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2.5. A estruturação e a gestão de incubadoras

2.6.1. Modelo de referência baseado nos indicadores de Smilor e Gill (1986)

Smilor e Gill (1986) apud Rebelato et al. (2006) realizaram diversos estudos sobre incubadoras e chegaram a algumas constatações importantes para o desenvolvimento destas organizações. Eles organizaram seus estudos a partir de dez fatores críticos de sucesso que entendem serem fundamentais para o desenvolvimento das incubadoras e propuseram onze indicadores de desempenho para as incubadoras de empresas.

Os dez fatores críticos de sucesso que os autores vislumbram como itens de extrema importância para o desenvolvimento de incubadoras são:

1- Expertise local – O conhecimento já enraizado em uma região de algum produto ou serviço específico e próprio desta região;

2- Acesso a Investimentos e Financiamentos – Ser um polo reconhecido e que tenha facilidades de acesso a investimentos e financiamentos públicos e/ou privados;

3- Suporte e assessoria financeira – Instituições que apoiem as incubadoras no suporte e gestão financeira, tendo em vista que muitos empreendedores não tem facilidade ou formação específica para sua sustentação financeira;

4- Suporte da comunidade – A participação da comunidade pode ser desde a compra dos produtos e serviços criados na incubadora ou para o desenvolvimento de pesquisas que beneficiem tanto a comunidade quanto os incubados;

5- Rede estabelecida de empreendedorismo – Uma rede estabelecida de empreendedores que apoie e incentive a criação de novos empreendimentos;

6- Existência de um ensino de empreendedorismo – O empreendedorismo e a busca constante de inovações serem incentivadas desde o ensino fundamental propiciando assim o desenvolvimento da região com a formação de novos empreendedores e novos negócios;

7- Percepção de sucesso – A busca constante de benchmarkings para a melhoria contínua da incubadora e dos incubados;

8- Vínculos com universidades e centros de pesquisa – Este elemento é fundamental para formação de pesquisadores tanto em pesquisas de base quanto em pesquisas aplicadas; 9- Programa com procedimentos e metas e claras – A incubadora deve estabelecer

procedimentos claros para todas as etapas que envolvem a incubação de empresas e definir metas para que os incubados apresentem os resultados esperados, evitando assim desperdício de tempo e custos financeiros para as incubadoras;

10- Políticas adotadas – Apresentar claramente as políticas adotadas pela incubadora, em que cada incubado deve saber os seus deveres e obrigações para com a incubadora, os parceiros de negócios e a sociedade.

Smilor e Gill (1986) apud Rebelato et al. (2006) apresentam como sugestão a partir destes 10 (dez) fatores críticos de sucesso 11 (onze) conjuntos de indicadores para a análise do desempenho das incubadoras de empresas:

I. Condições e idade das instalações da incubadora;

II. Parcerias com entidades importantes, tanto públicas quanto privadas; III. Capacitação e experiência do gestor da incubadora;

IV. Comprometimento da diretoria com o sucesso da incubadora;

V. Grau de reconhecimento/notoriedade dos membros do conselho consultivo em suas áreas de atuação;

VI. Número de empresas graduadas e com sucesso; VII. Número de empresas incubadas promissoras;

VIII. Presença na mídia e citações da incubadora como exemplo de sucesso;

IX. Tempo médio para graduação de empresas incubadas de acordo com os padrões das melhores incubadoras (dois a três anos);

X. Evolução da taxa de mortalidade das empresas incubadas;

XI. Compatibilidade do estágio de desenvolvimento com o tempo de existência da incubadora.

2.6.2. Modelo de referência baseado nos indicadores de Morais (1997)

Morais (1997) propõe um modelo de indicadores para autoavaliação de incubadoras e de incubados com o intuito de auxiliar os gestores de incubadoras de empresas a medirem o potencial de desenvolvimento do empreendimento incubado ao mesmo tempo em que identifica os fatores facilitadores e possíveis obstáculos para o seu sucesso.

Nesse modelo, são considerados três coeficientes de análise: de eficiência, de eficácia e de impacto e são descritos, de forma resumida, a seguir:

a) Indicadores do coeficiente de eficiência: Tem como meta a sustentabilidade da incubadora e utiliza para tal os seguintes tipos de indicadores: Autossustentação: indica o grau de autossustentabilidade das incubadoras em relação a recursos de terceiros. Visa a total independência financeira no menor tempo possível da incubadora e de seus incubados; Produtividade: o objetivo aqui é medir a evolução da eficiência na produção de resultados.

Para medir este elemento utiliza-se o seguinte cálculo: Custo total no período / Custo de incubação + Custo de graduação das empresas no pe ríodo. O objetivo aqui é a redução do custo no período seguinte comparado com o resultado obtido no período avaliado; Autoavaliação: o objetivo deste indicador está em analisar o quanto a incubadora está em sintonia com as tendências do mercado em termos de produtos, processos, tecnologias, capacitação da sua força de trabalho, preocupação com a qualidade dos serviços e produtos gerados entre outros;

b) Indicadores do coeficiente de eficácia: Tem como meta principal medir o sucesso dos empreendimentos incubados, deve refletir o nível de eficácia na realização dos objetivos dos empreendimentos incubados, tais como, patentes criadas pelas empresas incubadas, empreendimentos criados e graduados, empregos gerados, pessoas treinadas, receitas e investimento; Satisfação dos consumidores: Este item deve demonstrar a eficácia quanto à satisfação dos clientes dos incubados. Sem a aprovação do consumidor dificilmente um empreendimento terá sucesso; Grau de utilização: Aqui se analisa a eficácia na utilização dos meios de produção e incubação da incubadora;

c) Indicadores do coeficiente impacto: Tem como alvo medir os impactos dos empreendimentos incubados para a região atendida e apresentam os seguintes indicadores: Demanda efetiva: Demonstra o impacto que o empreendimento teve na população local, como também o grau de aceitação do empreendimento pelas instituições públicas e privadas locais; Impacto socioeconômico: Avaliam os impactos na comunidade local relativos à geração de empregos e rendas, mudança dos valores culturais das instituições e também a interação entre universidades/empresas; Impacto no mercado de trabalho: Avalia-se aqui a evolução do impacto da incubadora no mercado de trabalho, observando-se a geração de empregos, a evolução de treinamento de pessoas envolvidas tanto no processo produtivo quanto no processo de incubação.

2.6.3. Modelo de referência baseado nos indicadores do Programa Nacional de