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livro_fonoaudiologia afasia

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Academic year: 2021

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Pesquisa e Material Desenvolvidos

Pesquisa e Material Desenvolvidos

com Base em Critérios

com Base em Critérios

Linguísticos para a Prática

Linguísticos para a Prática

Fonoaudiológi

Fonoaudiológi

ca nas A

ca nas A

fasias

fasias

Organizadores

Organizadores

Ricardo Joseh Lima

Ricardo Joseh Lima

Solange Iglesias de Lima

(2)
(3)

P474 P474

Ficha catalográca eleborada pela BIBLIOTECA CENTRAL DA UVA Ficha catalográca eleborada pela BIBLIOTECA CENTRAL DA UVA

Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho Pesquisa e material desenvolvidos com base em critérios lin

Pesquisa e material desenvolvidos com base em critérios lin-

-guísticos para a prática

guísticos para a prática fonoaudiológica nas afasias fonoaudiológica nas afasias / organiza/ organiza-

-dores Ricardo Joseh Lima, Solange Iglesias de Lima. – Rio de

dores Ricardo Joseh Lima, Solange Iglesias de Lima. – Rio de

Janeiro: UVA, 2009. Janeiro: UVA, 2009. 104 p. 104 p. : : 30cm.30cm. ISBN 978-85-61698-03-4 ISBN 978-85-61698-03-4 1. Afasia.

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Nota sobre os organizadores

Nota sobre os organizadores

Ricardo Joseh Lima  Ricardo Joseh Lima 

Doutor em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, docente da graduação em Letras e

Doutor em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, docente da graduação em Letras e

Pós-graduação

graduação Stricto Sensu Stricto Sensu   em Letras, área de concentração - Linguística, coordenador do Programa Linguagem em  em Letras, área de concentração - Linguística, coordenador do Programa Linguagem em

Condições Diferenciadas, do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio

Condições Diferenciadas, do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).de Janeiro (Uerj).

Solange Iglesias de Lima  Solange Iglesias de Lima 

Mestre em Linguística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), fonoaudióloga, docente dos

Mestre em Linguística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), fonoaudióloga, docente dos

Cursos de Graduação em Fonoaudiologia e em Psicologia e membro do Comitê de Pesquisa do Programa de Iniciação

Cursos de Graduação em Fonoaudiologia e em Psicologia e membro do Comitê de Pesquisa do Programa de Iniciação

Cientíca da Universidade Veiga de Almeida, diretora

Cientíca da Universidade Veiga de Almeida, diretora técnica e administrativa da Clínica de técnica e administrativa da Clínica de FonoaudiologFonoaudiologia do Centro ia do Centro dede

Saúde Veiga de Almeida, bolsista Proatec do Programa

Saúde Veiga de Almeida, bolsista Proatec do Programa Linguagem em Condições DiferenciadasLinguagem em Condições Diferenciadas, do Instituto de , do Instituto de Letras daLetras da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

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Sumário

Agradecimentos Prefácio

Parte I

Capítulo I – Linguística e Fonoaudiologia: um diálogo possível nos estudos de afasias

Parte II

Capítulo II – Aspectos Quantitativos e Qualitativos da Fala Afásica

Capítulo III – Nomeação de Figuras por Afásicos no Português Brasileiro

Capítulo IV – Aspectos Metodológicos na Avaliação da Compreensão de Agramáticos Afásicos de Broca

Capítulo V – Aspectos Metodológicos na Avaliação da Produção de Afásicos de Broca

Apêndice da parte II Parte III

Advertência

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Agradecimentos

À Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), por ter possibilitado, com a cessão de espaço (sala 11.111 bloco F) e de bolsas de extensão, as condições estruturais para que as atividades do Programa Linguagem em Condições Diferenciadas (PLCD) venham sendo realizadas.

À Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), pela concessão do incentivo por meio do pro

-grama Proatec, que possibilitou a inclusão e permanência da fonoaudióloga Solange Iglesias de Lima.

Ao Centro de Saúde Veiga de Almeida, que, por meio da Clínica de Fonoaudiologia, possibilitou a criação do Centro de Recuperação do Paciente Afásico (CRPA) e o incentivo a essa publicação.

Às professoras Letícia Maria Sicuro Corrêa (PUC-Rio) e Marina Rosa Ana Augusto (Uerj), cujos con

-vívios e experiência acadêmica em muito contribuíram para a elaboração das pesquisas, sem que, no entanto, sejam responsáveis por erros que tenham sido cometidos em sua realização.

Aos bolsistas de extensão, colaboradores e voluntários que auxiliaram na coordenação das atividades e no contato com os afásicos nos últimos três anos: Juliana Chagas, Andréia Brandão, Carolina Ferreira, Aline Dias, Suzana Vieira, Daniele Kazan, Clara Villarinho, Renê Forster, Helena Santos, Juliana Adauto, Daniele Rosa, Cláudia Nascimento, Queila Martins e Victoria Haddad.

Às pessoas afásicas que participaram (e ainda participam) desse projeto, pela conança e paciência que tiveram (e têm) ao demonstrar suas diculdades. Este trabalho é para vocês.

(7)

Prefácio

Em dezembro de 2007, por força do Ato Executivo 17/2007-Reitoria, foi criado o Programa Lingua-gem em Condições Diferenciadas (PLCD), com o objetivo de estender o alcance de atividades realizadas por seu predecessor, o Programa Surdez. Com isso, estavam criadas as bases para a concretização de pesquisas que tivessem como escopo outras situações além da surdez, como as afasias, tema deste livro, e o Décit Especíco da Linguagem (DEL)1.

Este livro é o resultado dos trabalhos realizados pela equipe que compõe o Projeto Linguagem em Circunstâncias Excepcionais, que integra o PLCD e focaliza aspectos linguísticos das afasias. Uma de suas atividades foi a confecção da cartilha “Falando sobre afasia, entendendo o afásico ”, com a nalidade de divul

-gar, em linguagem informal, informações sobre afasia para afásicos, familiares, prossionais e interessados no tema. A equipe do Projeto Linguagem em Circunstâncias Excepcionais é composta atualmente por um lin

-guista (coordenador), uma fonoaudióloga e alunos de graduação e pós-graduação. Essa conguração permitiu a concretização desta obra, que contém o Material elaborado com a nalidade de servir de apoio ao trabalho do fonoaudiólogo e a apresentação de resultados de pesquisas realizadas pela sua equipe.

A primeira parte deste livro é dedicada a um capítulo único, que apresenta as bases e as justicativas para a concepção de um trabalho que construa elos entre a Linguística e a Fonoaudiologia. Na segunda parte, são apresentadas as pesquisas realizadas por bolsistas de extensão e por alunos de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Letras da Uerj. Os dois primeiros capítulos (II e III) dessa parte foram escritos pelos bolsistas, em colaboração com o coordenador do projeto e com uma fonoaudióloga. Esses capítulos focalizam os passos para a realização de uma pesquisa com afásicos seguindo critérios linguísticos. Os outros dois capítulos dessa parte (IV e V) foram escritos a partir das dissertações de mestrado defendidas em março de 2008 por Clara Villarinho e Renê Forster. A terceira parte traz os materiais que compõem o que chamamos, informalmente, de FonoLing – atividades e testes linguisticamente orientados a partir dos níveis gramaticais (Fonologia, Morfologia, Sintaxe e Semântica).

A ideia do Material FonoLing  surgiu da necessidade, sentida pelo coordenador do projeto e pela fonoaudióloga, de constituir um conjunto de situações de avaliação que conjugasse tanto aspectos linguísticos quanto fonoaudiológicos como sua característica principal e denidora. Desse modo, por exemplo, mencio

-nam-se os níveis linguísticos ao mesmo tempo em que se concedem liberdades na aplicação do Material que estejam compatíveis com a prática fonoaudiológica. Com o auxílio dos bolsistas, foram realizadas as etapas de levantamento de dados, elaboração de versões, aplicações prévias, até chegar-se à forma nal.

Essa forma nal, no entanto, não signica que o Material está terminado, sem direito a revisão. Pelo contrário. O Material, tal como está constituído e apresentado, não possui a ambição de ser comparado a out

-ros que são utilizados com frequência na prática fonoaudiológica no Brasil e no exterior. No momento, ele se situa como uma indicação de caminhos a serem seguidos, uma proposta de visualização das relações entre Linguística e Fonoaudiologia e uma aposta nos frutos que essa relação pode trazer para o principal interessado: o afásico. O futuro dirá se estamos longe ou não deste sonho.

1 Este tema é atualmente abordado no projeto “DEL: conhecendo populações em condições diferenciadas de aquisição da língua”, coordenado pela Profa. Marina Rosa Ana Augusto (Uerj).

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(9)

Linguística e

Fonoaudiologia: um

diálogo possível nos

estudos de afasias

Capítulo I

Solange Iglesias de Lima (UVA- Proatec Uerj) Ricardo Joseh Lima (Uerj)

(10)

9 Capítulo I - Linguística e Fonoaudiologia: um diálogo possível nos estudos de afasias

D

entre os estudos propostos pela ciência fonoaudiológica, está a ênfase nos estu

-dos afasiológicos. Devido à complexidade das manifestações afásicas, os modelos de caracterização foram baseados em critérios desenvolvidos por áreas correlatas, as quais também enfrentam diferentes condições e possibilidades de entendimento dessa instigante ocorrência: a afasia.

Esta ciência, contemporânea na sua existência, também se ocupa em reordenar, reativar ou recuperar os problemas identicados na linguagem motivados por problemas de origem neurológica ou mesmo os atribuídos às desordens na aquisição e ou desenvolvimento linguístico que não estejam creditados aos problemas neurogênicos. Sendo uma ciência de ordem prática, necessita de suporte teórico que sustente e alimente as etapas metodológicas descritas para o adequado restabelecimento da faculdade comunicativa, independentemente da sua natureza. Assim, ao tratar a linguagem como foco das manifestações que pretende analisar, supõe a existência de argumentos teóricos sucientes para poder considerar e identicar certas condições de irregularidade.

Ao “isolar” o fenômeno afásico, identica que essa manifestação é determinada por um acon

-tecimento orgânico (acidente vascular cerebral hemorrágico ou isquêmico, traumas crânio-encefálicos) no córtex cerebral (hemisfério esquerdo, preferencialmente), interrompendo as vias de informações ner

-vosas entre centros reguladores da linguagem humana. Descritas dessa forma, as afasias pertencem ao repertório das impossibilidades decorrentes daquelas enfermidades, sendo estas uma condição es

-pecíca para identicação do diagnóstico afásico. Porém, nem toda alteração no córtex adulto provoca um estado afásico: as condições neuroanatomosiológicas que determinam as afasias são especiais, regulares e possíveis de serem identicadas a partir de exames clínicos e instrumentais. Essa descrição favorece e indica que, ao emprestar os conhecimentos anatômicos, siológicos e funcionais, a Neuro

-ciência contribui com seu escopo teórico, determinando, assim, uma forma de descrição das afasias. Esse modelo de apresentação de uma manifestação afásica identica a etiologia do problema, porém, apenas a etiologia, fator que não é menos importante para caracterização das afasias, contudo, desvia o que, de fato, pode ser recuperado por meio da atuação fonoaudiológica. Por meio dos tempos, a prática clínica fonoaudiológica, que se ocupa desses transtornos, foi baseada em princípios fornecidos pelas escolas médicas mundiais, as quais orientaram durante décadas os procedimentos de avaliação, descrição, diagnósticos e conduta terapêutica nas afasias.

Com o avanço das técnicas de intervenção fonoaudiológica nesses quadros, novos rumos foram tomados pelos prossionais que atuam diretamente com esses sujeitos e, assim, outros pos

-síveis diálogos foram iniciados. Um desses diálogos pode vir a se revelar extremamente frutífero para a Fonoaudiologia. O contato mais estreito com a metodologia e os objetivos da ciência Linguística traria benefícios não apenas para as questões com as quais a Fonoaudiologia trabalha. Em um ato de alta generosidade cientíca, a Fonoaudiologia poderia contribuir também, com sua experiência e interdisci

(11)

-Parte I

10

plinaridade natural, para a (in)formação da Linguística. Desse modo, o diálogo pode ser estabelecido em seu aspecto pleno, em que ambos os lados ouvem e se pronunciam.

Para demonstrar que esse diálogo não apenas é viável, mas também proveitoso, é que essa publicação foi idealizada. O Material FonoLing, que consta da terceira parte, foi pensado e elaborado a partir da construção desse diálogo. Ao mesmo tempo em que contempla de modo sistemático os níveis de análise linguística (Fonologia, Morfologia, Sintaxe e Semântica), apresenta-se como ferramenta de diagnóstico e instrumento de auxílio ao tratamento das afasias. A advertência, que introduz esta parte do livro, apresenta com mais detalhes as bases e os objetivos desse Material.

Ainda, pesquisas que utilizaram parte do Material FonoLing compõem a segunda parte do livro. O aspecto morfológico está contemplado no capítulo de Forster, que aborda especicamente a morfolo

-gia verbal. Esse capítulo contém também uma abordagem do aspecto sintático, ao focalizar a repetição de estruturas sintáticas que variam das mais simples às mais complexas. O aspecto morfossintático também é o foco do artigo de Lima, Martins, Nascimento e Garrão: a análise de narrativas de afásicos se dá por meio de critérios formais, tais como presença de exão, elaboração do sintagma verbal, presença de oração subordinada, entre outros. A fronteira entre sintaxe e semântica está presente no capítulo de Villarinho, que estuda a compreensão de sentenças por meio de testes, utiliz ando gravuras e encenações. Essa fronteira é ultrapassada no capítulo de Lima, Adauto, Rosa e Lima, que, por meio de um teste de nomeação, busca caracterizar os problemas semânticos que podem surgir em decorrência da afasia.

Afasia no contexto fonoaudiológico

Para o prossional responsável pela avaliação e diagnósticos de sujeitos afásicos e conse

-quente acompanhamento, talvez, um dos maiores desaos seja a seleção de um instrumento adequado para a realização dessas ações. Pelas características que envolvem as síndromes afásicas, podemos armar que são também diversos os modos e parâmetros capazes de categorizar esses impedimentos na linguagem. Entende-se por afasia uma perda ou prejuízo da habilidade linguística causada por lesão no córtex cerebral adulto (ARDILA, A. & BENSON, F. 1996. trad.).

Tradicionalmente, os modelos de descrição dos sintomas relacionados às afasias estiveram sempre impregnados por uma nomenclatura médica que se mantinha el às características clínicas da lesão. Assim, os resultados obtidos por meio da aplicação de protocolos estavam, na verdade, ob

-jetivando compreender como o cérebro estruturava as habilidades linguísticas e cognitivas a partir da identicação dos sintomas afásicos, independentemente de sua natureza.

A criação de protocolos de avaliação submetida a esse modelo de descrição estabelecia os cri

-térios de categorização dos sintomas e, a partir daí, sugeria um tipo ou subtipo de afasia. As evidências que ocorriam na linguagem estavam na dependência de um local anatômico previsto para ocorrência de uma forma afásica. Desta forma, um décit funcional na área de Broca provocaria o tipo afasia de Broca; um décit na área funcional de Wernicke provocaria afasia de Wernicke e, assim por diante. A estreita relação lesão-sintoma congurava a forma adequada de entendimento de como o cérebro processava a produção e compreensão de linguagem e também servia de base para a classicação de um tipo afásico. Esse ponto de vista orientou (e ainda orienta) os procedimentos de avaliação, descrição e diagnose de síndromes afásicas.

As distinções classicatórias baseavam-se em certas dicotomias do tipo motor/sensorial (GOLDSTEIN 1948), anterior/posterior (WERNICKE, 1881; LICHTHEIM, 1885), expressiva/receptiva (MC

-BRIDE, 1935) não uente/uente (BENSON, 1967), eferente/aferente (LURIA, 1966) e mais uma sequência de subtipos que foram surgindo à medida que novas características e particularidades eram considera

-das. Assim, os efeitos causados por diferentes modelos e princípios de análise e descrição criaram mais controvérsias do que soluções. Nesse cenário, as terminologias afasia e síndrome afásica passaram a representar manifestações idênticas, sendo seu uso um caso de opção terminológica. Importante notar que o termo afasia pode variar entre um uso marcado pela herança neurológica ou apropriar-se de um signicado privilegiado pelo sintoma linguístico. Talvez o que deva ser considerado, no âmbito da ciência

(12)

11 Capítulo I - Linguística e Fonoaudiologia: um diálogo possível nos estudos de afasias

Fonoaudiológica, não seja necessariamente a controvérsia terminológica, porém, o que se entende sobre linguagem, sua natureza teórica e implicações metodológicas.

O diagnóstico de afasia não é uma tarefa complexa, de forma geral; se houver um dano no tecido cortical em áreas instrumentais da linguagem, e o indivíduo demonstrar diculdades em produzir e/ou compreender o que lhe é dito, este pode ser considerado afásico. O problema está justamente na diversidade das manifestações linguísticas, o que leva a crer que o substrato que se modica, ou seja, a linguagem, possui critérios e condições que deverão ser submetidas à ótica clinica de quem avalia e diagnostica. É nesse sentido, portanto, que a opção por uma teoria de linguagem se faz necessária. Embora particulares, as metodologias de investigação da linguagem tornam-se (quase sempre) coad

-juvantes quando se pretende dar um tratamento linguístico às síndromes afásicas. Em alguns casos, e não raros, os protocolos de avaliação da linguagem são utilizados como forma de roteirizar um fato que já é observável, seja pelo fonoaudiólogo, médico, familiares, ou mesmo pelo próprio indivíduo, que, em certas condições, reconhece suas diculdades.

Os resultados obtidos com base nesses protocolos passam a legitimar as circunstâncias em que o discurso está sendo produzido/interpretado. Por outro lado, a falta da aplicação de um instrumento formal de investigação para esses casos torna inviável o estabelecimento de um diagnóstico objetivo. A clínica fonoaudiológica que atua nessa dimensão tem utilizado alguns protocolos que, em sua maioria, foram elaborados nos idiomas inglês e francês e, adequadamente, traduzidos para o idioma Português. No entanto, entende-se que as diferenças, ou seja, os parâmetros individuais de cada língua, que inter

-ferem e determinam o processamento das informações no cérebro humano, não devam ser desconsid -erados.

Testes tradicionais, como os de Goodglass & Kaplan (1983), Schuell (1955), Luria (1970), Sarno (1969), entre inúmeros outros indicadores, são utilizados como instrumentos de detecção das violações na produção e/ou interpretação da linguagem. As tarefas propostas incluem a capacidade de nomear, produzir sentenças, repetir elementos de menor ou maior complexidade e identicar argumentos semân

-ticos, desta forma, propondo-se a alcançar todos os níveis considerados verbais e/ou não verbais. Se observarmos os critérios de análise e padronização dos resultados, podemos identicar os propósitos pelos quais esses testes foram elaborados. Reconhecendo as diferentes épocas em que foram produzi

-dos, entendemos que as condições e parâmetros das tarefas idealizadas foram instrumentos inovadores para o entendimento da forma como a linguagem se ordenava no cérebro humano. Portanto, como taxo

-nomia de um fenômeno linguístico-cognitivo, os scores obtidos proporcionavam o estabelecimento de uma nova visão para um problema, até então, de difícil solução.

Durante alguns anos, os estudos fonoaudiológicos das afasias aderiram a essas condições de mensuração. A abrangência dos testes internacionais somados à informação clínica-médica sobre a origem do problema afásico compunha e determinava os procedimentos de recuperação da linguagem. Dentre todos os argumentos defendidos em favor de uma classicação dos sintomas, e a partir dela, o consequente diagnóstico – em alguns casos, por exclusão –, as afasias receberam várias nomenclaturas, que pouco contribuíam para uma terapêutica eciente, objetiva e rápida. Os sintomas que receberam tratamento linguístico (parafasias, perseverações, jargões, agramatismo, ecolalia etc.) compunham uma série de fenômenos que determinavam a forma de exibição do problema e, assim, poderiam categori

-zar um tipo ou subtipo afásico. De certa forma, esses critérios de classicação, diagnóstico e acom

-panhamento deixaram de lado o que, na verdade, justicava todo esse empreendimento. Se a afasia é um problema na linguagem, entendida como impedimento de comunicação, por meio da utilização de elementos de uma dada língua, então, muitos fatores linguísticos foram deixados de lado, compromet

-endo o entendimento do acesso e processamento dessas informações. É claro e determinante que as afasias são decorrentes de dano do material neurológico e, nesses casos, torna-se impossível assumir essa manifestação sem privilegiar esse conhecimento. A ênfase dada apenas a essa circunstância clínica distanciou o aspecto do conhecimento linguístico em situações discursivas.

A prática fonoaudiológica está comprometida com ambas as situações etiológicas, porém, o material de investigação disponível é composto por critérios determinados por um instrumental orig

(13)

Parte I

12

emissão isótopos) e/ou por um modelo de linguagem independente da sua referência teórica. Entender que a observação da imagem cerebral determina e informa o local da lesão deve ser ponto de partida da análise. O rastreamento cerebral, sem a menor dúvida, torna explícita a alteração siológica, mas não indica se há ou não um quadro afásico. Em outras palavras, a imagem cerebral permite, com grande segurança, a visualização do estado e condições físicas da massa cerebral. Entretanto, muitas vezes, essa possibilidade se confunde como “determinismo” para o diagnóstico afásico. Se, por exemplo, essa análise siológica considera que a área de Broca (terceira circunvolução frontal ascendente – esquerda) seja responsável pela elaboração dos atos motores da fala, numa análise neurolinguística, essa mesma área e suas adjacências são responsáveis por parte da elaboração da sintaxe de uma língua (GRODZIN

-SKY 2000). O dinamismo que compõe a linguagem humana parece permanecer “estático” quando anali

-sado por uma vertente clínica, impondo-lhe um alto grau de responsabilidade, quando, na verdade, o que se manifesta é a alteração do funcionamento da comunicação. Para dar conta desse impedimento, apro

-pria-se, então, de uma análise que interfere tanto na modelagem clínica quanto num modelo indistinto sobre a linguagem. Uma condição teórica que privilegie a linguagem em uso ou a forma de habilitação de uma dada língua, independentemente de ser o pressuposto inato, cognitivo ou social, também oferece critérios metodológicos exatos e controlados, capazes de servir às necessidades da prática fonoaudi

-ológica em síndromes afásicas. Esses empréstimos não interferem na consolidação da responsabilidade de ser o fonoaudiólogo o prossional apto para conduzir a terapêutica com esses sujeitos. À medida que o “diálogo” se torna possível, não apenas como discurso interdisciplinar, mas também como criação de instrumentos ajustados e controlados cienticamente, talvez, uma nova forma de “pensar” as afasias possa ser frutífera para essa população.

Referências

ARDILA, A.; BENSON, F. Aphasia – A clinical perspective. Oxford: Oxford University Press, 1996. BENSON, D. F. Fluency in Aphasia: correlation with radioactive scan localization. Cortex, 3:373-394, 1967.

GOLDSTEIN, K. Language and language disturbances. New York, 1968.

GOODGLASS, H.; KAPLAN, E. The assessment of aphasia and related disorders. Philadelphia, 1983. GRODZINSKY, Y. The neurology of syntax: language without broca’s area. Tel-Aviv University, 2000. LICHTHEIM, L.On Aphasia. Brain, 7:433-484, 1885.

LURIA, A.R. Higher cortical functions in man. New York: Basic Books, 1966. _________. Traumatic Aphasia. Mouton: The Hague, 1970.

MCBRIDE, K. L.; WEISENBURG, T.S. Aphasia.New York: Hafner, 1935.

SARNO, M.T. The Communication Prole: Manual of directions. New York, 1969.

SCHUELL, H. Minnesota test for the differential diagnosis of aphasia. Minnesopolis: University of Min-nesota Press, 1955.

(14)
(15)

Parte II 14

Aspectos

Quantitativos e

Qualitativos da

Fala Afásica no

Português Brasileiro

Capítulo II

Ricardo Joseh Lima (Uerj)

Queila Castro Martins (UERJ - BIG-FAPERJ) Cláudia Cristina Nascimento (UERJ - BIG-FAPERJ) Elisabeth Maia Garrão (UVA - UERJ - COPAT 2006/2007)

(16)

15 Capítulo II - Aspectos quantitativos e qualitativos da fala afásica no português brasileiro

Introdução

E

ste capítulo traz os resultados de uma pesquisa iniciada em julho de 2007, com o objetivo de realizar observações quantitativas e qualitativas da fala afásica no Portu

-guês Brasileiro. Para tanto, adotaram-se como bases metodológicas as propostas de Saffran et al. (1989) e Rochon et al. (2000). Com isso, buscou-se prover a análise do

conceito de uência  (e suas ramicações) com dados que, por serem mensuráveis e obtidos a partir de instâncias concretas, podem auxiliar na decisão da classicação de um paciente afásico ou no agrupa

-mento de pacientes.

A seção 2 traz uma descrição das bases metodológicas utilizadas, bem como a motivação para sua utilização. Na seção 3, são apresentadas as etapas que constituíram a presente pesquisa e os resul

-tados gerais. A seção 4 encerra o capítulo com comentários sobre esse tipo de pesquisa, seus resul-tados e sua importância para o diálogo que pode ser desenvolvido entre Linguística e Fonoaudiologia.

Análise Quantitativa da Produção (AQP) Afásica

Procedimentos para a análise das narrativas

Participaram desta pesquisa os afásicos JM, RC e RP1 2. Para cada um, foi selecionado um

controle, que possuísse o mesmo perl etário e educacional do afásico. Para cada controle e afásico, foram elaboradas chas contendo informações sobre eles: iniciais (que cam no lugar do nome do par

-ticipante), idade, sexo, escolaridade, a data de gravação da narrativa, o bolsista que gravou, datas de transcrição e tempo da gravação. Segue um exemplo de cha de um controle e um afásico3:

1 Ver detalhes sobre idade, local da lesão, etiologia etc. no Apêndice.

2 Todos os sujeitos participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual armavam estar cientes dos objetivos da pesquisa e permitiam a divulgação dos resultados obtidos. Estes termos estão registrados na Comissão de Ética em Pesquisa (COEP) da Uerj, sob o número 067/2007.

3 As demais chas estão no Anexo deste capítulo. FICHA DE INFORMANTE – AFÁSICO JM Iniciais: JM

Idade: 58 anos Sexo: F

Escolaridade: 5ª série do EF Data de gravação: 17/10/2007 Bolsista: Queila Martins

Datas de transcrição: 06/11/2007 Tempo de gravação: 2.14 min Narrativa: Chapeuzinho vermelho

FICHA DE INFORMANTE – CONTROLE ZC Iniciais: ZC

Idade: 48 anos Sexo: F

Escolaridade: 5ª série do EF Data de gravação: 20/08/2007 Bolsista: Queila Martins

Datas de transcrição: 21/08/2007 Tempo de gravação: 3.45 min Narrativa: Chapeuzinho Vermelho

(17)

Parte II

16

Após as gravações realizadas com o auxílio de um gravador digital, partimos para uma outra etapa, que era a da transcrição e contagem de palavras dentro do tempo de narrativa do controle e tam

-bém do afásico. Nosso objetivo era encontrar cento e cinquenta palavras que servissem de teste para nossa pesquisa. Vejamos a transcrição total (contendo todas as palavras narradas) de um controle e um afásico:

Transcrição total controle ZC

“ Então era uma vez uma linda menina a sua mãe a amava muito então resolveu fazer um um gorrinho vermelho então ela foi apelidada de Chapeuzinho Vermelho a sua vó andava muito doente e a sua mãe muito atare- 

fada falou assim Chapeuzinho leva um uns docinho delicioso que eu z para tua vó então a Chapeuzinho Vermelho saiu e a mãe explicou lha você não não conversa com ninguém no bosque porque é muito perigoso então Chapeu - 

zinho Vermelho encontrou com um sua vó com o lobo e cou conversando com ele e o lobo tentou comê-la mas

aí ele pensou não eu vou se passar pelo eu vou eu vou pedir pra acompanhar ela mas num instante ela não aceitou então o lobo o lobo foi pelo caminho e a Chapeuzinho foi por ou tro sendo que o lobo pegou um caminh o mais curto e chegando lá na casa da vó da Chapeuzinho Vermelho ele bateu na porta e a vó pensando que era a Chapeuzinho Vermelho mandou entrar então ele avançou na vó da Chapeuzinho Vermelho e a engoliu e rapidamente ele colocou

as roupas da da vó da Chapeuzinho Vermelho e deitou na cama ngindo está muito doente então a Chapeuzinho Vermelho chegou e bateu na porta e a vó que na verdade era o lobo falou pode entrar é só tirar a tranca da porta e entrar então quando a Chapeuzinho Vermelho chegou ela estranhou porque é muito tempo ela não não a via né

visto a vó mas ela estranhou que este estava pouco diferente aí ela falou vó que olho tão grande que a senhora tá

aí ele falou assim é pra te ver melhor minha netinha aí mas que nariz que nariz tão grande que a senhora tá é pra te cheirar melhor minha netinha aí depois ela falou mas que boca tão grande vó aí o lobo se levantou falou é pra te comer melhor então a Chapeuzinho pulou saiu começou a gritar gritar pois pela sorte da Chapeuzinho Vermelho é

que ia passando um um caçador pelo bosque e escutou o grito da Chapeuzinho Vermelho então ele correndo aden adentrou pela casa e salvou a Chapeuzinho Vermelho do lobo e a ma matou o lobo e abriu a barriga do lobo e e tirou e tirou a vó que ele tinha engolido e e e todos foram felizes para sempre” 

NTP=397 

Transcrição total afásico JM

“é de (risos) (risos) É :: da vovó aí tinha a vovó arranjou o o o o outro como é o nome dele do (risos) também vou esquecer desse aqui né do do :: como é que é isso :: pera aí isso isso agora eu pensei aí ele vem aí ele quer quer os doce os doce entendeu aí o que que aconteceu a do a vovó a vovó pe :: jun sentou ela né aí pera aí deixa eu mostrar como acontece pra você aí a aí ela pegou o ra o o outro né aí pegou e falou assim não não eu quero eu (pausa) (aí) aí o o o o primeiro né primeiro não isso primeiro é a mãe primeiro é a a menina a meni na né aí vem vem ele né aí depois ele quer falar assim falar assim ah vovó a menina fala ah vovó oh vovó vou comprar umas doces pra você ah então tá aí quando o lo quando o lo é :: o que que aconteceu ele pegou a velhinha e se segurou

aí quando chegou na casa dela ela fala vovó vovó oh vovó aí quando foi isso veio veio um um senhor entendeu aí

ele pegou a ele pá matou ele foi isso é lindo eu adorava fazer essa história isso (risos) aí aí o que que aconteceu ela ela tirou aí vem a vovó e a menina entendeu aí pegou né os doces e tudo (risos)” 

NTP = 261

A transcrição total foi feita da seguinte forma: os bolsistas escutaram a gravação e tran

-screveram palavra por palavra proferidas pelo narrador. Todas as palavras foram transcritas elmente ao que foi dito. Sem haver neste momento preocupação com o que se diz, transcreve-se tudo que é

narrado.

(18)

-17 Capítulo II - Aspectos quantitativos e qualitativos da fala afásica no português brasileiro

viriam para o teste. Dentre as palavras que caram para análise(denominadas palavras de narrativa,

denidas como palavras que apresentam conteúdo proporcional para contagem e análise), seleciona

-mos, então, as primeiras cento e cinquenta. Desta etapa, retira-mos, então, o número de palavras total (NPT), o número de palavras de narrativa (NPN) e as cento e cinquenta primeiras palavras de narrativa. De todos esses números, ainda obtivemos o tempo da narrativa e marcamos o número de palavras por minuto de narração.

A exclusão das palavras após a transcrição foi feita, como dito anteriormente, seguindo alguns critérios especícos, que nos levaram a cortar alguns tipos de palavra, tais como: neologismos (A), respostas diretas a uma pergunta feita pelo pesquisador (B), comentários realizados pelo controle ou afásico (C), iniciadores habituais (D) de discurso (aí, então , entre outros), conjunções (E), introdutores

de discurso direto (F) e materiais reparados (repetições [G1], interrupções [G2], emendas [G3] e elabo

-rações [G4]).

Observe a seguir um exemplo de cada tipo de marcação para as palavras que foram excluídas: A (gou); B (a fada deu um vestido para a Cinderela  em resposta à pergunta O que a fada deu à Cindere-  la? ); C (como é o nome dele do...); D (entendeu); E (ele foi e  ele falou); F (a menina fala); G1 (a do a vó);

G2 (issoisso ); G3 (primeiro é não isso primeiro) e G4 (é de).

Com esta etapa, chegamos às transcrições com marcações dos tipos de exclusão que deveriam ser feitos. Ao lado de cada exclusão a ser feita, colocamos os números respectivos do tipo de exclusão. Observe, abaixo, um exemplo de texto marcado de um controle e de um afásico:

Transcrição com marcações - Controle ZC

“Então(D)  era uma vez uma linda menina a sua mãe a amava muito então(D)  resolveu fazerum(G2)  um gorrinho vermelhoentão(D)  ela foi apelidada de Chapeuzinho Vermelho a sua vó andava muito doente e a sua mãe muito atarefadafalou assim(F)  Chapeuzinho levaum(G2)  uns docinho delicioso que eu z para tua vó então(D)  a Chapeuzinho Vermelho saiu ea mãe explicou(F)  lha vocênão(G1)  não conversa com ninguém no bosque porque

é muito perigoso então(D)  Chapeuzinho Vermelho encontrou com um sua vó(G3)  com o loboe(E)  cou conver - 

sando com ele e o lobo tentou comê-la mas aí(D) ele pensou(F)  nãoeu vou se passar pelo(G3) eu vou(G2)  eu vou pedir pra acompanhar ela mas num instante ela não aceitouentão(D) o lobo(G1)  o lobo foi pelo caminho e a Chapeuzinho foi por outro sendo que o lobo pegou um caminho mais curto e chegando lá na casa da vó da Cha-  peuzinho Vermelho ele bateu na porta e a vó pensando que era a Chapeuzinho Vermelho mandou entrar então(D)  ele avançou na vó da Chapeuzinho Vermelho e a engoliu e rapidamente ele colocou as roupasda(G4)  da vó da

Chapeuzinho Vermelho e deitou na cama ngindo está muito doente então(D)  a Chapeuzinho Vermelho chegou e bateu na porta e a vó que na verdade era o lobofalou(F)  pode entrar é só tirar a tranca da porta e entrar então(D) 

quando a Chapeuzinho Vermelho chegou ela estranhou porque é muito tempo ela não(G1)  não a via né(D)  visto a vó mas ela estranhou que este estava pouco diferente  aí(D) ela falou(F)  vó que olho tão grande que a senhora táaí(D) ele falou assim(F)  é pra te ver melhor minha netinha aí(D)  masque nariz(G1)  que nariz tão grande que a

senhora tá é pra te cheirar melhor minha netinha  aí(D)  depoisela falou(F)  mas que boca tão grande vó aí o lobo se levantou  falou(F)  é pra te comer melhor então(D)  a Chapeuzinho pulou saiu começou a gritar gritar pois pela

sorte da Chapeuzinho Vermelho é que ia passando  um(G4)  um caçador pelo bosque e escutou o grito da Chapeu-  zinho Vermelhoentão(D)  ele correndoaden(G4)  adentrou pela casa e salvou a Chapeuzinho Vermelho do lobo e a 

ma(G4)  matou o lobo e abriu a barriga do loboe(G2) e tirou(G1)  e tirou a vó que ele tinha engolidoe e(G2)  e todos foram felizes para sempre” 

Nº de marcações = 41

Transcrição com marcações - Afásico JM

“É de(G4) ( risos ) ( risos )(D)  É :: da vovóaí(D)  tinha a vovó arranjou o o o(G1)  o outrocomo é o nome

dele do (C) ( risos )(D) também vou esquecer desse aqui(C)  né(D) do do (C) :: como é que é isso :: (C)  pera aí(D) isso(G2)  isso agora eu pensei(C) aí(D)  ele vemaí(D)  ele quer queros doce(G1)  os doceentendeu(D) aí(D) 

(19)

Parte II

18

o que que aconteceu(G4) a do a vovó(G1)  a vovópe :: (G3)  jun(G3)  sentou ela né(D) aí(D) pera aí(D) deixa eu

mostrar como acontece pra você(C) aí(D) a aí(D)  ela pegouo ra o(G3)  o outroné(D) aí(D) pegou e falou assim(F) 

não não(D) eu quero(G4) eu(G4) (pausa) (aí)(D) aí(D) o o o(G1) o(G4) primeiro(G1) né(D) primeiro é não isso primeiro(G3) é a mãe primeiro(G3) é(G3) a(G1) a menina(G1)  a menina né(D) aí(D)  vem vem ele né(D) aí(D) 

depois ele quer falar assim falar assim(F)  ah vovó a menina fala(F) ah vovó(G3)  oh vovó vou comprar umas

doces pra você ah  então(D) táaí(D) quando o lo quando(G1)  o lo é :: (G1) o que que aconteceu(C)  ele pegou a velhinha e se segurou aí(D)  quando chegou na casa dela ela fala(F)  vovó vovó oh vovóaí(D)  quando foi isso

veio(G1)  veio um(G1)  um senhorentendeu(D) aí(D) ele pegou a(G3)  ele pá matou ele foi isso lindo eu adorava

fazer essa história isso(C) (risos)(D) aí(D) aí(D) o que que aconteceu(C) ela(G1)  ela tirouaí(D)  vem a vovó e a meninaentendeu(D) aí(D)  pegouné(D)  os doces e tudo(risos)(D)” 

Nº de marcações = 77

Chegamos ao texto contendo apenas as palavras de narrativa (aquelas palavras que não são excluídas e que servem para análise do pesquisador). Os textos dos controles e afásicos passaram, então, de muitas palavras a um número bem menor. No caso dos afásicos, algumas transcrições das cento e cinquenta palavras são compatíveis às transcrições após cortes, devido ao baixo número de palavras de narrativa, não obtendo, muitas vezes, nem mesmo as cento e cinquenta:

Transcrição com cortes - Controle ZC

“ Era uma vez uma linda menina a sua mãe a amava muito resolveu fazer um gorrinho vermelho ela foi apelidada de Chapeuzinho Vermelho a sua vó andava muito doente e a sua mãe muito atarefada Chapeuzinho leva

uns docinho delicioso que eu z para tua vó a Chapeuzinho Vermelho saiu e lha você não conversa com ninguém no bosque porque é muito perigoso Chapeuzinho Vermelho encontrou com o lobo cou conversando com ele e o lobo tentou comê-la mas não eu vou pedir pra acompanhar ela mas num instante ela não aceitou o lobo foi pelo

caminho e a Chapeuzinho foi por outro sendo que o lobo pegou um caminho mais curto e chegando lá na casa da vó da Chapeuzinho Vermelho ele bateu na porta e a vó pensando que era a Chapeuzinho Vermelho mandou entrar ele avançou na vó da Chapeuzinho Vermelho e a engoliu e rapidamente el e colocou as roupas da vó da Chapeuzinho

Vermelho e deitou na cama ngindo está muito doente a Chapeuzinho Vermelho chegou e bateu na porta e a vó que na verdade era o lobo pode entrar é só tirar a tranca da porta e entrar quando a Chapeuzinho Vermelho chegou ela estranhou porque é muito tempo ela não a via visto a vó mas ela estranhou que este estava pouco diferente vó que

olho tão grande que a senhora tá é pra te ver melhor minha netinha mas que nariz tão grande que a senhora tá é

pra te cheirar melhor minha netinha depois mas que boca tão grande vó aí o lobo se levantou é pra te comer mel - 

hor a Chapeuzinho pulou saiu começou a gritar gritar pois pela sorte da Chapeuzinho Vermelho é que ia passando 

um caçador pelo bosque e escutou o grito da Chapeuzinho Vermelho ele correndo adentrou pela casa e salvou a Chapeuzinho Vermelho do lobo e matou o lobo e abriu a barriga do lobo e tirou a vó que ele tinha engolido e todos foram felizes para sempre” 

Nº de palavras de narrativa: 334 

Transcrição com cortes - Afásico JM

“ É :: da vovó tinha a vovó arranjou o outro ele vem ele quer quer os doce a vovó sentou ela ela pegou o outro a menina vem vem ele ah vovó oh vovó vou comprar umas doces pra você ah tá ele pegou a velhinha e se

segurou quando chegou na casa dela vovó vovó oh vovó quando foi isso veio um senhor ele pá matou ele foi isso ela tirou vem a vovó e a menina pegou os doces e tudo” 

(20)

19 Capítulo II - Aspectos quantitativos e qualitativos da fala afásica no português brasileiro

Observe-se, como dito, que, nos textos dos afásicos, não obtivemos as cento e cinquenta palavras requeridas, mas, mesmo assim, realizamos as análises e alcançamos nosso ideal primeiro: o de comparar suas narrativas às dos controles. O número menor de palavras não causou problemas ou diculdades em nossa pesquisa. Lembramos que, por razões de compreensão, entre os controles, há al

-gumas palavras acrescidas às cento e cinquenta, contendo em média cento e cinquenta, mas, em alguns casos, há algumas palavras a mais para completar o enunciado. Veja abaixo as palavras separadas para análise do controle ZC e do afásico JM:

Controle - ZC

“Era uma vez uma linda menina a sua mãe a amava muito resolveu fazer um gorrinho vermelho ela foi apelidada de ChapeuzinhoVermelho a sua vó andava muito doente e a sua mãe muito atarefada Chapeuzinho leva uns docinho delicioso que eu z para tua vó a ChapeuzinhoVermelho saiu e lha você não conversa com ninguém no bosque porque é muito perigoso ChapeuzinhoVermelho encontrou com o lobo cou conversando com ele e o lobo tentou comê-la mas não eu vou pedir pra acompanhar ela mas num instante ela não aceitou o lobo foi pelo caminho e a Chapeuzinho foi por outro sendo que o lobo pegou um caminho mais curto e chegando lá na casa da vó da ChapeuzinhoVermelho ele bateu na porta e a vó pensando que era a ChapeuzinhoVermelho mandou entrar ele avançou na vó da ChapeuzinhoVermelho e a engoliu e rapidamente ele colocou as roupas da vó da Chapeuz

-inhoVermelho”

AFÁSICO: JM

“É :: da vovó tinha a vovó arranjou o outro ele vem ele quer quer os doce a vovó sentou ela ela pegou o outro a menina vem vem ele ah vovó oh vovó vou comprar umas doces pra você ah ta ele pegou a velhinha e se

segurou quando chegou na casa dela vovó vovó oh vovó quando foi isso veio um senhor ele pá matou ele foi isso ela tirou vem a vovó e a menina pegou os doces e tudo”

Uma pequena observação na contagem das palavras é que palavras compostas são contadas como apenas uma. É o que ocorre com as palavras Chapeuzinho Vermelho , que são contadas como

apenas uma palavra. Após a fase de transcrição total, marcação, cortes e palavras nais, obtivemos a seguinte tabela para cada participante (controle ou afásico):

Controles

CM RM ZC

NPT 284 613 397

TEMPO NARRATIVA 2.36 MIN 5.20 MIN 3.45 MIN

NPT/TEMPO 112.2 115,66 105.86 NPN 260 566 334 EXCLUÍDAS 24 47 41 Afásicos RP JM RC NPT 216 261 243

TEMPO NARRATIVA 2.78 MIN 2.14 MIN 4.50 MIN

NPT/TEMPO 65.4 121,9 31,04

NPN 141 82 149

(21)

Parte II

20

Sendo:

NPT – número de palavras total;

Tempo de Narrativa – tempo que durou a narrativa;

NPT/TEMPO – o número de palavras tot al pelo Tempo de Narrativa; NPN – o número de palavras de narrativa s (obtidas depois das exclusões);

EXCLUÍDAS – o número de marcações de exclusão de acordo com os critérios vis tos acima. Note-se que nem sempre cada marcação contém somente uma palavra.

Resultados

Separamos as NPN em enunciados, denidos como conjunto de palavras que contivesse um sentido fechado; assim, não zemos a divisão baseada na denição tradicional de orações. A partir de então, demos início a um outro momento, que foi a fase da análise desses enunciados e classicação de cada tipo de palavra que compunha esses enunciados.

Os enunciados separados foram colocados em tabelas com os seguintes itens de classicação: tipo de enunciado em sentença (TE), tópico-comentário e outros; palavras de narrativa (PN); quantidade de palavras consideradas de classe aberta (substantivos, verbos, adjetivos e advérbios) (CA); quantidade de substantivos (S); número de substantivos que exigem artigo (Sart); número de substantivos que exigem artigo e estão precedidos de artigo (SART); número de pronomes (Pro); número de verbos (V); número de verbos principais (VP); número de verbos que deveriam estar exionados (Vf); número de verbos que es

-tão exionados (VF); taxa de auxiliares (cálculo de verbos que há em cada enunciado e relação entre eles) (AUX); número de sentenças encaixadas (subordinadas) (ENC); vericação de sentença gramatical (OK); número de constituintes do sintagma nominal (CSN) e verbal (CSV). Abaixo, demonstramos as tabelas de um controle e de um afásico, nas quais aparecem os dezesseis itens mencionados acima:

CONTROLE - ZC

ENUNCIADOS TE PN CA S Sart SART Pro V VP Vf VF AUX ENC OK CSN CSV

Era uma vez uma linda menina S 6 4 2 1 1 0 1 1 1 1 2 0 1 0 4

a sua mãe a amava muito S 6 3 1 1 1 0 1 1 1 1 2 0 1 1 2

resolveu fazer um gorrinho

vermelho S 5 4 1 1 1 0 2 1 1 1 3 0 1 1 4

ela foi apelidada de Chapeuzinho

Vermelho S 5 3 1 0 0 1 1 1 1 1 2 0 1 1 3

a sua vó andava muito doente S 6 4 1 1 1 0 1 1 1 1 2 0 1 1 3

e a sua mãe muito atarefada 0 6 3 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1  / / 

Chapeuzinho leva uns docinho

delicioso que eu z para tua vó S 11 6 3 2 2 1 2 1 2 2 4 1 1 1 6

a Chapeuzinho Vermelho saiu S 3 2 1 1 1 0 1 1 1 1 2 0 1 1 1

e lha você não conversa com nin

-guém no bosque porque é muito

perigoso S 13 5 2 0 0 0 2 1 2 2 5 1 1 1 7

Chapeuzinho Vermelho encontrou

com o lobo S 5 3 2 1 1 0 1 1 1 1 2 0 1 1 2

cou conversando com ele S 4 2 0 0 0 1 2 1 2 2 4 0 1 1 3

e o lobo tentou comê-la S 5 3 1 1 1 1 2 1 2 2 4 0 1 1 2

mas não eu vou pedir pra acom

-panhar ela S 8 4 0 0 0 1 3 1 1 1 5 1 1 1 4

mas num instante ela não aceitou S 6 3 0 1 1 1 1 1 1 1 3 0 1 1 2

o lobo foi pelo caminho S 5 3 2 2 2 0 1 1 1 1 2 0 1 1 2

e a Chapeuzinho foi por outro S 6 2 1 1 1 0 1 1 1 1 2 0 1 1 1

sendo que o lobo pegou um

(22)

21 Capítulo II - Aspectos quantitativos e qualitativos da fala afásica no português brasileiro

e chegando lá na casa da vó da Chapeuzinho Vermelho ele bateu

na porta S 13 7 4 4 4 1

2 1 2 2 4 1 1 1 2

e a vó pensando que era a Chapeu

-zinho Vermelho mandou entrar S 10 6 2 2 2 0 4 1 2 2 7 1 1 1 2

ele avançou na vó da Chapeuzinho

Vermelho S 6 3 2 2 2 1 1 1 1 1 2 0 1 1 3

E a engoliu S 3 1 0 0 0 1 1 1 1 1 2 0 1 1 2

E rapidamente ele colocou as roupas da vó da Chapeuzinho Vermelho

S 10 5 3 3 3 1 1 1 1 1 2 0 1 1 4

TOTAL 151 81 32 27 27 10 32 21 27 27 63 5 22 20 63

AFÁSICO - JM

ENUNCIADOS TE PN CA S Sart SART Pro V VP Vf VF AUX ENC OK CSN CSV

É :: da vovó / 3 1 1  / / /  1 1 1 1 2 / / / 2 tinha a vovó S 3 2 1 1 1  /  1 1 1 1 2 /  1  / 2 arrranjou S 1 1  / / / /  1 1 1 1 2 /  1 1 1 ooutro / 2 / / / / / / / / / / / / / /   ele vem S 2 1  / / /  1 1 1 1 1 2 /  1 1 1 ele quer S 2 1  / / /  1 1 1 1 1 2 /  1 1 1 quer os doce S 3 2 1 1 1  /  1 1 1 1 2 /  1 1 2

a vovó sentou ela S 4 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 /  1 1 2

ela pegou o outro S 4 1  /  1 1 1 1 1 1 1 2 /  1 1 2

a menina vem S 3 2 1 1 1  /  1 1 1 1 2 /  1 1 1

vem ele S 2 1  / / /  1 1 1 1 1 2 /  1 1 1

ah vovó, oh vovó vou comprar

umas doces pra você S 10 5 3 1  / / 2 1 1 1 3 /  1 1 3

ah tá  / 2 / / / / / / / / / / / / / / 

ele pegou a velhinha e se segurou S 7 3 1 1 2 1 2 2 2 2 4 /  1 2 4

quando chegou na casa dela S 5 2 1  / / /  1 1 1 1 2 /  1 1 3

vovó vovó oh vovó / 4 3 3 / / / / / / / / / / / /  

quando foi isso, veio um senhor S 6 3 1  / / / 2 1 2 2 4 1 1 1 3

ele pá matou ele S 4 1  / / / 2 1 1 1 1 2 /  1 1 2

foi isso S 2 2 / / /  1 1 1 1 1 2 /  1  / 2

ela tirou S 2 1  / / /  1 1 1 1 1 2 /  1 1 1

vem a vovó e a menina S 6 3 2 2 2 / 1  1 1 1 2 /  1 2 1

pegou os doces e tudo S 5 2 1 1 1  /  1 1 1 1 2 /  1 1 3

TOTAL 82 39 10 10 10 20 21 21 43 1 18 18 37

Todo o trabalho realizado até aqui e os que seguem foram feitos por duas bolsistas, para comparação e segurança de dados. Gravação, transcrição, classicação e demais tarefas foram feitas duas vezes, comparadas e, ainda, reclassicadas, mediante divergências. É importante ressaltar que as diferenças apresentadas foram de um número baixo.

Após a etapa das classicações de cada enunciado, partimos para uma nova etapa, de acordo com o texto de Rochon et al. (2000), que é a de classicação de acordo com treze itens. São números e cálculos baseados nas tabelas de classicação, como foi visto acima. Nessas tabelas, demonstramos números gerais e completos para cada controle e afásico.

(23)

Parte II

22

Os treze itens que compõem estas tabelas são os seguintes:

1. Taxa de classe fechada (palavras que são classicadas como classe fechada);

2. Taxa de artigos por substantivos (relação de substantivos que foram corretamente determi

-nados por artigos);

3. Proporção de pronomes nos enunciados; 4. Proporção de verbos utilizados;

5. Índice de exão dos verbos;

6. Elaboração de auxiliares (relação dos verbos entre si dentro dos enunciados); 7. Proporção de palavras por sentenças;

8. Proporção de sentenças bem formadas; 9. Elaboração estrutural das sentenças;

10. Índice de encaixamento (quantidade e relação das orações subordinadas com principais); 11. Média de palavras por enunciado;

12. Taxa de fala (palavras por minuto de narração); 13. Medida de esforço do falante.

Vale, aqui, apresentar as tabelas de treze itens de cada participante, controles e afásicos. En

-tendemos a importância de se apresentar a tabela nal de treze itens de todos os informantes (controles e afásicos) para questão de comparação e comprovação de nossa pesquisa. Abaixo, seguem as tabelas formuladas após o fechamento das tabelas de classicação de enunciados de cada pesquisado:

 Controles

Tabela dos Treze Itens - CM

TaxadeCF 0,42 Taxa de Artigos/Substantivos 1 Proporção de Pronomes 0,1 Proporção de Verbos 0,53 Índice de Flexão 1 Elaboração de Aux 2,11

Proporção de Palavras em Sentenças 0,98 Proporção de Sentenças Bem Formadas 0,94 Elaboração Estrutural das Sentenças 4,55

Índice de Encaixamento 0,38

Média de Palavras do Enunciado 8,44

Taxa de Fala 101,92

Medida de Esforço 0,93

Tabela dos Treze Itens - RM

TaxadeCF 0,43 Taxa de Artigos/Substantivos 1 Proporção de Pronomes 0,06 Proporção de Verbos 0,39 Índice de Flexão 1 Elaboração de Aux 2,35

Proporção de Palavras em Sentenças 0,98 Proporção de Sentenças Bem Formadas 0,93 Elaboração Estrutural das Sentenças 5,9

Índice de Encaixamento 0,43

Média de Palavras do Enunciado 10,12

(24)

23 Capítulo II - Aspectos quantitativos e qualitativos da fala afásica no português brasileiro

Medida de Esforço 0,92

Tabela dos Treze Itens - ZC

TaxadeCF 0,46 Taxa de Artigos/Substantivos 1 Proporção de Pronomes 0,23 Proporção de Verbos 0,5 Índice de Flexão 1 Elaboração de Aux 2

Proporção de Palavras em Sentenças 0,96 Proporção de Sentenças Bem Formadas 0,95 Elaboração Estrutural das Sentenças 4

Índice de Encaixamento 0,22

Média de Palavras do Enunciado 6,86

Taxa de Fala 89,06

Medida de Esforço 0,82

Afásicos

Tabela dos Treze Itens - RC

Taxa de CF 0,31 Taxa de Artigos/Substantivos 1 Proporção de Pronomes 0,38 Proporção de Verbos 0,65 Índice de Flexão 1 Elaboração de Aux 1,26

Proporção de Palavras em Sentenças 0,92 Proporção de Sentenças Bem Formadas 0,86 Elaboração Estrutural das Sentenças 2,91

Índice de Encaixamento 0,08

Média de Palavras do Enunciado 4,02

Taxa de Fala 33,11

Medida de Esforço 0,57

Tabela dos Treze Itens - RP

TaxadeCF 0,36 Taxa de Artigos/Substantivos 1 Proporção de Pronomes 0,66 Proporção de Verbos 0,86 Índice de Flexão 1 Elaboração de Aux 1,75

Proporção de Palavras em Sentenças 0,84 Proporção de Sentenças Bem Formadas 0,82 Elaboração Estrutural das Sentenças 2,68

Índice de Encaixamento 0

Média de Palavras do Enunciado 4,7

Taxa de Fala 62.42

(25)

Parte II

24

Tabela dos Treze Itens - JM

TaxadeCF 0,52 Taxa de Artigos/Substantivos 1 Proporção de Pronomes 0,37 Proporção de Verbos 0,56 Índice de Flexão 1 Elaboração de Aux 1,15

Proporção de Palavras em Sentenças 0,9 Proporção de Sentenças Bem Formadas 0,81 Elaboração Estrutural das Sentenças 3,07

Índice de Encaixamento 0,05

Média de Palavras do Enunciado 4,55

Taxa de Fala 38,31

Medida de Esforço 0,31

Agora, de forma esquematizada, e para melhor visualização das comparações que podem ser traçadas entre a fala afásica e a dos controles, apresentamos uma tabela única, com os 13 itens e os grácos de cada um deles:

Afásicos Controles Itens RP JM RC Itens RM ZC CM 1 0,36 0,52 0,31 1 0,43 0,46 0,42 2 1 1 1 2 1 1 1 3 0,66 0,37 0,38 3 0,06 0,23 0,1 4 0,86 0,56 0,65 4 0,39 0,5 0,53 5 1 1 1 5 1 1 1 6 1,75 1,15 1,26 6 2,35 2 2,11 7 0,84 0,9 0,92 7 0,98 0,96 0,98 8 0,82 0,81 0,86 8 0,93 0,95 0,94 9 2,68 3,07 2,91 9 5,9 4 4,55 10 0 0, 05 0,08 10 0,43 0,22 0,38 11 4,7 4,55 4,02 11 10,12 6,86 8,44 12 62,42 38,31 33,11 12 106,19 89,06 101,92 13 0,68 0,31 0,57 13 0,92 0,82 0,93

(26)

25 Capítulo II - Aspectos quantitativos e qualitativos da fala afásica no português brasileiro

(27)

Parte II

(28)

27 Capítulo II - Aspectos quantitativos e qualitativos da fala afásica no português brasileiro

(29)

Parte II

(30)

29 Capítulo II - Aspectos quantitativos e qualitativos da fala afásica no português brasileiro

Resultados e Comentários

O intuito deste capítulo foi apresentar os resultados gerais de uma pesquisa que investiga o conceito de uência nas afasias. O termo “gerais” refere-se aos números superciais, não trabalhados, gerados pelas classicações realizadas de acordo com a proposta metodológica apontada na Introdução. Com isso, não se pensou em realizar um trabalho que pudesse ser comparado com os realizados por grupos de pesquisa que se aprofundam em análises dos resultados. Qual foi, então, o real intuito deste capítulo?

Pode-se dizer que foi trazer à tona a discussão sobre uma opção metodológica de denição do conceito de “uência”. Ao levantar a hipótese de aspectos morfológicos, sintáticos e outros relacionados à taxa de palavras por minuto, este estudo deseja fornecer ferramentas para que se possa pensar em uma prática de conceitualizar uência. Essa prática reete a disposição do diálogo entre Fonoaudiologia e Linguística, que pode ser realizado a contento. Desse modo, de posse de tal proposta metodológica, o fonoaudiólogo pode detalhar melhor o perl de seu paciente e entender o foco de seus problemas. Ao se apresentar a divisão entre morfologia e sintaxe, poderá o fonoaudiólogo observar qual desses níveis encontra-se mais afetado em determinado paciente. Além disso, uma vez tendo descrito o desempenho de determinado paciente, pode-se pensar em proceder a uma análise de grupos de pacientes, com a nalidade de vericar se alguns sintomas (como problemas exclusivamente sintáticos, por exemplo) ocorrem com frequência ou não. Agindo desse modo, o fonoaudiólogo ainda estará contribuindo com as pesquisas linguísticas, uma vez que terá um conjunto de dados signicativos que servirão de base para o renamento das classicações e dos critérios a serem adotados em futuras pesquisas. Nesse ponto, o linguista pode fornecer novas propostas metodológicas, partindo da contribuição do fonoaudiólogo, fechando e continuando o diálogo produtivo entre essas duas áreas.

Referências

ROCHON, E., SAFFRAN, E., BERNDT, R., SCHWARTZ, M. (2000). Quantitative analysis of aphasic sen

-tence production: further development and new data. Brain and Language 72: 193-218.

SAFFRAN, E. M., BERNDT, R. S., SCHWARTZ, M. F. (1989). The quantitative analysis of agrammatic pro

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Parte II

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Nomeação de

guras por afásicos

no português

brasileiro

Capítulo III

Ricardo Joseh Lima (Uerj)

Daniele Caiafa Rosa (Uerj - Extensão) Juliana da Adauto Pereira (Uerj - Extensão) Solange Iglesias de Lima (UVA - Proatec - Uerj)

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31 Capítulo III - Nomeação de guras por afásicos no por tuguês brasileiro

Introdução

E

ste capítulo traz os resultados de uma pesquisa iniciada em fevereiro de 2008 com o objetivo de avaliar habilidades de nomeação de guras em falantes afásicos. Sua preo

-cupação central foi construir um material que estabelecesse as bases para pesquisas mais aprofundadas, que consigam se aprofundar na análise da seletividade dos erros cometidos pelos afásicos nesse tipo de tarefa.

A seção 2 descreve os aspectos metodológicos da pesquisa e, na seção 3, apresentamos os resultados. A seção 4 encerra o capítulo com comentários gerais a respeito desse tipo de pesquisa.

Metodologia

Nesta seção, serão apresentadas algumas considerações sobre a metodologia que serviu de base a esta pesquisa. Em primeiro lugar, no próximo item, é apresentada a descrição dos materiais, em seguida, os sujeitos e, por m, detalhamos os procedimentos de aplicação do teste.

Materiais

Para confecção do teste de nomeação, foram elaboradas 19 categorias, cada qual com 8 nomes correspondentes, totalizando, portanto, 152 desenhos. Essa quantidade de desenhos foi necessária para que se tivesse um número razoável de nomes em cada categoria. Caso houvesse um baixo número (ap

-enas dois ou três) em cada categoria, em caso de erro pelo afásico, não se poderia concluir se o afásico tem problemas em nomear elementos de determinada categoria. A tabela com as categorias e os nomes está na Terceira Parte deste livro.

Durante a elaboração das categorias, algumas palavras foram pensadas, mas, depois, retiradas do material por serem consideradas raras ou difíceis de desenhar. Esse foi o caso da palavra PRESUNTO, que ao ser desenhado, cou difícil de ser reconhecido, e das palavras CAMALEÃO e LAGARTIXA, que quando desenhados, tiveram difícil reconhecimento por não haver diferenças marcantes à primeira vista

entre estes animais.

Em outra situação, categorias inteiras tiveram que ser unidas, transformando-se em uma nova categoria. Foi o caso das categorias dos ANFÍBIOS e dos RÉPTEIS, que se uniram na categoria OUTROS. Essa união foi necessária porque não se conseguiu preencher a quantidade estipulada de oito nomes que obedecessem aos critérios de frequência e identicabilidade por categoria.

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Parte II

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Para a confecção do material, foram pesquisados outros testes de moldes parecidos, como o conhecido teste da ABFW (ANDRADE, BEFI-LOPES, FERNANDES & WERTZNER, 2000), que, no entanto, foi elaborado de modo a ser voltado para crianças, o teste de BOSTON (GOODGLASS & KAPLAN, 1972) e o teste “dos 400” (CYCOWICZ et al., 1997), que além de apresentar desenhos de difícil reconhecimento, continha palavras com certo distanciamento cultural, como, por exemplo, as palavras LUVA DE BASE

-BALL, CAPACETE DE FUTEBOL AMERICANO, TACO DE BASEBALL etc.

Com as categorias já completas e denidas, buscou-se uma pessoa para desenhar os objetos. A aluna da Uerj Elaine Mendes da Silva aceitou o trabalho e confeccionou de forma manual os desenhos, que depois foram passados para o computador pelo processo de digitalização de imagens, por meio de umscanner .

Sujeitos

A pesquisa contou com dois grupos de participantes. O primeiro, composto pelos não afásicos (controles), os quais nos ofereceram instrumento para comparação do desempenho dos pacientes afási

-cos, ao passo que o segundo grupo corresponde aos sujeitos investigados.

O grupo de afásicos participante nesta pesquisa é formado por três homens e duas mulheres. Para preservar suas identidades, eles serão identicados como CL, RC, ZB, CS e RP4 5.

Os controles foram divididos em dois grupos, sendo o primeiro de 32 alunos universitários (es

-tudantes de Letras) e o segundo, de cinco que têm perl semelhante aos dos pacientes afásicos. Foram, portanto, SA, do sexo masculino, na idade de 53 anos e Ensino Médio; RQ, homem, 54 anos, Nível Médio; EX, mulher, 49 anos, Ensino Médio; CQ, mulher, 50 anos, Nível Médio; WJ, homem, 21 anos, Nível Mé dio. O primeiro grupo foi criado para avaliar se havia guras que estariam causando diculdades na nomea

-ção e se havia nomes alternativos ao que havíamos pensado para as guras. Assim, por exemplo, a gura do ”tomate” levou a um número razoável de incertezas (com muitos nomeando-a como “abóbora”), e a gura da ”salsicha” foi nomeada como “cachorro-quente”, que passou a ser aceito como nome correto. Com isso, pôde-se aplicar o teste ao segundo grupo e, em seguida, aos afásicos.

Procedimentos de aplicação

Com o objetivo de evitar repetição de erros na nomeação das guras devido a cansaço dos participantes, elaboraram-se quatro arquivos nos quais as guras apareciam organizadas de maneiras diferentes. Estes arquivos foram nomeados COND. O total de guras era de 152, e na COND. 1, estavam organizadas sequencialmente de 1-76 e de 77-152. A COND. 2, tinha as guras distribuídas de 1-76 e de 152-77. Na COND. 3, a sequência era de 76-1 e de 77-152. Finalmente, na COND. 4, apresentavam-se de 76-1 e de 152-77. Desta maneira, na aplicação da avaliação, as sequências eram distribuídas de acordo com o número de participantes, para que não houvesse excesso de aplicação de uma mesma sequên -cia.

Todas as avaliações foram aplicadas por estudantes de Letras bolsistas do PLCD e gravadas em áudio, para posterior avaliação da nomeação.

O material foi inicialmente apresentado aos 32 controles (estudantes universitários), na sala do PLCD, na Uerj. Para a maioria, foi dividido em duas etapas: a primeira até a metade da apresentação, e a segunda até o m, havendo um pequeno intervalo, de aproximadamente 5 minutos, entre uma e outra. O tempo de duração das gravações foi, em média, de 6 min 29 seg.

4 Ver detalhes sobre idade, local da lesão, etiologia etc. no Apêndice.

5 Todos os sujeitos participantes assinar am um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual armavam estar cientes dos objetivos da pesquisa e permitiam a divulgação dos resultados obtidos. Estes termos estão registrados na Comissão de Ética em Pesquisa (COEP) da Uerj, sob o número 067/2007.

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33 Capítulo III - Nomeação de guras por afásicos no por tuguês brasileiro

Para os controles RQ, AS, WJ, EX e CQ, as avaliações foram feitas em suas residências, e buscou-se um ambiente tranquilo, protegido de barulho e ruídos, com o objetivo de não desviar a aten

-ção dos participantes e tampouco comprometer a qualidade da grava-ção. Antes de iniciar as sessões, o objetivo da pesquisa e a relevância de suas participações foram esclarecidos para estes controles. Além disso, visto que nenhum deles conhecia o termo afasia, e todos queriam saber se havia a possibilidade de serem afásicos, aproveitou-se o momento para elucidar dúvidas sobre o quadro clinico de pacientes afásicos. Posteriormente, explicadas as etapas, foram informados de que seriam gravados e da neces

-sidade do preenchimento e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

Todos os controles optaram por não fazer o intervalo na apresentação e prosseguiram a aval

-iação em uma única etapa. O controle RQ concluiu em 5min 47s, AS, em 8min 26s e WJ, em 7min 44s. As mulheres EX e CQ efetuaram em 7min 03s e 5min 31s, respectivamente.

Os encontros com os afásicos foram na própria clínica onde faziam seus tratamentos. As ses

-sões para aplicação da avaliação eram individuais e conduzidas por um estudante de Letras.

O período de aplicação e a quantidade de sessões necessárias para o encerramento da aval

-iação variaram de acordo com o desempenho e vontade (pois tinham a liberdade de pedir para encerrar a avaliação no momento em desejassem) de cada paciente. A participante RC concluiu em apenas uma etapa, em uma sessão de 11min 57s, enquanto o CL, em duas etapas, que duraram somadas 16min 41s, pois este se serviu de um intervalo de aproximadamente 4 min. E a participante ZB, em uma sessão com um pequeno intervalo entre uma sequência de slides e outra, realizando por completo em 26min 33s.

Os outros dois participantes precisaram de duas sessões, em dias alternados, para concluir a avaliação. Ambos utilizaram um intervalo de aproximadamente cinco minutos entre cada etapa. O paciente CM concluiu em duas etapas, com o total de 26min 72s. RB realizou em quatro etapas, sendo a primeira sessão dividida em duas etapas, somando 27min 11s, e a segunda sessão, também em duas etapas, que totalizaram 51min 63s.

Resultados

Como apontado na Introdução, não foi o objetivo desta pesquisa realizar análises e aprofunda

-mentos dos resultados aqui obtidos. Seu intuito foi o de enfatizar as práticas metodológicas que surgem do diálogo entre a Linguística e a Fonoaudiologia e direcionar análises de resultados a partir dessa par -ceria.

Desse modo, nos limitamos a apresentar de forma geral e esquematizada alguns resultados, que serão comentados brevemente, em particular:

Nomes que levaram ao erro

Na tabela 1, observamos os nomes, separados por categoria, que levaram os participantes da pesquisa a cometerem erros em sua nomeação. Os nomes que estão em negrito levaram ao erro tanto controles quanto afásicos; os que estão sem formatação levaram ao erro apenas os afásicos.

Tabela 1 – Nomes que levaram ao erro

Alvo Quantidade Categoria

Tucano 2 Aves Pombo 1 Aves Pica-pau 2 Aves Beija-or 1 Aves Pinguim 1 Aves Patins 1 Brinquedos

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Gangorra 1 Brinquedos

Pião 1 Brinquedos

Dominó 1 Brinquedos

Chuveiro 3 Objetos do lar

Pia 1 Objetos do lar

Colher 1 Objetos do lar

Machado 3 Ferramentas

Chave de fenda 2 Ferramentas

Hospital 2 Imóveis

Estádio 2 Imóveis

Escola 1 Imóveis

Violino 2 Instrumentos musicais

Sanfona 1 Instrumentos musicais

Pandeiro 1 Instrumentos musicais

Ovelha 1 Animais domésticos

Gato 1 Animais domésticos

Tigre 2 Animais selvagens

Golnho 2 Animais marinhos

Lagartixa 1 Animais (outros)

Orelha 1 Partes do corpo

Cozinheiro 1 Prossões

Policial 1 Prossões

Calça 2 Roupa

Saia 1 Roupa

Camisa 1 Roupa

Metrô 1 Meios de transporte

Pente 1 Objetos de uso pessoal Escova de dente 1 Objetos de uso pessoal

Chuchu 1 Vegetais

Detalhamento dos erros dos afásicos

Na tabela 2, são apresentados os erros cometidos por cada afásico. Considerou-se erro so

-mente a nomeação que não era idêntica à esperada e que não era fruto de problemas no desenho do nome ou que fosse um nome alternativo. Assim, as nomeações do “tomate” como “abóbora” e de “quadro ne

-gro” como “professor” não foram contadas como erros. Essa decisão também valeu para as respostas fornecidas pelos indivíduos controles.

Tabela 2 – Erros cometidos pelos afásicos

Alvo Erro Afásico

Golnho Peixe CL Pandeiro Tamborim CL Chuchu Fruta CL Policial Caçador CL Chuveiro Banheiro CS Calça Jeans CS Patins Patinete CS Violino Violão CS Golnho Foca CS Sanfona Piano CS

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35 Capítulo III - Nomeação de guras por afásicos no por tuguês brasileiro

Tucano Arara CS Machado Martelo CS Pombo Passarinho CS Pente Escova CS Ovelha Zebra CS Hospital Médico CS Pica-pau Passarinho CS Tigre Pantera CS Cozinheiro Restaurante CS Chuveiro Guarda-chuva RC Violino Violão RC Tucano Pica-pau RC Machado Martelo RC

Hospital Ambulância c/ cara na cadeira RC

Pica-pau Papagaio RC

Tigre Onça RC

Gangorra Brinquedo RC

Escova de dente Pasta RC

Estádio Futebol RC

Pião Brinquedo RC

Pia Água com copo RC

Colher Panela RC

Lagartixa Besouro RC

Chave de fenda Gira fenda RC

Dominó Brinquedo RC Beija-or Pica-pau RC Gato Onça RC Chuveiro Chuva RP Calça Roupa RP Machado Pá RP Estádio Bola RP

Chave de fenda Chaves RP

Saia Roupa RP

Metrô Direto RP

Escola Os meninos andando para lá, para comer RP

Camisa Roupa RP

Orelha Olho RP

Pinguim Pinto RP

Frequência dos nomes do teste

A título de ilustração, seguem as médias e medianas das frequências dos nomes que formaram cada categoria. As frequências foram obtidas a partir do corpus  NILC/São Carlos (disponível na Internet,

no endereço http://www.linguateca.pt/acdc/, acessado em novembro de 2008):

Tabela 3 - Médias e medianas das frequências dos nomes que formaram cada categoria

Categorias Média Mediana

Imóveis 5079,375 3131

Prossões 3387 1974

Meios de transporte 3071,875 1176,5

Partes do corpo 2534,125 1598,5

Referências

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