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Se Eu começasse Meu Ministério De Novo - John M. Drescher

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Academic year: 2021

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e Novo...

J o h n M.

D re& cher

Recém-Ordenado

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(2)

Se Eu

C om eçasse

M eu M in is té rio

(3)

Se Eu

Começasse

*

Meu Ministério

De Novo

John M. Drescher

Editora Cristã Unida

Rua Taquaritinga, 118 13.036-530 Campinas - SP

(4)

Se Eu Começasse Meu Ministério de Novo

Traduzido do original em inglês:

I f l Were Starting M y Ministério de Novo Abingdon Press

Copyright © 1995 Abingdon Press Copyright © 1997 Editora Cristã Unida

Publicado no Brasil com a devida autorização. EDITORA CRISTÃ UNIDA

Rua Taquaritinga, 118 Jardim Nova Europa

13.036-530, Campinas, São Paulo Fone/Fax (019) 234-5194

Impresso nos Estados Unidos da América

Tradução: Rubens Castilho Capa: Valdir Ribeiro Guerra Desenhos: Jaziel Botelho

(5)

CONTEÚDO

1.

Eu procuraria ser mais disciplinado no cultivo da minha própria vida espiritual.

Página 13

2.

Eu procuraria dedicar muito mais tempo ao estudo e pregação da Escritura.

Página 25 3.

Eu procuraria tomar meu ministério mais centralizado em Cristo.

Página 31 4.

Eu procuraria lembrar que não é minha eloqüência, e sim a habilitação do Espírito Santo, que cumpre

o propósito de Cristo em meu ministério. Página 39

5.

Eu procuraria ter em mente que, a despeito de todas as suas falhas,

a igreja é o Corpo de Cristo realizando a obra de Deus no mundo.

Página 45

6.

Eu me empenharia em orientar e

equipar cada membro para a obra do ministério.

Página 53 7.

Eu procuraria e incentivaria a formação de centros criativos. Página 56

8.

Eu daria uma ênfase preponderante à oração. Página 59

(6)

9.

Eu procuraria sempre lembrar-me de que meu chamado não é para controlar a fé das pessoas, mas para

amá-las dentro do reino de Deus.

Página 65

10.

Eu procuraria estar sempre cônscio de que Deus está operando, geralmente em pessoas, lugares e programas,

nos quais eu menos espero que Ele esteja agindo.

Página 71

11.

Eu procuraria sempre lembrar que estou ministrando somente fora do transbordamento, e que o fruto é produzido

somente com base num novo crescimento. Página 77

12.

Eu seria fortemente atraído para a plantação de igreja, e não para uma congregação estabelecida.

Página 83 13.

Eu procuraria ser mais disciplinado na prática do

contato pessoal através da visitação ao rebanho.

Página 87 14.

Eu tomaria cuidado com certas armadilhas do ministério. Página 96

Mais Sabedoria... Página 97

Notas Página 107

(7)

Prefácio

p

JL or vários anos, especialmente os pastores mais jovens, e tam bém aqueles que se preparam para o m inistério, me incentivaram a escrever Se Eu Começasse Meu Ministério de

Novo. Não há dúvida de que este título foi sugerido pelos meus

dois livros anteriores, Se Eu Começasse Minha Família de Novo (Editora Cristã Unida) e Se Nós Começássemos Nosso Casamento

de Novo (edição brasileira tem o título Começar de Novo, Editora

Mundo Cristão).

O que se segue resultou também de minha própria busca e necessidade. Aqui estão apontamentos sobre o que me parece importante quando me ponho a considerar onde deveria colocar a ênfase, se tivesse de começar meu ministério de novo. Eles também abordam pontos que eu teria desejado que alguém compartilhasse comigo quando iniciei meu ministério. Talvez eles tenham sido compartilhados numa extensão maior do que imagino agora. Muitas coisas não são aplicáveis até que se chegue a situações relevantes na vida.

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10 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

ou supervisor de congregações em três diferentes jurisdições, e como professor de seminário durante uma década. Atuei também como editor de uma revista semanal de uma denominação por aproximadamente doze anos. Além disso, tem sido para mim um privilégio falar a centenas de congregações e grupos de ministros que ultrapassam as linhas denom inacionais— católicas e protestantes— e em tais contatos os ministros têm perguntado: “O que você faria se estivesse começando de novo?”

Por experiência, sei que há fases desfavoráveis no ministério. Depois de vários anos, um ministro pode experimentar uma depressão que chega a pôr à prova seu chamado e compromisso. O entusiasmo de entrar no ministério pode dissipar-se quando não vemos concretizar-se o grande crescimento que esperávamos ou porque não alcançamos nossas metas. Na meia-idade, quando a família deslancha e outras responsabilidades se tomam pesado ônus, o ministro tende a ficar desanimado ou pensa em pastos mais verdes. A meia-idade é uma crise em que buscamos novamente nossa identidade e fazemos perguntas sobre o restante da nossa vida. É um grande momento para tomar um rumo mais reanimador e retomar aos fundamentos.

William Nelson, em Ministry Formation fo r Effective Leader-

ship (Formação Ministerial para Liderança Eficaz), leva-nos a

retomar a alguns desses fundamentos. “Que impulso motivou sua vocação cristã? Qual é a meta que orienta sua formação para o ministério neste momento? É uma dedicação ao estudo da Bíblia, da história da igreja, ou da teologia cristã, para que se tome um professor mais eficiente? É uma paixão pela reforma da estrutura que controla nossa sociedade, de modo a tomá-la possível para que todas as pessoas se tomem verdadeiramente humanas? E um desejo de edificar o Corpo de Cristo como uma comunidade reconciliadora da fé, objetivando a evangelização do mundo? A

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PREFÁCIO 11

capacidade crítica para a auto-reflexão o ajudará a articular as metas que pretende estabelecer para tomar-se um líder pastoral eficaz.” 1

As oportunidades e alegrias a mim proporcionadas no ministério cristão foram além das minhas expectativas. É certo que, no curso de todo o trabalho, houve tempos difíceis. Porém o ministério cristão, para mim, foi entremeado de desafios e altamente satisfatório. Nenhum outro ofício abrange todos os níveis da existência, do nascimento até à morte. Nenhum outro trabalho absorve com mais intensidade os profundos sofrimentos e as supremas alegrias da vida. Nenhum outro serviço compartilha mais plenamente os tropeços e os sucessos das pessoas.

Apesar das fraquezas e falhas da igreja, ela ainda se constitui num grupo que demonstra neste mundo o maior amor, sacrifício e abnegação. E mesmo aqueles que não reconhecem a pessoa de Cristo usufruem as bênçãos e benefícios do espírito e impacto da ação cristã.

Em face disto, como alguém que já se encontra na quinta década de seu ministério, permito-me expor algumas coisas que resultaram em grandes bênçãos, falar de alguns pontos que deveriam ser fortalecidos, bem como comentar sobre alguns atos ministeriais que eu faria de modo diferente, caso me fosse possível realizá-los de novo.

O que pretendo apresentar não se propõe a ser uma resposta para cada ministro. Cada um deles deve buscar e apreender o que Deus lhe está dizendo, onde se situa sua própria vocação, como ela ocorreu. Uma pessoa não pode fazer todas as coisas, por isso cada um deve, sob a direção divina, ser e fazer o que o chamado de Deus lhe impõe, e descobrir os pontos fortes e fracos, procurando, em ambos os casos, a bênção de Deus.

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.eu procuraria ser mais disciplinado

no cultivo da minha própria vida e spiritual

D

- L / epois [Jesus] subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então designou doze— [os quais constituiu apóstolos]—para estarem com ele e para os enviar a pregar, e a exercer a autoridade de expelir demônios” (Marcos 3.13-15).

Esta experiência de estar “com Cristo” e praticar sua presença para o desenvolvim ento de m inha vida in terio r não foi suficientemente ressaltada durante minha preparação teológica. Apenas um ou dois professores me deram a impressão de que tinham uma vida devocional profunda, uma intimidade com Cristo que me deixaram a sensação de terem vindo da presença do Senhor, ou de terem uma vida de oração tão vibrante e vital que a traziam para dentro da sala de aula.

Decidi-me pelo ministério com um claro sentido de vocação e excitação para ser ministro de Cristo e da igreja. Entretanto, levei algum tempo para aprender que o fruto é produzido somente com

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14 SE EU COMEÇASSE M EU M INISTÉRIO D E NOVO

base num novo crescimento e que a Palavra que tenho de comunicar deve primeiro tomar-se came em mim. Ficou claro para mim que Deus precisava produzir seu trabalho por meu intermédio.

N ão p asso u m uito tem po de p asto rad o p ara que eu compreendesse que precisava alimentar minha própria vida espiritual. Precisava nutrir minh’alma e conhecer o poder que deriva do ato de estar na presença de Cristo e de sua Palavra, em solidão, meditação, jejum e orações, se tivesse de realizar um trabalho espiritual e etemo, e se tivesse de satisfazer às profundas carências e clamores de pessoas que encontrava diariamente.

James N. McCutcheon afirma que um olhar de relance na vida pessoal de Jesus “proporciona pelo menos três impressões da prática habitual de nosso Senhor que fala diretamente à vida devocional do ministro. Ele escolhia um momento e um lugar onde possivelmente não fosse interrompido. Ele não permitia que mesmo os que estavam mais próximos dele o importunassem no momento de oração. Não obstante, sua vida devocional estava sempre ameaçada e invadida pelas necessidades que o cercavam.”2 À medida que aprofundamos nosso relacionamento com Deus, nosso relacionamento com os outros também se aprofundam.

David J. Bosch resume a diferenciação apresentada por Lesslie Newbigin a respeito do “Modelo ‘Peregrino” e do “Modelo ‘Jonas” na vida espiritual. O peregrino sentiu a necessidade de fugir da “cidade pecaminosa”. Jonas teve de entrar na cidade, com todo o pecado e corrupção que nela havia. Bosch conclui: “Os dois eram absolutamente indivisíveis. O envolvimento neste mundo deve conduzir a um aprofundamento de nossa relação com Deus e nossa dependência dele, e o aprofundamento de nossa relação com Ele leva-nos ao crescente envolvimento com o mundo.”3

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VIDA ESPIRITUAL 15

Na realidade, precisamos ser chamados, separados do mundo, antes de ser enviados a ministrar. ___________ '

Um Jovem pastor escreveu-me dizendo que tinha se perturbado e que me criticou publicamente alguns anos antes numa reunião de ministros pelo fato de eu enfatizar em demasia o cultivo e a disciplina da vida interior. Ele achava que deveríamos nos ocupar mais do trabalho da igreja.

Eu não me recordava do incidente. Agora, confessou ele, após alguns anos no ministério, percebeu seu vazio interior e quão essencial é recorrer à fonte do poder e do serviço espiritual. Ao cultivar sua própria vida espiritual, todo um novo mundo espiritual e um novo trabalho começaram a desenrolar-se diante dele.

E m bora os recu rso s v erb ais, as aptidões p ara a boa administração, uma pregação atraente, e um método de visitação agradável possam sustentar um ministro por algum tempo, logo sua integridade moral estará em jogo, se ele estiver falando ou procurando m inistrar além de sua própria profundidade ou desempenho espiritual.

A Vida Fermaneeente

Em João 15 Jesus nos diz, por duas vezes, que, se não permanecermos nele e Ele não permanecer em nós, nenhum fruto espiritual de valor eterno produziremos. Nenhum? A carne, no entanto, sente que podemos, através de exercícios, educação, dons, trabalho extenuante, e outras qualidades pessoais, realizar uma obra espiritual. Jesus afirma que não.

A menos que nos entreguemos franca e diariamente à Escritura, à meditação e à oração, em pouco tempo estaremos procurando nossa própria identidade espiritual. Teremos menos fé e confiança, e teremos um discernimento decrescente da realidade espiritual. Sem a perm anência diária em Cristo, estaremos sujeitos à

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16 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

influência paralisante do secular e do material, e dedicaremos nosso tempo a coisas secundárias—o mecanismo da organização, os ofícios da igreja, o corre-corre da comunidade, fazendo em suma coisas que podem ser todas explanadas em termos naturais.

A menos que creiamos, de todo o nosso coração, no que Jesus disse:—“sem mim nada podeis fazer”—continuaremos a funcionar no nível natural, obtendo somente o que um ser natural, inteligente e educado pode realizar. Participamos de seminários atrás de seminários com o propósito de aprimorar nossas aptidões, mas dedicamos pouco tempo ao recolhimento e à oração para que Deus modele as nossas inclinações.

O tempo a sós com Deus ajusta o enfoque de nossas prioridades e alarga nossa percepção para recebermos sua presença e seu poder. A intimidade da nossa vida com Cristo proporciona a medida de nosso poder espiritual para com Deus.

G. Byron Deshler escreve em For Preachers Only (Somente para Pregadores): “Encerrado o culto da manhã de domingo em meu primeiro pastorado, um jovem leigo me disse: ‘Byron, você deve ter dedicado muito mais tempo com Deus durante a semana.’ Sua observação me sacudiu. Eu tinha, realmente, consagrado mais tempo na semana anterior à oração e meditação do que fazia habitualmente. Não me ocorreu que meus ouvintes pudessem perceber se eu havia ou não passado mais tempo com Deus. Se alguma qualidade em minha prédica denunciou que o sermão se desenvolveu em comunhão com Deus, segue-se que a ausência dessa comunhão indicaria também algo a respeito de minha vida de oração.”4

“A q u ietai-v o s e sab ei” , diz a E sc ritu ra — que há um conhecimento de Deus e da obra de Deus que vem unicamente pela comunhão com Ele, até o ponto de sentirmos o próprio sopro de Deus em nossa vida e em nosso trabalho.

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VIDA ESPIRITUAL 17

O que exponho não é meramente um ofício técnico ou religioso. Ele deve ser resultado da comunhão com Cristo. Deus é o “que trabalha para aquele que nele espera” (Isaías 64.4).

Prioridades Pessoais

Com o objetivo de autodisciplinar-me, encontrei um grande auxílio ao decidir estabelecer certas prioridades específicas.

Primeira Prioridade: Comprometi-me a ler a Palavra dé Deus

diariamente, antes de ler qualquer outra coisa. Antes de tomar o alimento natural, é agradável receber o alimento para a alma e satisfazer minha fome de Deus e da vontade de Deus. Esta prioridade levou-me a levantar cedo, dividir o Novo Testamento em trinta partes, de modo que ele possa ser lido no período de um mês. Faço isto em meses alternados, e no mês intermediário leio uma boa parte do Velho Testamento. Preciso desta disciplina, que tem sido uma prática tão necessária à minha vida como apropriar- me do alimento natural de cada dia.

Segunda Prioridade: Assumi o compromisso de falar com

Deus a cada manhã, antes de falar com qualquer outra pessoa. Além de ser um momento de louvor e ações de graças, em que procuro meditar sobre o caráter de Deus e seus dons, percebo que uma lista de orações é muito útil para mim. Algumas orações, petições e nomes de pessoas na lista são ocasionais ou por algum tempo, enquanto outras figuram na lista por muito tempo. Há pessoas por quem oro diariamente há muitos anos. Há outras que são mencionadas nas orações por um tempo mais curto ou mesmo por um período predeterminado.

Algumas pessoas têm-me perguntado o que acontece se, por alguma razão, eu preciso atender a uma chamada telefônica ou falar com alguém antes de minha leitura ou oração matinal. Minha resposta tem sido que de modo algum isso quebra meu

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18 SE EU COMEÇASSE M EU M INISTÉRIO D E NOVO

compromisso. Um trabalhador tem o compromisso de estar no emprego todos os dias úteis até uma certa hora. Quando surge uma emergência, ele não diz: “O compromisso foi quebrado, portanto creio que não preciso m ais chegar ao trabalho regularmente no horário fixado.” Tampouco uma emergência ou interrupção, que aliás tem ocorrido muito raramente durante anos, vai desobrigar-me do compromisso de ler a Escritura e orar.

Intimamente ligado a estas duas primeiras prioridades está o diário pessoal. Embora não seja necessariamente um exercício diário, registrar minhas reflexões, preces, idéias e aspirações é de importância vital para mim.

Terceira Prioridade: Tenho o compromisso de jejuar pelo

menos uma refeição por semana e, periodicamente, por tempo mais longo. Jesus usa as expressões “quando vocês orarem” e “quando vocês derem esmola”, admitindo que seus seguidores orem e dêem esmola. Ele não modifica sua recomendação para “se vocês jejuarem”. Ele diz “quando vocês jejuarem”, admitindo que seus seguidores jejuem. João Wesley não ordenava um ministro que não jejuasse pelo menos duas vezes por semana, e declarava que todos os metodistas deviam jejuar cada semana. Toda a ocasião de reavivamento espiritual envolve também o reavivamento na prática do jejum.

Jejuar com propósito espiritual dá-me um sentido maior de dependência de Deus em tudo o que diz respeito à vida e ao ministério, uma sensibilidade maior para com o Espírito Santo e a Palavra, e uma conscientização maior da presença e da bênção de Deus em tudo na vida. É também um grande auxílio para enfrentar as tentações da carne e do espírito.

Em seu livro The Spirit o f the Disciplines (O Espírito das Disciplinas), Dallas Willard escreve: “A disciplina nos ensina rapidamente muito sobre nós mesmos. Ela certamente prova ser

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VIDA ESPIRITUAL 19

humilhante para nós a revelação do quanto nossa paz depende dos prazeres da comida. Ela pode também trazer-nos à mente o modo como usamos o prazer do alimento para amenizar os desconfortos causados em nosso corpo pela forma de vida e atitudes infiéis e insensatas— falta de autovalorização, trabalho inexpressivo, existência sem propósito, ou falta de descanso ou exercício. Se nada mais houver, entretanto, ela por certo demonstra quão poderoso e engenhoso é o nosso corpo em prover seus próprios meios contra nossas decisões mais fortes.”5

Quarta Prioridade: Procuro ler todos os dias um capítulo de

algum livro valioso, além de me dedicar a leituras requeridas usualmente para a preparação de sermões e outros trabalhos da igreja. Procuro livros variados, entre os velhos clássicos e os mais recentes. Raramente leio um best-seller no primeiro ano, mas, se o livro for b est-seller no segundo e no terceiro ano, ele provavelmente valerá meu tempo.

“Fazer escolhas inteligentes a respeito do que ler é um ato de mordomia responsável”, afirma Thomas R. Swears. “Uma norma de procedimento para a tomada de decisões é manter um programa de leitura equilibrado. Esse equilíbrio ajuda a evitar que o pastor tenha um enfoque muito estreito no uso de idéias para o aconselhamento, ensino ou pregação. As idéias ou imagens que suprem o pensamento e a linguagem de um pastor devem ter bastan te d iv ersid ad e p ara cap acitá-lo a m an ifestar-se apropriadamente diante de uma ampla variedade de necessidades humanas.”6

Sim, se eu estivesse começando meu ministério de novo, começaria aqui— o aprofundamento da minha própria vida espiritual, tendo como prioridades básicas as disciplinas acima. Gostaria que alguém me tivesse sugerido tal enfoque no início do meu ministério.

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20 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

“Quem Dizem as Pessoas Que Eu Sou?”

O inglês Leslie Weatherhead estava certa vez escalado para falar a um grupo de ministros de Manhattan, Nova Iorque. Seu navio atrasou-se por causa da neblina e os ministros tiveram de esperar algumas horas. Quando o Dr. Weatherhead chegou, foi logo dizendo: “Vocês esperaram tanto tempo e eu vim de tão longe para fazer-lhes uma simples pergunta: Vocês conhecem Jesus Cristo?”

Num primeiro impacto, esta parece uma pergunta estranha dirigida a um grupo de ministros. No entanto, é por aqui que temos de começar, se pretendemos ministrar em nome de Cristo. Eis aqui o que as pessoas estão esperando conhecer. E aqueles a quem ministramos são capazes de perceber se conhecemos Jesus pessoalmente e se viemos de sua presença.

A primeira das sete declarações feitas aos pastores no livro de Jeremias é uma queixa: “Os sacerdotes não disseram: ‘Onde está o Senhor?’ e os que tratavam da lei não me conheceram” (Jeremias 2.8). O resultado foi que o povo cometeu dois males: deixaram o Senhor, “o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias. 2.13).

As Primeiras Coisas Primeiro

Antes de se atribuir uma incumbência, deve haver o companheirismo.

Devemos aprender a conhecer Cristo antes de podermos anunciá- lo.

Devemos ter comunhão para que possamos comunicar. Devemos ser ministrados antes de podermos ministrar. Devemos ser disciplinados para que possamos disciplinar. Devemos amar nosso Senhor antes de podermos trabalhar para

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VIDA ESPIRITUAL 21

Devemos adorar Cristo antes que possamos adornar sua doutrina. Devemos ver a glória de Deus antes de podermos falar dela. Devemos esperar pela visão antes que possamos compartilhá-la. Devemos aguardar para podermos ensinar.

Devemos adorar antes que possamos realizar um trabalho espiritual.

Devemos buscar a Cristo antes de podermos falar sobre Ele. Devemos permanecer em Cristo antes de podermos produzir frutos

que permanecem.

Devemos praticar a presença de Cristo antes que possamos pregar sobre sua pessoa.

Devemos meditar antes de podermos mediar.

O segredo do serviço eficaz é buscar Cristo em segredo. Então ouviremos seu sussurro acima das palavras do mundo. Então ouviremos seu chamado acima dos clamores da multidão. Então sentiremos seu contato acima do contato da crítica.

Então conheceremos o amor de Deus acima do amor do eu e das coisas.

Então conheceremos o poder de Deus acima do poder do Maligno. Então ouviremos a mensagem de Deus acima dos murmúrios da

mensagem do mundo.

Então veremos o senhorio de Cristo acima de nossa posição, prestígio ou prazer.

Então viveremos uma vida que não pode ser descrita em termos comuns.

A Disciplina para Renovação

Finalmente, nas palavras de Suzanne Johnson, “a questão de se entregar a qualquer prática de disciplina espiritual é a questão da adequabilidade. As disciplinas espirituais autenticam a vida cristã quando implantam em nós a compaixão, sensibilizam-nos

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22 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

para aquilo que Deus está fazendo no mundo, impelem-nos a abraçar o estranho, inspira em nós a sincera afeição por Deus e pelo próximo, cria em nós a capacidade de nos doarmos em amor e leva-nos ao autêntico amor próprio. Se a disciplina espiritual não nos tornar abertos às qualidades de caráter, estaremos provavelmente praticando uma falsa espiritualidade.”7

Estou certo de que muitas frustrações que atingem os pastores decorrem da falta de disciplina. Não somente podem a vida devocional co stu m eira e o estudo sério da B íb lia ser marginalizados, mas os dias podem ser malbaratados, desfazendo- se em insignificâncias.

Sem um padrão e disciplina de meditação e oração, estudo, preparação de sermão, visitação e relaxamento físico e mental o ministro pouco realiza e toma-se superficial e moroso.

Procuro lembrar-me continuamente de que, quando a Escritura fala sobre a vocação do ministro, compara sua disciplina à inflexível preparação de um atleta (1 Timóteo 4.6-10), ao livre compromisso assumido por um soldado (2 Timóteo 2.1-7), e ao servo de Cristo desenvergonhado e fiel (2 Timóteo 2.14-19).

“Deus tem favoritos?” perguntou um ministro frustrado a um bispo idoso.

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...eu procuraria dedicar muito mais

tempo ao estudo e pregação da Escritura

jtÈÊÊÊMMSÊÊÊÊ

A

i l segunda declaração sobre o desejo de Deus para os pastores do povo de Deus em Jeremias é que Deus deseja dar-lhe pastores segundo o seu coração, que os “apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jeremias 3.15).

A ordem da Escritura para o ministro é pregar a Palavra (2 Timóteo 4.2). Os primeiros discípulos entregaram-se à “oração e ao ministério da palavra” (Atos 6.4).

Deveria ser óbvio que, para pregar a Palavra, o estudo da Escritura é fundamental. Eu trataria de realizar um intenso treinamento em estudos bíblicos. Dwight L. Grubbs escreve em

B eginnings— S piritual Form ation fo r Leaders (Inícios—

Formação Espiritual para Líderes): “A dignidade de uma vocação deve ser medida sempre pela seriedade da preparação que se faz para ela.”8

Eu escolheria cuidadosamente uma escola em que houvesse um alentado programa de estudos bíblicos, com ênfase na espiritualidade e na pregação da Escritura, bem como um

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26 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

inequívoco fervor evangelístico prático. Os professores que demonstraram uma profunda reverência pela Escritura, uma vida espiritual contagiante e uma mensagem centralizada em Cristo, exerceram um poderoso impacto em minha vida.

Quando Alexander Maclaren foi convidado para pastorear a igreja de Manchester, Inglaterra, ele perguntou: “Vocês querem meus pés ou minha cabeça? Não posso dar ambos a vocês.” Se quisessem seus pés para todas as pequenas tarefas, e transmissão de todos os avisos, e participação em todos os comitês, não deveriam esperar que ele pregasse os sermões ou ensinasse a Bíblia com a devida profundidade. A congregação disse a Maclaren que desejava que ele fosse fiel ao chamado de Deus para “pregar a Palavra”. E ele fez isso.

Fugas Comuns

Um dos meios de escapar do estudo sério da Escritura é envolver-se em juntas, comissões, encontros e organizações da igreja e da comunidade. A incumbência de “pregar a Palavra” é negligenciada, e o ministro ordenado acaba se devotando à grande quantidade e variedade de mecanismos da igreja e da comunidade, em detrimento do seu próprio crescimento espiritual, do ministério espiritual e da vida da igreja. A tarefa de ministrar não consiste em construir um império organizacional, mas exaltar a Cristo. E provar plenamente o ministério do Evangelho. Não é dirigir um escritório, mas alcançar pessoas com o oferecimento da graça e da salvação.

Quer isto dizer que devo dedicar uma grande parcela de tempo ensinando a meu povo as grandes verdades cardinais da Escritura. Somente quando firmadas na Escritura as pessoas podem crescer na fé, pois “a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem pela pregação” (Romanos 10.17, BLH). Não somos instados a

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26 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

inequívoco fervor evangelístico prático. Os professores que demonstraram uma profunda reverência pela Escritura, uma vida espiritual contagiante e uma mensagem centralizada em Cristo, exerceram um poderoso impacto em minha vida.

Quando Alexander Maclaren foi convidado para pastorear a igreja de Manchester, Inglaterra, ele perguntou: “Vocês querem meus pés ou minha cabeça? Não posso dar ambos a vocês.” Se / quisessem seus pés para todas as pequenas tarefas, e transmissão

\ de todos os avisos, e participação em todos os comitês, não

? deveriam esperar que ele pregasse os sermões ou ensinasse a v' Bíblia com a devida profundidade. A congregação disse a Maclaren que desejava que ele fosse fiel ao chamado de Deus para “pregar a Palavra”. E ele fez isso.

Fugas Comuns

Um dos meios de escapar do estudo sério da Escritura é envolver-se em juntas, comissões, encontros e organizações da igreja e da comunidade. A incumbência de “pregar a Palavra” é negligenciada, e o ministro ordenado acaba se devotando à grande quantidade e variedade de mecanismos da igreja e da comunidade, em detrimento do seu próprio crescimento espiritual, do ministério espiritual e da vida da igreja. A tarefa de ministrar não consiste em construir um império organizacional, mas exaltar a Cristo. E provar plenamente o ministério do Evangelho. Não é dirigir um escritório, mas alcançar pessoas com o oferecimento da graça e da salvação.

Quer isto dizer que devo dedicar uma grande parcela de tempo ensinando a meu povo as grandes verdades cardinais da Escritura. Somente quando firmadas na Escritura as pessoas podem crescer na fé, pois “a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem pela pregação” (Romanos 10.17, BLH). Não somos instados a

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ESTUDO E PREGAÇÃO 27

orar para ter fé. Não podemos ter mais fé em Deus e em Cristo do que sabemos a respeito deles. Portanto, procuro ampliar em meu povo a compreensão de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e de todas as doutrinas básicas da fé. Eu pregaria mais mensagens expositivas, guiando meu povo através de cada livro da Bíblia. A tentação é escolher um texto e pregar sobre ele e, algumas vezes, um pouco além dele. O Senhor não prometeu abençoar minha palavra, mas prometeu abençoar a Palavra de Deus.

E preciso tempo para estudar a Bíblia. Isto significa que devo evitar os comitês como se fossem praga. Eu deixaria que os que possuem o dom da administração cuidassem o mais possível dessas tarefas. Talvez mais do que por outra coisa qualquer, os ministros ficam emperrados e são censurados por todas as espécies de falha, pelo fato de se descuidarem da pregação e do ensino da Palavra para se ocuparem da organização.

Nos dias em que o tempo limitava drasticamente as viagens, os pastores “invemavam” com um assunto, autor ou um livro da Bíblia. Isto significava que o ministro separava horas em cada dia, durante seis meses ou mais, para fazer um estudo específico de um livro da Bíblia ou de uma doutrina ou assunto bíblico.

Se eu estivesse começando meu ministério de novo, eu invemaria cada ano com um livro da Bíblia, ou uma série de livros pequenos, como as três epístolas de João, lendo, ouvindo o Espírito através da meditação e oração, e aprendendo o que outros disseram e tudo o que eu pudesse sobre o livro ou livros. Desta forma, em vinte anos ou menos, eu poderia tomar-me profunda­ mente versado em todos os livros do Novo Testamento, e nos demais livros da Escritura.

Eu também invemaria com grandes escritores. Um meio fantástico de aprender a conhecer intimamente os grandes personagens de todos os tempos é ler o que eles escreveram e

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c

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...eu procuraria tornar meu

ministério mais centralizado em Cristo

/

- E / muito fácil tomar-se o centro da discussão ou o centro do problema. E igualmente fácil ser envolvido por todos os tipos de pergunta, sem jamais chegar a Cristo, que é a resposta.

A Escritura deve levar-nos a Cristo. Precisamos esforçar-nos, em toda a nossa pregação, para fazer o mesmo. “Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Coríntios 3.11). Paulo escreve também: “Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gálatas 6.14).

Precisamos fazer tudo o que estiver em nossa capacidade para ajudar as pessoas a verem, ouvirem e responderem a Jesus Cristo na conversão, na consagração e no serviço. Não seremos seus discípulos enquanto não o seguirmos completamente e enquanto não ajudarmos outros a se tomarem seus discípulos.

Isto significa preliminarmente reconciliação com Deus através da encarnação, da cmz e da ressurreição de Cristo. Significa conduzir as pessoas à graça salvadora de Cristo e viver para Ele

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32 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

e testemunhá-lo em todos os lugares e situações. Significa levar as pessoas em submissão ao Espírito Santo, que anela revelar- nos Cristo, revelá-lo em nós e revelá-lo por nosso intermédio.

Há m uitos anos um m issionário confidenciou-m e ter descoberto que, toda vez que a morte e a ressurreição de Cristo eram pregadas, o Espírito de Deus se punha ativo para trazer salvação às pessoas. O Evangelho é “o poder de Deus para todo aquele que crê”. Não nos surpreende que Paulo tenha escrito: “Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gálatas 6.14). Quando pregamos Cristo, em sua obra de salvação consumada, a energia do Espírito Santo é liberada e vidas se transformam, libertadas da antiga vida, dos hábitos pecaminosos e das algemas do pecado. Há sermões interessantes. Porém o poder de transformar vidas está ausente quando Cristo e sua cruz estão ausentes.

Uma parte considerável do problema é que pregamos e ensinamos os efeitos do Evangelho e não o próprio Evangelho. Por isso, o Espírito Santo não pode usar nossa mensagem para convencer e converter as pessoas. Tomar alguém a cruz e seguir a Cristo é claramente entendido somente depois que esse alguém foi salvo pela cruz.

Nels Ferre tomou-se um teólogo muito conhecido nos Estados Unidos. Ferrer nasceu na Suécia e, com treze anos de idade, deixou seu lar e veio para a América. Sua partida foi inesquecível. Naquela manhã a família tinha orado. Cada um dos oito filhos orou. Quando terminaram, dirigiram-se juntos até à estação de trem. Ferre narrou a despedida: “Pude ver minha mãe com sua boca form ando palavras, mas sem em itir qualquer som. Finalmente, o condutor acionou o apito e o trem começou a mover- se. Mamãe correu alguns metros ao longo da plataforma e, finalmente, dominando sua emoção pelo trauma daquele difícil momento, as últimas palavras que a ouvi dizer foram: “Nels,

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CENTRALIZADO EM CRISTO 33

lembre-se de Jesus.”

Escrevendo ao pregador Timóteo Paulo diz: “Lembra-te de Jesus Cristo” (2 Timóteo 2.8).

O Cristianismo é Cristo

Pregação cristã é pregar Cristo. Muita pregação é sobre Cristo. Se eu estivesse começando meu ministério de novo, tomaria a decisão de pregar Cristo em todos os sermões.

Pregar Cristo deve incluir pelo menos cinco áreas específicas. Primeiro, eu o apresentaria como uma presença viva, como alguém distinto da figura histórica do passado. Jesus está vivo. Ele ergueu- se dentre os mortos como Salvador e Senhor glorificado. Esta é a razão por que a ressurreição de Cristo é tão central. Assim, eu lem braria aos meus ouvintes que Cristo está presente na assembléia dos crentes. “Ide e pregai”, disse Jesus, “e eu estarei convosco sempre” (Mateus 28.20).

Pregar Cristo significa também que eu procuraria apresentar- me como embaixador dele, trazendo a mensagem do Senhor vivo. Eu transmito suas idéias, suas palavras e sua mensagem, não as m inhas p róprias. Q uer isto dizer que eu ap resen taria a reivindicação de Cristo sobre meus ouvintes: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29).

Pregar Cristo também significa apresentá-lo como Aquele que nos liberta agora do poder do pecado. Um libertador que precisa ser crido, como escreveu Oswald Chambers: “A submissão a Je­ sus rompe qualquer forma de cativeiro em qualquer vida humana.” É até mesmo possível testificar a obra de Cristo em nossa vida de tal maneira que nos seja possível apontar para nós mesmos, em vez de para Cristo.

Pregar Cristo significa pregar seus ensinos. Se Jesus é Senhor e Mestre, então a mensagem do mestre é para nós. É a mensagem

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34 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

que devemos também proclamar. E essa mensagem, encontrada nos Evangelhos, não fala apenas de nossas crenças, mas também de nossa conduta.

E. Stanley Jones, em The Christ o f the Mount (O Cristo do Monte), escreve palavras dolorosas, mas poderosas e muito necessárias. Como o Credo dos Apóstolos se encontra agora, você pode aceitar cada uma de suas palavras e deixar o eu essencial intocável.... Mantemos guardado a chave este ideal de Cristo [o Sermão do Monte] em altas torres, com reverência e respeito. Saímos para lutar a batalha da vida de nossa própria maneira, com nossos próprios princípios, ou sem eles—para nosso próprio desastre.”9

Mas, para sermos fiéis, ousamos não trancar os ensinos de Jesus em alguma torre de marfim ou relegá-los a uma época futura, quando os inimigos ou outros adversários, com os quais temos de nos haver por meios cristãos, estiverem ausentes. Pregar Cristo é pregar e ensinar as verdades centrais e eternas que Ele deu especificamente aos seus discípulos.

Cuidado com Culto da Sua Personalidade

Para pregar Cristo ainda mais, eu procuraria convidar e atrair as pessoas a Ele, não a mim, não a certa herança, ou outra doutrina unificadora, ou a uma “verdade única”.

Em Signs o f Hope (Sinais de Esperança), Eldon Trueblood discute o surgimento dos cultos da personalidade. Ele aponta para certos perigos e nos adverte particularmente do maior de todos os perigos.

“Este é o perigo que ocorre tão facilmente em relação com indivíduos de personalidade forte e atraente. Alguns dos que poderiam tomar-se esplêndidos movimentos no mundo moderno são seriam ente arruinados pela presunção dos líderes e

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CENTRALIZADO EM CRISTO 35

organizadores de receber adulação dos seus seguidores. O culto da personalidade é sempre ruim. Um teste infalível de que um

movimento se transforma em culto está na presença ou ausência de discípulos do líder do grupo. Se um homem estimula ou mesmo

permite a presença de discípulos, ele é sempre suspeito. Apenas Um que aqui viveu foi suficientemente bom para ter discípulos. Mais líderes religiosos são prejudicados pela bajulação de admiradores do que por outro fator isolado. A cura real exige duplo cuidado: uma devoção tão genuína a Cristo que o líder se veja em sua própria dimensão, e um prazenteiro senso de humor.”10 O que acima foi exposto poderia ser escrito a respeito de qualquer líder religioso, como professor ou pregador. O perigo é ainda mais pronunciado numa época em que a propaganda é voltada para as celebridades do mercado, de tal modo que os fãs podem ser convencidos a continuar preferindo ainda mais a mercadoria. Quando alguém procura unir as pessoas em tomo de si mesmo, em vez de em tomo de Cristo, estamos diante de um culto. A tendência pode também aplicar-se a denominações. Quando o esforço é unir as pessoas em tomo de uma herança comum ou uma doutrina peculiar, em lugar de fazê-lo em tomo de Cristo, temos também um culto. Eu pregaria e ensinaria com toda a franqueza a singularidade e exclusividade de Cristo para a salvação e consagração a Ele como Senhor de tudo na vida. Isto significa crer que não há outro nome dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

/ Se aprendi uma coisa de um estudo cuidadoso dos grandes V avivamentos espirituais do passado, é que Cristo é apresentado e /) a unidade em tomo dele ofusca toda outra diferença ou doutrina

l ! e prática peculiares.

Ou cremos na única mensagem do Evangelho de Cristo ou não cremos. De minha parte quero dizer: “Estou firmado em

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36 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

Cristo, a sólida rocha—qualquer outro terreno é areia movediça.” Se eu estivesse começando meu ministério de novo, procuraria afirmar a centralidade de Jesus Cristo para salvação e seu senhorio em tudo na vida. Sem isto não há Boas Novas a proclamar.

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...eu procuraria lembrar que não é

minha eloqüência, e sim a habilitação

do Espírito Santo, que cumpre o propósito

de Cristo em meu ministério

T

X odas as bênçãos que Deus tem para nós tomam-se realidade

pelo Espírito Santo.

“E sua força se revela em minha fraqueza.” Muitos de nós são muito fortes para que Deus os utilize. Sempre que sentimos que podemos realizar um trabalho espiritual ou etemo por nós mesmos, o Senhor nos permite tentar. Mas o resultado será apenas humano.

Isto significa que a menor das sementes plantada e regada pelo Espírito pode produzir uma colheita abundante, ao passo que a ação ou palavra motivada pelo eu permanece estagnada e inútil no que se refere à obra espiritual. Deus não exige sucesso, mas j

fidelidade. ú7~

John Milton, frustrado por sua cegueira, chegou a crer que:

Deus não precisa

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40 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

São os que melhor

Carregam seu suave jugo os que o servem melhor.

Significa isto também que não devemos achar que somos um sucesso ou um fracasso simplesmente por acharmos o quão habilidoso ou inadequado um serviço ou sermão parece ter sido. Aprendi que não foram os sermões que me pareceram melhores os que Deus usou. Foram freqüentemente os sermões e os serviços que considerei inadequados ou mesmo fracassos que Deus escolheu e usou como bênçãos.

Isto, naturalmente, não quer dizer que não devamos fazer o melhor possível na preparação e apresentação de nossa mensagem. O que isto quer dizer é que não fazemos o trabalho de Deus apenas com recursos humanos, mas quando reconhecemos que “tudo é vão, exceto o Espírito”, isto é, a menos que o Espírito Santo transmita energia à nossa mensagem ou serviço com poder e convicção.

O Evangelho Tem Poder

Prestamos mais atenção à voz interior que emana da oração e da solidão.

Concordo com Henri Nouwen, em Making Ali Things New (Fazendo Novas Todas as Coisas): “Quanto mais nos exercitamos dedicando tempo a Deus e a sós, mais descobrimos que Deus está conosco em todos os momentos e em todos os lugares.”11 Embora alguns possam achar que isto não é verdade, para mim, obedecer à voz interior para visitar alguém, para dizer uma palavra de conforto ou admoestação, para fazer um contato tem provado ser a direção do Espírito Santo.

Recordo-me bem de um impulso que tive de visitar um homem a uma boa distância da igreja. Eu não o conhecia muito bem.

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A HABILITAÇÃO D O ESPÍRITO SANTO 41

Fiquei hesitante. Mas, obedecendo à voz interior, encontrei-o já de volta do trabalho e mexendo no seu pequeno jardim. Encontrei- o pronto também para aceitar Cristo. Ele instou comigo para que falasse com sua esposa e, mais tarde, ela também conheceu Je­ sus, sendo ambos batizados juntos.

Ouvir a voz interior para mudar uma ilustração num sermão ou até mesmo uma mensagem inteira, tem provado a direção do Espírito Santo, Aquele que conhece a necessidade de cada pessoa presente. E embora alguma palavra ou ilustração tenha sido usada pelo Senhor num lugar, não quer dizer automaticamente que Ele a use em outro lugar. Isto requer completa e constante dependência da orientação do Espírito Santo.

Não Meramente Intelectual

Cometemos um grande equívoco quando imaginamos que a verdade espiritual pode ser compreendida por meios intelectuais ou racionais. É um engano acreditar que o estudo da Bíblia por si pode remover o véu que impede a nossa percepção espiritual. A Escritura não diz: “Ninguém conhece as coisas de Deus, exceto aquele que estuda a Bíblia.” Ela diz que “as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus” (1 Coríntios 2.11).

É possível crescer na igreja, conhecer toda a doutrina, ser fanaticamente fiel e, mesmo assim, não conhecer absolutamente Deus ou compreender a verdade espiritual. Admitamos que somos espiritualmente cegos para as coisas de Deus sem a iluminação do Espírito Santo. “Quem não tem o Espírito de Deus não pode receber os dons que vêm do próprio Espírito de Deus, e de fato nem pode entendê-los. ... porque o seu sentido só pode ser entendido de modo espiritual” (1 Coríntios 2.14, BLH).

Grandes pessoas, fortes em poder intelectual, emocional e volitivo, são sempre atuais. Mas não é a correta psicologia,

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42 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

oratória, lógica superior, personalidade dinâmica ou força de vontade que converte pessoas à verdade. “O mundo não o conheceu [Deus] por sua própria sabedoria” (1 Coríntios 1.21). Paulo diz: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Coríntios 2.4). A cultura da alma ou o poder intelectual não podem abrir os olhos espirituais.

“Se você pretende racionalizar o Cristianismo, algum indivíduo instruído pode contra-argumentar e confundi-lo! Porém, quando o Espírito Santo lhe traz a iluminação interior, ninguém poderá confundi-lo” (A. W. Tozer).

A Causa do Vazio

A causa capital do vazio em muito sermão, aula da escola dominical ou estudo bíblico não é a ausência de fatos ou verdades corretas. É porque não há mais do que uma discussão intelectual de um ponto de vista racional. Daí o vazio, ou seja, a falta de iluminação espiritual. Naturalmente, deve haver conhecimento dos fatos. É por isso que a Bíblia ressalta nossa necessidade de conhecer. Porém, enquanto não houver a iluminação do Espírito Santo, nada acontece. Muitos podem testificar que, depois de anos na igreja ouvindo muitos sermões e assistindo a aulas bíblicas, de repente são tocados pelo amor, por um anseio e uma compreensão de Cristo e de sua Palavra que não podem ser apreendidos sem a ação do Espírito Santo.

Sou contra a disciplina da mente? Não, mas, antes de progredirmos espiritualmente, temos necessidade de admitir que não podemos, por nosso próprio intelecto, entender as coisas espirituais. Nenhuma quantidade de raciocínio intelectual poderia ter persuadido Paulo de que Cristo era o Salvador do mundo. Nenhuma quantidade de persuasão intelectual teria levado Pedro

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A HABILITAÇÃO D O ESPÍRITO SANTO 43

à convicção de toda a realidade: “A este Jesus que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2.36). Ele conheceu isto somente pelo Espírito de Deus. E sem o Espírito podemos continuar repetindo as histórias e fatos do Evangelho, mesmo de forma dramática e erudita, e no entanto deixar os corações vazios de refrigério, discernimento e força espirituais.

Tem-se a forte sensação de que muito do que é chamado hoje de irrelevante na pregação e no ensino não é a pobreza da pregação e do ensino. O que faz a mensagem oca é a ausência do Espírito Santo para dar-lhe vida e significado. Por quê?_Porque pensamos que, de alguma maneira, podemos fazer por nós mesmos um trabalho espiritual, porque não oramos pedindo a iluminação do Espírito Santo, porque não reconhecemos nossa necessidade do Espírito Santo nem ambicionamos sua obra. Assim sendo, Deus está impossibilitado de conceder-nos dons e uma bênção de iluminação espiritual. Deus não pode guiar-nos em toda a verdade porque não desejamos e não procuramos a direção do Espírito.

Deus seja louvado porque pessoas de todas as idades estão ficando cansadas do que a carne pode fazer, e porque não estão satisfeitas com a superficialidade do raciocínio e intelecto humanos! E, com a graça de Deus, muitos, confessando sua própria inadequação e abrindo-se para o Espírito Santo, têm encontrado nova liberdade e poder de vida e testemunho. Quando isto acontece, Cristo toma-se precioso e seu poder se manifesta. São muito mais significativas algumas poucas e simples palavras de um crente que conhece o toque do Espírito do que palavras majestosas daquele que sente que sua própria sabedoria ou poder pode realizar a obra espiritual. Cremos realmente no ditado que diz que “tudo é vão, exceto o Espírito” que realiza a obra e dá testemunho de Deus?

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...eu procuraria ter em mente que,

a despeito de todas as suas falhas,

a igreja é o Corpo de Cristo realizando

a obra de Deus no mundo

ÊÊÈIm

Jesus disse que as fortalezas do inferno não conseguiriam detê- la. Esta persuasão afasta o pessimismo tão freqüente em nossos púlpitos. Ela também acaba com a pressuposição de que o sucesso: da igreja depende unicamente de nós.

Tal como em todas as melhores relações, há na igreja tempos de amor e ódio. Por nos inquietarmos profundamente, estamos muitas vezes profundam ente desapontados, e até mesmo envergonhados, de pertencer a um grupo que professa tanto e pratica tão pouco. É bom então lembrar-me de minhas próprias fragilidades e infidelidades, e que jamais desejaria ser julgado por meus piores momentosi^fampouco déVõ julgar a igreja~õu jq ia K p è x ^ seus piores integrantes.

‘X ü H ^ ^ 'm m te s ^ é z ê s , que tenho me sentido como Cario Carretto.

Quão instável és, ó igreja, e, no entanto, quanto te amo!

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46 SE E U COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

Quanto me tens feito sofrer, e, apesar disto, quanto te sou devedor!

Gostaria de vê-la destruída; entretanto, preciso da tua presença.

Tu me tens proporcionado tanto escândalo—

não obstante, tens-me feito compreender a santidade. Nada tenho visto no mundo mais devotado à obscuridade,

mais comprometido, mais falso, mas, por outro lado,

nada mais puro tenho tocado, nada mais generoso e mais belo. Quantas vezes desejei fechar as portas de minha alma em

tua face, e quantas vezes tenho suplicado para morrer na segurança de teus braços. Não, não posso libertar-me de ti, porque eu sou

você, embora não completamente. E para onde eu iria?12

Deus é Fiel

Procuraria lembrar-me de que Cristo está sempre levantando seus fiéis. E, se em alguma região do mundo a igreja falha em responder ao Espírito Santo e na obediência à sua palavra, Ele encontra seus fiéis noutra parte. Por isso, preciso evitar uma visão estreita da igreja e observar que Cristo está em atividade no mundo inteiro, para que sua causa não falhe nem se desencoraje.

Lembrar-me-ia, especialmente quando me sentisse isolado em minha tarefa e posição, de que Deus tem um povo fiel. Lembrar- me-ia da palavra de Deus a Elias quando ele disse ao Senhor: “Eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.” Então o Senhor lhe disse: ‘“ Vai, volta ao teu caminho... conservei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou.” ’

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A IGREJA 47

basicamente para criar novas estruturas para a igreja nesta época, não somos chamados basicamente para um programa de serviço, ou para sonhar sonhos ou visões. Somos chamados antes de tudo para pertencermos a Jesus Cristo como Salvador e Senhor, e para mantermos nossa vida aquecida na fornalha de sua vida. Está ali o fogo ardente que cria novas estruturas e programas de serviço que atraem outros para a igreja, a fim de discernirem e terem visao. 13

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...eu me empenharia em orientar e equipar

cada membro para a obra do ministério

T _ T ma das maiores responsabilidades e tarefas essenciais de um pastor é equipar e capacitar cada membro para o ministério. Cada cristão recebeu um dom. Cada um deve ser estimulado por todos os meios a usar esse dom no trabalho do reino. Um pastor que não esteja capacitando os membros para o ministério toma- se finalmente um fracasso, não importando quão grande ele possa ser como pregador, organizador ou empreendedor de programas da igreja.

Efésios 4.12-16 é uma passagem que realça esta função básica de um líder espiritual. Ela visa o “aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em

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50 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.”

Esta bonita passagem dá uma clara orientação com vistas ao objetivo final de toda nossa pregação, ensino e serviço. Todo nosso trabalho é equipar cada membro para não somente crescer conforme a semelhança de Cristo e ter discernimento espiritual, mas para preencher o lugar de cada pessoa na edificação da unidade, crescimento e amor no Corpo de Cristo. Nossa tarefa é incentivar, edificar e capacitar cada membro do Corpo de Cristo, de sorte que cada um sinta a significação do chamado de Cristo e assuma a responsabilidade de utilizar seu dom para a edificação do seu Corpo.

O Teste Final

Eis aqui uma espécie de teste final da efetividade de um ministério. Alguns formaram muitos adeptos por meio da sua eloqüência e personalidade dinâm ica ou habilidade de se expresssar. Grandes congregações cresceram durante uma geração em tomo desses líderes. Contudo, o teste ocorre quando essas fortes personalidades saem de cena. O teste consiste em saber se eles foram os equipadores de outrem para o ministério. Muitas vezes tais líderes tiveram apenas um cortejo de admiradores, mas não formaram um corpo de crentes que ministram realizando o trabalho de Cristo no mundo.

Lembro-me de um destacado pregador de uma prestigiosa congregação que lamentava precisamente este fato. Ele afirmou que a congregação fora edificada em tomo de um bem conhecido pregador. Após o falecimento desse pregador, a congregação procurou outro ministro que pudesse comandar o mesmo tipo de

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EQUIPAR CADA MEMBRO 51

ouvintes. Agora ele era um nessa sucessão de ministros. Seu desapontamento era que a congregação, através dos anos, foi um ajuntamento de sentadores e não de servidores. O povo gostava de ouvir, mas nunca aprendeu a trabalhar para o Senhor. A congregação era um grupo de indivíduos que se divertiam num teatro, e não um corpo, bem estruturado, equipado e trabalhando junto para sua própria edificação em amor.

Como muitos ministros, comecei supondo que o trabalho da igreja era minha responsabilidade. Mas, que desafio e alívio tive quando percebi que meu chamado era para equipar cada crente a viver a vida de Cristo e a fazer o trabalho de Cristo no mundo, exatamente onde cada um vivia! Hoje eu preferiria ser o pastor de uma dúzia de pessoas que estão sendo equipadas e ativas em todos os tipos de serviço do que ser o pastor de mil pessoas que enchem os bancos da igreja, mas que têm pouca idéia do que significa funcionar como Corpo de Cristo. Pelo menos Cristo deve ter pensado que este era o meio de realizar esse trabalho. Ele é nosso exemplo e mostra o meio de disciplinar pessoas para o ministério.

A Grande Comissão

Na Grande Comissão (Mateus 28.18-20), a ordem é fazer discípulos. Os outros três verbos “ir”, “batizar” e “ensinar” são para o treinamento do ministério. Alguns observadores disseram que o declínio da igreja na Europa Ocidental era devido à falta de treinamento através dos anos. A igreja norte-americana está indo atualmente na mesma direção.

Em The D isciple-M aking P astor (O Pastor Fazedor de Discípulos), o melhor livro recente sobre o discipulado de pessoas de que estou informado, Bill Hull afirma que não muita coisa mudará para melhor na igreja até que os pastores comecem a

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52 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

treinar discípulos, como Jesus fazia. Enquanto as congregações permitirem que os pastores dediquem seu tempo treinando a minoria espiritualmente bem, em lugar de se preocupar com a maioria de desmotivados e desobedientes, as pessoas não viverão e servirão como Cristo espera.14

Se eu estivesse começando meu m inistério de novo, eu dedicaria preparação, tempo e atenção individualizada para discipular pessoas que, por sua vez, discipulassem outras.

Um inadequado ministério de discipulado é evidente quando é difícil encontrar pessoas que ocupem posições para ensinar e servir na congregação, quando os grupos de estudos bíblicos e de oração param de crescer, quando as contribuições declinam, quando não há séria preocupação com os não freqüentadores da igreja e as missões mundiais, e quando uma congregação não produz ministros e líderes espirituais equivalentes à sua própria necessidade, e além dela.

No centro da liderança pastoral está um discipulado leigo com dons espirituais discernidos, desenvolvidos e estendidos. Se este tipo de discipulado não está acontecendo, eu consideraria o recomeço de meu ministério.

A certa altura de meu m inistério, planejei um curso de discipulado e convidei toda e qualquer pessoa a juntar-se a mim num prolongado período de estudo e experiência prática. Eu queria iniciar somente com aqueles que tivessem o real anseio de participar dessa espécie de curso. Entretanto, somente umas poucas pessoas manifestaram interesse. Diante disto, a idéia foi descartada.

Percebo agora que Jesus selecionou e chamou certas pessoas para integrarem um programa de treinamento, após oração e jejum. Portanto, se eu estivesse começando meu ministério de novo, eu proporia um curso e escolheria e chamaria dez ou doze pessoas

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EQUIPAR CADA MEMBRO 53

da congregação, convidando-as a associar-se a mim neste extenso e sério curso de discipulado. Um dos objetivos de tal estudo seria o de que, uma vez terminado o curso, os novos discípulos de Jesus se tomassem professores de outro grupo. Desta forma, o discipulado poderia expandir-se grandemente no Corpo de Cristo.

Aparentemente, a escola dominical, a pregação e outros programas congregacionais não estão realizando o trabalho de discipular as pessoas. Um caminho melhor deve ser encontrado. É impossível melhorar o método de Jesus, e se eu estivesse começando meu ministério de novo, faria desse modelo de discipulado a principal responsabilidade de meu ministério.

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...eu procuraria e incentivaria

a formação de centros criativos

r*

erto dia, numa viagem, comecei a ler uma revista de negócios. Um artigo chamou minha atenção. O autor dizia que qualquer negócio que encontra seu centro criativo e se fixa nele prospera. Im ediatam ente, num erosos centros criativos na congregação vieram à minha mente. Em todas as congregações há pessoas que têm interesse específico por oração e jejum. Cada congregação tem outros que têm interesse particular pelo estudo da Escritura, administração, ensino, hospitalidade, diferentes tipos de serviço e missão, atividade assistencial, música, orientação familiar e aconselhamento aos jovens, idosos, solteiros, viúvos, problemas de saúde, além de outras áreas de interesse cristão.

O líder que estimular os interesses de pessoas e habilitá-las nessas áreas terá uma generosa recompensa. Esperar que todos ou uma grande parte dos membros tenham a visão antes de ,f estimular as pessoas com vistas a tais interesses e s p e c í f i c o s ^ significa que muitas idéias e projetos serão sufocados ou jamais iniciados.

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56 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

Por isso, se eu tivesse de fazer tudo outra vez, dispensaria uma atenção peculiar a esses centros criativos, e faria tudo o que pudesse para incentivar pessoas que manifestam interesse ou mostram preocupação ou visão particular numa ou noutra área. Creio que Deus concede esses dons à igreja para o benefício de todo o Corpo, e freqüentemente as melhores coisas que acontecem são aquelas que começam com o interesse ou visão de uma ou duas pessoas. Se eu encontrasse tal centro criativo, eu o apoiaria certo de que a igreja prosperaria.

/' Boa parte de meu tempo no ministério tem sido consagrado a

j pessoas que não querem crescer, ministrar ou ser assistidas. Penso \ que eu teria avançado muito mais, se tivesse incentivado aqueles \ que tinham interesse em crescer e servir, dando-lhes então

j oportunidades de compartilhar o que Deus estava fazendo em

suas vidas. Uma pessoa jovem inflamada por Cristo pode agitar | todo um grupo j ovem. Um pai ou mãe fiel a Cristo pode estimular / toda a família. Uma pessoa de oração pode ser usada por Deus / para reverter a corrente da letargia espiritual. Tais pessoas ■ precisam de um a palavra de encorajam ento para fazerem | provavelmente mais pela renovação da vida espiritual do que

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...eu daria uma ênfase

preponderante à oração

a terceira declaração de Deus aos pastores, em Jeremias, Deus diz que os resultados da falta de oração da parte dos líderes são a estupidez e a preguiça. Eles não têm mensagem, não prosperam, e as ovelhas estão dispersas (Jeremias 10.21).

Antes de Deus realizar um trabalho no meio de seu povo, esse trabalho é sempre precedido de uma oração da parte do povo. Todo reavivamento espiritual começa como um movimento unido de oração. Sabedor de que isto é verdade, e como uma pessoa que tem estudado e demonstrado grande interesse na história dos avivamentos espirituais através dos séculos, eu procuraria guiar minha congregação para que ela se tomasse um povo de oração,,-/ A oração tinha um lugar preponderante na vida de nosso Senhor. Ele era um exemplo de oração e impelia seus discípulos a orar sempre. A igreja primitiva prosperou com oração e jejum.

Um Chamado Pessoal à Oração

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60 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO

consistente de que uma pessoa é chamada por Deus para o ministério. A oração confirma o direito de uma pessoa à liderança espiritual. Um líder ou professor que não tenha uma vida essencialmente de oração não pode merecer confiança nas coisas de Deus, porque a verdade espiritual é corretamente compreendida somente em comunhão de amor com Deus por intermédio do Espírito Santo.

Cario Carreto, em seu livro The God Who Comes (O Deus Que Vem), discorre como a vontade de Deus se toma real para nós na prática da oração e da contemplação. Ele enfatiza o quão essencial é a oração para o entendimento da verdade espiritual. A percepção espiritual diante da verdadeira natureza e obras de Deus não é concedida a nível humano. Ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser pelo Espírito de Deus. Deus e a verdade espiritual não podem ser conhecidos por meio do intelecto, ou somente através de graus ou doutrinas ou teologia, mas somente quando associado à oração. “Esta é a razão por que”, diz Carretto, “não acredito em teólogos que não oram, que não estão em humilde comunhão de amor com Deus.”

Enquanto não aprendermos a orar, a fé e o poder espiritual— sim, a vida religiosa como tal é um livro fechado. Onde não houver uma vida de oração eficaz, o próprio coração da vida espiritual pára de bater, e nossa vida religiosa toma-se entorpecida na forma, no comportamento e no dogma.

E. Stanley Jones escreveu: “Se eu tivesse um dom e um único dom para servir à igreja cristã, eu ofereceria o dom da oração, pois todas as coisas resultam da oração.

“A oração fortalece a vida total. Descobri que, pela efetiva experiência, sou melhor ou pior à medida que oro mais ou menos. Se minha vida de oração se enfraquece, toda minha vida se enfraquece com ela. Se minha vida de oração se eleva, minha vida como um todo se eleva com ela. Falhar aqui é falhar em toda

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A ORAÇÃO 61

a linha; ser bem-sucedido aqui é ser bem-sucedido em toda parte. “Na verdadeira oração a batalha da vida espiritual é perdida ou vencida.”15

Pregadores ou professores ou demais líderes espirituais que não oram não podem ser confiáveis para transmitir a verdade de Deus. Sem a oração, as pessoas tomam-se estúpidas em coisas espirituais.

Existe qualquer outra coisa que comprove nossa obediência à Escritura mais do que a oração? Existe qualquer coisa que com prove nossa fé em D eus? Existe algum a coisa m ais recomendada e ordenada do que a oração? Especialmente os líderes do povo de Deus devem ser pessoas de oração. A grande declaração apostólica é: “quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6.4). Líderes sem oração são líderes sem poder, que produzem seguidores sem oração e sem poder. Até que aprendamos a orar e conhecer a revelação à verdade espiritual que a oração proporciona, permanecemos descrentes no coração, independentemente de quantas doutrinas declaramos ou quanta teologia ensinamos. Nosso trabalho deixará de prosperar e nosso povo se desviará.

y Toda vez que há um a crise na ig reja, ela é sem pre, (j fundamentalmente, uma crise de oração. Particularmente em

relação aos líderes, pode-se questionar se eles têm um chamado para o ministério, considerando que não são pessoas de oração. Pode ser dito com certeza que um líder espiritual que não é uma pessoa de oração é um líder que vive em desobediência às reiteradas ordens da Escritura para devotar-se à oração.

Nossa influência em favor de Deus depende finalmente de nosso conhecimento direto do mundo invisível e de nossa experiência na oração. O amor, a percepção, o tato nascem da oração e da contemplação. A inflexibilidade, a cegueira espiritual e o conflito com outros resultam da falta de comunhão com Deus.

Referências

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