• Nenhum resultado encontrado

Rafael Leite Lopes² ¹Discentes do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Francisco de Barreiras. ²Fisioterapeuta, Docente do Centro Universitário São Francisco de Barreiras.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Rafael Leite Lopes² ¹Discentes do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Francisco de Barreiras. ²Fisioterapeuta, Docente do Centro Universitário São Francisco de Barreiras."

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

55

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

DOR E DESVIOS POSTURAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

PAIN AND POSTURAL DEVIATIONS IN CHILDREN AND ADOLESCENTS: A BIB- LIOGRAPHIC REVIEW

Fulton Ubirajara Arruda Junior¹ Cristieli da Roza Paz¹ Rafael Leite Lopes²

¹Discentes do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Francisco de Barreiras.

²Fisioterapeuta, Docente do Centro Universitário São Francisco de Barreiras.

Dados para correspondência: Centro Universitário São Francisco de Barreiras, (UNIFASB), Avenida São Desidério, 2440, Bairro Ribeirão, CEP 47.808-180, Barreiras-BA. Email: junior_arruda2010@hotmail.com, cristieliroza@gmail.com, ra- fael-llopes@hotmail.com.

RESUMO

Introdução: A maior parte das alterações posturais que ocorrem em adultos têm seu início na infância e adolescência. As dores do crescimento são episódios álgicos que ocorrem em crianças entre quatro e dez anos de idade. Os desvios posturais no processo de desenvolvimento da criança e do adolescente, associados com outras disfunções, podem influenciar na execução de atividades físicas, gerar dor, sintomas musculares como fadiga, alterações no centro de gravidade e impactos na biomecânica corporal. Objetivo: Obter informações acerca das principais alterações posturais e ocorrência de dor nas crianças e adolescentes, de acordo com as características específicas da idade. Material e Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica, foram utilizadas as seguintes bases de dados: LILACS,SciELO e Google Acadêmico, entre os anos de 2010 a 2020, publicados em idiomas Português e Inglês.

Resultados: A busca inicial pelos artigos identificou 4.273 estudos. Entretanto, os estudos excluídos foram baseados na seleção pelo título e resumo, restando 63 artigos para análise aprofundada, desses, 47 foram excluídos após a leitura por não atenderem aos critérios de seleção. Dessa forma, 16 artigos foram selecionados para a realização da análise na íntegra e para o levantamento dos dados. Conclusão: O desenvolvimento de alterações posturais pode iniciar-se de forma precoce, já nas primeiras décadas de vida. A obesidade, postura inadequada, questões hormonais e hábitos de vida são alguns elementos capazes de influenciar no surgimento de deformidades anatômicas e posturais. Dentre as alterações mais comuns nesta fase estão o desgaste excessivo das estruturas, encurtamento muscular, deformidades posturais, e o surgimento da dor.

Palavras-chave: Desvio Postural, Dor, Crianças, Adolescentes.

(2)

56

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

ABSTRACT

Introduction: Most postural changes that occur in adults begin in childhood and ado- lescence. Growth pains are painful episodes that occur in children between four and ten years of age. Postural deviations in the child and adolescent's development pro- cess, associated with other dysfunctions, can influence the performance of physical activities, generate pain, muscle symptoms such as fatigue, changes in the center of gravity and impacts on body biomechanics. Objective: To obtain information about the main postural changes and the occurrence of pain in children and adolescents, ac- cording to specific age characteristics. Material and Method: This is a bibliographic review, the following databases were used: LILACS, SciELO and Google Scholar, be- tween the years 2010 to 2020, published in Portuguese and English. Results: The initial search for articles identified 4.273 studies. However, the excluded studies were based on selection by title and abstract, leaving 63 articles for in-depth analysis, of these, 47 were excluded after reading because they did not meet the selection criteria.

Thus, 16 articles were selected to carry out the analysis in full and to collect the data.

Conclusion: The development of postural changes can start early, even in the first decades of life. Obesity, inadequate posture, hormonal issues and lifestyle habits are some elements capable of influencing the appearance of anatomical and postural de- formities. Among the most common changes in this phase are excessive wear of struc- tures, muscle shortening, postural deformities, and the appearance of pain.

Keywords: Postural deviation, Pain, Children, Adolescents.

INTRODUÇÃO

No Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, classifica como criança o indivíduo até os 12 anos de idade incompletos, e determina como adolescência dos 12 aos 18 anos de idade. Não obstante, a Organização Mundial da Saúde classifica a adolescência como a fase que compreende dos 10 aos 19 anos, iniciando-se quando o indivíduo começa a passar pelos processos de transformações corporais da puberdade até o seu crescimento e desenvolvimento social completo1.

A maior parte das alterações posturais que ocorrem em adultos têm seu início na infância e adolescência. O processo de crescimento é um evento significativo dessa fase, caracterizado por transformações anátomo-fisiológicas. Em virtude das transformações denotadas, o sistema musculoesquelético passa por um processo de vulnerabilidade e, em consequência disso, avaliar se há desvios posturais é adequado2.

(3)

57

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

Aos sete anos as crianças assumem uma postura mais ereta, os membros inferiores são mais longos que o tórax, ocorre o aumento da força muscular e da coordenação motora. A capacidade de execução de movimentos complexos nesta fase é determinada pelo treinamento à medida que amadurecem, além de fatores como capacidade genética herdada, oportunidade e interesse. O corpo se prepara para puberdade, o hipotálamo e a hipófise mudam a sua sensibilidade aumentando a produção de gonadotrofina. Algumas crianças ainda têm seus órgãos sexuais imaturos, pois esta maturação depende de outros fatores, dentre eles a etnia e a origem geográfica das crianças3.

O crescimento e maturação são processos concomitantes, porém, distintos. O crescimento refere-se às transformações relacionadas ao tamanho das estruturas, enquanto a maturação é o processo de desenvolvimento dos sistemas. Dois acontecimentos marcam a transição da infância para a adolescência, o estirão de crescimento e a puberdade. O estirão de crescimento é o aumento frenético da estatura e massa corporal, já a puberdade é o período em que os órgãos sexuais tornam-se maduros e funcionais. Tais eventos sofrem influências hormonais, o que não ocorre na infância. A testosterona é responsável pelo crescimento dos meninos e a progesterona das meninas, de forma que esta maturação é diferente em cada sexo.

As meninas iniciam este processo cerca de dois anos antes que os meninos4.

A liberação de hormônios durante a maturação sexual influencia diretamente a maturação biológica, fato este que explica o crescimento e ganho de massa corporal diferentes em cada sexo. As mudanças na estatura das meninas ou estirão de crescimento ocorre em torno dos nove anos, já nos meninos, aos 11 anos onde ocorre o pico de velocidade de altura (PVA), considerado o pico de crescimento, aos 14 anos nos meninos e aos 12 anos em meninas. Estas diferenças hormonais fazem com que ocorram os dimorfismos sexuais, que influenciam nas práticas de atividades físicas e motoras. O PVA começa a reduzir-se, e a velocidade do crescimento diminui até a sua conclusão, em meninas aos 16 anos e aos 18 em meninos4.

O equilíbrio entre os seguimentos corporais proporciona a sustentação do corpo e prepara o organismo para o movimento, na adolescência, devido ao início da puberdade essas posturas sofrem alterações assim como o sistema musculoesquelético. Uma postura adequada auxilia na distribuição do esforço

(4)

58

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

realizado pela coluna neste período de crescimento acelerado, entretanto, as alterações posturais impossibilitam esse equilíbrio, gerando o estresse das estruturas5.

Em algumas pesquisas realizadas, verificou-se que os desvios posturais tem associação com as dores musculoesqueléticas em crianças e adolescentes. Em três países, respectivamente, no continente Asiático, Europeu e Americano, apontaram estimativas entre 31% a 65% de crianças e adolescentes que apresentaram dores nas costas6. Uma das principais causas relacionadas com a sintomatologia da dor na coluna em crianças e adolescentes são os hábitos de vida7.

No que concerne à neurofisiologia da dor, há uma sequência de estímulos que iniciam esse fenômeno. São nas terminações nervosas das fibras nociceptivas Ad e C que estão localizados os receptores da dor e, quando ocorre alteração, há o disparo do potencial de ação8.

Estímulos agressivos naturalmente térmicos, químicos ou mecânicos, poderão ser transmitidos ao Sistema Nervoso Central e caracterizado como dor pelo córtex cerebral. As fibras Ad são mielinizadas e as fibras C não são e o estímulo de dor é potencializado em velocidades distintas, sendo que nas fibras Ad o estímulo é transmitido rapidamente, já nas fibras C, o estímulo doloroso é mais lento8.

As dores do crescimento são episódios álgicos que ocorrem em crianças entre quatro e dez anos de idade, o surgimento é súbito, majoritariamente noturno, após a realização de exercícios físicos e que cessam após repouso e sono adequado.

Menciona-se que a sua etiologia se dá por fadiga muscular, independente de sexo, raça e nível social, sendo mais recorrente em crianças sedentárias. A dor do crescimento não está associada a nenhuma outra patologia, não há deficiência na marcha, sem diminuição de mobilidade articular, e os exames radiológicos e laboratoriais apresentam-se normais9.

O corpo humano tem a capacidade de alinhamento que envolve uma série de interações entre os ossos, articulações, músculos, sistema nervoso central e periférico para manter e alinhar um corpo no espaço10. Partindo desse princípio, existem os padrões posturais em que o corpo é capaz de se adaptar, sendo eles: posição neutra da cabeça sem inclinação; coluna cervical ligeiramente convexa, ombros sem protrusão e retração; escápulas alinhadas; coluna torácica com leve convexidade posterior; coluna lombar com leve convexidade anterior; cristas ilíacas alinhadas;

(5)

59

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

quadril em posição neutra; joelhos alinhados e em posição neutra; e tornozelos em posição neutra11.

Os desvios posturais podem ser definidos por uma assimetria corporal, oriunda de uma postura inadequada adquirida que afeta as articulações, e de origem genética, sendo os principais: hiperlordose lombar, hipercifose dorsal e escoliose12.

Os desvios posturais no processo de desenvolvimento da criança e do adolescente, associados com outras disfunções, podem influenciar na execução de atividades físicas, gerar dor, sintomas musculares como fadiga, alterações no centro de gravidade e impactos na biomecânica corporal13.

Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo obter informações acerca das principais alterações posturais e ocorrência de dor em crianças e adolescentes, de acordo com as características específicas da idade.

MATERIAL E MÉTODO

O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, foram utilizadas as seguintes bases de dados: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico, onde foram definidos e catalogados diversos artigos, monografias, teses e dissertações sobre o tema do estudo. Foi optado por estas bases de dados e biblioteca por entender que abrangeram a temática abordada.

As buscas dos artigos foram feitas em junho de 2020, com as seguintes palavras-chave: Desvios Posturais em Crianças; Dor Postural em Crianças; Ado- lescência Definições Critérios; Definição de Adolescência. Dos seguintes descritores:

Dor, Criança e Alterações Posturais em português e Ache, Children e Postural Changes em inglês.

Dos artigos pesquisados, foram encontrados 4.273, dentre eles, verificou-se que 16 artigos atenderam aos critérios de inclusão, sendo selecionados a partir de buscas nas bases de dados LILACS, SciELO e Google Acadêmico entre os anos de 2010 a 2020, publicados em idiomas Português e Inglês, relacionados diretamente com o objeto de estudo, estando coerente à questão norteadora do estudo e aos objetivos do mesmo. Como critérios de exclusão, foram descartados os artigos que não apresentaram a versão completa nas bases de dados e nas bibliotecas

(6)

60

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

pesquisadas, bem como publicações em idiomas como: Francês, Alemão, Espanhol e ainda artigos que apesar de pesquisados com as mesmas palavras-chave, não abordaram a temática em questão.

A análise dos artigos selecionados foi desempenhada por dois avaliadores que em seguida, examinaram os títulos e os resumos. Após essa seleção, foram realizadas as leituras dos artigos na íntegra, inspecionando se os artigos atenderam aos critérios de inclusão propostos no estudo. Sendo excluídos os artigos que não atenderam aos requisitos para inclusão e artigos irrelevantes para o estudo. Caso houvesse discordância entre eles, um terceiro avaliador seria contatado.

RESULTADOS

A busca inicial pelos artigos identificou 4.273 estudos. Entretanto, os estudos excluídos foram baseados na seleção pelo título e resumo, restando 63 artigos para análise aprofundada, desses, 47 foram excluídos após a leitura por não atenderem aos critérios de seleção.

Dessa forma, 16 artigos foram selecionados para a realização da análise na íntegra e para o levantamento dos dados. Os resultados obtidos dos artigos catalogados através do levantamento de literatura estão descritos e apresentados no quadro 1.

Quadro 1- Análise descritiva dos estudos incluídos segundo autor e ano, tipo de estudo, amostra e resultados encontrados.

AUITORES E ANO

TIPO DE ESTUDO AMOSTRA RESULTADOS ENCONTRADOS

Arias, Silva e Camargo, 2013. 13

Estudo descritivo, prospectivo, de corte seccional.

97 crianças, de ambos os sexos, dos períodos

matutino e

vespertino.

No presente estudo, ficou evidente que as sobrecargas no peso da mochila foram em 87 crianças, e em apenas 10, o peso foi normal.

Sintomas de dor foram apresentados em apenas 5,7%, sendo que todas apresentaram o peso da mochila inadequado ou IMC inadequado.

(7)

61

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

Batistão et al.

2016. 14

Estudo Transversal 288 alunos de ambos os sexos da 1ª à 8ª série de uma escola pública.

O estudo indicou que ficaram evidentes alterações nos seguintes itens: anteriorização da cabeça 53,5%; elevação do ombro 74,3%;

assimetria entre as cristas ilíacas 51,7%; joelhos valgos 43,1%;

hipercifose torácica 30,2%;

hiperlordose lombar 37,2% e 66,3% de escápulas aladas.

Brandalize e Leite, 2010. 15

Revisão Bibliográfica

18 artigos sobre dor e/ou alterações posturais em

crianças e

adolescentes com

sobrepeso e

obesidade.

Quantificando este estudo, 55%

das crianças com excesso de peso

apresentavam joelhos valgos.

Há algumas hipóteses na relação entre dor músculo-esquelética e obesidade, como o peso nas articulações, o próprio joelho valgo, podendo apresentar dor no joelho.

Bueno e Rech, 2012. 16

Estudo Transversal 864 estudantes de ambos do sexos, entre 8 a 15 anos foram avaliados.

Os desvios posturais identificados foram de 16,6% para hipercifose dorsal, 27,9% para hiperlordose lombar e 33,2% para atitude escoliótica. O sexo feminino apresentou 47% de chances menores de relação ao sexo masculino de ter hipercifose dorsal.

Somente 20 crianças (2,3%) não apresentaram nenhum tipo de desvio postural

Foltran, et al.

2011. 17

Estudo analítico transversal

392 estudantes entre 9 a 16 anos, de 4ª a 8ª série foram avaliados.

Um programa educacional aos cuidados com a coluna vertebral foi adotado. Realizado através de instruções orais e práticas sobre os hábitos a avaliação foi feita através de questionários. Contribuindo para o aumento do nível de conhecimento da postura correta, móveis adequados e manuseio do material escolar.

Graup, Bergmann e Bergmann, 2014. 7

Estudo transversal 1455 adolescentes entre 10 a 17 anos foram avaliados.

A prevalência de dor lombar nos adolescentes avaliados foi de 16,1%. O sexo masculino apresentou prevalência de 10,5% e

o feminino de 21,6%.

Além disso, 26,7% dos avaliados apresentam excesso de peso e que 64,2% passam mais de três

(8)

62

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

horas por dia em atividades sedentárias.

Graup, Santos e Moro, 2010. 18

Estudo descritivo transversal

288 adolescentes (156 do sexo masculino e 132 do feminino), na faixa etária dos 15 aos 18 anos.

Os alunos apresentaram prevalência de dor lombar em 49,6%, sendo que o sexo feminino apresentou 53% e o sexo

masculino apresentou 46,2%.

Quadros de dor lombar foram mais notórios no sexo feminino (55,8%

de retificação e 72,7% de hiperlordose).

Melo et al. 2011.

19

Estudo descritivo Foram avaliados 44 escolares com deficiência auditiva entre 7-17 anos, 22 do sexo feminino e

22 do sexo

masculino.

A escoliose foi a alteração mais presente com 84,1% dos estudantes do sexo masculino.

A hipercifose torácica com 68,2%

no sexo masculino.

A hiperlordose teve aspecto maior

no sexo feminino.

O sexo masculino apresentou dor em 45% e o sexo feminino 27% do quadro álgico.

Melo et al. 2012.

20

Estudo analítico, observacional de corte transversal

Foi avaliada a postura da coluna vertebral de 44 escolares com perda auditiva e 44 escolares ouvintes, de ambos os gêneros.

As alterações posturais na coluna vertebral foram em 100% em surdos e 84,1% em ouvintes. A escoliose foi a alteração mais constatada com 84,1% em surdos e em ouvintes 59,1%. Seguida pela hipercifose torácica, em surdos com 68,2% e em ouvintes com

45,5%.

A hiperlordose lombar em surdos 29,5%; ouvintes 27,3%.

(9)

63

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

Pereira et al.

2013. 21

Pesquisa de campo com delineamento transversal e caráter exploratório

262 escolares de seis a 12 anos.

Realizado com questionário e avaliação postural.

A presença de dor

musculoesquelética foi em 51,1%

dos estudantes. 38,93% dos estudantes apontaram dor em apenas uma região, 9,16% em duas regiões, 1,53% em três regiões, 1,15% em quatro regiões

e 0,38% em cinco regiões.

A dor nas pernas foram acometidas em 50 estudantes, coluna em 46, braços em 27, ombros em 26, pés em 15, mãos em 12, pescoço em 3 e áreas não especificas em 3.

Rebolho, et al.

2011. 22

Estudo transversal O estudo ocorreu com 120 escolares, de 7 a 11 anos.

O estudo constatou que houve uma prevalência de dores nas costas em 60,8% dos estudantes.

A dor músculo esquelética foi de:

33,6% nas costas, 30,3% na nuca, 22% nos ombros, 21,7% nos braços, mãos/punhos 17,5%, 5,9%

nádegas, 11,7 nas coxas, 19,3%

nos joelhos, 21,8 nas pernas e

28,6% nos pés. Com

predominância maior no sexo masculino.

Sampaio et al.

2016. 23

Estudo transversal

com caráter

descritivo e abordagem analítica

Os sujeitos foram 83 estudantes de 8 a 12 anos.

Neste estudo, notou-se que 57,8%

apresentaram alterações posturais como: anteriorização da cabeça, ombros enrolados, hipercifose

dorsal e dor.

Em relação da dor e alteração postural, existe uma associação de

5% nas turmas do 3° ao 5° ano.

(10)

64

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

Silva et al. 2011.

24

Estudo transversal comparativo

51 jovens, de ambos os sexos, obesos e não-obesos.

Os meninos obesos tiveram alterações no joelho 81,2% e na

cabeça 87,5%. Nos ombros 37,5%.

As meninas apresentaram alterações nos ombros de 81,2% e no joelho 43,7%. As meninas obesas apresentaram joelho valgo 43,7% e as não obesas protrusão

de ombro de 56,2%.

Os meninos obesos apresentaram dor na coluna 28%, nos joelhos 17% e nos ombros 16% e os não obesos nos joelhos, costas e ombro 33,3% e peitoral e cervical 22,2%.

As meninas obesas apresentaram dor na coluna e joelho 27% e as não obesas apresentaram dor na coluna de 33,3%.

Souza Junior et al. 2011. 25

Estudo transversal e analítico

670 escolares de 11 a 19 anos, de ambos os sexos.

No presente estudo, as alterações posturais foram verificadas em 6,9% para assimetria de ombro, 7,8% para assimetria do ilíaco e 8,8% para desvio lateral da coluna.

2,4% dos estudantes

apresentaram gibosidade dorsal à direita.

A escoliose esteve mais presente no sexo feminino com 1,34%

ocorrendo na faixa etária abaixo dos 17 anos, entretanto, não foi encontrada relação da escoliose com sexo, idade, peso, altura, IMC.

(11)

65

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

Valle, Noll e Candotti, 2016. 6

Estudo exploratório descritivo

A avaliação foram em 76 escolares da e séries, utilizando um questionário.

65,8% dos estudantes referiram

dor nas costas.

Dor em 60,4% nos que assistem TV.

Em 69,7% para os que dormem entre 0 a 7 horas, de 59,4% entre 8

a 9 horas e de 100% para 10 horas.

Em 67,1% para os que sentam de forma inadequada, de forma

adequada,33,3%.

Na frente do computador 75% com postura adequada, 64,8% com

postura inadequada relataram dor.

Sedentários em 57,1%, e em ativos 66,7%.

64% sentem dor ao conduzir a mochila de forma correta e 7% de forma inadequada relataram dor.

Vieira et al. 2015.

26

Estudo

semiexperimental

O estudo é

composto por 40 escolares.

O estudo identificou o efeito do PEP Programa de Educação Postural nos alunos e comparou a avaliação postural nas AVD´s

antes e depois do programa.

Os estudantes tiveram uma melhora na postura ao sentar e carregar a mochila escolar. O estudo ainda denota que houve melhoras em pegar objetos ao chão e ao conduzir algum objeto.

Fonte: Do autor, 2020

DISCUSSÃO

Silva et al.24, comparam as complicações ortopédicas com o aumento abrupto do peso, atribuindo maiores alterações nas articulações dos joelhos e rotações internas no quadril à sobrecarga do peso corporal. A coluna vertebral sofre com o excesso de peso, que comprime os discos intervertebrais provocando uma redução acentuada no espaço. Para o ajuste mais confortável da postura corporal, o obeso passa a fazer compensações, ocasionando a lordose lombar.

Brandalize e Leite15, por sua vez, afirmam que as alterações posturais em obesos infantis são claras, pois provocam um aumento da lordose lombar com cifose dorsal compensatória, levando a anteriorização da cabeça. Nos membros inferiores,

(12)

66

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

podem ocorrer a anteroversão pélvica com associação da rotação do quadril, e aumento da probabilidade das crianças com sobrepeso apresentarem o pé plano como consequências do joelho valgo. Devido às sobrecargas e o mau alinhamento nas articulações, as dores são mais referidas nessas estruturas.

Sampaio et al.23, evidenciaram que 57,8% dos alunos apresentaram alterações posturais, em todas as séries, os alunos apresentaram alterações posturais ou dor ao desempenhar funções escolares, com alterações como hipercifose, hiperlordose, escoliose e retificação. Com relação à dor, os alunos da quarta série apresentaram 55% do predomínio da dor. O estudo não notou diferenças no rendimento escolar entre os alunos que referiram dor e alterações posturais para os alunos que não referiram.

Bueno e Rech16 observaram que somente 2,3% das crianças e adolescentes entre oito e 15 anos participantes do seu estudo não apresentaram desvios posturais.

Em um comparativo entre as idades, constatou-se que entre oito e 12 anos a possibilidade de se desenvolver hiperlordose lombar é três vezes maior, em contra partida, esses indivíduos manifestam 52% a menos de chance de desenvolverem hipercifose dorsal do que os sujeitos entre 13 e 15 anos.

Graup, Bergmann e Bergmann7, em seu estudo sobre dor lombar inespecífica em adolescentes entre 10 e 17 anos, evidenciaram que o grupo feminino teve um maior número de participantes que tiveram relato positivo, 21,6%, enquanto do sexo masculino foram apenas 10,5% dos avaliados os que relataram dor lombar, tais fatos podem ser justificados devido às características anatomofuncionais e alterações hormonais características de cada sexo. Dentre as hipóteses levantadas está a idade, concluiu-se que a incidência de dor aumenta de acordo com o aumento da idade.

Outros fatores podem influenciar no surgimento da dor lombar, dentre eles o nível de atividades físicas, sedentarismo, flexibilidade, força e resistência muscular.

Pereira et al.21,reforçam que é durante a infância e adolescência que ocorrem as principais alterações musculoesqueléticas, sendo assim as disfunções ocorridas nestas fases podem ter consequências irreversíveis na vida adulta. Em seu estudo, evidenciaram que 51,1% dos participantes relataram algum tipo de dor musculoesquelética, dentre estas as mais citadas foram a dor na coluna e nas pernas.

Não houve associação entre dor e desvios posturais, no entanto foi destacado que os participantes do sexo feminino relataram maior incidência de dor do que o sexo

(13)

67

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

oposto, fato que segundo os autores, pode ser explicado por fatores hormonais, e por uma questão cultural, onde os homens sentem-se constrangidos ao referirem-se à dor.

Graup, Santos e Moro18, em seu estudo, investigaram a presença de alterações posturais na coluna lombar e seus fatores associados, os dados encontrados reforçam a maior prevalência de dor lombar no sexo feminino. Os participantes atribuíram a dor lombar à prática de atividades vigorosas e permanecer na posição sentada por muito tempo. Em relação às alterações posturais o grupo masculino apresentou um maior percentual, sendo a retificação da coluna lombar a alteração mais comum, os mesmos apresentaram um índice menor de dor. As participantes do sexo feminino apresentaram a hiperlordose lombar como principal alteração.

Arias, Silva e Camargo13 alegam que o tempo de exposição é determinante com relação à dor, em seu estudo realizado com crianças entre seis e oito anos, notou- se que uma minoria de crianças referiu sentir dor, apesar do peso excessivo da mochila. Desta forma fica explícito que indivíduos com pouca idade podem não apresentar indícios de disfunções causados pela sobrecarga, apesar de ser evidente que a mochila com peso superior a 10% do peso corporal é prejudicial ao sistema musculoesquelético.

Valle, Noll e Candotti6, por sua vez, ressaltam que os hábitos de vida influenciam diretamente na incidência da dor e desenvolvimento de disfunções posturais. Assistir televisão ou utilizar o computador por mais de duas horas diariamente, por diversas vezes adotando posturas incorretas, somado ao fato de que as crianças passam em média cinco horas por dia sentadas durante o período escolar, que geralmente dura oito anos consecutivos. Por fim, até mesmo hábitos como manter o sono desregulado, com horas de descanso reduzidas são capazes de provocar desordens no desenvolvimento.

CONCLUSÃO

Tendo em vista as especificidades no desenvolvimento e maturação de sistemas em crianças e adolescentes, as mudanças anatômicas, fisiológicas e estruturais são processos delicados pelos quais o organismo se prepara para a vida adulta.

(14)

68

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

Sendo assim a suscetibilidade às alterações posturais são maiores nesta fase de transição, as estruturas não se apresentam completamente consolidadas e diversos fatores como a obesidade, postura inadequada, questões hormonais e os hábitos de vida são alguns elementos capazes de influenciar no surgimento de deformidades anatômicas e posturais, pois quando ocorridas o organismo tem a necessidade de fazer adaptaçoes nas suas estruturas para transpor tais adversidades durante o seu desenvolvimento.

O desenvolvimento de alterações posturais pode iniciar-se de forma precoce, já nas primeiras décadas de vida. Dentre as alterações mais comuns nesta fase estão o desgaste excessivo das estruturas, encurtamento muscular, deformidades posturais, e o surgimento da dor.

Sugere-se que tais informações sejam consideradas como fatores relevantes durante a avaliação para o rastreamento de alterações no desenvolvimento do sistema osteomuscular de crianças e adolescentes.

REFERÊNCIAS

1. Eisenstein E. Adolescência: definições, conceitos e critérios. Rio de Janeiro:

Adolescência & Saúde; 2005.

2. Higuti RMB, Contreira AR, Passos PCB, Pizzo GC, Rocha FF, Santos VAP.

Natação como auxiliar terapêutico na reeducação postural de adolescentes com hiperlordose. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR; 2014 set/dez; 18(3):163-168.

3. Rodrigues VB. Nutrição e desenvolvimento humano. São Paulo: Pearson Education do Brasil; 2015.

4. Bacil EDA, Mazzardo O, Silva MP. Crescimento e desenvolvimento motor. Curitiba:

Intersaberes; 2020.

5. Xavier CA, Bianchi DM, Lima AP, Silva IL, Cardoso F, Beresford H. Uma avaliação acerca da incidência de desvios posturais em escolares. Revista Meta: Avaliação;

2011 Jan/Abr; 3(7): 81-94.

6. Valle MB, Noll M, Candotti CT. Prevalência de dor nas costas e fatores associados em escolares do ensino fundamental de uma escola militar: um estudo transversal.

R. bras. Ci. e Mov. 2016; 24(2): 16-34

7. Graup S, Bergmann MLA, Bergmann GG.Prevalência de dor lombar inespecífica e fatores associados em adolescentes de Uruguaiana/RS. Rev Bras Ortop. 2014;

49(6): 661-667.

(15)

69

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

8. Rocha APC, Kraychete DC, Lemonica L, Carvalho LR, Barros GAM, Garcia JBS, Sakata RK et al. Dor: aspectos atuais da sensibilização periférica e central. Rev.

Bras. Anestesiol. 2007; 57(1): 94-105.

9. Rocha STE, Pedreira CSA. Problemas ortopédicos comuns na adolescência. Rio de Janeiro: Jornal de pediatria; 2001.

10. Suilveira MM, Pasqualotti A, Colussi EL, Wibelinger LM. Envelhecimento humano e as alterações na postura corporal do idoso. Revista Brasileira de Ciência da Saúde. 2010; 8(26): 52-58.

11. Smith LK, Weiss EL, Lehmkuhl LD. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 5. ed. São Paulo: Manole; 1997.

12. Soeiro NM. Problemas posturais em escolares [Monografia]. Brasília: Faculdade de Ciências de Educação e Saúde, Centro Universitário de Brasília; 2014.

13. Arias AV, Silva ACO, Camargo MC. Mochila escolar: investigação quanto ao peso carregado pelas crianças. Campinas: Fisioterapia Brasil; 2013.

14. Batistão MV, Moreira RFC, Coury HJCG, Salasar LEB, Sato TO. Prevalence of postural deviations and associated factors in children and adolescents: a cross- sectional study. Fisioter Mov. 2016 Oct/Dec; 29(4): 777-85.

15. Brandalize M, Leite N. Alterações ortopédicas em crianças e adolescentes obesos.

Guarapuava: Fisioter Mov. 2010.

16. Bueno RCS, Rech RR. Desvios posturais em escolares de uma cidade do Sul do Brasil. Caxias do Sul: Rev Paul Pediatr, 2012.

17. Foltran FA, Moreira RFC, Komatsu MO, Falconi MF, Sato TO. Effects of an educa- tional back care program on Brazilian schoolchildren’s knowledge regarding back pain prevention. São Carlos: Rev Bras Fisioter, 2011.

18. Graup S, Santos SG, Moro ARP. Estudo descritivo de alterações posturais sagitais da coluna lombar em escolares da rede federal de ensino de Florianópolis. Rev Bras Ortop. 2010; 45(5): 453-9.

19. Melo RS, Silva PWA, Silva LVC, Toscano CFS. Avaliação postural da coluna vertebral em crianças e adolescentes com deficiência auditiva. Arq. Int.

Otorrinolaringol; 2011 abr/mai/junho: p. 195-202.

20. Melo RS, Silva PWA, Macky CFST, Silva LVC. Análise postural da coluna vertebral: estudo comparativo entre surdos e ouvintes em idade escolar. Fisioter Mov. 2012; 25(4): 803-10.

(16)

70

Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1): 55-70.

21. Pereira DSL, Castro SS, Bertoncello D, Damião R, Walsh IAP. Relação da dor musculoesquelética com variáveis físicas, funcionais e alterações posturais em escolares de seis a 12 anos. Braz J Phys Ther. 2013 July-Aug; 17(4): 392-400.

22. Rebolho MCT, Rocha LE, Teixeira LR, Casarotto RA. Prevalência de dor músculo esquelética e percepção de hábitos posturais entre estudantes do ensino fundamental. Rev Med (São Paulo). 2011 abr-jun; 90(2): 68-77.

23. Sampaio MHLM, Oliveira LC, Pinto FJM, Muniz MZA, Gomes RCTF, Coelho GRL.

Postural changes and pain in the academic performance of elementary school stu- dents. Fisioter. Mov. Apr/June 2016; v. 29, n. 2, p. 295-303.

24. Silva LR, Rodacki ALF, Brandalize M, Lopes MFA, Bento PCB, Leite N. Alterações posturais em crianças e adolescentes obesos e não-obesos. Rev Bras Cineantropometria e Desempenho Hum. 2011; 13(6): 448-454.

25. Souza Junior JV, Sampaio RMM, Aguiar JB, Pinto FJM. Perfil dos desvios posturais da coluna vertebral em adolescentes de escolas públicas do município de Juazeiro do Norte – CE. Fisioter Pesq. 2011; 18(4): 311-6.

26. Vieira A, Treichel TL, Candotti CT, Noll M, Bartz PT. Efeitos de um Programa de Educação Postural para escolares do terceiro ano do Ensino Fundamental de uma escola estadual de Porto Alegre (RS). Fisioter Pesq. 2015; 22(3): 239-45.

Referências

Documentos relacionados

Portanto, este estudo tem como objetivo descrever os efeitos da aplicação de técnicas de mobilização precoce na prevenção e tratamento da fraqueza muscular

A utilização da Toxina Botulínica na odontologia é de suma importância na terapêutica do sorriso gengival,é uma técnica realizada de forma rápida, previsível, segura e

Portanto, oferecer alimentação complementar caseira ou comercial cuidadosamente escolhida sem adição de açúcar pode ser uma estratégia para reduzir a ingestão de

Por meio disso, é possível extrair os principais requisitos para declaração da propriedade de área rural, por da Usucapião Especial Rural ou pro labore, sendo

O problema central dessa modalidade de ensino adotada pelas Faculdades está no fato de que as mesmas não prestam mais um serviço à sociedade, mas sim aos seus

A partir da breve análise do instituto EIRELI, podemos concluir que: embora a segurança creditaria seja de suma importância para o direito civil, o requisito de um elevadíssimo

Nas decisões de pacientes que se encontram incapazes de se comunicar, ou de se expressar de maneira livre e independente, o médico levará em consideração suas DAV e caso o

Através de um estudo exploratório, por meio de uma revisão de literatura, com o objetivo de elucidar a importância da saúde bucal em pacientes internados