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Existem na literatura sobre incubadoras diversas classificações quanto aos tipos de incubadoras de empresas e elencamos abaixo algumas das mais importantes definições.

Bianchi (1993, 49) cita que as incubadoras são normalmente distintas em duas formas: quanto à natureza das empresas que abriga durante o processo de incubação e quanto à sua natureza constitutiva.

Nesse último caso, uma incubadora pode ser privada ou pública. Incubadora Privada quando for mantida com recursos auferidos de suas próprias atividades e Incubadora Pública quando for mantida com recursos dos cofres públicos. Ainda segundo sua natureza constitutiva, a incubadora pode ser do tipo “entre paredes” ou “sem paredes”. Incubadoras entre paredes abrigam em um mesmo prédio várias empresas novas. Incubadoras sem paredes abrigam empresas de forma virtual, em qualquer espaço que elas próprias disponham, para iniciar seu negócio. Sob o ponto de vista da natureza constitutiva, o modelo de incubação mais propagado e mais comumente conhecido é o entre paredes.

Yon e Evans (2011) ampliam este conceito e cita que as incubadoras surgiram a partir de cinco formatos genéricos em sua trajetória, sendo apresentadas da seguinte forma:

I. Incubadoras industriais: Incubadoras patrocinadas por grupos sem fins lucrativos e organizações não governamentais, têm com objetivo a criação de empregos em resposta ao recrudescimento de empregos ou desemprego generalizado;

II. Incubadoras relacionadas a universidades: Incubadoras com o objetivo de comercializar a ciência, tecnologia ou propriedade intelectual advinda de pesquisas universitárias. Oferecem às empresas acesso a laboratórios, computadores, biblioteca e assistência de seus alunos e professores;

III. Incubadoras de desenvolvimento de propriedade com fins lucrativos : Incubadoras que oferecem escritório compartilhado, espaço para produção, além de serviços compartilhados, cobrando aluguel das empresas nela incubadas.

IV. Incubadoras de investimento com fins lucrativos : Incubadoras categorizadas como venture capitalist ou angels, por terem um portfólio de empresas que desejam obter lucros ao investirem nestas empresas;

V. Incubadoras de empreendimento corporativo: Incubadoras de grandes empresas que oferecem dinheiro, facilidades, experiência, competência e força de venda as pequenas empresas em troca de participação acionária.

Aqui no Brasil o MCT (2000) e a ANPROTEC (2003) classificam as incubadoras em três tipos distintos dependendo do tipo de empreendimento que abriga:

1- Incubadora de empresas de base tecnológica: É a incubadora que abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de resultados de pesquisas aplicadas, nos quais a tecnologia representa alto valor agregado;

2- Incubadora de empresas dos setores tradicionais : É a incubadora que abriga empresas ligadas aos setores tradicionais da economia, as quais detém tecnologia largamente difundida e queiram agregar valor aos seus produtos, processos ou serviços por meio de um incremento em seu nível tecnológico. Devem estar comprometidas com a absorção ou o desenvolvimento de novas tecnologias;

3- Incubadoras de empresas mistas: É a incubadora que abriga empresas dos dois tipos acima descritos.

Para Zedtwitz (2003) as incubadoras podem ainda ser classificadas pelo setor de atuação, o quadro 4 apresenta esta classificação:

Incubadoras come rciais inde pe nde ntes

Surgem co mo resultado de atividades de prospecção desenvolvidas por empresários ou empresas vinculadas ao capital de risco. Tem maior liberdade para cria r seus próprios modelos de negócios e são orientadas ao lucro. Estas incubadoras focam suas atividades em suas competências internas e em uma dada tecnologia, indústria ou região de atuação.

Incubadoras regionais

Gera lmente são constituídas pelos governos locais ou organizações com interesses econômicos e políticos regionais semelhantes.

Busca prover espaço e apoio logístico para os negócios iniciantes em uma dada comunidade e objetivam atre lar seus resultados aos interesses delineados pelas suas políticas públicas, tais como: geração de empregos, aprimora mento da indústria local ou aprimora mento da image m publica de uma determinada região.

Incubadoras vinculadas às Unive rsidades

As incubadoras podem estar atreladas a Universidades, que podem ser consideradas centros de formação de novas invenções/inovações e tecnologias de ponta. Estas incubadoras podem, ou não, estar vinculadas a parques tecnológicos já implantados e atuam co mo laboratórios desenhados para aprimo rar e fortalecer a co laboração entre a academia e as empresas.

Incubadoras intrae mpresariais

São incubadoras vinculadas às atividades de P&D corporativas. Seus principais objetivos são:

a- Lidar co m as descontinuidades tecnológicas. b- Incrementar a co municação entre as funções

técnicas e corporativas.

c- Minimizar a inflexib ilidade das estruturas organizac ionais e gerenciais

d- Aprimorar a habilidade de alinhar a visão de longo prazo da organização co m as suas necessidades de curto prazo.

Incubadoras virtuais

Diferente das incubadoras tradicionais, estas incubadoras virtuais não oferecem espaço físico ou apoio logístico. Contribue m forta lecendo as plataformas e redes de acesso a empresários, investidores e consultores. Este tipo de incubadora tem sido considerada adequada para estágios de negócios inicia is e, de preferência, vinculadas às tecnologias de informação.

Quadro 4 – Tipos de Incubadoras de Empresas e suas principais características Fonte: Adaptado de Zedtwitz (2003)

O quadro 5 apresenta os tipos de incubadoras e as características principais segundo o SEBRAE (2011):

Tipo de Incubadora Caracte rísticas Principais

Incubadoras de e mpresas de base tecnológica

Abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de resultados de pesquisas aplicadas, em que a tecnologia representa alto valor agregado.

Abriga e mpresas ligadas aos setores tradicionais da economia, que detém tecnologia la rga mente difundida e queiram agregar valor aos seus produtos, processos

Incubadora de e mpresas dos setores tradicionais

ou serviços por meio de um incre mento em seu nível tecnológico. Deve m estar co mpro metidas com a absorção ou o desenvolvimento de novas tecnologias.

Incubadora de e mpresas mistas

Abriga empresas dos dois tipos acima descritos. Além disso, as incubadoras apoiam ta mbé m e mpresas dos setores culturais, artesanato, cooperativas, agronegócios, entre outras.

Incubadoras de e mpresas de agronegócios

Apoiam e mp resas atuantes em cadeias produtivas de agronegócios, que possuem unidades de produção e xternas à incubadora e utiliza m os módulos da incubadora para atividades voltadas ao desenvolvimento tecnológico e ao aprimo ra mento da gestão empresaria l.

Incubadoras de coope rativas

Abrigam por período médio de dois anos, empreendimentos associativos em processo de formação e/ou consolidação, instalados dentro ou fora do munic ípio. Representam u ma das modalidades de incubadoras de setores tradicionais.

Incubadoras de e mpresas culturais

Tem a arte e a cultura como valor agregado aos seus produtos. Essas incubadoras desenvolvem negócios relac ionados à arte e a cultura regional, gerando trabalho e renda alternativos.

Quadro 5 – Tipos de Incubadoras de Empresas e suas principais caracte rísticas de acordo com o SEBRAE

Fonte: Adaptado de SEBRA E (2011)

Segundo dados da ANPROTEC (2011) e apresentados no gráfico 3, as incubadoras no Brasil estão divididas da seguinte forma:

Gráfico 3- Setores de atuação das incubadoras brasileiras Fonte: A NPROTEC (2012, p. 5)

A classificação de incubadoras que será utilizada como alvo desta pesquisa será aquela citada pelo MCT (2000) e pela ANPROTEC (2003) e o tipo de incubadora de empresas a que

dedicaremos análises mais aprofundadas serão as de base tecnológica, primeiro por serem as de maior concentração no país, conforme pode ser visto no gráfico 3, e segundo pelo alto valor agregado dos seus produtos e serviços.