• Nenhum resultado encontrado

Verificação de atendimento aos requisitos de desempenho de um empreendimento multifamiliar no município de Florianópolis: uma abordagem da NBR 15575:2013

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Verificação de atendimento aos requisitos de desempenho de um empreendimento multifamiliar no município de Florianópolis: uma abordagem da NBR 15575:2013"

Copied!
100
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA CORREA SANTOS

JULIA MARTINS PINA

VERIFICAÇÃO DE ATENDIMENTO AOS REQUISITOS DE DESEMPENHO DE UM EMPREENDIMENTO MULTIFAMILIAR NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS:

UMA ABORDAGEM DA NBR 15575:2013

Palhoça 2019

(2)

JULIA MARTINS PINA

VERIFICAÇÃO DE ATENDIMENTO AOS REQUISITOS DE DESEMPENHO DE UM EMPREENDIMENTO MULTIFAMILIAR NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS:

UMA ABORDAGEM DA NBR 15575:2013

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Roberto de Melo Rodrigues, Esp.

Palhoça 2019

(3)
(4)

Agradecer é um gesto muito importante. De alguma maneira tudo o que se é conquistado depende de todo o esforço e dedicação, ora de nós mesmos e outras vezes de pessoas que cruzam o nosso caminho para nos auxiliar.

Agradeço a minha família por sempre me incentivarem com todo carinho e apoio incondicional. Em especial meu esposo Nei Lopes e meu filho Valentim, pela compreensão e apoio durante estes anos de graduação. Não esqueçam, é nosso!

Agradeço à empresa pelo apoio, segurança, pelo conhecimento adquirido e principalmente pelas oportunidades. Não fosse a flexibilidade e compreensão de vocês, o fardo destes anos de graduação teria sido bem maior. Que possamos juntos colher os frutos deste trabalho e melhorar nosso setor.

Agradeço ao amigo Diogo Steinbach que talvez nem se recorde, mas foi o grande incentivador do meu retorno para o Curso de Engenharia Civil, naquele momento talvez se não tivesses me apoiado na ideia eu não teria tido coragem de abraçar este novo desafio.

Agradeço ao professor Roberto Rodrigues, nosso orientador, que com sua experiência e seu conhecimento nos deu tranquilidade para executarmos este trabalho.

A todos os demais professores do Curso que de alguma maneira transmitiram seu conhecimento e contribuíram para a minha formação.

Aos colegas e amigos que fizeram e com certeza farão parte da minha vida por longos anos, em especial Júlia Pina, Silmara Finger e Wagner Doro, nosso encontro nesta jornada acadêmica foi muito especial.

Finalmente, a Deus, por permitir que fizesse as pazes com o passado e retomado para a estrada principal.

(5)

Agradeço a Deus.

Agradeço minha mãe, Luciane, que é um exemplo de força e garra. Agradeço pelos valores transmitidos e por não medir esforços para a realização dos meus sonhos.

Ao meu Coração, Paulo, uma pessoa maravilhosa que esteve ao meu lado por toda essa jornada, que em muitos momentos de medo e vontade de desistir segurou minha mão e afirmou que tudo daria certo.

A minha melhor amiga Camila, que me mostrou a vida de uma forma mais leve.

Aos amigos que a Engenharia me deu, agradeço as risadas, chopps e choros, pois sem eles não conseguiria ir tão longe. Agradeço em especial a Amanda e ao Wagner, amigos que pretendo levar para a vida.

Agradeço com carinho ao nosso orientador Roberto Rodrigues, pelo apoio e confiança, que com dedicação transmitiu seu conhecimento.

(6)

O conjunto normativo NBR 15575:2013 difere substancialmente das demais normas existentes, pois não trata como as edificações e suas partes são projetadas e sim o seu desempenho, ou seja, seu comportamento global incluindo o usuário. A norma foi dividida em seis partes: requisitos gerais, sistemas estruturais, sistemas de pisos, sistemas de vedações verticais internas e externas, sistemas de cobertura e sistema hidrossanitário. Vários aspectos têm influência na vida útil das edificações, tais como qualidade de projeto e sua execução, as condições de agressividade do meio e os cuidados de uso e manutenção. A vida útil de projeto da edificação só pode ser atingida se seu uso correto e manutenção forem executados. O presente trabalho tem como objetivo elaborar o Perfil de Desempenho da Edificação(PDE), através da indicação do nível de desempenho almejado para o empreendimento e verificação de atendimento aos critérios e requisitos estabelecidos pela NBR 15575:2013, em um projeto residencial multifamiliar no município de Florianópolis para os requisitos dos usuários de segurança contra incêndio, desempenho acústico, durabilidade e manutenibilidade e funcionamento e acessibilidade, apresentando as dissonâncias e sugerindo as adequações necessárias. As análises evidenciaram grande interferência no desenvolvimento dos projetos e consideráveis percentuais de não conformidade, nos quais deverão passar por alterações para o correto atendimento.

Palavras-chaves: Norma de desempenho; Vida útil das edificações; Verificação do

(7)

ABSTRACT

The NBR 15575: 2013 normative set substantially differs from other existing standards, as it doesn’t deal with how buildings and their parts are designed, but how their performance is, ie their global behavior including the user. The normative set has been divided into six parts: general requirements, structural systems, floor systems, internal and external vertical sealing systems, roofing systems and

water/sanitary systems. A lot of aspects influence the buildings’ lifespan, such as

project quality and execution, environment aggressiveness, and care for use and maintenance. The lifespan of the building project can only be achieved with its correct use and maintenance. The present work aims to elaborate the Building Performance Profile (PDE), by indicating the desired performance level for the project and verifying compliance with the criteria and requirements established by NBR 15575: 2013, in a multifamily residential project in the city of Florianópolis to the requirements of fire safety users, acoustic performance, durability and maintainability and ope. The analyzes showed great interference in the development of the projects and considerable percentages of non-compliance, which will have to undergo alterations for the correct attendance.

Keywords: Performance standard; Useful life of buildings; Performance check; construction; Performance profile.

(8)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Desempenho ao longo do tempo ... 22

Figura 2 – Estrutura da Norma de Desempenho ... 29

Figura 3 – Requisitos Gerais ABNT 15575 ... 32

Figura 4 – Exemplo genérico de um sistema de piso ... 33

Figura 5 – Localização do Empreendimento 1 ... 42

Figura 6 – Pavimento Subsolo Empreendimento 1 ... 44

Figura 7 – Pavimento Térreo Empreendimento 1 ... 45

Figura 8 – Pavimento Tipo Empreendimento 1 ... 46

Figura 9 – Pavimento Ático Empreendimento 1 ... 47

Figura 10 – Cobertura Empreendimento 1 ... 48

Figura 11 – Nota projeto preventivo contra incêndio atendimento NBR-5419 ... 53

Figura 12 – Notas Projeto PPCI ... 56

Figura 13 – Evidência atendimento Requisito 8.1 - Parte 6 ... 62

Figura 14 – Classificação e Posicionamento Extintores no Projeto PPCI ... 63

Figura 15 – Evidência atendimento Requisito 8.3 - Parte 6 ... 64

Figura 16 – Recorte planta baixa térreo ... 69

Figura 17 – Recorte planta pavimento tipo Empreendimento 1 ... 71

Figura 18 – Recorte planta baixa Ático ... 73

Figura 19 – Evidência atendimento Requisito 14.2 - Parte 6 ... 83

Figura 20 – Evidência atendimento Requisito 16.1 - Parte 1 ... 85

Figura 21 – Evidência não atendimento requisito 16.3 - Parte 1 ... 85

(9)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Resultados Segurança Contra Fogo ... 91

Gráfico 2 – Resultados Desempenho Acústico ... 92

Gráfico 3 – Resultados Durabilidade e Manutenibilidade ... 93

(10)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Vida útil de projeto mínima e superior (VUP) ... 22 Tabela 2 – Projetos e documentos analisados ... 50

(11)

Quadro 1 – Prazos de Garantia ... 26

Quadro 2 – Prazos de Garantia(continuação) ... 27

Quadro 3 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, D2m,nT,w, ... 37

Quadro 4 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w, entre ambientes ... 38

Quadro 5 – Quadro de áreas do empreendimento ... 43

Quadro 6 – Perfil de Desempenho da Edificação ... 49

Quadro 7 – Modelo de cabeçalho da lista de verificação ... 51

Quadro 8 – Requisito 8.2 – Parte 1 ... 52

Quadro 9 – Requisito 8.3 - Parte 1 ... 54

Quadro 10 – Requisito 8.5 - Parte 1 ... 54

Quadro 11 – Requisito 8.7- Parte 1 ... 55

Quadro 12 – Requisito 8.2- Parte 3 ... 56

Quadro 13 – Requisito 8.3 - Parte 3 ... 57

Quadro 14 – Requisito 8.2, 8.3 e 8.4 - Parte 4 ... 59

Quadro 15 – Requisito 8.2- Parte 5 ... 60

Quadro 16 – Requisito 8.3- Parte 5 ... 61

Quadro 17 – Requisito 8.1 - Parte 6 ... 61

Quadro 18 – Requisito 8.2- Parte 6 ... 62

Quadro 19 – Requisito 8.3 - Parte 6 ... 63

Quadro 20 – Limites Máximos de Ruídos segundo Lei CMF 003/99 ... 65

Quadro 21 – Requisito 12.3 - Parte 3 ... 66

Quadro 22 – Nível de desempenho mínimo ao ruído aéreo, DnT,w, recomendados pela norma NBR 15575-3:2013 ... 67

Quadro 23 – Nível de desempenho mínimo ao ruído de impacto, L’nT,w, recomendado pela norma NBR 15575-3:2013 ... 67

Quadro 24 – Desempenho esperado do projeto. Sistema de pisos entre unidades habitacionais ... 68

(12)

ambientes devido ao ruído externo (NBR 10152:2017) ... 74

Quadro 27 – Requisito 12.3 - Parte 5 ... 75

Quadro 28 – Requisito 14.2 - Parte 1 ... 76

Quadro 29 – Requisito 14.3 - Parte 1 ... 76

Quadro 30 – Requisito 14.1 - Parte 2 ... 77

Quadro 31 – Requisito 14.2 - Parte 2 ... 77

Quadro 32 – Requisito 14.2 - Parte 3 ... 78

Quadro 33 – Requisito 14.3 - Parte 3 ... 78

Quadro 34 – Requisito 14.4 - Parte 3 ... 79

Quadro 35 – Requisito 14.1, 14.2 e 14.3 - Parte 4 ... 80

Quadro 36 – Requisito 14.1, 14.2 e 14.3 - Parte 5 ... 81

Quadro 37 – Requisito 14.1 - Parte 6 ... 82

Quadro 38 – Requisito 14.2 - Parte 6 ... 83

Quadro 39 – Requisito 16.1, 16.2, 16.3 e 16.4 - Parte 1 ... 84

Quadro 40 – Requisito 16.1 - Parte 5 ... 86

Quadro 41 – Requisito 16.1 - Parte 6 ... 86

Quadro 42 – Requisito 16.2 - Parte 6 ... 87

Quadro 43 – Ensaio Laboratorial de Segurança Contra Incêndio ... 88

Quadro 44 – Ensaio Laboratorial de Desempenho Acústico ... 89

Quadro 45 – Ensaio Laboratorial de Durabilidade, Manutenibilidade e Acessibilidade ... 90

(13)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 14 1.1 JUSTIFICATIVA ... 14 1.2 OBJETIVOS ... 15 1.2.1 Objetivo geral ... 15 1.2.2 Objetivos específicos ... 15 1.3 METODOLOGIA ... 16 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17

2.1 OS PRIMEIROS REQUISITOS E CRITÉRIOS DE DESEMPENHO NO BRASIL ... 17

2.1.1 Conceito de desempenho e a NBR 15575 ... 18

2.1.1.1 Níveis de desempenho ... 19

2.1.1.2 A importância do usuário no desempenho das edificações ... 19

2.1.2 Vida útil e durabilidade ... 21

2.1.3 Incumbência dos Intervenientes ... 23

2.1.4 Vida útil e prazo de garantia ... 24

2.2. ESTRUTURA DA NBR 15575:2013 ... 28

2.2.1 Requisitos, critérios e métodos ... 28

2.2.1.1 Requisitos ... 29

2.2.1.2 Critérios ... 31

2.2.1.3 Métodos de avaliação ... 32

2.3 PARTE 1 - REQUISITOS GERAIS ... 32

2.4 PARTE 2 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS ESTRUTURAIS ... 33

2.5 PARTE 3 – REQUISITOS PARA O SISTEMAS DE PISOS ... 33

2.6 PARTE 4 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA E EXTERNA ... 35

2.7 PARTE 5 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS DE COBERTURA ... 38

2.8 PARTE 6 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS HIDROSSANITÁRIOS ... 39

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ... 41

(14)

4.1.1 Delineamento do estudo ... 43

4.1.2 Dados gerais da edificação ... 43

4.2 ANALISE DOS PROJETOS DA EDIFICAÇÃO ... 48

4.2.1 Consideração sobre a análise de adequação do projeto aos requisitos de desempenho ... 48

4.2.2 Principais providências tomadas pela empresa na análise dos projetos da edificação ... 49

4.2.3 Apresentação da Lista de Verificação ... 51

4.3 VERIFICAÇÕES PARA ATENDIMENTO DO DESEMPENHO PARA A EDIFICAÇÃO ... 52

4.3.2 Segurança contra incêndio ... 52

4.3.2 Desempenho Acústico ... 64

4.3.3 Durabilidade e Manutenibilidade ... 75

4.3.4 Funcionalidade e Acessibilidade ... 83

4.4 APRESENTAÇÃO DOS ENSAIOS OBRIGATÓRIOS APONTADOS NA LISTA 88 4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS APRESENTADOS ... 90

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 94

5.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTUDO DE CASO ... 94

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 95

(15)

1 INTRODUÇÃO

O conjunto normativo ABNT NBR 15.575 “Edificações Habitacionais –

Desempenho” está em vigor desde junho de 2013, baseado no conceito de desempenho voltado para as necessidades dos usuários e para o uso e operação das edificações. O conceito de desempenho de edifícios e seus sistemas está sendo aplicado há décadas no mundo todo, e hoje o tema está consolidado no meio técnico na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Com o principal objetivo de aumentar o nível de desempenho mínimo das edificações residenciais proporcionando uma vida útil mais duradoura, a norma estabelece parâmetros, objetivos e quantitativos de medição.

A normatização busca o disciplinamento das relações entre elos da cadeia econômica melhorando a relação de consumo no mercado imobiliário, na medida em que todos os partícipes da produção habitacional são incumbidos de suas responsabilidades; projetistas, fornecedores, construtores, incorporadores e usuários.

Além de ser referência para avaliação da qualidade nas edificações, a aplicação da NBR 15575:2013 é imprescindível no impacto ao produto final entregue ao cliente.

1.1 JUSTIFICATIVA

A NBR 15575:2013 especifica critérios mínimos de desempenho para os sistemas das edificações, além de definir as incumbências e intervenções necessárias para a vida útil mínima obrigatória das construções. É constituída de 6 partes:

1. Requisitos gerais;

2. Requisitos para os sistemas estruturais; 3. Requisitos para os sistemas de pisos;

4. Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas; 5. Requisitos para os sistemas de coberturas;

6. Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

O desempenho da edificação, compreendido como comportamento de uma edificação ao longo de seu uso e operação sob determinadas condições de

(16)

exposição, passou a ser mais buscado por todos os elos da cadeia produtiva da construção civil com o objetivo de melhor atender às exigências dos usuários.

O intuito do trabalho é verificar o desempenho dos sistemas construtivos

de um empreendimento, contribuindo assim para melhor qualidade das habitações, otimização do uso de recursos, compatibilização e valorização de projetos. Dessa forma, entende-se que o trabalho se justifica pela necessidade de

atendimento a norma citada por parte das construtoras da região. 1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Verificar se os projetos de uma edificação residencial multifamiliar no município de Florianópolis atenderá aos critérios e requisitos estabelecidos pela NBR 15575:2013, indicando as dissonâncias e sugerindo as adequações necessárias, através da elaboração do Perfil de Desempenho da Edificação (PDE) e aplicação de uma lista de verificação.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Apresentar os requisitos de desempenho;

b) Verificar as exigências estabelecidas na NBR 15575:2013;

c) Apresentar os níveis de desempenho desejados para o empreendimento; d) Verificar o cumprimento dos requisitos de desempenho determinados pela

NBR 15575:2013 nos projetos de uma edificação residencial multifamiliar em Florianópolis/SC;

e) Elaboração de uma lista de verificação para empresa fazer avaliações futuras;

(17)

1.3 METODOLOGIA

Quanto aos seus objetivos, a metodologia deste trabalho será exploratória. Já do ponto de vista dos procedimentos técnicos, será uma pesquisa bibliográfica com aplicação em estudo de caso, pois se desenvolverá a partir de materiais publicados em livros, revistas, artigos, dissertações, teses e internet. Utilizará ainda a abordagem dedutiva (do geral para o específico). A proposta de metodologia do trabalho será desenvolvida considerando as seguintes etapas gerais:

a) Revisão bibliográfica abordando os principais conceitos introdutórios ao tema;

b) Apresentação do método de trabalho, explicando as pretensões de cada etapa proposta neste estudo;

c) Estudo dos projetos da edificação em estudo e verificação do atendimento dos critérios especificados pela NBR 15575/2013;

d) Elaboração de uma lista de verificação para a empresa adotar na análise de outros empreendimentos no futuro;

e) Análise final dos resultados e elaboração de recomendações para adequação dos itens encontrados que necessitem de correção.

Limitação da pesquisa: o estudo desenvolvido não tratará de todos os capítulos da NBR 15575/2013, ficando restrito aos requisitos de segurança contra incêndio, desempenho acústico, durabilidade e manutenibilidade, funcionalidade e acessibilidade.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho será estruturado em capítulos para facilitar a sua compreensão. Assim sendo, o primeiro capítulo traz a introdução, que compreende a apresentação do tema da pesquisa, a justificativa, os objetivos, a metodologia e a estrutura do trabalho. No segundo capítulo, faz-se a revisão de literatura sobre a NBR 15575:2013. No capítulo três, apresenta-se a metodologia e no capítulo 4 o estudo de caso e no quarto a análise dos dados. O quinto capítulo aborda as considerações finais e sugestões para trabalhos futuros, seguido pelas referências bibliográficas.

(18)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou um conjunto normativo dividido em seis partes em julho de 2013, a NBR 15575:2013, norma esta, redigida segundo modelos internacionais de normalização de desempenho, determinando que para cada necessidade do usuário e condição de exposição, exista uma sequência de requisitos de desempenho, critérios e respectivos métodos de avaliação. Cada parte da norma foi organizada por elementos de construção, percorrendo temáticas relativas à segurança, habitabilidade e sustentabilidade.

Para um melhor entendimento, neste capítulo serão apresentados conceitos gerais da NBR 15575:2013 e sua importância.

2.1 OS PRIMEIROS REQUISITOS E CRITÉRIOS DE DESEMPENHO NO BRASIL

De acordo com Possan e Demoliner (2013), a degradação antecipada das edificações reduz seu desempenho, caracterizando um problema comum no mundo todo. Esses desgastes se dão devido a má qualidade de materiais, falhas de projeto e execução e principalmente de manutenção. Neste sentido o foco da Norma de Desempenho 15575 está na qualidade das construções, por este motivo insere uma série de conceitos relacionados ao comportamento em uso dos componentes e sistemas das edificações e a vida útil dos sistemas construtivos.

Com a implantação do programa federal Minha Casa Minha Vida,lançado em

março de 2009 pelo Governo Federal, no intuito de combater o déficit habitacional houve um reflexo na maneira de pensar sobre habitação social no Brasil.

A NBR 15.575:2013 veio indiretamente balizar a própria atuação governamental, parametrizando o desempenho e a durabilidade mínima das habitações, incluindo aquelas de interesse social independentemente do custo da obra e da classe social a qual se destina (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013a).

A Norma de Desempenho é composta de seis partes: requisitos gerais, requisitos para os sistemas estruturais, requisitos para os sistemas de pisos, requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas, requisitos para os sistemas de coberturas e por último, requisitos para os sistemas

(19)

hidrossanitários, e assim como qualquer novidade traz muitas dúvidas e críticas por parte de construtores e consumidores

2.1.1 Conceito de desempenho e a NBR 15575

A aplicação do conceito de desempenho teve início na fabricação de produtos destinados à indústria bélica, ainda no período da Segunda Guerra Mundial, já na produção de edificações os primeiros debates ocorreram no segundo congresso do

Conseil Internattional du Bâtiment (1982).

No decorrer dos anos outros eventos avaliaram a aplicação do conceito e em cada país adquiriu características próprias, voltando-se a avaliação de produtos, a composição de metodologia de projeto, elaboração de normas e código de obras, desenvolvimento, controle da qualidade de novos componentes e sistemas construtivos.

Uma das primeiras aparições do conceito de desempenho no Brasil foi a partir do trabalho acadêmico do Professor Teodoro Rosso e posteriormente as primeiras aplicações práticas ocorreram ao longo da década de 80 em função do trabalho do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (1998) de elaboração de normas para componentes empregados na construção produção de edificações e de diretrizes de avalição de desempenho de sistemas construtivos.

O conceito traz em sua essência uma variedade entendimentos, pode ser compreendido como sendo uma medida de análise e avaliação, bem como deve ser um elemento que deve proporcionar a visualização de necessidades associadas a um valor, como o de bem-estar, que se associa a parâmetros como conforto térmico ou acústico (BORGES, 2008).

Como caracterizam Possam e Demoliner (2013, p. 5):

Desempenho pode ser definido como o comportamento em uso. No caso de uma edificação pode ser entendido como as condições mínimas de habitabilidade (como conforto térmico e acústico, higiene, segurança, entre outras) necessárias para que um ou mais indivíduos possam utilizar a edificação durante um período de tempo. O desempenho pode variar de um indivíduo para o outro, pois depende das exigências do usuário (na concepção) ou dos cuidados no uso (manutenção). Também depende das condições de exposição do ambiente em que a edificação será construída, como temperatura, umidade, insolação, ações externas resultantes da ocupação etc.

(20)

As noções de desempenho podem ser subjetivas algumas vezes, fazendo-se necessário que sejam parametrizadas às exigências e o mercado regulado. Desta maneira, a NBR 15575:2013 estabelece requisitos de desempenho de forma a balizar o setor da construção civil uma vez que no Brasil a diversidade de exigências regulatórias varia muito de acordo com a região (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013a).

2.1.1.1 Níveis de desempenho

De acordo com a NBR 15575:2013, o comportamento dos vários sistemas construtivos de um edifício de habitação, para as diferentes exigências requeridas, é avaliado segundo os métodos, ensaios, inspeções e cálculos especificados, face às premissas apresentadas e às normas técnicas descriminadas. Deste modo, cada critério, de uma dada área e para um dado sistema, pode ser classificado como tendo um nível de desempenho (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013b).

Mínimo (M) – cumpre os requisitos mínimos impostos, proporcionando as

devidas condições de habitabilidade aos moradores e devendo, como tal, ser impreterivelmente satisfeito –, Intermédio (I) ou Superior (S).

2.1.1.2 A importância do usuário no desempenho das edificações

Nas últimas décadas a influência do comportamento dos usuários nas edificações tem sido estudada. Há alguns parâmetros ambientais como suas interações com os sistemas podem influenciar na tomada de decisão e na operação da edificação. Variáveis ambientais como temperatura, velocidade do ar, chuva, ruído, iluminação, odores e qualidade do ar podem influenciar na tomada de decisão dos usuários.

Segundo Silva (1996, p. 123):

As “exigências ou necessidades dos usuários” definem as condições que devem ser atendidas por uma edificação ou produto para um fim específico, independente de sua localização. Os “requisitos de desempenho” definem termos quantitativos numa situação geográfica específica e de acordo com decisões de projeto particulares.

(21)

Os ambientes das edificações possuem variáveis que contribuem indiretamente no comportamento dos usuários: orientação dos ambientes, sistemas e equipamentos instalados e características das edificações.

Kim et al. (2005) defendem que uma das formas de se aprimorar o desempenho das edificações seria a realização de avaliações regulares nos edifícios já em uso, de forma a compreender melhor as necessidades, expectativas e aspirações dos usuários.

Hoes et al. (2009) elaboraram um estudo sobre as influências do comportamento dos usuários sobre o desempenho dos edifícios, avaliando soluções de projeto, chegando à conclusão de que o comportamento do usuário deve ser analisado detalhadamente para que seja possível a elaboração de projetos de tipos de edificações nas quais os usuários possuem grande inter-relação.

Huang et al. (2013) afirmam que as condições físicas e psicológicas dos usuários de um edifício podem ser afetadas pelos parâmetros ambientais internos à uma edificação, tal como a temperatura, a umidade do ar, a iluminação, a ventilação e a acústica. O conceito de se produzir edificações com desempenho obrigatoriamente se baseia no atendimento das necessidades, do bem-estar e da qualidade de vida de seus usuários.

Nesse sentido, Cohen et al. (2001) apresentaram o projeto de pesquisa desenvolvido no Reino Unido denominado Post-occupancy Review of Buildings and

their Engineering (PROBE), que possui a finalidade de aprimorar os produtos e a

retroalimentação aos diversos agentes da indústria da construção civil, incluindo engenheiros, projetistas e, inclusive, o consumidor final, com base em informações coletadas em avaliações pós-ocupação, as quais apresentam fatores de sucesso, dificuldades e desapontamentos por parte dos usuários em empreendimentos recém-entregues.

A partir destes estudos apresentados, percebe-se que o entendimento das expectativas e anseios dos usuários, são aspectos essenciais na concepção e produção de edifícios com desempenho. Entende-se ainda, que o desempenho se relaciona claramente com o nível de atendimento necessidades daqueles para quem a edificação é concebida.

É de extrema relevância a participação do usuário no que diz respeito a manutenção do edifício e de suas partes, não se eximindo de sua grande responsabilidade quanto ao desempenho da edificação.

(22)

2.1.2 Vida útil e durabilidade

A abordagem de desempenho é uma questão complexa para ser considerada na concepção e no projeto de edificações, com conceitos não compreendidos muitas vezes pela indústria da construção civil.

De acordo com Borges (2008, p. 51):

A vida útil dos sistemas, elementos e componentes de uma edificação é entendida como o período de tempo durante o qual os mesmos mantêm o desempenho esperado, quando submetidos apenas às atividades de manutenção pré-definidas em projeto.

Na NBR 15575:2013 consta a definição de Vida Útil de Projeto (VUP) como o tempo de vida útil estimado para determinado sistema, com o objetivo de atingir os requisitos dos usuários, identificados na citada. Segundo ela, a determinação da VUP deve ser determinada pelo projetista e não deve ser confundido com a vida útil, ou seja, o tempo que determinado edifício, ou sistema que o compõe, efetivamente se prestou às atividades estipuladas.

A figura 1 demonstra a importância que a manutenção periódica tem na durabilidade da edificação. Na figura, a vida útil com manutenção equivale à VUP, visto que a manutenção faz parte do manual de uso e operação entregue pelo construtor ao usuário, sendo sua frequência determinada pelo projetista quando da concepção da edificação.

(23)

Figura 1 – Desempenho ao longo do tempo

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013a).

A Vida útil é um período de tempo desejado, projetado ou requerido para um determinado nível de desempenho previsto, e a durabilidade é a capacidade do componente, elemento, sistema ou até mesmo a construção como um todo de atender ao desempenho previsto durante certo período de tempo. A durabilidade de um sistema deve ser compatível com a vida útil especificada.

Para cada sistema da edificação foi definida uma vida útil que deve ser adotada visando o padrão construtivo da edificação. A tabela 1 extraída do Anexo C, parte 1, da NBR 15575:2013 mostra a vida útil de projeto mínima e superior (VUP) para estes sistemas.

Tabela 1 – Vida útil de projeto mínima e superior (VUP)

Sistemas VUP (anos)

Mínimo Intermediário Superior

Estrutura ≥50 ≥63 ≥75

Pisos internos ≥13 ≥17 ≥20

Vedação vertical externa ≥40 ≥50 ≥60

Vedação vertical interna ≥20 ≥25 ≥30

Cobertura ≥20 ≥25 ≥30

Hidrossanitário ≥20 ≥25 ≥30

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013a).

Os projetistas precisam conhecer a durabilidade dos sistemas, elementos e seus componentes para compatibilizá-los com a vida útil de projeto.

(24)

No conceito de durabilidade e vida útil está implícito o conceito de “manutenção”, uma vez que se pressupõe que a edificação precisa manter o desempenho desejado e adequá-lo às novas solicitações dos usuários (JOHN; CREMONINI, 1989).

2.1.3 Incumbência dos Intervenientes

Para que sejam cumpridos os requisitos de desempenho a Norma de Desempenho define alguns deveres por parte dos agentes envolvidos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013b, p. 12). Cabe ao:

a) fornecedor de insumo, material, componente e/ou sistema a

caracterização de seu desempenho de acordo com a Norma;

b) projetista, além de estabelecer a vida útil de projeto (VUP) das

habitações, o papel de especificar materiais, produtos e processos que atendam ao desempenho mínimo estabelecido pela Norma. Também cabe ao projetista a definição de níveis de desempenho intermediários ou superiores, conforme o caso;

c) incorporador, seus prepostos e/ou projetistas envolvidos – exceto se

acordado previamente – a identificação de riscos previsíveis na época do projeto;

d) construtor ou incorporador a elaboração de um manual de uso e

manutenção, ou documento similar, que deve ser entregue ao proprietário da edificação, quando do seu uso. Similarmente, o manual das áreas comuns deve ser entregue ao condomínio;

e) usuário o atendimento ao disposto no manual do usuário, com relação ao

uso e manutenção da edificação habitacional.

De acordo com Borges (2008), todos os agentes da construção civil são “sócios” do desempenho, ou seja, ele depende de todos para que seja atingido ao longo do tempo.

Cabe ao construtor, além da elaboração dos manuais, a solução de quaisquer problemas, oriundos de falhas do processo construtivo, que venham a ser identificados durante a vigência dos prazos de garantia do imóvel, exceto no caso de

(25)

descumprimento, por parte dos usuários, da devida manutenção, seja ela rotineira ou preventiva.

Quanto à obrigatoriedade no cumprimento das incumbências, o Dr. Carlos Pinto del Mar, consultor da CBIC e consultor jurídico do Secovi-SP, explica que (CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, 2013, p. 224):

As leis dão força obrigatória às Normas Técnicas ou estabelecem consequências para o seu descumprimento. Assim, a observância da Norma de Desempenho, bem como das demais Normas Técnicas, decorre de determinações contidas no Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor, em Códigos de Obras, em leis especiais, Códigos de Ética Profissional etc.

De certa forma, a determinação de obrigações aos usuários reflete uma evolução da mentalidade da sociedade brasileira. Os usuários não são mais considerados desprovidos de capacitação no atendimento a simples tarefas, como é o caso da correta manutenção e cumprimento dos prazos dispostos nos manuais de uso e operação, preparados pela construtora ou incorporadora e entregues à eles.

2.1.4 Vida útil e prazo de garantia

A garantia tem um aspecto jurídico que envolve prazos e responsabilidades legais, estabelecidos de acordo com a legislação de cada país, e um aspecto técnico e contratual que regula as relações entre os construtores e os consumidores de imóveis. A responsabilidade legal envolve questões como prazo, decadência, jurisprudências existentes, etc.

No Brasil, de acordo com o artigo 168 do Código Civil Brasileiro o prazo legal de garantia das construções é de cinco anos para itens de solidez e segurança, conforme:

Artigo 168: Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de 5 anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo (BRASIL, 2002).

A definição de garantia está no contrato ou acordo que os produtos de um produto ou serviço deve concordar em reparar, repor ou fornecer assistência técnica

(26)

quando o produto falha ou o serviço não atende às demandas do usuário antes de um momento pré-determinado de tempo, correspondente a duração da garantia.

De acordo com Borges (2008), os construtores e incorporadores deveriam considerar na concepção dos seus projetos, o período de garantia como um período onde o desempenho deve ser mantido mesmo que os usuários não executem as manutenções previstas nos seus manuais técnicos. Como solução seria a concepção no nível de projeto de um desempenho maior que o desejado de tal maneira que a queda de desempenho decorrente da não execução de manutenções ainda o mantivesse dentro do patamar desejado.

A norma recomendou prazos de garantia que foram considerados defensáveis tecnicamente e justos para o consumidor, diferentes para cada sistema da edificação.

(27)

Quadro 1 – Prazos de Garantia

(28)

Quadro 2 – Prazos de Garantia(continuação)

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013a).

O quadro 2 detalha os prazos usualmente praticados pelo setor da construção civil, correspondentes a um período de tempo em que é elevada a probabilidade de que eventuais vícios ou defeitos em um sistema, em estado de novo, venham a se manifestar, decorrentes de anomalias que repercutam em desempenho inferior àquele previsto.

Considerando que o período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos na Norma e

(29)

supondo o atendimento da periodicidade e correta execução das manutenções, o prazo de garantia não deve ser confundido com vida útil.

2.2. ESTRUTURA DA NBR 15575:2013

A norma é formada por seis partes, e essa divisão possibilita avaliar a edificação como um todo ou também de forma isolada para cada sistema específico. A avaliação e cumprimento do desempenho estipulado em Norma foi pensada através da definição de requisitos, critérios e seus respectivos métodos de avaliação.

A Norma foi dividida em 6 partes: • Parte 1: Requisitos gerais;

• Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais; • Parte 3: Requisitos para o sistema de pisos internos;

• Parte 4: Sistemas de Vedações verticais externas e internas; • Parte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura;

• Parte 6: Sistemas hidrossanitários.

A primeira parte apresenta os requisitos gerais que se aplicam aos edifícios conforme as exigências principais dos usuários. As outras cinco partes são referentes a cada sistema que compreende uma edificação, a saber: sistemas estruturais, pisos internos e externos, vedações verticais e horizontais, cobertura e sistemas hidrossanitários. Nos requisitos pode-se inclusive solicitar que se atenda a outras normas, especificações de materiais e execução de serviços.

2.2.1 Requisitos, critérios e métodos

Os requisitos, critérios e métodos de avaliação estão presentes em cada uma das partes da Norma, e são eles que permitem a qualquer um dos intervenientes analisarem, de forma correta e padronizada, o cumprimento dos níveis de desempenho projetados para o imóvel.

(30)

Figura 2 – Estrutura da Norma de Desempenho

Fonte: Elaboração das autoras. 2019.

De acordo com Costella (2018), os requisitos devem ser considerados como exigências qualitativas dos usuários com relação ao desempenho da edificação e à sua qualidade para que, a partir das necessidades dos usuários e condições de exposição o edifício e suas partes seja projetados.

2.2.1.1 Requisitos

Existe uma relação direta entre os requisitos e a qualidade da construção. A tentativa de definição do termo qualidade é um exercício complexo, pois ela está ligada diretamente às experiências dos indivíduos ao longo da vida, e é, portanto, única para cada pessoa.

Os requisitos dos usuários nada mais são do que as características que os componentes, subsistemas e sistemas devem atender.

Para facilitar o entendimento, as exigências dos usuários utilizadas para estabelecer os requisitos e critérios a serem observados ao longo da norma, são classificados por funções:

• Desempenho estrutural: quando se conhece o estado limite da estrutura, é possível estabelecer condições a partir das quais, verifica-se se o desempenho é adequado ou não às finalidades das edificações;

(31)

• Segurança contra incêndio: tem o intuito de proteger a vida dos ocupantes das edificações em caso de incêndio, dar condições de acesso ao Corpo de Bombeiros, garantindo condições para o socorro público, facilitar a saída dos ocupantes da edificação, dificultar a propagação do incêndio e proporcionar meios para o controle do fogo, além de evitar ou minimizar os danos à edificação, meio ambiente e patrimônio;

• Segurança no uso e na operação: visa minimizar o risco de queimaduras, pontos e bordas cortantes, entre outros;

• Estanqueidade: é importante que seja pensado ainda em fase de projeto, uma vez que problemas de infiltração nas edificações, depois de concluídas, além de ser de difícil resolução, aceleram os mecanismos de deterioração e ocasionam perda das condições de habitabilidade e de higiene da edificação;

• Desempenho térmico: nesta função, são apresentados procedimentos normativos e informativos para propiciar a medição, garantindo que a edificação apresente temperatura agradável independente da estação do ano;

• Desempenho acústico: muitas vezes, os ruídos nos ambientes além de serem incômodos podem ser danosos dependendo da atividade desenvolvida no mesmo, por isso, a norma apresenta medições para que os ruídos no interior da edificação não sejam incômodos e danosos;

• Desempenho lumínico: durante o dia, as dependências da edificação devem receber iluminação natural suficiente para que sejam realizadas as atividades necessárias com segurança e conforto. Para o período noturno, deve ser prevista iluminação artificial de modo que se satisfaça confortavelmente as necessidades dos usuários;

• Durabilidade e manutenibilidade: a durabilidade da edificação está diretamente associada ao custo global do imóvel e é medida pelo tempo em que a mesma atende de maneira satisfatória as funções que lhe são atribuídas. Entende-se por manutenibilidade a facilidade de manutenção do edifício e seus sistemas;

(32)

• Saúde, higiene e qualidade do ar: visa garantir que o ambiente interno a habitação seja saudável, evitando a proliferação de microrganismos, fungos e agentes nocivos à saúde;

• Funcionalidade e acessibilidade: para este item, são trazidas diretrizes para que o conforto mínimo da edificação seja garantido, além de torná-la funcional e acessível;

• Conforto táctil, visual e antropodinâmico: traz requisitos que visam garantir o conforto tátil da edificação e seus mecanismos de manobra, atentando para a ergonomia humana;

• Adequação ambiental: sabe-se dos impactos ao meio ambiente resultantes da construção civil, por isso há necessidade de atentar para o consumo consciente de água, deposição dos esgotos sanitários, análise do solo, uso racionalizado dos recursos naturais, tratamento adequado dos resíduos, entre outros.

• Os requisitos mencionados fazem parte do plano de fundo qualitativo que fundamentou toda a elaboração da Norma de Desempenho. Ao suprir os padrões mínimos de segurança, habitabilidade e sustentabilidade exigidos, pode-se dizer que a edificação atende ao desempenho desejado.

2.2.1.2 Critérios

Os critérios tratados na Norma de Desempenho são a releitura dos requisitos qualitativos em um formato quantitativo, capaz de ser mensurado e comparado. São grandezas quantitativas que estabelecem padrões e níveis a serem atingidos.

Os critérios, caso atendidos, enquadram-se no nível mínimo de desempenho, exceto nos casos onde existem padrões definidos para os níveis intermediários e superiores. Sua determinação objetiva é feita através de métodos de avaliação, apresentados na própria Norma de Desempenho ou, quando for o caso, em outras referências normativas devidamente explicitadas.

(33)

2.2.1.3 Métodos de avaliação

Os métodos de avaliação nada mais são que os recursos utilizados para determinar, numericamente, qual o desempenho da edificação ou sistema. Estes métodos podem ser ensaios laboratoriais, ensaios de tipo, ensaios em campo, inspeções em protótipos ou em campo, simulações e análise de projetos.

2.3 PARTE 1 - REQUISITOS GERAIS

A parte 1 da NBR 15575:2013, denominada Requisitos Gerais, estabelece os requisitos e critérios de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como a serem avaliados de forma isolada para um ou mais sistemas específicos. Os sistemas foram analisados em termos de desempenho mínimo obrigatório, conforme mostra a figura 3.

Figura 3 – Requisitos Gerais ABNT 15575

(34)

2.4 PARTE 2 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS ESTRUTURAIS

Na parte 2 da NBR 15575, denominada Requisitos para os sistemas estruturais, são estabelecidos limites de estabilidade, resistência, deformações e fissuração do sistema estrutural das edificações habitacionais bem como são indicados métodos para mensurar os impactos que a estrutura deve suportar. A forma de projetar e construir convencional continuará seguindo as prescrições das normas específicas já existentes, porém para novos materiais e sistemas construtivos a norma permitirá que sejam adotados critérios de estabilidade e segurança estrutural por meio dos métodos indicados na mesma (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013b).

Segundo Cordovil (2013), esta parte da norma além de trazer as especificações técnicas com relação as estruturas, traz também a importância da verificação dos ensaios de ruptura e instabilidade da edificação.

2.5 PARTE 3 – REQUISITOS PARA O SISTEMAS DE PISOS

Na parte 3 da NBR 15575, denominada Requisitos para os sistemas de pisos, são estabelecidos requisitos técnicos de segurança para o usuário, resistência ao fogo, estanqueidade e durabilidade para os sistemas de pisos, estando eles em ambientes internos ou externos.

Sistema de piso: sistema horizontal ou inclinado composto por um conjunto parcial ou total de camadas (por exemplo, camada estrutural, camada de contrapiso, camada de fixação, camada de acabamento) destinado a atender à função de estrutura, vedação e tráfego (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2013c, p. 4).

Este sistema, como mostra na figura 4, é constituído pelas seguintes camadas:

Figura 4 – Exemplo genérico de um sistema de piso

(35)

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013d).

O escorregamento é definido pela Norma como sendo um decréscimo intenso no valor do coeficiente de atrito entre o corpo em movimento e a superfície de apoio, ocorrido de maneira bastante rápida.

A resistência ao escorregamento não é uma característica intrínseca do material da superfície, além de não ser uma constante em todas as condições de utilização, uma vez que depende de uma série de fatores relacionados entre si, como: o material empregado, tipo de solado que caminha sobre ele, meio físico entre o solado e a superfície do produto e a forma como o usuário interage com a superfície durante seu uso.

Em entrevista a Revista Techne Nakamura (2013), Ana Paula Menegazzo, superintendente do comitê cerâmico brasileiro e relatora do grupo de trabalho 3 da NBR 15575 (2013), afirma não existir camada de acabamento antiderrapante, mas sim uma condição de uso com menor risco de escorregamento. Sendo assim, utilizar apenas o coeficiente de atrito da camada de acabamento como parâmetro para especificar um produto para as áreas críticas, tais como áreas molhadas, rampas, escadas em áreas de uso comum e terraços, pode não garantir a resistência ao escorregamento almejada. O projetista e o usuário devem levar em consideração outros recursos para diminuir o risco de escorregamentos tais como barras de apoio em box de banheiro, uso de tapetes de borracha e com “sistema antiderrapante”, etc.

O desempenho quanto à estanqueidade também é um fator de extrema importância para o sistema de pisos e também é tema abordado nesta parte na Norma. Áreas molhadas, áreas molháveis e áreas secas devem ter suas definições bem claras, pois os três requisitos abrangem essas áreas.

Áreas molhadas, áreas molháveis e áreas secas devem ter suas definições bem claras, pois os três requisitos abrangem essas áreas. Áreas molhadas: áreas da edificação cuja condição de uso e de exposição pode resultar na formação de lâmina d’água pelo uso normal a que o ambiente se destina, por exemplo, banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas [...].

[...] Áreas molháveis: áreas da edificação que recebem respingos de agua decorrentes da sua condição de uso e exposição e que não resulte

(36)

na formação de lâmina d’água pelo uso normal a que o ambiente se destina por exemplo, banheiro sem chuveiro, lavabo, cozinha e sacada coberta [...].

[...] Áreas secas: áreas onde, em condições normais de uso e exposição, a utilização direta de água, por exemplo, lavagem com mangueiras, baldes de água, etc., não está prevista nem mesmo durante a operação de limpeza (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2013c, p. 4).

Conforme a Norma de Desempenho o adequado controle da umidade na edificação é a chave para o controle de muitas manifestações patológicas que podem abreviar a vida útil do mesmo. Os sistemas de pisos de áreas molhadas não podem permitir o surgimento de umidade, permanecendo a superfície inferior e os encontros de paredes e pisos adjacentes que os delimitam secos, quando submetidos a uma lâmina d’água de no mínimo 10 mm em seu ponto mais alto, durante 72 h. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013c).

Quanto ao desempenho acústico a Norma estabelece níveis de desempenho mínimos para os pisos com relação ao isolamento de ruídos na habitação. É feita a avaliação do som resultante de ruídos de impacto (caminhamento, queda de objetos e outros) entre as unidades habitacionais resultando em valores de desempenho mínimo para o nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado L’nT,w). Também é realizada a avaliação do isolamento de som aéreo de ruídos de uso normal (fala, TV, conversas, música) e uso eventual (áreas comuns, áreas de uso coletivo) que resultam valores de diferença padronizada de nível ponderada (DnT,w) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013c).

2.6 PARTE 4 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA E EXTERNA

A parte 4 da NBR 15575:2013, denominada requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas, podem assumir funções estruturais ou outras funções como estanqueidade a água, isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de peças suspensas, mas integram-se de maneira muito estreita aos demais elementos da construção, recebendo influências e influenciando o desempenho da edificação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013d).

A norma 15575-4:2013 deve seguir a ABNT 10821:2011, norma que especifica os requisitos exigíveis de desempenho das esquadrias externas para edificações. Com intuito de atender todos os requisitos mínimos de estanqueidade à

(37)

água e ar, as aberturas de alumínio devem ser projetadas e homologadas conforme a NBR 10821:2011.

No desempenho estrutural, critérios relativos ao estado limite último (ELU) e ao estado limite de serviço (ELS) são evidenciados. O ELU é o estado crítico em que o sistema de vedação não atende mais aos critérios de desempenho relativos à segurança, ou seja, é o momento em que ocorre rebaixamento perigoso dos níveis de segurança, com risco de colapso ou ruína. A ruína do SVVIE pode ser caracterizada pela ruptura, pela perda de estabilidade, por deformações ou fissuras excessivas. O ELS é o estado de solicitação a partir do qual a funcionalidade, a utilização e/ou durabilidade do sistema começam a ser prejudicados, em geral, pela presença de deslocamentos acima de limites preestabelecidos, aparecimento de fissuras e outras falhas.

Em relação à segurança contra incêndio há critérios relacionados à resistência e a reação ao fogo dos materiais. É definido pela citada Norma que as paredes estruturais apresentam resistência ao fogo por um período mínimo de 30 minutos, garantindo condições de estabilidade, estanqueidade e isolação térmica neste período.

Com relação aos critérios à estanqueidade à água, a Norma de desempenho considera cinco diferentes regiões de exposição ao vento, de acordo com a localização geográfica do edifício e dessa maneira, quando incidir água da chuva ou de outras fontes, os sistemas de vedação vertical externa da edificação, incluindo a junção entre a janela e a parede, devem permanecer estanques e não apresentar infiltrações que proporcionem borrifamentos, escorrimentos ou formação de gotas de água aderentes na face interna (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013d).

As paredes externas devem apresentar transmitância térmica (U) e capacidade térmica (CT) que proporcionem pelo menos o desempenho térmico mínimo para cada zona bioclimática (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013d).

As fachadas das habitações devem ter aberturas com dimensões adequadas para proporcionar a ventilação interna dos ambientes, sendo este requisito aplicado em ambientes de longa permanência como salas e dormitórios e estes devem ter aberturas para ventilação com áreas que atendam à legislação especifica do local da

(38)

obra, incluindo código de obras, códigos sanitários e outros (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013d).

Para o desempenho acústico são apresentados dois critérios de suma importância. O primeiro é a diferença padronizada de nível ponderada (D2m, nT,w), onde são avaliados os dormitórios da unidade habitacional, promovida pela vedação externa (fachada e cobertura, no caso de casas térreas e sobrados, e somente fachada, nos edifícios multipiso), que através de ensaio de campo determina-se o nível de desempenho os quais são comparados com os valores mínimos e indicados no quadro 3:

Quadro 3 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada,

D2m,nT,w,

Fonte: Associação Brasileira de Normas técnicas (2013d).

O segundo critério é denominado diferença padronizada de nível ponderada (DnT,w), promovida pela vedação entre ambientes, sendo também, através de ensaio de campo, determinados valores de desempenho comparados com os valores mínimos indicados na quadro 4 a seguir:

(39)

Quadro 4 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w, entre ambientes

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013d).

Nos ensaios realizados em laboratório são obtidos valores para o índice de redução sonora ponderado (Rw) para os componentes construtivos utilizados nas vedações entre ambientes.

2.7 PARTE 5 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS DE COBERTURA

A parte 5 da ABNT NBR 15575, denominada Requisitos para os sistemas de coberturas abrange critérios de uma das partes que é essencial para a edificação, desde a contribuição para a preservação da saúde dos usuários até a própria proteção do corpo da construção, o que interfere diretamente na durabilidade dos demais elementos que compõem a edificação. Segundo a Norma, quando fala-se em desempenho estrutural, o sistema de cobertura deve apresentar um nível satisfatório de segurança à ruína e não apresentar avarias ou deformações que prejudiquem sua funcionalidade. Deve também suportar cargas transmitidas por pessoas ou objetos nas fases de montagem ou de manutenção assim como não podem sofrer danos sob a ação de granizo e de outras pequenas cargas acidentais. No entanto, são toleradas falhas superficiais, como fissuras e lascamentos, desde

(40)

que não impliquem perda de estanqueidade (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013e).

Quando se fala em estanqueidade considera-se que ao longo da vida útil de projeto do sistema de cobertura, devem ser evitados a penetração ou infiltração de água que possa acarretar escorrimento ou gotejamento.

O sistema de coberturas é a parte da edificação mais sujeita a exposição da radiação direta do sol, exercendo influência predominante na carga térmica transmitida aos ambientes (casas térreas e último pavimento de sobrados e prédios), influenciando diretamente no conforto térmico dos usuários e no consumo de energia para acionamento de equipamentos de ventilação forçada e/ou condicionamento artificial do ar. Por isso que o sistema de coberturas deve

apresentar transmitância térmica (U) e absortância à radiação solar (α) que

proporcionem um desempenho térmico apropriado para cada zona bioclimática (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013e).

2.8 PARTE 6 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS HIDROSSANITÁRIOS

A parte 6 da ABNT NBR 15575, denominada Requisitos para os sistemas hidrossanitários, compreende os sistemas prediais de água fria e de água quente, de esgoto sanitário e ventilação e ainda os sistemas prediais de águas pluviais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013f). Em entrevista a Revista Techne (NAKAMURA, 2013), a Engenheira Vera Fernandes Hachich, relatora desta parte da norma, afirma que o texto explora conceitos incomuns em normas prescritivas específicas, como a durabilidade dos sistemas, a previsão e antecipação de critérios para a manutenção da edificação e suas partes, bem como o funcionamento dos sistemas hidrossanitários.

Os sistemas hidrossanitários devem resistir às solicitações mecânicas, dinâmicas e não devem provocar golpes e vibrações que impliquem risco à sua estabilidade estrutural. As instalações devem fornecer água na pressão, na vazão e no volume compatíveis com o uso, associado a cada ponto de utilização, considerando a possibilidade de uso simultâneo (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013f).

(41)

Elas devem apresentar estanqueidade quando submetidas às pressões de projeto e devem manter a capacidade funcional durante a vida útil de projeto, desde que o sistema seja submetido à manutenção periódica.

(42)

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O formato metodológico da pesquisa foi o de estudo de caso, que, segundo Yin (2005), “representa uma investigação empírica e compreende um método abrangente, com a lógica do planejamento, da coleta e da análise de dados”.

O modo de investigação estudo de caso, tem por si mesmo, segundo Bruyne (1977), um caráter particularizador, já que seu poder de generalização é limitado na medida em que a validade de suas conclusões permanece contingente. Essas conclusões não se revelam necessariamente corretas em outros casos, mesmo semelhantes, e fontes de diferenças distintas inseridas no caso escapam inteiramente à análise. Outro aspecto interessante é a possibilidade de estabelecer comparações entre dois ou mais enfoques específicos, o que dá origem aos estudos comparativos de casos.

A pesquisa é do tipo exploratória, pois, conforme Gil (2007), esse tipo de pesquisa tem como objetivo deixar o problema mais claro. Grande parte dessas pesquisas envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

No estudo de caso, tem-se como objetivo a adequação de um projeto residencial multifamiliar dentro dos parâmetros exigidos pela NBR 15575:2013. Para o estudo de caso, fez-se uma pesquisa bibliográfica tendo como referência a norma de desempenho, aplicou-se a lista para verificação dos itens em desacordo com a NBR 15575:2013 e, como conclusão, sugeriu-se as adequações necessárias para o cumprimento da norma.

Para o desenvolvimento do estudo de caso, elaborado pelas autoras uma lista de verificação com intuito de facilitar a compreensão.

(43)

4 ESTUDO DE CASO

O presente capítulo tem como objetivo geral de apresentar o empreendimento residencial multifamiliar, que encontra-se em fase de execução de supraestrutura no município de Florianópolis.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Para a elaboração do estudo, foi utilizado como objeto de análise um residencial que se encontra em fase inicial de construção. A empresa responsável pela construção será denominada como Empresa H.

O edifício selecionado para estudo está em fase inicial de construção na Estrada Dom João Becker, localizado na cidade de Florianópolis, no estado de Santa Catarina, conforme indicado na Figura 5 e a edificação em questão será chamada de Empreendimento 1.

Figura 5 – Localização do Empreendimento 1

Fonte: Google Earth (2019)

O edifício multifamiliar possui 3.745m² de área construída, distribuída em um bloco com 5 pavimentos, sendo 01 pavimento de garagem (subsolo), pavimento térreo constituído de 2 apartamentos, primeiro pavimento tipo com 8 apartamentos, segundo pavimento tipo com 8 pavimentos e ático com 4 coberturas, totalizando assim 22 apartamentos.

(44)

Quadro 5 – Quadro de áreas do empreendimento

Fonte: Arquivos da Empresa H, 2018.

O empreendimento está em fase inicial de construção, com fundação do tipo sapata e supraestrutura em concreto armado.

4.1.1 Delineamento do estudo

Nesta etapa, fizemos uma análise dos projetos arquitetônicos e complementares referente ao Empreendimento 1 para verificação do atendimento de acordo com a NBR 15575:2013 através de uma lista de verificação produzida baseada na lista publicada pela Inovacon/CE (COOPERATIVA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ, 2016). A lista foi adaptada no intuito de disponibilizar à empresa uma ferramenta de avaliação de desempenho para este e seus futuros empreendimentos, sendo um documento a integrar o sistema de gestão da qualidade da empresa H.

Será realizada uma verificação geral da edificação baseada nas necessidades dos usuários como: segurança contra incêndio, desempenho acústico, durabilidade e manutenibilidade e funcionalidade e acessibilidade, bem como a indicação do plano de ação para o atendimento.

4.1.2 Dados gerais da edificação

O empreendimento é localizado no município de Florianópolis, bairro Ingleses do Rio Vermelho. Constituído de uma torre com 5 pavimentos, sendo as vagas de garagem encontradas nos pavimentos subsolo e térreo. As áreas coletivas estão

(45)

situadas no pavimento térreo, isto é, não há áreas condominiais sobre unidades residenciais. Os demais pavimentos são destinados apenas às unidades residenciais.

O pavimento térreo conta com áreas de lazer descobertas uma área coberta destinada a churrasqueira, além de duas unidades residenciais. Os pavimentos tipo possuem 8 unidades residenciais e no ático quatro unidades com ofurôs nos terraços descobertos, totalizando assim 22 unidades autônomas. Possuirá acesso a água potável, pluvial e elétrica com rede de distribuição e coleta em frente a edificação. As figuras 6, 7, 8, 9 e 10 apresentam os pavimentos da edificação.

Figura 6 – Pavimento Subsolo Empreendimento 1

(46)

Figura 7 – Pavimento Térreo Empreendimento 1

(47)

Figura 8 – Pavimento Tipo Empreendimento 1

(48)

Figura 9 – Pavimento Ático Empreendimento 1

(49)

Figura 10 – Cobertura Empreendimento 1

Fonte: Arquivo da Empresa H, 2018.

4.2 ANALISE DOS PROJETOS DA EDIFICAÇÃO

4.2.1 Consideração sobre a análise de adequação do projeto aos requisitos de desempenho

Na etapa de análise de adequação, foi escolhido junto a Empresa H o projeto arquitetônico e complementares do empreendimento 1 para a avaliação das dissonâncias de acordo com NBR 15575:2013, evidências essas que poderão ser constatadas após a aplicação da lista de verificação.

(50)

4.2.2 Principais providências tomadas pela empresa na análise dos projetos da edificação

A primeira definição a ser sugerida junto à direção da empresa H é a definição do nível de desempenho almejado para o empreendimento.

A NBR 15575:2013 apresenta 12 requisitos que os projetos de edificação habitacional devem atender. Estes requisitos, chamados de requisitos do usuário, são divididos em critérios de desempenho específicos que os projetos, construção e componentes devem possuir.

Os critérios de desempenho apresentam três níveis, sendo eles o mínimo(M), que é obrigatório, e os níveis facultativos que são o intermediário (I) e o nível superior (S). Alguns critérios de desempenho se reportam a legislação local e, na falta delas, é apontado normas técnicas específicas para caracterizar o nível de desempenho.

O nível de desempenho almejado para o empreendimento é o mínimo(M) gerando assim o seguinte Perfil de Desempenho da Edificação(PDE):

Quadro 6 – Perfil de Desempenho da Edificação PERFIL DE DESEMPENHO DA EDIFICAÇÃO (PDE)

SISTEMAS X DESEMPENHO M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M Durabilidade e Manutenibilidade Adequação Ambiental M M Desempenho Lumínico Conforto tátil e antropodinâmico

Saúde higiene e qualidade do ar Funcionalidade e acessibilidade

M Desempenho Estrutural

Segurança contra Incêndio Segurança no Uso e Ocupação

Estanqueidade Desempenho Térmico M M M M M M M Cobertura Hidrossanitário M Desempenho Acústico REQUISIT OS

SISTEMAS Geral Estrutural Pisos SVVIE

M

M M

M

(51)

Posteriormente a esta análise, foi definido que a análise seria feita para os requisitos de segurança contra incêndio, desempenho acústico, funcionalidade e habitabilidade e durabilidade e manutenibilidade. Posteriormente, para realização deste TCC, foram disponibilizados os seguintes projetos e documentos que integram o empreendimento para darmos início a nossa análise:

Tabela 2 – Projetos e documentos analisados

Disciplina: Arquitetura

Documento Analisado Data Versão

Projeto Arquitetônico 06/03/2018 rev.04

Disciplina: Hidrossanitário

Documento Analisado Data Versão

Projeto Hidrossanitário 02/03/2019 rev.02

Disciplina: Preventivo Contra Incêndio

Documento Analisado Data Versão

Projeto Preventivo Contra Incêndio

19/03/2018 rev.02

Disciplina: Relatório de Medição de Ruído de Entorno

Documento Analisado Data Versão

Relatório de Medição de Ruído de Entorno 28/11/2018 rev.01 Estudo Preliminar de Acústica 24/01/2019 rev.01

Fonte: Elaboração das autoras, 2019.

Após o recebimento do material, deu-se início a elaboração da lista de verificação com o objetivo de mapear o atendimento aos critérios de desempenho dos projetos do empreendimento estudado.

Referências

Documentos relacionados

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

Promovido pelo Sindifisco Nacio- nal em parceria com o Mosap (Mo- vimento Nacional de Aposentados e Pensionistas), o Encontro ocorreu no dia 20 de março, data em que também

Eu considero a duplicação como o coração de um sistema para multinível porque se ela não acontecer, você não se beneficiará daquilo que mais nos seduz: a possibilidade de

Os processos adotados podem ser resumidos em: • Avaliação de riscos e controles; • Documentação e armazenamento da base de perdas; • Gestão de continuidade de negócios;

Se você vai para o mundo da fantasia e não está consciente de que está lá, você está se alienando da realidade (fugindo da realidade), você não está no aqui e

• Os municípios provavelmente não utilizam a análise dos dados para orientar o planejamento de suas ações;. • Há grande potencialidade na análise dos micro dados do Sisvan

A proposta aqui apresentada prevê uma metodologia de determinação da capacidade de carga de visitação turística para as cavernas da região de Bulhas D’Água

O trabalho teve como objetivo avaliar se riqueza e di- versidade da fauna associada ao guano de morcegos hematófagos eram afetadas pela área e forma das manchas dos depósitos, pelo pH