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Requalificação da marginal de Leça da Palmeira entre a Capela da Boa Nova e a praia do Cabo do Mundo: consolidação do cordão dunar junto à Refinaria de Matosinhos

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Requalificação da Marginal de Leça da Palmeira entre a

Capela da Boa Nova e a Praia do Cabo do Mundo

- Consolidação do Cordão Dunar junto à Refinaria de Matosinhos

Dissertação de Mestrado em Arquitetura Paisagista

MANUEL DUARTE SALGUEIRAL GOMES CAMPILHO

Orientadora: Professora Doutora Edna Cabecinha Co-Orientador: Professor Doutor Luís Loures

(2)

Dissertação de Mestrado apresentada para o efeito de obtenção do grau de mestre em Arquitetura Paisagista De acordo com o disposto no Decreto-de-Lei nº216/92 de 13 de Maio.

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III

Agradecimentos

À minha Orientadora, a Professora Doutora Edna Cabecinha, pela disponibilidade, paciência e pela confiança que depositou em mim na resolução dos problemas encontrados e sobretudo pelos conselhos sábios que me deu no decorrer do trabalho. Ao meu Co-Orientador Professor Doutor Luís Loures, pela disponibilidade, ajuda e forma esclarecedora com que soube transmitir os seus ensinamentos, sob a forma de indicações precisas e valiosas, que foram essenciais para um bom rumo do trabalho. À Arquiteta Renata Silva da Câmara Municipal de Matosinhos, pela disponibilidade e forma motivadora com que me recebeu e ajudou a perceber a história da área em estudo, mais concretamente a origem da praia do Aterro, com as informações necessárias para poder realizar um projeto próximo da realidade e valorizador das valências paisagísticas locais.

Ao Engenheiro Manuel Barreira, responsável pelo departamento de Ambiente, Qualidade e Segurança da Refinaria de Matosinhos, pela disponibilidade e interesse que demonstrou ao saber o tema do presente trabalho, e da forma informal com que me mostrou os trabalhos que têm vindo a ser feitos na envolvência da refinaria, pelo compromisso ambiental notável da Galp que são reconhecidos a nível mundial.

Ao principal responsável pelas visitas ao Farol de Leça da Palmeira e Capitania do Porto de Leixões, pela simpatia e troca de conhecimentos históricos na subida ao farol e pela prontidão na autorização para tirar fotografias do cimo do farol, respetivamente. À minha família pela força, motivação e paciência que tiveram no decurso do trabalho, com bastantes contratempos, que sempre me apoiaram e permitiram que concretiza-se o sonho de acabar o mestrado.

Aos meus amigos de sempre, a Diana, a Sofia, a Cátia, o Rogério, o Henrique, o Nuno, o Flávio, o Ricardo e o João que sempre me acompanharam e motivaram duma forma muito positiva.

Em especial ao meu grande amigo José Melo, pelo interesse e motivação extra que me deu de forma impulsionadora, essencial para a finalização do trabalho, agradeço muito o ânimo e força que me transmitiu.

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V

RESUMO

As áreas costeiras, pelas suas valências paisagísticas, vistas abrangentes, forte carácter turístico e ainda infinidade de recursos, tornaram-se nas zonas mais aprazíveis do planeta. Apesar de remotamente terem sido vistas como zonas inóspitas e perigosas, atualmente são das mais populosas e com maiores riscos ambientais associados.

As dunas, como sistemas altamente funcionais de interface do oceano com o continente, foram progressivamente sendo degradadas ou mesmo destruídas com a pressão imobiliária, a exploração dos recursos naturais, o turismo e as instalações industriais.

Estes espaços, que foram desprezados devido aos ataques de piratas até ao séc. XVIII, a partir do séc. XIX, com a melhoria dos transportes e a moda dos “banhos de mar”, adquiriram valências turísticas até aí desconhecidas.

Ainda no séc.XIX, em muitas regiões, as indústrias inseriram-se no meio urbano pela sua componente económica e social, provocando geralmente fortes desequilíbrios ambientais nas zonas costeiras. Tal aconteceu em Leça da Palmeira, na marginal entre a capela da Boa Nova e a praia do Cabo do Mundo, pela imponência da refinaria de Matosinhos muito próxima de áreas de cariz habitacional.

O forte carácter turístico do lugar desde meados do séc.XIX, provocou profundas alterações na faixa costeira em estudo, resultado sobretudo da expansão dos caminhos-de-ferro do litoral de Matosinhos e de deposições de areias sucessivas na praia do Aterro desde a década de 40, tornando este cordão dunar muito sujeito à erosão. A degradação visual e ambiental da marginal de Leça impôs uma intervenção de forma a salvaguardar os bens públicos, as dunas e as ribeiras, face à sua deterioração e perda de biodiversidade.

Enquadrada nesta problemática surge a presente dissertação, assente em três premissas: a proteção da erosão costeira com métodos inovadores e em maior equilíbrio com o meio e seus processos naturais; a salvaguarda de recursos públicos altamente degradados e transformados e o enquadramento paisagístico de elementos dissonantes como a E.T.A.R. e a refinaria de Matosinhos incluindo a valorização dos elementos culturais pelo tratamento adequado da sua envolvência.

Assim, pretende-se com este trabalho identificar as condicionantes e principalmente as potencialidades do local, pelo estudo histórico, da componente biofísica, tipo de uso

(6)

VI dominante e distúrbios na paisagem, para chegar a uma proposta de intervenção consciente e duradoura.

Com a proposta apresentada chegou-se a soluções no sentido de harmonizar a componente natural com a antrópica do território em estudo, promover a recuperação dos ecossistemas costeiros através do envolvimento da população na recuperação dos espaços naturais, melhorar o enquadramento dos elementos dissonantes presentes e valorizar a identidade da paisagem rica em história e património.

(7)

VII

ABSTRACT

Coastal areas, by their landscape aesthetics, broad views, strong touristic character and large sort of resources, became the most attractive places on the planet. Despite in ancient times these places were seen to be dangerous and inhospitable, currently they are the most urbanized regions of the territory, which makes them one of the most environmentally threatened areas.

Dunes, being highly functional systems that connect the ocean with the continent, were progressively degraded or even destroyed with the construction pressure, the exploitation of natural resources, tourism and industrial facilities.

The coastal dunes were almost untouched places because of the frequent attacks by pirates until the XVIII century, but since the XIX century, due to the improvement of transportation systems and sea baths that started to be common, these places acquired a touristic value that was unknown until then. In the XIX century, in many regions industries were constructed in urban areas by their socio-economic component, being usually a source of environmental problems. This happened in Leça da Palmeira, Matosinhos, in the marginal between the Boa Nova chapel and the Cabo do Mundo beach, with emphasis to the Matosinhos refinery, very close to residential areas.

The strong tourist characteristics of the place since the XIX century led to a profound mutation of the coastline under study. These modifications occurred mainly as a consequence of the expansion of the rail system in the coast of Matosinhos and sand dumping in Aterro beach since the 40´s, making these dunes very prone to erosion.The visual and environmental degradation of Leça made necessary an intervention to protect the public gods, the dunes and water streams, against the increasing deterioration and loss of biodiversity.

Embedded in this subject emerges the present thesis, which deals fundamentally about three main issues: the coastal erosion protection with innovative methods and with more balance with the environment and his natural processes; the safeguard of highly degraded and transformed public ressources and landscaping of the dissonant elements like the E.T.A.R. and the refinery of Matosinhos, but also the appreciation of the cultural heritage by the treatment of the surroundings.

Thus, the aim of this work was to identify the constraints and especially the potential of the site by the historical study, biophysical component, dominant type of use and disturbances in the landscape, to reach a lasting and conscious intervention proposal.

(8)

VIII With the presented proposal solutions were reached to harmonize the natural and anthropic components of the territory under study, to promote the recovery of coastal ecosystems through community involvement in the recovery of natural areas, to improve the present dissonant elements and to value the identity of the landscape, rich in history and heritage.

(9)

IX

ÍNDICE

GERAL

DO

TEXTO

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1 AFIXAÇÃODOSAGLOMERADOSJUNTOAOMAR ... 1

1.2 AINFLUÊNCIADOHOMEMNOSECOSSISTEMASCOSTEIROS ... 3

1.3 EROSÃOCOSTEIRANOESPAÇOEUROPEUENACIONAL ... 5

1.4 AGENTESEROSIVOS ... 7

1.4.1 CHUVA ... 7

1.4.2 VARIÁVEIS TOPOGRÁFICAS ... 8

1.4.3 VENTO ... 8

1.4.4 ELEVAÇÃO DO NÍVEL MÉDIO DAS ÁGUAS DO MAR ... 8

1.4.5 ALTERAÇÃO DO FORNECIMENTO SEDIMENTAR ... 9

1.4.6 DRAGAGENS ... 9

1.4.7 EXTRAÇÃO DE INERTES ... 9

1.4.8 DESTRUIÇÃO DAS ESTRUTURAS NATURAIS ... 9

1.4.9 OBRAS PESADAS DE ENGENHARIA COSTEIRA ... 10

1.5 GESTÃODOSESPAÇOSCOSTEIROSCOMINFLUÊNCIAINDUSTRIAL ... 10

2. ENQUADRAMENTO ... 15

2.1 OTEMA/LOCALIZAÇÃO ... 15

2.2 OBJETIVOS ... 21

2.3 METODOLOGIA ... 22

2.4 FORMAÇÃODUNARESUAVEGETAÇÃONONORTEDEPORTUGAL ... 24

2.5 VEGETAÇÃOINVASIVADOLITORALPORTUGUÊS ... 29

2.6 FAUNADUNAR ... 32

2.7 UNIDADESESUB-UNIDADESDAPAISAGEM ... 32

2.7.1 ÁREA METROPOLITANA DO PORTO ... 32

2.7.2 ÁREA LITORAL A NORTE DO PORTO ... 34

2.7.3 LEÇA DA PALMEIRA ... 35

2.8 ELEMENTOSDEVALORARQUITETÓNICOEPATRIMONIAL ... 39

2.8.1 ÁREA DO GRANDE PORTO ... 39

2.8.2 ÁREA EM ESTUDO... 39

2.8.3 ELEMENTOS INTRUSIVOS ... 44

2.9 CONDICIONANTESAODESENVOLVIMENTODOPRESENTEPROJETO ... 47

2.10 CASOSDEESTUDO ... 51

2.10.1 GUADALUPE RESTORATION PROJECT (GUADALUPE, CALIFÓRNIA – E.U.A.)... 51

2.10.2 PRAIA DE CANIDE SUL (VILA NOVA DE GAIA - PORTUGAL) ... 53

(10)

X

3. O HOMEM E A PAISAGEM ... 57

3.1 AIMPORTÂNCIADAVEGETAÇÃONOMEIOURBANO ... 57

4. TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO NO CORDÃO DUNAR ... 63

4.1 TÉCNICASDECONSOLIDAÇÃODUNAR ... 63

4.1.1 USO DE PALIÇADAS ... 64

4.1.2 CERCAS COM CORDA ... 64

4.1.3 USO DE MATERIAL ORGÂNICO ... 65

4.1.4 PASSADIÇOS SOBRELEVADOS ... 66

4.1.5 ACESSO PARA VEÍCULOS ... 66

4.1.6 MOVIMENTAÇÃO DA AREIA DAS PRAIAS “Beach Scraping” ou “Brush” ... 67

4.1.7 ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL DAS PRAIAS ... 67

4.1.8 USO DE TELAS GEOTÊXTIL ... 69

4.1.9 USO DE GEOTUBOS ... 70

4.1.10 GEOCONTENTORES ... 71

4.1.11 PLANTAÇÃO NO CORDÃO DUNAR ... 72

4.2 TÉCNICASDEESTABILIZAÇÃODEMARGENSDERIBEIRAS ... 75

4.2.1 TÉCNICAS DE ENGENHARIA BIOFÍSICA ... 75

4.3 TÉCNICASDEREMEDIAÇÃODESOLOSDEHIDROCARBONETOS(PAHS) ... 79

4.3.1 TÉCNICAS EXISTENTES E SUAS VANTAGENS E DESVANTAGENS ... 79

4.3.2 BIORREMEDIAÇÃO ... 80

4.3.3 FITORREMEDIAÇÃO ... 81

5. ESTUDOS E ANÁLISES NA ÁREA EM ESTUDO ... 85

5.1 ANÁLISESAOLOCAL ... 85

5.1.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E MOBILIDADE (ver anexo A01) ... 85

5.1.2 PROGRAMAÇÃO DE USOS DE SOLO E ELEMENTOS PATRIMONIAIS (ver anexo A02) ... 85

5.1.3 SITUAÇÃO ATUAL ... 86

5.1.4 ESTADO DE CONSERVAÇÃO DUNAR (ver anexo A03) ... 90

5.1.5 QUALIDADE AMBIENTAL (QUALIDADE DO AR, DA ÁGUA E DOS SOLOS) (ver anexo A04 )... 91

5.1.6 CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS, VEÍCULOS E FLUXOS DOMINANTES (ver anexo A05) ... 94

5.1.7 VISTAS E INTRUSÕES VISUAIS (ver anexo A06) ... 94

5.1.8 AVALIAÇÃO DA VEGEGETAÇÃO ENVOLVENTE PARA O PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DA MARGINAL ... 95

5.1.9 SÍNTESES ... 97

5.1.10 DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO ... 99

6. PROPOSTA ... 101

(11)

XI

(12)
(13)

XIII

INDICE DE FIGURAS

FIGURA 1-FIGURAS DE ORDENAMENTO DO LITORAL PELA DIRETIVA QUADRO DA ÁGUA (DQA) E PLANOS DE ORDENAMENTO

DA ORLA COSTEIRA (POOC)(FONTE:A.P.A.,2013) ... 11

FIGURA 2-LOCALIZAÇÃO REGIONAL E DISTRITAL ... 18

FIGURA 3-LOCALIZAÇÃO DISTRITAL E CONCELHIA (FONTE:GOOGLE EARTH) ... 18

FIGURA 4-LOCALIZAÇÃO DA PRAIA DO ATERRO EM MATOSINHOS (FONTE:GOOGLE EARTH) ... 18

FIGURA 5–METODOLOGIA PROPOSTA ... 22

FIGURA 6-ESQUEMA DO PROCESSO DE SEDIMENTAÇÃO ... 24

FIGURA 7-ESQUEMA DAS VÁRIAS ZONAS QUE COMPÕEM UM ECOSSISTEMA MARINHO SEGUNDO LEY ET AL (2007) ... 25

FIGURA 8-EXEMPLAR DE CAKILE MARÍTIMA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 25

FIGURA 9-EXEMPLAR DE SALSOLA KALI (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 25

FIGURA 10-EXEMPLAR DE EUPHORBIA PEPLIS (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 25

FIGURA 11-EXEMPLAR DE POLYGONUM MARITIMUM (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 26

FIGURA 12-EXEMPLO DE POVOAMENTO DE ELYMUS FARCTUS (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 26

FIGURA 13-EXEMPLAR DE HONCKENYA PEPLOIDES (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 26

FIGURA 14-EXEMPLAR DE OTANTHUS MARITIMUS (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 26

FIGURA 15-EXEMPLAR DE CALISTEGIA SOLDANELA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 26

FIGURA 16-EXEMPLAR DE EUPHORBIA PARALIAS (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 27

FIGURA 17-EXEMPLAR DE ERYNGIUM MARITIMUM (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 27

FIGURA 18-EXEMPLO DE EROSÃO PRONUCIADA EM CORTE DE DEFLAÇÃO EÓLICA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 27

FIGURA 19-EXEMPLO DE HUMMOCKY DUNES (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 27

FIGURA 20-EXEMPLAR DE AMOPHILA ARENARIA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 27

FIGURA 21-EXEMPLAR DE ARTEMISIA CRITHMIFOLIA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 28

FIGURA 22-EXEMPLAR DE HELICHRYSUM PICARDII (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 28

FIGURA 23-EXEMPLAR DE MEDICAGO MARINA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 28

FIGURA 24–EXEMPLAR DE ANAGALIS MONELLI (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 28

FIGURA 25-EXEMPLAR DE MALCOMIA LITTOREA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 28

FIGURA 26-EXEMPLAR DE CORYNEPHORUS CANESCENS (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 29

FIGURA 27-EXEMPLAR DE VULPIA ALOPECURUS (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 29

FIGURA 28-EXEMPLAR DE CARPOBROTUS EDULIS (FONTE:IMAGENS GOOGLE)... 30

FIGURA 29-EXEMPLAR DE ARUNDO DONAX (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 30

FIGURA 30- EXEMPLAR DE CORTADERIA SELLOANA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 31

FIGURA 31- EXEMPLAR DE RUBUS SPP.(FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 31

FIGURA 32- EXEMPLAR DE ACACIA LONGIFOLIA (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 31

FIGURA 33-EXEMPLAR DE PELOBATES CULTRIPES (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 32

(14)

XIV

FIGURA 35-RUÍNAS DO CASTRO DE GUIFÕES (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 36

FIGURA 36-TANQUES ESCAVADOS NAS ROCHAS DE ANGEIRAS QUE SE ACREDITA TERERM SIDO USADOS NA SECA E SALGA DO PEIXE (FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 36

FIGURA 37-FOTO DA PRAIA DE LEÇA DA PALMEIRA A SUL DA PRAIA DO ATERRO (S/D)(FONTE:ARQUIVO MUNICIPAL DE MATOSINHOS) ... 38

FIGURA 38-LINHA FÉRREA JUNTO À PRAIA AZUL QUE ATRAVESSAVA TODO O CORDÃO DUNAR DE LEÇA, FOTO DATADA DE 1934 ... 38

FIGURA 39-SALÃO DE CHÁ DA BOA NOVA EM LEÇA DA PALMEIRA DA AUTORIA DE SIZA VIEIRA.(FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 41

FIGURA 40-"PISCINA DAS MARÉS" EM LEÇA DA PALMEIRA DA AUTORIA DE SIZA VIEIRA.(FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 41

FIGURA 41-FAROL DE LEÇA DA PALMEIRA.(FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 42

FIGURA 42-CAPELA DA BOA NOVA DE LEÇA DA PALMEIRA.(FONTE:IMAGENS GOOGLE) ... 42

FIGURA 43-MOINHO EM RUÍNAS EXISTENTE NAS IMEDIAÇÕES DA CAPELA DA BOA NOVA (06-2013)(FONTE:ARQUIVO FOTOGRÁFICO PESSOAL DO AUTOR) ... 43

FIGURA 44-IMPACTE VISUAL DA REFINARIA DE MATOSINHOS (06-2013) ... 44

FIGURA 45-IMPACTE VISUAL DA E.T.A.R.(06-2013)... 45

FIGURA 46-OS EFEITOS PROVOCADOS POR UMA PAISAGEM INDUSTRIAL (FONTE:ADAPTADO DE TURNER,1998) ... 45

FIGURA 47-ELEMENTO VISCOSO FRAGMENTADO ENCONTRADO NO LOCAL (10-2012)(FONTE: ARQUIVO FOTOGRÁFICO PESSOAL DO AUTOR) ... 50

FIGURA 48-EXTRATIFICAÇÃO DA SUBSTÂNCIA VISCOSA PRESENTE NO SOLO (10-2012)(FONTE: ARQUIVO FOTOGRÁFICO PESSOAL DO AUTOR) ... 50

FIGURA 49-VISTA AÉREA DAS DUNAS DE GUADALUPE –CALIFORNIA (E.U.A.), ANTIGO LOCAL DE EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO (FONTE: IMAGENS GOOGLE)... 51

FIGURA 50-CORDÃO DUNAR DA PRAIA DE CANIDE SUL EM VILA NOVA DE GAIA,PORTUGAL ... 53

FIGURA 51-ZONA DUNAR JUNTO À PRAIA PROTEGIDAS COM PALIÇADAS ... 53

FIGURA 52-ZONA DE RECEÇÃO À PRAIA COM BANCOS, PARQUEADOR DE BICICLETAS E CONTENTORES DIFERENCIADOS DE RECICLAGEM ... 53

FIGURA 53-ZONA DE REGENERAÇÃO NATURAL E EQUIPAMENTO DE ESCALADA ... 54

FIGURA 54–RIBEIRA EXISTENTE COM ALGUMAS ESTRUTURAS DE PROTEÇÃO DE MARGENS ... 54

FIGURA 55-PANORAMA DAS DUNAS ARTIFICIAIS CRIADAS NA PRAIA DO DRAGÃO VERMELHO -COSTA DA CAPARICA PORTUGAL (08-2012) ... 55

FIGURA 56-VISTA AÉREA ANTES DA INTERVENÇÃO DO PROGRAMA COSTA POLIS (FONTE: IMAGENS GOOGLE) ... 55

FIGURA 57-VISTA AÉREA APÓS FINALIZAÇÃO DO PROGRAMA COSTA POLIS COM A ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL DAS PRAIAS COM AREIAS E REQUALIFICAÇÃO LITORAL (FONTE: IMAGENS GOOGLE) ... 55

FIGURA 57-PARTÍCULAS (PM10) NA SUPERFÍCIE DE UMA FOLHA DA ESPÉCIE PARTHENOCISSUS EM JUNHO E OUTONO DO MESMO ANO (FONTE:THONNESSEN,2005 CIT IN HIEMSTRA,2008)... 57

FIGURA 58-PROTEÇÃO COM GEOCONTENTORES COM 14 ANOS DE EXISTÊNCIA EM QUEENSLAND,AUSTRALIA (FONTE: HORNSEY,2011) ... 71

(15)

XV FIGURA 59-ESQUEMA ILUSTRATIVO DA IMPLANTAÇÃO DA ESTRUTURA DE GEOCONTENTORES (FONTE: ADAPTADO DE

HORNSEY,2011) ... 71

FIGURA 60–ESQUEMA DE PLANTAÇÃO DUNAR E ESPAÇAMENTO DE PLANTAS PARA A CRIAÇÃO DA DUNA (FONTE: ADAPTADO DE ROGERS ET AL,2003)... 73

FIGURA 61-EXEMPLO DE FACHINA VIVA COM ENROCAMENTO (FONTE:ADAPTADO DE PEREIRA,2001) ... 76

FIGURA 62-EXEMPLO DA TÉCNICA EMPACOTAMENTO DE RAMOS PARA ESTABILIZAÇÃO DE MARGENS DE RIBEIRAS (FONTE: ADAPTADO DE PEREIRA,2001) ... 77

FIGURA 63-EXEMPLO DE PLANTAÇÃO DE TORRÕES PARA A ESTABILIZAÇÃO DE MARGENS DE RIBEIRAS (FONTE:ADAPTADO DE PEREIRA,2001) ... 78

FIGURA 64-EXEMPLO DE ENROCAMENTOS ALIADOS A PLANTAÇÕES (FONTE:ADAPTADO DE PEREIRA,2001) ... 78

FIGURA 65-FOTO AÉREA DE 2007 DA ÁREA EM ESTUDO (FONTE:GOOGLE EARTH) ... 87

FIGURA 66-FOTO AÉREA DA ÁREA EM ESTUDO EM 2009(FONTE:GOOGLE EARTH) ... 87

FIGURA 67-SITUAÇÃO DE EROSÃO DO TALUDE FRONTAL DO ATERRO DO INVERNO DE 2011/2012 ... 88

FIGURA 68-SITUAÇÃO DO TALUDE DA PRAIA DO ATERRO APÓS INVERNO DE 2012 ... 89

FIGURA 69-SITUAÇÃO ONDE HOUVE UM DESABAMENTO MAIS ACENTUADO APÓS INVERNO 2012 E FOI COLOCADA UMA REDE ... 89

FIGURA 70-SITUAÇÃO DE DESABAMENTO DAS AREIAS MUITO PRÓXIMO DE UM PASSADIÇO ... 89

FIGURA 71-PASSEIO ARBORIZADO E ENQUADRAMENTO A SUL DA REFINARIA... 95

FIGURA 72-ESTADO DO TRONCO DAS ÁRVORES DO GÉNERO PLATANUS SPP. NA ENVOLVÊNCIA DA REFINARIA DE MATOSINHOS COM ESCAMAMENTO ANORMAL DA CASCA ... 96

FIGURA 73–COLORAÇÃO NEGRA DOS TRONCOS DOS PLATANUS SPP. NA ENVOLVÊNCIA DA REFINARIA DE MATOSINHOS COM FENDILHAMENTO ANORMAL DA CASCA ... 96

FIGURA 74–SECÇÃO DO ATERRO ATUAL E O PERFIL PROPOSTO COM AS ESTRUTURAS DE PROTEÇÃO COSTEIRA, OS GEOCONTENTORES E OS PASSADIÇOS AFASTADOS DA DUNA FRONTAL ... 102

FIGURA 75-SISTEMA DUNAR PROPOSTO COM CRESCIMENTO SUAVE PARA O INTERIOR, ÁREAS DE ESTADIA, PASSADIÇOS DE MADEIRA E CICLOVIA (VER ANEXO P10) ... 103

FIGURA 76–ZONA INTERDUNAR, ONDE PASSAM DOIS PASSADIÇOS, UM PARA CIRCULAÇÃO PEDONAL E OUTRO DESTINADO À CIRCULAÇÃO CICLÁVEL COM ÁREAS DE ESTADIA DISPERSAS (VER ANEXO P10) ... 103

FIGURA 77–VISTA SOBRE O PASSADIÇO EXISTENTE COM A CICLOVIA PROPOSTA NA FAIXA ENIXISTENTE E ENQUADRAMENTO DA E.T.A.R. DE MATOSINHOS ... 104

FIGURA 78–ZONA SUPERIOR DO ATERRO COM EQUIPAMENTOS DE MANUTENÇÃO COM VISTA SOBRE O MAR E ALGUNS METEROSIDERUS EXSELSEA PARA PROPORCIONAR ESPAÇOS DE SOMBRA (VER ANEXO P10) ... 104

FIGURA 79–RIBEIRA DA GUARDA COM AS MARGENS CONSOLIDADAS ATRAVÉS DE FASCINAS, E ZONAS DE ESTADIA, COM A REMOÇÃO TOTAL DA VEGETAÇÃO INVASORA E A CRIAÇÃO DE MARGENS DE PROTEÇÃO À RIBEIRA DE 10 M PARA CADA LADO (VER ANEXO P09) ... 105

FIGURA 80–CORTES DO TIPO DE TÉCNICAS A UTILIZAR, ESPÉCIES DAS FACHINAS A APLICAR NA CONSOLIDAÇÃO DAS MARGENS E SEMENTEIRAS ASSOCIADAS ÀS DUAS RIBEIRAS PRESENTES NA ÁREA EM ESTUDO ... 106

(16)

XVI FIGURA 82–O ENQUADRAMENTO PAISAGÍSTICO AO LONGO DE TODA A MARGINAL A POENTE DA REFINARIA É FEITO ATRAVÉS

DE UMA FAIXA ARBUSTIVA DE DOIS ALINHAMENTOS DE NERIUM OLEANDER E UM DE CHAMAREOPS HUMILIS NA BASE, DE FORMA A DISSIMULAR A BASE DA REFINARIA E COM UM ALINHAMENTO DE PINUS PINASTER PARA A PARTE AÉREA DA

REFINARIA ... 108 FIGURA 83–VISTA AÉREA SOBRE AS ZONAS COM TALHÕES PARA AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PROTEÇÃO DA

EROSÃO COSTEIRA E REQUALIFICAÇÃO DAS RIBEIRAS LITORAIS, MOINHO PARA VISITA, ÁREA DE ENQUADRAMENTO À CAPELA DA BOA NOVA E NOVA LOCALIZAÇÃO DO BAR AZUL E INSTALAÇÕES PARA AS AÇÕES DE PROMOÇÃO CULTURAL E AMBIENTAL (VER ANEXO P09) ... 109

FIGURA 84–ZONA DE ENQUADRAMENTO À CAPELA DA BOA NOVA COM ZONAS DE ESTADIA E MERENDA DE APOIO À PRAIA

AZUL E ZONA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (VER ANEXO P09)... 110

FIGURA 85–ÁREA DE RECEÇÃO À ZONA DUNAR A NORTE ... 110 FIGURA 86–BANCADAS INSERIDAS NO TALUDE VIRADO PARA O CAMPO DE FUTEBOL DO CLUBE DESPORTIVO DA ALDEIA NOVA COM VEGETAÇÃO AUTÓCTONE VARIADA DE ENQUADRAMENTO À REFINARIA... 111 FIGURA 87–ZONA ESCOLHIDA PARA MIRADOURO PELAS VISTAS ABRANGENTES SOBRE O PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO E

(17)

XVII

ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1.LEGISLAÇÃO SOBRE O PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO LITORAL E AMBIENTE ... 12 QUADRO 2.PRINCIPAIS ESPÉCIES INVASORAS E OPORTUNISTAS DO LITORAL PORTUGUÊS (FONTE:MARCHANTE E TAL.,2005,

INVASORAS,2013) ... 30 QUADRO 3.PARÂMETROS AVALIADOS NA ESCOLHA DOS CASOS DE ESTUDO FINAIS ... 49 QUADRO 4.POLUENTES MAIS PROBLEMÁTICOS DAS CIDADES PARA O SER HUMANO (FONTE:HIEMSTRA,2008) ... 58 QUADRO 5.ESTIMATIVA DAS ESPÉCIES DE ARBUSTOS E TREPADEIRAS MAIS IMPORTANTES NA REDUÇÃO DE POLUENTES COMO

OS PM10,NO+NO₂,Oᶾ E AS LIBERTAÇÕES DE BVOCS (FONTE:NOVAK,2002;STEWART AND HEWITT,2002 CIT IN

HIEMSTRA,2008;TAKAHASHI,2005;DONOVAN,2005 CIT IN HIEMSTRA,2008) ... 60

QUADRO 6.ESTIMATIVA DAS ESPÉCIES DE ÁRVORES MAIS IMPORTANTES NA REDUÇÃO DE POLUENTES COMO AS PM10, NO+NO₂,Oᶾ E AS LIBERTAÇÕES DE BVOCS (FONTE:NOVAK,2002;STEWART AND HEWITT,2002 CIT IN HIEMSTRA,

2008;TAKAHASHI,2005;DONOVAN,2005 CIT IN HIEMSTRA,2008) ... 61 QUADRO 7-VALORES ANUAIS DE MEDIÇÃO DE POLUENTES EM 2010 COM BASE EM MÉDIAS DIÁRIAS DA ESTAÇÃO DE

PERAFITA A NORTE DA ÁREA DE ESTUDO (VALORES EM ΜG/Mᶾ)(FONTE: WWW.QUALAR.ORG) ... 92 QUADRO 8-VALORES ANUAIS DE MEDIÇÃO DE POLUENTES EM 2010 COM BASE EM MÉDIAS OCTO-HORÁRIAS DA ESTAÇÃO DE

PERAFITA A NORTE DA ÁREA DE ESTUDO (VALORES EM ΜG/Mᶾ)(FONTE: WWW.QUALAR.ORG) ... 93 QUADRO 9-VALORES ANUAIS DE MEDIÇÃO DE POLUENTES EM 2011 COM BASE HORÁRIA DA ESTAÇÃO DE PERAFITA A NORTE DA ÁREA DE ESTUDO (VALORES EM ΜG/Mᶾ)(FONTE: WWW.QUALAR.ORG) ... 93

(18)

1

1. INTRODUÇÃO

1.1

A FIXAÇÃO DOS AGLOMERADOS JUNTO AO MAR

Apesar de os estuários e as lagunas sempre terem sido alvo de ocupação humana pela quantidade de recursos disponíveis desde a pré-história (Neolítico), surgem as zonas arenosas costeiras, em oposição, que, por serem locais inóspitos, só tiveram uma ocupação mais pronunciada a partir de meados do séc. XIX, pelo facto de se obter um conhecimento dos benefícios dos banhos no mar, com fins higiénicos e terapêuticos, intensificados na segunda metade do séc.XX (Dias, 2005).

A importância que se tem vindo a dar ao litoral e que se deu ao longo dos tempos, foi mudando de forma drástica, durante séculos. Foi outrora, um lugar desabitado pelos medos e lendas de monstros marinhos, mais tarde com apenas algumas pequenas habitações de pescadores. Hoje em dia é completamente o oposto; a maior parte da linha de costa apresenta áreas densamente urbanizadas, principalmente devido à “moda dos banhos de mar” iniciada pelos franceses e ingleses, por volta do séc.XVIII e que se tornou prática comum em Portugal apenas no séc.XIX (Freitas, 2007). Também os flagelos do corso e da pirataria que atacavam os pequenos povoados sendo as populações roubadas, violadas, raptadas ou assassinadas dissuadiam o povoamento do litoral. Estas ameaças duraram até ao séc.XVIII e com muita frequência os litorais eram atacados por povos do norte de Africa, sendo que os corsários berberes atacavam os reinos ibéricos que tinham tradição na luta contra os “infiéis”; não menos comuns eram os ataques por povos setentrionais da Europa, como os normandos e os vikings (Dias, 2005).

A partir da época dos Descobrimentos, as crenças e os medos ligadas ao “Mar Tenebroso” foram-se desvanecendo, também devido à evolução dos conhecimentos ligados à navegação; no entanto nem todos os mitos se perderam como é demonstrado nos Lusíadas com o Adamastor, o Cabo das Tormentas e “Coisas do mar, que os homens não entendem”, sobretudo devido aos naufrágios constantes, às tempestades, sendo que o sentimento de medo do desconhecido continuavam alimentando as crenças populares (Freitas, 2007).

Já no tempo de D.Dinis, o pinheiro foi difundido por toda a costa portuguesa pelo seu rápido crescimento e plantação extensiva levada a cabo por este rei que tinha como objetivo proteger os territórios litorais (Ribeiro, 1945).

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2 A mudança de usos e costumes fez o litoral passar de zona de partida para novos mundos em tempos de porto de chegada de produtos exóticos e invulgares, trazidos das zonas descobertas passando a local de atracagem dos barcos, a suporte de atividades de sustento das populações, como a pesca, e só muito mais tarde como local da prática do veraneio e das mais variadas formas de sociabilização (Freitas, 2007). As primeiras estâncias balneares foram locais de lazer de estratos sociais mais abastados e era sobretudo por motivos de saúde, como se de um remédio se tratasse, até meados do século XX (Dias, 2005) que se “ia a banhos”.

O crescimento urbano por exemplo nos EUA intensificou-se nas áreas costeiras à mesma taxa de crescimento que as zonas interiores mas numa área muito menor em área que corresponde a 17% da área total do território, o que provocou uma densificação urbana e uma artificialização do litoral (NOAA´s State of the Coast, 2013) o que aconteceu de forma semelhante na generalidade dos países europeus incluindo as cidades litorais em Portugal.

O uso que as populações que se fixaram junto ao mar deram a esses locais foi crescente e aumentou atualmente, com uma pressão muito acentuada sobre o litoral, de forma a tirar dele proveito, sem medir as consequências das suas ações sobretudo nas transformações sucessivas e com crescente grau de destruição das geoformas de proteção natural do litoral, as dunas. As atividades humanas, ao longo das zonas litorais, com o aumento exponencial do nível de erosão costeira, as alterações climáticas, a elevação do nivel médio das águas do mar, o turismo, as atividades balneares crescentes e a intensificação das atividades industriais vêm a constituir-se os problemas mais significativos da linha de costa (Sousa, 2010). Esta problemática merece especial atenção dado que temos de pôr “um travão” aos desequilíbrios provocados nas zonas costeiras em particular pela busca incessante, principalmente no último século, de tentar rentabilizá-la a todo o custo, em termos de especulação financeira desenfreada, a pretexto de uma infinidade de recursos indiscutível, que possui mas sem se compatibilizar a componente económica com a ambiental em que os sistemas dunares são reduzidos a pequenas faixas ou dizimados com a construção e pressão humana.

Segundo Sousa (2010), o facto mais preocupante é a conversão de áreas, como sistemas dunares de origem natural, em áreas artificializadas por toda a Europa, que no caso particular de Portugal é cerca de 45% da área total da sua faixa costeira. Estes dados demonstram claramente, através de inúmeros sinais de erosão costeira que surgem frequentemente a ameaçar habitações ou outras infra-estruturas e

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3 populações litorais, que o caminho a seguir na gestão do litoral é o da preservação dos sistemas dunares ou restituição dos mesmos, se ainda o for possível, através de técnicas leves de proteção da costa mesmo que para isso seja necessário efetuar demolição de elementos construídos em risco, intervenções que auxiliem o processo natural de manutenção do sistema dunar, visto que o input de sedimentos tem descido gradualmente e é necessária a proteção da sua base, dos sistemas dunares para que que todo o sistema remanescente ou recuperado não entre em colapso e, antes pelo contrário, readquira a sua pujança e cumpra adequadamente as suas funções no equilíbrio ecológico.

1.2

A INFLUÊNCIA DO HOMEM NOS ECOSSISTEMAS COSTEIROS

A importância dos territórios costeiros ao nível ambiental, social e económicos é inegável (Lopes, 2009) e, da mesma forma, surgem em destaque atualmente pela ameaça da erosão da linha de costa acompanhada da transformação do uso de solo litoral (Dias, 2005; Lopes, 2009) com consequências problemáticas de difícil resolução aos 3 níveis referidos (Dias, 2005).

O homem tem sido o principal causador da destruição da vegetação das dunas, de forma direta, através da passagem por estas zonas de pessoas, de animais ou de veículos, ou com a construção sobre as mesmas; como de forma indireta, com a construção de barragens, o que diminui drasticamente o fluxo de sedimentos para o litoral nas praias a jusante da foz dos vários rios portugueses, que, como as dunas são ecossistemas extremamente frágeis, pequenas alterações bastam para provocar grandes distúrbios. Esta perda constante de sedimentos torna necessária a implementação de estratégias de controlo da erosão do litoral, nomeadamente o uso de paliçadas e de vedações (constituídas geralmente por postes de madeira e uma corda entre estes, de forma a controlar o pisoteio e a destruição dunar por ação das marés e dos ventos). Entre outras técnicas onde surgem os geotubos e geocontentores em destaque (técnicas inovadoras por se adaptarem a diferentes formas de dunas, de forma a proteger a sua base e ainda limitar o volume de sedimentos arrastados sobretudo em épocas de tempestade, o que permite uma recuperação mais rápida e uma menor perda de sedimentos em eventos climatéricos, que, por vezes, podem dizimar o sistema dunar dada a sua fragilidade e pouca largura nos dias de hoje). Muitas vezes, a única solução encontrada para os problemas de erosão costeira é a alimentação artificial de areia com custos elevadíssimos e obras de engenharia costeira que surgem como supostas “soluções” da erosão do litoral. Estes são, no fundo, “remendos” de proteção da linha de costa que, num futuro

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4 próximo, virão a constituir um desequilíbrio ainda maior da dinâmica de sedimentos do litoral e uma agravante, a médio prazo, da erosão costeira. Portanto, o uso de técnicas leves de proteção da costa que permitem a criação duma faixa de dunas de formação natural, auxiliada ou mesmo criada pelo homem, através deste tipo de técnicas, é mais adequada para implementação na costa, face à erosão e dinâmica do litoral, do que as conhecidas e vulgarmente utilizadas “técnicas pesadas” de engenharia costeira. Com a artificialização da faixa oceânica, as funções dos ecossistemas deixam de funcionar ou ficam afetados aspetos cruciais que estes desempenham no meio urbano como a remoção de poluentes do ar e da água, maior controlo de cheias e secas, espaços essenciais de suporte da vida selvagem e proteção costeira mais resiliente às ações dinâmicas do meio, desempenhadas pelo cordão dunar face à erosão (NOAA´s State of the Coast, 2013).

É fundamental a consciencialização das populações para o valor natural e patrimonial das áreas dunares e da ação negativa da construção nas mesmas. Será, portanto, crucial implementar-se um “movimento” oposto aquele que tem ocorrido no litoral para que os ecossistemas costeiros sejam preservados ou mesmo restituídos e para que haja uma proteção mais efetiva da linha de costa. A intensificação da construção no litoral deu-se, sobretudo, no último século com a sobrecarga de infraestruturas sobre as dunas, sem olhar para as consequências futuras. Atualmente, face aos problemas de erosão, a restituição progressiva das dunas e a remoção dos elementos construídos prejudiciais à proteção da linha de costa numa faixa de proteção estipulada, só traria mais-valias, tanto para o Homem como para o ambiente. Estas ações de restituição das dunas em locais onde estas não existem ou se encontram altamente deterioradas por ação humana, devidamente estudadas e ponderadas, trariam consigo uma melhoria do ambiente urbano, a restituição dos ecossistemas costeiros e ainda muito provavelmente a diminuição dos custos constantes associados a erosão costeira. Segundo Dias (2005), o início das atividades balneares, desencadeado pelas classes sociais mais ricas, resultou num número crescente de atividades ligadas ao turismo das zonas costeiras que cresceu e acompanhou uma fixação sem precedentes da população até à atualidade. É natural que o mar, a praia e todo o seu rico património lúdico e semântico tendam a ser associados a um certo estilo de vida que promove, por exemplo, todo o tipo de desportos náuticos e de índole marítima, como o surf, o body-board, a vela, o wind-surf e o kitewind-surf, ou mesmo o mergulho e a canoagem, que vêm polarizar novas modalidades de relacionamento com a costa, que alarga, de uma forma exponencial, o velho conceito de veraneio ou de atividades de lazer tão ancestrais quanto a pesca. A

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5 orla costeira oferece, hoje, muito mais que uma contemplação romântica e algo nostálgica de um belo pôr-de-sol aos casais de apaixonados: confere “status social” às camadas jovens, promove o turismo de massas, extensivo a, praticamente, todas as épocas do ano, induz a mitificação do espaço costeiro que se quer mais “humanizado”, ou seja, agradável, ajardinado, suscetível de conferir “dignidade” por contraponto ao betão em massa das construções desmesuradas.

1.3

EROSÃO COSTEIRA NO ESPAÇO EUROPEU E NACIONAL

A erosão da linha de costa e a acreção de areia são processos naturais que sempre existiram no fluxo de sedimentos costeiros e fazem parte da sua dinâmica, no entanto a ação humana intensificou-as e atualmente estima-se que a área perdida com a erosão da costa seja de 15km2 por ano para a Europa (Rijn, 2011). A costa portuguesa por um período de mais de 3000 anos tem apresentado um comportamento regressivo, isto é, uma predominância para migrar em relação ao oceano apesar de se verificarem alguns períodos transgressivos caracterizados por um recuo da linha de costa (Dias, 1993) o que tem ocorrido nos últimos tempos principalmente por ação humana. Já a partir de 1850 verificou-se uma subida do nível médio das águas do mar que é um dos responsáveis pela atual fase erosiva, fator degradador do litoral e das dunas, dos campos de cultivo e de casas muito próximas do mar (Ramos, 2000). As ações antrópicas que mais potenciam a erosão litoral são sobretudo a construção das barragens, que retêm os sedimentos trazidos pelos rios, que desta forma não participam na deriva de sedimentos do litoral; a ocupação intensiva das áreas costeiras com atividades destruidoras dos sistemas dunares de alta sensibilidade, como é o caso do turismo ou as construções sobre as dunas. Segundo Rijn (2011) a erosão costeira consiste numa permanente perda de areia do sistema dunar e depende essencialmente do tipo de costa e de outros múltiplos fatores, como a exposição, tipo de ondas, altura das marés, composição dos sedimentos e inclinação da praia. Apesar da engenharia costeira ter sido usada intensivamente com o intuito de resolver os problemas do litoral, já é longamente sabido que muitas vezes acaba por causar efeitos colaterais, os efeitos contrários aos desejados nas zonas adjacentes por contrariar a dinâmica natural de sedimentos e de transformação da linha de costa, repercutindo-se, geralmente, em implicações ambientais adversas (Hamm, 2002; Rijn, 2011). Com o uso de técnicas como esporões e paredões que foram usadas como solução dos problemas de erosão costeira deu para perceber com o decorrer do tempo, serem uma solução apenas de problemas localizados e a curto prazo, com custos acrescidos ao longo do tempo na resolução dos problemas da orla

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6 marítima. São disso exemplo diversas intervenções costeiras com a introdução de esporões na linha de costa, quer a nível nacional, quer internacional. Logo após os anos 90, a procura de um desenvolvimento sustentável dos ambientes costeiros levou a que os engenheiros optassem por uma aproximação a “técnicas leves” de engenharia costeira como a alimentação da linha de costa com areia nas várias áreas do cordão dunar (Hamm, 2002).

Os efeitos erosivos na linha de costa devem-se tanto a fatores naturais, como pela ação antrópica, embora o Homem, direta ou indiretamente, exerça uma maior influência na erosão litoral (Dias, 1993; Gonçalves, 2011). A elevação dos níveis médios da água do mar, a degradação humana das estruturas naturais e a implementação de obras de engenharia costeira altamente deterioradoras da dinâmica de sedimentos que se manifestam fundamentais ao abastecimento de areias e reabastecem as dunas, são os principais fatores de degradação dos espaços costeiros (Dias, 1993; Matias et al, 2004). Por vezes a única solução encontrada para travar o recuo da linha de costa foi através da introdução de elementos fixos de proteção costeira (esporões, molhes, paredões), o que já foi mais que provado serem ineficazes a longo prazo e agravarem o processo erosivo dos sistemas dunares a sul dessas mesmas estruturas. Além da erosão costeira, o litoral português está em risco devido à perda do funcionamento dos ecossistemas e da biodiversidade (Gonçalves, 2011). Estes sistemas naturais costeiros constituíam, na sua génese, ecossistemas fortemente estabilizados onde a vegetação surgia por diferentes estratos com a duna embrionária, duna primária, secundária e terciária. Desta forma podia constituir uma proteção eficaz tanto pela sua elevada extensão ao longo da linha de costa como pela sua posição transversal extensa de proteção com a resiliência necessária para fazer frente às tempestades esporádicas, à mudança das marés e atualmente à elevação do nível médio das águas do mar.

A alimentação da linha de costa com areia nas zonas litorais onde a erosão se fez sentir de forma intensa, torna-se necessária para que a costa possa adquirir o seu seguimento natural com uma formação dunar constante em oposição à atitude de contrariar a dinâmica natural de sedimentos através das comuns obras de engenharia costeira de proteção da linha de costa (Hamm, 2002). Dado o carácter tradicional das obras de engenharia costeira consideradas de “engenharia pesada”, não é de estranhar que a alimentação de areia nas praias seja recente. Segundo os dados apurados na Europa, este processo teve início no Estoril, em Portugal no ano de 1950 e seguiu-se a ilha de Norderney, na Alemanha; no Reino Unido na década de 50´s; em

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7 França na década de 60´s; na Holanda em 1970; na Dinamarca em 1974 e em Espanha apenas no início dos anos 80 (Hamm, 2002). No entanto, já era uma prática comum nos E.U.A. desde os anos 30 (CDBWSCC, 2002).

Uma outra alteração muito significativa na dinâmica de sedimentos foi a regularização dos grandes rios internacionais que deixaram de transportar os caudais sólidos habituais que abasteciam toda a linha de costa e tornavam possível a sua proteção constante (Ferrão, 2006). Isto deveu-se, em especial, à implantação de numerosas barragens ao longo dos principais rios portugueses, como o rio Douro e o Tejo que alteraram profundamente a forma natural de transporte de sedimentos dos rios até à sua foz e também ao longo da costa, ainda que com a diminuição drástica da largura dos sistemas dunares pela crescente ocupação humana das zonas costeiras que se fez sentir no país sobretudo nas últimas décadas do séc. XX (Freitas, 2007).

1.4

AGENTES EROSIVOS

O principal responsável pela erosão litoral é sem dúvida o Homem, através das alterações provocadas tanto nos sistemas dunares, pela sobrecarga de usos e construções, como também pela alteração do fluxo dos sedimentos, através da regularização das margens e leito dos rios e principalmente com os aproveitamentos hidroelétricos. Os principais agentes erosivos naturais da linha de costa são o vento e as oscilações das marés (Mendes, 2008) que são os mesmos que em condições constantes e pouco agressivas do meio, formam um sistema dunar resiliente face às investidas do mar, também dependente da pressão antrópica do local. Apesar de os fatores de erosão costeira e recuo da linha de costa serem encarados muitas vezes como naturais e estarem também associados, são de fato consequência direta ou indireta da ação antrópica, como a elevação do nível médio das águas do mar com o aquecimento global, a diminuição do fornecimento de sedimentos para o litoral e sobretudo com a implantação das barragens e a destruição dos sistemas dunares tanto pelas obras pesadas de engenharia, visando proteger a costa (Dias, 1993), como com a sobrecarga de usos e construção habitacional no litoral frequentemente como segunda casa de veraneio ou fim-de-semana.

1.4.1 CHUVA

A ação erosiva da chuva é controlada principalmente por 4 factores: o clima, o tipo de solo, a topografia e o coberto vegetal presente. A presença da água é determinante no escorrimento superficial de materiais pois está associada às suas forças motrizes e

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8 à fraca resistência no deslizamento dos mesmos. No clima conta a intensidade da tempestade e a duração, no solo a erosão inerente, na topografia o comprimento e declive da encosta e quanto à vegetação, o tipo e extenção da cobertura. Os parâmetros climatéricos que mais influenciam e controlam a erosão por ação da chuva são a intensidade e a duração da precipitação. As gotas da chuva ao embater no solo não só causam erosão como também compactam o solo acabando por diminuir a infiltração da água. Há solos mais susceptíveis que outros à erosão que demonstra o seu grau de erodibilidade, uns mais como o solo limoso enquanto outros com elementos mais grosseiros com gravilhas de grandes dimensões são menos passíveis de erosão. Em relação à matéria orgânica a quantidade de argila está normalmente diretamente proporcional ao nível de erosão assim como os seguintes parâmetros: a quantidade de água presente, a textura do solo, o pH, a quantidade de vazios, os iões de troca, a composição e força iónica da água (Gray & Sotir, 1996).

1.4.2 VARIÁVEIS TOPOGRÁFICAS

Dentro das variáveis topográficas, as que mais influenciam a erosão pela chuva são o ângulo do talude e o seu comprimento, assim como a dimensão e forma da linha de água temporária (Gray & Sotir, 1996).

1.4.3 VENTO

A erosão por ação do vento depende dos mesmos fatores que controlam a erosão por ação da chuva. Estes fatores são o clima com a temperatura, a distribuição da chuva, a velocidade do vento, o solo pela sua textura, conteúdo em água, tamanho das partículas e rugosidade, e ainda as características da vegetação como o tipo, altura, densidade da cobertura e a sua distribuição sazonal. Os fatores topográficos como o comprimento e o declive da encosta, no caso da ação erosiva do vento, são pouco relevantes. No entanto, a presença de pequenas barreiras, assim como a rugosidade, podem ser determinantes na paragem ou na diminuição do movimento dos sedimentos. A humidade dos solos apresenta-se fundamental na sua suscetibilidade de erosão, pois se húmidos, são menos afetados pela erosão e pela distribuição da chuva. As suas características mais evidentes são a velocidade, a duração, a direção e o grau de turbulência (Gray & Sotir, 1996).

1.4.4 ELEVAÇÃO DO NÍVEL MÉDIO DAS ÁGUAS DO MAR

A elevação do nível médio das água do mar, apesar de ser causada por uma variação natural climatológica da Terra, é amplificada com as perturbações introduzidas pela ação humana (Dias, 1993) .Atualmente, a subida do nível médio da

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9 água do mar é vista pela comunidade científica como consequência do aquecimento global, notada sobretudo a partir de meados do séc.XX e a atualmente com o degelo acentuado nos pólos (Financial Times, 2013), que teve origem na revolução industrial com a emissão a larga escala dos gases com efeito de estufa.

1.4.5 ALTERAÇÃO DO FORNECIMENTO SEDIMENTAR

Muitas são as atividades humanas associadas ao seu progresso tecnológico na forma de intervir na paisagem que alteraram profundamente a dinâmica de sedimentos do litoral com a construção das barragens, a canalização dos rios, a exploração de inertes e a construção de estruturas pesadas de defesa costeira (Dias, 1993). As intervenções nas bacias hidrográficas resultaram numa diminuição drástica do fluxo de sedimentos para o litoral e de forma generalizada na erosão dos espaços costeiros (Dias, 2005). Estas alterações, a médio e a longo prazo, têm-se traduzido em fortes agravantes da erosão costeira por interromperem a alimentação constante de areias das praias de montante para jusante criando um forte desequilíbrio em todo o processo.

1.4.6 DRAGAGENS

Os desenvolvimentos portuários e o aumento do calado dos navios fez com que fosse necessário efetuar dragagens periódicas de grande amplitude (Dias, 1993).

1.4.7 EXTRAÇÃO DE INERTES

A extração de inertes sobretudo pela sua alta rentabilidade para a construção, para além de reduzir a sedimentação dos rios, tem repercussões no litoral e intensifica o recuo da linha de costa, afeta os habitats e a reprodução de variadas espécies animais, pondo ainda em risco a estabilidade das fundações de pontes.

1.4.8 DESTRUIÇÃO DAS ESTRUTURAS NATURAIS

A destruição dos sistemas dunares através do pisoteio nas dunas e destruição da sua vegetação tem potenciado a erosão eólica e os galgamentos oceânicos para o interior (Dias, 1993). Assim, a construção e desprezo pelos sistemas dunares e arribas, acentuou o recuo da linha de costa com prejuízos para o Homem. Tal não aconteceria, caso as dunas fossem preservadas, pela importância que têm como interface harmoniosa de ligação do oceano com o continente.

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10

1.4.9 OBRAS PESADAS DE ENGENHARIA COSTEIRA

Pela rigidez que apresentam em relação à dinâmica própria do litoral, estas soluções são geralmente desequilibradoras da faixa litoral onde são implantadas, muitas das vezes com repercussões negativas sentidas a vários quilómetros de distância (Dias, 1993).

1.5

GESTÃO DOS ESPAÇOS COSTEIROS COM INFLUÊNCIA

INDUSTRIAL

A elevada pressão humana associada ao meio marinho tem negligenciado a preservação dos organismos vivos e a manutenção da biodiversidade, com uma acelerada poluição deste ecossistema (Sousa, 2008). Desta forma, inúmeros esforços tem vindo a ser desenvolvidos na União Europeia através de Directivas Ambientais, com medidas cada vez mais severas, de forma a controlar os poluentes marinhos e atmosféricos, e a melhorar o ambiente urbano e a proteger os ecossistemas, estabelecendo os limites para os quais a saúde humana é posta em causa e que as entidades industriais têm de cumprir, sob pena de se sujeitarem a coimas muito elevadas (A.P.A., 2013).

É do senso comum a elevada importância que os espaços costeiros têm nas suas componentes ambiental, social e económica, mas também das suas constantes ameaças, e foi neste sentido que surgiram sobretudo nos últimos 30 anos, várias iniciativas políticas e legislativas, com orientações concretas e precisas, de forma a proteger e valorizar as zonas litorais do continente tendo surgido os planos regionais de ordenamento (PROT) do território que, face à dinâmica do espaço urbano, têm como principais objetivos definir diretrizes que sigam uma política sustentável, integrada e adaptativa que estabelecem normas e orientações para serem integradas ao nível municipal (Lopes, 2009).

Os Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) surgiram em 1993, centrados na gestão da orla costeira com o D.L. 309/93 de 2 de Setembro (alterado pelo D.L. 218/94 de 20 de Agosto), vinculam as entidades públicas e privadas definindo os condicionalismos, potencialidades e usos dominantes da orla costeira, de forma a salvaguardar os ecossistemas costeiros (Sousa, 2008). A proteção da integridade biofísica do espaço, a valorização dos recursos existentes e ainda a conservação das suas componentes ambiental e paisagística numa faixa de 500m desde a margem para o interior e no meio marítimo até à batimétrica dos 30m são objeto destes planos (A.P.A., 2013).

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11 Soluções alheias à problemática das investidas do mar e do recuo da linha de costa não são soluções aceitáveis, como a expansão e densificação urbana em zonas de risco, partindo do pressuposto que a Administração Central terá a obrigação técnica e financeira de proteger as habitações (Gomes, 2007).

Figura 1 - Figuras de ordenamento do litoral pela Diretiva Quadro da Água (DQA) e Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) (Fonte: A.P.A., 2013)

É necessário dotar os Planos de Ordenamento de uma maior adaptabilidade face à dinâmica própria do litoral, contemplando a ocorrência de catástrofes com a definição de “zonas adjacentes”, zonas com restrição à edificabilidade, zonas naturais de interface e proteção, localização de edificações vitais mais afastadas do mar, redes de pré-alertas à população, planos de evacuação e contingência, responsabilização dos projetistas, promotores e entidades licenciadoras das novas infraestruturas implantadas (Gomes, 2007). Estas soluções seriam, de fato, uma mais-valia para o ordenamento dos espaços litorais, pelos riscos que correm face às catástrofes naturais cada vez mais recorrentes, assim como tempestades esporádicas que facilmente destroem um sistema dunar fragilizado, tão comum pela costa portuguesa. Portanto, é crucial respeitar a faixa de 500m de proteção destes ecossistemas e valorizar os recursos existentes, de forma a salvaguardar a integridade biofísica, componente ambiental e paisagística da paisagem litoral como mostram as faixas de proteção dos POOCs (Figura 1) e inverter a tendência de construção indevida nestas faixas.

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12 Quadro 1. Legislação sobre o planeamento e ordenamento do litoral e ambiente

Instrumento gestão Territorial / Figura Legislativa

Legislação em Vigor e Âmbito

Pressupostos

Domínio Público Marítimo DPM

Decreto Real de 1864

1864

Surgiu com o Decreto Real em 1864 em que foi criada a figura Domínio público marítimo que considerou uma faixa designada margem das águas do mar com condicionantes de uso e acessos e de caráter público (A.P.A., 2013).

Domínio Público Hídrico DPH

Decreto-Lei n.º 353/2007 de 26 de Outubro (antigo Decreto de Lei nº 468/71 de 5 de Novembro) Criado em 1971 (atual DL nº353/2007) NACIONAL

Proteção das margens das águas não navegáveis nem flutuáveis de 10m para cada lado, a margem das águas navegáveis e flutuáveis é de 30m e a mar gem das aáguas do mar ou das águas navegáveis ou flutuáveis sob a juridição das autoridades marítimas ou portuárias é de 50m (D.L. 468/71).

Lei dos Solos

Decreto de Lei 794/76 de 5 de Novembro

1976 NACIONAL

“A alteração do uso ou da ocupação dos solos para fins urbanísticos, incluindo os industriais, carece de prévia aprovação da Administração Pública. Esta aprovação visa o adequado ordenamento do território para um equilibrado desenvolvimento sócio-económico das suas diversas regiões e inclui o controlo e superintendência dos empreendimentos da iniciativa privada.”( Lei nº 794/76)

Plano Regional de Ordenamento do Território

PROT

1983 REGIONAL

Estes planos têm como função orientar os planos municipais com uma linguagem clara de proibição, condicionamentos ao uso de solo e transformação (Lopes, 2010).

Reserva Ecológica Nacional REN Decreto de Lei 321/83 de 5 de Julho Criada em 1983 (atual DL nº 239/2012 de 2 de Novembro) NACIONAL

“A Reserva Ecológica Nacional (REN) é uma estrutura biofísica que integra o conjunto das áreas que pelo valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais são objeto de proteção especial.” CCDRLVT, 2013

Lei de Bases do Ambiente (Lei nº 11/87 de 7 de Abril)

1987 NACIONAL

A política de ambiente pretende criar um ambiente humano ecologicamente equilibrado com a preservação dos recursos naturais como base de um desenvolvimento auto-sustentado.

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13 Reserva Agrícola Nacional (RAN)

Decreto de Lei 196/89, de 14 de Junho Criada em 1989 (atual DL nº 73/2009 de 31 de Março) NACIONAL

“A RAN é o conjunto das áreas que em termos agro-climáticos, geomorfológicos e pedológicos apresentam maior aptidão para a actividade agrícola.” Estabelece condicionamento de uso não agrícola, e identificando as atividades permitidas de acordo com os regimes e tipologias de solos (D.L. 196/89).

Plano Diretor Municipal PDM

de Matosinhos

1992 MUNICIPAL (em revisão)

“O PDM define o regime de uso do solo através da sua classificação e qualificação, regulando o seu aproveitamento em função da utilização dominante que nele pode ser instalada ou desenvolvida, fixando os respetivos usos e, quando admissível, edificabilidade.” (C.M.Matosinhos, 2013b)

Plano de Ordenamento da Orla Costeira POOC D.L. 309/93 de 2 de Setembro 1993 NACIONAL E REGIONAL

São planos especiais que definem as condicionantes, potencialidades e usos dominantes para a orla costeira numa prespetiva de preservação dos ecossistemas costeiros (Lopes, 2010).

Lei de Bases da Política de ordenamento do Território e Urbanismo

Lei nº 48/1998, de 11 de agosto

1998 NACIONAL

Define as políticas de ordenamento do território integrando as ações da Administração Pública na procura de assegurar uma utilização e organização adequada do espaço nacional tendo como premissas o desenvolvimento económico, social e cultural harmonioso e sustentável (Lei nº 48/1998 ).

Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial

D.L. 380/99 de 22 de Setembro

1999 NACIONAL

Define os regimes de coordenação dos âmbitos nacional, regional e municipal e do sistema de gestão territorial e ainda define o regime geral de uso do solo, da elaboração, aprovação, execução e avaliação dos instrumentos de gestão territorial (D.L. 380/99).

Lei da Água

Lei nº58/2005 e Decreto de Lei 77/2006

2005 NACIONAL

Obrigatoriedade de classificação dos estados das massas de água. Novas exigências da Diretiva Quadro da Água (DQA – Diretiva 200/60/CE) em integrar novos elementos de qualidade como os elementos biológicos(INAG, 2013)

(31)

14 Plano Nacional de Política de

Ordenamento do Território PNPOT RCM 58 / 2007 de 4 de Setembro NACIONAL

Estabelece grandes opções para o desenvolvimento do espaço nacional e nas zonas costeiras destaca a erosão costeira como um dos problemas mais importantes que o ordenamento destes espaços enfrenta (Sousa, 2008).

Plano de Ação de Valorização e Proteção do Litoral 2012-2015 (Despacho MAOTDR, de 9 de Outubro de 2007) 2007 NACIONAL E MUNICIPAL

Rever o Plano de Ação do Litoral (2007 – 2013) , Promover a sua efetiva execução (contrariar a baixa taxa de execução, openas cerca de 17% do orçamento previsto ) Reavaliar as prioridades dos projetos a implementar e assegurar o seu financiamento no âmbito do QREN, Salvaguardar pessoas e bens face a situações de risco, Contribuir para o desenvolvimento local e para o crescimento económico ( P.A.V.P.L., 2012).

Regime da Avaliação e Gestão da Qualidade do Ar Ambiente

(Decreto de lei 102/2010)

2010 NACIONAL

“O presente decreto -lei fixa os objectivos para a qualidade do ar ambiente tendo em conta as normas, as orientações e os programas da Organização Mundial da Saúde, destinados a evitar, prevenir ou reduzir as emissões de poluentes atmosféricos.” (A.P.A., 2013)

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15

2. ENQUADRAMENTO

2.1

O TEMA/LOCALIZAÇÃO

A urbanização crescente ao longo de todo o litoral português principalmente a partir do séc.XIX assumiu proporções inimagináveis nas últimas décadas do séc. XX. Tal como no resto da Europa, em Portugal o desenvolvimento das cidades litorais foi o reflexo da procura e o desejo dos “banhos de mar” (Dias, 2005, Freitas, 2007), do melhoramento dos transportes e vias de comunicação, do crescimento demográfico e da instalação de infra-estruturas ligadas ao turismo e lazer, assim como as urbanizações associadas à especulação fundiária e às políticas “desenvolvimentistas” das empresas de construção civil (Cardoso, 2007). Estes são os principais fatores que têm causado maiores modificações no litoral e consequências altamente desequilibradoras de todo o meio físico costeiro. Neste contexto, a erosão do litoral, a poluição das águas marítimas e a destruição de ecossistemas têm sido os principais problemas costeiros que em muito influenciam a vida das populações (Freitas, 2007), nomeadamente pelo recuo da linha de costa que se tem vindo a verificar ao longo de todo o litoral português, principalmente por ação natural, com a redução do fluxo de sedimentos dos rios para o litoral e com a urbanização e industrialização das zonas costeiras. Esta crescente exploração dos recursos naturais pelo Homem fez com que muitas espécies da fauna e flora esteja atualmente em risco de extinção (Salvarani, 2013) ou mesmo já se encontrem extintas daí que seja crucial para o futuro dos ecossistemas que estes sejam recuperados ou mesmo repostos.

As dunas, pela sua localização privilegiada junto ao mar e pela sua cobertura natural, tornam-se apelativas ao recreio (Cobham, 1990) desempenhando um papel crucial na defesa da linha de costa contra a erosão, pela sua ação de consolidação/estabilização, apesar da sua alta vulnerabilidade ao pisoteio (Gray & Sotir, 1996).

A importância dos sistemas dunares reside no fato de estes serem sistemas espantosamente tolerantes à salinidade, à falta de matéria orgânica, à alta exposição solar e à escassa disponibilidade hídrica e uma vez estabilizadas são importantes dissipadores de energia que reduzem a energia das ondas por absorção de forma mais flexível que estruturas mais rígidas de proteção costeira como os diques da Holanda (McHarg, 1967) e ainda protegem as zonas costeiras da ação erosiva do

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16 vento e das ondas pela barreira que estabelecem com uma diversa comunidade vegetal (USGS, 2004).

Face ao exposto anteriormente, torna-se premente proteger estes sistemas, e uma das formas tem sido através da construção de passadiços sobrelevados, regra geral de madeira, por forma que a vegetação se possa desenvolver e desempenhar o seu papel protetor de estabilização por baixo desta estrutura. Deste modo as pessoas podem circular sem interferir negativamente no sistema dunar (Gray & Sotir, 1996). Outras soluções auxiliares de fixação das areias das praias e da vegetação são o uso dos para-ventos (ripados ou paliçadas) sendo a sua manutenção crucial no processo, e ainda o uso das espécies Hippophae rhamnoides (espinheiro-marítimo) fixadoras de azoto e da Ammophila arenaria (estorno) procurando a regeneração natural das dunas (Cobham, 1990; Cardoso, 2007). Muitas vezes quando a vegetação dunar é afetada ou destruída formam-se dunas migratórias, o que constitui um caso comum às costas do oceano Pacífico e Atlântico (Olafson, 1997) e estas adaptam-se e são modeladas pelas oscilações das marés e dos ventos. Com a ajuda da vegetação que se fixa nelas e aprisiona parte da areia em movimento, ao fim de um certo tempo e em condições favoráveis chega-se a uma forma harmoniosa e ondulada de crescimento gradual para o interior. Processos como a cobertura das dunas erodidas e corredores de deflação eólica com materiais provenientes de limpezas de matos como as ramagens e ainda o sargaço, constituem-se recursos baratos locais que podem ser utilizados para a acumulação de sedimentos eólicos e criar condições favoráveis para o desenvolvimento da vegetação (Cardoso, 2007). Segundo o mesmo autor (2007) pode-se ainda proceder a um reperfilamento da duna procurando chegar a um perfil “ideal”. No entanto só é indicado no caso de a duna apresentar uma elevada erosão e um alto estado de degradação do cordão dunar ao nível do coberto vegetal pois toda a movimentação de areias destrói a vegetação que ainda existe e requer outras técnicas complementares para que a duna possa estabilizar para além das replantações. Concomitantemente com os problemas já descritos, a existência de indústrias em contextos urbanos e junto a sistemas dunares traz efeitos negativos acrescidos. As indústrias inserem-se no meio urbano pela sua componente económica e social, mas habitualmente são fonte de desequilíbrios ambientais, e esta degradação da paisagem tem custos acrescidos na mitigação dos problemas ambientais (Pardal, 1988). Os efeitos negativos das áreas industriais podem manifestar-se em impactes visuais, impactes na paisagem, efeitos ambientais adversos e suas repercussões externas, e daí se torna essencial que os projetos de intervenção na paisagem devam salvaguardar os bens públicos (Turner, 1998).

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17 Segundo Turner (1998), a poluição e as poeiras tornam-se um problema muito relevante nas cidades atuais, sobretudo em dias quentes, principalmente para pessoas com problemas respiratórios, mas afetando todas as demais. As refinarias são particularmente propensas a distúrbios ambientais e de saúde pública, tanto para os trabalhadores como para a população em geral, por lidarem com substâncias provenientes do petróleo, os hidrocarbonetos aromáticos altamente nocivos para os animais e plantas (por serem poluentes orgânicos de características comprovadamente carcinogénicas e neurotóxicas), em que muitos dos componentes derivados do refinamento são libertados na atmosfera, em efluentes que são pré-tratados no interior da indústria e resíduos sólidos (Favera, 2008; Gurgel, 2009). A afetação da costa com produtos petrolíferos foi identificada como um problema dos mais danosos para os ambientes costeiros, com as implicações negativas ao nível ambiental, cultural e socioeconómico (Santos, 2009).

Neste contexto, e face à importância crescente destas problemáticas surge a escolha deste tema, incluindo como espaço territorial em análise, uma área inserida num contexto de forte erosão costeira em que houve profundas alterações ecossistémicas por ação humana ao longo dos tempos e mais recentemente com o aterro que deu nome à praia (Praia do Aterro) com impactes negativos importantes que daí resultaram tanto ao nível da erosão da linha de costa como em termos ambientais. A perda dos ecossistemas costeiros, com a destruição da vegetação nativa e a inserção numa área costeira de elevado valor recreativo e patrimonial, levou à seleção desta área em particular.

As áreas costeiras em Portugal são dos espaços nacionais que têm apresentado uma maior dinâmica e um maior risco ambiental associado, principalmente pela crescente pressão humana no litoral (Cardoso, 2007; Gonçalves, 2011). A principal consequência desta ocupação crescente é um aumento da erosão costeira e a destruição parcial ou total dos sistemas dunares. O objeto desta dissertação é a requalificação duma dessas áreas fustigadas pela ação do mar, ventos fortes e pressão humana, nomeadamente ao nível industrial que tornou esta zona costeira particularmente vulnerável à erosão pelo aterro efetuado.

A área em estudo insere-se na região norte no distrito do Porto (Figura 2), concelho de Matosinhos (Figura 3), engloba as freguesias de Leça da Palmeira e Perafita e situa-se na praia do Aterro (Figura 4), englobando o Cordão dunar de Leça da Palmeira entre a capela da Boa Nova e a Praia do Cabo do Mundo.

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18 Figura 2 - Localização Regional e Distrital

(Fonte: Google Earth)

Figura 3 - Localização distrital e concelhia (Fonte: Google Earth)

Figura 4 - Localização da praia do Aterro em Matosinhos (Fonte: Google Earth)

Todas estas alterações profundas na paisagem, pelo aterro efetuado com areia proviniente da dragagem de parte da doca de Leixões na década de 40 e mais tarde na década de 60 resultantes da implantação da refinaria de Matosinhos, acabaram por criar condições propícias ao recuo da linha de costa. O aterro de grandes dimensões exposto às investidas do mar, pela sua inclinação acentuada e pela destruição da vegetação nativa com maior poder se fixação do cordão dunar, foi dizimada quase por completo ao longo do século XX onde a vegetação sobretudo invasiva, proliferou. Estas alterações profundas do sistema costeiro ao longo dos tempos acrescidos da forte urbanização e industrialização de Leça da Palmeira refletiram-se o ao nível da qualidade do ar, da água, dos solos com implicações negativas tanto na saúde e bem estar da população envolvente, como na perda de biodiversidade com a destruição de habitats e falta proteção dos recursos naturais. Seguiu-se a destruição dos sistemas dunares quase por completo, a degradação das ribeiras e dos ecossistemas marinhos, e consequente agravamento da problemática da erosão acentuada neste espaço costeiro. No caso do meio que foi o nosso objeto de estudo, dadas as dimensões da refinaria de Matosinhos existente do lado nascente da área litoral a requalificar e ao aterro efetuado aquando da sua construção, torna-se crucial uma requalificação que

Imagem

Figura 1 - Figuras de ordenamento do litoral pela Diretiva Quadro da Água (DQA) e Planos de Ordenamento da  Orla Costeira (POOC) (Fonte: A.P.A., 2013)
Figura 7 - Esquema das várias zonas que compõem um ecossistema marinho segundo Ley et al (2007)
Figura 37 - Foto da praia de Leça da Palmeira a sul da praia do Aterro (s/d)( Fonte: Arquivo Municipal de  Matosinhos)
Figura 40 - "Piscina das Marés" em Leça da Palmeira da  autoria de Siza Vieira
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