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Rev. Assoc. Med. Bras. vol.55 número2

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Academic year: 2018

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Rev Assoc M ed B ras 2 0 0 9 ; 5 5 ( 2 ) : 9 5 - 1 0 7

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A Declaração de Helsinque é um documento internacional-mente reconhecido como âncora da ética em pesquisa em seres humanos, desde sua publicação original, em 1 9 6 4 , pela

W orld Medical Association (WM A). Desde então, passou por

cinco revisões e duas notas de esclarecim ento, buscando atualização contínua, à luz da evolução do conhecim ento científico. Em 2 0 0 7 , o Conselho da WM A autorizou uma nova revisão e, em agosto de 2 0 0 8 , o Brasil teve a oportunidade de sediar, em São Paulo, uma reunião da WM A com este objetivo. A aprovação final será feita na Assembléia Geral da WM A, em outubro de 2 0 0 8 . Três temas principais estão em discussão: a pesquisa clínica em crianças, o uso de placebo em pesquisa clínica e o acesso ao medicamento após o encerramento da pesquisa. O evento foi aberto à comunidade científica brasileira que, por dois dias, participou ativamente de discussões apaixo-nadas sobre cada um dos tópicos1.

A maior parte dos medicamentos utilizados em pediatria nunca foi testada. Visando-se proteger as crianças de ambien-tes experimentais, os medicamentos são, muitas vezes, incor-porados ao arsenal terapêutico sem a avaliação específica nesta faixa etária. A questão que fica é se não é pior utilizar um novo medicamento em crianças sem tê-lo testado adequadamente nesta população, uma vez que, em um ambiente de pesquisa clínica, o controle é muito mais rigoroso e planejado, de modo a identificar precocemente qualquer problema. Outra questão relacionada é quem deve conceder o consentimento? Os pais, a criança, ambos? E, no caso de adolescentes, esta questão do consentimento é ainda mais difícil de responder.

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existe tratamento efetivo conhecido, o placebo deve ser usado. A própria Resolução do CNS 1 9 6 /9 6 (item III.3 ) cita: deve-se “ ter plenamente justificada, quando for o caso, a utilização de placebo, em termos de não-maleficência e de necessidade metodológica” . Alguns critérios devem ser considerados: a ética deve prevalecer sobre a metodologia, o uso de placebo não pode levar risco adicional ao paciente, deve haver aprovação prévia do comitê de ética em pesquisa da instituição e assinatura do consentimento antes de qualquer procedimento do estudo. Adicionalmente, o paciente pode se retirar a qualquer momento do estudo e receber droga ativa, sendo que o menor número possível de pacientes deve ser incluído no grupo placebo e pelo menor período possível2.

E o que fazer ao final do estudo, no que concerne à questão de acesso ao medicamento do estudo? Esta pergunta é particu-larmente crítica em países em desenvolvimento e em patologias crônicas, onde a garantia de acesso após o estudo pode ser essencial. Entretanto, pode tam bém conduzir à indução à participação na pesquisa indevidamente, devido ao benefício assegurado. Além de se pensar no benefício ao paciente de pesquisa, deve-se ter em mente os possíveis riscos de se manter um medicamento ainda não aprovado ou liberado para uso clínico. Certamente, a conduta deve ser definida antes do início da pesquisa clínica e estar descrita no protocolo, de modo a ter a prévia aprovação do comitê de ética.

Neste cenário e assumindo postura no mínimo polêmica, o FDA (Food and Drug Administration) anunciou adotar, a partir

de outubro de 2 0 0 8 , o GCP/ICH (Good Clinical Practices / International Conference on Harmonization, 1 9 9 6 ) como novo

padrão para pesquisas com seres humanos, em substituição à Declaração de Helsinque. Embora o GCP lide com o tema de proteção aos pacientes, ele não é um documento de direitos

humanos e sim um documento de metodologia de condução de pesquisa3. Determinar o ponto ótimo de relacionamento entre

a saúde pública e a saúde do indivíduo é, sem dúvida, um grande desafio ético. Desde sua adoção em 1 9 6 4 , a Declaração de Helsinque teve, como objetivo, prover diretrizes aos médicos envolvidos em pesquisa clínica e seu principal foco está nas responsabilidades dos pesquisadores na proteção aos partici-pantes da pesquisa. Desde a revisão de 2 0 0 0 , entretanto, maior preocupação com saúde pública vem sendo observada. M esmo assim, prevalece ainda o conceito de que o bem estar dos indivíduos deve prevalecer sobre os interesses da ciência e da sociedade4.

Referências

1.Declaração de Helsinque: revisão no Brasil. Jornal AM B. 2 0 0 8 ;4 9 (1 3 5 4 ):8 -1 -1 . Disponível em : http://w w w .am b.org.br.

2 .Fineberg NA, Gale TM , Haw ley CJ. Is there place for placebo controlled trials in the treatm ent of affective disorders? Rev Bras Psiquiatr. 2 0 0 6 , 2 8 (2 ):8 9 -9 0 . Available from : http://w w w .scielo.br/pdf/rbp/v2 8 n2 /2 -9 7 7 2 .pdf. 3.Editorial. Trials on trial. The FDA should rethink its rejection of the Declaration of Helsinki. Nature. 2 0 0 8 ;4 5 3 (7 1 9 4 ):4 2 7 -2 8 . Available from : http://www.nature.com/nature/journal/v4 5 3 /n7 1 9 4 /full/4 5 3 4 2 7 b.html. 4.William s JR. The DoH and public health. Bull WHO. 2 0 0 8 , 8 6 (8 ):6 5 0 -5 1 . Available from: http://w w w .w ho.int/bulletin/volumes/8 6 /8 /0 8 -0 5 0 9 5 5 .pdf.

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SON I AON I AON I AON I AON I A M M M M MAN SOLDOAN SOLDOAN SOLDOAN SOLDOAN SOLDO D D D D DAI N ESIAI N ESIAI N ESIAI N ESIAI N ESI11111

Doutoranda na Faculdade de M edicina da USP

Diretora M édica da Boehringer Ingelheim do Brasil, São Paulo,SP

Correspondência: Correspondência: Correspondência: Correspondência: Correspondência:

Rua Ribeiro Lisboa 1 6 5 M orumbi – São Paulo - SP

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