de Boland et al. (2017), conforme demonstrado na figura 2.

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4.9 Avaliação da Qualidade dos estudos (Risco de viés)

A avaliação da qualidade dos estudos está diretamente relacionada a duas dimensões, validade interna e externa, sendo que a primeira verifica a pergunta de pesquisa e se relaciona com o estudo em questão de forma apropriada. A segunda está relacionada à pergunta de pesquisa e se a mesma foi gerada de forma apropriada e se está ligada à capacidade de generalizar e aplicar os resultados dessa pesquisa em outros cenários (De Carvalho, Silva & Grande, 2013). Dessa forma, a etapa de avaliação da qualidade dos estudos incluídos será realizada caso haja tempo hábil para tal pesquisa e se possível será realizada de acordo com o protocolo estabelecido por Zaza et al. (2000) e utilizando o instrumento proposto pelos respectivos autores.

4.10 Extração dos dados

Para Higgins and Green (2008), a extração dos dados deve seguir um formato único e com o auxílio de um formulário que deverá ser preenchido de forma independente, inclusive, por dois revisores. Dessa forma, a leitura dos estudos deverá acontecer de forma completa e realizada em formato manual (Boland et al., 2017).

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De acordo com Pereira e Galvão (2014), para a extração de dados é importante considerar sua natureza, se é variável, contínua ou categórica. Dessa forma, os dados quantitativos foram subdivididos em a) contínuos e b) categóricos, sendo que os dados, contínuos foram observados com resultados numéricos e os categóricos apresentaram respostas diretas com “sim” ou “não”.

Os dados qualitativos (descritivos) estão relacionados aos aspectos e características dos estudos incluídos, como publicação, informações, dados dos participantes e características metodológicas dos participantes.

Os dados analíticos incluem as intervenções, análises, resultados e conclusões relatados pelos estudos. No presente estudo, esses dados foram analisados qualitativamente, que é um dos objetos de interesse da investigação.

Os dados descritivos estão listados abaixo: a) Ano de publicação;

b) Autores;

c) Título do trabalho;

d) Centro de pesquisa do autor principal;

e) Contexto da prática esportiva (escolar e não escolar); f) Número de participantes;

g) Características dos participantes (idade); h) Modalidades esportivas;

i) Metodologia (desenho e tipo de estudos, grupos analisados e instrumentos utilizados);

j) Abordagens teóricas usadas para o estilo parental e teorias motivacionais; k) Objetivos dos estudos.

Os dados analíticos estão listados abaixo: a) Estilo parental;

b) Regulação motivacional;

c) Principais resultados (relação do estilo parental com motivação); d) Conclusões e implicações práticas dos estudos.

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Essa análise dos dados foi realizada com a leitura minuciosa dos estudos selecionados e a possibilidade de contato com os autores para extração mais aprofundada dos dados.

4.11 Análise e síntese dos dados

A análise e síntese dos resultados extraídos dos estudos, terá como objetivo a realização de uma metanálise, porém, para que isso ocorra, é necessário que os estudos apresentem uma homogeneidade. Entretanto, caso ocorra o surgimento de estudos heterogêneos, isso levará a uma síntese narrativa, com base nos dados descritos.

Portanto, a análise e síntese dos dados dependerão dos resultados de vários estudos primários, podendo caminhar para uma metanálise, ou poderá combinar os estudos quantitativos e qualitativos e descrever a frequência e percentual de ocorrências (Whittemore & Knafl, 2005).

Referências

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