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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

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Academic year: 2021

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

CONSELHO DE REGULAÇÃO DE ÁGUAS

CONSELHO DE REGULAÇÃO DE ÁGUAS

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Conteúdo

Acrónimos ... II  Nota Prévia ... III 

Sumário Executivo ... 1 

1 Objectivos Estratégicos do CRA 2010/2012 e Principais Realizações 2011/2012 ... 3 

1.1  Objectivos Estratégicos do CRA 2010/2012 ... 3 

1.2  Principais Realizações do CRA Em 2011/2012 ... 6 

2 Avaliação da Qualidade do Serviço ... 10 

2.1  Avaliação por Indicador de Desempenho ... 11 

2.2  Resumo dos Boletins de Avaliação de Qualidade de Serviço ... 19 

3 Desafios e Perspectivas para 2013/2014 ... 22

Anexos - Avaliação de Desempenho Detalhada ... 27 

A.  Região Metropolitana de Maputo ... 27 

B.  Região Sul ... 30 

C.  Região Centro ... 39 

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Acrónimos

AdeM Águas da Região de Maputo

AIAS Administração de Infra-Estrutura de Água e Saneamento

AO Área Operacional

AR Acordo Regulatório

AusAID Australian Agency for International Development

BAQS Boletim de Avaliação da Qualidade de Serviço

CDs Centros Distribuidores

CORAL Comissão Reguladora de Água Local

CRA Conselho de Regulação de Águas

DE Directrizes Específicas

EB Estacão de Bombagem

FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água

FPAs Fornecedores Privados de Água

GLF Gestão de Lamas Fecais

MISAU Ministério da Saúde

MOPH Ministério das Obras Públicas e Habitação

NPTWSSP Niassa Provincial Towns Water Supply and Sanitation Project

OEs Objectivos Estratégicos

QGD Quadro de Gestão Delegada

QR Quadro Regulatório

SUWASA Sustainable Water and Sanitation in Africa

USAID United States Agency for International Development

WSP Water and Sanitation Program

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Nota Prévia

O Serviço Público do Saneamento Localizado: Latrinas e Fossas Sépticas

Vamos atingir as metas dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio no abastecimento de água, mas com duas grandes lacunas:

 O Saneamento Urbano – onde a reforma do sector, dos últimos 15 anos, ainda não produziu efeitos palpáveis;

 Água nas Sedes de Distrito – o passado foi de acções pontuais e de carência de um programa consistente e estruturado. E agora?

Falemos do saneamento. Não faltam políticas sectoriais. Há mais de10 anos que falamos da criação de Serviços Autónomos Municipais de Saneamento, como passo inicial para a profissionalização destes serviços. A Política de Águas, de 2007, reafirma o mesmo mas pouco avançamos.

De facto o problema não está só em manter os colectores de águas residuais e pluviais da zona urbanizada, que servem apenas não mais de 20% da população urbana mas sim de assumirmos que a larga maioria da população, em particular os mais pobres, depende de soluções de ciclo completo para a assistência às latrinas e fossas sépticas. Este é um assunto da agenda internacional, designada como sendo a “Gestão de Lamas Fecais” (GLF). O CRA quer ver um “serviço público” de GLF a funcionar, e regulado, tal como se defende na nova Estratégia Nacional de Água e Saneamento Urbano, aprovada pelo Governo em 2011. Uma iniciativa de grande interesse para a coordenação dos actores chave na busca de opões para a melhoria do saneamento em zonas peri-urbanas está já em curso há mais de um ano, designada como a Plataforma do Saneamento Urbano de Maputo, que o CRA tem dinamizado. O que falta é que o assunto esteja no topo das agendas e mereça alta prioridade nos investimentos e programas de implementação.

Falemos da água para as Sedes de Distrito. A situação é precária. Nos últimos anos deram-se passos importantes na organização das estruturas centrais para o devido atendimento do assunto. Falta um programa de investimentos consistente, continuado, e de escala, de massa crítica, e evitarmos intervenções dispersas e que não permitem a maximização de sinergias. Precisamos de incubar operadores privados locais para a gestão profissional e comercial dos sistemas.

O CRA desenhou já toda a sua metodologia para a regulação destes sistemas, com base em soluções descentralizadas e de parceria com as Autoridades Locais. Agora temos que trabalhar. Precisamos de investimentos e de serviços organizados. Só assim, poderemos reafirmar,

Água e Saneamento para Todos! O Presidente

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Sumário Executivo

No âmbito do cumprimento do seu Mandato, o Conselho de Regulação de Águas (CRA), apresenta o seu Relatório Anual referente ao ano de 2012, concernente ao desenvolvimento do Serviço de Distribuição de Água prestado pelas Entidades Gestoras/Proprietárias, reguladas pelo CRA. O Relatório do CRA pretende ser um instrumento expositivo da caracterização do serviço e daquilo que constituíram as actividades desenvolvidas pelo CRA, de acordo com as atribuições que foram conferidas no contexto da Gestão Delegada, ao abrigo do Decretos 72 e 74/98 de 23 de Dezembro, este último revisto nos termos do Decreto 23/2011, de 08 de Junho.

O CRA regula actualmente, 15 sistemas principais (Sistemas de Maputo/Matola, Beira/Dondo, Quelimane, Nampula, Pemba, Chókwè, Xai-Xai, Maxixe, Inhambane, Tete/Moatize, Manica, Nacala, Angoche, Lichinga e Cuamba) e, recentemente, 2 sistemas secundários (Ilha de Moçambique e Mocímboa da Praia).

O conteúdo deste Relatório resulta das actividades de monitoramento do serviço efectuadas pelo CRA e dos relatórios de desempenho sistematicamente submetidos pelas entidades reguladas, conforme requerido em sede de contrato de gestão delegada ou acordo e quadro regulatórios.

Em termos de caracterização da evolução do serviço, referir que, de um modo geral o serviço prestado pelas entidades reguladas tem estado a registar melhorias significativas em sequência do empenho das empresas, podendo o serviço ser caracterizado, através dos principais indicadores, nos seguintes termos: relativamente à cobertura média, em 2012, os sistemas do Quadro de Gestão Delegada, fixou-se em cerca de 63%, sendo a cobertura com ligações domésticas de 40%, o que traduz um desempenho global bom, pois situou-se acima do valor de referência fixado em 60%. Quanto às horas de distribuição, quase todos os sistemas registaram um bom desempenho, que se situou acima do alvo fixado em 16 horas por dia, com excepção de Nampula e Cuamba, que registaram 12 e 11 horas, respectivamente. No que tange à apreciação global da percentagem de água não contabilizada, esta foi elevada nos sistemas de Maputo/Matola, Manica e Angoche, cujo desempenho foi insatisfatório, pois se situou acima do valor de referência fixado em 35%, porém, os sistemas de Chókwè, Xai-Xai e Inhambane situaram-se abaixo de 25%.

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Quanto à taxa de cobrança, apenas os sistemas de Chókwè, Xai-Xai, Inhambane, Beira/Dondo, Quelimane e Tete/Moatize apresentaram bom desempenho, cujo valor de referência está fixado em 85%. O sistema de Maputo/Matola continua com desempenho insatisfatório por se situar aquém do valor de referência de 88% fixado no respectivo Contrato de Cessão. No que diz respeito a cobertura de custos, apenas os sistemas de Maputo/Matola e Beira/Dondo tiveram bom desempenho. Os restantes sistemas tiveram receitas operacionais abaixo dos seus custos, o que requererá estudo um adicional para melhor perceber-se a razão deste desempenho. Quanto ao indicador reclamações respondidas, em geral, registou um bom desempenho, visto que as respostas foram dadas dentro do valor de referência de 14 dias estabelecido no Contrato de Adesão em vigor, contudo, referir que os sistemas de Maputo, Nampula, Pemba, Lichinga e Cuamba, têm maior porção de reclamações não respondidas. Com relação à conformidade das amostras analisadas, o desempenho foi geralmente insatisfatório por a maioria ter ficado aquém dos 100%, entretanto, os sistemas de Nampula e Cuamba foram os mais preocupantes neste contexto.

Relativamente aos sistemas secundários da Ilha de Moçambique e Mocímboa da Praia, em 2012 foram iniciadas obras de reabilitação e expansão, cujo investimento é financiado pela AusAID e Banco Mundial. Até ao final do ano, em Mocímboa da Praia, a cobertura era de cerca de 24% de um universo de 50.000 habitantes servido por ligações domésticas e fontanários. Quanto à Ilha de Moçambique, a cobertura fixou-se em 12%, de um total de cerca de 32.000 habitantes.

Posto isto, reitera-se que o serviço prestado pelos sistemas regulados continua a registar progresso positivo, contudo ainda há muito trabalho a realizar no sentido tornar o serviço mais eficiente. O serviço de saneamento, o alcance de tarifas de equilíbrio e subsídio às ligações domiciliárias afiguram-se para o CRA como prioritárias, as quais deverão merecer atenção dos principais actores no Sector.

Este Relatório está organizado, basicamente em três partes, designadamente, a primeira referente ao CRA, reportando sobre os Objectivos Estratégicos do CRA 2010/2012 e Principais Realizações 2011/2012; a segunda referente a Avaliação da Qualidade do Serviço, esta contendo um anexo mais detalhado; e a terceira referente aos Desafios e Perspectivas para 2013/2014, na perspectiva do Regulador.

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Objectivos Estratégicos do CRA 2010/2012 e Principais Realizações

2011/2012

1.1

Objectivos Estratégicos do CRA 2010/2012

Os Objectivos Estratégicos (OEs) constituem para o CRA, no âmbito da prossecução do seu Mandato, as linhas de orientação e coordenação, em termos de metas a serem alcançadas num triénio. Por sua vez, são definidas Directrizes Específicas (DEs) que irão determinar as actividades inerentes aos resultados perspectivados e cumprimento dos OEs.

Assim, foram definidos pelo CRA como seus OEs no contexto do Plano Estratégico 2010/2012, os seguintes:

1. Alcance dos Alvos de Qualidade de Serviço e de eficiência na exploração e investimentos cumprido;

2. Definidas e implementadas tarifas que sustentem o alcance do serviço universal;

3. Consolidada estratégia de participação e consulta dos consumidores e de prestação de contas;

4. CRA consolidado como autoridade de referência nacional na regulação de serviço público de água e saneamento urbano;

5. Definida base e instrumentos de regulação dos serviços de saneamento;

6. Consolidada harmonização de mecanismos de capacitação, organização e gestão do CRA.

Relativamente as DEs para 2012, foram definidas nomeadamente as seguintes:

1. No âmbito do cumprimento do alcance dos alvos de qualidade de Serviço e de eficiência na exploração e investimentos:

1.1. Estabelecido sistema de monitoramento, gestão, processamento e reporte do serviço de abastecimento de água;

1.2. Reconhecido benchmarking dos sistemas principais como instrumento fundamental de avaliação e seus resultados publicado;

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1.3. Definidos os critérios para a avaliação da viabilidade dos planos de investimentos e seu impacto no âmbito dos acordos prévios, contratos e quadros regulatórios; e

1.4. Estabelecido o processo de avaliação da gestão de infra-estruturas de água e saneamento e de gestão de activos.

2. No âmbito da definição e implementação de tarifas que sustentem o alcance do serviço universal:

2.1. Implementada estrutura tarifária para os sistemas secundários de acordo com o padrão e qualidade do serviço disponibilizado;

2.2. Definidos níveis de tarifas que sejam sustentáveis para os grupos de mais baixa renda; 2.3. Aprovadas tarifas dos 9 sistemas principais capazes de recuperar integralmente os custos

de exploração;

2.4. Aprovadas tarifas dos restantes sistemas em níveis de recuperar todos os custos de exploração e ainda de contribuição para investimentos de reposição;

2.5. Implementada nova estrutura tarifária para os consumidores da tarifa geral.

3. No âmbito da consolidação da estratégia de participação e consulta dos consumidores e prestação de contas:

3.1. Consumidor consciencializado dos seus direitos e obrigações e sobre o contexto do abastecimento de água;

3.2. Estabelecidos os mecanismos de avaliação regular das necessidades e grau de satisfação dos consumidores;

3.3. Estabelecidos os mecanismos de informação, participação e consulta regular aos consumidores e autoridades locais;

3.4. Apetrechado e divulgado o acervo bibliográfico do CRA e difusão de memória técnica; 3.5. Disseminado pelos consumidores e público em geral o Relatório Anual ao Governo; e 3.6. Estabelecido o processo e mecanismo de participação dos consumidores e actores chave

no processo de publicação.

4. No âmbito da consolidação do CRA como autoridade de referência nacional na regulação de serviço público de água e saneamento urbano:

4.1. Desenvolvidas acções de promoção do desenho de opções estratégicas de participação do sector privado na gestão dos serviços de água e saneamento, incluindo a participação de técnicos e empresariado nacional;

4.2. Desenvolvimento da regulação condicionada a uma maior sustentabilidade do CRA; 4.3. Definida e divulgada visão do regulador sobre o serviço de saneamento;

4.4. Aprovado todo o sistema de transferência de poderes a agentes locais do CRA e em implementação em todos os sistemas principais e secundários objecto de projecto de investimento e contratação de novos operadores;

4.5. Tipificadas as características dos sistemas secundários no que respeita à definição das matérias reguláveis;

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4.7. Submetida ao Governo a estratégia de extensão do serviço conducente ao serviço universal, na óptica do regulador;

4.8. CRA capacitado para responder às condições específicas de desenvolvimento de sistemas e da prestação de serviços na Região Metropolitana de Maputo; e

4.9. Reforço da percepção da imagem do CRA.

5. No âmbito da definição de base e instrumentos de regulação dos serviços de saneamento:

5.1. Definido o serviço público do saneamento para diferentes níveis de prestação de serviços, incluindo o serviço prestado por pequenos empreendedores locais;

5.2. O CRA reconhecido como autoridade no desenvolvimento dos serviços de água e saneamento urbano;

5.3. Estabelecido e em implementação o quadro regulatório tipo para a prestação de serviços de saneamento para as principais cidades;

5.4. Implementada estrutura tarifária e taxa de saneamento nos sistemas principais, de acordo com o grau de autonomia da entidade responsável pelo serviço; e

5.5. Implementada estrutura tarifária, incluindo taxas de saneamento, de acordo com o padrão e qualidade do serviço disponibilizado.

6. No âmbito da consolidação da harmonização de mecanismos de capacitação, organização e gestão do CRA:

6.1. Consolidados os mecanismos de planeamento, reporte e prestação de contas do CRA; 6.2. Estabelecidas parcerias relevantes com vista à partilha de boas práticas, formação técnica e

realização de estágios;

6.3. Consolidada capacidade técnica do CRA à luz do novo Estatuto e Quadro Orgânico;

6.4. Consolidada regulamentação de administração e gestão interna do CRA a luz do novo Estatuto;

6.5. Criadas as delegações regionais do CRA; e 6.6. Consolidação da auto-sustentabilidade do CRA.

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1.2

Principais Realizações do CRA Em 2011/2012

Neste capítulo, são destacadas as principais realizações no âmbito do Plano de Actividades de 2012. De referir que o grau de cumprimento dos objectivos perspectivados, de uma forma geral, foi satisfatório. Tal avaliação resulta de um balanço anual de desempenho que o CRA tem feito relativamente ao Plano Estratégico e Plano Anual de Actividades.

i. No âmbito do Alcance dos Alvos de Qualidade de Serviço e de eficiência na exploração e investimentos:

Assinado e operacionalizado Acordo e Quadros Regulatórios com o FIPAG

O Decreto n.º 23/2011, de 8 de Junho, prevê que a regulação do serviço público pelo CRA, se faça de forma apropriada às condições técnicas e de gestão específicas dos sistemas. Assim, em Maio de 2012, o CRA e o FIPAG rubricaram um Acordo Regulatório1, documento que estabelece

os padrões e metas de qualidade de serviço e de desempenho para os sistemas, e inclui as responsabilidades de ambas as partes, no respeitante às regras gerais de regulação.

No mesmo contexto, foram rubricados 15 Quadros Regulatórios (QR), específicos para cada sistema principal sob a responsabilidade do FIPAG, e que estabelecem os padrões e metas de qualidade de serviço e desempenho de cada sistema; a tarifa média de referência; e a respectiva estrutura tarifária. O QR inclui para além dos valores de referência e metas para a qualidade de serviço e desempenho do operador, as expectativas relativamente ao melhoramento de infra-estruturas, o desempenho, e as projecções de tarifas e outras taxas.

Assim, o FIPAG e cada Empresa são responsáveis por cumprir com o AR e o QR específico, devendo periodicamente submeter relatórios ao CRA em conformidade com os modelos e formulários estipulados.

ii. No âmbito da definição e implementação de tarifas que sustentem o alcance do serviço universal

Realizado Estudo sobre o abastecimento de água às periferias urbanas e sobre a vontade de pagar pela água

No âmbito de uma parceria entre o CRA, a Universidade de Stanford e o Programa de Água e Saneamento do Banco Mundial (WSP), foi realizado um estudo de caracterização do abastecimento de água nos bairros periféricos, que incluía a realização de um estudo sobre a vontade e capacidade de pagar, com base em inquéritos a cerca de 1400 famílias, no Distrito de N’lhamankulo, Distrito de Ka Maxaquene, Distrito de Ka Mavota e Distrito de Ka Mubukuana. Do

1Acordo Regulatório é um contrato, vinculativo para as Partes, e é resultado de uma parceria pública relativamente à

implementação das respectivas responsabilidades das Partes outorgantes quanto ao serviço público de abastecimento de água.

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levantamento apurou-se que 47% das famílias inquiridas têm ligação domiciliária, 23% se abastecem de fontanários e 30% através da revenda no quintal.

Foram principais conclusões do estudo, nomeadamente, as seguintes: i. Há necessidade de se identificar e mapear os mais carenciados;

ii. A estrutura tarifária deveria ser revista no sentido de melhor fazer reflectir o mercado actual da água e no sentido de beneficiar mais efectivamente os mais carenciados;

iii. Continuam a existir famílias não conectadas à rede apesar de se encontrarem perto desta, criando assim bolsas na área de cobertura da rede. Umas não estão ligadas por “opção”, devido a taxa de ligação, outras devido a sua localização de difícil acesso pela rede. Contudo, o estudo indica que medidas deveriam ser tomadas para mitigar tal cenário. iv. Os fontanários estão progressivamente a cair em desuso, sendo que as populações

recorrem a ligações próprias ou, caso não tenham capacidade, recorrem à revenda de água pelos vizinhos. O estudo recomenda que se reveja como considerar os fontanários no âmbito da cobertura do serviço, uma vez que a proporção 500 pessoas/fontanário parece não estar a reflectir a realidade.

iii. No âmbito consolidação da estratégia de participação e consulta dos consumidores e de prestação de contas:

Implementada campanha de Informação ao Consumidor

No sentido de educar e consciencializar o consumidor sobre os seus direitos, custos de produção e distribuição de água, em 2011 foi desenhado e divulgado em 2012 um pacote de anúncios televisivos. Esta abordagem faz parte das iniciativas do CRA no sentido de melhor salvaguardar os direitos dos consumidores.

Com vista a verificar o impacto e receptividade da campanha, foram ainda em 2012 realizados inquéritos nos balcões da AdeM, nomeadamente, AdeM Sede, Jardim, Matola, Machava, Liberdade e Laulane, tendo se constatado que a informação foi, de uma forma geral, entendida.

O CRA pretende continuar com estas iniciativas, no sentido de promover, entre os consumidores, o conhecimento sobre as condições em que o serviço de distribuição de água é efectuado e sobre os direitos e obrigações de que dispõem.

iv. No âmbito da consolidação do CRA como autoridade de referência nacional na regulação de serviço público de água e saneamento urbano

Iniciada Regulação dos Sistemas Secundários

Em Agosto de 2007, o Governo aprovou a nova Política de Águas onde enaltece a experiência da Gestão Delegada, bem como a necessidade de uma regulação criteriosa e equilibrada do serviço de abastecimento de água, nos seguintes termos: “a experiência de regulação será expandida na

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linha de separação de funções, estabelecendo uma regulação independente para os fornecedores de serviços, tanto privados como públicos, tendo em consideração as diferenças específicas entre sistemas grandes e pequenos”.

Na sequência do referido comprometimento do Governo, foi alargado o mandato de regulação, nos termos do Decreto n.º 18/2009, de 13 de Maio, a todos os sistemas públicos de distribuição de água e de drenagem de águas residuais urbanos, para além das principais capitais provinciais e, os sistemas foram classificados em urbanos e rurais e entre os urbanos, subdivididos em principais e secundários, consoante se enquadrem em dos cenários tipificados no Diploma.

Como instrumento do Governo, para a reestruturação e gestão destes sistemas secundários e de drenagem de águas residuais, foi então criada, ao abrigo do Decreto n.º 19/2009, a Administração de Infra-Estruturas de Água e Saneamento (AIAS), nos termos do mesmo Diploma.

Assim, como forma de regular os referidos sistemas, foram assinados com a AIAS o Acordo Regulatório e Quadros Regulatórios dos Sistemas de Mocímboa da Praia e Ilha de Moçambique, sistemas secundários intervencionados e em processo de viabilização, com vista a melhoria do serviço prestado.

De momento decorre o processo de estabelecimento de Comissões Reguladoras de Água Locais (CORAL), com base na experiência piloto nos Municípios da Ilha de Moçambique e de Mocímboa da Praia, as quais serão responsáveis pela implementação das normas e princípios regulatórios emitidas pelo CRA. As CORAL serão sujeitas a formação pelo CRA, em particular em matéria de regulação.

v. No âmbito da definição de base e instrumentos de regulação dos serviços de saneamento

Iniciado diálogo com os atores chave na prestação de serviço de saneamento

No sentido de melhor se posicionar para a regulação dos serviços de saneamento, o CRA está em processo de capacitação do seu pessoal bem como em processo de articulação com os principais actores relativamente às condições e ao quadro de regulação requerido para o efeito. Assim sendo, o CRA tomou iniciativa na mobilização de uma Plataforma de Saneamento, uma rede institucional que visa facilitar e promover a dinamização das instituições chaves na provisão de serviços de saneamento e em função das intervenções em termos de investimentos públicos que venham a ser implementados. Fazem parte da Plataforma de Saneamento instituições como os Municípios de Maputo e Matola, o Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH), o Ministério da Saúde (MISAU), a AIAS, o WSP e o Water rand Sanitation for the Urban Poor (WSUP).

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vi. No âmbito da consolidação da harmonização de mecanismos de capacitação, organização e gestão do CRA

Execução do Orçamento de 2012

O Orçamento Financeiro do CRA referente ao exercício económico de 2012 corresponde à expressão das receitas e despesas de funcionamento e de capital. O mesmo foi preparado de forma a possibilitar a identificação, com detalhe, de componentes que constituem entradas e saídas de fundos de todo o conjunto das operações anuais a serem realizadas em conformidade com o Plano de Actividades.

A execução orçamental global referente ao ano de 2012 foi de cerca de 70,28%, conforme a Tabela 1. A baixa execução deveu-se a constrangimentos nos procedimentos de concursos e ao atraso na disponibilização de fundos para outras rubricas de investimentos por parte do Ministério das Finanças.

Por origem de fundos, a execução foi a seguinte:

1. Taxa de Regulação, a execução foi de 129,23%. Esta situação deveu-se ao facto de se ter actualizado o valor da taxa de regulação de 20.473 mil MT para 28.281mil MT, o que originou uma receita adicional não prevista de 7.808 mil MT.

2. Quanto aos fundos do tesouro, a execução foi de 30%, pelos motivos apresentados na execução global.

3. Em relação às despesas cobertas com fundos externos (Banco Mundial), a execução foi de 66,76%.

A Conta da Gerência do CRA referente ao ano de 2012 foi enviada ao Tribunal Administrativo.

Rubricas Taxa de Regulação Orçamento do Estado Fundos Externos Totais

Orçam ento Execut ado Nível de Execuç. Orça mento Executa do Nível de Execuç. Orça mento Execut ado Nível de Execuç. Orça mento Execut ado Nível de Execuç. Despesas c/ pessoal 12,509 15,388 123% 8,599 3400 40% 5,942 3,828 64% 27,050 22,616 84% Bens e Serviços 236 808 151% 3,513 3198 91% 9,118 7,545 83% 13,167 11,551 88% Transfer. Correntes 7,429 10,261 138% - - 2,621 3,153 120% 10,050 13,414 133% Despesas de Capita - - 12,120 1,442 9,790 3,814 39% 24,910 5,256 21% Total 20,474 26,457 129% 27,232 8,040 30% 27,471 18,340 67% 75,177 52,837 70%

TABELA 1- Execução Orçamental por Fonte (103 MT)

Auditoria externa às contas do CRA

Neste contexto, é de referir que o Relatório de Contas do CRA referente a 2012 foi objecto de auditoria externa, nos meses de Abril e Maio, realizada pela empresa Ernest & Young, e o relatório teve uma apreciação favorável. Por outro o CRA foi sujeito a uma auditoria geral pelo Tribunal Administrativo em 2012, porém, até ao momento o CRA não recebeu o posicionamento formal daquela entidade.

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Avaliação da Qualidade do Serviço

Neste capítulo avalia-se a qualidade do serviço prestado aos consumidores e a sustentabilidade das empresas de abastecimento de água. Esta avaliação é feita por meio de um grupo de indicadores que espelham a acessibilidade do serviço, a sustentabilidade e eficiência das empresas, a qualidade de água fornecida, e o nível de atendimento prestado aos consumidores.

De referir que a avaliação permite, adicionalmente, estabelecer uma comparação competitiva, designada “benchmarking”, do desempenho entre os operadores de modo a promover melhoria na gestão e na eficiência operacional na prestação do serviço. O desempenho apresentado pelos operadores é avaliado em três intervalos e classificado como Bom, Mediano e Insatisfatório. Os alvos de referência têm como base os Acordos e Quadros Regulatórios.

A informação utilizada para a avaliação é fornecida pelos operadores via relatórios mensais de actividades, em formato físico e electrónico, embora as Áreas Operacionais (AO) do FIPAG ainda não garantam regularidade no envio de toda informação requerida, como é o caso dos custos operacionais e dos valores dos investimentos realizados no período. Para ultrapassar esta situação, o Plenário do CRA reuniu-se com a Direcção do FIPAG onde foram estabelecidas rotinas de reuniões periódicas para coordenação técnica.

A presente avaliação tem como alvo os sistemas principais da região norte, centro e sul do país sobe gestão do FIPAG. A avaliação detalhada da avaliação é apresentada no Anexo 1.

À luz do Decreto n.º 18/2009, de 13 de Maio foi iniciado o processo de enquadramento de sistemas servindo a pequenas cidades e vilas, classificados como secundários à luz do mesmo Diploma, bem os sistemas de saneamento, cujo património foi transferido, em 2010, para a AIAS. Quanto à sua caracterização, referir que no sistema de Mocímboa da Praia, em 2012 foram iniciadas obras de reabilitação financiadas pela AUSAID e Banco Mundial no valor de cerca 5.8 milhões de Dólares Americanos. Até ao final do ano, a cobertura era de cerca de 24% de um universo de 50 mil habitantes servido por 277 ligações domésticas e 19 fontanários. Com as obras espera-se aumentar o número de ligações para mais de 1.800, o que será correspondido pelo aumento da capacidade de produção para cerca 120 m3 por hora.

No que diz respeito ao sistema da Ilha de Moçambique, em 2012 foram igualmente iniciadas obras de reabilitação e aumento da capacidade no valor de cerca de 5,2 milhões de Dólares Americanos financiados pela AusAID e Banco Mundial. O Sistema da Ilha de Moçambique, em 2012, registou uma cobertura de 12% relativamente a um universo populacional de cerca de 32.000 habitantes. O número de ligações totalizou 790, porém, apenas 438 estavam operacionais. Espera-se que com as obras iniciadas o número de ligações aumente mais 1.400 ligações.

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Relativamente ao Saneamento, e na sequência do alargamento do mandato do CRA para a regulação de sistemas urbanos e periurbanos de drenagem de águas residuais, em moldes e regimes regulatórios apropriados, em 2012 realizaram-se encontros e troca de correspondência com os Municípios de Maputo, Beira e Quelimane com vista ao estabelecimento de instrumentos base de regulação, nomeadamente, o AR e os respectivos QRs.

2.1 Avaliação por Indicador de Desempenho

i. Cobertura do Serviço

O indicador cobertura do serviço destina-se a avaliar o acesso ao serviço pela população residente na área de sessão. É definido em termos percentuais, dividindo o total da população residente (servida através de ligações domésticas domiciliárias e fontanários públicos), pelo total da população residente na área de intervenção do sistema2. Assume-se que uma ligação doméstica

domiciliária abastece 5,3 pessoas (média do agregado familiar em Moçambique), e um fontenário público prevê-se que abasteça 500 pessoas, o que é oscilante à medida que a cobertura por ligações domiciliárias cresce significativamente.

Numa apreciação global, e considerando o descrito no parágrafo anterior, apurou-se que a cobertura média do serviço nos sistemas do Quadro de Gestão Delegada, em 2012, fixou-se em cerca de 63%, cuja cobertura com ligações doméstica é de 40%, o que traduz um desempenho global bom, pois se situa acima do valor de referência fixado em 60%. É de referir que a maioria dos sistemas apresentaram, no período em análise, bom desempenho, situado muito acima do valor de referência, com excepção dos sistemas de Nacala, Angoche, Lichinga e Cuamba (vide gráfico 1).

2 A população total na área do Sistema, utilizada para o cálculo da cobertura em 2012 resulta das projecções de dados

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O sistema de Maputo/Matola está registar um franco aumento de cobertura, mercê da conclusão das obras de ampliação da produção e de extensão da rede, o mesmo aconteceu com relação ao sistema de Manica. Relativamente aos sistemas de Nacala, Angoche, Cuamba e Lichinga, espera-se uma melhoria do nível de cobertura logo após o termo das obras de reabilitação e expansão no âmbito do Projecto NPTWSSP3. Referir que estes sistemas passaram mais recentemente para a

gestão do FIPAG, no âmbito do alargamento da Gestão Delegada, onde anteriormente estavam sob a responsabilidade dos respectivos Municípios.

ii. Tempo Médio de Distribuição

O indicador tempo médio de distribuição avalia o nível de disponibilidade de água nas instalações dos consumidores, e é medido como sendo a média das horas de distribuição de todos os Centros Distribuidores (CD´s) do sistema. A avaliação baseada no tempo médio de distribuição deve ser relacionada com a pressão, pois, os consumidores situados nas extremidades da rede, normalmente recebem menos horas relativamente aos consumidores próximos dos CD´s, o que é confirmado pelo facto de ainda se verificarem zonas críticas em alguns sistemas, como são os casos dos sistemas de Nampula, Nacala, Pemba, Quelimane, Lichinga e Cuamba, nos quais alguns consumidores recebem menos de 4 horas por dia e com pressão abaixo de 0,5 m.c.a., ou seja, a água só flui até ao máximo de 50 cm do nível do solo.

Em 2012, quase todos os sistemas registaram um bom desempenho, que se situou acima do alvo fixado em 16 horas por dia, com excepção de Nampula e Cuamba, que registaram 12 e 11 horas, respectivamente (vide gráfico 2). O desempenho insatisfatório de Nampula deveu-se à crise de água verificada na barragem o que condicionou sobremaneira o fornecimento. O sistema de Cuamba está a beneficiar-se de obras de reabilitação e expansão no âmbito da implementação do Projecto NPTWSSP o que permitirá melhorar o desempenho.

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iii. Água não Contabilizada

O indicador água não contabilizada destina-se a avaliar a eficiência da exploração do sistema, no que respeita às perdas técnicas e comerciais, ou seja, corresponde a percentagem do volume de água que deu entrada no sistema e que não foi facturado. Quanto maior for o valor deste indicador, menor é o desempenho da empresa.

Em 2012, numa apreciação global a percentagem de água não contabilizada foi elevada nos sistemas de Maputo/Matola, Manica e Angoche, cujo desempenho é classificado como insatisfatório, pois se situou acima do valor de referência fixado em 35% (vide gráfico 3).

Com bom desempenho destacaram-se os sistemas de Chókwè, Xai-Xai e Inhambane que se situaram abaixo de 25%. No ano em análise, foi realizada auditoria de perdas e de facturação no sistema de Xai-Xai, cujos resultados validaram os valores assumidos com certa reserva, no relatório de 2011.

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iv. Taxa de Cobrança Total

O indicador taxa de cobrança total, avalia a eficiência comercial da empresa, no que diz respeito à sua capacidade de arrecadar receitas provenientes da venda de água, e é definido em termos percentuais, dividindo as receitas totais cobradas no período pelo total de receitas facturadas também no período em referência.

Em 2012, dos 15 sistemas, apenas 6 é que apresentaram bom desempenho relativamente ao indicador taxa de cobrança, cujo valor de referência está fixado em 85% (vide gráfico 4). O sistema de Maputo e Matola contínua com desempenho insatisfatório por se situar abaixo do alvo definido em 88%, no âmbito da revisão periódica realizada em 2008.

v. Rácio de Cobertura de Custos Operacionais

O rácio de cobertura de custos operacionais avalia a capacidade da empresa suportar os encargos relacionados com o exercício das suas actividades. É calculado pela divisão das receitas totais do período pelo total dos custos operacionais, também do mesmo período.

Em 2012, apenas os sistemas de Maputo/Matola e Beira/Dondo é que alcançaram o nível de 1.15 valor de referência deste indicador, o que lhes confere um bom desempenho. Os restantes sistemas tiveram suas receitas operacionais abaixo dos seus custos (vide gráfico 5), o que requererá estudo adicional para melhor perceber-se a razão deste cenário.

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Conforme os acordos de desempenho entre as empresas e o FIPAG, todos os sistemas devem prover fundos ao FIPAG para fazer face ao Serviço do Dívida, avaliado em cerca de 4.0 milhões USD/ano, o equivalente a cerca de 25 a 30% de receitas totais anuais, situação que poderá estar comprometido com esta fraca realização de receitas agravada pelo aumento dos custos.

vi. Reclamações Respondidas

Este indicador destina-se a avaliar o nível de atendimento prestado aos consumidores pela empresa, no concernente à resposta por escrito das reclamações apresentadas, e é apurado em termos percentuais, dividindo o número de reclamações respondidas, pelo número total de reclamações escritas recebidas pela empresa, num período de um ano.

No ano 2012, a excepção de Maputo, Nampula4, Pemba, Lichinga e Cuamba, os restantes

reportam terem respondido a totalidade das reclamações recebidas, o que lhe confere um bom desempenho (vide gráfico 6).

4 A situação em Nampula é de particular preocupação, face ao investimento já realizado, e será objecto de

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vii. Tempo Médio de Resposta às Reclamações

O tempo médio de resposta às reclamações destina-se a avaliar a celeridade com que as empresas satisfazem as reclamações e/ou solicitações por escrito feitas pelos consumidores, e é definido como sendo tempo médio de resposta às reclamações no período de um ano.

Em geral, todos os sistemas, para o indicador reclamações respondidas, registaram um bom desempenho, visto que as respostas foram dadas dentro do valor de referência de 14 dias estabelecido no Contrato de Adesão (vide gráfico 7), contudo, reiterar que os sistemas de Maputo, Nampula, Pemba, Lichinga e Cuamba, têm maior porção de reclamações não respondidas. Referir igualmente que alguns sistemas apresentam tempos de resposta inferiores a 3 dias, o que deve ser alvo de confirmação em tempo útil, como são os casos de Chókwè e Maxixe.

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viii. Facturação com base em Leitura do Contador

Este indicador destina-se a avaliar o desempenho das empresas em termos de emissão de facturas com base nos volumes registados nos contadores dos clientes, e é definido em percentagem que resulta do número de ligações facturadas com base em leitura de contador divididos por número total de ligações registados no sistema.

Em 2012, para este indicador, os sistemas de Maputo/Matola, Tete, Lichinga e Cuamba apresentaram desempenho insatisfatório, por se situarem abaixo do valor de referência fixado em 85% (vide gráfico 8).

ix. Percentagem de Parâmetros Analisados

Este indicador destina-se a avaliar o grau de cumprimento das empresas em relação ao número de parâmetros efectivamente analisados, comparativamente ao número exigido pelo contrato.

O número de parâmetros foi fixado, nos respectivos contratos, em 33 para os sistemas de Maputo/Matola, Beira/Dondo, Quelimane, Nampula e Pemba. Enquanto, nos quatro sistemas do sul, Xai-Xai, Chókwè, Inhambane e Maxixe, integrados em 2004, o número de parâmetros foi fixado em 12. Para as empresas de Tete/Moatize, Manica, Nacala, Angoche, Lichinga e Cuamba, por terem sido recentemente integradas e não existia ainda, em 2011, um mecanismo formal de regulação entre o CRA e estas, não têm ainda referência em relação ao número de parâmetros que deverão ser controlados, o que entretanto foi resolvido em 2012.

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Com relação ao cumprimento integral dos parâmetros de qualidade de água, apenas os sistemas de Xai-Xai, Chokwe, Maxixe e Inhambane tiveram desempenho positivo. Os restantes sistemas não cumpriram com o objectivo relativamente ao valor de referência de 100% o que lhes confere um desempenho insatisfatório.

x. Conformidade das Amostras Analisadas

Este indicador destina-se a avaliar o nível de defesa dos interesses dos consumidores em termos de qualidade de serviço, no que respeita ao cumprimento dos parâmetros legais de qualidade da água fornecida pelas empresas. É definido como a percentagem do número total de análises realizadas a água tratada cujos resultados estão em conformidade com a legislação moçambicana. Nesta análise avalia-se a conformidade de três parâmetros, nomeadamente, coliformes fecais por terem maior incidência na saúde pública, o cloro residual por prevenir a contaminação e turvação devido ao aspecto visual.

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Com relação à conformidade das amostras analisadas, e embora se possa dizer que o desempenho seja insatisfatório se não se alcançar os 100%, de facto muitos dos sistemas, com um esforço adicional, podem alcançar este alvo. E da avaliação feita em 2012, mais preocupante é a situação de Nampula e Cuamba.

2.2 Resumo dos Boletins de Avaliação de Qualidade de Serviço

Os Boletins da Qualidade do Serviço têm como finalidade avaliar, de forma comparada, o desempenho das empresas com relação aos alvos de referência estabelecidos, e promover a competitividade entre as mesmas.

Assim, numa avaliação geral, os sistemas de Xai-Xai, Chókwè, Inhambane, Maxixe e Quelimane, ostentam melhor desempenho (vide quadro I), pois no geral apresentam não mais que dois indicadores abaixo do desempenho requerido.

Maputo – A empresa deve tomar especial atenção com relação a água não contabilizada; responder a totalidade das reclamações apresentadas; facturar com base em leitura de contadores; e controlar a conformidade dos parâmetros de qualidade de água, em especial os coliformes fecais e totais, uma vez que estes podem pôr em causa a saúde pública dos consumidores.

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Xai-Xai – A empresa deve manter o actual bom desempenho, contudo melhorar o rácio de cobertura de custos operacionais.

Chókwè – A empresa deve responder a totalidade das reclamações apresentadas e melhorar o rácio de cobertura de custos operacionais

Maxixe – A empresa deve melhorar as cobranças de receitas de água melhorar o controlo de qualidade de água de forma a atingir a conformidade requerida e melhorar o rácio de cobertura de custos operacionais.

Inhambane – A empresa deve manter o bom desempenho e melhorar o rácio de cobertura de custos operacionais.

Beira/Dondo – A empresa deve envidar esforços para controlar todos os parâmetros exigidos contratualmente, assim como a sua conformidade, e manter o bom nível de cobertura dos custos operacionais.

Área Operacional de Manica – A empresa deve reduzir as perdas de água; aumentar as cobranças de receitas e envidar esforços para melhorar o rácio de cobertura de custos operacionais.

Tete/Moatize – A empresa deve aumentar a facturação com base em leituras no contador; e envidar esforços para controlar todos os parâmetros, em especial os coliformes fecais e totais, uma vez que estes podem pôr em causa a saúde pública dos consumidores.

Quelimane – A empresa deve manter o bom desempenho melhorar o controlo de todos os parâmetros, em especial os coliformes fecais e totais, uma vez que estes podem pôr em causa a saúde pública dos consumidores, assim como, garantir a sua conformidade e por último melhorar o rácio de cobertura de custos operacionais.

Nampula – A empresa deve envidar esforços para aumentar as cobranças de receitas, eliminar as zonas de risco, pois o aumento da cobertura no sistema tem penalizado os consumidores que residem nas zonas altas. Deve igualmente controlar a qualidade da água, de forma assegurar a conformidade de parâmetros controlados, e por fim deve aumentar o nível de facturação com base em leituras de contadores.

Pemba – A empresa deve aumentar as cobranças de receitas de água, responder a totalidade das reclamações e melhorar o rácio de cobertura de custos operacionais.

Nacala; Angoche; Lichinga e Cuamba – Estas empresas foram recentemente integradas no Quadro de Gestão Delegada, estando a beneficiar de obras de reabilitação e expansão, que permitirão melhorar o seu funcionamento, contudo já apresentam indicações de melhoria de desempenho.

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Quadro 1- Resumo dos Boletins de Avaliação da Qualidade do Serviço - 2012 Indicadores: Maputo/  Matola Xai‐Xai Chókwe Inhambane Maxixe Beira/ 

Dondo Manica Tete Quelimane Nampula Nacala Angoche Pemba Lichinga Cuamba Acesso ao Serviço     ‐ Cobertura     ‐ Tempo de distribuição Sustentabilidade das Empresas      ‐ Água não contabilizada      ‐ Taxa de Cobrança      ‐ Trabalhadores por 1000 ligações      ‐  Rácio de coberturas de custos operacionais Atendimento ao Consumidor     ‐ Reclamações Respondidas      ‐ Tempo médio de respostas às reclamações     ‐ Facturação feita c/base leituras reais (%) Qualidade da Água      ‐ Percentagem de parâmetros controlados      ‐ Conformidade dos parâmetros Legenda: Bom Desempenho Desempenho Mediano Desempenho Insatisfatório

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3

Desafios e Perspectivas para 2013/2014

i. Regulação do Serviço de Saneamento

Na sequência do alargamento da regulação a todos os sistemas públicos de distribuição de água e de drenagem de águas residuais urbanos (saneamento), constitui agora desafio para o CRA a regulação deste “novo mercado” que é o saneamento, implicando a capacitação técnica do regulador para o efeito, e a clarificação da abordagem regulatória e do papel dos principais intervenientes.

O modelo de gestão a ser adoptado determinará os mecanismos de regulação a implementar. Sendo assim, a abordagem do CRA terá que ser a mesma que a dos sistemas secundários, ou seja, regular os sistemas que têm perspectiva de se tornarem autónomos ou passarem a gestão privada ou público-privada.

Neste momento, o Serviço Autónomo de Saneamento da Beira é o que apresenta estas características, tendo o CRA iniciado acções no sentido de o regular. Avanços foram conseguidos na definição do quadro de regulação deste sistema, nomeadamente, a concertação quanto à necessidade de assinatura do Quadro Regulatório respectivo, pelo que foram iniciados esforços nesse sentido. Por outro lado, em Quelimane está em prática a cobrança de uma taxa de saneamento pelo FIPAG, através da factura de água, porém tal procedimento foi iniciado de forma irregular. Nesse sentido, o CRA iniciou medidas inerentes no sentido de melhor enquadrar tal procedimento.

ii. Regulação dos Sistemas Secundários

A regulação dos sistemas secundários continua a ser um desafio perspectivado pelo CRA no contexto da clarificação do papel do CRA, AIAS e outros intervenientes. A acrescentar, o CRA reconhece também como desafio, a implementação do respectivo regime regulatório com o envolvimento das autoridades locais, o estabelecimento das comissões reguladoras locais e a sua formação nos processos de gestão e operação.

Será fundamental a colaboração entre o CRA e a AIAS na divulgação do regime regulatório e seus instrumentos, designadamente, os quadros regulatórios e contratos de exploração ou de gestão delegada a serem celebrados, a medida em que a AIAS comece a responsabilizar-se pelos sistemas e a implementar os investimentos e concursos públicos para a exploração dos sistemas. A consulta e participação dos actores ao nível local serão essenciais para garantir a sustentabilidade destas acções de forma que as soluções adoptadas correspondam aos desejos e capacidade económica da comunidade.

O regime regulação dos sistemas assenta numa abordagem local, através da delegação de poderes a entes locais, nomeadamente, os Agentes Locais do CRA e o CORAL. De forma piloto, o regime

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regulatório está a ser introduzido apenas nos sistemas secundários seleccionados e em processo de reabilitação, como é o caso dos Sistema da Mocímboa da Praia e Ilha de Moçambique. Prevê-se que estes sistemas tenham capacidade de gerar taxas de regulação que cubram os custos de regulação, para que o regime regulatório seja financeiramente viabilizado.

O desafio que se coloca ao CRA e parceiros é de proceder a selecção, capacitação e monitoramento destes entes para que possam de forma competente e profissional realizar o papel da regulação ao nível local nomeadamente a protecção dos consumidores.

iii. Benchmarking dos Sistemas como Mecanismo de Incentivo no Desempenho

À complementar os Boletins de Avaliação da Qualidade do Serviço ora já postos em rotina, o CRA está em processo de iniciar a utilização de procedimentos de benchmarking para a avaliação do desempenho das entidades reguladas como forma de promover estimular a melhoria do desempenho. Sendo assim, o diálogo com as entidades reguladas já foi iniciado, primeiro para harmonização dos critérios de avaliação usados na comparação entre as entidades reguladas, e, futuramente, quanto à sua comparação com sistemas similares ao nível da Região Austral da África. O principal desafio desta nova frente está na definição dos critérios consensuais de avaliação das empresas, uma vez que os pesos atribuídos à determinados indicadores são relativos e consoante a perspectiva do regulador, do operador e até mesmo do consumidor..

iv. Regulação de Fornecedores Privados de Água

O serviço prestado pelos Fornecedores Privados de Água (FPAs), voltou a ser tema de análise e discussão entre os principais parceiros do sector, tendo sido criado um grupo consultivo no âmbito de uma parceira entre o MOPH e o Sustainable Water and Sanitation in Africa (SUWASA), que é um programa da DNA financiado pela USAID, no âmbito do desenvolvimento dos serviços de água e saneamento em países em desenvolvimento, e dar um enquadramento estruturado aos FPAs. Nesse contexto, o CRA foi chamado a contribuir para a definição do respectivo quadro de regulação.

Relativamente aos FPAs, o CRA, em termos de regulação, posiciona-se no sentido de ele ser a mínima possível e, o serviço prestado, no entender do CRA deverá ser garantido pelo Cedente5 da

área onde o FPA estiver a operar. Contudo, o CRA reconhece tratar-se de um segmento de mercado complexo, e vai requerer muito pragmatismo e diálogo.

v. Alcance de Tarifas de Equilíbrio e Subsídio às Ligações Domiciliares

No âmbito da reprogramação de tarifas para o período 2011/2014, conforme apresentado na tabela 2, pretende-se actualizar os valores das receitas das empresas de forma estas se aproximarem aos

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custos reais de exploração. Como desafio requer-se que o FIPAG faça a avaliação do impacto dos ajustamentos já realizados, de forma circunstancial, para permitir a tomada de acções devidas.

S e t e m b ro 2011 J u n h o 2012 F e v e re iro 2013 F e v e re iro 2014 Va ria ç ã o 2011-2014 7% 7% 7% 7% 10% 8% 8% 8% 7% 6% 6% 6% 10% 10% 10% 10% 10% 8% 8% 8% X a i - X a i 7% 7% C hókw è 7% 7% 7% 5% 5% 5% 10% 12% 12% 12% T e te , M a nic a , N a c a la , A ngoc he , L ic hinga , C ua m ba 10% 7% 7% 7% 35% Inha m ba ne 23% M a xixe 53% 14% 15% V a lore s a de finir e m e s tudos

pos te riore s . Q ue lim a ne 28% N a m pula 45% P e m ba 37% S is te m a s T a xa s d e Inc re me nto M a puto e M a tola 31% B e ira - D ondo 38%

Tabela 2 - Programação Tarifaria 2011 – 2014

Dois grandes desafios se colocam aos responsáveis pelo serviço no abastecimento de água urbano, nomeadamente:

a) O grande crescimento de ligações para grupos de menor rendimento e consequente redução da capacidade de subsídio cruzado por parte dos maiores consumidores, cujo peso decresce significativamente.

b) A redução da taxa de ligação, de 4.300,00Mt para 2.000,00Mt representa um fardo crescente a ser subsidiado, com o risco de desestabilizar a sustentabilidade financeira dos operadores.

O CRA tem estado a pilotar com cuidado a capacidade de pagar pela água por parte dos grupos de mais baixa renda e vai continuar a estudar mais formas de subsídios cruzado para melhor alcançar quem mais precise. No entanto, a curto-prazo, a prioridade está na busca de soluções para o subsídio das ligações domiciliares.

vi. Criação de Sociedades Regionais dos Sistemas sob Gestão do FIPAG e o Termo do Contrato da Águas de Região de Maputo

Por orientação do Governo, as actividades de operação dos sistemas do FIPAG devem-se autonomizar na forma de sociedades comerciais de direito privado, processo que deve ser início em 2013, e vai implicar a revisão dos Quadros Regulatórios e a adopção de um modelo de contrato de exploração tal como existe nas Águas de Região de Maputo (AdeM).

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Por outro lado, o contrato da AdeM termina a 30 de Novembro de 2014, e o futuro da exploração do sistema de Maputo/Matola/Boane, vai implicar a escolha de um novo parceiro privado estratégico e a assinatura de um novo contrato de cessão de exploração, a longo prazo, prevê-se que o processo de contratação do parceiro estrategico seja lançado em 2013.

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Anexos - Avaliação de Desempenho Detalhada

Com base em quatro grupos de indicadores de desempenho, nomeadamente: acesso ao serviço, sustentabilidade da empresa, atendimento ao consumidor e qualidade da água, no presente capítulo é apresentada a avaliação do desempenho dos 15 sistemas de abastecimento de água

A avaliação consiste em calcular os indicadores de desempenho do período em análise (2012), e compará-los, por um lado, com os valores de referência/alvos, e por outro, com os valores alcançados em 2011. Com relação aos alvos, o desempenho pode ser classificado como: bom; mediano ou insatisfatório, e com relação ao ano anterior, a classificação pode ser: tendência positiva ou tendência negativa.

Níveis de classificação:

Bom - quando o valor do indicador realizado for igual ou superior ao valor de referência, com

excepção dos indicadores, número de trabalhadores por mil ligações, água não contabilizada, e tempo médio de resposta às reclamações, que devem ser iguais ou inferiores ao valor de referência.

Mediano - quando o valor realizado aproxima-se ao valor de referência.

Insatisfatório - quando o valor realizado se situar muito aquém do valor de referencia.

Tendência positiva ou Tendência negativa quando o indicador apresentar comportamento

ascendente ou descendente, respectivamente, ao ano anterior.

A interpretação do desempenho de uma dada empresa é feita tendo em consideração o nível tecnológico, as particularidades do sistema e o grau de intervenção de melhoria e/ou expansão da rede. Assim, alguns valores de referência são graduados, com maior ou menor exigência. No caso da Qualidade de Água, a maior exigência é para os sistemas de Maputo/Matola, Beira/Dondo, Quelimane, Nampula e Pemba, sistemas que se beneficiaram mais cedo do programa de investimentos.

Com esta avaliação espera-se disponibilizar às empresas, um instrumento de apoio à gestão, que promova uma crescente eficácia e eficiência do Serviço prestado, em benefício último dos Consumidores.

A. Região Metropolitana de Maputo

Gestão do Sistema – O sistema que abastece à área Metropolitana de Maputo é gerido pela Sociedade Águas da Região de Maputo (AdeM), ao abrigo do Contrato de Cessão de Exploração celebrado com o FIPAG, desde 1999, por 15 anos.

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i. Sistema de Águas da Região de Maputo Sistema de Abastecimento de Água – Este abastece os Municípios de Maputo e Matola, a vila de Boane e as localidades de Matola Rio e Belo Horizonte. Para o efeito, a Empresa recorre ao Sistema principal do Umbelúzi, composto pela captação e estação de tratamento convencional, e a outros pequenos subsistemas autónomos, como são os casos de Catembe e Zona-Verde, com captações subterrâneas. No sistema do Umbelúzi, após o tratamento, a água é transportada através de uma conduta adutora de cerca de 80km, para centros distribuidores. A rede de distribuição é de aproximadamente 1500km de extensão.

Acesso a Água – Em 2012, a área servida pelo sistema tinha mais de dois milhões de habitantes, abastecidos através de mais de 185 mil ligações domésticas e 430 fontanários públicos, o que representou uma cobertura

total de 61%, correspondente a um bom

desempenho e uma tendência positiva, deste indicador comparativamente ao ano de 2011 (vide a tabela A.1). Em relação ao tempo de

distribuição, a Empresa registou melhorias

significativas, tendo alcançado 16 horas diárias, o que confere igualmente um bom desempenho, e também uma tendência positiva. De referir que na área servida, ainda existem zonas críticas, algumas servidas por privados, como são os casos dos bairros 25 de Junho-B, Bagamoyo, Mahotas e Liberdade, nos quais o tempo de distribuição diário é inferior a 4 horas.

Sustentabilidade - o sistema apresenta um desempenho insatisfatório com relação ao indicador água não contabilizada, que se fixou em 51%, com uma aparente tendência

positiva. A taxa de cobrança foi de 85%, mantendo o desempenho comparativamente ao ano de 2011. Relativamente ao rácio

trabalhador por mil ligações, mercê de

aumento de novas ligações em 2012, o rácio passou de 5 trabalhadores para 4, o que confere bom desempenho, e uma tendência positiva (vide tabela A.1). O rácio de

cobertura dos custos operacionais

decresceu de 1.39 em 2011 para 1.18 no ano de 2012, o que confere bom desempenho, embora com tendência negativa (vide a tabela A.1). Com relação ao rácio atendimento ao Consumidor, a empresa em 2012 registou um desempenho insatisfatório nas

reclamações respondidas, que apenas

respondeu 18%, com tendência negativa. O

tempo médio de resposta às reclamações

foi de 14 dias, o que confere um bom desempenho e uma tendência positiva. Ainda sobre atendimento, referir que a empresa quase manteve nível de facturação com base

em leitura real, registados em 2011, o que

confere um desempenho insatisfatório (vide a tabela A.1).

Qualidade da Água, a empresa apresentou um desempenho insatisfatório neste indicador, uma vez que, apesar de ter controlado 90% dos 33 parâmetros contratualmente exigidos, apenas 92% estiveram em conformidade, todavia com tendência positiva (vide tabela A.1).

Recomendações - A Empresa deve envidar esforços para reduzir as perdas, o que irá garantir mais horas de distribuição, e maior disponibilidade de água para satisfazer a demanda, cada vez mais crescente.

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O controlo da qualidade de água, nos parâmetros contratualmente exigidos deve constituir prioridade, e com maior atenção para os coliformes fecais e totais, uma vez que estes podem pôr em causa a saúde pública dos

consumidores. Observa-se declínio do rácio de cobertura dos custos operacionais. A empresa deve rever esta situação e adoptar uma maior disciplina no controlo de custos.

Tabela A.1 - Qualidade do Serviço do Sistema de Maputo/Matola

Indicadores de Desempenho

referênciaValor de  2011 2012 Avaliação Tendência   2011‐2012 1.1. Acesso ao Serviço         População total na área do sistema       1,962,770  1,952,765 Total de ligações (Nr) 138,580  194,751 Total ligações domésticas (Nr) 131,749  185,412 Total de fontenários operacionais (Nr)           425  430 População servida por ligações domésticas        698,270    982,684 População Servida por fontenários         212,500    215,000 Cobertura por ligações domésticas (%) 36% 50% Cobertura por fontenários (%) 11% 11% Cobertura total (%)  V ≥60 %  46% 61% Tempo médio de distribuição (hr/dia) V ≥ 16 hr/dia  10 16 1.2. Sustentabilidade da Empresa Volume produzido/tratado (103m3) 63,265  73,109 Volume facturado (103m3) 30,491  35,814 Água não facturada (%)  V ≤ 35 %  52% 51% Valor facturado (103 MZM)        843,774    1,040,118 Valor cobrado (103 MZM)        723,614    885,500 Taxa de cobrança total / Corrente (%) V ≥ 85%       86% 85% Nr de trabalhadores por 1000 ligações    V ≤ 10       5 4 Custos operacionais (103 MZM)        607,726    883,994 Rácio de cobertura dos custos  v >1,15 1.39 1.18 1.3. Atendimento ao Consumidor       Reclamações respondidas (%) V ≥ 100%       63% 18% Tempo médio de resposta às reclamações  V ≤ 14 dias  15       14    Facturação feita c/ base leituras reais (%) V ≥ 85%        69% 70% 1.4. Qualidade da água Tratada Parâmetros controlados (Nr)        33          33    Parâmetros controlados (%) V ≥ 80 %    76% 90% Conformidade dos parâmetros controlados  (%) V = 100%       90% 92% Simbologia:   Bom Desempenho Desempenho Mediano Desempenho Insatisfatório

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B. Região Sul

Gestão dos Sistemas – Desde o 2004 a gestão e exploração dos sistemas de Xai-Xai, Chókwè, Inhambane e Maxixe, é da responsabilidade do FIPAG, E em 2012 foram assinados Quadros Regulatórios, instrumentos que definem as matérias objecto de regulação pelo CRA no âmbito da prestação pública do serviço.

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i. Sistema de Xai-Xai

O Sistema de abastecimento de água - Este é composto por pequenos sistemas independentes, constituídos por furos, reservatórios e respectivas redes de distribuição, que se localizam nas diversas zonas da Cidade, com uma capacidade de produção e distribuição actual de cerca de 3,7 Milhões m3/ano. A rede de distribuição

tem uma extensão de 409 km.

Acesso ao Serviço - Em 2012, a área servida pelo sistema tinha mais de 137 mil habitantes, servidos através de mais de cerca de 20 mil ligações domésticas e 69 fontanários, o que representou uma

cobertura total de 100%, o que confere

um bom desempenho, para este indicador. O tempo médio de distribuição continua sendo de 24 horas diárias, tal como foi registado em 2011, o que confere igualmente um bom desempenho (vide a tabela A.2).

Sustentabilidade, a Empresa apresentou um bom desempenho com relação ao indicador água não contabilizada, que se fixou em 20%, com uma tendência positiva. A taxa de cobrança total conferiu também à empresa um bom desempenho, pois se fixou em 90%, contudo com uma tendência negativa. Em 2012, o rácio de

cobertura dos custos operacionais,

fixou-se em 0,87 embora com tendência positiva este indicador ainda apresenta desempenho insatisfatório pois o valor de referência é de 1,15. Relativamente ao número de

trabalhadores por mil ligações, a Empresa

em 2012 registou cinco trabalhadores por

mil ligações, o que lhe confere um bom desempenho, atendendo que o valor de referência é 10 trabalhadores por 1000 ligações (vide tabela A.2).

Atendimento ao Consumidor, no que respeita as reclamações respondidas, a Empresa registou também um bom desempenho, tendo mantido os 100% registados em 2011. Relativamente ao

tempo médio de respostas às reclamações a Empresa teve bom

desempenho, com tendência positiva, pois, registou tempo médio de três dias, contra os sete dias registados em 2011.

Com relação à facturação com base em

leitura real a empresa apresentou em 2012

um bom desempenho todavia com ligeira tendência decrescente que é espelhado por 99% de consumidores que foram facturados com base em leitura do contador contra os 100% do ano anterior.

Qualidade da Água a Empresa apresentou

um bom desempenho, por ter controlado os 11 parâmetros contratualmente exigidos e que estiveram em conformidade com as normas de qualidade para o consumo (vide tabela 4).

Recomendações – A Empresa deve aumentar as receitas operacionais e paralelamente adoptar políticas de contenção de custos, de forma a financiar na totalidade os custos operacionais.

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Tabela A.2 – Avaliação da Qualidade de Serviço do Sistema de XaiXai

Indicadores de Desempenho

referênciaValor de  2011 2012 Avaliação Tendência   2011‐2012 1.1. Acesso ao Serviço         População total na área do sistema  132,030 137,434 Total de ligações (Nr)  17,998 20,980 Total ligações domésticas (Nr) 17,497 20,416 Total de fontenários operacionais (Nr) 65 69 População servida por ligações  domésticas 92,734 108,205 População Servida por fontenários  32,500 34,500 Cobertura por ligações domésticas (%) 70% 79% Cobertura por fontenários (%) 25% 25% Cobertura total (%)   V ≥60 %       95% 100% Tempo médio de distribuição (hr/dia) V ≥ 16 hr/dia       24           24    1.2. Sustentabilidade da Empresa Volume produzido/tratado (103m3) 3,420 3,841 Volume facturado (103m3) 2,578 3,054 Água não facturada (%)   V ≤ 35 %       25% 20% Valor facturado (103 MZM) 53,112 63,806 Valor cobrado (103 MZM) 52,201 57,135 Taxa de cobrança total (%) V ≥ 85%       98% 90% Nr de trabalhadores por 1000 ligações    V ≤ 10             7          5    Custos operacionais (103 MZM) 82,012 73,295 Rácio de cobertura dos custos  operacionais v >1,15 0.65 0.87 1.3. Atendimento ao Consumidor        Reclamações respondidas (%) V ≥ 100%       100% 100% Tempo médio de resposta às  reclamações (dias)  V ≤ 14 dias             7           3    Facturação feita c/ base leituras reais  (%) V ≥ 85%        100% 99% 1.4. Qualidade da água Tratada Parâmetros controlados (nr)       11          11    Parâmetros controlados (%) V ≥ 80 %    100% 100% Conformidade dos parâmetros  controlados (%) V = 100%       100% 100% Simbologia:   Bom Desempenho Desempenho Mediano Desempenho Insatisfatório

Valor por validar/auditar

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ii. Sistema de Chókwè

Sistema de abastecimento de água – Este é composto por oito subsistemas independentes, que se localizam em Chókwè, Lionde, Massavasse, Conhane, Nwaxicoluane, Mapapa, Guijá e Chilembene, constituídos por captações em furos, com excepção de Chilembene onde a captação é superficial.

Acesso ao Serviço – A área servida pelo sistema tem mais de 104 mil habitantes, abastecidos através de cerca de 15 mil ligações domésticas e 53 fontanários operacionais, o que representou em 2012 uma cobertura total de 100%, conferindo bom desempenho para este indicador. Em relação ao tempo de distribuição, a Empresa teve igualmente bom desempenho, na medida em que manteve as 24 horas diárias atingidas em 2011, não obstante a redução de 16% verificado nos fontanários, o que é justificado pela aderência às ligações domésticas pelos utentes dos fontanários (vide tabela A.3).

Sustentabilidade, a água não

contabilizada fixou-se em 17% em 2012, o

que confere a empresa um bom desempenho, e uma tendência positiva para este indicador. No que concerne a taxa de

cobrança total, a empresa cobrou apenas

87% do volume facturado o que lhe confere um desempenho bom embora com tendência negativa (vide tabela A.3).

No que concerne ao indicador número de

trabalhadores por mil ligações, a Empresa

teve um bom desempenho, por ter

registado até ao final de 2012, 7 trabalhadores por mil ligações, contudo com uma tendência negativa. Em 2012, o

rácio de cobertura dos custos operacionais, fixou-se em 0.70, conferindo

desempenho insatisfatório embora com tendência positiva comparativamente ao ano anterior que foi de 0.55 (vide a tabela A.3). Atendimento ao Consumidor, o indicador reclamações respondidas, fixou-se em 98% em 2012, o que confere um desempenho mediano, com tendência negativa. Em relação ao tempo médio de

respostas às reclamações dos consumidores, este fixou-se em 1 dia,

conferindo bom desempenho e com tendência positiva (vide a tabela A.3).

Qualidade da Água, a Empresa apresentou um bom desempenho, uma vez que em 2012 controlou 100% dos parâmetros contratualmente exigidos, e igualmente todos estiveram dentro da

conformidade requerida (vide tabela A.3).

Recomendações – A Empresa deve reverter a tendência negativa da dos indicadores, taxa de cobrança, número de trabalhadores por 1000 ligações e reclamações não respondidas e paralelamente deve adoptar medidas de contenção de custos, de forma a cobri-los na totalidade com base nas suas receitas.

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