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Estudo do modelo de negócios das incubadoras de empresas brasileiras e portuguesas com foco na autossustentabilidade de incubadoras de empresas de base tecnológica

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. ANTONIO LOBOSCO. ESTUDO DO MODELO DE NEGÓCIOS DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS E PORTUGUESAS COM FOCO NA AUTOSSUSTENTABILIDADE DE INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA. Study of the business model of company incubators Brazilian and Portuguese focused on self-sustainability of the technological basis company incubators. São Paulo 2014.

(2) Antonio Lobosco. ESTUDO DO MODELO DE NEGÓCIOS DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS E PORTUGUESAS COM FOCO NA AUTOSSUSTENTABILIDADE DE INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA.. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Nove de Julho UNINOVE, como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor e m Administração.. ORIENTADOR: PROF. DR. EMERSON A. MACCARI. São Paulo 2014.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA. Lobosco, Antonio. Estudo do modelo de negócios das incubadoras de empresas Brasileiras e portuguesas com foco na autossustentabilidade de incubadoras de de empresas de base tecnológica. / Antonio Lobosco. 2014. 461 f. Tese (doutorado) – Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2014. Orientador (a): Prof. Dr. Emerson A. Maccari. 1. Incubadoras de empresas. 2. Incubadoras de empresas de base tecnológica. 3. Empresas de base tecnológica. 4. Modelo de negócios. I. Maccari, Emerson A. II. Título.. CDU 658.

(4) Estudo do modelo de negócios das incubadoras de empresas brasileiras e portuguesas com foco na autossustentabilidade de incubadoras de empresas de base tecnológica. Por Antonio Lobosco Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA da Universidade Nove de Julho - UNINOVE, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Administração, sendo a banca examinadora formada por:. Prof. Dr. Silvio Aparecido dos Santos – Universidade de São Paulo — USP. Prof. Dr. Martinho Isnard Almeida – Universidade de São Paulo — USP. Prof. Dr. Emerson Antonio Maccari – Orientador - Universidade Nove de Julho – UNINOVE. Prof. Dr. Leonel Cezar Rodrigues - Universidade Nove de Julho – UNINOVE. Profa. Dra. Claudia Terezinha Kniess - Universidade Nove de Julho – UNINOVE. São Paulo, 20 de março de 2014..

(5) DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha esposa Marcia, pela motivação incessante, principalmente nas horas mais difíceis, em que me deu apoio e me mostrou ser possível. Ao meu filho Henrique, que muitas vezes deixei esperando com a bola nos braços enquanto me dedicava à conclusão desta pesquisa. Aos meus pais pela educação e amor dedicado todos esses anos. A minha irmã que sempre entendeu que este era o trabalho da minha vida ao se dedicar aos cuidados de minha mãe, obrigado por nunca desampará- la. Aos meus sogros, Ivone (In memorian) e Humberto. Em especial à Dna. Ivone (in Memorian), minha sogra querida, que sempre olhou por mim e me deu forças para continuar quando as coisas pareciam impossíveis, foi maravilhoso viver ao seu lado, aprendi muito com a senhora, sei que sempre estará ao meu lado em todos os momentos. Ao meu querido pai, Carmine (In Memorian), pelo caráter, simplicidade e pelas horas de alegria que nos proporcionou junto ao som maravilhoso do seu acordeom. Aos meus cunhados Denise e Popo que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado para desabafos e angústias e pelos momentos que cuidaram do meu filho e de minha mulher na minha ausência em viagens e trabalhos dedicados à esta tese. Fica um agradecimento especial a Denise pelas infinitas traduções..

(6) AGRADECIMENTOS. Agradeço primeiramente a Deus que sempre esteve ao meu lado nas horas em que achei que seria impossível concluir este trabalho.. Agradeço a todas as pessoas que de forma direta ou indireta me auxiliaram neste caminho tão árduo. Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Emerson A. Maccari pela paciência, pelo conhecimento repassado, pelas palavras de apoio nas orientações e pelas muitas horas dedicadas, quantos sábados que poderia estar com sua família, mas optou por repassar sua experiência profissional e de vida ao seu orientando. O senhor sempre se mostrou presente, seus ensinamentos e sua exigência me tornou um pesquisador, quem dera um dia a sua altura. Agradeço aos professores do Programa de Pós-Graduação em Administração que nos prepararam para este sublime momento, vocês sempre nos trataram como a um filho, mostrando o caminho e nos oferecendo todo seu conhecimento, paciência e dedicação. Agradeço ao Prof. Leonel Cezar Rodrigues pelos ensinamentos, uma das mentes mais brilhantes que já conheci, foi um prazer incomensurável ter sido seu aluno. O senhor na sua simplicidade como pessoa, brilhantismo e sabedoria conduz uma aula como poucos e fez a diferença no meu doutoramento. Agradeço ao Prof. Silvio Aparecido dos Santos pela ajuda no momento crucial de minha tese de doutoramento, obrigado pelas horas dedicadas e pelos brilhantes ensinamentos, sua experiência profissional e orientações foram fundamentais para a conclusão desta tese. Agradeço à UNINOVE pelo investimento em minha formação durante todo o período do doutorado e o apoio dos pró-reitores, diretores e coordenadores do departamento de Gerencias, em especial ao Prof. Dr. Claudio Ramaccioti. Agradeço a todos os gestores das incubadoras de empresas brasileiras e portuguesas pelas horas disponibilizadas e dedicadas para me auxiliar a concluir esta pesquisa, sem o apoio dos senhores jamais teria sido possível a conclusão deste trabalho. Agradeço aos meus colegas de mestrado e doutorado, quantas horas difíceis e prazerosas passamos juntos, quantos artigos publicados e quantos ainda temos por publicar. Aqui cabe um agradecimento especial a minha amiga Marcela Barbosa de Moraes, uma.

(7) pessoa fantástica e que espero sempre ter ao meu lado, quantas brigas, quantas discordâncias, quantos artigos, quantas viagens e quantas risadas juntos, é um prazer poder ser seu amigo. Agradeço ao meu mais que amigo, meu IRMÃO, Davi Martins Teixeira pelo apoio nos momentos difíceis e pelas cervejas que tomamos juntos para descontrair nos momentos de pura tensão que eu enfrentei nestes longos quatro anos de doutoramento. Um amigo de verdade não é apenas para os momentos felizes, na destemperança é que conhecemos os que nos cercam, obrigado IRMÃO por fazer parte de minha vida e família, você é Especial..

(8) RESUMO As incubadoras têm sido utilizadas como mecanismos para os processos de inovação e desenvolvimento econômico de empresas, regiões e até mesmo países. Houve ao longo dos anos 2000 um crescimento exponencial no número de incubadoras no Brasil. Porém, a partir da segunda década, verificou-se uma mudança nesta tendência e o número de incubadoras começou a regredir, sendo que diversas delas ou encerraram suas atividades e muitas vêm enfrentando dificuldades financeiras. Em relação às incubadoras de base tecnológica, apesar do número ainda elevado, muitos estudos questionam sobre a efetividade do seu modelo de gestão e processo de incubação. O objetivo deste trabalho foi propor um modelo de negócios para incubadoras de empresas de base tecnológica que contribua para a sua autossustentabilidade com base nas experiências de incubadoras de empresas de Portugal e do Brasil. A metodologia empregada foi a qualitativa com a utilização de estudos de casos múltiplos em 10 incubadoras de empresas, sendo quatro portuguesas e seis brasileiras. Como resultado, propõe-se o Modelo de Negócios para Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica - MONIBTEC, constituído pelos nove componentes do modelo de negócios desenvolvido por Osterwalder e Pigneur (2011) adaptados para a realidade das incubadoras de empresas de base tecnológica no Brasil. Suas variáveis foram aferidas e elaboradas pelo conjunto de atores envolvidos diretamente no processo de incubação de empresas, gestores de incubadoras. Este estudo, portanto, supre uma lacuna encontrada na bibliografia relacionada à utilização de modelos de negócios destinados à formalização do processo de gestão de incubadoras de empresas de base tecnológica.. Palavras-chave: Incubadoras de empresas; Incubadoras de empresas de base tecnológica; Empresas de base tecnológica; Modelo de negócios; Modelo de negócios para incubadoras de empresas de base tecnológica..

(9) SUMMARY The incubators have been used as tools for innovation and economic development processes of companies, regions and even countries. Over the years since 2000 there has been an exponential growth of the number of incubators in Brazil. However, from the second decade on, a change on this trend was noticed and the number of incubators started reverting, since many of them either have closed down their activities or have been facing financial difficulties. Concerning technological basis incubators, despite the large number, many studies have been questioning the effectiveness of their management model and incubation process. The purpose of this study was to propose a business model for technological basis company incubators, which contributes towards its self-sustainability based on experiences of company incubators from Portugal and Brazil. The applied methodology was the qualitative one with the use of multiple case studies at ten company incubators, being four of them Portuguese and six of them Brazilian ones. As a result, it is proposed the Business Model for Technological Basis Company Incubators – MONIBTEC, constituted by the nine components of the business model developed by Osterwalder and Pigneur (2011) adjusted for the reality of the technological basis company incubators in Brazil. Its variables were measured and elaborated by the group of players directly involved in the company incubation process, incubators manager. Therefore, this study fulfill a gap found at the bibliography related to the use of business models headed for the formalizing of the manager process of technological basis company incubators.. Key words : company incubators, technological basis company incubators, technological basis company, business model, business model for technological basis company incubators..

(10) LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - O modelo de fluxo circular e o empresário inovador .............................................. 29 Figura 2 - Espiral do desenvolvimento ..................................................................................... 35 Figura 3 - Estrutura conceitual da pesquisa .............................................................................. 54 Figura 4- Características comuns de ambientes de alta tecnologia .......................................... 62 Figura 5 - Modelo de Maturidade Tecnológica ........................................................................ 63 Figura 6- Evolução do modelo de incubadoras de empresas.................................................... 67 Figura 7- Modelo de uma Incubadora de Empresas e seus agentes ......................................... 79 Figura 8- Modelo de uma Incubadora de EBTs e seus agentes ................................................ 81 Figura 9- Incubadoras de empresas como núcleo para fomentar o empreendedorismo em uma região ........................................................................................................................................ 82 Figura 10 - Fases de um programa de Incubação de Empresas ................................................ 82 Figura 11 – Estrutura de uma Incubadora de Empresas ........................................................... 89 Figura 12 – Aspectos Chave para uma Incubadora de Base Tecnológica ................................ 90 Figura 13 - Principais Processos das Incubadoras de Empresas............................................. 104 Figura 14 - Lógica de organização dos níveis de maturidade ................................................ 108 Figura 15 - Níveis de maturidade X processos-Chave ........................................................... 109 Figura 16 – Processo de incubação de empresas – Sequência lógica. .................................... 111 Figura 17 - Componentes do modelo de Negócios - Diagrama de Afinidades ...................... 136 Figura 18 - Representação gráfica do modelo de negócio de Hamel (2000).......................... 138 Figura 19 - Representação gráfica do modelo de negócio de Amit e Zott (2001).................. 140 Figura 20 - Representação gráfica do modelo de negócio de Applegate (2001) .................... 141 Figura 21 - Representação gráfica do modelo de negócio de Bovet e Martha ....................... 142 Figura 22 - Representação gráfica do modelo de negócio de Chesbrough e Rosenbloom (2002)...................................................................................................................................... 143 Figura 23 - Representação gráfica do modelo de negócio de Shafer, Smith e Linder (2005) 144 Figura 24 - Representação gráfica do modelo de negócio de Lehmann-Ortega e Schoettl (2005)...................................................................................................................................... 145 Figura 25 - Representação gráfica do modelo de negócio de Verstraete e Jouison (2007) .... 148 Figura 26 - Representação gráfica do modelo de negócio de Teece (2010)........................... 149 Figura 27 - Representação gráfica do modelo de negócio de Osterwalder e Pigneur (2011) 151 Figura 28 - Representação gráfica do painel CANVAS ......................................................... 152 Figura 29 - Tipos básicos de desenho para estudo de caso..................................................... 165 Figura 30 - Método de estudo de caso .................................................................................... 166 Figura 31 - Construindo o construto - apresentação da primeira e segunda fase da pesquisa de campo...................................................................................................................................... 178 Figura 32 - Sequência de atividades da metodologia de pesquisa aplicada para este trabalho ................................................................................................................................................ 183 Figura 33 - Lógica da análise dos casos ................................................................................. 188 Figura 34 - Representação gráfica do modelo de negócio proposto para incubadoras de empresas de base tecnológica ................................................................................................. 374.

(11) Figura 35 - Atingindo a autossustentabilidade em incubadoras de empresas de base tecnológica utilizando o MONIBTEC .................................................................................... 404.

(12) LISTA DE QUADROS. Quadro 1- Trabalhos selecionados sobre modelos de gestão de incubadoras empresariais ..... 50 Quadro 2- Classificação de empresas de alta tecnologia por setor........................................... 59 Quadro 3- Principais características das EBTs ......................................................................... 61 Quadro 4 – Tipos de Incubadoras de Empresas e suas principais características .................... 75 Quadro 5 – Tipos de Incubadoras de Empresas e suas principais características de acordo com o SEBRAE ................................................................................................................................ 76 Quadro 6 – Estudos abordados pela literatura .......................................................................... 95 Quadro 7 – Fases do processo de incubação .......................................................................... 110 Quadro 8 – Funções desempenhadas pelos gerentes de incubadoras ..................................... 124 Quadro 9 - Conceitos de modelo de negócios em ordem cronológica 1998-2011. ................ 129 Quadro 10 - Principais componentes de um modelo de negócios por ordem cronológica de 2001 a 2013............................................................................................................................. 134 Quadro 11 – Aspectos da pesquisa qualitativa ....................................................................... 160 Quadro 12 – Situações relevantes para diferentes métodos de pesquisa ................................ 164 Quadro 13- Método de estudo multicaso (Eisenhardt, 1989) ................................................. 168 Quadro 14 - Diagrama do Processo de Pesquisa .................................................................... 172 Quadro 15 Sujeitos sociais das incubadoras de empresas portuguesas e brasileiras que fizeram parte deste estudo.................................................................................................................... 186 Quadro 16 - Constructo da pesquisa para o estudo de caso Piloto – Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia - CIETEC-SP e validação para as incubadoras de empresas brasileiras e portuguesas ......................................................................................................... 193 Quadro 17 Protocolo final de pesquisa - Constructo da pesquisa no Brasil e em Portugal.... 202 Quadro 18 Análise de dados - Cluster Segmento de Clientes – CIETEC-SP ........................ 207 Quadro 19 Análise de dados - Cluster Proposta de Valor – CIETEC-SP .............................. 208 Quadro 20 Análise de dados - Cluster Canais – CIETEC-SP ................................................ 209 Quadro 21 Análise de dados - Cluster Relacionamento com Clientes – CIETEC-SP ........... 211 Quadro 22 Análise de dados - Cluster Fontes de Receitas – CIETEC-SP ............................. 214 Quadro 23 Análise de dados - Cluster Recursos Principais – CIETEC-SP ........................... 215 Quadro 24 Análise de dados - Cluster Atividades Chave – CIETEC-SP............................... 216 Quadro 25 Análise de dados - Cluster Parcerias principais – CIETEC-SP............................ 217 Quadro 26 Análise de dados - Cluster Estrutura de Custo – CIETEC-SP ............................. 218 Quadro 27 Dados básicos das incubadoras de empresas portuguesas e seus entrevistados. .. 232 Quadro 28 – Cluster Segmento de Clientes - Incubadoras de Empresas Portuguesas ........... 235 Quadro 29 - Cluster Proposta de Valor - Incubadoras de Empresas Portuguesas .................. 243 Quadro 30 - Cluster Canais - Incubadoras de Empresas Portuguesas .................................... 247 Quadro 31 - Cluster Relacionamento com Clientes - Incubadoras de Empresas Portuguesas ................................................................................................................................................ 252 Quadro 32 - Cluster Fontes de Receita - Incubadoras de Empresas Portuguesas .................. 262 Quadro 33 - Cluster Recursos Principais - Incubadoras de Empresas Portuguesas ............... 267 Quadro 34 - Cluster Atividades-chave - Incubadoras de Empresas Portuguesas................... 269 Quadro 35 - Cluster Parcerias principais Incubadoras de Empresas Portuguesas.................. 274.

(13) Quadro 36 - Cluster Estrutura de custo Incubadoras de Empresas Portuguesas .................... 280 Quadro 37 - Dados básicos das incubadoras de empresas brasileiras e seus entrevistados. .. 283 Quadro 38 – Cluster Segmento de Clientes - Incubadoras de Empresas Brasileiras ............. 286 Quadro 39 - Cluster Proposta de Valor - Incubadoras de Empresas Brasileiras .................... 295 Quadro 40 - Cluster Canais - Incubadoras de Empresas Brasileiras ...................................... 300 Quadro 41 - Cluster Relacionamento com Clientes - Incubadoras de Empresas Brasileiras . 305 Quadro 42 - Cluster Fontes de Receita - Incubadoras de Empresas Portuguesas .................. 315 Quadro 43 - Cluster Recursos Principais - Incubadoras de Empresas Portuguesas ............... 320 Quadro 44 - Cluster Atividades-chave - Incubadoras de Empresas Brasileiras ..................... 323 Quadro 45 - Cluster Parcerias principais Incubadoras de Empresas Brasileiras .................... 329 Quadro 46 - Cluster Estrutura de custo Incubadoras de Empresas Brasileiras ...................... 335 Quadro 47 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras Cluster - Segmento de Clientes ................................................................................................................................... 341 Quadro 48 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras - Cluster Proposta de Valor ....................................................................................................................................... 344 Quadro 49 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras - Cluster Canais ..... 346 Quadro 50 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras - Cluster Relacionamento com Clientes ................................................................................................ 349 Quadro 51 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras - Cluster Fontes de Receitas ................................................................................................................................... 353 Quadro 52 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras - Cluster Recursos Principais ................................................................................................................................ 358 Quadro 53 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras - Cluster AtividadesChave ...................................................................................................................................... 360 Quadro 54 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras - Cluster Parcerias Principais ................................................................................................................................ 363 Quadro 55 – Análise Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras - Cluster Estrutura de Custos ..................................................................................................................................... 366 Quadro 56 – Sugestões para aprimorar e possibilitar a autossustentabilidade das incubadoras ................................................................................................................................................ 368 Quadro 57 - Elementos do Modelo de Negócios - MONIBTEC............................................ 402 Quadro 58 – Questionário de pesquisa – Estudo de Caso Piloto............................................ 437 Quadro 59 – Questionário da pesquisa – estudos de casos Portugal e Brasil ......................... 440.

(14) LISTA DE TABELAS. Tabela 1 – 175 Maiores Entidades Econômicas do Mundo ..................................................... 27 Tabela 2 - Índice de competitividade global - 2012-2013 ........................................................ 31 Tabela 3 - Total de trabalhos identificados na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) ..................................................................................................................................... 49 Tabela 4 – Incubadoras em números – Brasil 2011.................................................................. 51 Tabela 5 - Componentes de um modelo de negócios. ............................................................ 135 Tabela 6 - Valores cobrados pela CID pelo processo de incubação. ...................................... 256 Tabela 7 - Valores cobrados pela IEUA pelo processo de incubação para empresas graduadas. ................................................................................................................................................ 258 Tabela 8 - Valores cobrados pela Incubadora Dom Dinis pelo processo de incubação. ........ 260.

(15) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 1- Evolução do movimento brasileiro de incubadoras – 1988 até 2006...................... 71 Gráfico 2- Incubadoras em operação por região – 1999 até 2006 ............................................ 72 Gráfico 3- Setores de atuação das incubadoras brasileiras ....................................................... 76.

(16) LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ACATE - Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia ADEJ - Agência de Desenvolvimento de Jundiai e Região ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores ANSI – American National Standard Institute BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. CCTA - Central Computer and Telecommunications Agency CERNE - Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos CID – Centro de Incubação e Desenvolvimento CIESP - Confederação da Indústria do Estado de São Paulo CIETEC – Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia C&T - Ciência e Tecnologia CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico EBT - Empresa de Base Tecnológica EBTs - Empresas de Base Tecnológica EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ETE - Escola Técnica de Eletrônica EVTE - Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica FAI - Faculdade de Administração e Informatica de Santa Rita do Sapucaí FIEP - Federação das Indústrias do Estado do Paraná FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos FPTI-BR - Fundação Parque Tecnológico de Itaipu IAPMEI - Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas IBICT - Instituto Brasileiro de Informações em Ciência e Tecnologia ICB – IPMA Competence Baseline IDD - Incubadora Dom Dinis IEBT – Incubadora de Empresas de Base Tecnológica IEUA - Incubadora de Empresas Universidade de Aveiro INATEL - Instituto Nacional de Telecomunicações INBATEC - Incubadora de Base Tecnológica de Lavras INCIT - Incubadora de Itajubá.

(17) IPN - Instituto Pedro Nunes ISBA - Indian STEPs and Business incubators Association ISO - International Organization for Standardization ITAI - Instituto Tecnológico Aplicado à Inovação MBC - Movimento Brasil Competitivo MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia MCTI - Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação MONIBTEC - Modelo de Negócios para Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica MPEs - Micro e Pequenas Empresas NBIA - The National Business Incubation Association OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico OECD - Organization for Economic Co-Operation And Development OGC - Office of Government Commerce PCTs - Parques Científicos e Tecnológicos PIB - Produto Interno Bruto. PN - Plano de Negócios PNI – Programa Nacional de Apoio as Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos RAIAR - Incubadora Multissetorial de Empresas de Base Tecnológica da PUC-RS RPI - Rede Paulista de Incubadoras SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI - Serviço Nacional de Apoio a Indústria SEPTE - Secretaria de Política Tecnológica Empresarial SINDVEL - Sindicato das Indústrias do Vale da Eletrônica SNI- Sistemas Nacionais de Inovação TI - Tecnologia da Informação UA – Universidade de Aveiro UNECE - Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa UNESCAP - Strengthening Technology Incubation System for Creating High TechnologyBased Enterprises in Asia and the Pacific UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

(18) SUMÁRIO. LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... 10 LISTA DE QUADROS ................................................................................................. 12 LISTA DE TABELAS ................................................................................................... 14 LISTA DE GRÁFICOS................................................................................................. 15 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................... 16 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 24 1.1. 1.1.1 1.2. PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................... 43 Questão de Pesquisa ................................................................................... 47 OBJETIVOS ....................................................................................................... 47. 1.2.1. Geral ................................................................................................................ 47. 1.2.2. Específicos ..................................................................................................... 47. 1.3. JUSTIFICATIVA PARA ESTUDO DO TEMA ............................................... 48. 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 53. 2. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 56 2.1. Empresas de base tecnológica e sua importância para o desenvolvimento de uma nação..................................................................................................................... 56 2.1.1. Classificação das empresas de base tecnológicas..................................... 59 2.2. Incubadoras de empresas – Evolução histórica ............................................. 65 2.3. Tipos de incubadoras de empresas .................................................................. 73 2.4. O Processo de criação de incubadoras de empresas ................................... 77 2.4.1. Estudo de viabilidade técnica e econômica – EVTE................................... 84 2.4.2. Plano de negócios para a incubadora ...........................................................86 2.5. A estruturação e a gestão de incubadoras ...................................................... 88.

(19) 2.6. Modelos de gestão e avaliação de desempenho de incubadoras de empresas ........................................................................................................................................ 91 2.6.1. Modelo de referência baseado nos indicadores de Smilor e Gill (1986) . 96 2.6.2. Modelo de referência baseado nos indicadores de Morais (1997)........... 97 2.6.3. Modelo de referência baseado nos indicadores do Programa Nacional de Incubadoras PNI/MCT (1998) .................................................................................... 98 2.6.4. Modelo baseado na tese de Gerd Seibold 2000 – SISTEMA PRONTO100 2.6.5. Modelo de referência baseado nos indicadores da ReINC (2001).........102 2.6.6. Modelo de gestão para incubadoras: Abordagem por Gestão de Projetos e Sistema de Medição de Performance pela Metodologia Balanced Scorecard - BSC de Caulliraux et al., (2005) .......................................................................................106 2.6.7. Modelo CERNE (2009) ..................................................................................107 2.7. O Processo de Incubação de Empresas e suas etapas ..............................110 2.7.1. O papel desempenhado pelo Gerente de Incubadora..............................123 2.8. Modelo de Negócios: evolução e conceitos...................................................125 2.8.1. Modelos de negócios: componentes e propostas para sua concepção 132 2.8.2. Modelos de negócios: representação gráfica de modelos de negócios clássicos citados na literatura ..................................................................................137 2.8.2.1 Modelo de negócio proposto por Hamel (2000) ......................................137 2.8.2.2 Modelo de negócio proposto por Amit e Zott (2001) ..............................139 2.8.2.3 Modelo de negócio proposto por Applegate (2001) ................................140 2.8.2.4 Modelo de negócio proposto por Bovet e Martha (2001).......................141 2.8.2.5 Modelo de negócio proposto por Chesbrough e Rosenbloom (2002) .143 2.8.2.6 Modelo de negócio proposto por Shafer, Smith e Linder (2005) ..........144 2.8.2.7 Modelo de negócio proposto por Lehmann-Ortega e Schoettl (2005).145.

(20) 2.8.2.8 Modelo de negócio proposto por Verstraete e Jouison (2007) .............146 2.8.2.9 Modelo de negócio proposto por Teece (2010).......................................148 2.8.2.10 Modelo de negócio proposto por Osterwalder e Pigneur (2011) ........149 2.9. Sustentabilidade Organizacional de Incubadoras de Empresas ................153 3. METODO E TÉCNICAS DA PESQUISA ........................................................158 3.1. Objetivos Específicos da Pesquisa .................................................................158 3.2. Metodologia da pesquisa - Contextualização ................................................159 3.3. Delineamento da Pesquisa ...............................................................................161 3.4. Características Metodológicas do estudo ......................................................166 3.5. Organização da Pesquisa .................................................................................171 3.6. Método de Coleta de Dados .............................................................................173 3.7. Constructo da Pesquisa ....................................................................................175 3.7.1. Primeira fase da pesquisa - O estudo de caso piloto ...............................179 3.7.1.1. O estudo de caso piloto ..............................................................................179 3.7.1.2. A coleta de dados do estudo de caso piloto ...........................................180 3.7.1.3. Relatório do estudo de caso piloto ...........................................................181 3.7.2. Segunda fase da pesquisa - Estudo de casos múltiplos ..........................182 3.7.2.1. Unidade de Análise .....................................................................................183 3.7.2.2. Escolha de múltiplos casos balizadores da pesquisa ...........................184 3.7.2.3. Definição dos objetos e sujeitos sociais da pesquisa............................185 3.7.3. As questões de pesquisa e os procedimentos de análise dos múltiplos casos ......................................................................................................................................187 3.7.4 Revisão do Constructo de pesquisa após estudo de caso piloto ............194 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ....................................204.

(21) 4.1 Estudo de caso piloto - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia CIETEC-SP .................................................................................................................204 4.1.1 Caracterização do objeto de pesquisa do estudo de caso piloto - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia - CIETEC-SP ................................205 4.1.2 Análise e resultados do estudo de caso piloto - CIETEC-SP - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia .........................................................206 4.2 Caracterizações dos objetos de pesquisa em Portugal ................................219 4.2.1 Centro de Incubação e Desenvolvimento - CID..........................................219 4.2.2 Incubadora de Empresas Universidade de Aveiro – IEUA .......................220 4.2.3 Incubadora Dom Dinis – IDD .........................................................................221 4.2.4 Instituto Pedro Nunes - IPN............................................................................222 4.3 Caracterizações dos objetos de pesquisa no Brasil ......................................223 4.3.1 RAIAR - Incubadora Multissetorial de Empresas de Base Tecnológica da PUCRS - TecnoPuc - Parque Tecnológico da PUC – RS...................................223 4.3.2 Incubadora Empresarial Santos Dumont .....................................................226 4.3.3 INATEL/NEmp - Incubadora de Empresas e Projetos do INATEL (Instituto Nacional de Telecomunicações) .............................................................................228 4.3.4 Incubadora Municipal de Empresas “Sinhá Moreira” .................................229 4.3.5 Centro de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – Incubadora de Americana ...................................................................................................................230 4.4 Resultados da pesquisa e sua análise ............................................................231 4.4.1 Análise das Incubadoras Portuguesas .........................................................231 4.4.2 Análise das Incubadoras Brasileiras.............................................................282 4.4.3 Análise Comparativa Intercasos Incubadoras Portuguesas e Brasileiras339.

(22) 5.. CONSTRUÇÃO. DO. MODELO. DE. NEGÓCIOS. PARA. A. AUTOSSUSTENTABILIDADE DE INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA .........................................................................................................372 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................396 6.1 Conclusões ...........................................................................................................398 6.2 Recomendações..................................................................................................405 6.3 Limitações da Pesquisa .....................................................................................406 6.4 Estudos futuros ....................................................................................................407 REFERÊNCIAS ..........................................................................................................408 APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA – ESTUDO DE CASO PILOTO ......................................................................................................................................435 APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA – ESTUDO DE CASOS PORTUGAL E BRASIL .............................................................................................438 APÊNDICE C - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO – CENTRO DE INCUBAÇÃO E DESENVOLVIMENTO – CID – POLO TECNOLÓGICO DE LISBOA - LISPOLIS ......................................................................................................................................441 APÊNDICE D - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO – INCUBADORA DE EMPRESAS UNIVERSIDADE DE AVEIRO - IEUA .............................................443 APÊNDICE E - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO – INCUBADORA DOM DINIS - IDD .............................................................................................................................445 APÊNDICE F - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO – IPN-INCUBADORA447 APÊNDICE G - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO – CENTRO DE INOVAÇÃO, EMPREENDEDORISMO E TECNOLOGIA - CIETEC-SP ..................................449.

(23) APÊNDICE. H. -. FORMULÁRIO. DE. CONSENTIMENTO. –. INCUBADORA. MULTISSETORIAL DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA DA PUC-RS RAIAR ..........................................................................................................................451 APÊNDICE. I. -. FORMULÁRIO. DE. CONSENTIMENTO. –. INCUBADORA. EMPRESARIAL SANTOS DUMONT......................................................................453 APÊNDICE J - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO – INCUBADORA DE EMPRESAS E PROJETOS DO INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES - INATEL ......................................................................................................................455 APÊNDICE. K. -. FORMULÁRIO. DE. CONSENTIMENTO. –. INCUBADORA. MUNICIPAL DE EMPRESAS SINHÁ MOREIRA - PROINTEC .........................457 APÊNDICE. L. -. FORMULÁRIO. DE. CONSENTIMENTO. DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E. INOVAÇÃO –. –. CENTRO. DE. INCUBADORA. DE. AMERICANA...............................................................................................................459.

(24) 24. 1. INTRODUÇÃO A ascensão e o nível de desenvolvimento econômico de uma nação podem ser avaliados pela eficiência com que são produzidos bens e serviços, que são absorvidos e elevam a qualidade de vida e o grau de bem estar da população. As principais responsáveis para que isso aconteça são as empresas, porém, para que isso ocorra, o panorama nacional tem um papel central para o seu êxito competitivo (SANTOS, 1987, p.1; PORTER, 1999, p.2; MORAIS et al., 2006; HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009, p.36). Segundo o Movimento Brasil Competitivo – MBC (2006), a inovação e competitividade são elementos que garantem longevidade organizacional e, no mesmo grau de importância, atualidade aos processos e produtos, seja na esfera privada, seja no âmbito público. Inovar é um dos aspectos fundamentais para ser competitivo; ser competitivo é um dos aspectos fundamentais para permanecer atuante. Para que esses processos ocorram, é necessária uma acumulação de capital humano e econômico cuja localização está nas universidades e empresas. Porter (1999) cita que a competitividade de um país depende da capacidade da sua indústria de inovar e melhorar. As empresas conquistam vantagem perante seus concorrentes em razão das pressões e dos desafios que ela enfrenta no seu dia a dia, de rivais internos poderosos, de fornecedores nacionais agressivos e de clientes locais exigentes. Já na visão de Villegas (2005) e Sene (2008) regiões que possuem um sistema cultural, científico e empresarial maduro e empreendedor são constituídas por uma economia global impulsionada pelo conhecimento, sendo este responsável pelo desenvolvimento de invenções e inovações vitais para a competitividade de longo prazo e que formam na sua essência a sociedade do conhecimento. Esse ambiente requer um círculo virtuoso de inovação que vai desde a capacidade de desenvolver a melhor ciência, engenharia e tecnologia nos laboratórios universitários e científicos, até a exploração efetiva de novas ideias, nova ciência e nova tecnologia para os negócios. Santos et al. (1987, p.1; 2004; 2005), Marcovitch (2005) e Morais et al. (2006) afirmam que a força que impulsiona o progresso dos países mais desenvolvidos é o poder de sua indústria e que significa a posse de um conjunto de empresas operando em setores de alta tecnologia. No Brasil, temos diversas empresas de tecnologia avançada que surgiram de forma espontânea em locais onde havia um clima favorável, propiciado pela existência de infraestrutura científica e tecnológica, disponibilidade de recursos humanos qualificados e.

(25) 25. proximidade de pólos industriais, constituídos de setores dinâmicos, tais como, tecnologia avançada em informática, aeroespacial, biotecnologia, química fina, novos materiais, mecânica de precisão, e outros. A constante evolução da ciência e tecnologia é tão importante para a autonomia de uma nação que, nos países desenvolvidos, além do esforço que as empresas privadas realizam por meio de altos investimentos em centros de pesquisa e desenvolvimento, o Estado tem assumido papel fundamental para fomentar a geração de ciência e tecnologia e estimular a transferência e difusão de inovações tecnológicas que resultem em benefícios sociais (ARCHIBUGI; IAMMARINO, 2002; SANTOS, 2004, 2005; GRIMALDI; GRANDI, 2005; BERTÉ et al.,2008; HISRICH et al. 2009). Santos et al. (1987, p.8) citam que países menos desenvolvidos ou em desenvolvimento para responder a estes desafios tecnológicos devem passar por quatro estágios de capacitação tecnológica: A- Primeiro estágio - Importam tecnologia de forma indiscriminada, sem nenhuma preocupação em adaptá- la às necessidades do país. B- Segundo estágio - Investem na qualificação dos seus recursos humanos, na criação de instituições de pesquisa e de agências de ciência e tecnologia. C- Terceiro estágio - Começam a produzir conhecimento científico e a desenvolver uma tecnologia autônoma, mais apropriada à solução dos problemas específicos do país. Neste estágio surgem novos produtos, novos processos oriundos dos institutos de pesquisa e centros de pesquisa e desenvolvimento das empresas citadas no estágio anterior. D- Quarto estágio - Começa a surgir uma nova geração de empresas, a fim de aproveitar, no setor produtivo, esta tecnologia gerada nos institutos de pesquisa. O Estado é um dos elementos fundamentais para a geração de infraestrutura para a pesquisa científica, programas de capacitação de recursos humanos qualificados, estimular a criação de institutos de pesquisa, financiamento por meio de agências estatais de fomento e que irão criar um ambiente propício para geração de tecnologias de ponta, que se traduza na geração de produtos e serviços que resultem em benefícios para a sociedade (SANTOS et al., 1987; HISRICH et al., 2009) . Santos et al. (1987, P. 9) e Morais et al. (2006, p. 9) afirmam que, estes esforços científicos e tecnológicos e os conhecimentos gerados nestas instituições de pesquisa devem ser utilizados imediatamente pelos setores produtivos e, desta forma, serão revertidos para o bem de toda a sociedade. Uma forma concreta de acelerar esta transferência de tecnologia é.

(26) 26. estimulando a criação e o desenvolvimento de empresas de tecnologia avançada ou como são chamadas empresas de base tecnológica. Santos et al. (1987, P. 9) e Hisrich et al.(2009) abordam que a criação de empresas de base tecnológica, ou EBTs como são chamadas, oferecem diversas possibilidades a um país, destacando-se:  A substituição de importações por meio da geração de novos produtos e serviços;  Aumento das exportações;  Melhora a competitividade dos produtos nacionais no mercado externo;  Valorização do sistema científico e tecnológico do país impactando em diversos setores da economia;  Contribui para a formação de centros de competência tecnológica;  É uma alternativa para a formação de pesquisadores possibilitando a entrada do país em setores inovadores;  Geração de empregos qualificados;  Geração de impostos;  Contribui para redução do desemprego e para o crescimento e revitalização da economia de uma região ou país. Segundo Oliveira (2008), as empresas são os agentes de uma economia capitalista e são responsáveis por produzir e comercializar bens e serviços. O capitalismo está voltado para a fabricação de produtos e serviços comercializáveis, com o objetivo de obter o lucro. Algumas empresas já estão entre as maiores entidades econômicas do mundo, com receitas maiores que o Produto Interno Bruto (PIB) de muitos países. White (2012) cita que 50 empresas se posicionavam entre as 175 maiores entidades do mundo em termos econômicos no ano de 2011, e, possuem poder de influência na economia seja ela, global, nacional ou local. A tabela 1 apresenta uma grande parte das entidades citadas pelo autor..

(27) 27. Tabela 1 – 175 Maiores Entidades Econômicas do Mundo Fonte: Adaptado de White (2012).

(28) 28. Como se observa na tabela 1, a primeira entidade empresarial aparece na posição 26, e está à frente de países como Argentina, Áustria, África do Sul e outros; a primeira empresa brasileira a constar nesta lista é a Petrobras e ocupa a posição 77. Isto demonstra a importância e a influência das empresas para a economia mundial. Segundo Oliveira (2008), no Brasil esta situação não é diferente ao compararmos o poder das empresas ao PIB dos estados e municípios. Como exemplo pode-se citar a Companhia Vale do Rio Doce que teve uma receita bruta consolidada de 31,1 bilhões de dólares em 2008, maior que o PIB de 12 estados brasileiros e maior que dos estados de Alagoas, Sergipe, Acre e Roraima somados; seu lucro líquido foi de 11,9 bilhões de dólares, maior que o PIB de quatro estados nacionais. Já a Petrobras, em seu relatório de sustentabilidade de 2009, empresa de controle estatal e que opera como uma empresa privada teve uma receita operacional bruta de mais de R$ 230 bilhões, perdendo apenas para o PIB de São Paulo e Rio de Janeiro, os dois estados mais ricos do Brasil. Salienta o autor que as empresas podem impactar nos preços e na acessibilidade dos produtos pelos consumidores, na taxa de câmbio com transferência de lucros, nas exportações e importações, no desenvolvimento local com a possibilidade de geração de novos negócios e consequentemente empregos a partir das atividades empresariais. Schumpeter (1997, pg.54) em seus estudos sobre a Teoria do Desenvolvimento Econômico, cria e aborda o conceito de fluxo circular da economia: Todas as inumeráveis trocas que podemos observar numa economia de trocas em cada período constituem em sua totalidade a forma externa do fluxo circular da vida econômica. As leis da troca nos mostram como se explica esse fluxo circular a partir de condições dadas, e também nos ensina por que ele não se altera enquanto essas condições permanecerem as mesmas, e por que e como muda ao adaptar-se a mudanças dessas condições. Sob a suposição de condições constantes, bens de consumo e de produção do mesmo tipo e quantidade seriam produzidos e consumidos em todos os períodos sucessivos pelo fato de que na prática as pessoas agem em conformidade com a experiência bem-sucedida, e que em teoria nós as consideramos como agindo em conformidade com um conhecimento da melhor combinação dos meios presentes sob as condições dadas.. O autor comenta sobre um capitalismo sem acumulação, cujo fluxo de produção é perfeitamente estático e imutável. Transforma-se assim em um “fluxo circular” que nunca se altera ou expande sua criação de riqueza. Os lucros, conforme o autor não vem da exploração do trabalho ou dos ganhos do capital, mas sim do resultado de outro processo. Os lucros aparecem numa economia estática quando o fluxo circular falha em seguir seu curso rotineiro..

(29) 29. O Fluxo Circular citado por Schumpeter se rompe quando surgem perturbações neste ciclo, e estas perturbações são benéficas, como são apresentadas na figura-1:. Figura 1 - O modelo de fluxo circular e o empresário inovador Fonte: Zawislak, 1995, p.27. A figura 1 apresenta que, entre todas as forças que levam à perturbação da rotina organizacional, uma se destaca. A introdução de inovações tecnológicas ou organizacionais no fluxo circular, de modos novos ou mais baratos de produzir coisas ou de modos de produzir coisas completamente novas é que impulsionam o processo inovativo. Uma inovação implica a existência de um inovador, alguém que seja o responsável por combinar os fatores de produção de novas formas, Schumpeter os chamou de Empreendedores. Conclui o autor que os empreendedores e sua atividade inovadora são a fonte de lucro no sistema capitalista. No entanto, as definições de Schumpeter sobre o tema não são as únicas, apesar de amplamente comprovadas e aceitas sobre o empreendedorismo. De acordo com Filion (1999); Hisrich e Peters (2002) ao se analisar as origens do conceito, o termo “empreendedor” já era usado desde a idade média para descrever tanto um ator quanto uma pessoa que gerenciava grandes projetos de produção (construção de castelos, fortes etc.). No século XVII já era feita a primeira associação do empreendedorismo com a.

(30) 30. noção de risco, na medida em que o empreendedor era aquele que assumia certo grau de risco ao financiar contratos ou realizar serviços com o governo. Filion (1999) cita que é no século XVIII e XIX, com os conceitos dos autores Cantillon e Say, que o termo empreendedor passou a assumir um caráter mais próximo de empresário, diferenciando-o do capitalista e agregando- lhe a função primária de transformação de matérias-primas em produtos e serviços com valor econômico. McClelland (1961, p. 65) apresenta uma definição muito peculiar sobre um empreendedor e definia-o como: “Alguém que exerce controle sobre uma produção que não seja só para o seu consumo pessoal. Um executivo em uma unidade produtora de aço na União Soviética é um empreendedor”. Filion (1991, p.64), com base em seus estudos sobre o tema também apresenta um definição para o empreendedor muito interessante: “[...] o empreendedor é aquele que concebe, desenvolve e realiza visões”. Considera-se, de modo geral, que as características empreendedoras são importantes para diferenciar as empresas e sustentá- las, levando-as ao desenvolvimento e sobrevivência nesse competitivo mercado. Para Baron e Shane (2007, p. 08) empreendedores são pessoas que visualizam a “[...] interseção entre o que poderia ser chamado de inspirado e o mundano”, e é nesta interseção que os empreendedores reconhecem as oportunidades, tidas como “[...] algo novo que as pessoas irão querer ter ou usar e tomar medidas enérgicas para transformar essas oportunidades em negócios viáveis e lucrativos”. Schumpeter deu importante contribuição para o estudo do desenvolvimento econômico e, em particular, a respeito do papel desempenhado pelas inovações e pelo empresário inovador. A relação entre a inovação, a criação de novos mercados e a ação empreendedora são também exploradas. Schumpeter (1997, p.70) comenta que: [...] as inovações no sistema econômico não aparecem, via de regra, de tal maneira que primeiramente as novas necessidades surgem espontaneamente nos consumidores e então o aparato produtivo se modifica sob sua pressão. Não negamos a presença desse nexo. Entretanto, é o produtor que, via de regra, inicia a mudança econômica, e os consumidores são educados por ele, se necessário, são por assim dizer, ensinados a querer coisas novas ou coisas que diferem em um ou outro daquelas que tinham o hábito de usar.. O Estado brasileiro vem realizando investimentos e criando mecanismos para apoiar a criação de empresas de base tecnológica, que conforme apontado é uma das formas de uma nação se destacar no cenário econômico mundial..

(31) 31. Uma forma de constatar esta afirmação é observar a posição do Brasil no Índice de Competitividade Global (Global Competitiveness Index, GCI, 2012) que é desenvolvido e publicado anualmente, desde 1979, pelo Fórum Econômico Mundial (World Economic Fórum) com o objetivo de aferir a capacidade dos países analisados em prover padrões de vida elevados aos respectivos cidadãos. O índice procura medir um conjunto de instituições, políticas e fatores que definem os níveis de prosperidade econômica sustentável, tanto no horizonte imediato como em médio prazo. Trata-se de um índice amplamente utilizado e citado, tanto no nível das principais instituições internacionais como no plano acadêmico. O Brasil foi a única economia do chamado bloco dos BRICS (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), grupo político de cooperação entre os cinco maiores países emergentes da atualidade e em franco desenvolvimento, que ascendeu no Relatório de Competitividade Global 2012-2013. A Tabela 2 apresenta os 10 primeiros colocados no ranking de competitividade e a posição dos países que compõem o BRICS: GCI 2012-2013 País/Economia. Classificação. Nota. Posição. 2012-2013. (1 a 7 ). GCI 2011–2012. Suíça. 1. 5,72. 1. Cingapura. 2. 5,67. 2. Finl ândi a. 3. 5,55. 4. Suécia. 4. 5,53. 3. Holanda. 5. 5,50. 7. Alemanha. 6. 5,48. 6. Es tados Uni dos. 7. 5,47. 5. Grã-Bretanha. 8. 5,45. 10. Hong Kong. 9. 5,41. 11. Japão. 10. 5,40. 9. China. 29. 4,83. 26. Brasil. 48. 4,40. 53. África do Sul. 52. 4,37. 50. Índia. 59. 4,32. 56. Rússia. 67. 4,20. 66. Tabela 2 - Índice de competitividade global - 2012-2013 Fonte: Adaptado de World Economic Forum - The Global Competitiveness Report 2012–2013.. O país subiu cinco posições em relação ao ano anterior, passando para a 48ª colocação e ultrapassou a África do Sul, assumindo a segunda posição entre os BRICS. Em 2011, o.

(32) 32. Brasil também já havia subido no ranking na mesma proporção em relação a 2010, passando da 58ª para a 53ª colocação. Este Índice de Competitividade Global envolve a análise de 12 pilares (instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação básica, educação e formação de nível superior, eficiência no mercado de bens, eficiência no mercado de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, acesso à tecnologia, dimensão do mercado, sofisticação dos negócios e inovação) e um conjunto de 111 indicadores. O ranking de competitividade é elaborado a partir de pesquisas de opiniões e percepções com 14 mil empresários em 144 países no mundo. Este índice separa os 144 países presentes na classificação em três estágios de desenvolvimento econômico quanto a estes doze pilares de sustentação: a- Estágio 1: Países com baixo desenvolvimento econômico – apresentam como fator chave o estágio de desenvolvimento nos quatro primeiros pilares: Instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico e saúde e educação básica. b- Estágio 2: Países em desenvolvimento econômico – apresentam como fator chave o estágio direcionado para a eficiência do desenvolvimento e apresentam os primeiros dez pilares: Instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico e saúde e educação básica, educação e formação de nível superior, eficiência no mercado de bens, eficiência no mercado de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, acesso à tecnologia, dimensão do mercado. c- Estágio 3: Países desenvolvidos economicamente – apresentam como fator chave o estágio de inovação e sofisticação em seu desenvolvimento e apresentam os doze pilares: Instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação básica, educação e formação de nível superior, eficiência no mercado de bens, eficiência no mercado de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, acesso à tecnologia, dimensão do mercado, sofisticação dos negócios e inovação. Os países podem estar no limiar de passagem de um estágio para outro, no estágio 3 temos 35 economias/países, entre o estágio 2 e 3 temos 21 economias/países (o Brasil consta deste estágio), no estágio 2 temos 33 economias/países, entre o estágio 1 e 2 temos 17 economias/países, e, no estágio 1 temos 38 economias/países. Os esforços do Estado brasileiro para incentivar micro e pequenas empresas são reconhecidos, mas o país ainda é visto como um dos mais difíceis para novos empreendedores, com percepção de que os impostos são altos demais e provocam distorções na economia e, além de outros fatores, dificultam a sobrevivência dessas empresas..

(33) 33. Morais et al. (2006) apontam que, na grande maioria, essas empresas são criadas por jovens empreendedores, que contam com o apoio das universidades locais. Cria-se, portanto, uma nova visão social e capitalista, ao mesmo tempo da utilização do conhecimento gerado nas universidades, quando essas se tornam fonte direta do processo econômico por meio da criação de novas empresas, tecnologias, novos empresários, novas formas de gestão e de agregação de valor a produtos e serviços. Os autores abordam ainda que, a sociedade do conhecimento requer universidades e centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação estruturados e gerenciados de forma empreendedora e desafiadora. Ao mesmo tempo em que a produção do conhecimento científico é essencial para a compreensão e o atendimento das necessidades do ser humano, as universidades têm sido chamadas a contribuir na formação e difusão de outras formas de aplicação do seu produto final, isto é, na formação de líderes empresariais e no desenvolvimento de novas tecnologias ambiental e socialmente justas. Isso converge para um sistema de inovação e competitividade. Villela e Magacho (2009) comentam que um dos maiores desafios da sociedade atual é a geração, aplicação e divulgação do conhecimento científico produzido e, mais além, o da transformação desse conhecimento em inovação tecnológica. O crescimento de países como Estados Unidos, Alemanha e Japão demonstra como um ambiente nacional favorável pode ter uma considerável influência no estímulo a atividades inovativas, desenvolveu-se na literatura atribuir o conceito de Sistemas Nacionais de Inovação (SNI) ao tema. Fagerberg e Srholec (2008) afirmam que Christoper Freeman foi o primeiro a usar o termo Sistema Nacional de Inovação (SNI) em uma análise do Japão (Freeman, 1987) em que explorava as inter-relações, entre a exploração do nível da empresa e a exploração do conhecimento e fornecedores externos de conhecimento, muitos deles públicos, e, mais ainda, o importante papel da governança e da política do país em dar forma a esta dinâmica. Estes estudos tornaram-se uma popular ferramenta analítica para pesquisadores que queriam obter uma compreensão mais firme do que determinou a realização de tais interações (Lundvall, 1992; Nelson, 1993; Edquist, 2001) e organizações como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, a União Europeia e as Nações Unidas que intensificaram seus esforços para fornecer estatísticas relevantes com as quais, tais desempenhos pudessem ser avaliados ou aferidos e como afetariam o desenvolvimento dos países..

(34) 34. Freeman (1995) conceituou SNI como um conjunto de instituições, atores e mecanismos em um país que contribuem para a criação, avanço e difusão das inovações tecnológicas. Entre essas instituições destacam-se, os atores e mecanismos, os institutos de pesquisa, o sistema educacional, as firmas e seus laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, as agências governamentais, a estrutura do sistema financeiro, as leis de propriedade intelectual e as universidades. Pesquisas posteriores sobre o tema não alteraram substancialmente a definição de Freeman (1995). Albuquerque (1996) em suas considerações sobre o SNI define-o como uma construção institucional, produto de uma ação planejada e consciente ou de um somatório de decisões não planejadas e desarticuladas que impulsiona o progresso tecnológico em economias capitalistas complexas. Edquist (2001) cita que o SNI é composto por todas as entidades econômicas, organizações sociais e políticas e outros fatores que influenciam o desenvolvimento, difusão e uso da inovação. Fagerberg e Srholec (2008) em suas pesquisas sobre os SNI, recursos e desenvolvimento econômico apontaram para fortes correlações das seguintes variáveis; o desenvolvimento de sistemas de inovação no país, a qualidade da governança do país, o sistema político e o grau de abertura ao comércio e investimento direto estrangeiro como fatores que propiciam aos países desenvolvimento tecnológico, social e econômico e como consequência, destaque no cenário mundial. A análise empírica dos estudos destes autores sugere que, um sistema bem desenvolvido de inovação é essencial para os países que desejam ter sucesso em se destacar mundialmente. Existe ainda uma forte, significativa e robusta relação estatística entre (nível e mudança do) PIB per capita, de um lado, e (mudança de nível e) o sistema de inovação no outro. As evidências históricas e descritivas também sugerem que os países que conseguiram atingir tal estágio deram alta prioridade para esta dimensão do desenvolvimento. O desenvolvimento do empreendedorismo, a criação de empresas e a sua consequente sustentabilidade no mercado vai depender da existência de ativos tangíveis e intangíveis, presentes no município, região ou país e que oferecerão suporte para o seu crescimento ao longo dos anos (MORAIS et al., 2006; FAGERBERG E SRHOLEC, 2008; VILLELA E MAGACHO, 2009; HISRICH et al., 2009). Morais et al. (2006) citam que muitos desses ativos necessitam de uma estrutura catalisadora que promova a interação entre os principais agentes transformadores e provedores do conhecimento, recursos físicos e financeiros, mecanismos eficientes para obtenção de informações, transferência de tecnologias e comercialização de produtos e.

(35) 35. serviços com alto valor agregado, nestes aspectos, os Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs) e as Incubadoras de Empresas têm papel relevante, desde que devidamente inseridos nas políticas públicas e nos sistemas locais de inovação. A figura 2 abaixo apresenta a espiral do desenvolvimento, em que se pode observar a dinâmica da geração do desenvolvimento econômico e social sustentável de um país ou região e os principais agentes deste processo.. Figura 2 - Espiral do desenvolvimento Fonte: Morais et al. (2006).. Como se verifica na figura 2, os PCTs e as incubadoras são alguns dos agentes deste processo e oferecem mecanismos para apoiar e acelerar o surgimento de empresas, especialmente as de base tecnológica, e se constituem uma opção para jovens empreendedores de startups. A International Association of Science Parks and Areas of Innovation (2013), instituição criada em 1984, considera um parque científico e tecnológico como: [...] uma organização gerenciada por profissionais especializados cujo principal objetivo é incrementar a geração de renda e riqueza na comunidade.

(36) 36. através da promoção da cultura de inovação e competitividade de suas empresas associadas e instituições baseadas no conhecimento. Buscando o cumprimento de tais metas, um parque científico estimula e gerencia o fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades, instituições de P&D, empresas e mercados. Um parque facilita a criação e acelera o crescimento de empresas inovadoras por meio da incubação e mecanismos de criação de spinoffs, fornece serviços de valor agregado juntamente com espaço físico de qualidade, infraestrutura e equipamentos, trabalha em uma rede global que reúne milhares de empresas inovadoras e instituições de pesquisa em todo o mundo, facilitando a internacionalização das empresas residentes.. Já Vedovello et al. (2006) e Basile (2011) tratam parques tecnológicos como um instrumento de promoção para diversos objetivos econômicos e políticos e que cumprem funções de suporte à integração entre agentes sociais similares (pequenas e grandes empresas) ou distintos (universidade e indústria), um mecanismo de desenvolvimento regional/local de estímulo à maior competitividade e desempenho empresarial, gerando crescimento e desenvolvimento. econômico, conhecimento, cultura, capital humano,. infraestrutura.. Vedovello et al. (2006) apresentam uma ampliação conceitual de parques tecnológicos como um instrumento de política de inovação tecnológica e desenvolvimento e/ou revitalização econômicos. Inovação, segundo Dosi (1988), refere-se à busca, descoberta, experimentação, desenvolvimento, imitação e adoção de novos produtos, novos processos de produção e novas técnicas organizacionais. O autor deu grande contribuição destacando os conceitos de trajetória e paradigma tecnológicos, que dependeriam na visão do autor, dos interesses econômicos dos inovadores, da capacitação tecnológica acumulada e de variáveis institucionais. Hitt, Ireland e Hoskisson (2001) definem inovação como o resultado chave que as empresas buscam por meio do empreendedorismo e, muitas vezes, é a fonte de sucesso competitivo para companhias que competem em uma economia globalizada e, portanto, também perpassa pela globalização das inovações. De acordo com os autores a inovação surge do espírito empreendedor nas mais díspares situações e locais e citam que um dos locais mais propícios para tal são as universidades, institutos de pesquisas, principalmente aqueles que investem na geração de inovações tecnológicas e que oferecem condições para que este processo aconteça. Uma das ideias que mais oferecem condições para que as inovações tecnológicas e empreendimentos surjam são as incubadoras de empresas..

Referências

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