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(1)UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. ÉRICO AUGUSTO SILVA CAETANO. Retóricas de ruptura na linguística do século XX: Chomsky e Halliday em uma análise pela historiografia da linguística. SÃO PAULO 2019.

(2) ÉRICO AUGUSTO SILVA CAETANO. Retóricas de ruptura na linguística do século XX: Chomsky e Halliday em uma análise pela historiografia da linguística. Dissertação apresentada à banca de defesa como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Letras, no programa de Pós-Graduação em Letras do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie.. Orientador: Prof. Dr. Ronaldo de Oliveira Batista. São Paulo 2019.

(3) C128r. Caetano, Érico Augusto Silva. Retóricas de ruptura na linguística do século XX : Chomsky e Halliday em uma análise pela historiografia da linguística / Érico Augusto Silva Caetano. 214 f. ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019. Orientador: Ronaldo de Oliveira Batista. Referências bibliográficas: f. 123-124. 1. Historiografia da linguística. 2. Retórica. 3. Linguística. 4. Argumentação. I. Batista, Ronaldo de Oliveira, orientador. II. Título. CDD 410.9. Bibliotecária Responsável: Eliana Barboza de Oliveira Silva - CRB 8/8925.

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(5) A minha família e amigos.

(6) AGRADECIMENTOS. Agradeço a meus pais, Maria Valdelena Silva Caetano e Tadeu Augusto Caetano, pelo amor e apoio ao longo dos anos. Aos colegas de classe, que fizeram do ambiente de estudo um lugar alegre e amistoso. Ao Mackenzie, por proporcionar um ambiente acolhedor, e aos professores, por buscarem nos ajudar de toda forma possível para que consigamos atingir nossos objetivos. Ao professor Ronaldo Batista, pela orientação valiosa, sem a qual seria impossível concluir esse trabalho..

(7) Resumo Esta dissertação tem como objetivo analisar a retórica empregada no discurso científico de dois linguistas, Avram Noam Chomsky e Michael Alexander Kirkwood Halliday, em suas defesas de seus programas de investigação, a partir de direcionamentos teóricometodológicos da Historiografia da Linguística. Os textos escolhidos para análise fazem apresentações gerais e panorâmicas dos programas de investigação dos autores em uma época de consolidação de seus respectivos programas. Os dois textos são capítulos introdutórios de obras canônicas e de importância histórica para o fortalecimento dos programas dos dois autores, o gerativismo de Chomsky e o funcionalismo de Halliday. O objetivo da pesquisa consistiu em se averiguar quais foram as estratégias argumentativas utilizadas pelos linguistas para convencerem seus leitores de que seus projetos de estudo da linguagem humana era superiores e com maiores promessas de se obterem resultados práticos na pesquisa linguística. Nesse estudo foram identificados os principais temas ao redor dos quais a defesa argumentativa foi empreendida e as identidades criadas para se projetar uma imagem positiva do programa defendido e negativas dos programas rivais criticados. O método usado para se fazer as análises observa a retórica de persuasão adotada pelos autores. Tal categoria abrange o estudo sistemático das ideias linguísticas em circulação, produzidas e recebidas por agentes do conhecimento linguístico, em um contexto amplo cultural, científico, histórico e institucional. A análise da retórica busca elucidar a maneira com que ideias linguísticas são expressas e veiculadas buscando convencer seus leitores das convicções propostas, ao se examinar todo tipo de recurso comunicativo, como ethos dos agentes envolvidos ou a concepção de se fazer ciência ao se associar à vanguarda de uma disciplina. Tal estudo é feito contextualizando-se os textos expositivos como situados nos embates dos programas de investigação na linguística do século XX. O resultado que emerge do composto integral desta dissertação é a possibilidade de se contar uma história da linguística através da retórica de seus praticantes, em um cenário onde os profissionais da linguística defendem suas teorias sobre a natureza da linguagem e a melhor forma de estudá-la e criticam as teorias e os métodos rivais. Trata-se de construir uma história dos jogos de influência e das defesas e ataques a pontos de vista opostos em relação ao estudo científico da língua humana. Palavras-chave: Historiografia da linguística; Retórica; Linguística; Argumentação.

(8) Abstract The objective of this dissertation is to analyze the rhetoric of two linguists, Avram Noam Chomsky and Michael Alexander Kirkwood Halliday, as they defend their investigative programs, from the theoretical and methodological targeting that is set from the studies in the Historiography of Linguistics. The chosen texts for analyses make general and panoramic presentations of the investigative programs of the authors in a time of consolidation of their respective programs. Both texts are introductory chapters of canonical work, and are of historical importance for the strengthening of the programs of both authors, Chomsky’s generativism and Halliday’s functionalism. The objective of the research consisted in examining which were the argumentative strategies used by the linguists to convince their readers that their projects for the study of human language were superior and held greater promises to obtain practical results in linguistic research. In this study, the main themes were identified, around which the argumentative defense was conceived, and identities were created, to project a positive image of the defended program, and a negative one of the rival programs criticized. The used method to do the analyzes is the research of the rhetoric of persuasion used by the authors. Such category comprises the systematic study of the linguistic ideas in circulation, produced and received by agents of linguistic knowledge, in a wide cultural, scientific, historical and institutional context. The analyses of the rhetoric aims to elucidate the manner in which linguistic ideas are expressed and transmitted with the goal of convincing their readers of the author’s convictions, when examining all kinds of communicative resources, such as the ethos of the agents involved, or the belief that one is doing real science when one joins the vanguard of a discipline. The study is done as the author contextualizes the texts involved as situated in the struggles of the investigative programs of linguistics in the twentieth century. The result that emerges from all this is the possibility of telling the a history of linguistics through the rhetoric of its participants, in a scenario where its professionals defend their theories about the nature of language and the best way to study it, while criticizing the rival theories and methods. It is a construction of a history of games of influence, of defenses and attacks, regarding points of view related to the scientific study of human language. Key words: Historiography of Linguistics; Rhetoric; Linguistics; Argumentation.

(9) SUMÁRIO. INTRODUÇÃO ………………………………………………………..…………..…10 CAPÍTULO I - A Historiografia da Linguística………………………….…..…….19 1.1 Definição de Historiografia da Linguística ………………………………………..20 1.2 A formação do campo historiográfico na linguística ………………………………21 1.3 Procedimentos da análise historiográfica ………………………………………….23 1.4 Dimensões de análise em Historiografia da Linguística …………..………………25 1.5 Propostas para o trabalho historiográfico ………………………………..………...31 1.6 Retórica na Historiografia da Linguística ……...…………………………………..36. CAPÍTULO II – Programas de investigação na linguística do século XX: gerativismo e funcionalismo ………………..………………………………………..46 2.1 Pluralidade da linguística como ciência no século XX………..……..…………….47 2.2 A gramática gerativa nos anos 1950-1960…………………………………...……..48 2.3 A gramática funcional nos anos 1970-1980………...………………………………51 CAPÍTULO III – Retóricas de ruptura em confronto …………………………..…55 3.1 Chomsky em Aspects of the Theory of Syntax ……………………………………..56 3.2 Halliday em An Introduction to Functional Grammar …………………………….92 CONCLUSÃO…………………………………………………...…………………...119 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS …………………...……..…………………124 APÊNDICE ………………………………………………………………………….126 Anexo 1 – Capítulo 1 do livro Aspects of the Theory of Syntax de Noam Chomsky………………………………………………………………………………126 Anexo 2 – Capítulo 1 do livro An Introduction to Functional Grammar de Michael A. K. Halliday……………………………………………………………………...……..192.

(10) 10 INTRODUÇÃO Esta dissertação apresenta uma análise da retórica, como estudada na historiografia da linguística, de dois textos expositivos e canônicos de Avram Noam Chomsky e Michael Alexander Kirkwood Halliday. Os dois textos analisados são capítulos introdutórios de obras importantes para a história da linguística. Aspects of the Theory of Syntax (1965) de Chomsky e An Introduction to Functional Grammar (1985) de Halliday. Os capítulos introdutórios foram escolhidos para se fazer a análise da retórica porque é nestes textos iniciais que os autores apresentam as premissas de seu programa e fazem uma exposição geral da teoria que sustenta os estudos sobre linguagem e línguas nos livros em questão. Os objetivos de pesquisa são localizar e compreender quais foram os mecanismos utilizados pelos autores dos textos para persuadir os leitores de seus pontos de vista e criticar as posições contrárias. Os meios para se alcançar essas metas são observados na retórica argumentativa empregada pelos linguistas, empenhando-se em convencer outros linguistas a aderir a programas de investigação específicos e a rejeitar as teses dos programas rivais. O foco do estudo nesta dissertação será na análise da retórica empregada pelos linguistas nos textos selecionados. Esta dissertação está inserida na área de estudos da historiografia da linguística. Como o objeto de estudo dessa área de conhecimento compreende as reflexões sobre as línguas e a linguagem produzidas na história e as formas com que essas reflexões foram apresentadas ao público e como foram disseminadas. A análise da retórica como categoria de análise na historiografia permite que se examine as estratégias de persuasão utilizadas pelos autores para convencer seus pares a adotarem as suas ideias. Estudar retórica na historiografia da Linguística concerne a pesquisa sobre os modos de discurso com objetivos persuasivos, observados em enunciações concretas de comunicação e situados na história. Os textos retóricos analisados nesta dissertação circularam em grupos de especialidade como definidos na historiografia da linguística. Esses grupos são organizados em torno de especialidades acadêmicas comuns aos seus membros, sendo que estes membros interagem entre si no embate das teorias discutidas pelo grupo, em um esforço pela validação desta ou daquela teoria esposada. Uma das maneiras de se estudar essa interação é a observação da retórica empregada para defender rupturas ou continuidades com as ideias sendo debatidas. Nesses embates, por vezes, emerge a figura do líder intelectual. Tal figura busca persuadir.

(11) 11 outros pesquisadores a aderir ao seu grupo, adotando as teses de seu programa de investigação. Os grupos de investigação compõem uma categoria na historiografia da linguística, na qual pesquisadores partilham de uma perspectiva teórica e metodológica para estudar a língua e as linguagens. Analisar os argumentos retóricos utilizados por linguistas eminentes, ao defenderem seus programas de investigação, permite que se elucide as estratégias argumentativas utilizadas para convencer grupos de especialidade na academia. O estudo da retórica na historiografia da linguística provoca uma reflexão sobre a história da linguística, saindo de um eixo de conquistas cumulativas para um cenário complexo, onde diferentes perspectivas se chocaram e se influenciaram umas às outras a responderem, de maneira convincente, por que seu programa de investigação era superior às alternativas. A retórica adotada para defender um ponto de vista teórico sobre a língua, construída de acordo com uma concepção específica sobre a sua natureza, vai servir para informar os estudiosos em seu trabalhos de pesquisa. Isso ocorre porque a análise linguística vai depender de como o objeto a ser estudado é concebido. Os embates de programas diferentes são performados com uma retórica empregada que se destina a convencer o público leitor de sua adequação, mostrando resultados e estabelecendo uma argumentação dedutiva. O trabalho também está ancorado em algumas das premissas pertencentes à análise da retórica na historiografia da linguística, nomeadamente, de que a práxis da ciência é articulada em várias frentes, de que comunidades se comunicam discursivamente, no acordo e na discórdia, e que os pesquisadores se localizam nesse debate por meio da retórica de defesa e crítica. E de que eventuais rupturas entre programas passados e atuais podem ser de natureza teórica e substancial, assim como de caráter propagandístico, tencionando a popularização de um outro paradigma (BATISTA, 2016, p.306). O resultado das pesquisas em historiografia da linguística é que se passa a enxergar a produção científica e o pensamento sobre linguagem como produtos culturais que circulam em sociedade. E o quadro que emerge desses estudos mostra como os grupos humanos que recebem essa produção respondem a ela, com a consequência de que as ideias em circulação são deglutidas e podem ser alteradas em respostas sucessivas. O ato de reconstruir uma prática passada, no seu contexto de nascimento, e averiguar se houve continuidade ou ruptura com o fazer científico da atualidade nos ajuda a entender nossa.

(12) 12 herança científica do presente, lançando luz no que é estudado e de que forma, e o que não é e por que não. Material de análise A prática científica envolve agentes, e estes precisam comunicar seus posicionamentos, tutelar suas hipóteses e teorias, persuadir pares de profissão e leitores em geral, e interceder quando há mal-entendidos identificados na recepção avaliativa das suas ideias, bem como quando há objeções levantadas a programas em andamento, sem respostas totais e definitivas. Dessas considerações, infere-se que o conhecimento científico, além de referir-se à descrição e explanação da natureza e da existência física, é também uma ação humana, uma empreitada em que ocorrem a argumentação verbal em um plano sócio-histórico (ALTMAN, 1998; BATISTA, 2016; MURRAY, 1994). Em escritos que servem à divulgação de teorias e metodologias, um locus privilegiado onde se encontra a exposição das ideias endossadas e desenvolvidas pelos autores se encontra no começo da obra em questão, nomeadamente, em introduções, prefácios e nos primeiros capítulos de livros técnicos e de divulgação. Esses textos iniciais são usados para que concepções, pressupostos e presunções admitidas em um programa de pesquisa sejam explicitados e esclarecidos. Tal conteúdo constitui a base das análises posteriormente performadas, subjazendo à metodologia desenvolvida. Junto à exposição na apresentação dessas obras, também é feita uma argumentação retórica do programa de pesquisa, quando este é mostrado como superior às alternativas, com justificativas diretas ou veladas. A escolha de material voltado à divulgação e ao ensino de teorias e métodos na linguística, visando à ruptura entre programas de investigação, é fundamentada pelas premissas de que o conhecimento é produzido sobre uma base sócio-histórica, e com a proliferação da educação formal e a formação de círculos intelectuais institucionais, essa constituição institucional se tornou cada vez mais importante na formação de textos argumentativos destinados ao convencimento de novas teorias científicas (ALTMAN, 1998; BATISTA, 2016; MURRAY, 1994). Isto é, leitores que trabalham e estão envolvidos em estudos da linguagem, e que estão empregados em organizações acadêmicas, formam um público de recepção crítica importante para os textos produzidos, e a trajetória da concepção de livros e outras publicações, aspirando a cativar este público, se torna parte fundamental na reconstrução historiográfica da linguística..

(13) 13 O material selecionado para análise nesta dissertação consiste em dois capítulos introdutórios de obras canônicas de autores de grande influência em seus programas de investigação. O capítulo inicial de Aspects of Theory of Syntax de Noam Chomsky e o capítulo inicial de An Introduction to Functional Grammar de Michael Halliday. O livro Aspects foi lançado em 1966 e constitui a primeira vez que Chomsky estabelece de maneira clara e direta as premissas teóricas do gerativismo, e as apresenta em uma visão geral da teoria gerativista no capítulo introdutório do livro. Este capítulo possui 61 páginas e está subdividido em oito seções, que cobrem os temas principais da teoria gerativista, integrando a exposição das ideias principais do programa e criticando os programas de investigação rivais na época de lançamento do livro, além de responder à críticas feitas anteriormente ao gerativismo. O livro An Introduction de Halliday é uma expansão das pesquisas gramaticais do linguista. O capítulo inicial do livro constitui um resumo e uma visão geral da teoria funcionalista. Neste texto, o autor expõe os princípios e os argumentos que são usados para defender o programa funcionalista. O autor também critica o principal programa rival na época do lançamento da obra, o gerativismo, sob a rubrica de se criticar toda a tradição das teorias formalistas nos estudos gramaticais. O texto possui 33 páginas e está subdividido em 15 tópicos de discussão. Os dois textos foram escolhidos porque ambos são defesas de programas de investigação endossados com críticas aos programas rivais identificados. Além disso, ambos os textos foram escritos por linguistas considerados entre os mais influentes em seus programas de investigação, Chomsky é identificado como o líder intelectual do gerativismo e Halliday é um dos funcionalistas mais lidos e discutidos. Por isso, estes capítulos constituem um material de qualidade privilegiada para se pesquisar quais foram as estratégias discursivas usadas por integrantes do gerativismo e do funcionalismo para defender seus programas e criticar programas rivais. A análise da retórica dos linguistas na Historiografia da Linguística: diretrizes metodológicas da pesquisa A pesquisa historiográfica será conduzida no sentido de se examinar os modos da fala, ou seja, a maneira com que o discurso é concebido para persuadir o leitor de suas teses. Estabelecendo relações com outras teses de programas correntes, determinando traços de encadeamento ou cessação. Essa rede de associações se dá entre grupos e indivíduos..

(14) 14 O conceito de retórica sobre defesa e crítica, intencionando o convencimento, norteará a avaliação das escolhas lexicais, de construções sintático-semânticas, da aproximação com imagens positivas e atraentes, ou negativas e repelentes, da construção de um ethos atrativo por parte dos autores, dentre as outras características possíveis de serem analisadas e identificadas no objeto de estudo. A retórica é materializada no texto em circulação, com enunciações e atos de fala, e com as imagens e símbolos que se conformam a gêneros textuais via convenção cultural, seguindo o registro esperado a estar presente em tais escritos. A produtividade analítica, contemplando muitos caminhos de estudo, decorre do escopo amplo que a categoria retórica adquire na historiografia da linguística. Porque pode-se percorrer o caminho da pesquisa averiguando-se as expressões linguísticas, as intenções, explícitas ou ocultas, sugeridas ou dissimuladas, no texto, identificadas pela dimensão persuasiva da comunicação entre pares. A análise é feita, por exemplo, olhando-se para o léxico utilizado, e investigando quais são as consequências das palavras escolhidas para executar-se o jogo da referenciação e da conceitualização das ideias discutidas. Ademais, o pesquisador deve observar as oposições identificadas pelos próprios autores do texto e outros antagonismos identificados que, por vezes, não são diretamente postulados, mas, mesmo assim, são definidores do percurso geral que o texto deve seguir. Em adição ao proposto acima, deve-se fazer uma consideração panorâmica sobre a organização do texto como um todo. Isto é, a maneira com que a disposição total do escrito contribui para transmitir a mensagem que deseja ser veiculada. Essa organização global vai seguir o gênero que é trabalhado pelo grupo de especialidade ao qual pertence o autor do texto a ser recebido. O grupo de especialidade do autor constitui o principal alvo das estratégias persuasivas, e fornece, através de uma tradição de publicações, as linhas guias para a produção textual esperada para ser avaliada pela cultura científica corrente na disciplina em questão. Dentro de uma perspectiva partilhada pelos membros de uma comunidade científica internacional, tida como objetiva e, incluindo vários pontos de vista teóricos sobre a natureza da linguagem e a metodologia de seu estudo, coloca-se o fazer da ciência em um campo persuasivo e competitivo, onde a retórica empregada é um elemento importante nas oposições.

(15) 15 que se desenvolvem entre os programas de pesquisa (ALTMAN, 1998; BATISTA, 2016; MURRAY, 1994). Isso se dá porque um viés específico está sendo avançado como o legítimo, empenhando-se em se tornar pervasivo entre os estudiosos da linguagem. Para se conduzir a pesquisa de um texto, visto como o material em que se manifesta a retórica, pode-se focar a atenção em alguns aspectos metodológicos (BATISTA, 2016, p. 309). Dentre os possíveis aspectos, pode-se citar algumas categorias como exemplos, tal qual, o conteúdo que é desenvolvido e que proposições são avançadas no texto em questão. As estruturas linguísticas empregadas, incluindo tanto seleção lexical quanto construções sintáticosemânticas maiores. As operações gramaticais que conduzem as sequências no texto, e como o processo de referenciação é construído discursivamente. Como as modalizações são empregadas, e qual argumentação é empreendida, e, se as estratégias retóricas e os objetivos são revelados ou cobertos. As presunções que são adotadas, e mais uma vez, se são explicitadas ou não, se são defendidas ou tidas como ponto pacífico a ser aceito como subentendido pelo leitor. Averiguar a presença de elementos de intertextualidade e interdiscurso na enunciação através das filiações elegidas pelos linguistas em questão e das citações escolhidas. O tom usado no texto, se há mudança de acordo com os autores que são discutidos, ou com as teorias debatidas, favorecendo um lado da questão. O ethos do enunciador que emerge no discurso textual, se é articulado com alguma característica identitária. Dentre outras possibilidades. Esse modo de análise da retórica cobre um grande terreno da pesquisa textual. Pois focaliza o texto científico como uma práxis de enunciadores posicionados na história, escrevendo em gêneros e registros que moldam e validam sua própria escrita. E analisam o caráter persuasivo em sua função determinante, posto que as ideias veiculadas devem convencer uma comunidade com vários grupos de sua validade, levando em conta o cotejo com outras publicações e teorias concorrentes também em circulação. Os elementos de ordem circunstancial estão entrelaçados aos parâmetros de análise textual sobre o conteúdo dos escritos (BATISTA, 2016, p. 310). Pois considerar as circunstâncias de produção e recepção dos objetos de pesquisa auxilia na discussão crítica e na comparação de dados acerca do objeto pesquisado e das proposições inscritas no texto. Não se pode perder de vista que a perspectiva historiográfica leva em conta tanto o contexto social quanto o momento histórico nos quais os documentos estão inseridos, informando suas características constituintes..

(16) 16 A retórica produzida tem como base um clima de opinião, e os programas de investigação são contextualizados nesse clima. Assim, os textos concebidos buscam propagar teorias e persuadir os leitores que constituem o clima de opinião. Os grupos de especialidade que trabalham nos programas correntes mantém vivos os paradigmas na linguística e, através da pesquisa e das críticas, testam os limites das teorias em voga em um determinado tempo, mostrando o encaixe dos programas atuais com os resultados de análises e dados sobre diversas línguas. Para avaliar como a exposição e a defesa de um programa de investigação são produzidas de modo a serem eficazes no seu objetivo de convencimento dos leitores, o pesquisador dispõe de certas diretrizes metodológicas para avaliar os escritos em suas dimensões interna e externa, em dupla articulação conjunta (BATISTA, 2016, p. 312). O pesquisador deve procurar definir o propósito central do objeto pesquisado, descrevendo os argumentos empregados na peça analisada. Assim como averiguar o relacionamento do objeto a uma tradição de pensamento, ou a grupos existentes e seus contextos intelectuais. Deve-se também levar-se em consideração os receptores do objeto analisado, ou seja, desenvolver a temático do alvo a ser persuadido pela retórica usada. Esse público de recepção molda os mecanismos de composição, que deve ser justaposto à estratégia argumentativa, no sentido de subscrever gêneros textuais. As opções variam, incluindo publicações que visam a um didatismo na apresentação de conteúdo, podendo apelar a um grupo maior. Nesse caso, como o material possui viés introdutório e acessível, este cobre um público que se estende de especialistas da área até outros intelectuais multidisciplinares, compondo um quadro de receptividade amplo. Nessa categoria também se encontram capítulos introdutórios e iniciais de obras maiores, pois nesses lugares são arguidas as ideias teóricas e as razões do aparato formal utilizado na metodologia. Esses motivos ilustram porque o recorte a ser trabalhado na presente dissertação cobre capítulos iniciais de obras que foram importantes no lançamento de programas novos na linguística. Outro elemento a ser observado é o ethos que emerge a partir da retórica empregada, indicando as características que serão atribuídas à imagem do autor do texto via apresentação de atributos de um divulgador de conhecimento. E o tom do discurso utilizado apoia a imagem projetada pelo enunciador do texto..

(17) 17 O arcabouço de análise também contempla como o material apresentado é usado retoricamente para o convencimento do leitor, articulando pontos de vista teóricos, funcionando em uma relação de reforço de defesa na comunicação dos posicionamentos do programa de pesquisa adotado. Nas etapas de construção e disseminação de ideias novas na linguística, os fatores sociais e históricos podem reforçar as teorias novas ou inibi-las. Uma vez que esses fatores influenciam os modos de comunicação dos autores e os meios de divulgação existentes. Soma-se a isso o papel das instituições educacionais e sua atuação na produção e no crescimento do conhecimento científico. Nesse quadro composto, há que se averiguar como foi a reação às teorias e metodologias propostas, então na ocasião do lançamento, e na atualidade da pesquisa, com o viés de retrospectiva histórica. Como já foi exposto, na historiografia da linguística, tanto a dimensão interna quanto a externa são vistas como atuantes na reconstrução do saber linguístico, sendo que atualmente o posicionamento teórico é que não se trata de encarar essas vertentes apenas como concorrentes, e sim correlatas e misturadas. Assim, pode-se chegar a uma análise historiográfica exaustiva, fazendo a conexão do desenvolvimento das teorias linguísticas, a parte interna, com seu posicionamento sócio-histórico, a parte externa. Fazer um exame da retórica empregada pelos linguistas significa tomar o texto em suas propriedades discursivas como elemento central na investigação. Para se empreender essa investigação, deve-se buscar as marcas sociais e subjetivas presentes no texto, que ilustrem as estratégias argumentativas e sirvam como pistas para se averiguar o posicionamento sóciohistórico dos produtores do texto em questão, e que atos de fala estão operando no discurso em exame. A circunscrição dos espaços onde os embates científicos ocorrem é um elemento importante na metodologia de análise, pois se trata dos lugares que servem de veículos de divulgação de ideias, e com convenções de escrita que fornecem guias para os gêneros textuais trabalhados por autores. Esses veículos proporcionam e recebem produtos retóricos do fazer científico, esculpindo e sendo esculpidos nessa relação de trocas. A retórica é a dimensão discursiva da persuasão no meio dos estudiosos que debatem teorias conflitantes. A atuação desses agentes se dá por meio de textos materializados e em circulação na história..

(18) 18 Por essas razões, as filiações científicas expressadas e as declarações de compatibilidade e integração científica devem ser esmiuçados na pesquisa historiográfica. Uma vez que se trata de uma estratégia de convencimento usada e que impacta na concepção da natureza dos objetos de estudo em vários ramos da ciência, no caso do presente estudo, da linguística. Esse cenário de conflitos ocorre porque há diversidade de opiniões acerca do fenômeno da linguagem humana, portanto, há disputas pela adoção e dedicação por parte de cientistas na comunidade acadêmica. Sendo que é nas retóricas empregadas que essa competição encontra seu espaço de atuação e onde os focos de atenção são postulados, localizando os panoramas conceituais existentes na história sobre a teorização linguística. Essas diretrizes determinam as etapas de análise do material, que por sua vez definem também a organização deste trabalho que, por meio de um recorte seletivo de pesquisa, privilegiará a análise da dimensão discursiva das retóricas dos linguistas, destacando as estratégias de elaboração dos discursos empregados. ___________________________________. Além desta introdução, esta dissertação organiza-se da seguinte forma: a) O capítulo I apresenta o referencial teórico e uma visão global da Historiografia da Linguística b) O capítulo II propõe uma contextualização acerca dos programas de investigação e dos grupos de especialidade relacionados ao material de análise desta dissertação. c) O capítulo III analisa, em sua dimensão argumentativa, os textos de Chomsky e Halliday. d) A conclusão elabora um balanço geral e uma síntese das análises realizadas..

(19) 19. CAPÍTULO I A Historiografia da Linguística.

(20) 20 1.1 Definição de Historiografia da Linguística A Historiografia da Linguística pode ser definida como o estudo do curso histórico do conhecimento produzido a respeito de linguagem. Esse conhecimento engloba tanto o saber consolidado em épocas anteriores ao século XX, como aquele pertencente à moderna concepção científica sobre a linguagem humana, quanto as reflexões feitas no passado ligadas a outras tradições culturais, às vezes de origem popular, e que ficaram fora do cânone científico contemporâneo sobre o conhecimento linguístico. Altman (2012, p. 20) diz que é ponto pacífico que a pesquisa historiográfica trate da trajetória e da consolidação do que hoje se estuda na ciência da linguagem. Mas que, além dessa tradição, cabe a esta disciplina a investigação e o exame de “qualquer estudo sobre a linguagem (...) feito pelo homem” (ALTMAN, 2012, p. 20), contemplando, assim, os saberes que floresceram e que se perderam no curso da história, as condições que favoreceram esta ou aquela teoria e ideias linguísticas fora do eixo dominante na cultura científica. Por isso, as possibilidades de pesquisa incluem a reflexão e o conhecimento sobre linguagem elaborados por linguistas, gramáticos e pensadores fora do eixo da linguística profissional, incluindo trabalhos feitos na poética, na retórica e na lógica, por exemplo (ALTMAN, 2012, p. 19). Segundo Swiggers (2010, p. 2), essa disciplina busca tanto descrever quanto explicar o desenvolvimento do pensamento linguístico. Para tanto, há duas dimensões de análise que precisam ser exploradas para que se componha um quadro satisfatório que dê conta do crescimento do saber sobre a linguagem: os fatores intradisciplinares e extradisciplinares, sendo que os dois elementos podem possuir traço positivo, de reforço, ou negativo, de inibição, em relação à geração e à circulação de hipóteses. Ainda de acordo com Swiggers (2010, p. 2), a historiografia da linguística é um ponto de encontro de diversos ramos do saber, nomeadamente, da linguística, da história e da filosofia. Assim, ela herda as abordagens metodológicas e as possibilidades que essas disciplinas permitem pesquisar. A questão que se coloca é que determinado tema ou objeto vai exigir do pesquisador mais ferramentas e ênfase maior em uma ou outra dessas áreas do saber. O motivo de se incluir tantas possibilidades e se contemplar um leque grande de alternativas científicas é que na historiografia linguística pretende-se fazer um relato exaustivo das ideias sobre linguagem produzidas pela humanidade. Swiggers completa que, além de descrever e explicar, essas tarefas devem ser feitas de maneira contextualizada em uma dinâmica histórica e social..

(21) 21 Mas, ainda deve-se reconhecer que, por mais abrangente que se faça a análise, utilizando-se de uma pluralidade de ângulos das ciências humanas, o que se produz no final é sempre apenas um recorte limitado acerca da história e do conhecimento. Swiggers (2017, p. 74) define historiografia da linguística como “escrever a história do estudo da linguagem”. E para se ampliar e esclarecer cada termo, devemos considerar que “escrever” é a tarefa de registrar e fornecer um relato, para se dar conta de um recorte do conhecimento de maneira sistemática dentro de um estudo. A “história” nessa definição também assume um sentido amplo, servindo como pano de fundo referencial para a produção linguística. Trata-se do eixo temporal que cobre todos os objetos da análise, envolvendo os indivíduos identificados como relevantes ao recorte do estudo e os produtos culturais concernentes ao período tratado. Já o termo “estudo da linguagem” trata de qualquer produto intelectual produzido a respeito da linguagem, inclusive contribuições fora da disciplina da linguística, como já foi exposto acima. 1.2 A formação do campo historiográfico na linguística A década de 1970 é considerada como a época em que a historiografia da linguística alcançou o nível de “organização profissional” (SWIGGERS, 2010, p. 1), consolidando assim, seu campo de estudos nas universidades mundo afora. Isso pode ser ilustrado com o lançamento do primeiro periódico científico especializado no tema, datado de 1974 (SWIGGERS, 2017, p.73). Os anos da década de 1970 são considerados como um marco importante, porque é a partir dos trabalhos publicados nessa década que a metodologia da área e o volume de publicações se tornam presentes na vida acadêmica profissional. Ainda que a reflexão sobre linguagem seja antiga e presente em muitas culturas em tempos remotos, a tradição acadêmica moderna pode ser traçada com base nos seus desenvolvimentos recentes, como na diferenciação entre crônica e história nos anos 1920 no trabalho de Croce (ALTMAN, 1998, p. 28), com sua listagem enciclopédica de datas de publicação e de nomes dos estudiosos, e historiografia da linguística, e seus objetivos epistemológicos que vão além dessa listagem. No Brasil, o começo de uma reflexão sobre a história da linguística tem início nos anos trinta, com a pesquisa de documentos de eventos e de trabalhos publicados para se traçar o histórico do crescimento da disciplina no país (ALTMAN, 1998, p.30). O início dos estudos históricos sobre linguística no Brasil está ligado ao propósito de fornecer um quadro de.

(22) 22 referência para livros-texto ou manuais da área, ou seja, a apresentação da história da disciplina tinha um interesse acessório para esclarecer seu o estado atual e apresentar figuras-chave na área dos estudos da linguagem usados em manuais. O mesmo propósito acessório impulsionou estudiosos na Europa nos séculos passados (ALTMAN, 2012, p. 15), sendo que nesse caso, a intenção era traçar uma unidade ao redor de uma teoria, conectando-a ao desenvolvimento em torno de um tema para passar a visão de unidade e força de uma teoria. No Brasil, Altman (2012, p. 15-16) diz que o modelo alemão de se fazer historiografia, desenvolvido a partir do século XIX, serviu de exemplo para os primeiros historiógrafos brasileiros na sua produção científica durante o século XX até a década de 1960. Nos anos 1960, Chomsky apresenta suas teses sobre a linguística cartesiana, traduzidas para o público brasileiro na década de 1970. As ideias de Chomsky tiveram um impacto e provocaram uma mudança no olhar historiográfico, fazendo comparação com as ideias do passado, seletivamente escolhidas para que reforçassem o ponto de vista teórico do pesquisador sobre linguagem, removendo assim o cotejo com contemporâneos e ideias dissidentes, no passado e no presente. Novamente, a ideia era fazer história para reforçar uma visão específica sobre língua, em vez de se fazer um trabalho abrangente e contextualizado do curso evolutivo da linguística. No entanto, de acordo com Altman (2012, p. 18), o estágio atual da historiografia da linguística deve suas características definidoras aos estudos de Dell Hymes. A pesquisadora brasileira cita como marcas estabelecidas no campo, por exemplo, a “autorreflexão metodológica”, quer dizer, uma ciência consciente das necessidades de adaptação de métodos de diversas áreas em função dos objetos estudados. Também chama a atenção a colocação de várias áreas do saber como partes integrais dessa nova historiografia, como “a linguística antropológica, a filosofia e a sociologia das ciências”, caracterizando a noção de ponto de encontro de disciplinas no fazer atual do historiógrafo. Além disso, “as definições intencionais do objeto” e a “contextualização”, ao serem postuladas como traços definidores do fazer científico, ecoam a importância de se reconhecer a complexidade dos objetos de análise, da problemática de sua contextualização precisa, e da identificação das questões que cabem ser colocadas perante o fazer histórico na reflexão sobre a língua. 1.3 Procedimentos da análise historiográfica.

(23) 23 Dentre as instâncias, alvo da pesquisa historiográfica em linguística, pode-se apontar para quais estruturas da língua foram objeto de análise no passado. Ou seja, que componentes da estrutura linguística, o que hoje se rotula como fonologia, sintaxe ou semântica, por exemplo, serviram de reflexão para os pensadores pregressos se debruçarem sobre a língua e produzirem proposições sobre suas propriedades (SWIGGERS, 2010, p. 4). Aos historiógrafos cabe a reflexão sobre as ocorrências de tais produtos culturais, incluindo o exame do tipo de circulação por que passou essas produções. A descrição pode focar diversas características dos escritos sobre linguagem passados, passando por análises técnicas para se explicitar como a língua era tipificada, e chegar-se, assim, às tecnologias de descrição e catálogo do passado. Somando-se a isso, o pesquisador pode averiguar o curso da circulação e do recebimento de tais ideias em um determinado meio, investigando, assim, se houve manutenção ou alteração por ocasião do recebimento de tais noções. Uma vez que, segundo Altman (1998, p. 11), o historiógrafo das ciências está tentando, através de trabalho meticuloso, recompor o pensamento e a práxis passada, baseada e justificada por esse pensamento, dentro de seu contexto temporal, e, assim, traçar se houve continuidade entre saberes localizados historicamente ou se ocorreu algum tipo de ruptura teórica ou metodológica. Trata-se de analisar profundamente documentos históricos para chegar-se às presunções não explicitamente enunciadas, mas, mesmo assim, assumidas como base teórica, na prática linguística do passado. Sendo que essa prática pode estar ainda influenciando o presente de maneira positiva ou negativa (ALTMAN, 1998, p. 32). É uma herança cultural que possui consequências para o presente fazer científico. Por isso, a historiografia, ao iluminar as bases construídas no passado, ajuda na compreensão das características da ciência contemporânea. Para levar a cabo tal empreitada, a reconstrução das diversas fases pelas quais passou a reflexão sobre línguas na história, um arsenal analítico e teórico foi desenvolvido por historiógrafos. E a divisão em variáveis de análise é feita com conceitos e princípios organizacionais. As categorias de análise comportam tipos de análise (SWIGGERS, 2010, p. 5). Há um caminho dito discriminador, que tem como base o aparecimento de ideias sobre a linguagem e as línguas, a construção de teorias e sua difusão. O delineamento apresentado tende a focar no aparato conceitual apresentado para dar conta de uma teoria. Também é avaliado se há alteração nas teses apresentadas por conta da.

(24) 24 apreciação crítica por pares profissionais dos teóricos em questão. Nesse caso, examinase que tipo de alteração foi engendrada, se tal mutação favoreceu sua difusão e adesão, dentre outras questões pertinentes ao tema desenvolvido pelo pesquisador. A consequência é que os resultados ilustram o sucesso ou fracasso de ideias específicas sobre linguagem, e qual foi o processo que levou a tal sobrevivência ou morte, e se houve adaptação a descobertas posteriores que foram acomodadas na teoria, dentre outros possíveis resultados. Há também o tipo de análise tipologizante, que aponta para modelos de comparação de conhecimento linguístico, inclusive com a possível elaboração de tais modelos caso haja a necessidade da construção de um. O ponto de apoio da pesquisa nessa categoria é o programa de pesquisa do qual faz parte algum tema, possuidor de modelo de análise, em contraposição ao foco no indivíduo da categoria anterior. Por isso, as correlações teóricas são buscadas e explicitadas nessa classe. A base arquitetônica desenhada por uma tradição é exposta para que se verifiquem pontos em comum aceitos pela tradição e usados por grupos. Estuda-se a trajetória percorrida no tratamento de uma temática de estudo da linguagem em um território ocupado por grupos, e como o tema foi tratado por sucessivas gerações continuadoras do processo cultural de reflexão sobre a língua. Tem-se, portanto, uma história de programas e de modelos no seio de uma tradição de pesquisa no modelo tipologizante de análise. Os dois modelos de análise servem para classificar os objetos de análise e enquadrá-los melhor em um projeto de pesquisa. O conteúdo e as propriedades do objeto a ser estudado definem, portanto, o tratamento que melhor se adequá ao estudo empreendido (SWIGGERS, 2017, p. 78). A própria atividade de classificação ajuda na condução do estudo. Junto ao aparato de abordagens descrito acima, há um aparato organizacional na historiografia da linguística para ordenar as descrições históricas e a natureza das explanações apresentadas (SWIGGERS, 2010, p.7). Existem os pontos de ancoragem e agrupamento, que servem para ordenar entidades discretas, textos, e entidades contínuas, escolas de pensamento. Outra categoria organizacional trata das linhas de evolução histórica, abordando o curso geral evolutivo, as relações no tempo das ideias e os segmentos evolutivos de programas de investigação. A terceira ordem organizadora lida com o conteúdo, o formato e as estratégias, levando em conta quais conceitos estão.

(25) 25 sendo investigados, se há alteração na sua formulação a partir de sua recepção crítica, ou se há empréstimo de técnicas de outra área para auxiliar uma teoria, dentre outros possíveis movimentos. 1.4 Dimensões de análise em Historiografia da Linguística Inicialmente, o pesquisador precisa tornar-se competente para levar a cabo estudos historiográficos acerca da linguística (SWIGGERS, 2017, p. 86). Isso significa ter uma base sólida, ou adquiri-la para iniciar a pesquisa, sobre os vários ramos de estudo da linguística. O estudioso deve desenvolver conhecimento amplo das muitas manifestações do estudo da linguagem realizados por tradições de pensamento. Além disso, é necessário o aprofundamento sobre o ramo específico dentro do qual o objeto de análise está inserido. Somando-se ao conhecimento sobre linguística, o estudioso deve adensar seus estudos sobre história, também em suas várias facetas, principalmente no que se refere ao objeto de análise escolhido. Também se faz necessário familiarizarse com a cultura argumentativa, usada para defender-se um ponto de vista, nomeadamente, nas disciplinas da retórica e da argumentação, entre outras, que tratem da dimensão discursiva e que possam contribuir para a empreitada historiográfica. Após levar em conta esse pano de fundo cultural inicial, pode-se partir para os parâmetros de análise desenvolvidos para a pesquisa historiográfica linguística. Assim, para se estudar a constituição histórica de paradigmas de pesquisa, pode-se analisar as dimensões internas e externas concorrentes ao paradigma. Somando-se a isso, a noção de contexto pode assumir proeminência na análise historiográfica (SWIGGERS, 2017, p. 80), sendo que o tipo de contexto que será relevante para cada pesquisa vai depender do objeto de estudo escolhido e das questões levantadas pelo pesquisador acerca do fenômeno linguístico em foco. A variação contextual se dá em relação às esferas culturais e ideológicas, políticas, socioeconômicas, linguísticas e científicas. Assim, são várias as categorias e o aparato analítico que servem para organizar e concretizar a pesquisa nas dimensões interna e externa. Sobre a dimensão interna dos caminhos que o pensamento linguístico percorreu, uma das primeiras dificuldades que aparece é a tarefa analítica de divisão entre diversos grupos de especialidade (ALTMAN, 2012, p. 20). Como elencar as propriedades que definem e separam cada grupo, e como especificar o seu recorte de estudo sobre o.

(26) 26 objeto linguagem. As respostas alcançadas e as escolhas feitas refletirão uma divisão particular das várias escolas que se instituíram e pesquisaram a linguagem e as línguas. Mas ater-se somente à própria produção intelectual de um autor ou grupo de produção científica deixa a lacuna do meio de recepção desses produtos feitos para serem deglutidos e aceitos ou rejeitados por seu público-alvo. Por isso, deve-se voltar a atenção para o clima de opinião de uma época (ALTMAN, 2012, p. 22). Essa categoria de análise permite ligar as teorias elaboradas em um tempo às ideias correntes e ensinadas aos teóricos dessa época. Assim, é possível estudar como os grupos de especialidade formaram o clima de opinião de um tempo e constituíram o seu espaço de recepção a ideias novas. De acordo com Altman (2012, p. 22), para se pesquisar esse espaço de recepção pode-se recorrer a vários tipos de publicação que circulavam as teorias e os estudos novos, e como estes eram recepcionados e respondidos pelos profissionais que formavam seu núcleo produtivo. Dessa forma, as dimensões interna e externa podem ser vistas como partes de um todo interligado, no qual uma dimensão funciona em contato umbilical com a outra. Teorias novas foram construídas sob escombros e bases de uma tradição intelectual, e o espaço físico e histórico que formam seu berço de nascimento e maturação faz parte da forma e do conteúdo dessa mesma teoria. É por isso que Altman (2012, p. 23), seguindo outros historiógrafos, considera dúbia a divisão estanque entre as duas dimensões, como se se tratasse de perspectivas rivais, concorrentes da atenção de pesquisadores e de sua capacidade de influência no desenvolvimento da linguística. Tanto o clima de opinião quanto os grupos de especialidade, historicamente localizados, contribuem e geram a prática linguística do seu tempo, formando a herança cultural a ser recebida pelas gerações ulteriores. O tipo de análise guiada pelas ideias acima enfatiza o meio intelectual e histórico para situar e relacionar a evolução da linguística. Trata-se de uma perspectiva que considera como importante considerar o substrato e as fontes que serviram de base para a concepção de ideias sobre a língua. Tal abordagem é articulada e defendida porque ainda há uma tendência em se considerar uma figura importante na ciência como o herói, o pioneiro adâmico com as proposições corretas, feitas de maneira isolada, que formam o esqueleto da ciência feita na atualidade (ALTMAN, 2012, p. 24). Indubitavelmente há teóricos que fizeram contribuições importantes e precursores que.

(27) 27 possuíram um peso grande na formulação das teorias mais endossadas atualmente, mas esse trabalho sempre foi feito em um clima de opinião do qual fez parte o precursor, os problemas tratados, assim como as soluções propostas. Entender o espaço e o tempo em função do qual essas indagações e essas soluções pioneiras foram feitas, e contextualizá-las de forma ampla, faz parte da pesquisa historiográfica (ALTMAN, 2012, p. 25). Uma das maneiras de se levar a cabo tal projeto é através da análise de um conjunto de problemas similares sobre a língua e como pensadores diversos, inclusive de épocas diferentes, tentaram solucionar essas questões acerca da linguagem. Outra possibilidade de pesquisa é por meio da investigação da maneira com que um composto de presunções, ou de maneiras de se olhar para a língua e estudá-la, foi aplicada a múltiplas questões. Dessa forma, deixa-se de se fazer uma cronologia do precursor genial e passa-se a fazer historiografia contextualizada levando em conta a história e os grupos que participaram da proposição, da circulação e do processo de recepção crítica das ideias linguísticas. Desse jeito, indivíduos pioneiros com contribuição impactante são vistos como importantes articuladores e sintetizadores de teorias e programas de investigação, e como participantes de um grupo de especialidade profissional, o qual constitui um clima de opinião que recebe e avalia propostas novas (ALTMAN, 2012, p. 25). O caminho da reconstrução historiográfica, nos termos propostos pelo programa desenvolvido pelos teóricos citados até agora, é mais abrangente do que a reconstrução histórica da linguística feita até a década de 1960, pois, nos estudos historiográficos, há um esforço intelectual de se integrar o tratamento do conteúdo das teorias sobre a linguagem, a parte interna, com uma contextualização histórica e social que ajuda a entender por que tais teorias foram desenvolvidas em um determinado momento, em um dado lugar, em um meio cultural de gestação e recepção de ideias. Portanto, indo além de datas oficiais e de uma cronologia dos fatos que formam o cânone mais aceito na linguística praticada na atualidade (ALTMAN, 2012, p. 26). Segundo a autora, enquanto há um grau de confiabilidade e de consenso ao redor da reconstituição histórica do passado de documentos e figuras que contribuíram para a teorização sobre linguagem. Quando se trata de fazer uma reconstrução racional, que busque interpretar o conteúdo das ideias linguísticas, e do que antecessores pensaram a respeito de tais ideias, a avaliação sobre o conteúdo e sobre o contexto se torna inevitável. A partir dessas considerações, o clima de opinião e os grupos de especialidade passam a figurar como.

(28) 28 fatores importantes a serem analisados para se chegar a entender como questões que compunham a ordem do dia eram tratadas. É por isso que teorias e metodologias que foram desenvolvidas no correr da história da linguística são caracterizadas e agrupadas em programas, que compreendem traços partilhados e atributos que constituem a discórdia entre teorias rivais. Uma das categorias utilizadas para se pesquisar um paradigma é a análise dos programas de pesquisa. Na historiografia, tal categoria é usada para se analisar a teoria e a metodologia de correntes de pensamento na linguística, assim como a produção científica associada a esse pensamento. Segundo Altman (1998, p. 40), o termo programas de pesquisa inclusive serve para substituir o uso da noção de paradigmas, uma vez que a aplicação direta da teoria dos paradigmas de Kuhn a linguística é vista como problemática e imprecisa. São quatro os tipos de programas de pesquisa desenvolvidos por Swiggers (2017, p. 79). O programa de correspondências estuda relações que são estabelecidas entre a língua humana e outras categorias cognitivas da nossa espécie e do nosso ambiente. De maneira sumária, Altman (1998, p. 41) diz que se trata de pesquisar as formas que “linguagem, pensamento e realidade” se inter-relacionam na instanciação do comportamento linguístico. Um dos corolários partilhados pelas linhas de pesquisa que são classificadas como pertencentes a esse programa é que a língua é um meio de expressão para o pensamento (SWIGGERS, 2017, p. 79). Essa concepção tem a consequência de que, nesse programa, língua e pensamento não são igualados em um determinismo linguístico, mas como manifestações da cognição humana que se influenciam uma à outra. As estruturas linguísticas estudadas são relacionadas a um arranjo mental, sem que haja identidade restrita entre ambas. A língua é meio de expressão através dos diversos componentes que compõem a faculdade da linguagem. Dentre os exponentes mais célebres desse programa está o gerativismo desenvolvido por Chomsky. No programa descritivista, a língua é contemplada como formada por unidades que constituem um sistema formal, regulado de maneira autônoma. Na verdade, a base formal como princípio organizador de dados é postulada como axiomática, de acordo com Swiggers (2017, p. 79). A visão sobre a linguagem é que esta é uma entidade “autorreguladora” (SWIGGERS, 2017, p. 79), logo, seu estudo deve ser feito de acordo.

(29) 29 com essa propriedade, tratando dos dados linguísticos de forma autônoma e “autossuficientes”. Esse programa é dividido em duas perspectivas, com presunções distintas sobre a natureza da língua humana. No viés dito formalista, pesquisadores buscam entender e listar as formas que constituem a linguagem. No viés funcionalista, as estruturas formais da língua são associadas a funções comunicativas que as definem. Tanto a pesquisa empreendida no estruturalismo, quanto na gramática funcional, faz parte desse programa descritivista. O programa sociocultural estuda a língua na sua relação com a cultura de um grupo, ou seja, o aspecto social é enfatizado na pesquisa linguística, sendo que as estruturas e os registros rotulados são associados à esfera cultural de uma comunidade. A visão colocada sobre a natureza da língua é que esta é um “fato social e cultural” (SWIGGERS, 2017, p. 80). Nesse programa, a dimensão dita estritamente linguística, ou seja, a gramatical, é deixada de lado, por uma visão abrangente do comportamento comunicativo na sociedade, colocando como foco de pesquisa tópicos como a variação e os artifícios comunicativos performados por falantes, por exemplo. Fatores sociais, como os estudos discursivos que investigam a ideologia em uma sociedade, também fazem parte desse programa. Uma das consequências da ênfase colocada por esse programa nos fatos sociais e culturais é que as relações língua e pensamento individual são deflacionadas para se concentrar na dimensão social de análise, o ser humano é dito ser uma espécie semiótica. Dentre as escolas categorizadas como parte desse programa estão a sociolinguística e os estudos antropológicos e culturais da linguagem. Enfim, há o programa de projeção, no qual a lógica formal fornece o arcabouço teórico para a elaboração de um sistema lógico que represente a estrutura das línguas naturais. Trata-se de um programa mais novo do que os demais, baseado no trabalho de filósofos que trabalham sobre linguagem natural humana aplicando modelos lógicos formais utilizados no raciocínio filosófico analítico (SWIGGERS, 2017, p. 80). Esses modelos formais são utilizados para se averiguar as propriedades lógicas de línguas naturais. Na realidade os quatro programas de pesquisa descritos servem para organizar a pesquisa em torno de como escolas de pensamento definiram a linguagem e se colocaram perguntas a serem respondidas. Nenhum dos quatro grandes programas, em si mesmo, encerra todas as propriedades das tradições de pesquisa que foram desenvolvidas ao correr da história. Visto que, como esses programas são produtos da.

(30) 30 história, e estão vivos no pensamento humano, eles passam por revisão e alteração com o passar do tempo e à luz de novas descobertas científicas para acomodá-lo ao modelo padrão, sem abandonar totalmente uma dada tradição de pesquisa. As teorias concebidas muitas vezes apresentam traços componentes de mais de um dos quatro grandes programas apresentados acima. A questão que se coloca é quais são as propriedades definidoras de uma teoria linguística que informa uma tradição de pesquisa. Segundo Swiggers (2017, p. 80), há semelhanças e sobreposições nas diversas abordagens dos componentes dos grandes programas, assim como discórdias agudas em relação à concepção do que é a faculdade da linguagem humana e como esta deve ser estudada. Altman (1998, p. 42) dá o exemplo da problemática de se classificar o gerativismo, porque esse programa possui traços fortemente formais na descrição linguística empreendida, desenvolvendo uma representação lógico-formal da sintaxe humana. Porém, como a capacidade da língua é postulada como sendo o produto biológico da psique humana, e as relações entre pensamento e língua são centrais para o sistema classificatório proposto e a teoria subjacente ao mesmo, o gerativismo é classificado como um programa de projeção, sem que as características de classificação formais sejam apagadas da pesquisa sobre esse programa. As características das tradições de pesquisa servem para ordenar e identificar a recorrência dos tratamentos dados a problemas recorrentes na história da linguística. Dentro dessa classificação, são estudadas como as teorizações sobre a linguagem, e as concepções sobre a mesma, foram retomadas e, por vezes, como ainda informam o presente. Os programas oferecem um pano de fundo de trabalho abrangente, ligando perspectiva teórica e pesquisa aplicada, dirigindo, desta forma, a prática do pesquisador. Isso ocorre porque a linguagem, como objeto de estudo, é definida dentro de um programa. Ou seja, a natureza do objeto de estudo é postulada e, consigo, presunções e ideias que guiam o fazer científico vêm acopladas ao programa. É com base no exame das características de um programa de pesquisa que o programa é categorizado. Assim, tradições de pesquisa são agrupadas em um mesmo programa, nesse caso há “aproximação”, ou teorias e tradições são separadas por divergirem sobre as propriedades do tratamento científico da linguagem, nesse caso ocorre a “divergência” (ALTMAN, 1998, p. 43). Os programas de pesquisa, assim colocados, indicam e informam sobre quais operações cabem ao pesquisador empreender nos seus estudos, quais são os passos na investigação linguística proposta e qual é a visão global adotada.

(31) 31 sobre a língua. A teoria integrada ao programa serve para guiar o individuo que está delimitando problemas, e como abordá-los. Já o conceito de tradição de pesquisa coloca o alicerce histórico na evolução temporal dos programas de pesquisa levantados (ALTMAN, 1998, p. 43). Através da identificação de uma tradição de pesquisa é que se classifica como os estudos linguísticos tiveram “retomadas e recorrências” de fenômenos tratados e de teorias apresentadas. É necessário dizer que estes programas nunca gozaram do monopólio da atenção acadêmica mundial (ALTMAN, 1998, p. 44), mas houve períodos em que um ou outro programa esteve mais em voga e recebeu mais espaço de divulgação ou contou com mais pesquisadores trabalhando em seus domínios. Por fim, cabe dizer que apesar de pressupostos distintos e por vezes irreconciliáveis, as diferentes tradições possuem pontos de semelhanças e outros de diferenças. Ainda segundo Altman (1998, p. 44), a linguística brasileira, por exemplo, não passou por revoluções estanques de paradigmas. Na realidade, a autora expõe que a própria visão de que houve reviravoltas de rupturas totais na história da linguística é dúbia e sem muito apoio. Portanto, trata-se de estudar uma história de continuidades e descontinuidades de programas concorrentes. Neste trabalho, como opção metodológica, será empregado constantemente na análise uma correlação entre as dimensões externa e interna dos objetos selecionados para análise. 1.5 Propostas para o trabalho historiográfico Swiggers (2017, p. 81) diz que o pesquisador precisa fazer uma série de decisões metodológicas para empreender a pesquisa historiográfica, classificadas em quatro tipos. A primeira escolha diz respeito ao tipo de periodização adotada. Há duas formas para serem escolhidas. A primeira forma é a chamada periodização externa, também conhecida como periodização minimalista. Esse tipo de datação utiliza recortes temporais convencionais, como dividir um estudo de acordo com décadas ou séculos escolhidos para análise. A segunda opção é a periodização interna, ou maximalista. Essa abordagem utiliza propriedades definidoras para a segmentação do tempo em função das características elencadas como importantes. Segundo o autor, uma combinação entre as duas linhas de temporalização deve ser a melhor opção, uma vez que permite ao.

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