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APLICAÇÃO MÓVEL CÉLIA CELÍACA ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO NO APOIO À DOENÇA CELÍACA

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Academic year: 2021

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APLICAÇÃO MÓVEL CÉLIA CELÍACA

ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO NO APOIO À DOENÇA CELÍACA

Rita Manuela Barbosa Saraiva de Azevedo

Orientador

Prof. Doutor Pedro Mota Teixeira

Projeto apresentado

ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

para obtenção do Grau de Mestre em Design Digital

outubro, 2020

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APLICAÇÃO MÓVEL CÉLIA CELÍACA

ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO NO APOIO À DOENÇA CELÍACA

Rita Manuela Barbosa Saraiva de Azevedo

Orientador

Prof. Doutor Pedro Mota Teixeira

Projeto apresentado

ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

para obtenção do Grau de Mestre em Design Digital

outubro, 2020

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DECLARAÇÃO

Nome: Rita Manuela Barbosa Saraiva de Azevedo Endereço eletrónico: ritabsazevedo@gmail.com Título do Projeto: Aplicação móvel Célia Celíaca

Subtítulo do Projeto: Estratégias de Divulgação no apoio à doença celíaca Orientador: Prof. Doutor Pedro Mota Teixeira

Ano de conclusão: 2020

Designação do Curso de Mestrado: Mestrado em Design Digital

Nos exemplares das Dissertações /Projetos/ Relatórios de Estágio de mestrado ou de outros trabalhos entregues para prestação de Provas Públicas, e dos quais é obrigatoriamente enviado exemplares para depósito legal, deve constar uma das seguintes declarações:

☒ É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

☐ É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO (indicar, caso tal seja necessário, nº máximo de páginas, ilustrações, gráficos, etc.), APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

☐ DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, NÃO É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER PARTE DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave,02/10/2020

Assinatura: ________________________________________________

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APLICAÇÃO MÓVEL CÉLIA CELÍACA

ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO NO APOIO À DOENÇA CELÍACA

RESUMO

O presente projeto de investigação pretende demonstrar como os meios digitais podem auxiliar no apoio à doença celíaca, dando a conhecer empresas do ramo alimentar sem glúten e especialistas ligados à doença celíaca ao máximo de pessoas possíveis.

Todo o indivíduo diagnosticado com doença celíaca tem intolerância ao glúten, o que o que obriga a bastantes restrições, nomeadamente, o consumo de certos produtos alimentares, de higiene e cosméticos, alterando significativamente determinados hábitos de vida.

Esta investigação consistiu no desenvolvimento de uma plataforma de partilha de conteúdo digital, com intenção de reunir e divulgar o máximo de informação sobre a doença celíaca, através da criação de uma aplicação móvel para o projeto Célia Celíaca.

O portal Célia Celíaca consiste numa plataforma de divulgação de informações úteis para doentes celíacos e conta já com uma aplicação móvel piloto. No entanto, essa aplicação apresenta, do nosso ponto de vista, alguns problemas e más opções de construção, surgindo com isso a necessidade de desenhar uma nova.

Neste trabalho é explicado em que consiste a doença e as implicações que esta tem na vida dos celíacos. São também descritas as metodologias usadas durante o desenvolvimento do protótipo da aplicação móvel, apresentados os dados recolhidos ao estudar o estado da arte e os resultados e reflexões do teste de usabilidade realizado com o público-alvo da aplicação.

Com o desenvolvimento desta aplicação, o objetivo é criar uma ferramenta de apoio mais interessante e interativa, disponível gratuitamente para todos os que sofrem da doença celíaca.

Palavras-chave: Doença celíaca; Aplicação móvel; Design de interface; Participação dos utilizadores; Plataforma de partilha.

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CELIA CELÍACA MOBILE APPLICATION

DISSEMINATION STRATEGIES IN SUPPORT OF CELIAC DISEASE

ABSTRACT

This research project aims to demonstrate how digital media can help in the support of celiac disease, presenting gluten-free food companies and celiac disease specialists to the maximum number of people possible.

Every individual diagnosed with celiac disease has gluten intolerance, which imposes a lot of restrictions, namely, the consumption of certain food, hygiene and cosmetics products, significantly altering certain lifestyle habits.

This investigation consisted on the development of a sharing platform of digital content, with the intention of gathering and share the maximum content about celiac disease, through the creation of a mobile application for Célia Celíaca project.

Célia Celíaca is a project created to disseminate useful information for celiac patients that has already a pilot mobile application of its own. However, this application presents, from our point of view, some problems and poor construction options, thus arising the need to design a new one In this project, it is explained what celiac disease consists of, and the implications it has on the life of celiac patients. The methodologies used during the development of the mobile application prototype is also described, as well as the data collected by studying the state of the art and the results and reflections of the usability test.

With the development of this app, the goal is to create a more interesting and interactive support tool available for free to all who suffer from celiac disease.

Keywords: Celiac disease; Mobile application; Interface design; Users participation; Sharing platform.

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AGRADECIMENTOS

A realização deste projeto não seria possível sem o apoio que obtive durante o desenvolvimento do mesmo, por parte de várias pessoas que de alguma forma me ajudaram a ultrapassar os obstáculos que foram surgindo.

Apresento por isso um especial agradecimento:

– Ao meu orientador, Professor Doutor Pedro Mota Teixeira, pela partilha de conhecimento e pela disponibilidade e paciência que sempre teve para me auxiliar durante todo o processo do desenvolvimento do projeto.

– À Eve Ferretti, criadora do projeto Célia Celíaca, por toda a ajuda prestada e partilha de ideias para desenhar a aplicação móvel, que não só ajudaram no bom desenvolvimento do projeto, mas também no meu crescimento como profissional.

– À Iara Cássia de Melo Florêncio, colaboradora da Célia Celíaca e responsável pela área de Marketing Digital, que gentilmente me cedeu o seu relatório do estudo que fez sobre a aplicação móvel Célia Encontra para otimizar o meu trabalho.

– À minha família e amigos que sempre me acompanharam nas diferentes etapas da minha vida e por todo o apoio e encorajamento que me deram nos momentos mais difíceis, especialmente aos meus pais que todos os dias me dão o máximo de apoio possível.

– E por fim, aos meus colegas e professores do mestrado que contribuíram para a minha formação académica e profissional com o seu conhecimento na área de Design Digital.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APC – Associação Portuguesa de Celíacos APP – Aplicação móvel

CEO – Diretor(a) executivo(a) DC – Doença Celíaca

FANALCEBRA – Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil INE – Instituo Nacional de Estatística

SNS – Serviço Nacional de Saúde

UI – User Interface (Interação do Utilizador) UX – User Experience (Experiência do Utilizador)

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ÍNDICE

RESUMO ... I ABSTRACT ... III AGRADECIMENTOS ... V LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... VII ÍNDICE ... IX

ÍNDICE DE FIGURAS ... XI ÍNDICE DE TABELAS ... XIII

INTRODUÇÃO ... 1

1. OBJETIVOS ... 5

1.1 OBJETIVOS DO PROJETO ... 5

1.2 PERGUNTAS DE INVESTIGAÇÃO ... 6

1.3 CONTRIBUTO DO PROJETO ... 6

1.4 METODOLOGIA PROJETUAL ... 7

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 9

2. CONTEXTUALIZAÇÃO ... 13

2.1 VIVER COM A DOENÇA CELÍACA ... 13

2.2 TECNOLOGIA E SAÚDE ... 15

2.3 VALORIZAÇÃO DA APLICAÇÃO MÓVEL ... 15

2.4 PARTICIPAÇÃO ATIVA DOS UTILIZADORES ... 18

3. ESTADO DA ARTE ... 21

3.1 APLICAÇÕES MÓVEIS EXISTENTES ... 21

3.1.1 FIND ME GLUTEN FREE ...21

3.1.2 GLUTEN FREE FOOD FINDER ...23

3.1.3 THE GLUTEN FREE SCANNER ...23

3.1.4 ZOMATO ...24

3.1.5 CELIHACK APP - GLUTEN FREE RESTAURANTS GUIDE ...26

3.2 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA ... 27

3.3 ANÁLISE DA APLICAÇÃO CÉLIA ENCONTRA ... 30

3.4 PUBLICIDADE NAS APLICAÇÕES MÓVEIS ... 31

4. DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO DA APP... 35

4.1 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO ... 35

4.2 APLICAÇÃO HÍBRIDA ... 35

4.3 ARQUITETURA DE INFORMAÇÃO ... 36

4.4 WIREFRAMES E WORKFLOWS ... 38

4.5 IDENTIDADE VISUAL... 40

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4.6 PROTOTIPAGEM DE ALTA FIDELIDADE ... 43

5. TESTES DE USABILIDADE ... 47

5.1 SATISFAÇÃO DOS UTILIZADORES... 47

5.2 QUESTIONÁRIO ONLINE SOBRE A APP ... 48

5.3 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO ... 48

5.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 50

6. CONCLUSÕES ... 51

6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 51

6.2 LIMITAÇÕES ... 53

6.3 PERSPETIVAS DE TRABALHO FUTURO ... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 55

ANEXOS ... 59

ANEXO I – ESTUDO SOBRE A APP CÉLIA ENCONTRA……….59

ANEXO II – QUESTIONÁRIO SOBRE PUBLICIDADE NAS APLICAÇÕES MÓVEIS …………...70

ANEXO III – QUESTIONÁRIO SOBRE A APP………..………73

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Uso de aplicações móveis em Portugal, Fonte: INE (2018) ... 1

Figura 2: Aplicações móveis do Serviço Nacional de Saúde, Fonte: SNS (2019) ... 2

Figura 3: Principais ecrãs da aplicação móvel Célia Encontra, Fonte: Play Store (2018) ... 3

Figura 4: Comentários de utilizadores à aplicação Célia Encontra, Fonte: Play Store (2018) ... 5

Figura 5: Esquema do processo Design Thinking, Fonte: The Interaction Design (2018) ... 8

Figura 6: Esquema do método de Hippel, Fonte: Hippel (2005) ... 9

Figura 7: Estrutura do trabalho, Fonte: A autora (2020) ... 10

Figura 8: Website da APC, Fonte: APC (2020) ... 17

Figura 9: Website da FENACELBRA, Fonte: FENACELBRA (2020) ... 17

Figura 10: Ícones das aplicações móveis estudadas, Fonte: Play Store (2019) ... 21

Figura 11: Ecrãs da aplicação móvel Find Me Gluten Free, Fonte: Play Store (2018) ... 22

Figura 12: Ecrã da aplicação móvel Gluten Free Food Finder, Fonte: Play Store (2018) ... 23

Figura 13: Ecrãs da aplicação móvel The Gluten Free Scanner, Fonte: Play Store (2018) ... 24

Figura 14: Ecrãs da aplicação móvel Zomato, Fonte: Play Store (2018) ... 25

Figura 15: Ecrãs da aplicação móvel CeliHack App, Fonte: Play Store (2020) 26 Figura 16: – Exemplo de utilização de Pop-ups, Fonte: Medium (2018) ... 32

Figura 17 – Idade dos participantes do questionário online sobre publicidade, Fonte: A autora (2019) ... 33

Figura 18 – Fluxo de interação da app, Fonte: A autora (2019) ... 37

Figura 19 – Wireframes, Fonte: A autora (2019) ... 38

Figura 20: Glifos da tipografia Open Sans e versões disponíveis, Fonte: A autora (2020) ... 41

Figura 21: Cores principais da app que pertencem à identidade da Célia Celíaca, Fonte: A autora (2020) ... 42

Figura 22: Logótipo da app, Fonte: Célia Celíaca (2019) ... 42

Figura 23: Ícone da app, Fonte: A autora (2019) ... 43

Figura 24: Ícones desenvolvidos para a app, Fonte: A autora (2019) ... 43

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Figura 25: Ecrãs da app com a identidade visual definida, Fonte: A autora (2020) ... 44 Figura 26 – Ecrãs do mapa e lista da aplicação, Fonte: A autora (2020) ... 45 Figura 27 – Ecrãs para adicionar um novo estabelecimento, Fonte: A autora (2020) ... 45 Figura 28 – Ecrãs sobre o projeto e com receitas, Fonte: A autora (2020) ... 46 Figura 29 – Ecrã da área do utilizador, Fonte: A autora (2020) ... 46 Figura 30 – Frequência da necessidade dos participantes em comer fora de casa, Fonte: A autora (2020) ... 48 Figura 31 – Imagem do gráfico com as respostas dos participantes, Fonte: A autora (2020) ... 49

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Comparação de especificações das aplicações móveis da concorrência, Fonte: A autora (2019) ... 27 Tabela 2: Comparação das funcionalidades das apps da concorrência, Fonte: A autora (2019) ... 27 Tabela 3: Comparação de mais funcionalidades das apps da concorrência, Fonte: A autora (2019) ... 28 Tabela 4: Comparação de funcionalidades das apps da concorrência, Fonte: A autora (2019) ... 29 Tabela 5: Sugestão para as diferentes abordagens junto dos consumidores, Fonte: Rohrer (2014) ... 47 Tabela 6 – Tabela comparativa entre as duas aplicações da Célia Celíaca, Fonte:

A autora (2020) ... 51

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INTRODUÇÃO

A tecnologia está cada vez mais presente no quotidiano da população de países desenvolvidos. Os avanços da tecnologia não só têm auxiliado na forma como comunicamos à distância, mas também na execução de trabalhos, nas tarefas do dia-a-dia e em formas de entretenimento.

Com o número de utilizadores de smartphones cada vez maior e a necessidade das pessoas em ter acesso a toda a informação possível em qualquer lugar, as aplicações móveis ganham cada vez mais popularidade por serem uma forma facilitada de aceder a informação e entretenimento.

Cerca de dois terços da população portuguesa entre os 16 e os 74 anos utiliza ou instalou aplicações no smartphone em 2018 (INE, 2018). É também apontado no estudo de 2018 sobre aplicações móveis em Portugal do INE1, que o smartphone é já o equipamento principal utilizado para aceder à internet em mobilidade e, por consequência, torna-se essencial a existência de aplicações móveis.

Figura 1: Uso de aplicações móveis em Portugal, Fonte: INE (2018)

A nível de saúde, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) português tem apostado em aplicações móveis que permitem à população consultar em qualquer lugar informações com preços de medicamentos mais baratos, tempo de espera nas instituições hospitalares do serviço nacional de

1 Instituto Nacional de Estatística

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saúde ou obter informações importantes enquanto dador. Algumas dessas aplicações são a MySNS, MySNS Tempos e a Dador CHBNG.

Figura 2: Aplicações móveis do Serviço Nacional de Saúde, Fonte: SNS (2019)

No entanto, relativamente a doenças específicas como a doença celíaca, não há nenhuma forma facilitada de ter acesso à informação necessária, tendo em conta que todas as aplicações pesquisadas referentes ao tema possuem pouca informação ou são muito incompletas.

A doença celíaca é uma doença muitas vezes desvalorizada devido à falta de divulgação, cujo único tratamento que existe atualmente se resume a excluir a ingestão de glúten. Isso traz alguma dificuldade em entender os verdadeiros cuidados a ter pois alguns alimentos e compostos podem conter traços de glúten ou terem sido contaminados.

Para combater essa falta de informação, foi criado o projeto Célia Celíaca que partilha dados, conteúdos, reportagens e entrevistas sobre a doença através das redes sociais, website e aplicação móvel. Esta entidade tem ainda alguns parceiros de produtos alimentares que são divulgados para dar conhecimento a celíacos sobre alimentos seguros para consumir.

A aplicação do projeto Célia Celíaca denominada Célia Encontra possui alguma informação como restaurantes e lojas de cosméticos indicados para quem tem a DC. Porém, a aplicação tem pouco conteúdo devido sobretudo a razões de ordem prática, já que a informação é disponibilizada pela própria equipa da Célia Celíaca, que não tem possibilidade de cobrir muitas áreas geográficas.

Surgiu por isso a necessidade de redesenhar a aplicação móvel da Célia Celíaca para uma melhor performance da mesma e maior aderência por parte dos utilizadores de smartphones.

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Com o projeto da Célia Celíaca a ser comunicado totalmente em português, o público-alvo que se pretende atingir será proveniente de países de língua portuguesa, com principal foco no Brasil e em Portugal, países onde já contam com parcerias com marcas da área da alimentação2.

Figura 3: Principais ecrãs da aplicação móvel Célia Encontra, Fonte: Play Store (2018)

No seguimento desta investigação, a divulgação de toda a informação necessária poderá trazer alguma mudança na forma como a doença celíaca é vista. Por consequência, mais celíacos poderão ter acesso a informação correta e tomar as devidas precauções, os familiares poderão compreender melhor como ajudar a lidar com a doença, e a sociedade poderá ganhar uma maior compreensão e empatia pelos indivíduos que sofrem da doença celíaca.

As estratégias de divulgação estudadas nesta investigação podem também ajudar a criar uma maior ligação entre os celíacos e as marcas de alimentação que têm o cuidado de ter alimentos sem glúten.

2 Célia Celíaca. Retirado em novembro de 2018, de celiaceliaca.com

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1. OBJETIVOS

1.1 OBJETIVOS DO PROJETO

Este projeto surgiu com a necessidade de um redesign da aplicação móvel já existente da Célia Celíaca, como mencionado anteriormente. A Célia Celíaca é uma personagem criada por Eve Ferreti – ela própria celíaca – para ilustrar com humor alguns problemas e frustrações de lidar com a doença celíaca, assim como também divulgar informações úteis sobre como viver com a doença3.

Rapidamente ganhou sucesso nas redes sociais pela sua abordagem mais pessoal ao problema, e pela ajuda que deu a outros celíacos ao falar de variados temas relacionados com a doença.

Para além do lançamento do website, onde inclui um manual de sobrevivência disponível para download gratuito, e da sua presença nas redes sociais, foi também desenvolvida uma aplicação móvel com o nome Célia Encontra, que ajuda a encontrar produtos de alimentação, higiene e beleza sem glúten.

A aplicação apresenta alguns problemas como o facto de ser pobre em conteúdo e ter um ambiente gráfico pouco apelativo. No entanto, já conseguiu reunir algum interesse por parte de vários utilizadores celíacos, alguns dos quais deixaram algumas sugestões do que gostariam de ver melhorado e alterado na aplicação. Por esse motivo, surgiu a necessidade de desenhar uma nova interface para aplicação móvel da Célia Celíaca, de modo a complementar a informação presente no website.

Para além disso, o projeto tem também como objetivo promover a entreajuda das pessoas com doença celíaca e da restante comunidade, tentando ter espaços adequados para adicionar mais informação à aplicação de forma organizada e apelativa, partilhando o máximo de dicas de como viver com a doença de forma saudável, assim como também dar maior tráfego ao website e redes

3 Célia Celíaca. Retirado em novembro de 2018, de celiaceliaca.com

Figura 4: Comentários de utilizadores à aplicação Célia Encontra, Fonte: Play Store (2018)

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sociais do projeto Célia Celíaca. Segundo Luke Wroblewski (2011), o uso de aplicações móveis aumentou a utilização de pesquisa em websites nos telemóveis. Sempre que numa aplicação móvel é partilhado ou mencionado um website, há a probabilidade de o utilizador ter interesse em explorar a página web, numa realidade em que, cada vez mais, as pessoas passam mais tempo em smartphones, redes sociais e aplicações móveis do que em computadores e websites.

O presente projeto de desenvolvimento de uma aplicação móvel pretende responder a um conjunto de objetivos, nomeadamente:

- Desenvolver conteúdos de uma plataforma de partilha de conteúdo digital, com intenção de reunir e divulgar o máximo de informação sobre a doença celíaca, através da criação de uma aplicação móvel e auxílio das redes sociais.

- Dar a conhecer empresas do ramo alimentar Gluten Free e especialistas ligados à doença celíaca ao máximo de pessoas com a doença.

- Identificar os métodos mais indicados através de autores, para utilizar no processo de criação da aplicação móvel a nível do utilizador e ambiente gráfico.

- Oferecer ao utilizador a melhor interface visual, assim como a melhor experiência possível de utilização.

1.2 PERGUNTAS DE INVESTIGAÇÃO

Em prol da nossa investigação procuraremos responder às seguintes questões:

- De que forma pode uma plataforma digital se tornar num importante auxílio na divulgação de informação útil acerca da doença celíaca?

- Que tipo de informação é relevante para o utilizador no contexto supracitado?

- Pode o User Interface4 contribuir para a adesão de um maior número de utilizadores na aplicação móvel?

- Qual o impacto e relevância das redes sociais na divulgação de conhecimento sobre a doença celíaca?

1.3 CONTRIBUTO DO PROJETO

Ao pesquisar sobre a doença celíaca, no contexto desta investigação, foi possível refletir sobre as propostas de valor que a aplicação móvel poderia oferecer.

4 User Interface ou Interação do Utilizador é a interação física que o utilizador tem através da parte visual de um produto ou serviço.

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A primeira contribuição deste projeto é a possibilidade de uma comunidade mais participativa e a oportunidade de comunicação entre os utilizadores, ainda que um pouco limitada, com a avaliação dos espaços mencionados na aplicação. Este projeto pretende trazer valor acrescentado para a comunidade de celíacos de Portugal e do Brasil, ao proporcionar-lhes uma forma mais fácil e rápida de procurar informação e opiniões de outras pessoas a viver com a mesma doença.

O projeto contribui também para um processo mais informado, demonstrando a importância do tratamento contínuo da doença celíaca e da dieta sem glúten. Poderemos também proporcionar uma maior sensibilização para a importância dos utilizadores se manterem sempre atualizados sobre a informação disponível sobre a doença.

Por outro lado, não só poderá ser um importante auxílio na divulgação de informação relevante acerca da doença celíaca, mas também despoletar uma maior consciencialização por parte de familiares e amigos de pessoas que sofrem dessa doença.

Julgamos que poderá ainda ajudar na própria aceitação da doença e mostrar que, com a ajuda da aplicação, não é necessário que o doente celíaco desista de uma vida social em situações como convívios em cafés, restaurantes, ou outros ambientes relacionados com alimentação, pelo contrário, deve reforçar vínculos sociais.

Por último, a plataforma pode ser uma ferramenta complementar de apoio ao dia-a-dia de pessoas com a doença celíaca, sem que em alguma altura substitua o acompanhamento de profissionais de saúde, fornecendo assim uma estrutura para um ambiente social e alimentar inclusivo e sustentado para os utilizadores.

1.4 METODOLOGIA PROJETUAL

Tendo as questões e os objetivos de investigação definidos, desenvolvemos um plano de pesquisa.

A metodologia adotada para este projeto de investigação foi inspirada no Design Thinking, com o intuito de ajudar a conduzir todo o processo de pesquisa e desenvolvimento do conteúdo da aplicação móvel.

Design Thinking é um método que alguns designers usam para idealizar e desenvolver um projeto, podendo esse mesmo método ser aplicado para outras áreas. As cinco etapas no processo de Design Thinking, que não têm de ser necessariamente sequenciais, são as seguintes – identificar, definir, idealizar, prototipar e testar. Estas cinco fases ajudam a entender o projeto, a explorar soluções de resolução do problema e a materializar a solução para o problema, de forma organizada e eficaz (The Interaction Design Foundation, 2018).

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Figura 5: Esquema do processo Design Thinking, Fonte: The Interaction Design (2018)

Segundo The Interaction Design Foundation, o cientista de computação Herbert A. Simon, foi o primeiro a mencionar o design como uma ciência ou forma de pensar, no seu livro Sciences of the Artificial. A partir de 1970, a metodologia de Design Thinking evoluiu de forma constante entre designers de várias partes do mundo.

O método de Design Thinking pode ser usado para trabalhar problemas que ainda não estejam bem definidos, como no caso deste projeto na sua fase inicial, ajudando o designer a centrar-se no que é mais importante para os utilizadores.

Por esse motivo, esta metodologia foi um auxílio importante na primeira fase do projeto, na qual ainda estavam a ser definidos os problemas da aplicação Célia Encontra.

Para compreender melhor quais os objetivos a ser definidos para a investigação, o estudo começou com uma pesquisa sobre a doença celíaca e as necessidades e problemas diários de quem vive com a doença. Após uma recolha de dados sobre o problema e observação da aplicação que estava em funcionamento, foi realizada uma extensa pesquisa e análise da concorrência.

Esta investigação teve também o auxílio de um estudo previamente feito pela Iara Cássia de Melo Florêncio, colaboradora da Célia Celíaca, responsável pela área de Marketing Digital, que já tinha analisado a aplicação original da Célia Celíaca e feito um inquérito a alguns dos seus utilizadores, com o objetivo de reunir dados para o redesign da aplicação.

Após pesquisa de informação e revisão da literatura, foram reunidos um conjunto de requisitos e necessidades para o desenvolvimento da aplicação. Foram desenvolvidos wireframes e flowcharts, para definir a estrutura e o funcionamento da aplicação e para testar cenários com personas.

Para chegar ao resultado final da disposição do layout da aplicação móvel, foi usado o método de tentativa e erro mencionado por Eric Von Hippel no seu livro Democratizing innovation, que pode ser visto sumarizado na figura 6. Segundo o autor, para solucionar um problema com o método de

“tentativa e erro”, é necessário passar por um processo de 4 fases que pode ser repetido várias vezes até chegar ao resultado desejado. Na primeira etapa desenha-se uma solução para o problema com base no conhecimento adquirido na fase de pesquisa do projeto. De seguida, constrói-se um protótipo da ideia, neste caso virtual, seguido da experimentação do protótipo. Na etapa final, é analisado o resultado para compreender o que aconteceu e os erros que devem ser

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resolvidos na próxima tentativa (Hippel, 2005). Deste modo, o layout da plataforma foi definido da melhor forma possível, passando por algumas opiniões e testes, tendo assegurado que de todas as formas pensadas, o resultado final foi o melhor possível para a aplicação em causa.

Figura 6: Esquema do método de Hippel, Fonte: Hippel (2005)

Por fim, foi desenvolvido um protótipo de alta fidelidade, com a identidade visual da aplicação já definida, e finalmente testado entre alguns possíveis utilizadores da aplicação. Este processo foi repetido com algumas modificações até chegar ao resultado pretendido, apresentado neste trabalho.

Com o protótipo final da plataforma finalizado, o design foi entregue a um programador para a aplicação ser desenvolvida.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O desenvolvimento escrito deste projeto está dividido em 6 capítulos, como mostra a figura 7.

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Figura 7: Estrutura do trabalho, Fonte: A autora (2020)

No primeiro capítulo, a ser lido neste momento, é dada uma introdução ao projeto e é explicado o que esperar a nível de objetivos, estrutura do trabalho e as metodologias usadas.

No segundo capítulo, é dada uma contextualização maior sobre o projeto e a doença celíaca como um problema de saúde e a sua relação com a sociedade e a tecnologia. É por consequência estudado neste capítulo o público-alvo da aplicação, e são apresentados dados que ajudaram a chegar até à etapa final do projeto. É também apresentado neste capítulo a questão da importância da participação dos utilizadores no sucesso da aplicação e a visão de outros designers sobre o assunto.

O terceiro capítulo consiste na análise de algumas aplicações móveis da concorrência, sendo todas elas centradas em indicar estabelecimentos livres de glúten como no caso deste projeto, exceto uma que contém todo o género de restaurantes com ou sem glúten, que foi analisada para estudar a sua interface, devido ao grande sucesso que tem tido entre tantas outras da mesma área. Dessa análise resultaram várias conclusões, que são apresentadas tanto em texto como nos quadros que são apresentados nesse capítulo. Por fim são apresentados também alguns resultados da investigação da Iara Cássia de Melo Florêncio e a interpretação da mesma, assim como a visão dos

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utilizadores de aplicações móveis sobre a presença de publicidade durante o uso dessas mesmas aplicações.

O quarto capítulo foca no desenvolvimento do protótipo final do projeto, depois de todos os dados analisados, apresentando todas as decisões tomadas desde o conteúdo da aplicação e a sua identidade visual.

No quinto capítulo é apresentado um teste de usabilidade para encontrar problemas que a aplicação móvel possa ter e perceber como os potenciais utilizadores reagem ao design da plataforma. São depois apresentados os resultados e as devidas conclusões referentes ao teste de usabilidade.

Por fim, surge o último capítulo com as conclusões e considerações finais, as limitações encontradas durante o desenvolvimento do projeto, e as perspetivas que ficaram para trabalho futuro.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 VIVER COM A DOENÇA CELÍACA

Viver com a DC é um grande desafio não só para manter a saúde física, mas também a psicológica.

Para compreender melhor o público-alvo a ser ajudado com este projeto, é necessário compreender melhor em que consiste a doença celíaca e os desafios de lidar diariamente com a doença.

Os celíacos têm uma intolerância ao glúten que causa danos no revestimento do intestino delgado, deixando dessa forma a sua saúde em risco (Ciarán P Kelly & Melinda Dennis, 2018). A consequência desses danos resulta no corpo não conseguir absorver os nutrientes que necessita para se manter saudável.

Como explica a Doutora Trícia Costa Claro, a doença celíaca pode também ter uma manifestação cutânea – entre 80% a 90% dos casos sofrem desta condição denominada Dermatite Herpetiforme.5 Alguns dos sintomas mais comuns são enfraquecimento dos ossos (osteopenia ou osteoporose), anemia por deficiência de ferro, diabetes, problemas de tiroide, doença de pele (dermatite herpetiforme), distúrbios do sistema nervoso e doença hepática (Ciarán P Kelly & Melinda Dennis, 2018).

A forma como os sintomas da doença aparecem difere de pessoa para pessoa, podendo aparecer aos poucos ou vários de uma só vez. Segundo o Ipressjournal, é estimado que existam cerca de 10 a 15 mil pessoas diagnosticadas com a doença celíaca em Portugal, mas estima-se ainda que o número efetivo de celíacos a nível nacional esteja entre os 70 e os 100 mil6.

A doença celíaca pode ser diagnosticada em homens e mulheres em qualquer fase de vida, isto é, desde criança a adulto, com maior incidência nas mulheres. No entanto, muitos celíacos podem viver anos com a doença sem serem diagnosticados, pelo que a maior parte só descobre em idade adulta.

Apesar de ser uma doença que afeta predominantemente mulheres, os homens aparentam ter manifestações de sintomas mais severos. A doença celíaca é associada com muitos problemas que se desenvolvem quando os doentes não excluem totalmente o glúten das suas vidas, sendo cancro uma das maiores complicações da doença (Green & Jones, 2016).

Segundo a Doutora Juliana Olavo, na falta de cumprimento da dieta e de todos os cuidados que devem ser tidos em conta, a DC pode também prejudicar a saúde reprodutora feminina7.

5 Claro, Trícia C. (2019). Célia Celíaca. Retirado em março de 2020, de https://celiaceliaca.com/a-dermatite-herpetiforme-dh- 2/

6 Afonso, D. (2016). Ipressjournal. Retirado em novembro de 2018, de ipressjournal.pt/doenca-celiaca-consequencia-da- ingestao-de-gluten

7 Olavo, Juliana (2019). Célia Celíaca. Retirado em março de 2020, de https://celiaceliaca.com/a-doenca-celiaca-pode- interferir-na-saude-reprodutora-feminina/

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Nos dias de hoje, a dieta sem glúten tem ganho bastante adesão devido à crença cada vez mais partilhada de que este tipo de dieta pode ajudar na perda de peso, talvez devido ao facto do glúten ser comprovadamente “mais inflamatório” para o intestino. Este tipo de alimentação sem seguimento de um profissional pode ser prejudicial para a saúde e é completamente desnecessária para pessoas saudáveis.

No entanto, para celíacos a realidade é um pouco diferente. Para indivíduos com a doença celíaca, não é uma questão de perder um pouco de peso para ter o físico ideal, mas sim uma questão de terem um estilo de vida o mais saudável possível sem causar danos no próprio corpo.

Com a popularidade de retirar glúten da alimentação por parte de consumidores que se apresentam saudáveis, acreditando na possibilidade de perder peso dessa forma, surgiu um preconceito à volta da alimentação de quem tem a doença celíaca e tem mesmo necessidade de eliminar o glúten da alimentação. Este problema levou à criação de uma série de mitos como a ideia de que celíacos só não consomem glúten por opção, o que originou uma grande falta de empatia por parte da sociedade em relação a este problema (E. Ferreti, comunicação pessoal, 2018).

Com esta visão por parte da sociedade, muitas vezes indivíduos diagnosticados com a doença celíaca podem não dar a importância necessária, deixando de procurar a informação necessária sobre os cuidados a ter por falta de aceitação.

Um dos cuidados que devem ser tidos em conta, e que pode não ser do conhecimento de quem não procura a informação necessária, passa pela problemática da contaminação cruzada8. Um utensilio que é manuseado para cortar pão que contém glúten, não pode em altura alguma ser usado para cortar pão sem glúten se for para consumo de um celíaco. Qualquer utensilio que entre em contacto com glúten, não pode ser usado para auxiliar na preparação de uma refeição sem glúten para celíacos. Este aspeto ainda pouco conhecido ou respeitado é um dos maiores obstáculos à evasão total da ingestão de glúten (P. Teixeira, comunicação pessoal, 2018).

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o glúten não está apenas presente no que comemos, podendo estar também em cosméticos, medicação ou vitaminas. Uma pessoa diagnosticada com a DC tem por isso de fazer novas adaptações em todos os aspetos da sua vida, e não só na alimentação.

Muitos celíacos tendem a sofrer de depressão por consequência do impacto que a doença causa nas suas vidas e no comportamento daqueles que os rodeiam. Muitas vezes a família e os amigos não dão a devida importância aos problemas que a doença causa, o que pode resultar num sentimento de incompreensão, levando ao afastamento e exclusão social (E. Ferreti, comunicação pessoal, 2018).

8 Mistura de microrganismos de alimentos com glúten que contaminam os alimentos sem glúten ao utilizar os mesmos utensílios para cozinhar para celíacos e não celíacos.

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Como foi mencionado anteriormente, esta doença pode condicionar bastante a vida social de um celíaco em contexto de convívio em restaurantes ou cafés, se o celíaco em questão não tiver conhecimento de locais seguros para frequentar com outras pessoas.

Torna-se então urgente contribuir com uma solução que proporcione uma melhoria no quotidiano deste grupo de pessoas para que tenham uma vida saudável, sem ter de abdicar de atividades que apreciem como comer fora com amigos ou usar produtos de beleza.

2.2 TECNOLOGIA E SAÚDE

Com a tecnologia a mudar a forma como comunicamos e vivemos diversas situações do nosso dia- a-dia, uma das grandes vantagens dessa evolução é ter sempre acesso à informação que se procura.

Sendo o smartphone um objeto pequeno e leve, facilmente transportado para qualquer lugar, e considerando que é visto por muitos como uma ferramenta sem a qual não conseguem viver, torna- se no objeto de eleição para conter informação tão importante como a relativa a saúde.

As pessoas interessadas em conteúdos relacionados com a saúde e um estilo de vida saudável procuram informação que lhes permita entrar em ação de imediato, não tendo, portanto, interesse em longas pesquisas na internet que requerem muito tempo (Kratzke & Cox, 2012).

Por esse motivo, torna-se necessário ter o conteúdo de um determinado tema reunido numa só plataforma de fácil acesso, principalmente quando se trata de um assunto tão importante como a saúde e o bem estar das pessoas.

Aplicações móveis relacionadas com saúde são das mais usadas em smartphones nos Estados Unidos, com cerca de 30% da população adulta a usá-las em 2012 (Kratzke & Cox, 2012).

Tal como mencionado anteriormente, Portugal já conta com algumas aplicações móveis de saúde.

Existem também várias aplicações disponíveis na Play Store e na App Store que ajudam a contribuir para um estilo de vida saudável, com funcionalidades como contar passos, lembrar de beber água e sugestões de exercício físico. No entanto, não existem aplicações que se dediquem exclusivamente a transmitir informação sobre doenças específicas.

Este projeto procura preencher essa lacuna no âmbito da doença celíaca, de modo a contribuir para um quotidiano mais facilitado para pessoas com a doença.

2.3 VALORIZAÇÃO DA APLICAÇÃO MÓVEL

Ingerir alimentos e bebidas num ambiente de convívio é uma das atividades mais apreciadas pelo ser humano, podendo facilmente comprová-lo ao caminhar pelas ruas de qualquer cidade, e um dos principais motivos que nos leva a escolher comer fora de casa. Ao sermos privados desse ambiente

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social por motivos de saúde ou qualquer outro, sentimo-nos em parte excluídos da sociedade e afastados de quem mais gostamos.

Quando uma pessoa é diagnosticada com a doença celíaca, todos os hábitos alimentares e locais de restauração frequentados têm que ser repensados. Encontrar um local seguro para comer fora de casa pode tornar-se numa grande batalha e, para além dessa dificuldade, nem sempre a família e os amigos compreendem a situação, levando ao isolamento dessa pessoa. Tal como comprova um livro sobre a doença celíaca, existem estudos que mostram que o comportamento alimentar tem tendência para ser particularmente suscetível ao apoio social e influências. A família e os amigos podem minimizar, desconfiar ou não compreender o diagnóstico da pessoa que tem doença celíaca (Green & Jones, 2016).

Na falta do conhecimento de locais seguros para comer fora de casa e também de compreensão por parte dos amigos e familiares, os doentes celíacos podem acabar por se isolar e até mesmo cair em depressão ou, por outro lado, podem também ignorar completamente a dieta ou cometer algumas exceções que prejudicam gravemente a sua saúde.

A aplicação App da Célia Celíaca pode ajudar a combater este problema ao apresentar uma série de espaços apelativos e seguros onde os celíacos possam ir com os amigos de modo a manter a sua vida social sem prejudicar a sua saúde física.

Em Portugal existe uma associação de apoio aos doentes celíacos chamada Associação Portuguesa de Celíacos (APC). No Brasil os celíacos podem encontrar apoio na Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENALCEBRA). Ambas as associações têm um website com as principais informações sobre a doença e estão presentes nas redes sociais. No entanto, a informação que apesentam nos websites não é suficiente e no caso do Instagram, uma das redes sociais mais usadas atualmente, apenas a APC está presente com um número muito reduzido de seguidores (cerca de 2600 no início de 2020), o que significa que a informação publicada nessa plataforma não abrange muitos celíacos.

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Figura 8: Website da APC, Fonte: APC (2020)

Figura 9: Website da FENACELBRA, Fonte: FENACELBRA (2020)

Por outro lado, a Célia Celíaca tem um número muito maior de seguidores (cerca de 20800 no início de 2020) que se deve ao vasto conteúdo que partilha como receitas e cuidados de saúde a ter.

Contudo, há a necessidade de juntar num só espaço todo o conteúdo referente a alimentação de forma organizada e com opção de filtrar conteúdo, especialmente quando se trata de comer fora.

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As redes sociais da Célia Celíaca podem ser o meio para que mais pessoas tenham conhecimento da existência de uma aplicação móvel dedicada à divulgação desse tipo de informação.

Para além disso, tendo em conta o crescente uso de smartphones que tem vindo cada vez mais a substituir as pesquisas feitas no computador, temos de ter em atenção que é mais prático usar uma aplicação móvel do que navegar num website, mesmo que seja responsivo.

Na falta de aplicações móveis por parte das associações mencionadas, a App da Célia Celíaca pode tornar-se numa importante contribuição para as comunidades celíacas de Portugal e do Brasil.

2.4 PARTICIPAÇÃO ATIVA DOS UTILIZADORES

De modo a envolver mais os utilizadores e garantir o máximo de informação sobre estabelecimentos seguros para celíacos, encontramos como solução a possibilidade de todos os utilizadores adicionarem novos espaços e informação sobre os mesmos na aplicação.

Apesar de ser uma boa ideia para a aplicação ter mais variedade de estabelecimentos e conseguir abranger mais zonas geográficas, esta solução criou a preocupação acerca da fidedignidade da informação publicada por tantos utilizadores diferentes.

Para resolver esse problema pensamos num sistema de avaliação dos estabelecimentos, usado em muitas plataformas de comércio e restauração, com a atribuição de estelas de 1 a 5 e a opção de escrever um breve comentário.

Apesar de haver sempre o risco de um utilizador ser induzido em erro pela informação de outro, concluímos que esta será a melhor opção para a aplicação. A primeira aplicação móvel da Célia Celíaca é uma prova de que correr este risco poderá ser a melhor opção, pois nessa primeira aplicação, para garantir a máxima autenticidade, a plataforma apresenta um número tão reduzido de estabelecimentos que muitas pessoas não têm interesse em usar a aplicação por não ter informação de espaços alimentares na sua área.

Um dos melhores exemplos de sucesso é a Wikipédia, que também depende da participação ativa dos próprios utilizadores na divulgação de informação. Apesar de nem sempre todo o conteúdo ser completamente fiável, os utilizadores trabalham em comunidade de modo a produzir conteúdo de qualidade e corrigir informações incorretas.

A forma como os utilizadores, isto é, potenciais produtores de conteúdo da Wikipédia interagem com a plataforma, significa que as respostas ao conteúdo publicado são amplificadas. A Wikipédia, introduziu os meios necessários para os utilizadores adicionarem, complementarem e corrigirem quando necessário o conteúdo da plataforma (Bruns, 2007).

Posto isto, a intenção será sempre alertar que a aplicação pode ter contribuições de qualquer pessoa e, por esse motivo, os utilizadores devem sempre ter o cuidado de confirmar os locais sugeridos na aplicação móvel.

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Pensamos também que poderia ser um bom complemento a opção de reportar estabelecimentos que aparentem ser conteúdo ofensivo para manter um bom ambiente seguro e confortável para todos.

Com este sistema de contribuição dos utilizadores, a aplicação pode tornar-se mais interativa e recolher dados de forma mais simples e rápida.

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3. ESTADO DA ARTE

3.1 APLICAÇÕES MÓVEIS EXISTENTES

Para compreender que aplicações móveis já existem no mercado relacionadas com a DC e a alimentação sem glúten, foram estudados alguns exemplos de aplicações presentes na Google Play e na App Store dedicadas ao tema.

As aplicações estudadas incluem uma que ajuda a encontrar restaurantes com alimentos sem glúten e duas com a principal função de fazer scan de código de barras e informar sobre os produtos alimentares sem glúten. A quarta aplicação estudada informa o utilizador sobre quais os restaurantes mais próximos sem ter qualquer foco em procurar estabelecimentos com menus sem glúten, e a última foca-se em informar o utilizador sobre ementas sem glúten que existem nos restaurantes mais próximos da localização do utilizador. A quarta aplicação estudada, a Zomato, foi analisada com o intuito de estudar o UI (User Interface)9 de uma aplicação de sucesso que nos parece, efetivamente, bem conseguida.

Figura 10: Ícones das aplicações móveis estudadas, Fonte: Play Store (2019)

3.1.1 FIND ME GLUTEN FREE

Ao procurar por palavras-chave como glúten ou restaurante sem glúten, a aplicação Find Me Gluten Free é uma das primeiras a aparecer no motor de pesquisa da Play Store, com uma boa avaliação por parte dos utilizadores.

A aplicação móvel encontra-se disponível para download gratuito na versão Android e IOS, e dedica- se exclusivamente a encontrar restaurantes com ementas livres de glúten. No entanto, pelos comentários permitidos aos utilizadores na aplicação, torna-se evidente que nem todos os restaurantes listados na plataforma têm a preocupação de se informar sobre os devidos cuidados a ter, como por exemplo, evitar a contaminação cruzada.

9 User Interface ou Interação do Utilizador é a interação física que o utilizador tem através da parte visual de um produto ou serviço.

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A cada utilizador é permitido deixar um comentário e avaliação, para cada restaurante presente na plataforma, dando assim uma ideia aos restantes utilizadores dos melhores estabelecimentos onde podem ter uma experiência agradável sem causar danos na própria saúde.

Assim que se abre a aplicação móvel, aparecem no ecrã principal sugestões dos restaurantes com opções livres de glúten mais próximos da zona onde o utilizador se encontra, analisado pela aplicação através da localização do telemóvel. Para ter acesso detalhado à informação de cada restaurante e às avaliações dadas por outros utilizadores, a plataforma impõe a criação de uma conta ou, como opção alternativa, associar a uma já existente como a Google ou o Facebook. Do mesmo modo que o faz para essa funcionalidade, também voltar a pedir uma conta associada para muitas outras funcionalidades da aplicação móvel.

A informação disponibilizada sobre os restaurantes indicados para uma alimentação sem glúten pode ser adicionada ou alterada por qualquer utilizador. Por esse motivo, ao dar liberdade de partilha de informação por parte dos utilizadores, alguma da informação apresentada na aplicação pode estar errada, mas também apresenta uma maior oportunidade de ter uma lista mais diversificada de restaurantes com refeições sem glúten e a abranger mais locais, do que poderia ser possível, se fosse apenas uma entidade a colocar essa informação.

Em termos de interface a aplicação apresenta-se com um design simples, mas bastante eficiente.

Apenas utilizadores com algum conhecimento de inglês poderão utilizar a plataforma, por não se encontrar em nenhuma outra língua.

Figura 11: Ecrãs da aplicação móvel Find Me Gluten Free, Fonte: Play Store (2018)

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3.1.2 GLUTEN FREE FOOD FINDER

Gluten Free Food Finder é uma aplicação muito simples de análise de produtos alimentares para determinar se o alimento tem glúten ou não.

Os produtos devem ser verificados através do seu código de barras, e por esse motivo, se o utilizador quiser analisar um produto que não possua fisicamente no momento não conseguirá, pois apenas funciona com o código de barras.

Existe ainda uma opção de adicionar novos alimentos sem glúten, que não tenham ainda qualquer informação ao passar o código de barras, por qualquer utilizador. Não é exigido em qualquer momento da utilização da aplicação a criação ou associação de uma conta, para ter acesso a essa funcionalidade ou qualquer outra da aplicação.

Figura 12: Ecrã da aplicação móvel Gluten Free Food Finder, Fonte: Play Store (2018)

3.1.3 THE GLUTEN FREE SCANNER

A segunda aplicação estudada que se foca também em scan do código de barras dos alimentos, está disponível para download gratuito para IOS e Android, com o nome The Gluten Free Scanner.

A interface desta aplicação encontra-se melhor desenvolvida do que a anterior e, para além de fazer scan aos códigos de barras, também permite pesquisar alimentos para quem se quer informar sobre

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quais os produtos alimentares sem glúten existentes, ou um produto específico que não possua no momento da pesquisa na aplicação.

Nesta aplicação, a base de dados não é atualizada por qualquer utilizador, segundo a descrição da mesma na App Store por parte dos criadores da aplicação, que mencionam ter uma equipa de nutricionistas e investigadores responsáveis por comunicar a informação na aplicação móvel o mais correta e completa possível.

Está também disponível uma secção na aplicação dedicada a ajudar a encontrar restaurantes indicados para os doentes celíacos poderem continuar a sua alimentação saudável sem glúten fora de casa.

Apesar desta ser a aplicação mais completa e que melhor resolve as necessidades de um utilizador com doença celíaca com uso bastante intuitivo para o utilizador, só se encontra disponível nos Estados Unidos por só conter informação útil sobre alimentos e restaurantes desse país.

Figura 13: Ecrãs da aplicação móvel The Gluten Free Scanner, Fonte: Play Store (2018)

3.1.4 ZOMATO

Zomato é uma aplicação ligada à área da restauração que indica os restaurantes, pastelarias e derivados que se encontram mais perto da localização dada pelo telemóvel.

Encontra-se disponível para download gratuito por utilizadores de IOS e Android, e é uma aplicação popular entre os utilizadores de ambos os sistemas operativos.

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Esta aplicação não tem qualquer ligação com a alimentação livre de glúten e a doença celíaca, mas foi escolhida como um caso de estudo a nível de interface e sucesso da aplicação entre os utilizadores de smartphones.

Logo após iniciar a aplicação pela primeira vez, o utilizador é incentivado a associar a conta de Facebook, da Google ou o e-mail à aplicação, mas também tem a opção com menos destaque de fazer o login de uma conta noutra altura, dado assim a liberdade ao utilizador de proceder de acordo com as suas preferências.

A partir daí, o ecrã principal é dedicado a explorar algumas das sugestões mais próximas da localização do utilizador dadas pela aplicação. É também possível filtrar a pesquisa de estabelecimentos divididos por áreas como cafés, bares, takeaway, sobremesas, locais para sair à noite e estabelecimentos abertos recentemente.

A aplicação Zomato tem também disponível um pacote que pode ser comprado como um plano de 3 meses, 6 meses ou 12 meses, que dá alguns descontos em estabelecimentos alimentares com parceria com a aplicação, entre outros benefícios.

Por fim, é também possível ter um perfil para atualizar como uma cronologia, à qual só se pode aceder associando uma conta.

Figura 14: Ecrãs da aplicação móvel Zomato, Fonte: Play Store (2018)

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3.1.5 CELIHACK APP - GLUTEN FREE RESTAURANTS GUIDE

CeliHack App é uma aplicação móvel que indica onde podem ser encontradas ementas sem glúten, dando maior destaque ao prato em si do que ao restaurante.

No Google Play aparecem muitas críticas à aplicação referentes ao modo como a localização do telemóvel é forçada na aplicação, sem dar a opção de ver outros locais, o que poderá ser uma desvantagem para quem pretenda como preparação para uma viagem procurar com antecedência locais para comer. Na data em que a aplicação foi consultada já se encontrava a opção de procurar por localizações diferentes de onde o utilizador se encontra com o seu smartphone, aparecendo inicialmente sempre a localização atual do utilizador.

Qualquer utilizador pode adicionar uma ementa, completando com fotografia, local, categoria de comida e preço, dando logo nessa publicação a primeira avaliação ao local obrigatoriamente.

Para dar uma avaliação a um estabelecimento é necessário ter uma conta criada na aplicação. São apresentados dois ícones, um com cara feliz e outro com cara triste, para mostrar a satisfação do utilizador. De seguida, é possível elaborar um texto para dar maior detalhe sobre a experiência.

Na data em que a aplicação foi consultada, ainda não se encontrava informação disponível para utilizadores que queiram procurar restaurantes em Portugal.

Figura 15: Ecrãs da aplicação móvel CeliHack App, Fonte: Play Store (2020)

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3.2 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA

Da análise individual de cada aplicação mencionada neste capítulo do estado da arte, resultaram as tabelas 1, 2, 3 e 4, que comparam as suas características e funcionalidades entre si.

Na tabela 1, analisou-se as especificações de cada aplicação, nomeadamente, em que plataforma estava disponível no momento da análise, se é de acesso gratuito, uma estimativa do número de utilizadores que já alcançou no sistema Android, em que idiomas está disponível e a sua classificação por parte dos utilizadores dos sistemas IOS e Android. Foi feita uma média entre as classificações de ambos os sistemas operativos, visto que não mostraram grande discrepância entre um sistema operativo e outro, logo não faria diferença mostrar cada classificação em separado.

Tabela 1: Comparação de especificações das aplicações móveis da concorrência, Fonte: A autora (2019)

Ao observar a tabela 1, é possível concluir que das aplicações estudadas, as que têm maior sucesso entre os utilizadores, tanto a nível de classificação como no número de utilizadores, são as Find me Gluten Free e a Zomato. Por esse motivo, devem ser tidas em maior consideração estas duas aplicações como exemplo do que funciona melhor para os utilizadores e, no caso da Find me Gluten Free, deve ser vista como forte concorrência para a aplicação da Célia Celíaca, apesar de perder no facto de não se encontrar em português.

Na tabela 2 são apresentadas as principais funções de cada aplicação em comparação umas com as outras. É abordada a questão de ter as funções de código de barras, espaços alimentares e avaliações dos espaços por parte de outros utilizadores. É também analisado se nas aplicações com sugestões de espaços alimentares estão incluídos espaços localizados no Brasil e em Portugal.

Tabela 2: Comparação das funcionalidades das apps da concorrência, Fonte: A autora (2019)

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Após análise da tabela 2, podemos observar que as aplicações de maior sucesso entre os utilizadores são as que têm espaços alimentares com opção de avaliação dos mesmos por todos os utilizadores e não a função de scanner.

É importante salientar que apesar de só uma dessas aplicações ter o conteúdo disponível em português, ambas têm espaços localizados em Portugal e no Brasil.

Na tabela 3 são analisadas as funcionalidades relacionadas com o perfil do utilizador. É observada a possibilidade de criar ou associar uma conta, ter favoritos na aplicação para guardar numa secção aparte os locais que o utilizador mais gosta, a existência de uma forma de comunicação entre os utilizadores para entreajuda, e uma galeria de fotografias para cada espaço, para explorar virtualmente um pouco dos locais mencionados na aplicação.

Tabela 3: Comparação de mais funcionalidades das apps da concorrência, Fonte: A autora (2019)

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Das aplicações estudadas, 3 das 5 aplicações têm opção de associar conta, criar um perfil e ter como favorito o seu conteúdo preferido.

Nenhuma das aplicações analisadas dispõe da oportunidade de ter um espaço de interação entre os utilizadores e apenas as 3 aplicações que contêm as opções acima mencionadas têm uma galeria de imagens para cada espaço ou alimento.

A tabela 4 apresenta as restantes funcionalidades das aplicações móveis estudadas. É analisado se é possível a localização aparecer automaticamente ao abrir a aplicação, se é possível alterar a localização na aplicação e a possibilidade da existência de categorias para uma melhor organização.

É também observado se a informação é adicionada apenas pelos criadores da aplicação ou se qualquer utilizador pode adicionar, se contém publicidade, se é possível partilhar nas redes sociais, e se direciona para algum website com mais informação sobre a doença.

Tabela 4: Comparação de funcionalidades das apps da concorrência, Fonte: A autora (2019)

Por último, é possível observar na tabela 4 que nenhuma aplicação teve a preocupação em ter uma forma de direcionar o utilizador para uma plataforma com mais informação para a doença celíaca.

Essa funcionalidade pode ser muito útil, principalmente para quem está a lidar com a doença há pouco tempo e não sabe ainda muito sobre o assunto, numa sociedade em que cada vez mais as pessoas querem informação rápida e fácil em vez de procurar nos sítios mais adequados.

Em todas as aplicações que se justifica a opção de localização, aparece automaticamente a localização em que o utilizador se encontra no momento, mas também é possível escolher a localização e optar por só aparecerem certas categorias.

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Algumas têm a participação da comunidade na aplicação, isto é, qualquer utilizador pode publicar uma sugestão de um novo espaço. Essa funcionalidade tem um ponto positivo que é ter uma aplicação bastante rica e diversificada em conteúdo, mas também tem o ponto negativo de ter maior probabilidade de conter informação errada, pois as aplicações não podem controlar todo o conteúdo publicado.

Relativamente a publicidade, é encontrada apenas nas duas aplicações de maior popularidade, a Find me Gluten Free que tem publicidade banner e a Zomato com publicidade nativa. As restantes aplicações não têm qualquer tipo de publicidade.

Por fim, a única aplicação que permite aos utilizadores partilhar nas redes sociais o conteúdo que encontram na aplicação é a Zomato.

3.3 ANÁLISE DA APLICAÇÃO CÉLIA ENCONTRA

Para completar o estudo das aplicações existente no mercado, estudamos também a aplicação a ser redesenhada, a Célia Encontra da Célia Celíaca. Antes de me juntar a este projeto, tinha sido já feito anteriormente um estudo de marketing de análise e reflexão sobre a aplicação então existente.

Segundo o estudo e análise realizados pela Iara Cássia de Melo Florêncio, já com o propósito de recolher dados para o redesign da aplicação Célia Encontra, a nova aplicação deve ter em conta os seguintes requisitos:

- Possibilidade de deixar um favorito, classificar e deixar comentários;

- Localização no mapa e direcionamento para o Google Maps, possibilitando gerar rotas até ao local desejado;

- Uso de pictogramas e cores coerentes com a marca;

- Possuir locais do Brasil e de Portugal nas áreas de alimentação, saúde e cosméticos;

- Possuir um espaço para sugestão de novos locais e/ou lojas.10

Nesta lista acima apresentada, estão as principais conclusões tiradas a partir da leitura e interpretação que fizemos do relatório “Redesign do aplicativo Célia Celíaca Encontra” (2018) escrito pela responsável de Marketing Digital da Célia Celíaca. Em anexo, é possível ver em maior detalhe o seu relatório de investigação e os dados do resultado do inquérito realizado pela mesma a alguns utilizadores da aplicação móvel Célia Encontra e a seguidores das redes sociais da Célia Celíaca.

10 Requisitos recolhidos após leitura e interpretação do relatório “Redesign do aplicativo Célia Celíaca Encontra” (2018) escrito pela responsável de marketing digital da Célia Celíaca Iara Cássia de Melo Florêncio. Relatório completo nos anexos.

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3.4 PUBLICIDADE NAS APLICAÇÕES MÓVEIS

A publicidade que poderá vir a fazer parte da aplicação pode ser dividida em dois grupos distintos:

os espaços que pagam um determinado valor para estar em destaque em relação aos outros na aplicação, e o conteúdo da Célia Celíaca e seus parceiros com o propósito de direcionar para outras plataformas como os websites. Para dois tipos de publicidade com diferentes objetivos, surgiu a necessidade de ter duas soluções diferentes.

Para compreender a melhor abordagem a fazer, estudamos 3 diferentes soluções de apresentar publicidade.

Apesar de terem sido inúmeras as opções de solução encontradas para este problema, foram estudadas mais pormenorizadamente três formas de publicidade que melhor se encaixam no contexto da aplicação, sendo elas a publicidade nativa das aplicações móveis, banner ads 11e interstitial ads12, também conhecidas como popups.

A publicidade nativa é um tipo de publicidade diferente da maioria das publicidades encontradas em aplicações móveis. Como o próprio nome sugere, o anúncio é nativo da aplicação, isto é, a forma como se apresenta adapta-se ao restante conteúdo presente na plataforma, com o mesmo design e estrutura.

Ao contrário de outro tipo de publicidade, esta não pode ser bloqueada por aplicações como o Adblock13, que muitos utilizadores têm no seu smartphone para bloquear anúncios das aplicações instaladas no seu telemóvel.

A publicidade nativa pode ser dividida numa série de categorias com diferentes características. As que mais se adequam para a aplicação a ser desenhada são denominadas de in-feed commerce14 e paid search15.

No caso de in-feed commerce, a publicidade adapta-se à aplicação, normalmente com um aviso a indicar que é um anúncio ou que é patrocinado. Não tem necessariamente que aparecer em primeiro lugar, pode aparecer no meio do conteúdo orgânico da aplicação. O objetivo principal deste tipo de publicidade é vender produtos e/ou serviços.

Com paid search, toda a publicidade paga aparece nas pesquisas acima dos resultados orgânicos para ter maior destaque, assim como nas pesquisas do motor de pesquisa da Google ou em aplicações de venda como o OLX16 ou a Etsy17. Normalmente este tipo de publicidade também é marcada com um aviso similar ao anterior, que indica que o anúncio está no topo da página por ter sido pago para isso e não por ser o conteúdo mais popular entre os utilizadores.

11 Publicidade num pequeno retângulo no topo ou no fundo do ecrã de uma aplicação móvel.

12 Publicidade nas aplicações móveis também conhecida por popups, que ocupa o ecrã todo que obrigada o utilizador a clicar na publicidade ou a fechá-la.

13 Aplicação móvel que bloqueia o aparecimento de publicidade em todas as aplicações móveis do utilizador.

14 Nome da publicidade em aplicações móveis que se adapta à estrutura da aplicação.

15 Nome da publicidade em aplicações móveis que aparece em primeiro lugar antes dos resultados orgânicos.

16 OLX, fonte: olx.pt

17 Etsy, fonte: etsy.com

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Os únicos pontos positivos para adotar por banner ads são apenas o facto de aparentemente ter uma linguagem de código mais fácil para o programador trabalhar e ser a forma mais barata de publicidade para quem pretende comprar. Banner ads é uma boa forma de direcionar o utilizador para outras plataformas, no entanto, não é a única forma de o fazer.

Outra forma de direcionar para outras plataformas é através dos pop-ups. Como ocupam todo o ecrã, convém que não apareça em alturas que seja considerado mais incomodativo do que apelativo. Tem maior sucesso de cliques e visualizações do que banner ads, mas sofre do mesmo problema de poder ser bloqueado por utilizadores que usem a aplicação Adblock ou aplicações similares.

Em mais do que um artigo sobre este tema, é sugerido que as alturas mais adequadas para aparecer pop-ups é quando a aplicação está a carregar (ainda a abrir) ou quando o utilizador escolhe sair da aplicação. As piores alturas são quando o utilizador está a meio de uma ação, tornando dessa forma a experiência de utilização da aplicação em algo frustrante.

Figura 16: – Exemplo de utilização de Pop-ups, Fonte: Medium (2018)

A recolha de informação através de questionários é fundamental para o rigor com que uma plataforma é desenhada, de modo a conseguir satisfazer a necessidade do público-alvo da melhor forma possível. Para complementar a informação pesquisada e compreender a relação dos utilizadores de smartphones com a publicidade presente em aplicações móveis, foi elaborado um

Referências

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